O documento discute diferentes abordagens para planejamento na educação infantil, criticando aqueles focados em atividades ou datas comemorativas. Defende um planejamento baseado em contextos educativos que favoreçam a exploração e aprendizagem das crianças, considerando interações qualitativas e espaços significativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Planejamento na educação infantil
1. Planejamento na Educação Infantil...
Mais que atividade, a criança em
foco.
Luciana Esmeralda Ostetto
2. Planejamento baseado em listagem
de atividades
Preocupação do educador em preencher o tempo
da criança;
Planejamento diário, sem uma sequência lógica;
Prática pedagógica = hora da atividade
Não tem princípio educativo explícito
Criança passiva, sem necessidades específicas
Educação assistencialista – guarda da criança
Perfil de educador: aquele que reivindica
modelos de atividades prontos.
3. Planejamento baseado em datas
comemorativas
Planejamento direcionado pelo calendário
Datas importantes do ponto de vista do adulto
Qual o critério de escolha das datas? História dos
vencedores, dos heróis, que privilegia
concepções dominantes.
Datas comerciais
Fragmentação dos conhecimentos: professores
passam de um tema a outro de repente.
Professor repetidor – proposta tediosa
Massifica e empobrece o conhecimento
Repete-se a prática de atividades
diárias, listagens de atividades.
4. Planejamento baseado em aspectos
do desenvolvimento
Planejamento que indica aspectos físico-motor, afetivo,
social e cognitivo.
Preocupação em caracterizar a criança pequena dentro de
parâmetros psicológicos.
Estimulação é a palavra chave.
Esta proposta, ao mesmo tempo que já considera
particularidades do desenvolvimento infantil, desconsidera
questões relacionadas à construção do conhecimento.
Toma um único padrão de normalidade de criança, uma
referência universal de desenvolvimento – criança ideal.
Desconsidera a criança real, concreta, historicamente
situada, com características diferenciadas, determinadas
pelo seu contexto ou origem socio-cultural.
Avanço em relação a outras propostas. Contudo, busca
criança perfeita.
5. Planejamento baseado em temas
O tema é desencadeador ou gerador de
atividades propostas às crianças;
Preocupação com o interesse da criança;
Delimita-se temas significativos para as crianças;
Sequências de atividades semanais;
Em alguns casos, a escolha do tema vira
pretexto para o educador continuar listando
atividades.
Pode tornar-se camisa de força;
O que é significativo para crianças de 5 anos é
também para crianças de 2 anos?
6. Planejamento baseado em conteúdos organizados
por áreas de conhecimento
Final dos anos 80, início dos anos 90;
Defesa da pré-escola como espaço pedagógico;
Contribuir para a universalidade de
conhecimentos socialmente acumulados;
O planejamento segue apontando noções a
serem trabalhadas na pré-escola, contemplando
conteúdos básicos das quatro grandes áreas do
conhecimento: língua
portuguesa, matemática, ciências sociais e
naturais.
Trabalho intencional com as crianças.
Problema da proposta: e os bebês?????
7. Possibilidades
Que direção imprimir ao trabalho? O que
considerar no planejamento? Como organizá-lo?
Tudo vai depender do educador: do compromisso
que tem com sua profissão, do respeito que tem
pelo grupo de crianças, das informações de que
dispõe, da formação que possui, das relações
que estabelece com o conhecimento, dos valores
nos quais acredita...
O planejamento não é bom ou ruim em si...
Relação de respeito e afetividade com as
crianças;
Partilhar da aventura em busca do
conhecimento, construir a identidade de um
grupo junto às crianças;
8. Mais do que conteúdos, o planejamento na
Educação Infantil é essencialmente
linguagem, formas de expressão e leitura do
mundo que nos rodeia.
Formular perguntas, viver com a dúvida
(crianças);
Propostas de planejamento que contemplem o
cuidar e o educar como objetivos indissociáveis –
um chão para o educador;
“ao atender o bebê, o adulto não apenas lhe dá
cuidado físico mas o insere no mundo simbólico
de sua cultura ao interpretar suas
expressões, gestos, posturas”
O pedagógico não está na atividade em si, mas
sim na postura do educador...
9. Não é a atividade em si que ensina, mas as
interações, a troca de experiências, o partilhar
significados.
O pedagógico não está somente no que é
observável – MUITO IMPORTANTE!!!!!!!!!!
O pedagógico perpassa todas as ações:
limpar, lavar, trocar, alimentar, colocar para
dormir... Dependendo de como são feitas essas
ações.
10. “Neste contexto, na instituição de educação infantil
deve haver espaço para as diversas linguagens e
para a brincadeira. Aliás, ao falarmos em
planejamento, é bem oportuno perguntar: quanto
temos brincado com as crianças? Ensinamos as
crianças a brincar? Permitimos que brinquem?
Ajudamos o grupo de crianças a estruturar repertórios
que enriqueçam suas brincadeiras?
Há, enfim, espaço para a criançao de
brincadeiras, nas nossas salas, nos diversos
ambientes da instituição em que trabalhamos com as
crianças? Como garantir essa articulação? Como
garantir a especificidade dessa instituição? E a
linguagem? O que temos feito dela em nossas salas
de trabalho? Quantas formas de expressão ganham
lugar no dia-a-dia com a criança? Há espaço para a
diversidade de dizeres e saberes das crianças? Há
espaço para as cores do arco-íris ou para azuis e
amarelos, somente? Pode rabisco? E sol com olhos e
11. Tendo no horizonte esses entendimentos e
questionamentos, na tentativa de romper com a tão
enraizada “hora da atividade”, fomos ampliando a
compreensão do cotidiano educativo, concordando
que (...) a atividade educativa da creche não ocorre
apenas em momentos especialmente planejados
para tal, o horário das “atividades pedagógicas”,
mesmo que tais atividades já tenham sua concepção
ampliada e modificada para incluir as brincadeiras e
os passeios da crianças ou a confecção de um bolo
por estas etc. A atividade educativa da creche
também inclui o que se passa nas trocas afetivas
entre adultos e acrianças, durante o banho, às
refeições, no horário de entrada e em outras
situações. O educador e o bebe interagindo enquanto
este está tomando banho, ou as crianças
conversando durante o almoço, estão trocando
12. Chegamos à conclusão de que planejar na educação
infantil é planejar um contexto educativo, envolvendo
atividades e situações desafiadoras e significantes
que favoreçam a exploração, a descoberta e a
apropriação de conhecimento sobre o mundo físico e
social. Ou seja, nesta direção o planejamento estaria
prevendo situações significativas que viabilizem
experiências das crianças com o mundo físico e
social, em torno das quais se estruturem interações
qualitativas entre adultos e crianças, entre crianças e
crianças, e entre crianças e objetos/mundo físico.
Nessa perspectiva, outro ponto que passamos a
incluir foi a previsão do espaço. Embora se diga que
planejar implica pensar também “onde” e “quando vai
se desenvolver uma ação, esse aspecto não era
previsto comumente pelos educadores e por nós.
Então passamos a explicitá-lo como elemento
fundamental do planejamento. Como perceber as
situações significativas? O ponto de partida é a
observação das crianças: o que buscam saber sobre
o mundo à sua volta, quais suas preocupações e que