O documento discute as mudanças recentes nas exportações brasileiras, com aumento nas vendas para EUA e Europa, queda para China, e retração acentuada na Argentina. A recuperação dos mercados desenvolvidos pode ajudar a economia brasileira em 2015, enquanto a desaceleração na China reflete a queda nos preços das commodities e o menor crescimento do país asiático.
1. CLIPPING – 03/09/2014
Acesse: www.cncafe.com.br
OIC: Brasil responde por 41% da exportação mundial de café arábica em julho
P1 / Ascom CNC
03/09/2014
Paulo A. C. Kawasaki
De acordo com dados preliminares do informe estatístico mensal da
Organização Internacional do Café (OIC), as exportações mundiais
da variedade arábica totalizaram 5.493.094 sacas de 60 kg em
julho de 2014, o que implicou alta de 7,78% na comparação com as
5.096.367 sacas registradas no mesmo mês de 2013, mas queda
de 3,74% frente às 5.706.742 sacas de junho deste ano.
Respondendo por 40,76% do total, o Brasil permanece na liderança absoluta das exportações
mundiais de café arábica, tendo remetido 2.238.766 sacas ao exterior em julho. Esse montante
representou crescimento de 29,09% sobre o embarcado no sétimo mês de 2013 (1.734.215 sacas),
porém recuo de 2,10% ante junho deste ano. Veja, abaixo, tabela com as exportações mundiais da
variedade ao longo dos últimos seis meses.
Conselho Nacional do Café – CNC
SCN Quadra 01, Bl. “C”, Ed. Brasília Trade Center, 11º andar, sala 1.101 - CEP 70711-902 – Brasília (DF)
Assessoria de Comunicação: (61) 3226-2269 / 8114-6632
E-mail: imprensa@cncafe.com.br / www.twitter.com/pauloandreck
2. Vietnã representa 59% da exportação mundial de café robusta em junho, aponta OIC
P1 / Ascom CNC
03/09/2014
Paulo A. C. Kawasaki
O Vietnã segue como líder das exportações mundiais de café
robusta, com seus embarques apresentando avanço de 42,65% em
julho deste ano frente ao mesmo período de 2013 (1.472.125 sacas
de 60 kg). No sétimo mês de 2014, os vietnamitas responderam por
59,36% das exportações globais de conilon, tendo comercializado 2,1 milhões de sacas com o
exterior. Os dados, preliminares, são do relatório estatístico da Organização Internacional do Café
(OIC).
De acordo com a entidade, o total embarcado por todos os países produtores, em julho passado, foi
de 3.537.651 sacas de robusta, montante 7,42% superior ao registrado no sétimo mês de 2013,
quando a exportação mundial da variedade somou 3.293.190 sacas, e 20,61% maior do que as
2.933.239 sacas de junho deste ano.
O Brasil figurou como segundo colocado no ranking mundial, em julho. No mês retrasado, o país
remeteu 420.923 sacas de conilon ao exterior, volume que implicou substancial alta de 118,37% em
relação a julho de 2013 (192.757 sacas) e representou 11,90% do total. Confira, na sequência, tabela
com os principais exportadores de robusta nos últimos seis meses.
Conselho Nacional do Café – CNC
SCN Quadra 01, Bl. “C”, Ed. Brasília Trade Center, 11º andar, sala 1.101 - CEP 70711-902 – Brasília (DF)
Assessoria de Comunicação: (61) 3226-2269 / 8114-6632
E-mail: imprensa@cncafe.com.br / www.twitter.com/pauloandreck
3. Artigo: Desafios do café em Minas Gerais
CaféPoint
03/09/2014
* Breno Mesquita
Foto: Wenderson Araujo
O Brasil é o maior país produtor de café, cujo setor registra
progressivo aumento do consumo mundial. Já
conquistamos canais efetivos com compradores de cafés
diferenciados de várias origens produtoras, sendo
fundamental, hoje, assegurar esse patamar de
comercialização.
Na próxima safra, em 2015, o setor estima que o efeito do
período de seca sobre a produção seja sentido com mais
intensidade, comprometendo a produção de café arábica
do Brasil. Caracterizada por incertezas em mercado
altamente especulativo, a atual fase implica, portanto, o desafio de manter a qualidade, como fator
determinante da obtenção de resultados satisfatórios.
A cadeia produtiva nacional é reconhecida como produtora de cafés de variados tipos e sabores, de
qualidade excelente. Café commodity, porém, com enorme valor agregado, o que significa a
conquista da condição de maior independência, valorização e equilíbrio, frente às oscilações do
mercado.
A diferenciação competitiva requer, consequentemente, o investimento em capacitação da cadeia
produtiva, para agregar conhecimentos e informações que possibilitem aos agentes tomarem
decisões, mediante grandes desafios e oportunidades. Investimento em pesquisa e tecnologia e,
cada vez mais, inovação e marketing; além de políticas públicas, para assegurar o investimento na
melhoria da qualidade do grão, nos tratos culturais e em safras bem posicionadas, dentre os
melhores cafés do mundo.
O setor produtivo tem consciência quanto ao preparo exigido para enfrentar situações desafiadoras,
em um mercado crescentemente competitivo. Todos os anos, produtores, torrefadores, exportadores
reúnem-se em eventos promovidos em Seattle (EUA), Tóquio (Japão), Melbourne (Austrália), Rimini
(Itália) e em outras cidades e países que produzem pouco ou nada do grão. Em 2013, o Brasil
realizou a primeira Semana Internacional do Café - SIC, juntamente à reunião pelo cinquentenário da
OIC (Organização Internacional do Café), atraindo para a capital mineira total de 12 mil visitantes de
70 países e R$ 70 milhões em negócios.
Em 2014, BH sediará, novamente, o evento que será realizado, de 15 a 18 de setembro, pela
FAEMG, Café Editora e Sebrae. A previsão é de geração de R$ 85 milhões em negócios e
incremento de 15% sobre os resultados de 2013. Esta será, certamente, oportunidade valiosa de
reunir a cafeicultura brasileira e compradores internacionais, mostrando ao mundo a qualidade do
produto nacional. Uma das principais novidades da edição é o 1º Fórum de Agricultura Sustentável
que debaterá o desenvolvimento integrado da cadeia produtiva, com olhar voltado, especialmente,
aos aspectos econômico, social e ambiental.
Na outra ponta da cadeia, o Cafeteria Gourmet oferecerá capacitação técnica e orientação em
planejamento de negócios para empreendedores de food service. A iniciativa de abrangência
internacional demonstra devido entendimento do setor cafeeiro, quanto à relevância de unir esforços
para a troca de conhecimentos, planejamento de longo prazo e constante capacitação profissional
dos agentes da cadeia produtiva.
* Breno Mesquita é diretor da FAEMG e presidente das Comissões de Café da FAEMG e da CNA.
Conselho Nacional do Café – CNC
SCN Quadra 01, Bl. “C”, Ed. Brasília Trade Center, 11º andar, sala 1.101 - CEP 70711-902 – Brasília (DF)
Assessoria de Comunicação: (61) 3226-2269 / 8114-6632
E-mail: imprensa@cncafe.com.br / www.twitter.com/pauloandreck
4. Cenário de exportação muda com alta para EUA e Europa e queda para China
Valor Econômico
03/09/2014
Denise Neumann
Os dados da balança comercial do último quadrimestre mostram uma mudança nos destinos da
exportação brasileira. Há recuperação nos embarques para Estados Unidos e União Europeia e uma
inédita queda nas vendas para a China, além do aprofundamento da retração no comércio com a
Argentina. E como a parte benigna desse cenário - a melhora da atividade nos países desenvolvidos -
continuará presente em 2015, ela pode ajudar a economia brasileira.
Depois de anos de crescimento, as vendas para a China recuaram, influenciadas pela queda no
preço da soja e do minério de ferro, movimento que também é reflexo do menor crescimento do país
asiático. De janeiro a abril deste ano (sobre igual período de 2013), as exportações para a China
ainda cresceram 13%, mas no segundo quadrimestre recuaram 8,8%. No acumulado do ano, o
resultado é um pequeno crescimento de 0,9%, muito abaixo da alta de dois dígitos dos últimos anos
Parte da diferença entre os quadrimestres decorre da antecipação dos embarques de soja (após
crescer 42% nos primeiros quatro meses, a exportação do grão recuou 13% de maio a agosto,
sempre em relação a 2013), mas nos últimos meses há recuo em outras commodities, como minério
de ferro e açúcar.
"A queda no preço das commodities foi generalizada e afetou o comércio com a China", observa
Fabio Silveira, economista-chefe da GO Associados. Mais que a desaceleração da economia
chinesa, a retração decorre da expectativa de alta dos juros americanos. A tendência, diz Silveira, é
de novos recuos nas cotações desses itens.
Luís Afonso Lima, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e
Globalização Econômica (Sobeet), afirma que 70% da exportação brasileira para a China é de soja e
minério de ferro. Este ano, em média, o preço de exportação da soja foi 4% menor, enquanto a queda
no minério passa de 15%, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
"O comércio com os chineses está desacelerando por fatores não tão conjunturais, pois envolve tanto
preço como volume", diz Lima. Segundo ele, o menor crescimento em quantidade está relacionado à
transição que o governo chinês está fazendo na economia e que visa aumentar o peso do consumo
doméstico no Produto Interno Bruto (PIB).
Se a exportação para a China perde fôlego e os embarques para a Argentina caem cada vez mais, há
sinais de recuperação das vendas para os mercados mais ricos. Sem petróleo, a venda de produtos
Conselho Nacional do Café – CNC
SCN Quadra 01, Bl. “C”, Ed. Brasília Trade Center, 11º andar, sala 1.101 - CEP 70711-902 – Brasília (DF)
Assessoria de Comunicação: (61) 3226-2269 / 8114-6632
E-mail: imprensa@cncafe.com.br / www.twitter.com/pauloandreck
5. brasileiros para os Estados Unidos manteve, nos dois quadrimestres, alta de 14% sobre o ano
passado, o que indica uma recuperação bem consistente.
Com petróleo, o aumento foi de 16% no primeiro quadrimestre e 5,3% no segundo, mas como o
volume do produto é muito volátil, ele esconde, um pouco, a recuperação nos outros itens. O Brasil
está vendendo mais aviões, produtos de ferro e aço, celulose, máquinas e motores para os
americanos.
"Nas exportações para os americanos, ocorre o inverso da China, pois o Brasil está vendendo mais
celulose, soja e café", diz Silveira, listando diferentes commodities. Esse aumento, que também inclui
alguns manufaturados, já é reflexo da retomada da economia americana, acrescenta o economista.
"Qualquer suspiro no mercado internacional nos ajuda", afirma.
Também para a União Europeia há uma reversão positiva. Nos primeiros quatro meses do ano, a
exportação para a região caiu quase 11%, em relação a igual período de 2013. Mas no segundo
quadrimestre (sobre o segundo do ano passado), o resultado se inverte e vira um pequeno
crescimento de 1,3%. Em bens intermediários, a exportação caiu 7,7% nos primeiros quatro meses e
cresceu 7% no período de maio a julho (o dado desagregado de agosto não está disponível), sempre
em relação ao mesmo período do ano passado.
A recuperação para os mercados desenvolvidos, diz Bruno Lavieri, economista da Tendências
Consultoria, está relacionada com a recuperação das respectivas economias, por enquanto mais forte
nos Estados Unidos. "O Brasil poderia estar surfando mais nessa onda, mas isso não acontece pela
falta de acordos internacionais. A política comercial dos últimos anos ficou muito focada no Mercosul",
afirma.
Por conta dessa orientação o país foi tão fortemente atingido pela crise argentina. As exportações
para o vizinho estão caindo cada vez mais. De janeiro a abril, a retração foi de 17,3%. No segundo
quadrimestre, a queda subiu para 30%. Em valores, no ano, o Brasil perdeu US$ 3,2 bilhões em
vendas para o parceiro do Mercosul.
O quadro por destino desenhado no segundo quadrimestre mostra uma mudança em relação ao ano
passado e aponta, um pouco, o cenário que pode ser esperado para o próximo ano, especialmente
quanto à recuperação dos embarques para as economias desenvolvidas.
Pelo critério de média diária, no ano passado, o Brasil vendeu 10,8% mais para a China e 8,1% mais
para a Argentina, enquanto as exportações para Estados Unidos e União Europeia recuaram, 8,1% e
3,5%, respectivamente. No caso dos EUA, descontando o petróleo, o resultado de 2013 foi de
estabilidade: 0,2% a mais em relação a 2012.
Para os economistas, a recuperação para os países desenvolvidos pode ser mais permanente na
pauta exportadora e a tendência para a China é de crescimento, ainda que em ritmo menor que o
registrado nos últimos anos. Além do câmbio, que ajudou a melhorar um pouco a competitividade do
exportador brasileiro, e deve ajudar ainda amais no próximo ano, a própria retração do mercado
brasileiro pode incentivar exportações em 2015.
"O que realmente determina o comércio é a demanda, e ela está em recuperação nos EUA e em
alguns países europeus, enquanto o modelo de foco no mercado interno brasileiro está
comprometido", afirma Lima, da Sobeet. Para a Europa ele espera reforço da exportação de carnes,
entre outros itens.
Silveira, da GO Associados, lembra que no próximo ano a saída para a economia brasileira passa
pelo setor externo. "A própria crise doméstica, aliada a um câmbio mais desvalorizado, vai ajudar na
melhora da balança comercial", diz. "As empresas, diante do esgotamento da demanda interna, vão
começar a olhar mais para o mercado externo."
Outra ajuda, avalia o economista, virá do petróleo, que já está ajudando as exportações este ano e
que continuará um ponto positivo em 2015. Silveira projeta déficit comercial de US$ 1 bilhão este ano
Conselho Nacional do Café – CNC
SCN Quadra 01, Bl. “C”, Ed. Brasília Trade Center, 11º andar, sala 1.101 - CEP 70711-902 – Brasília (DF)
Assessoria de Comunicação: (61) 3226-2269 / 8114-6632
E-mail: imprensa@cncafe.com.br / www.twitter.com/pauloandreck
6. e saldo positivo de US$ 3 bilhões em 2015, com aumento de 3% nas exportações e câmbio na faixa
de R$ 2,40 a R$ 2,45.
Nas projeções da Tendências, a exportação brasileira encerrará 2014 com queda de 1% em relação
ao ano passado. Nesse cenário, o comércio com a China se mantém semelhante à media do ano,
quando aumentou apenas 0,9%, explica Lavieri.
Leia mais em: http://www.valor.com.br/brasil/3680334/cenario-de-exportacao-muda-com-alta-para-eua-
e-europa-e-queda-para-china#ixzz3CGW3KFvz
Sob nova direção, Bolsa de Nova York enxuga estrutura para sobreviver
Valor Econômico
03/09/2014
Por Bradley Hope | The Wall Street Journal
Um dia após assumir o controle da New York Stock
Exchange, a bolsa de valores de Nova York (foto: Scott
Eells/Bloomberg), o diretor-presidente e presidente do
conselho de administração da Intercontinental Exchange
Inc., Jeffrey Sprecher, encarregou seu braço direito,
Thomas Farley, de remodelar esse ícone do capitalismo
criado há 222 anos.
Ao chegar ao prédio na esquina da Wall Street com a
Broad Street, no sul de Manhattan, Farley se sentiu
perdido num labirinto de corredores e salas, onde os
funcionários não interagiam com os colegas. Em poucos minutos, Farley tomou uma decisão: mudar
completamente esse lugar.
Desde então, Farley e seu chefe vêm empreendendo uma renovação total da antiga Nyse Euronext,
comprada por US$ 8,2 bilhões. Eles querem reduzir a empresa, simplificar suas operações e
reformular sua cultura. O número de funcionários e terceirizados, por exemplo, já recuou de 4.000
para cerca da metade.
Da equipe de 22 pessoas que dirigia a Nyse Euronext antes da aquisição, apenas 3 ainda trabalham
na ICE. Grande parte do que o ex-diretor-presidente da Nyse, Duncan Niederauer, que saiu da
empresa na sexta-feira passada, fez nos últimos sete anos está sendo desfeito por Sprecher e Farley.
Niederauer não quis comentar.
Alguns veem as mudanças como um sinal que os dias de pregão na bolsa de Nova York, onde
especialistas ainda fazem um pequeno número de negócios, estão contados ou que a ICE vai vender
a bolsa.
Sprecher diz querer que a bolsa, conhecida como Big Board, fique ainda melhor na sua
especialidade: ajudar as empresas americanas a levantar capital e encorajar as pessoas a investir
nelas.
Para chegar lá, US$ 80 milhões serão investidos em renovação para transformar o interior reservado
da Nyse num lugar moderno, com áreas abertas e salas de conferência com paredes de vidro.
Escritórios executivos serão transformados em espaços para as empresas com ações negociadas na
Nyse.
Alguns executivos que foram afastados com a aquisição dizem que a ICE está indo rápido demais.
Para a empresa, "tudo é uma questão de lucro", diz Paul Cassell, antigo diretor de tecnologia da
informação da Nyse Euronext nos Estados Unidos, que saiu no fim de 2013.
Conselho Nacional do Café – CNC
SCN Quadra 01, Bl. “C”, Ed. Brasília Trade Center, 11º andar, sala 1.101 - CEP 70711-902 – Brasília (DF)
Assessoria de Comunicação: (61) 3226-2269 / 8114-6632
E-mail: imprensa@cncafe.com.br / www.twitter.com/pauloandreck
7. Muitos questionam o quanto a ICE poderá realizar considerando o quanto a Nyse já perdeu de
importância. Há dez anos, a bolsa era responsável por cerca de 80% dos negócios com ações nos
EUA. Hoje, tem 20% do mercado.
"Muita gente fala que somos ingênuos", diz Sprecher, um engenheiro químico de 59 anos que montou
a ICE em 2000, como uma plataforma on-line para o mercado de energia. Ele diz que haverá mais
mudanças.
Sprecher diz que quer unificar em apenas duas as cinco bolsas de valores e opções que a Nyse
Euronext ainda tem. Ele também quer se concentrar mais em ajudar as empresas a negociar suas
ações na bolsa - e menos na rotina diária de compra e venda de ações.
O executivo acredita que ficou muito complicado operar com ações, então está planejando também
uma série de ajustes internos para simplificar as operações. Ele é um grande defensor de mudanças
regulatórias para trazer as transações que ocorrem em ambientes privados, as chamadas "dark
pools", de volta para bolsas públicas como a Nyse.
Kenneth Langone, um dos fundadores da varejista de produtos para casa Home Depot Inc. e ex-diretor
da Nyse, é cético quanto à recuperação do domínio da Nyse porque os mercados financeiros
modernos não precisam mais de instituições físicas onerosas para efetuar operações.
"Ela é uma sombra do que já foi", diz Langone. "Você pode atirar uma bola de boliche no pregão e
não atingir ninguém."
A ICE afirma que os desafios são a razão principal das contínuas mudanças. A Nyse precisa ser
menos apegada às próprias tradições, diz Sprecher, que deu ordens estritas a Farley quando o
colocou no comando do Nyse Group Inc., no lugar de Niererauer. "Disse a ele que queria que a nossa
cultura fosse aquela que sobrevivesse", diz Sprecher.
Farley cortou o serviço de refeições para funcionários, a opção de trabalhar em casa e as viagens de
negócios, principalmente para o exterior. Todos os pedidos de viagem são agora analisados, segundo
pessoas a par do assunto.
Em 2007, Sprecher contratou Farley para transformar a New York Board of Trade, onde os futuros de
commodities como algodão, café, açúcar e cacau eram negociados desde o século XIX, numa
plataforma eletrônica moderna. Farley fechou o pregão histórico da NYBOT. A ICE comprou a
NYBOT em 2006 por US$ 1 bilhão.
Quando a ICE anunciou a aquisição da NYSE Euronext, no fim de 2012, o primeiro alvo foi a London
International Financial Futures and Options Exchange, a bolsa de Londres, conhecida como Liffe. A
bolsa se encaixou perfeitamente na constelação de bolsas de derivativos globais e operações de
compensação da ICE. Em 2013, a empresa teve faturamento de US$ 1,67 bilhão e lucro de US$ 254
milhões.
A Nyse, porém, é um caso mais problemático. Devido a regras mais restritas e concorrência mais
acirrada, as bolsas de valores não são tão lucrativas quanto as de derivativos. Alguns analistas
previram que a ICE tentaria vender a Nyse.
Em vez disso, Sprecher decidiu desmontar o trabalho de seus predecessores. Enquanto antigos
executivos da Nyse tentaram diversificar oferecendo tecnologia e novos dados de mercado para os
chamados operadores de alta frequência, Sprecher está freando essas iniciativas.
Ele quer posicionar a Nyse como uma plataforma mais simples para investidores e empresas. Ele
acredita que ajudará a bolsa a atrair mais aberturas de capital. Em junho, a bolsa venceu a batalha
pela primeira oferta pública de ações do gigante de internet chinês Alibaba Group Holding Ltd., que
deve acontecer no fim do mês e pode levantar mais de US$ 20 bilhões.
Conselho Nacional do Café – CNC
SCN Quadra 01, Bl. “C”, Ed. Brasília Trade Center, 11º andar, sala 1.101 - CEP 70711-902 – Brasília (DF)
Assessoria de Comunicação: (61) 3226-2269 / 8114-6632
E-mail: imprensa@cncafe.com.br / www.twitter.com/pauloandreck
8. Sprecher e Farley dizem que a presença de corretores na Nyse é uma grande vantagem para atrair
aberturas de capital.
Analistas dizem que as ofertas de ações podem ser uma fonte constante de faturamento, mas a
saúde do negócio em geral depende do volume de operações. A ICE também corre o risco de
desagradar os operadores de alta frequência, que geram um grande volume de negócios.
Se a reforma não gerar lucro rapidamente, Sprecher pode vender a Nyse, dizem muitos. Ele, contudo,
afirma que não planeja vender a bolsa e que não voltará atrás nas mudanças.
Leia mais em: http://www.valor.com.br/impresso/wall-street-journal-americas/sob-nova-direcao-bolsa-de-
nova-york-enxuga-estrutura-para-sobr#ixzz3CGVVDYvk
Preço mais alto revive cultivo do café na África
The Wall Street Journal
03/09/2014
NICHOLAS BARIVO
Conselho Nacional do Café – CNC
Numa propriedade rural de
menos de um hectare em
Uganda, o agricultor
Stephen Musoke planeja as
próximas etapas de sua
plantação de café — uma
das muitas que voltaram a
produzir no leste da África,
graças à alta do preço do
produto.
Só neste ano, os preços do
robusta, a variedade mais
barata, que é usada no café
instantâneo, subiram 17%
em Londres. Já os preços
do tipo arábica, mais caro e
com sabor mais acentuado,
saltaram mais de 53%
devido ao receio de que a
seca histórica que aflige o
Brasil, o maior produtor do
mundo, cause uma
escassez global do grão.
A alta dos preços observada
desde 2010 vem
promovendo uma volta
acelerada da produção de
café nos países da África
Oriental. A Autoridade de
Desenvolvimento do Café
de Uganda informa que os
produtores voltaram a
plantar café em milhares de
hectares de áreas que
estavam abandonadas.
Além disso, o órgão estatal
afirmou que um recorde de
SCN Quadra 01, Bl. “C”, Ed. Brasília Trade Center, 11º andar, sala 1.101 - CEP 70711-902 – Brasília (DF)
Assessoria de Comunicação: (61) 3226-2269 / 8114-6632
E-mail: imprensa@cncafe.com.br / www.twitter.com/pauloandreck
9. 27 milhões de pés de café foram plantados em áreas novas, um aumento de quase 8% em relação
aos 350 milhões de pés de café já existentes no país, segundo a agência.
A história se repete em toda a região produtora de café do leste da África, incluindo Quênia, Ruanda
e Tanzânia, afirma a Associação Africana de Cafés Finos, uma agência regional.
O renascimento da produção africana pode ajudar a restaurar a estabilidade do mercado mundial de
café. A África era responsável por cerca de 30% da produção de café do mundo, mas o setor entrou
em colapso na década de 70 em meio a uma queda nos preços, deixando o mundo cada vez mais
dependente da safra brasileira. O novo aumento da produção numa parte diferente do mundo pode
garantir um suprimento mais regular do produto.
"Os produtores africanos têm a chance de aproveitar essa oportunidade com o contínuo crescimento
do déficit global [de café]", diz David Muwonge, vice-diretor-executivo da Nucafe, a associação dos
cafeicultores ugandenses. "Mas os produtores precisam de mais apoio para obter crédito se quiserem
exercer todo seu potencial."
A Uganda vende café principalmente para Europa, Estados Unidos e Ásia. Os maiores compradores
do café padrão são a suíça Sucafina SA e a Olam International Ltd. O32.SG +1.15% , de Cingapura,
enquanto os tipos especiais vão para empresas como Starbucks Corp. SBUX +0.41% e Nestlé SA
NESN.VX +0.63% . Há pelo menos dois milhões de cafeicultores em Uganda, a maioria em
pequenas propriedades.
Musoke, que tem 40 anos, herdou de seu pai as suas terras em Mityana, na região central de
Uganda, há cerca de 15 anos. Em 2007, quando os preços do café caíram, ele foi trabalhar na
capital, Kampala, deixando a propriedade aos cuidados de parentes. Com a recuperação dos preços,
Musoke decidiu voltar em 2012. Encontrou a plantação praticamente tomada pelo mato. Pegou um
pequeno empréstimo em 2013 para comprar fertilizantes e observou uma diferença imediata. A
produtividade e os preços voltaram a subir. "Os preços têm sido uma surpresa agradável aos
produtores. É muito animador", diz.
A produção de café no leste da África deve avançar cerca de 18% e atingir 14,5 milhões de sacas na
safra 2014-15. Ela pode subir mais 15% na próxima safra, com o aumento da área plantada e
melhoria dos métodos de produção, afirma a Associação Africana de Cafés Finos.
Emanuel Musaka, que tem meio hectare de terra perto de Kampala, já pensou em trocar seus pés de
café por culturas com retorno mais rápido, como cereais e grãos, mas agora planeja dobrar a área
plantada com café na próxima safra se o preço continuar "bom". Mas ele ainda tem dúvidas: "Os
preços do café são muito imprevisíveis."
Depois de passar anos abaixo de US$ 1 por libra-peso, os preços de algumas variedades de arábica
voltaram a subir em 2010 e dispararam em 2012 — para bem mais de US$ 2,50 a libra-peso —, com
problemas climáticos que atingiram as lavouras da América Central e Ásia. Eles aí voltaram a cair
para abaixo de US$ 1. Agora, os preços globais subiram de novo para mais de US$ 2 com a oferta
limitada pela seca no Brasil.
Mas uma próxima safra volumosa no Brasil poderia derrubar novamente os preços, dificultando os
investimentos de longo prazo necessários no café.
"Correr para plantar uma cultura de longo prazo por causa de infortúnios em outra área pode ser
contraproducente", diz Andy Kristian Agaba, diretor-presidente da Hiinga Microfinance, uma empresa
americana de microcrédito que fornece pequenos empréstimos, de cerca de US$ 200, para
produtores na África. "Os preços das commodities são tão voláteis que os produtores precisam
diversificar para minimizar ou cobrir seus riscos."
Numa aposta para garantir o melhor retorno possível, produtores de café no mundo todo estão
desenvolvendo cafés especiais, com sabores mais acentuados e únicos, que podem ter um prêmio
financeiro em relação aos grãos de valor menor.
Conselho Nacional do Café – CNC
SCN Quadra 01, Bl. “C”, Ed. Brasília Trade Center, 11º andar, sala 1.101 - CEP 70711-902 – Brasília (DF)
Assessoria de Comunicação: (61) 3226-2269 / 8114-6632
E-mail: imprensa@cncafe.com.br / www.twitter.com/pauloandreck
10. Países latino-americanos como Colômbia, Equador, Guatemala e México respondem por mais de
50% desse mercado de café gourmet.
Mas os produtores africanos não estão acomodados. Nos últimos cinco anos, os do leste da África,
com a assistência de compradores como Starbucks, ED&Man Holdings Ltd. e Nestlé, vêm se
esforçando para aprimorar a qualidade através da melhoria de métodos agrícolas e da introdução de
variedades mais produtivas de café. A participação do leste da África no mercado de cafés especiais
está agora em 15%, comparado com 7% em 2012, segundo o Ecobank, um banco pan-africano.
Musoke está otimista. "Meu futuro está na plantação e, do jeito que as coisas estão, eu não vou
abandoná-la de novo", diz ele.
Conselho Nacional do Café – CNC
SCN Quadra 01, Bl. “C”, Ed. Brasília Trade Center, 11º andar, sala 1.101 - CEP 70711-902 – Brasília (DF)
Assessoria de Comunicação: (61) 3226-2269 / 8114-6632
E-mail: imprensa@cncafe.com.br / www.twitter.com/pauloandreck