1. 20ª LIÇÃO – PARÁBOLAS DO REINO Parte 1
A Parábola do Semeador
Mc 4.1-9, 14-20
INTRODUÇÃO: No estudo anterior vimos a finalidade pela qual JC utilizava
parábolas para ensinar as verdades do Reino de Deus: ocultar as verdades divinas aos
mal intencionados e ensiná-las didaticamente aos que com o coração aberto ao
evangelho buscavam a JC. O Novo Dicionário da Bíblia (Ed. Vida Nova) diz que as
parábolas não eram cláusulas de propósito, mas eram cláusulas de consequência; o que
isso significa? Com as Parábolas, JC não tinha a intenção (propósito) de ocultar a
verdade, a verdade era ocultada como consequência do endurecimento do coração de
alguns que seguiam a JC.
Na presente seção vamos meditar sobre a 1ª parábola sobre o Reino de Deus: A
Parábola do Semeador, única parábola que temos a explicação dada por JC
explicitamente nos evangelhos sinóticos1
.
DESENVOLVIMENTO:
a) V. 1 e 2 – JC não se cansava de ensinar o evangelho. Tal atitude deve
nortear a conduta de seus discípulos.
Ainda que não tenhamos muita intimidade com as palavras em público
ou reconheçamos que não temos muita facilidade de transmitir o
conhecimento, precisamos estimular esta forma de servir ao Senhor.
JC continua sendo seguido por multidões. Olhando a nossa realidade
atual e este fato narrado no evangelho, você não se sente incomodado?
A estratégia de JC não se resumiu ao ensino parabólico, mas Ele
também se serviu de um barco como palco para melhor visualização.
Assim como nosso Mestre (insisto!), temos que ser estrategistas e não
desperdiçar oportunidades dando “tiro n’água”.
b) V. 3 e 14– Aqui JC começa a lançar a parábola do semeador.
Começa dizendo que o semeador saiu; muitas vezes temos que sair e
abdicar da nossa vida pessoal, sonhos e ideais para cumprir a missão
de JC (Ide; Mt 28.19).
John Stott, Pastor inglês, certa vez disse que em matéria de missões só
há três possibilidades: a) ou você é um enviado, b) ou você é um
enviador (mantenedor, financiador), c) ou você é um
DESOBEDIENTE. Onde você se encaixa?
Na parábola do semeador temos 4 elementos interessantes: a) o
semeador, b) a semente, c) a semeadura e d) o solo.
No v. 3 temos 2 elementos: o semeador e a semeadura e no v. 14 a
semente.
O semeador somos nós, discípulos de JC que continuamos o seu
ministério terreno (Mc 1.38; Mt 28.19)
A semeadura é feita em duas etapas: a) através do trabalho do
semeador, pois não há como crer sem ouvir o evangelho ( Rm 10.14b e
2. 17), b) através da ação do Espírito Santo, que convence o pecador do
pecado, do juízo e da justiça (Jo 16.8-11). Os dois trabalhos são
fundamentais e interdependentes. Vou repetir a frase de semana
passada que ouvi de um Pastor que devemos agir como se tudo
dependesse de nós e pensar e orar como se tudo dependesse de Deus.
Isso se aplica, também, a evangelização.
A semente, como explicita o v. 14, é a Palavra de Deus a única que
transforma e regenera o pecador (1Pe 1.23). Esta Palavra é JC, o logos
(Palavra, no grego, também traduzido por Verbo nas versões mais
tradicionais da Bíblia) que se fez carne (Jo 1.1; 1Jo 1-4).
Os demais versículos se prestam a explicar os diversos tipos de solo;
seria este elemento da parábola o mais importante do ponto de vista do
semeador?
Com certeza é para JC, que deu a vida por todos “os solos” pecadores
(Jo 3.16 e 1Tm 1.15)
c) V. 4 e 15 – Muitos não darão crédito à Palavra pregada, outros
deixarão de frequentar o PG por qualquer razão, mas a Palavra precisa
continuar a ser pregada.
Não devemos nos centrar nas atitudes de satanás, mas precisamos
vigiar (1Pe 5.8), por isso o acompanhamento dos recém convertidos é
de suma importância.
Tal acompanhamento torna-se mais eficaz quando feito pelos
componentes do PG; é interessante se certificar de que a ausência de
um componente recém convertido tenha uma justificativa. Caso não
haja, peça ajuda à coordenação ou, ainda, ao nosso Pastor.
Os relacionamentos contemporâneos carecem de mais atenção; as
pessoas estão cada vez mais carentes daquilo que não oferecem:
atenção. Neste cenário, deve o líder do PG estar atento às ausências ou
falta de participação dos componentes e procurar ajudá-lo.
d) V. 5, 6, 16 e 17 – Quanto aos solos rochosos, mais uma vez
destacamos a função do PG em “regá-los” semanalmente com a
Palavra de Deus.
Alguns solos são tão rochosos que dificultam as atividades do
grupo com questionamentos descontextualizados, achismo
exacerbado, etc.
Nada disso pode desmotivar o grupo ou a liderança; todos os
solos devem ter voz nas reuniões e as manifestações devem ser
norteadas apenas e tão somente pela Palavra de Deus que, como
vimos, é capaz de transformar o pecador.
O importante é o semeador não deixar o sol queimar tal semente
(v.6), que deve fincar suas raízes na fé de JC (Cl 2.7)
3. e) V. 7, 18 e 19 – Aqui talvez deva residir a maior atenção do grupo.
Muitos ficam pelo caminho por acreditar que não vale a pena ter uma
vida com Cristo.
Quanto a isso, devemos sempre dizer aos salvos a razão pela qual
JC morreu na cruz: dar-nos vida eterna com Deus. Se tal não for
suficiente este irmão não está mirando bem seu objetivo cristão
(1Co 15.19).
Isto não significa que JC não tenha prazer em nos abençoar; pelo
contrário, Ele é galardoador dos que O buscam (Hb 11.6).
Em Rm 14.17 vemos que o Reino de Deus, já em andamento aqui
na terra, é um Reino de Paz e Alegria que o Espírito Santo nos
dá.
Por isso, é legítimo nutrirmos expectativas sobre o Reino de Deus
para esta vida passageira; no entanto, não podemos nos centrar
nisso: o melhor ainda está por vir!
f) V. 20 – É notório que JC termine falando da frutificação, que é o maior
objetivo do semeador.
Com isso JC quer nos motivar a semear.
A pior das possibilidades narradas (frutificar a 30 por 1) já era
muito além da expectativa da agricultura da época, considerando
tratar-se de uma região árida.
Com isso JC quer nos dizer que o reino dos Céus crescerá
galopantemente, assunto que será tratado nas demais Parábolas
do Reino.
CONCLUSÃO: A parte da semeadura reservada a Deus Ele está fazendo; fez comigo,
com você e com os do grupo. E a sua parte na semeadura, tem sido feita?
Discuta com seu grupo os sinais de expansão do Reino de Deus no Brasil. Se o
Reino de Deus se expande, por que há tanta corrupção e falta de assistência as
necessidades básicas?
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1- Evangelhos sinóticos são os que partem da mesma visão (sino, mesmo; ótico, visão). Assim, estamos
fazendo referência ao Evangelho de Jesus Cristo escrito por Mateus, Marcos e Lucas.