SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 16
Baixar para ler offline
1
Cartografia geológica Cartas geológicas
• O que são? São documentos técnico/científicos onde se
sintetiza, sobre uma base topográfica, informação
relativa aos materiais geológicos.
• Como se fazem? A partir de levantamentos de campo
(localizar, identificar os afloramentos e traçar dos limites
entre as diferentes formações).
• Para que servem? Para prospecção e exploração de
matérias primas, de recursos hídricos e de fontes de
energia; escolha de locais para a implantação de
grandes obras de engenharia; definição de riscos
geológicos. São documentos indispensáveis no
planeamento e ordenamento do território.
Carta geológica
• É uma representação gráfica dos fenómenos
geológicos, da história geológica, de uma
determinada região
• Resulta da sobreposição de dados geológicos
numa carta topográfica – dados de base
Dados geológicos
1. Natureza e composição das diferentes rochas
e sua distribuição espacial;
2. Idade absoluta ou relativa dessas formações
rochosas;
3. Atitude das formações geológicas (posição
no espaço: direcção e inclinação);
4. Acidentes tectónicos verificados no decurso
dos tempos geológicos (falhas, fracturas,
dobramentos, etc).
2
Legenda da carta geológica
1. Símbolos litológicos: fazem referência ao tipo
de rocha, utilizam-se símbolos que sugiram o
tipo de rocha representada.
2. Símbolos tectónicos: referem-se à posição ou
orientação das diferentes estruturas
geológicas no espaço, incluindo os acidentes
tectónicos.
3. Símbolos estratigráficos: referem-se à idade
das rochas, são representados por diferentes
cores.
Símbolos litológicosPara ajudar a proteger a sua privacidade, o PowerPoint impediu a transferência automática desta imagem externa. Para transferir e
apresentar esta imagem, clique em Opções na Barra de Mensagens e, em seguida, clique em Activar conteúdo externo.
3
Símbolos tectónicos
Direcção (strike)
Inclinação (dip)
Símbolos tectónicos
Para ajudar a proteger a sua privacidade, o PowerPoint impediu a transferência automática desta imagem externa. Para transferir e apresentar esta
imagem, clique em Opções na Barra de Mensagens e, em seguida, clique em Activar conteúdo externo.
Estruturas verticais e horizontais
simbologia
Símbolos estratigráficos
4
Legenda da Carta Geológica da Madeira
A Bússola de Geólogo:
• Transferidor, graduado de 0° a 360°, para
medir ângulos horizontais
• Nível de bolha, para manter a horizontalidade
• Clinómetro, graduado de 0° a 90°, para medir
ângulos verticais
Utilização: determinação das atitudes de
estruturas geológicas planares
• Camadas de diferentes rochas
• Filões (intrusão magmática fissural)
• Diaclases (fracturas sem movimento entre
blocos)
• Falhas (fracturas com movimento entre blocos)
• Flancos de dobras, etc.
Atitude de estruturas geológicas
é a sua orientação no espaço
• A atitude de uma
superfície planar define-se
pela Direcção (medida a
partir do norte magnético,
para Este ou Oeste), e
• pela Inclinação (medida a
partir da horizontal, para
baixo)
inclinação
direcção
45°
90°
5
Direcção: direcção da linha resultante da
intersecção de um plano horizontal com a
superfície planar considerada – é o menor
ângulo medido entre a linha horizontal contida
no plano e o norte magnético
A direcção é o menor ângulo que a linha
horizontal contida no plano faz com o norte
magnético (varia de 0 a 90° para E ou para W)
Inclinação: representa o declive máximo da
superfície. É um ângulo vertical, medido a partir
da horizontal para baixo (varia de 0°= horizontal,
até 90°= vertical)
A inclinação corresponde ao maior ângulo que
é possível medir entre a horizontal e o plano.
Mede-se na direcção perpendicular à direcção
do plano em questão:
6
Notação
• Representa-se por uma notação que contém:
1. Primeiro, a direcção do plano
2. separado por uma vírgula, o ângulo de
inclinação e, por fim,
3. o sentido da inclinação ou quadrante para o
qual o plano inclina
N 40 E , 30 SE
Como de mede a atitude de uma
estrutura geológica?
Interpretação de uma carta
geológica
Padrão de afloramentos
7
Factores que influenciam o padrão de
afloramento numa carta geológica:
1. Inclinação das camadas (α)
2. Espessura das camadas (e)
3. Declive da superfície topográfica
1. Inclinação das camadas
• Com espessura constante, a extensão do
afloramento varia com a inclinação da camada.
Quanto mais inclinada a camada menor a
espessura de afloramento.
• Nas cartas geológicas com camadas horizontais
os limites geológicos são paralelos às curvas de
nível.
2. Espessura das camadas
• Com inclinação constante, a extensão de
afloramento aumenta com a espessura da
camada.
• A espessura real aparece materializada no caso
da camada vertical, intersectada por uma
superfície topográfica horizontal.
8
3. Declive
• Independentemente da inclinação das camadas,
quanto maior for o declive do terreno, menor
será o padrão de afloramento na carta.
Regra dos V’s
• As relações entre a inclinação das camadas e a
topografia foram formalizadas numa série de
regras, designadas regra dos V’s, que
permitem estimar a inclinação dos planos
estruturais, directamente, a partir do padrão
de afloramento em vales;
• Válido para vales com vertentes simétricas;
• Inversamente, são interpretados os padrões
de afloramento nos interflúvios
• Camada horizontal:
a intersecção com a
topografia faz-se segundo
uma linha paralela às curvas
de nível, V paralelo ou
coincidente com as curvas
de nível
• Camada inclina para
montante (sentido de
inclinação oposto ao do
vale):
Formação de um V com
vértice para montante,
mais aberto do que as
curvas de nível
9
• Camada vertical:
o V torna-se tão aberto que
se transforma numa linha
recta.
• Esta linha indica a direcção
de camada.
• É o caso das falhas e dos
filões verticais
• Camada a inclinar para o
mesmo lado do vale, com
maior inclinação:
V com vértice para jusante
• Camada a inclinar para o
mesmo lado do vale, com
a mesma inclinação:
Não há formação de V, nas
margens do vale as linhas
são paralelas
• Camada a inclinar para o
mesmo lado do vale, com
menor inclinação:
formação de um V com
vértice para montante,
mais fechado do que as
curvas de nível
10
Cortes Geológicos Elaboração de um corte geológico
1) Elaboração do perfil topográfico (com indicação dos
pontos extremos do corte e escala)
2) Marcação dos contactos geológicos, falhas, filões, no
perfil topográfico
3) Análise estrutural (marcação de estruturas intrusivas
como batólitos, chaminés e filões; identificação de
estruturas dobradas, sinclinais e anticlinais; marcação
dos contactos geológicos em profundidade, a partir
dos símbolos tectónicos)
4) Reconstituição geológica (história geológica da região,
ordenação estratigráfica das diferentes camadas)
Sobreelevação do perfil topográfico
• Factor de sobreelevação: factor pelo qual se
multiplica a equidistância gráfica, quando esta é
muito pequena
• O perfil da direita está sobreelevado 4 vezes
X 4
A sobreelevação da escala vertical, com vista
a aumentar o contraste do relevo, tem
implicações na representação de estruturas
geológicas
11
Declive
Define-se pela tangente da inclinação tg i = dv/dh
• em que dv é a distância vertical ou diferença de cotas,
e dh a distância horizontal entre os pontos
considerados
• Também pode ser expresso em percentagem
dv/dh * 100
Correcção da inclinação devido à
sobreelevação do perfil topográfico
• Uma vez que a sobreelevação de um perfil
modifica os declives e as inclinações reais das
estruturas geológicas, a sua correcção faz-se
do seguinte modo:
tg i = tg is/factor de sobreelevação
ou
is = arc tg (factor sobreelevação . tg i)
Cortes geológicos esquemáticos Estrutura inclinada ou basculada
- corte perpendicular à direcção das camadas
12
Estrutura dobrada
- corte perpendicular à direcção das camadas
Inclinação real e inclinação aparente
• A inclinação real de um plano é aquela que se
observa num corte perpendicular à direcção desse
plano
A inclinação real de qualquer estrutura é aquela
que se observa num corte perpendicular à
direcção dessa estrutura
Correcção da inclinação das camadas quando
a direcção do corte não é perpendicular à
direcção das camadas
tg iaparente = tg ireal . sen α
13
Método das linhas de contorno estrutural
• As linhas de contorno estrutural resultam da
intersecção de planos horizontais com as superfícies
geológicas. Utilizam-se para determinar a estrutura
geológica representada num mapa:
1. Imaginem-se planos horizontais equidistantes a
cortarem as camadas;
2. A intersecção dos planos horizontais com a superfície
geológica define uma linha de contorno estrutural;
3. Estas linhas são projectadas ortogonalmente sobre
um plano (carta) As linhas de contorno estrutural de uma superfície plana
são rectas horizontais, paralelas e equidistantes
14
As linhas de contorno estrutural indicam:
1. A direcção das camadas, pois resultam da
intersecção de um plano horizontal com a
superfície da camada
2. O sentido da inclinação (para o sentido das
linhas de menor cota)
3. O valor da inclinação α, em que tg α = dv/dh
4. A espessura real das camadas (Er), a partir da
espessura vertical (ev):
Er = Ev x cos α
Como se traçam:
• São rectas que unem pontos à mesma cota, ou seja, o
lugar geométrico dos pontos à mesma cota
• Traçam-se unindo dois pontos do mesmo limite à
mesma cota. Todos os pontos sobre essa recta estão à
mesma profundidade
1. Direcção das camadas
• É a direcção das linhas de contorno estrutural,
uma vez que estas resultam da intersecção de
um plano horizontal com a camada
15
2. Sentido da inclinação
• As camadas inclinam para o
sentido das linhas de menor
cota
• No caso das dobras as cotas
das linhas de contorno
estrutural crescem e
decrescem, simetricamente
3. Inclinação das camadas
• Inclinação α: tg α = dv/dh
Conhecida a direcção da camada e um ponto da mesma
superfície a uma cota diferente, pode-se determinar a
sua inclinação:
Mede-se sobre a carta a distância horizontal, entre os
pontos A e C (na perpendicular à direcção da camada),
obtém-se o OC. A distância vertical Δh é a diferença de
cotas entre A e C.
Tg α = Δh/ OC
Exercício: calcule a direcção do limite geológico vermelho e a sua
inclinação, a sua atitude
16
4. Espessura Real
Er = Ev x Cos α

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Deformação das rochas
Deformação das rochasDeformação das rochas
Deformação das rochas
Isabel Lopes
 
Rochas sedimentares
Rochas sedimentaresRochas sedimentares
Rochas sedimentares
Tânia Reis
 
Rochas Metamórficas
Rochas MetamórficasRochas Metamórficas
Rochas Metamórficas
Tânia Reis
 
Datação relativa
Datação relativaDatação relativa
Datação relativa
catiacsantos
 

Mais procurados (20)

Geologia estrutural lineações em rocha
Geologia estrutural   lineações em rochaGeologia estrutural   lineações em rocha
Geologia estrutural lineações em rocha
 
Intemperismo e formação dos solos
Intemperismo e formação dos solosIntemperismo e formação dos solos
Intemperismo e formação dos solos
 
Geologia estrutural Falhas
Geologia estrutural   FalhasGeologia estrutural   Falhas
Geologia estrutural Falhas
 
Geologia estrutural uso da bússola
Geologia estrutural   uso da bússolaGeologia estrutural   uso da bússola
Geologia estrutural uso da bússola
 
Intemperismo
IntemperismoIntemperismo
Intemperismo
 
Geologia estrutural foliações em rochas
Geologia estrutural   foliações em rochasGeologia estrutural   foliações em rochas
Geologia estrutural foliações em rochas
 
Dobras elementos de uma dobra
Dobras   elementos de uma dobraDobras   elementos de uma dobra
Dobras elementos de uma dobra
 
Geologia estrutural exercício avaliativo 2
Geologia estrutural   exercício avaliativo 2Geologia estrutural   exercício avaliativo 2
Geologia estrutural exercício avaliativo 2
 
Deformação das rochas
Deformação das rochasDeformação das rochas
Deformação das rochas
 
Geoquímica - Dispersão Geoquímica
Geoquímica - Dispersão GeoquímicaGeoquímica - Dispersão Geoquímica
Geoquímica - Dispersão Geoquímica
 
Solos: origem, evolução, degradação e conservação
Solos: origem, evolução, degradação e conservaçãoSolos: origem, evolução, degradação e conservação
Solos: origem, evolução, degradação e conservação
 
Rochas sedimentares
Rochas sedimentaresRochas sedimentares
Rochas sedimentares
 
Ciclo das rochas
Ciclo das rochasCiclo das rochas
Ciclo das rochas
 
Dinâmica interna e externa do relevo
Dinâmica interna e externa do relevoDinâmica interna e externa do relevo
Dinâmica interna e externa do relevo
 
Rochas Metamórficas
Rochas MetamórficasRochas Metamórficas
Rochas Metamórficas
 
Datação relativa
Datação relativaDatação relativa
Datação relativa
 
Falhas e dobras
Falhas e dobrasFalhas e dobras
Falhas e dobras
 
Nbr 13441 rochas e solos
Nbr 13441   rochas e solosNbr 13441   rochas e solos
Nbr 13441 rochas e solos
 
Tectonica Placas
Tectonica PlacasTectonica Placas
Tectonica Placas
 
Rochas sedimentares
Rochas sedimentaresRochas sedimentares
Rochas sedimentares
 

Destaque

Perfil topográfico
Perfil topográficoPerfil topográfico
Perfil topográfico
smcpc
 
Exercícios de geologia
Exercícios de geologiaExercícios de geologia
Exercícios de geologia
Nuno Correia
 
Gpt 1 cartas topográficas e geológicas
Gpt 1   cartas topográficas e geológicasGpt 1   cartas topográficas e geológicas
Gpt 1 cartas topográficas e geológicas
Nuno Correia
 
Geologia resumotudo
Geologia resumotudoGeologia resumotudo
Geologia resumotudo
André Couto
 
Geologia 12 história geológica de uma região (cartas topográficas)
Geologia 12   história geológica de uma região (cartas topográficas)Geologia 12   história geológica de uma região (cartas topográficas)
Geologia 12 história geológica de uma região (cartas topográficas)
Nuno Correia
 
Cortesgeologicos
CortesgeologicosCortesgeologicos
Cortesgeologicos
juan carlos
 
Introdução geral à topografia
Introdução geral à topografiaIntrodução geral à topografia
Introdução geral à topografia
Pessoal
 
0910 Interpretacion Cortes Geologicos
0910 Interpretacion Cortes Geologicos0910 Interpretacion Cortes Geologicos
0910 Interpretacion Cortes Geologicos
arenal
 

Destaque (20)

Tema II - História Geológica de uma Região Cartografia
Tema II - História Geológica de uma Região  CartografiaTema II - História Geológica de uma Região  Cartografia
Tema II - História Geológica de uma Região Cartografia
 
Perfil topográfico
Perfil topográficoPerfil topográfico
Perfil topográfico
 
Exercícios de geologia
Exercícios de geologiaExercícios de geologia
Exercícios de geologia
 
perfis_topograficos
perfis_topograficosperfis_topograficos
perfis_topograficos
 
Gpt 1 cartas topográficas e geológicas
Gpt 1   cartas topográficas e geológicasGpt 1   cartas topográficas e geológicas
Gpt 1 cartas topográficas e geológicas
 
Geologia resumotudo
Geologia resumotudoGeologia resumotudo
Geologia resumotudo
 
Perfis Topográficos
Perfis TopográficosPerfis Topográficos
Perfis Topográficos
 
Geologia 12 história geológica de uma região (cartas topográficas)
Geologia 12   história geológica de uma região (cartas topográficas)Geologia 12   história geológica de uma região (cartas topográficas)
Geologia 12 história geológica de uma região (cartas topográficas)
 
Cortesgeologicos
CortesgeologicosCortesgeologicos
Cortesgeologicos
 
Dobras E Falhas
Dobras E FalhasDobras E Falhas
Dobras E Falhas
 
Cortes geológicos
Cortes geológicosCortes geológicos
Cortes geológicos
 
Exercise book geological mapping 2015
Exercise book geological mapping 2015Exercise book geological mapping 2015
Exercise book geological mapping 2015
 
Apresentação topografia
Apresentação topografiaApresentação topografia
Apresentação topografia
 
Aula de Topografia
Aula de TopografiaAula de Topografia
Aula de Topografia
 
Curvas de nível
Curvas de nívelCurvas de nível
Curvas de nível
 
Curso topografia basica jun13_rocha
Curso topografia basica jun13_rochaCurso topografia basica jun13_rocha
Curso topografia basica jun13_rocha
 
Introdução geral à topografia
Introdução geral à topografiaIntrodução geral à topografia
Introdução geral à topografia
 
Aula 1 e 2 topografia
Aula 1 e 2   topografiaAula 1 e 2   topografia
Aula 1 e 2 topografia
 
0910 Interpretacion Cortes Geologicos
0910 Interpretacion Cortes Geologicos0910 Interpretacion Cortes Geologicos
0910 Interpretacion Cortes Geologicos
 
Símbolos topográficos
Símbolos topográficosSímbolos topográficos
Símbolos topográficos
 

Semelhante a 11 cartografia geologica

Topografia representação do relevo notas de aula
Topografia representação do relevo notas de aulaTopografia representação do relevo notas de aula
Topografia representação do relevo notas de aula
Henrique Prado
 
Geo-12a-MNT-declividade.ppt
Geo-12a-MNT-declividade.pptGeo-12a-MNT-declividade.ppt
Geo-12a-MNT-declividade.ppt
ElizeuNetto
 

Semelhante a 11 cartografia geologica (20)

Dobras e falhas
Dobras e falhasDobras e falhas
Dobras e falhas
 
Topografia representação do relevo notas de aula
Topografia representação do relevo notas de aulaTopografia representação do relevo notas de aula
Topografia representação do relevo notas de aula
 
O terreno e sua representação
O terreno e sua representaçãoO terreno e sua representação
O terreno e sua representação
 
Falhas atitude-dobras
Falhas atitude-dobrasFalhas atitude-dobras
Falhas atitude-dobras
 
Falhas atitude-dobras
Falhas atitude-dobrasFalhas atitude-dobras
Falhas atitude-dobras
 
Altimetria perfis e_curvas_de_nivel
Altimetria perfis e_curvas_de_nivelAltimetria perfis e_curvas_de_nivel
Altimetria perfis e_curvas_de_nivel
 
CARTOGRAFIA.pdf
CARTOGRAFIA.pdfCARTOGRAFIA.pdf
CARTOGRAFIA.pdf
 
Apostila2 Topografia
Apostila2 TopografiaApostila2 Topografia
Apostila2 Topografia
 
Manual No.28 - Talude rochoso – estabilidade de uma cunha de rocha
Manual No.28 - Talude rochoso – estabilidade de uma cunha de rochaManual No.28 - Talude rochoso – estabilidade de uma cunha de rocha
Manual No.28 - Talude rochoso – estabilidade de uma cunha de rocha
 
Cartografia
CartografiaCartografia
Cartografia
 
Dinamica interna 2
Dinamica interna 2Dinamica interna 2
Dinamica interna 2
 
Geografia cartografia projeções cartográficas
Geografia   cartografia projeções cartográficasGeografia   cartografia projeções cartográficas
Geografia cartografia projeções cartográficas
 
Cartografia_projeções.pdf
Cartografia_projeções.pdfCartografia_projeções.pdf
Cartografia_projeções.pdf
 
Sistemas de Coordenadas e Projeções Cartográficas
Sistemas de Coordenadas e Projeções CartográficasSistemas de Coordenadas e Projeções Cartográficas
Sistemas de Coordenadas e Projeções Cartográficas
 
Aula 01 topografia UFPI 2018.1
Aula 01 topografia UFPI 2018.1Aula 01 topografia UFPI 2018.1
Aula 01 topografia UFPI 2018.1
 
Geo-12a-MNT-declividade.ppt
Geo-12a-MNT-declividade.pptGeo-12a-MNT-declividade.ppt
Geo-12a-MNT-declividade.ppt
 
10º b profissional
10º b profissional10º b profissional
10º b profissional
 
Cartografia aula 2 - rede geográfica fuso horário
Cartografia   aula 2 - rede geográfica fuso horárioCartografia   aula 2 - rede geográfica fuso horário
Cartografia aula 2 - rede geográfica fuso horário
 
AULAS PRÁTICAS .pdf
AULAS PRÁTICAS .pdfAULAS PRÁTICAS .pdf
AULAS PRÁTICAS .pdf
 
Trabalho
TrabalhoTrabalho
Trabalho
 

Mais de railano

Aula07 geo pg_sens_remoto_pdi
Aula07 geo pg_sens_remoto_pdiAula07 geo pg_sens_remoto_pdi
Aula07 geo pg_sens_remoto_pdi
railano
 
Aula06 geo pg_fotogrametria
Aula06 geo pg_fotogrametriaAula06 geo pg_fotogrametria
Aula06 geo pg_fotogrametria
railano
 
Aula06.5 geo pg_van_ts
Aula06.5 geo pg_van_tsAula06.5 geo pg_van_ts
Aula06.5 geo pg_van_ts
railano
 
Aula04 geo pg
Aula04 geo pgAula04 geo pg
Aula04 geo pg
railano
 
Aula03 geo pg
Aula03 geo pgAula03 geo pg
Aula03 geo pg
railano
 
Aula02 geo pg
Aula02 geo pgAula02 geo pg
Aula02 geo pg
railano
 
Aula01 geo pg
Aula01 geo pgAula01 geo pg
Aula01 geo pg
railano
 
Aula08 geo pg_sens_remoto_gps
Aula08 geo pg_sens_remoto_gpsAula08 geo pg_sens_remoto_gps
Aula08 geo pg_sens_remoto_gps
railano
 
Planilha nivelamento geometrico
Planilha nivelamento geometricoPlanilha nivelamento geometrico
Planilha nivelamento geometrico
railano
 
Planilha de campo estadimetria
Planilha de campo  estadimetriaPlanilha de campo  estadimetria
Planilha de campo estadimetria
railano
 
Perfil nivelamento geométrico
Perfil nivelamento geométricoPerfil nivelamento geométrico
Perfil nivelamento geométrico
railano
 
Aula de arc gis
Aula de arc gisAula de arc gis
Aula de arc gis
railano
 
Apostila arc gis_desktop
Apostila arc gis_desktopApostila arc gis_desktop
Apostila arc gis_desktop
railano
 

Mais de railano (20)

Aula07 geo pg_sens_remoto_pdi
Aula07 geo pg_sens_remoto_pdiAula07 geo pg_sens_remoto_pdi
Aula07 geo pg_sens_remoto_pdi
 
Aula06 geo pg_fotogrametria
Aula06 geo pg_fotogrametriaAula06 geo pg_fotogrametria
Aula06 geo pg_fotogrametria
 
Aula06.5 geo pg_van_ts
Aula06.5 geo pg_van_tsAula06.5 geo pg_van_ts
Aula06.5 geo pg_van_ts
 
Aula04 geo pg
Aula04 geo pgAula04 geo pg
Aula04 geo pg
 
Aula03 geo pg
Aula03 geo pgAula03 geo pg
Aula03 geo pg
 
Aula02 geo pg
Aula02 geo pgAula02 geo pg
Aula02 geo pg
 
Aula01 geo pg
Aula01 geo pgAula01 geo pg
Aula01 geo pg
 
Aula08 geo pg_sens_remoto_gps
Aula08 geo pg_sens_remoto_gpsAula08 geo pg_sens_remoto_gps
Aula08 geo pg_sens_remoto_gps
 
Planilha nivelamento geometrico
Planilha nivelamento geometricoPlanilha nivelamento geometrico
Planilha nivelamento geometrico
 
Planilha de campo estadimetria
Planilha de campo  estadimetriaPlanilha de campo  estadimetria
Planilha de campo estadimetria
 
Perfil nivelamento geométrico
Perfil nivelamento geométricoPerfil nivelamento geométrico
Perfil nivelamento geométrico
 
Aula 07
Aula 07Aula 07
Aula 07
 
Aula 05
Aula 05Aula 05
Aula 05
 
Aula 04
Aula 04Aula 04
Aula 04
 
Aula 03
Aula 03Aula 03
Aula 03
 
Aula 02
Aula 02Aula 02
Aula 02
 
Aula 01
Aula 01Aula 01
Aula 01
 
Aula de arc gis
Aula de arc gisAula de arc gis
Aula de arc gis
 
Apostila arc gis_desktop
Apostila arc gis_desktopApostila arc gis_desktop
Apostila arc gis_desktop
 
Aula 06
Aula 06Aula 06
Aula 06
 

11 cartografia geologica

  • 1. 1 Cartografia geológica Cartas geológicas • O que são? São documentos técnico/científicos onde se sintetiza, sobre uma base topográfica, informação relativa aos materiais geológicos. • Como se fazem? A partir de levantamentos de campo (localizar, identificar os afloramentos e traçar dos limites entre as diferentes formações). • Para que servem? Para prospecção e exploração de matérias primas, de recursos hídricos e de fontes de energia; escolha de locais para a implantação de grandes obras de engenharia; definição de riscos geológicos. São documentos indispensáveis no planeamento e ordenamento do território. Carta geológica • É uma representação gráfica dos fenómenos geológicos, da história geológica, de uma determinada região • Resulta da sobreposição de dados geológicos numa carta topográfica – dados de base Dados geológicos 1. Natureza e composição das diferentes rochas e sua distribuição espacial; 2. Idade absoluta ou relativa dessas formações rochosas; 3. Atitude das formações geológicas (posição no espaço: direcção e inclinação); 4. Acidentes tectónicos verificados no decurso dos tempos geológicos (falhas, fracturas, dobramentos, etc).
  • 2. 2 Legenda da carta geológica 1. Símbolos litológicos: fazem referência ao tipo de rocha, utilizam-se símbolos que sugiram o tipo de rocha representada. 2. Símbolos tectónicos: referem-se à posição ou orientação das diferentes estruturas geológicas no espaço, incluindo os acidentes tectónicos. 3. Símbolos estratigráficos: referem-se à idade das rochas, são representados por diferentes cores. Símbolos litológicosPara ajudar a proteger a sua privacidade, o PowerPoint impediu a transferência automática desta imagem externa. Para transferir e apresentar esta imagem, clique em Opções na Barra de Mensagens e, em seguida, clique em Activar conteúdo externo.
  • 3. 3 Símbolos tectónicos Direcção (strike) Inclinação (dip) Símbolos tectónicos Para ajudar a proteger a sua privacidade, o PowerPoint impediu a transferência automática desta imagem externa. Para transferir e apresentar esta imagem, clique em Opções na Barra de Mensagens e, em seguida, clique em Activar conteúdo externo. Estruturas verticais e horizontais simbologia Símbolos estratigráficos
  • 4. 4 Legenda da Carta Geológica da Madeira A Bússola de Geólogo: • Transferidor, graduado de 0° a 360°, para medir ângulos horizontais • Nível de bolha, para manter a horizontalidade • Clinómetro, graduado de 0° a 90°, para medir ângulos verticais Utilização: determinação das atitudes de estruturas geológicas planares • Camadas de diferentes rochas • Filões (intrusão magmática fissural) • Diaclases (fracturas sem movimento entre blocos) • Falhas (fracturas com movimento entre blocos) • Flancos de dobras, etc. Atitude de estruturas geológicas é a sua orientação no espaço • A atitude de uma superfície planar define-se pela Direcção (medida a partir do norte magnético, para Este ou Oeste), e • pela Inclinação (medida a partir da horizontal, para baixo) inclinação direcção 45° 90°
  • 5. 5 Direcção: direcção da linha resultante da intersecção de um plano horizontal com a superfície planar considerada – é o menor ângulo medido entre a linha horizontal contida no plano e o norte magnético A direcção é o menor ângulo que a linha horizontal contida no plano faz com o norte magnético (varia de 0 a 90° para E ou para W) Inclinação: representa o declive máximo da superfície. É um ângulo vertical, medido a partir da horizontal para baixo (varia de 0°= horizontal, até 90°= vertical) A inclinação corresponde ao maior ângulo que é possível medir entre a horizontal e o plano. Mede-se na direcção perpendicular à direcção do plano em questão:
  • 6. 6 Notação • Representa-se por uma notação que contém: 1. Primeiro, a direcção do plano 2. separado por uma vírgula, o ângulo de inclinação e, por fim, 3. o sentido da inclinação ou quadrante para o qual o plano inclina N 40 E , 30 SE Como de mede a atitude de uma estrutura geológica? Interpretação de uma carta geológica Padrão de afloramentos
  • 7. 7 Factores que influenciam o padrão de afloramento numa carta geológica: 1. Inclinação das camadas (α) 2. Espessura das camadas (e) 3. Declive da superfície topográfica 1. Inclinação das camadas • Com espessura constante, a extensão do afloramento varia com a inclinação da camada. Quanto mais inclinada a camada menor a espessura de afloramento. • Nas cartas geológicas com camadas horizontais os limites geológicos são paralelos às curvas de nível. 2. Espessura das camadas • Com inclinação constante, a extensão de afloramento aumenta com a espessura da camada. • A espessura real aparece materializada no caso da camada vertical, intersectada por uma superfície topográfica horizontal.
  • 8. 8 3. Declive • Independentemente da inclinação das camadas, quanto maior for o declive do terreno, menor será o padrão de afloramento na carta. Regra dos V’s • As relações entre a inclinação das camadas e a topografia foram formalizadas numa série de regras, designadas regra dos V’s, que permitem estimar a inclinação dos planos estruturais, directamente, a partir do padrão de afloramento em vales; • Válido para vales com vertentes simétricas; • Inversamente, são interpretados os padrões de afloramento nos interflúvios • Camada horizontal: a intersecção com a topografia faz-se segundo uma linha paralela às curvas de nível, V paralelo ou coincidente com as curvas de nível • Camada inclina para montante (sentido de inclinação oposto ao do vale): Formação de um V com vértice para montante, mais aberto do que as curvas de nível
  • 9. 9 • Camada vertical: o V torna-se tão aberto que se transforma numa linha recta. • Esta linha indica a direcção de camada. • É o caso das falhas e dos filões verticais • Camada a inclinar para o mesmo lado do vale, com maior inclinação: V com vértice para jusante • Camada a inclinar para o mesmo lado do vale, com a mesma inclinação: Não há formação de V, nas margens do vale as linhas são paralelas • Camada a inclinar para o mesmo lado do vale, com menor inclinação: formação de um V com vértice para montante, mais fechado do que as curvas de nível
  • 10. 10 Cortes Geológicos Elaboração de um corte geológico 1) Elaboração do perfil topográfico (com indicação dos pontos extremos do corte e escala) 2) Marcação dos contactos geológicos, falhas, filões, no perfil topográfico 3) Análise estrutural (marcação de estruturas intrusivas como batólitos, chaminés e filões; identificação de estruturas dobradas, sinclinais e anticlinais; marcação dos contactos geológicos em profundidade, a partir dos símbolos tectónicos) 4) Reconstituição geológica (história geológica da região, ordenação estratigráfica das diferentes camadas) Sobreelevação do perfil topográfico • Factor de sobreelevação: factor pelo qual se multiplica a equidistância gráfica, quando esta é muito pequena • O perfil da direita está sobreelevado 4 vezes X 4 A sobreelevação da escala vertical, com vista a aumentar o contraste do relevo, tem implicações na representação de estruturas geológicas
  • 11. 11 Declive Define-se pela tangente da inclinação tg i = dv/dh • em que dv é a distância vertical ou diferença de cotas, e dh a distância horizontal entre os pontos considerados • Também pode ser expresso em percentagem dv/dh * 100 Correcção da inclinação devido à sobreelevação do perfil topográfico • Uma vez que a sobreelevação de um perfil modifica os declives e as inclinações reais das estruturas geológicas, a sua correcção faz-se do seguinte modo: tg i = tg is/factor de sobreelevação ou is = arc tg (factor sobreelevação . tg i) Cortes geológicos esquemáticos Estrutura inclinada ou basculada - corte perpendicular à direcção das camadas
  • 12. 12 Estrutura dobrada - corte perpendicular à direcção das camadas Inclinação real e inclinação aparente • A inclinação real de um plano é aquela que se observa num corte perpendicular à direcção desse plano A inclinação real de qualquer estrutura é aquela que se observa num corte perpendicular à direcção dessa estrutura Correcção da inclinação das camadas quando a direcção do corte não é perpendicular à direcção das camadas tg iaparente = tg ireal . sen α
  • 13. 13 Método das linhas de contorno estrutural • As linhas de contorno estrutural resultam da intersecção de planos horizontais com as superfícies geológicas. Utilizam-se para determinar a estrutura geológica representada num mapa: 1. Imaginem-se planos horizontais equidistantes a cortarem as camadas; 2. A intersecção dos planos horizontais com a superfície geológica define uma linha de contorno estrutural; 3. Estas linhas são projectadas ortogonalmente sobre um plano (carta) As linhas de contorno estrutural de uma superfície plana são rectas horizontais, paralelas e equidistantes
  • 14. 14 As linhas de contorno estrutural indicam: 1. A direcção das camadas, pois resultam da intersecção de um plano horizontal com a superfície da camada 2. O sentido da inclinação (para o sentido das linhas de menor cota) 3. O valor da inclinação α, em que tg α = dv/dh 4. A espessura real das camadas (Er), a partir da espessura vertical (ev): Er = Ev x cos α Como se traçam: • São rectas que unem pontos à mesma cota, ou seja, o lugar geométrico dos pontos à mesma cota • Traçam-se unindo dois pontos do mesmo limite à mesma cota. Todos os pontos sobre essa recta estão à mesma profundidade 1. Direcção das camadas • É a direcção das linhas de contorno estrutural, uma vez que estas resultam da intersecção de um plano horizontal com a camada
  • 15. 15 2. Sentido da inclinação • As camadas inclinam para o sentido das linhas de menor cota • No caso das dobras as cotas das linhas de contorno estrutural crescem e decrescem, simetricamente 3. Inclinação das camadas • Inclinação α: tg α = dv/dh Conhecida a direcção da camada e um ponto da mesma superfície a uma cota diferente, pode-se determinar a sua inclinação: Mede-se sobre a carta a distância horizontal, entre os pontos A e C (na perpendicular à direcção da camada), obtém-se o OC. A distância vertical Δh é a diferença de cotas entre A e C. Tg α = Δh/ OC Exercício: calcule a direcção do limite geológico vermelho e a sua inclinação, a sua atitude
  • 16. 16 4. Espessura Real Er = Ev x Cos α