O documento discute a candidatura do brasileiro José Sette para diretor-executivo da Organização Internacional do Café (OIC). O embaixador brasileiro afirmou que José Sette preenche todos os requisitos para o cargo. O Brasil recebeu o maior número de votos na primeira rodada e está entre os cinco finalistas. A escolha será feita em março e o Brasil intensificará sua campanha para eleger José Sette.
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CLIPPING – 02/03/2017
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Brasileiro José Sette é forte candidato para diretoria executiva da OIC
Agência Estado
02/03/2017
Célia Froufe
O melhor nome para a vaga de diretor-executivo da Organização
Internacional do Café (OIC), com sede em Londres, é o do brasileiro José
Sette, na avaliação do embaixador da Representação Permanente do
Brasil junto a Organizações Internacionais, Hermano Telles Ribeiro. "Não
digo isso porque sou brasileiro, mas porque realmente ele é o que
preenche todos os requisitos para o posto", justificou.
Telles Ribeiro, que participou do processo de pré-seleção dos
concorrentes - nove países-membros disputavam a vaga e agora ficaram
cinco para a escolha final - disse que o Brasil, além de receber o maior
número de votos nessa espécie de "peneira", apresentou o único
candidato a preencher todas as exigências e recomendações que a OIC havia indicado. Além
de Brasil, vão para o "segundo turno" concorrentes de México, Peru, Suíça e Indonésia.
A escolha será realizada na semana de 13 a 17 de março. "Até o dia da votação, a campanha
será intensificada para colocar o brasileiro no posto", explicou o embaixador. Um aliado
importante nesse processo, de acordo com ele, tem sido a Colômbia, que não apenas apoiou o
candidato brasileiro, como tem tido um papel proativo na campanha. "A Colômbia tem sido
impecável", avaliou.
Durante a semana de avaliação, os candidatos fazem uma apresentação e também respondem
a perguntas dos representantes dos 77 países que compõem a OIC. O processo desta vez
será presidido pela delegação dos Estados Unidos - as funções são rotativas na instituição. A
entidade busca sempre escolher um nome por consenso, evitando a necessidade de uma
votação propriamente dita, que ocorre apenas em último caso. Por isso, é possível que até o
último dia, candidatos com menor chance vencer retirem seus nomes do páreo.
Na eleição passada, o processo ocorreu desta forma e a disputa ficou até o fim entre o
candidato mexicano e o brasileiro. O mineiro Robério Silva acabou vencendo, mas a diretoria-
executiva voltou a ficar vaga porque ele faleceu no fim do ano passado, aos 53 anos de idade,
vítima de um enfarte.
A surpresa desta edição é a participação de um país comprador, a Suíça, na disputa. Como a
sede da OIC já fica em um país importador, o Reino Unido, os produtores alegam que, para
que haja um equilíbrio, o representante da entidade seja de um país que oferte o produto. O
Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo.
Assim como o Brasil, a Suíça também possui uma embaixada em Londres específica para
tratar de assuntos ligados a commodities. Provavelmente, também já intensificou sua
campanha na Bélgica, que representa a União Europeia, também forte compradora. O bloco
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econômico historicamente vota em conjunto e detém cerca de 33% do colégio eleitoral da OIC.
Outro país consumidor importante são os Estados Unidos, com 10% dos votos.
O Brasil é, entre os produtores, o que possui a maior fatia na eleição, de 12%, seguido pelo
Vietnã, que tem 8%. A representatividade está relacionada com a contribuição orçamentária de
cada país à Organização. O embaixador Telles Ribeiro explicou que, para haver um equilíbrio
entre compradores e exportadores, a divisão dos votos é de aproximadamente 50% para cada
lado.
O carioca José Sette, que tenta a vaga pelo Brasil, trabalha hoje em Washington (Estados
Unidos) como diretor executivo da International Cotton Advisory Committee (Icac), associação
da área de algodão. Seu nome foi lançado logo no começo da abertura das inscrições, indicado
pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, o que deu ao Brasil mais tempo para "fazer
campanha". Sette fez carreira como trader e em associações particulares do setor e tem a
vantagem de conhecer a OIC por dentro, já que coordenou a instituição de forma provisória -
de outubro de 2010 a outubro de 2011 -, durante o período em que a vaga estava aberta.
O governo brasileiro não quer perder o cargo de destaque internacional em uma área em que o
País já é reconhecido. Além disso, em apenas duas ocasiões, o País não esteve à frente da
OIC: em março de 1968, quando o inglês Cyril Spencer assumiu a liderança temporariamente e
de março de 2002 a outubro de 2010, quando o colombiano Néstor Osorio Londoño gerenciou
a Organização.
Em parceria com Minasul, Senar oferece curso de Classificação e Degustação de Café
CCCMG
02/03/2017
Fonte: Sakey Comunicação (Por Eliana Sonja com foto divulgação Minasul)
Em fevereiro foram
realizados, na
Minasul –
Cooperativa dos
Cafeicultores da
Zona de Varginha
e Região -, os
primeiros cursos
de 2017 sobre
Classificação e Degustação de Café.
Oferecido pelo Sistema Nacional de Aprendizagem Rural, o Senar, através do Sindicato dos
Produtores Rurais de Varginha, 20 pessoas participaram, sendo sete delas colaboradoras da
Minasul.
Ricardo Aloise Júnior, instrutor do Senar desde 2001, ministra o curso com o objetivo de
oferecer conhecimento sobre a área de classificação e degustação e ressalta a importância da
parceria com a Minasul, que investe há vários anos na qualificação dos seus funcionários.
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“O curso é melhor do que eu imaginava. Agora terei mais firmeza em passar as informações
aos cooperados e também posso ajudar o pessoal da classificação no período de safra”,
comenta Cleicieny Ferreira, assistente administrativa do Setor de Vendas da Minasul.
Alex Gonçalves, líder de armazém da Unidade de Negócio da Minasul na cidade de
Cambuquira, tem a mesma opinião. “O curso é bacana. É importante adquirir mais
conhecimento sobre o que a gente trabalha, ou seja, o café. Além disso, a gente pode passar
informações mais concretas aos cooperados”.
Desde 2003 o curso é realizado na Minasul nos meses de janeiro, fevereiro, março, abril,
novembro e dezembro.
MDIC: Brasil embarca 2,3 milhões de sacas de café em fevereiro
Agência Estado
02/03/2017
Tomas Okuda
A exportação brasileira de café em grão no mês de fevereiro (18 dias úteis) alcançou 2.308,2
mil sacas de 60 kg, o que corresponde a uma queda de 13,5% em relação a igual mês do ano
passado (2.668,8 mil sacas). Em termos de receita cambial, houve crescimento de 2,6% no
período, para US$ 407,3 milhões em comparação com os US$ 397,0 milhões registrados em
fevereiro de 2016. Os dados foram divulgados há pouco pela Secretaria de Comércio Exterior
(Secex), do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
Quando comparada com janeiro passado, a exportação de café em fevereiro apresenta queda
de 6,2% em termos de volume - em janeiro os embarques somaram 2.461,2 mil sacas. A
receita cambial foi 5,5% menor, considerando faturamento de US$ 431,1 milhões em janeiro
passado.
No acumulado dos dois primeiros meses de 2017, o volume exportado é de 4.770,4 mil sacas,
o que corresponde a uma queda de 7% em comparação com o primeiro bimestre de 2016
(5.130,0 mil sacas). A receita cambial, porém, é 10,26% maior no período, passando de US$
760,4 milhões em 2016 para US$ 838,4 milhões este ano.
Exportação mundial de café cresceu 6,7% em janeiro, diz OIC
Valor Econômico
02/03/2017
As exportações mundiais de café somaram 9,84
milhões de sacas em janeiro deste ano, alta de
6,72% sobre as 9,22 milhões de igual mês de 2016,
de acordo com a Organização Internacional do Café
(OIC).
Segundo a entidade, as exportações globais de café nos primeiros quatro meses do ano safra
internacional 2016/17 (outubro/16 a janeiro/17) cresceram 8,9%, para 39,98 milhões de sacas
— haviam ficado em 36,71 milhões em igual período do ciclo anterior.
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Nos 12 meses encerrados em janeiro deste ano, as exportações mundiais de café arábica
totalizaram 74,04 milhões de sacas. Em igual período um ano antes, foram 70,88 milhões de
sacas. Já os embarques globais de café robusta somaram 45,37 milhões de sacas no período,
também acima das 43,25 milhões de sacas de um ano antes.
Procafé disponibiliza mudas de café para incrementar e renovar a lavoura cafeeira
Embrapa Café
02/03/2017
Lucas Tadeu Ferreira e Jamilsen Santos
O sucesso da produção cafeeira depende
primordialmente da qualidade das mudas, que
devem ser sadias e vigorosas, para que o cafeicultor
obtenha os resultados desejados. Assim, na
formação e renovação do cafezal, o produtor deve
investir em mudas de alta qualidade genética e
sanitária, pois o sucesso da lavoura depende de boas mudas. Tecnologias para isso existem e
estão disponíveis para as diversas regiões produtoras de café no País. À medida que a
pesquisa agropecuária avança com o desenvolvimento de novas cultivares, para manter a
competitividade, novas tecnologias de produção também são aperfeiçoadas e requerem a
renovação de lavouras de café.
Nesse contexto, novas cultivares de café desenvolvidas e disponibilizadas pela Fundação
Procafé, instituição parceira do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café,
aumentam as opções de sementes e mudas com alto potencial produtivo e resistência múltipla
a pragas e doenças, características que podem incrementar a renda do cafeicultor e reduzir
custos de produção, principalmente com o emprego de defensivos agrícolas e controle
fitossanitário.
Com esses objetivos, a Procafé está produzindo mudas e sementes de cultivares de café
arábica indicadas para diversas regiões produtoras do País. Tais cultivares - Acauã, Acauã
Novo, Arara, Asa Branca, Catucaí Amarelo 2SL, Catucaí Amarelo 20/15 cv 479, Catucaí
Amarelo 24/137, Catucaiama 785/15 e Sabiá - devem ser encomendadas previamente para
que a entrega seja realizada a partir de outubro de 2017, quando o novo período chuvoso
começa e é propicio aos novos plantios. Para saber como adquirir essas mudas, entre em
contato com a Fundação Procafé pelo e-mail petherson@fundacaoprocafe.com.br ou telefone
(35) 99967-3344.
Os principais atributos positivos e as características agronômicas dessas cultivares estão
descritas no portfólio de tecnologias do Consórcio Pesquisa Café coordenado pela Embrapa
Café. Confira a seguir as cultivares com seus respectivos atributos:
Acauã – Cultivar indicada para regiões mais secas, para áreas infestadas com o nematoide M.
exigua e para locais onde o controle da ferrugem é muito necessário. Tem apresentado bom
comportamento na região do Alto Paranaíba e da Zona da Mata, Minas Gerais, e em Vitória da
Conquista, na Bahia. Por ser uma cultivar nova, é recomendável que seja plantada em
pequena escala, a fim de avaliar o seu comportamento na nova região.
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Acauã Novo - Indicada para regiões com temperaturas amenas, ou com irrigação,
espaçamento entre plantas de 0,5m a 0,7m de distância. Os resultados de ensaios de
pesquisas mostraram seu bom desempenho no Sul de Minas e boa resposta a poda. Também
pode ser utilizado na renovação de cafezais por apresentar resistência ao nematoide M.
exigua.
Arara - Em ensaios de comportamento em diversas regiões do parque cafeeiro vem mostrando
sua superioridade em produção, vigor e qualidade. Apresenta alta produtividade, percentagens
de sementes tipo moca em níveis baixíssimo (1%); em ensaios de comportamento tem
apresentado alta tolerância à seca, bebida de boa qualidade e ciclo de maturação dos frutos
tardio, além de elevada resistência à ferrugem do cafeeiro.
Asa Branca - Apresenta boa produtividade, percentagens de sementes tipo moca em níveis
aceitáveis (10%), em ensaios de comportamento tem apresentado alta tolerância à seca,
bebida de boa qualidade e ciclo de maturação dos frutos médio, além de resistência elevada à
ferrugem do cafeeiro. É indicada para regiões mais secas e de altas temperaturas,
apresentando bom comportamento em Araguari, Coromandel, Boa Esperança e Varginha,
Minas Gerais.
Catucaí - Em geral, as cultivares do grupo Catucaí (Catucaí Amarelo 2SL, Catucaí Amarelo
20/15 cv 479, Catucaí Amarelo 24/137) apresentam resistência moderada à ferrugem-do-
cafeeiro, o que significa que as plantas podem ser infectadas, mas os danos causados,
geralmente, são pequenos, não havendo grande queda de folhas. Além disso, a ferrugem pode
ser facilmente controlada por meio de pulverização com fungicidas à base de cobre, triazóis,
estrobirulinas ou pela combinação desses produtos. Modo geral, as cultivares do grupo Catucaí
apresentam boa capacidade de rebrota, elevado vigor vegetativo e alta produtividade. São
indicadas para plantios em espaçamento com 0,7m a 0,8m de distância entre plantas na linha e
para plantio largo ou adensado. Encontram-se bem adaptadas nas regiões Sul e Zona da Mata
de Minas Gerais.
Catucaiama 785/15 - Apresenta boa produtividade, resistência moderada à ferrugem e ao
nematoide M. exigua. Suas plantas têm porte baixo e bom vigor, com favas graúdas e de
maturação precoce, e não apresentam problemas graves de fechamento em plantios
adensados. É indicada para substituição de lavouras velhas, devido à resistência a
nematoides; para combinação com outros materiais genéticos, por causa da antecipação de
sua colheita; e para regiões de altitude elevadas, pela sua facilidade de estresse e floração
mesmo em regiões frias e pouco ensolaradas.
Sabiá Tardio – Tem maturação muito tardia, sementes pequenas, resistência moderada à
ferrugem-do-cafeeiro e altíssima produtividade, principalmente durante as três primeiras
produções. É recomendada para plantio em espaçamento largo, ou seja, com distâncias de
3,0m a 3,8m entre linhas e 0,7m a 0,9m entre plantas. Essa cultivar é bastante adaptada às
principais regiões cafeeiras do Estado de Minas Gerais. Cuidado especial deve ser tomado
com relação à adubação porque esse cafeeiro é bastante exigente em nutrição.
Além dessas características genéticas desejáveis de cada cultivar, a sanidade das mudas
também é outro fator de importância expressiva para a renovação do parque cafeeiro. Todos os
cuidados e técnicas de tratamento devem ser tomados para evitar pragas e doenças nas
mudas, bem como evitar o desequilíbrio entre a parte aérea e o sistema radicular das mudas,
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que é essencial no pegamento e desenvolvimento inicial da planta jovem no campo. Assim, as
mudas devem ter qualidade superior com diâmetro de caule adequado, sistema radicular
desenvolvido, folhas sadias e tamanho apropriado (com 4-6 pares de folhas).
Fundação Procafé - localizada no Sul do Estado de Minas Gerais e com sede na cidade de
Varginha, tem por objetivos principais realizar estudos e pesquisas cafeeiras nas áreas de
produção, preparo e qualidade do café, gerenciamento agrícola, diagnósticos e estudos
socioeconômicos, entre outros. Além disso, promove treinamento de pessoal ligado à
cafeicultura e realiza eventos técnico-científicos e de transferência de tecnologias diretamente
ou em parceria com órgãos públicos e privados. A Fundação Procafé executa projetos de
pesquisa de melhoramento genético, biotecnologia, otimização de manejo por podas,
mecanização, entre outros, no âmbito do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa
Café.
Encomenda das mudas - As mudas da Procafé devem ser encomendadas previamente para
que a entrega seja realizada a partir de outubro de 2017. Para adquiri-las entre em contato com
a Procafé por meio do e-mail petherson@fundacaoprocafe.com.br ou telefone (35) 99967-
3344. Leia sobre mais sobre as cultivares de café desenvolvidas pela Fundação Procafé e
outras instituições do Consórcio Pesquisa Café por meio do link
http://www.consorciopesquisacafe.com.br/index.php/2016-05-09-18-10-56.
Pesquisa estuda impacto das mudanças climáticas no cafeeiro arábica
Embrapa Informática Agropecuária
02/03/2017
Nadir Rodrigues / Colaboração: Caroline Masiero
A quantidade de flores (foto: Gabriel
Pupo Nogueira) e de grãos
produzidos pelo cafeeiro arábica
(Coffea arabica L.) pode ser
influenciada pelas mudanças
climáticas, causando alterações na
produtividade. Para entender os
efeitos dessas mudanças na
produção e na qualidade do café,
um grupo de pesquisadores de
instituições brasileiras, em parceria
com órgãos internacionais, está
estudando como o aumento da
concentração do dióxido de carbono (CO2) e a escassez de água interferem no crescimento
vegetativo e reprodutivo da planta.
Pesquisadores tomam como base que o aroma e o sabor do café, tanto quanto seus impactos
positivos na saúde humana, são atribuídos a compostos formados durante o desenvolvimento
dos grãos e a torrefação. Fatores ambientais, genéticos e de processamento definem a
concentração desses compostos nos frutos, que são responsáveis pela qualidade da bebida.
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Já se sabe que as altas temperaturas influenciam a formação de compostos aromáticos e
características como a acidez. Por isso, as pesquisas buscam identificar as relações entre o
meio ambiente e a estrutura vegetativa e reprodutiva do café arábica, com o estudo de duas
safras subsequentes. Nesse período, os cientistas vão observar como a planta floresce e
produz frutos em condições de aumento de temperatura, restrição hídrica e irrigação.
Expressão gênica: processo em que a informação hereditária codificada por um determinado
gene é decodificada – ou processada – em um produto gênico funcional, a exemplo de uma
proteína. Para que o fenótipo seja construído, é preciso que proteínas executem funções. Por
sua vez, para que essas sejam produzidas, é necessária uma sequência de aminoácidos dada
pela informação genética, que precisa ser expressa e está no genótipo (nos genes).
A partir da análise de informações experimentais, será traçada uma relação entre a estrutura
da planta e a fisiologia do carbono, os compostos metabólicos e químicos, a expressão gênica
e os atributos sensoriais da bebida produzida pelo cafeeiro. Para isso, serão usados modelos
matemáticos e aplicadas ferramentas computacionais avançadas.
Com o aumento de temperatura e de CO2 e a seca, os cafeeiros devem produzir mais.
Entretanto, a qualidade dos frutos pode variar, esclarece a especialista em fisiologia de
produção Miroslava Rakocevic, bolsista do Consórcio Pesquisa Café, na Embrapa Informática
Agropecuária. Os experimentos contemplam a simulação de cenários futuros para daqui a 50
anos. "Acredito que esse trabalho trará novos conhecimentos ecofisiológicos que beneficiarão
a comunidade científica internacional, além dos agricultores e consumidores", afirma.
O cafeeiro arábica foi escolhido por possuir maior sensibilidade ambiental e qualidade superior
ao cafeeiro robusta. A pesquisadora explica que o projeto de pesquisa multi‑institucional e
multidisciplinar prevê a quantificação dessas informações para, então, se fazer a modelagem.
"Ainda não existem informações aprofundadas sobre a arquitetura relacionada à fisiologia do
café. Por isso, estamos trabalhando com diversos métodos. A partir do momento em que
entendermos a estrutura da planta, poderemos compreender melhor seu desenvolvimento e
qualidade de grãos produzidos", avalia.
As análises da vulnerabilidade são importantes na elaboração de medidas de adaptação das
plantas e melhoria nas técnicas de manejo. Os trabalhos de campo estão sendo realizados no
experimento Free Air Carbon-dioxide Enrichment (FACE) coordenado pela Embrapa Meio
Ambiente. O FACE é um ambiente controlado que permite estudar os impactos do aumento da
concentração de CO2 na atmosfera sobre a cultura do café.
Com o apoio de Rémy Ferrandes, estudante de pós-graduação da École Supérieure
d´Agriculture d´Angers (ESA), França, e bolsista da Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), no inverno de 2015 as plantas foram
selecionadas para medições e obtenção de variáveis referentes aos atributos solo, plantas e
atmosfera. Com isso, será possível verificar tanto os impactos do aumento de CO2 quanto a
disponibilidade de água na cultura, para entender melhor a estrutura das plantações de café. A
primeira colheita dos frutos destinados à análise ocorreu entre maio e junho de 2016.
Um dos resultados será a criação de um modelo funcional-estrutural (FSPM) específico para a
espécie arábica. Esse tipo de modelagem combina os modelos baseados em processos
ecofisiológicos e os arquiteturais geométricos. Os estudos também vão ajudar na melhor
compreensão do mecanismo de indução floral, qualidade de frutos em relação à distribuição
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nas plantas, correlação com períodos de seca e identificação de substâncias que definem o
sabor do café.
Reconstrução digital
As pesquisas também usam a modelagem tridimensional (3D) com imagens digitais para a
obtenção de resultados mais rápidos e inovadores. Por meio da digitalização em 3D da área
foliar de forma automatizada, usando visão estéreo, será possível reconstruir a arquitetura foliar
das plantas e realizar estudos de fenotipagem mais rápidos, que vão ajudar na caracterização
e entendimento das funções biológicas do cafeeiro em diferentes condições ambientais.
Neste sentido, está prevista a criação de uma metodologia que auxiliará os pesquisadores na
captação das imagens digitais no campo. Assim, será gerado um conjunto de fotografias com
as características visuais necessárias para a produção das reconstruções de folhagem de
cafeeiros em 3D.
"Atualmente, modelos tridimensionais de plantas são obtidos de maneira manual, usando
técnicas que são invasivas, mais demoradas ou muito custosas. Por isso, a criação de modelos
por meio de imagens representa um ganho significativo tanto na produção de dados para um
maior número de plantas, quanto na qualidade dos resultados gerados", explica o pesquisador
da Embrapa Informática Agropecuária Thiago Teixeira Santos.
O projeto de pesquisa intitulado "Modelagem de arquitetura de cafeeiros arábica acoplada com
funções fisiológicas em dois regimes hídricos e os seus impactos na composição química e
qualidade de produto - CafeFSPM" começou em janeiro de 2015 e tem duração de quatro
anos, correspondente a dois períodos bienais de cultivo da cultura. Os resultados serão
publicados e ficarão disponíveis para o público em geral e, especialmente, para os
participantes do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café.
Liderado pela Embrapa Informática Agropecuária, este projeto conta com a parceria da
Embrapa Meio Ambiente, Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp), Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Federal de
Lavras (Ufla), Centre de Coopération Internationale en Recherche Agronomique pour le
Développement (Cirad) e Institut National de la Recherche Agronomique (Inra).
Genoma do café arábica é sequenciado nos Estados Unidos
Notícias Agrícolas
02/03/2017
Fonte: Global Coffee Report / Tradução: Jhonatas Simião
Pesquisadores dos Estados Unidos têm sequenciado o genoma da Coffea Arabica como parte
dos esforços para combater os efeitos das mudanças climáticas na produção global de café.
Embora esse não seja o primeiro caso em que o genoma do café foi sequenciado, é a primeira
vez em que os dados foram disponibilizados publicamente.
Agora, disponível para uso imediato por cientistas e criadores de plantas ao redor do mundo, a
nova sequência do genoma foi postada no Phytozome.net, uma base de dados pública de
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genômica vegetal comparativa, coordenada pelo Instituto de Genoma Conjunto do
Departamento de Energia dos EUA.
"Essa nova sequência genômica para o Coffea Arabica contém informações cruciais para o
desenvolvimento de variedades de café de alta qualidade, resistentes a doenças que podem se
adaptar às mudanças climáticas que podem ameaçar a produção global de café nos próximos
30 anos", disse Juan Medrano, um geneticista da Faculdade de Ciências Agrícolas e
Ambientais Davis UC dos Estados Unidos e co-pesquisador no esforço de sequenciamento.
"Esperamos que a sequência de C. Arabica, eventualmente, beneficie todos os envolvidos com
o café – dos cafeicultores, cujos meios de vida são ameaçados por doenças devastadoras
como a ferrugem da folha de café –, processadores de café e consumidores de todo o mundo",
disse ele.
O sequenciamento foi conduzido por meio de uma colaboração entre Medrano, os cientistas de
plantas Allen Van Deynze e Dario Cantu, e a pesquisadora pós-doutorada Amanda Hulse-
Kemp, todos da UC Davis.