2. Estrutura do livro
• Conteúdo
I. História primitiva (1–11)
A. A criação (1–2)
B. A queda (3–11)
1. A causa (3)
2. Os efeitos (4–11)
II. História patriarcal (12–50)
A. Abraão (12–25)
B. Jacó (26–36)
C. José (37–50)
3. Estrutura e relacionamento dentro do próprio
livro (tAdl.At)
I. A história da criação (1:1–2:3)
II. As gerações dos céus e da terra (2:4–4:26)
III. As gerações de Adão (5:1–6:8)
IV. As gerações de Noé (6:9–9:29)
V. As gerações dos filhos de Noé (10:1–11:9)
VI. As gerações de Sem(11:10–26)
VII. As gerações de Terá (11:27–25:11)
VIII. As gerações de Ismael (25:12–18)
IX. As gerações de Isaque (25:19–35:29)
X. As gerações de Esaú (36:1–37:1)
XI. As gerações de Jacó (37:2–50:26)
4.
5. Implicações
• O movimento em cada uma das dez seções é da
fonte para a corrente, da causa para o resultado,
do progenitor para o progênie.
• Além disso, objetivo do texto é enfatizar
movimento, um plano, algo em progresso e
moção . O que está em movimento é nada menos
que os estágios iniciais de um plano divino, um
plano que tem suas raízes na criação.
6. • A fórmula toledot fornece uma maneira
histórico-redentiva de olhar o passado como
uma série de eventos interrelacionados.
• Deus começa com Abraão, por exemplo, um
processo cujo clímax está num futuro distante.
7. Estrutura literária
• Quando consideramos a linha narrativa da
história de Gênesis, o episódio pivô é a eleição
de Abraão. Ele se torna uma ponte entre a
história primeva e a patriarcal, entre as
orígens das nações da terra e a origem da
nação escolhida.
• Do universal (torre de Babel) para o familiar
(filho de Terá).
8. Tema teológico central de Gênesis
• Uma mensagem unificada que considera Deus
como um Criador e Salvador benevolente cuja
eleição de Abraão, Isaque e Jacó é um
cumprimento nuclear da intenção divina para
a família humana universal de antemão
anunciada na criação.
9. Temas teológicos em Gênesis
• Deus e o mundo
– Deus é o Criador de tudo que existe, incluindo o
tempo e o espaço, e ele modela a vida de Seu
mundo a fim de realizar seus objetivos para a terra
e seus habitantes. O Criador transcende sua
criação física. Ele não é equivalente ao mundo
material e seus processos e nem subserviente a
eles.
10. – Contudo, o Senhor tem um relacionamento com
Sua criação material pela superintendência e
envolvimento.
– Ele também é Aquele que tem demandas morais e
torna aqueles criados à Sua imagem responsáveis
pelas suas escolhas.
11. • A vida humana
– É a Imago Dei que define o humano. A
humanidade é única e unicamente representa a
Deus. A humanidade é criatura, mas vivificada
pelo sopro divino.
– Isso implica em igualdade total entre os humanos,
inclusive entre o homem e a mulher.
12. – Embora criados à imagem e semelhança de Deus,
os seres humanos não são autônomos, mas vivem
sob a lei divina.
– Deus criou a humanidade como uma comunidade,
marido e mulher, vivendo em harmonia. Foram
criados para desfrutarem do relacionamento de
uns para com os outros e com Deus.
13. • Pecado
– O mal é alheio à “boa” criação de Deus; não se
originou com Deus ou o homem. A condição
humana de autonomia egoísta e degeneração
moral teve sua origem como evento numa escolha
de Adão que impactou tudo ao seu redor. O
pecado nem sempre existiu. O pecado resulta na
punição divina, incluindo derrota, trabalho
doloroso e morte.
14. • Aliança
– No caso de Abraão, a aliança forma uma
relacionamento único entre o Senhor e o patriarca
que impacta profundamente o futuro da família
abraâmica.
15. • O caráter universal da aliança.
Gênesis 8:15-20
a. E Deus disse a Noé (8:15)
b. Sai da arca (8:16)
c. E Noé saiu (8:18)
d. E Noé construiu um altar ao Senhor (8:20)
e. E Deus abençoou Noé (9: 1)
f. “Sê frutífero e multiplique-se” (9:1)
g. “Eu estabelecerei minha aliança contigo e
com a tua semente" (9:9)
Gênesis 12:1-7
a. E Deus disse a Abraão (12:1)
b. Sai da tua terra (12:1)
c. E Abraão saiu (12:4)
d. E Abraão construi um altar ao Senhor(12:7)
e. “E eu te abençoarei" (12:2)
f. “Eu farei de ti uma grande nação" (12:2)
g. “Eu darei a tua semente esta terra" (12:7)
16. • Tanto Noé quanto Abraão representam novos
começos no curso dos eventos registrados em
Gênesis. Ambos são marcados pela promessa de
bênção e seu dom da aliança.
• A aliança é um retorno às promessas originais.
Uma vez mais no Sinai, como tinha feito no
passado, Deus está em operação restaurando Sua
comunhão com a humanidade e trazendo a
humanidade de volta a Ele (Gn 15:7; Ex 20:1).
17. • A aliança abraâmica é eterna (17:7,8).
– Parte de Deus: descendência e fidelidade eterna (17:4-8)
– Parte de Abraão: obediência ao sinal da aliança (17:11)
– Resposta inicial de Abraão: falta de fé (17:17a)
– Resposta final: obediência (17:23)
18. • Promessas
– As promessas patriarcais (primeiro em 12:1–3) são
diligentemente preseguidas pelo autor à medida
que ocorrem repetidamente na cadeia narrativa
de Abraão (e.g., 12:7; 13:15–17; 15:7–21; 17:4–8;
22:16–18), Isaque (26:2–4) e Jacó (28:13–14;
35:9–12), e José (46:1–4).
19. • Ao longo de todas as histórias patriarcais, as
promessas são a primeira preocupação.
• O significativo papel desempanhado pelos
patriarcas na história da redenção é feito mais
proeminente pela constante ênfase na promessa
divina. Afinal, o interesse é profético e não
histórico.
• Gênesis termina no Egito e o Pentateuco na
morte de Moisés na fronteira de Canaã. Assim,
mais do que um livro de cumprimento, o
Pentateuco é um livro de promessa (Relação AT-
NT).
20. • Assim, no cerne temático-teológico
do livro estão as promessas divinas
da benção, semente e terra para
Abraão e seus sucessores.
21. • Bênção
– Início (1:22,28) e fim de Gênesis (48:28).
– O engano (27) e o pleito de Jacó (32:26).
– A semente e a terra são manifestações materiais
da bênção.
22. • Semente
• Um tema proeminente (e.g., 12:7; 13:15–16;
17:7; 22:17; 26:3–4; 28:4; 48:4).
• A semente messiânica (Gn 3:15), que vem por
meio da atuação divina direta (Gn 18:10,14 cf Lc
1:35)
• A semente espiritual - Alienação da semente
como herança (Ló, Esaú, Ismael)
• Teologia paulina da semente (Rm 9).
23. • Terra
– Os ocupantes da terra serão removidos por causa
de seus pecados (15:16; Lev 18:25), e os
descendentes do patriarca receberão a terra
(12:6–7; 13:15, 17; 15:7, 18–21; 17:8; 24:7; 26:3–
4; 28:13; 35:12; 48:4) por causa do juramento
feito aos pais (e.g., Exod 6:4, 8; Deut 1:8; 4:31;
11:9, 21; 26:3, 15).
24. • A proeminência da terra em Gn 1, 6 e 15
• O papel profético de Abraão e a promessa da
terra (Gn 15:13-16 cf 20:7).
25. • Embora esta tríade promissora de benção,
semente e terra seja o cordão temático
que une o livro de Gênesis, nós
encontramos os contra temas do
fatricídio, violência, “descriação” e
expulsão que formam a frustração
teológico-literária da benção.
26. Promessa e graça
• As narrativas patriarcais mostram que a esperança
de redenção reside apenas Naquele que chama,
não em Abraão, pois sua herança espiritual
experimenta uma lenta mas segura deteriorização.
Isto é um protótipo do Israel posterior, cuja
apostasia resultou na expulsão de Canaã, levando
os descendentes de Abraão de volta para o Egito.
• A própria vida de Abraão é uma amalgação de fé e
tolice, avanços e retrocessos.
27. • As falhas de Abraão e Adão
Ge 16:2a
“então ela [Sarai] disse a"
Ge 16:2b
Abraão deu ouvidos a Sarai"
Ge 16:3a
"5arai . . . tomou"
Ge 16:3b
“e [ela] a deu a seu marido
[Abrão]"
Ge 3:2
A mulher disse a"
Ge 3:17
“tu deste ouvido a tua mulher"
Ge 3:6a
“Ela tomou"
Ge 3:6b
“ela também o deu ao seu
marido!!
28. • A deteriorização inerente das estruturas da
aliança requer inevitavelmente um Salvador.
• De fato, essas promessas são absolutas e não
condicionais.
• Não é uma recompensa, mas um dom.
29. • Contudo, um nexo causal entre obediência e
cumprimento (22:15-18; 26:4-5).
• Não obstante, o ponto é que a
responsabilidade humana é repetidamente
subordinada a palavra da promessa de Deus.
30. • Estrutura da promessa
– Primeiro há um imperativo divino “Vá!” (v. 1).
– Então vem a promessa divina “Eu darei” (vv. 2–3).
– Aí, segue a resposta humana “assim Abraão foi” (v. 4).
– O mesmo padrão acontece em Gn 13:14-18;15:1-6.
31. • A restauração pode ser a provisão de vida à
despeito do pecado do Éden.
• O que aprendemos dos episódios do Gênesis é
que o Senhor é bom e que o pecado da
humanidade não arruinará seu benevolente
plano de um mundo “bom”.
• Mas, Deus não é indiferente ao pecado
humano; ele traz a punição ao pecado.
33. • Rivalidade entre irmãos
–Inimizade entre a descendência da serpente
e da mulher (Caim-Abel, Cam-Sem/Jafé,
Isaque-Ismael, Esaú-Jacó).
34. • Engano e mentira
– Serpente, Abraão e Isaque, José, Jacó e Esaú,
Labão, filhas de Ló
– Por esta prática geracional de engano entre
também entre os patriarcas, o autor mostrou
como os instigadores, à despeito de suas ações,
não suspendarão o objetivo de Deus de abençoar
a família eleita de Abraão
35. • Separação/alienação:
– Adão/Eva, Caim, Abraão, Jacó, José
– Teologicamente, este tema era integral para a
aliança feita com os ancestrais de Israel.
36. – O chamado de Abraão no contexto de “Ur dos
Caldeus” traça uma linha que conecta o chamado
de Abraão (12:1-3) com a dispersão de Babilônia
(11:1-9), e assim Abraão se torna prefigução de
todos os futuros exilados que, na fé, aguardam o
retorno à Terra Prometida
37. Em um sentido metafórico, a comunidade
cristã também via a si mesma como uma
população estrangeira. Os cristãos têm uma
cidadania celestial e são “estrangeiros” neste
mundo.
38. Bibliografia
• Mathews, K. A. Genesis 1-11:26: the New American Commentary .
v.1A. Nashville: Broadman & Holman Publishers, 1996
• Mathews, K. A. Genesis 11:27–50:26: the New American
Commentary. v.1B. Nashville: Broadman & Holman Publishers,
2005.
• Hamilton, V. P. Handbook on the Pentateuch. 2.ed. Grand Rapids,
MI: Baker Academic, 2005.
• Sailhamer, John. The Pentateuch as narrative: a biblical-theological
commentary. Grand Rapids: Zondervan, 1992.
• HOUSE, Paul. Creation in Old Testament Theology.