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O REMANESCENTE ENTRE AS NAÇÕES   (1ª Parte) O  tema do remanescente  encontra-se inserido como um fio condutor através de toda a Bíblia, desde o Génesis até ao Apocalipse. A  família de Noé  formou  o primeiro remanescente  que regista a Sagrada Escritura. Depois de “todos os seres” (Gn 7:4) terem sido eliminados da superfície da Terra, os únicos sobreviventes foram Noé e a sua família: “Assim foram exterminados todos os seres que havia sobre a face da terra; (...) ficou somente Noé e os que com ele estavam na arca.” (Gn 7:23), que eram a sua esposa, os seus filhos e as suas noras. Por que é que eles foram os únicos que se salvaram?
Em primeiro lugar, a Escritura diz que Noé era um  “homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos”  e que  “Noé andava com Deus”  (Gn 6:9). Em segundo lugar, Deus disse a Noé:  “reconheço que tens sido justo diante de mim no meio desta geração”  (Gn 7:1). E finalmente,  “fez Noé, consoante a tudo o que Deus lhe ordenara”  (Gn 6:22). Não devemos então achar estranho que Deus tenha dito a Noé:  “Contigo, porém, estabelecerei a minha aliança”  (Gn 6:18). Um contrato ou aliança só pode funcionar se as partes contratantes aceitam os termos propostos.
Apesar do resto da humanidade ter  “corrompido o seu caminho na terra”  (Gn 6:12),  Noé, que andou com Deus e fez tudo o que Deus lhe mandou, consentiu em cumprir a sua parte do contrato , que incluía construir uma arca e a seguir entrar nela. Da inumerável multidão que povoava o mundo, somente oito pessoas – mesmo após 120 anos de pregação – entraram na arca. Isto indica que, para além de Noé, as outras sete pessoas também permaneceram debaixo da aliança. Noé e a sua família, ao contrário do resto da humanidade do seu tempo, creram na “verdade presente”, que nessa época consistia na mensagem de que o mundo ia ser destruído por um dilúvio.  ESTA MENSAGEM ESPECÍFICA , E  O FACTO DE QUE ACEITARAM A SUA VALIDADE ,  FIZERAM DELES O REMANESCENTE !
É-nos dito que Noé “passou a plantar uma vinha” e “bebendo do vinho, embriagou-se e se pôs nu dentro da sua tenda” (Gn 9:20, 21). O patriarca não se limitou a saborear um copo de vinho com o seu novo regime alimentar à base de carne; embriagou-se, ao ponto de se ter posto nu dentro da sua tenda. Sem dúvida que Deus perdoou a Noé a sua indiscrição, mas  o incidente demonstra que mesmo Noé, o vitorioso líder do remanescente, podia cair ! Mas o relato bíblico não termina aqui!
A embriaguez de Noé, sem dúvida, foi apenas o começo. Em Cam, que “vendo a nudez do pai, fê-lo saber, fora, a seus dois irmãos” (Gn 9:22), “ a reverência filial muito tempo antes havia sido repelida da sua alma; e revelou a impiedade e vileza do seu caráter ”  (Patriarcas e Profetas, p.111). Vemos assim que o remanescente original era corrupto desde o começo , e mesmo Noé predisse que a descendência de Cam seria maldita (ver Génesis 9:25-27). Mas apesar de Noé ter dito coisas positivas acerca dos seus dois outros filhos e da sua posteridade,  os seus descendentes também apostataram!
TORNA-SE ASSIM EVIDENTE QUE A PARTICIPAÇÃO NO REMANESCENTE NÃO SE TORNA POSSÍVEL NEM POR HERANÇA NEM POR CASAMENTO. O FACTO DE SE ESTAR  UNIDO AO REMANESCENTE  POR LAÇOS DE SANGUE  NÃO TORNA NINGUÉM , SÓ POR ISSO,  MEMBRO DA FAMÍLIA REMANESCENTE . A esposa de Noé, os seus três filhos e as suas noras, não importa quais fossem os seus defeitos intrínsecos, todos eles tiveram que escolher individualmente se queriam ou não entrar na arca. Assim,  pela sua decisão  de entrarem na arca,  integraram o remanescente , que, neste caso, se compunha apenas de uma pequena família.
A qualidade de membro deste remanescente “familiar”, por conseguinte, obtinha-se como resultado de uma eleição individual . O remanescente teve que aceder aos termos propostos por Deus e cumpri-los pela fé.   Contudo, não importa quão justo fosse Noé, era-lhe completamente impossível transferir a sua justiça à sua posteridade.
Mas,  depois do dilúvio, a maioria dos descendentes de Noé não quiseram fazê-lo.  Por rebeldia, começaram a construir a torre de Babel, apesar do Senhor ter prometido: “não será mais destruída toda a carne por águas de dilúvio, nem mais haverá dilúvio para destruir a terra” (Gn 9:11), e de ter colocado o arco-íris no céu como símbolo dessa Sua promessa. Mesmo assim, teimaram em querer construir a torre para a sua própria segurança em caso de outro dilúvio. Não creram na promessa de Deus, nem no Seu arco-íris!  Quiseram confiar nas suas próprias obras (construção da torre) para se salvarem de uma eventual destruição por outro dilúvio!  Entre eles e Deus não existia uma relação de confiança, como tinha acontecido no caso da  família de Noé , que  formou o primeiro remanescente .
Apesar das palavras positivas que Noé pronunciou acerca do seu filho Sem (“Bendito seja o Senhor, Deus de Sem” – Gn 9:26),  a posteridade de Sem apostatou ! Por isso Abrão  (mais tarde chamado Abraão), um descendente de Sem,  teve que deixar a sua família idólatra !  “Ora, disse o Senhor a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei” (Gn 12:1). Como um dos poucos seguidores do “Senhor, Deus de Sem” que restavam,  Abraão começou um novo remanescente , a partir do final da linha genealógica de Sem (ver Gn 11:10-32).
Como fizera Noé antes dele,  Abraão entrou numa relação de aliança  – isto é, baseada num pacto – com o Senhor: “Quando atingiu Abrão a idade de noventa e nove anos, apareceu-lhe o Senhor e disse-lhe: Eu Sou o Deus Todo-Poderoso; anda na Minha Presença e sê perfeito.  Farei uma aliança entre Mim e ti  e te multiplicarei extraordinariamente” (Gn 17:1-2). Abraão também possuía a  verdade presente  para o seu tempo :  a de que o Senhor Jeová era o Criador, e que só Ele deveria ser adorado . Ao seguir o Deus verdadeiro num mundo que orava a estátuas de madeira e de pedra, e as adorava, Abraão gozava indiscutivelmente da maior luz que brilhava sobre a sua geração. Esteve Abraão isento de faltas   por ser o remanescente do seu tempo?
Não ! Mas apesar das  suas falhas  -  mentiu a Faraó  (Gn 12:10-20)  e a Abimeleque  (Gn 20),  não confiou nas promessas divinas ao tomar como esposa a Hagar  (Gn 16) –  Abraão manteve uma relação salvadora com o Senhor, num mundo que não fazia o mesmo! Neste sentido estabeleceu uma nova linhagem, um  remanescente familiar , único grupo que preservaria o culto a Jeová enquanto se mantivesse fiel às condições da aliança: “Porque Eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do Senhor e pratiquem a justiça e o juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que tem falado a seu respeito.” (Gn 18:19).
A linhagem prometida a Abraão saiu do seu filho Isaque, cuja semente viria a formar  uma nação que seria a única que preservaria a verdadeira fé no meio de povos pagãos e idólatras . Por contraste, os descendentes de Ismael não adoraram a Deus. “ A Minha aliança, porém, estabelecê-la-ei com Isaque” (Gn 17:21).  Esta indicação divina não estabelece um decreto arbitrário, uma profecia de predestinação que garantia a Isaque uma relação contratual com o Senhor. Isaque teria que escolher cooperar, e para que o pacto pudesse efetivar-se plenamente com Isaque, este deveria obedecer, e assim o fez! Por isso mesmo, Deus renovou com Isaque as promessas feitas ao seu pai Abraão! (ver Gn 26:1-6)
Mas este privilégio também não passou automaticamente para a descendência de Isaque.  Nem todos os filhos de Isaque formaram o remanescente ! Os filhos do patriarca foram dois gémeos, Jacó e Esaú: “Duas nações há no teu ventre, dois povos nascidos de ti, se dividirão” (Gn 25:23) – disse o Senhor a Rebeca.  Um foi o pai de uma nação pagã .  O outro engendrou o remanescente!   Em que é que consistiu a diferença? Esaú nasceu primeiro, e a ele pertencia legitimamente a primogenitura, isto é, os mesmos privilégios e promessas que Isaque tinha herdado de Abraão.Tal como foi no caso de Noé, Abraão e Isaque, as ditas promessas eram de natureza contratual. Mas Esaú “por um repasto, vendeu o seu direito de primogenitura” (Hb 12:16).
Esaú tomou deliberadamente a decisão de não seguir ao Senhor, apesar das especialíssimas oportunidades que se lhe ofereciam! Por outro lado, Jacó,  o seu irmão, estimava muito tais promessas!  Se bem que as viesse a obter por fraude (ver Gn 27),  as suas ações mostraram quão profundamente as apreciava e respeitava.  Jacó arrependeu-se, e a sua vida deu um claro testemunho da sua determinação em seguir ao Senhor apesar das consequências negativas que resultaram do seu engano!
Com razão não foi Esaú quem herdou as promessas, mas sim Jacó! Com razão Esaú caminhou nas trevas e Jacó na luz! Com razão a semente de Esaú se converteu numa nação pagã, e a de Jacó...  no remanescente! Esaú, cansado depois de um dia de labor, deixou de lado as bênçãos em troca de uma gratificação momentânea; Jacó, por seu lado, lutou com Deus toda uma noite para não as perder! “Não te deixarei ir se me não abençoares.” (Gn 32:26).  Conseguem ver a diferença?
Na Escritura, o  tema do remanescente  aparece, a seguir, conectado com José. Depois dos seus irmãos terem viajado para o Egito em busca de ajuda para sobreviver à fome,  José  –  havendo provado a sua fidelidade e a profundidade do seu arrependimento  – finalmente se revelou a eles e lhes disse: “ Deus me enviou adiante de vós, para conservar  vossa sucessão  ( um remanescente ) na terra e para vos preservar a vida por um grande livramento.” (Gn 45:7).
Os irmãos de José certamente não mostraram a fé de Abraão, Isaque e Jacó, o remanescente que os havia precedido . O facto de terem vendido a José como escravo e, logo a seguir, terem contado uma mentira ao pai para cobrirem o acontecimento faz com que, por comparação, Noé, Abraão e Jacó, mesmo com todos os seus defeitos, pareçam boa gente para ser levada para o céu.
E, mesmo assim,  a Escritura refere-se aos irmãos de José como sendo um “remanescente”! Porquê? Porque , apesar do terrível crime que eles praticaram contra o seu irmão,  esses homens tinham amadurecido, crescido em caráter, e até haviam mostrado verdadeiro arrependimento , como podemos ver nas relações deles com José.
Por exemplo, acusaram-se amargamente do seu pecado, mostrando um verdadeiro e sincero arrependimento: “ Na verdade, somos culpados, no tocante a nosso irmão, pois lhe vimos a angústia de alma, quando nos rogava, e não lhe acudimos; por isso nos vem esta ansiedade” (Gn 42:21). Quando por fim levaram a Benjamim, José fez um banquete. E a Benjamim, o mais jovem, serviu-lhe mais alimento do que a todos os outros irmãos: “Então, lhes apresentou as porções que estavam diante dele; a porção de Benjamim era cinco vezes mais do que a de qualquer deles.” (Gn 43:34).  José queria ver se na atitude deles para com o seu irmão mais novo, eles manifestavam a mesma inveja que haviam mostrado para com ele!
Não foi isso que ocorreu , pois a passagem termina dizendo que  “eles beberam e se regalaram com ele”  (Gn 43:34). Mais tarde, quando Judá pensou que Benjamim ia tornar-se escravo, ofereceu-se para tomar o seu lugar: “ Agora, pois, fique teu servo em lugar do moço por servo do meu senhor, e o moço que suba com seus irmãos. Porque como subirei eu a meu pai, se o moço não for comigo? Para que não veja eu o mal que a meu pai sobrevirá.”  (Gn 44:33-34). Satisfeito agora José a respeito da evidente mudança pela qual haviam passado os seus irmãos ,  revelou-lhes a sua identidade . Depois, toda a família se transferiu para o Egito, e ali sobreviveram à fome.
ESTA FAMÍLIA REMANESCENTE   –   a única  que caminhava na   verdade presente , que exaltava a Jeová como Criador – ao passo que o resto do mundo de então adorava falsos deuses –  VEIO A TORNAR-SE A PRÓPRIA NAÇÃO DE ISRAEL.
O Remanescente entre as Nações O REMANESCENTE ENTRE AS NAÇÕES   (2ª Parte) A semana passada analisámos  vários remanescentes  mencionados na Bíblia, desde o início do relato sagrado, nomeadamente  o remanescente constituído   por   Noé e a sua família ,  o remanescente da descendência de Sem –   Abraão , e depois  o remanescente de Abraão –   Isaque , que por sua vez deixou  o remanescente na sua descendência em   Jacó . Vimos depois como  em José se prolongou o remanescente, que incluiu toda a sua família , pelo arrependimento genuíno manifestado pelos seus irmãos.  Esta família esteve na origem da nação de Israel.
O Remanescente entre as Nações
O Remanescente entre as Nações No Sinai, os filhos de Israel (ou seja os filhos de Jacó), recentemente fugitivos do Egito, entraram numa relação pactual com Deus através de uma aliança que era muito semelhante à aliança que Deus havia estabelecido com Abraão, Isaque e Jacó. De facto,  o  pacto  ou  aliança  estabelecido com Israel no Sinai cumpria as promessas que Deus havia feito aos patriarcas, de que a sua semente viria a ser uma "grande nação" (Gn 12:2; 18:18; 46:3). De agora em diante as promessas estender-se-iam a toda uma nação , ao contrário do que tinha acontecido nos tempos patriarcais, em que as promessas ao remanescente estavam circunscritas apenas a umas poucas gerações de uma família específica.
O Remanescente entre as Nações "Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a Minha voz e guardardes a Minha aliança,  então, sereis a Minha propriedade peculiar dentre todos os povos ; porque toda a terra é Minha; vós Me sereis reino de sacerdotes e nação santa." (Ex 19:5-6). A Bíblia coloca a Israel num lugar proeminente; a sua história encontra-se no centro do Antigo Testamento e também em boa parte do Novo Testamento. Porquê? O que é que fazia de Israel uma nação tão importante? Quais os termos da aliança que Deus estabeleceu com Israel?
O Remanescente entre as Nações Bom, antes de mais nada importa referir que, no contexto do Antigo Médio Oriente, Israel não tinha grande influência, nem a nível político, nem social, nem militar! Em primeiro lugar , todos os hebreus chegaram tarde ao Antigo Médio Oriente. Já haviam surgido e caído uma dezena de dinastias egípcias antes do surgimento de Israel como nação. Para a época em que nasceu a nação hebraica, a Grande Pirâmide do Egito – com 2 milhões de blocos, cada um dos quais pesava cerca de 2 toneladas e meia – tinha quase mil anos de idade.
O Remanescente entre as Nações Em segundo lugar , Israel ocupava um setor relativamente despovoado, em comparação com os impérios que o rodeavam, como a Babilónia e o Egito, cujas populações eram muito maiores que o nível jamais alcançado pela nação hebraica. Em terceiro lugar , Israel era geograficamente pequeno, relativamente aos grandes poderes do Mundo Antigo! Os mapas do Antigo Médio Oriente mostram que, mesmo quando as doze tribos haviam expandido ao máximo as suas fronteiras, Israel nunca possuiu um território muito amplo. A Assíria, a Babilónia, a Pérsia e até o Egito, nos seus apogeus, tiveram impérios muito mais vastos do que aquele que os judeus alguma vez chegaram a controlar.
O Remanescente entre as Nações Em quarto lugar , excluindo um século em que, sob a monarquia unida de David e Salomão, Israel foi uma força regional digna de consideração, a nação hebraica nunca constituiu um grande poder militar. Em diversas épocas da sua história, especialmente depois da nação se ter dividido em dois reinos hostis, foi invadida e saqueada pelos egípcios, assírios, babilónios, persas, gregos e, finalmente, pelos romanos. Por tudo isto, vemos que a importância de Israel não se baseava no seu tamanho, população ou destreza militar.  Mas, o que fez Israel ser o centro da Bíblia foi  a sua   religião !
O Remanescente entre as Nações Somente Israel aderiu ,   se bem que esporadicamente ,   à fé original que o unia com Abraão, Noé e Adão. Coletivamente,  Israel permaneceu como o único reduto do conhecimento de Deus sobre a Terra , numa época em que a verdadeira religião da humanidade se viu rodeada por uma explosão de paganismo e idolatria que cobriu o mundo com os escombros da superstição e dos falsos ensinos. Como resumo do que acabámos de ver, assumem particular importância as palavras bíblicas registadas em Deuteronómio 7:6-8:
O Remanescente entre as Nações "Porque tu és povo santo ao Senhor teu Deus;  o Senhor teu Deus te escolheu para que Lhe fosses o Seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra .  Não vos teve o Senhor afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos , mas porque o Senhor vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais..."  Neste sentido,  Israel era um remanescente entre as nações , um resíduo num mundo que não conhecia o verdadeiro Deus, nem a sua doutrina, nem mantinha uma relação com Ele.
O Remanescente entre as Nações O papel de Israel como  "remanescente entre as nações"  destaca-se com maior clareza quando se compara a sua fé com o paganismo que o rodeava. Desde o rio Nilo até ao rio Eufrates, o antigo habitante do Médio Oriente adorava um elaborado panteão de deuses e deusas que se manifestavam na natureza. Numa tormenta, estava o deus das tormentas; na luz solar, o deus sol. E, do mesmo modo que a natureza não era pacífica, de igual modo não eram os deuses, os quais eram frequentemente descritos com atributos humanos: vingança, zelo, incoerência, paixão e violência... De facto, com frequência, as descrições que se faziam desses deuses mostravam-nos guerreando-se e matando-se uns aos outros.
O Remanescente entre as Nações No meio deste desfile de  politeísmo , eis que surge uma  pequena nação de ex-escravos, refugiados, sem terra própria, peregrinos sem pátria, que proclamam uma das ideias mais radicais da antiguidade:  "Shema Yisrael, Adonai Elohanu, Adonai Echad"  que significava: " Ouve, Israel ,  o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR "  (Dt 6:4). Mas esta ideia, por mais radical que ela fosse,  não era uma ideia nova !  O monoteísmo e a adoração exclusiva de Jeová havia sido a religião original da humanidade, a fé de Adão, Eva, Abel, Sete, Metusalém, Enoque e Noé !
O Remanescente entre as Nações Os judeus  – em vez de reconhecer um panteão de deuses e deusas (em hebreu nem sequer existe uma palavra que signifique  deusa ) –  adoravam somente um único Deus, o Criador, porque Ele é o Deus único que desde o princípio havia sido adorado . Esta verdade quase se havia perdido entre o politeísmo que permeava o Antigo Médio Oriente.  Os hebreus, uma nação remanescente que se agarrava à fé original , eram os únicos que a seguiam. DESTE MODO, AO ADORAR UM ÚNICO DEUS, JEOVÁ, OS HEBREUS NÃO ESTAVAM CRIANDO ALGO NOVO OU INOVATIVO; SIMPLESMENTE ESTAVAM ADERINDO A UMA PRÁTICA ANTIGA E ORIGINAL! O QUE ERA NOVO ERA O POLITEÍSMO!
O Remanescente entre as Nações O mesmo se pode dizer quanto à rejeição que faziam os judeus da confusão entre Deus e a natureza.  Ao contrário do que faziam os pagãos,   a nação hebraica não identificava Deus como parte da sua própria criação   (panteísmo).   Em contrapartida, consideravam a criação como obra de Deus.  Como tinha acontecido com Adão e Eva, os judeus aprenderam a conhecer Deus como um Deus Pessoal e Criador, e adoravam-no como tal. Este conceito, igualmente tão diferente do que criam as nações circundantes,  não era nada mais do que uma verdade original que Deus tinha revelado à humanidade no Éden.
O Remanescente entre as Nações Igualmente ao rejeitar a idolatria reinante nos povos pagãos do antigo Médio Oriente (no antigo Médio Oriente, a idolatria achava-se proporcionalmente mais difundida do que se encontra hoje o islamismo no mundo moderno),  Israel não fazia outra coisa que restaurar o culto ao Deus verdadeiro,  como se praticava antes de ter sido transformado numa "mentira", como disse o apóstolo Paulo referindo-se à idolatria (em Rm 1:25).  O Senhor disse a Adão que ele ia dominar "sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo o animal que rasteja pela terra" (Gn 1:28),   não que deveria inclinar-se perante eles e adorá-los!
O Remanescente entre as Nações A idolatria surgiu depois da queda, quando os homens se apartaram do Deus verdadeiro.  Deste modo, longe de aderir a um conceito novo e radical,  os hebreus simplesmente se voltaram para a fé original,  que imperava antes do homem ter mudado a "glória do Deus incorruptível" (Rm 1:23) pelos ídolos! O antigo Médio Oriente também se achava saturado de magia, adivinhação e astrologia, práticas que se usavam com propósitos religiosos, políticos e militares. Uma vez mais  Israel se havia apartado radicalmente da norma imperante, pelo menos em teoria.  Antes de entrar na terra prometida, os judeus haviam sido particularmente admoestados contra a participação nessas práticas (ver Dt 18:9-14).
O Remanescente entre as Nações CONCLUINDO : LONGE DE SER NOVA E INOVADORA,  A RELIGIÃO HEBRAICA ERA  NA REALIDADE  UM DEPÓSITO CONSERVADOR DE VERDADES  QUE ANTECEDIAM O PAGANISMO! E ERA O FACTO DE SE AGARRAR –  NÃO IMPORTA   QUÃO DÉBIL E ESPORADICAMENTE!  – A ESSAS VERDADES ORIGINAIS, QUE FAZIA DELES UM POVO REMANESCENTE!
O Remanescente entre as Nações Mas Israel não possuía a fé remanescente só porque rejeitava o politeísmo, a idolatria, a magia, a adivinhação e a astrologia.  Os judeus possuíam luz cuja origem se pode encontrar nos começos da humanidade , luz que, ou os pagãos não tinham ou haviam pervertido em grande medida! Em primeiro lugar, Israel guardava  o sétimo dia, o Sábado , instituição que remonta ao Éden, antes da queda (ver Gn 2:3).  Assim,  o Sábado do sétimo dia não era nada de novo;   em contrapartida, era uma antiga verdade perdida, que os judeus recuperaram e conservaram.
O Remanescente entre as Nações Israel também possuía  o Decálogo  na sua expressão mais pura.  Se bem que seja verdade que as nações circunvizinhas também tinham códigos legais, alguns dos quais refletiam ideias contidas nos Dez Mandamentos, nenhuma delas tinha o que os hebreus tinham recebido no Decálogo.  E aqui, novamente, não se pode dizer que os hebreus possuíssem algo de novo.  A lei tinha existido através da época patriarcal, e mesmo antes! Por que é que o assassinato de Abel por Caim (Gn 4) foi um ato de maldade, assim como a mentira de Abraão (Gn 12), ou teria sido o adultério de José com a esposa do seu senhor (Gn 39), se esses aspetos da lei não fossem já conhecidos?
O Remanescente entre as Nações Israel compreendia com especial clareza  a história da   Criação .  Entre os seus vizinhos pagãos circulava toda a espécie de relatos ridículos, como a  Enuma Elish  , que ensinava que o mundo tinha sido criado como resultado de uma feroz batalha entre os deuses, a qual começou porque alguns deles interromperam o sono dos outros. Em contraste,  os judeus acreditavam nas profundas verdades do Génesis, as quais ensinam que Deus criou o céu e a terra como um ato deliberado, e logo, num gesto de intimidade, criou o homem do pó da terra, à Sua própria imagem. Ao aceitar o relato das nossas origens que apresenta o Génesis,  os hebreus voltaram atrás, para se firmarem nas primeiras e mais puras verdades referentes à Criação.
O Remanescente entre as Nações A Israel foi dado igualmente o  santuário do Senhor  e a mensagem a ele associado. Se bem que seja certo que os pagãos também tinham santuários e templos, as práticas associadas a eles – prostituição e sacrifícios humanos, por exemplo – mostram que esses santuários não ensinavam o mesmo que o de Israel. O santuário israelita baseava-se nos sacrifícios animais.  A Bíblia comprova que essa prática remonta aos dias de Adão e Eva, e que foi iniciada pelo próprio Deus (Gn 3:21).
O Remanescente entre as Nações Os hebreus,  que ocupavam um lugar exclusivo entre os povos do mundo antigo,  também conheciam  a   verdade acerca da morte .  "Pois na morte não há recordação de ti; no sepulcro, quem te dará louvor?" (Sl 6:5). Compreendiam que, na morte, "sai-lhes o espírito [do homem], e eles tornam-se em sua terra; nesse mesmo dia perecem os seus pensamentos" (Sl 146:4 - Versão Almeida antiga). Os israelitas sabiam que  a morte é um sono : "E David dormiu com seus pais e foi sepultado na cidade de David" (1 R 2:10 – Versão Almeida antiga).
O Remanescente entre as Nações Este ensino diferia radicalmente da forma como o mundo antigo compreendia a morte , com os seus elaborados rituais religiosos e práticas funerárias centradas na crença de que a alma é imortal. Muitos faraós gastaram anos da sua vida e grandes fortunas construindo túmulos bem elaborados para “o além”. A literatura dos vizinhos pagãos de Israel acha-se repleta de relatos acerca da vida além-túmulo! Neste ponto também a verdade acerca do estado dos mortos e da não imortalidade da alma remonta à Criação , quando "formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou  a ser  (não a ter) uma alma vivente" (Gn 2:7).
O Remanescente entre as Nações Na Criação, Deus ensinou que  a alma é o que  somos ,  e não algo que possuamos até à morte. O que o Senhor disse a Adão: "és pó e ao pó tornarás" (Gn 3.19),  era uma antiga verdade que os israelitas compreendiam,  em agudo contraste com as nações circundantes. Mas Israel também possuía uma  mensagem de saúde .  Se bem que seja certo que o regime alimentar original do Éden fosse vegetariano (e os israelitas não eram), a distinção entre alimentos limpos e imundos que os judeus reconheciam, remonta pelo menos ao tempo de Noé (ver Gn 7:2).
O Remanescente entre as Nações O princípio de um regime alimentar adequado, contudo – podemos dizê-lo – aparece já no Éden , uma vez que o Senhor instruiu os nossos primeiros pais acerca do que deveriam comer (ver Gn 1:29). Nisto também os hebreus iam à frente dos seus vizinhos,  não por haverem elaborado novas verdades, mas por terem conservado verdades antigas! A nação hebraica também compreendia  o tema do grande conflito .  O livro de Jó – o mais antigo da Bíblia – esquematiza com suficiente clareza o conflito fundamental que existe entre o Senhor e satanás, o qual começou no céu, mas cujas batalhas acontecem na terra (ver Jó 1 e 2). Outras passagens, como Génesis 3:1-15, Ezequiel 28:12-15 e Isaías 14:12-14 acrescentam detalhes a esta importante verdade.
O Remanescente entre as Nações Se bem que os pagãos tivessem toda uma classe de ideias relativas ao Bem e ao mal,  ninguém compreendia este tema como os judeus;  e isto, uma vez mais, porque  só os judeus possuíam verdades antigas. Israel também possuía o  espírito de profecia .  Durante grande parte da história da nação, os profetas – canónicos e não canónicos – proclamaram mensagens específicas, muitas das quais foram mais tarde incluídas na Bíblia.
O Remanescente entre as Nações Ao passo que os seus vizinhos pagãos estudavam, por exemplo, fígados de animais para discernir o futuro,  Isaías proclamava  que "Ciro... cumprirá tudo o que me apraz; que digo também de Jerusalém: Será edificada; e do templo: Será fundado" (Is 44:28),  um século e meio antes de ter nascido esse rei  e fundador do Império Persa que, no tempo designado, cumpriu essa declaração profética ao libertar os judeus que estavam em Babilónia e ao permitir-lhes reconstruir Jerusalém e o templo.
O Remanescente entre as Nações Finalmente,  Israel possuía grande luz acerca do Redentor que viria, quer quanto ao primeiro quer quanto ao segundo Adventos : Aos judeus se concedeu o privilégio especial de anunciar a sua chegada, e eles mesmos deviam preparar-se para ela (ver Is 42).  Unicamente Israel possuía as grandes profecias de Isaías 53, Daniel 9, Miquéias 5 e Salmo 22,  e tinha o dever de espalhá-las pelo mundo. E mesmo aqui, esta luz não era nova. O texto de Génesis 3:15, conhecido como o  protoevangelho  (a primeira boa nova), foi por muito tempo considerado como a primeira promessa messiânica.
O Remanescente entre as Nações O povo de Israel destacava-se claramente por entre os seus vizinhos pagãos devido às  verdades que  só ele possuía , e à  relação que mantinha com o Deus verdadeiro.
O Remanescente entre as Nações Moisés proclamou diante de Israel: "Eis que vos tenho ensinado estatutos e juízos, como me mandou o Senhor, meu Deus, para que assim façais no meio da terra que passais a possuir.  Guardai-os, pois, e cumpri-os, porque isto será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos que, ouvindo todos estes estatutos, dirão: Certamente, este  grande   povo  é gente sábia e inteligente . Pois que  grande   nação  há que tenha deuses tão chegados a si como o Senhor, nosso Deus, todas as vezes que O invocamos? E que  grande nação  há que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei que Eu hoje vos proponho?" (Dt 4:5-8).
O Remanescente entre as Nações ERAM ESTAS COISAS – AS LEIS E ESTATUTOS,  A VERDADE PRESENTE  E A PROMESSA DE OBEDIÊNCIA QUE FIZERAM OS JUDEUS – O QUE FAZIA DELES  UM POVO REMANESCENTE , POSSUIDOR DE VERDADES QUE NÃO APENAS DEVIAM COMPREENDER E OBEDECER, MAS IGUALMENTE TESTEMUNHAR.
O Remanescente entre as Nações Mas,   por desgraça , desde o episódio do bezerro de ouro (ver Ex 32) até ao apedrejamento de Estevão (ver At 7), quinze séculos mais tarde,  o remanescente  nunca viveu  em harmonia com as verdades que se lhe haviam revelado! Poder-se-á dizer que  o tema das Escrituras , especialmente do Antigo Testamento, não é tanto o chamado de Israel ao pacto com Deus, mas  a história do seu fracasso em obedecer a esse pacto.
O Remanescente entre as Nações O compromisso com os pagãos destruiu a nação durante o período do Primeiro Templo!  Quão frequentemente os profetas admoestaram Israel para não se envolverem com a cultura circundante! Mas, em vez de elevarem os pagãos à sua norma de justiça, Israel absorveu e assimilou as crenças e a conduta desses mesmos pagãos. Sofonias advertiu acerca dos "que sobre os eirados adoram o exército do céu e os que adoram ao Senhor e juram por Ele e também por Milcom " (Sf 1:5).   Alguns israelitas adoravam os astros, uma prática que aprenderam dos seus vizinhos, ao passo que outros misturavam a sua fé no Senhor com o culto do deus amonita, Milcom.
O Remanescente entre as Nações Não haviam rejeitado completamente a sua antiga religião; mas, em contrapartida, apenas quiseram “atualizá-la com o pensamento contemporâneo”! Ezequiel, em visão, viu paganismo completamente infiltrado no próprio templo em Jerusalém! Mulheres estavam ali sentadas “chorando a Tamuz” (Ez 8:14), e mesmo homens “de costas para o templo do Senhor e com o rosto para o oriente; adoravam o sol, virados para o oriente” (v 16).   Devido à sua associação com os que não conheciam o Senhor, os israelitas também perderam o seu conhecimento de Deus: "nela [na terra] não há verdade, nem amor, nem conhecimento de Deus" (Os 4:1).
O Remanescente entre as Nações Apesar de tudo, os judeus criam que, porquanto tinham "a verdade" e eram o povo especial escolhido por Deus – por assim dizer o "remanescente" – continuariam sendo o único povo fiel de Deus.   Jeremias escreveu acerca dos que, apesar do seu pecado e transigência, iam às portas do templo e diziam: "Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor é este" (Jr 7:4). Não importava o que faziam, criam que o templo de Deus os salvaria.
O Remanescente entre as Nações Um grave problema era que a nação hebraica sofria pela ação de dirigentes corruptos, vacilantes e transigentes. Foi  o caso do rei Acabe e da rainha Jezabel,  que provocaram o assassinato de Nabote para ficarem com a sua vinha (1 R 21),  do rei Manassés  que induziu Judá a fazer "pior do que as nações" pagãs (2 Cr 33:9), ou  dos príncipes de Judá,  que insistiram com o rei Zedequias para que fizesse matar a Jeremias (ver Jr 38:4) –  casos que nos revelam como uma série de dirigentes não convertidos submeteram a nação a uma crise após outra, até que todo o edifício caiu!
O Remanescente entre as Nações Muitos sacerdotes – os pastores espirituais da nação – também apostataram!  Desde os dias de Nadabe e Abiú, que ofereceram "fogo estranho" sobre o altar (ver Lv 10), até aos dias finais de Judá, quando Pasur, o sacerdote "feriu" e "meteu no tronco" a Jeremias (ver Jr 20:2), houve falsos pastores  que faziam com que o povo se desviasse.  Sofonias lamentava-se porque os "sacerdotes profanam o santuário e violam a lei (Sf 3:4).
O Remanescente entre as Nações Por tudo isto, a nação se dividiu em dois reinos que esporadicamente entravam em guerra um com o outro. Desse modo,  quando a nação escolhida por Deus mais necessitava de apresentar uma frente unida, obedecendo à vontade divina de espalhar a verdade que possuía pelo mundo,   eis que se achava tão debilitada pelas lutas e controvérsias internas que caiu facilmente presa dos seus inimigos externos.  Após séculos de acomodação a práticas pagãs, os judeus já não tinham a protecção divina contra os exércitos pagãos. E foi por isso que foram levados cativos para Babilónia!
Um remanescente do remanescente UM REMANESCENTE DO REMANESCENTE Apesar da capitulação, cativeiro e servidão a que foram sujeitos Israel e Judá,  o Senhor prometeu preservar um remanescente .  Juntamente com as advertências de guerra, sofrimentos e ruína feitas pelos profetas, encontravam-se promessas divinas de  um remanescente que escaparia da destruição e restabeleceria a nação. “ Naquele dia, o Senhor tornará a estender a mão para resgatar o restante (remanescente) do Seu povo, que for deixado, da Assíria, do Egito... e das terras do mar” (Is 11:11).
Um remanescente do remanescente “ Eu mesmo recolherei  o restante (remanescente)  das minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos” (Jr 23:3). “ Eis que Eu, Eu mesmo, trarei a espada sobre vós e destruirei os vossos altos. (...) Porei os cadáveres dos filhos de Israel diante dos seus ídolos e espalharei os vossos ossos ao redor dos vossos altares. (...) Mas deixarei  um resto , porquanto  alguns de vós escapareis da espada entre as nações, quando fordes espalhados pelas terras .” (Ez 6:3, 5, 8)
Um remanescente do remanescente O Senhor cumpriu as Suas promessas!  Circunstâncias que deveriam ter terminado para sempre com a nação judaica (a sua capital destruída, o seu povo morto, espalhado ou cativo), não provocaram tal resultado. Em contrapartida,  o Senhor fez voltar à terra um remanescente  para que reconstruísse o templo e restabelecesse a nação: “Eu os trarei, e habitarão em Jerusalém; eles serão o Meu povo, e Eu serei o seu Deus, em verdade e em justiça” (Zacarias 8:8).
Um remanescente do remanescente Infelizmente, este “remanescente do remanescente” também era afligido por graves defeitos espirituais, muito semelhantes aos que haviam arruinado os seus pais na geração anterior. Em primeiro lugar ,  apesar do decreto tão liberal de Ciro, o qual não somente permitia aos judeus de voltar a Jerusalém (ver Ed 1), mas igualmente de reconstruir o templo com fundos provindos do próprio tesouro real (ver Ed 6), muitos judeus sentiam-se tão comodamente assimilados às culturas estrangeiras onde viviam, especialmente a de Babilónia, que não quiseram voltar!
Um remanescente do remanescente Setenta anos depois do retorno dos primeiros exilados,  não foi fácil para Esdras persuadir a alguns levitas para que deixassem Babilónia  e ministrassem como sacerdotes no novo templo. Em segundo lugar ,  quando se completou o fundamento da nova estrutura, muitos dos mais idosos de entre os que tinham voltado, ao recordar a glória do templo de Salomão, choravam ao compará-la com a inferioridade do novo edifício, a tal ponto que “não se podiam discernir as vozes de alegria das vozes do choro do povo” ( Ed 3:13).
Um remanescente do remanescente Também “as gentes da terra” – isto é, os samaritanos – “desanimaram o povo de Judá, inquietando-o no edificar” (Esdras 4:4). Este problema, juntamente com as privações causadas pelo retorno no meio de grande pobreza, desencorajaram de tal maneira o povo, que  o remanescente abandonou por uns quinze anos o projeto de reconstruir o templo.   Em vez disso, dedicaram-se a construir e embelezar os seus próprios lares.  Esta atitude acabou por atrair a repreensão de Deus, que lhes retirou a Sua própria benção:
Um remanescente do remanescente “ Esperastes o muito, e eis que veio a ser pouco, e esse pouco, quando o trouxeste para casa, Eu com um assopro o dissipei.  Por quê?  – diz o Senhor dos Exércitos;  por causa da Minha casa, que permanece em ruínas, ao passo que cada um de vós corre por causa de sua própria casa.  Por isso, os céus sobre vós retêm o seu orvalho, e a terra, os seus frutos.” (Ageu 1:9-10). Muitos dentre o remanescente, incluindo dirigentes espirituais, haviam-se casado com pagãos,  prática essa que havia atraído a ira de Deus sobre os seus pais. Ao ouvir falar desses matrimónios, disse Esdras:
Um remanescente do remanescente “ rasguei as minhas vestes e o meu manto, e arranquei os cabelos da cabeça e da barba, e me assentei atónito” (Esdras 9:3). Quando cresceram, muitos filhos desses matrimónios com pagãos nem sequer “sabiam falar judaico” (Neemias 13:24). Os membros mais acomodados do remanescente aproveitavam-se dos pobres cobrando-lhes juros  até que “foi grande, porém, o clamor do povo e de suas mulheres contra os judeus, seus irmãos” (Neemias 5:1; ver também v. 2-12)
Um remanescente do remanescente Muitos também faziam negócios ao Sábado  (ver Neemias 13:15-17). Arrependimentos casuais provocaram reavivamentos e Israel conseguiu terminar a reconstrução da cidade e do templo. Mas, à luz das grandes promessas relativas à nação hebraica,  esse remanescente também falhou na sua   missão espiritual ,  a qual estava no centro do seu sagrado pacto com Deus.
Um remanescente do remanescente À medida que o tempo transcorria, a situação piorava cada vez mais. Sob o governo da Grécia, que começou no IV século a.C., o remanescente assimilou com grande rapidez as crenças e costumes helenísticos. Deste modo,  a “igreja” remanescente organizada, que devia ter conquistado o mundo pagão com o Evangelho, deixou-se conquistar por ele. Apesar de todas as oportunidades que se lhe deram para cumprir com as condições do pacto,  o remanescente fracassou continuamente !
Um remanescente do remanescente Mais tarde a “igreja” remanescente ia afrontar – e falhar! – na prova mais importante de todas. Nos tempos do Antigo Testamento, o grande pecado de Judá e Israel foi a acomodação com o paganismo;   no tempo do Novo Testamento, o pêndulo havia oscilado até ao outro extremo. Temerosa de contaminar-se com as influências estrangeiras, a igreja remanescente fechou-se de tal maneira sobre si própria que quase anulou por completo a sua utilidade para a causa de Deus.
Um remanescente do remanescente Encerrados no seu legalismo inflexível, muitos dos membros do remanescente rejeitaram a Jesus, porque Ele não se ajustava à sua forma distorcida de definir os “pilares” da fé, e nem sequer obedecia a certas normas de justiça e boa conduta que eles haviam estabelecido como invioláveis. As batalhas que se livraram entre Cristo e os dirigentes religiosos em torno do Sábado provêm bons exemplos desse frio formalismo: “Esse homem – disseram os fariseus - não é de Deus, porque não guarda o Sábado” (João 9:16).  Tão empedernidos estavam eles nas suas regras, leis e tradições, que nem sequer compreendiam o significado das mesmas.
Um remanescente do remanescente Tão pétrea se tinha tornado a sua atitude mental, que nem sequer os milagres do Salvador a podia suavizar. “Negligenciando o mandamento de Deus, – disse-lhes Jesus – guardais a tradição dos homens” (Marcos 7:8). A nação hebraica tinha ficado obcecada a tal extremo com as normas de justiça – muitas das quais refletiam as suas próprias opiniões e interpretações – que os regulamentos se haviam convertido em fins, em vez de serem meios para alcançar objetivos mais nobres.
Um remanescente do remanescente Em vez de considerarem que a lei era parte da sua religião,  permitiram que a própria lei se convertesse na sua religião, excluindo tudo o mais.  Deste modo, Israel, que tinha os mandamentos,  desconheceu o Dador dos mandamentos ; ouviu falar do amor de Deus, mas quando esse Amor veio em carne, não o reconheceu. Conhecia a salvação, mas não conheceu o Salvador,  tão obcecados estavam com a ideia de preservar a verdade, que não aceitaram a Verdade quando esta se personificou entre eles. Na mente dos dirigentes, as leis, regulamentos e tradições eram mais importantes que o amor, o perdão e a tolerância.
Um remanescente do remanescente Preocupados em proteger o “judaísmo histórico”, rejeitaram a Cristo porque o seu ensino diferia das suas normas de santidade. Contudo, muitos judeus permaneceram fiéis, sem participar da apostasia. Disse Paulo que esses recusaram dobrar “os joelhos diante de Baal” (Rm 11:4). Esses fiéis crentes existiram através de toda a história de Israel. Na época de Cristo, e mais tarde, haveriam de formar o núcleo da nova igreja. Disse Paulo: “Assim, pois,  também agora, no tempo de hoje ,  sobrevive um remanescente  segundo a eleição da graça” (Rm 11:5).
Um remanescente do remanescente Esses judeus fiéis , chamados ao  verdadeiro  conhecimento de Deus,  haveriam de inaugurar a igreja cristã , que por sua vez era  o remanescente de Israel .
Um remanescente do remanescente Os escritores do Novo Testamento consideravam que a nascente comunidade cristã era a continuação de Israel, havendo adquirido pela fé em Cristo as promessas do remanescente feitas a Israel no Antigo Testamento: “E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa.” (Gálatas 3:29). Deste modo, e em todo o sentido,  a Igreja converteu-se no novo Israel, no novo remanescente.  Adotou as mesmas funções, apropriou-se das mesmas promessas e absorveu o mesmo propósito do antigo Israel, que era ensinar o mundo acerca de Jeová, o Criador dos céus e da terra.
Um remanescente do remanescente Mas a tudo isso acrescentava-se agora o conhecimento do Filho de Deus que foi morto pelos pecados do mundo. Um dos grandes temas do Novo Testamento é o conceito de um remanescente constituído por judeus e gentios,  chamado a sair da obscuridade e passar à luz de Cristo. Tal como os remanescentes que o precederam, este também aceitaria por fé  o conhecimento do Deus verdadeiro, conhecimento que remontava ao Éden, onde se anunciou pela primeira vez a promessa do Messias (ver Gn 3:15).
Um remanescente do remanescente A sua tarefa era preservar e espalhar antigas verdades, exceto que agora a igreja do Novo Testamento caminhava na brilhante luz de Jesus de Nazaré, o Salvador crucificado e ressuscitado. Desafortunadamente, este novo remanescente não era muito distinto dos anteriores! Paulo escreveu a certa igreja: “Geralmente, se ouve que  há entre vós imoralidade e imoralidade tal, como nem mesmo entre os gentios , isto é, haver quem se atreva a possuir a mulher de seu próprio pai.” (1 Coríntios 5:1)
Um remanescente do remanescente A discriminação étnica (ver Atos 6:1), mesmo entre os dirigentes da Igreja (ver Ga 2:11-14),  causou problemas ao novo remanescente . A presença de apóstatas (ver 2 Pedro 2:19-22), de falsos mestres (ver 2 Pedro 2:1) e de pessoas “tagarelas e intrigantes, falando o que não devem” (1 Tim 5:13),  contaminava também a igreja remanescente . Os desacordos teológicos também a perturbavam, especialmente em relação com a lei e a graça  (ver Atos 15:1-2). Havia  falsa teologia  que se havia introduzido subrepticiamente (ver Gálatas 3:1).
Um remanescente do remanescente Mas estes problemas que existiam já no tempo da Igreja primitiva tornaram-se insignificantes comparados com o que viria a seguir.  Paulo deixou a advertência de que viria uma grande “apostasia” (2 Ts 2:3),  e  a igreja veio a corromper-se a tal ponto que se converteu na igreja “anticristã”. O verdadeiro povo de Deus teve que se refugiar e esconder: “A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias.” (Apocalipse 12:6).
Um remanescente do remanescente Este  remanescente de crentes  – tal como tinha acontecido com os patriarcas, com o antigo Israel e com a Igreja primitiva – também se esforçou por se firmar nas antigas verdades no meio de uma apostasia prevalecente. Se bem que a perseguição tendia a purificar os santos,  nem por isso deixaram de ter os seus defeitos . As cartas à igreja durante a sua peregrinação clandestina, assim como depois dessa, revelam claramente os seus problemas.
Um remanescente do remanescente “ Portanto, arrepende-te” (Ap 2:16),  disse o Senhor a  Pérgamo  (313-538); a  Tiatira  (538-1517) disse:  “tenho porém contra ti” (2:20);  e a  Sardes , a igreja da Reforma (1517-1798), disse-lhe que havia somente  “umas poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras” (3:4). Durante a época da Reforma, as igrejas reformadas lutavam umas contra as outras, quando não lutavam contra Roma. Os protestantes mataram-se uns aos outros aos milhares. Calvino queimava aqueles que ele considerava como sendo hereges; Zwinglio mandava afogar os seus hereges e Lutero em certa ocasião instou com o governo a “ferir, matar e esfaquear, secreta ou abertamente” os camponeses que se haviam revoltado!
Um remanescente do remanescente Além disso, todas as igrejas protestantes acalentavam erros doutrinários.  À medida que o tempo passava, a teologia protestante dividia-se em tantas direções como teólogos protestantes havia.  A predestinação, a doutrina do “uma vez salvo, salvo para sempre”, o antinomianismo (a lei é desnecessária), o batismo infantil, a imortalidade da alma e a crença num milénio terreno, eram apenas alguns dos seus ensinos! Em poucos séculos, o racionalismo, e até a negação do sobrenatural, foi aceite em muitas denominações protestantes. O mesmo sucedeu com a teoria da evolução das espécies.
Um remanescente do remanescente Havia cristãos que negavam a divindade de Cristo ou a sua preexistência antes da encarnação. Alguns ensinavam que Cristo já tinha voltado, mas desta vez como mulher, ou que depois de abandonar a Palestina foi às Américas. Outros ensinavam que, uma vez a pessoa convertida, nunca mais podia pecar. Muitas igrejas aprovavam a escravatura, dizendo que provinha de Deus e outras sustentaram a discriminação racial (por exemplo, a Igreja Reformada Holandesa na África do Sul, que apoiou o “apartheid”).
Um remanescente do remanescente Outras igrejas começaram um lento retorno a Roma. Por conseguinte,  e tal como fizera milhares de anos atrás, quando a Sua Igreja estava cativa na Babilónia literal e o Senhor se dispôs a tirar dali um povo para promulgar e restaurar as verdades distintivas cuja origem remontava ao começo de tudo,   assim, uma vez mais,  Deus chamaria um remanescente , após a Sua Igreja se ter deixado prender pela Babilónia mística.

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Remanescente 2 - De Noé a Lutero

  • 1. O REMANESCENTE ENTRE AS NAÇÕES (1ª Parte) O tema do remanescente encontra-se inserido como um fio condutor através de toda a Bíblia, desde o Génesis até ao Apocalipse. A família de Noé formou o primeiro remanescente que regista a Sagrada Escritura. Depois de “todos os seres” (Gn 7:4) terem sido eliminados da superfície da Terra, os únicos sobreviventes foram Noé e a sua família: “Assim foram exterminados todos os seres que havia sobre a face da terra; (...) ficou somente Noé e os que com ele estavam na arca.” (Gn 7:23), que eram a sua esposa, os seus filhos e as suas noras. Por que é que eles foram os únicos que se salvaram?
  • 2. Em primeiro lugar, a Escritura diz que Noé era um “homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos” e que “Noé andava com Deus” (Gn 6:9). Em segundo lugar, Deus disse a Noé: “reconheço que tens sido justo diante de mim no meio desta geração” (Gn 7:1). E finalmente, “fez Noé, consoante a tudo o que Deus lhe ordenara” (Gn 6:22). Não devemos então achar estranho que Deus tenha dito a Noé: “Contigo, porém, estabelecerei a minha aliança” (Gn 6:18). Um contrato ou aliança só pode funcionar se as partes contratantes aceitam os termos propostos.
  • 3. Apesar do resto da humanidade ter “corrompido o seu caminho na terra” (Gn 6:12), Noé, que andou com Deus e fez tudo o que Deus lhe mandou, consentiu em cumprir a sua parte do contrato , que incluía construir uma arca e a seguir entrar nela. Da inumerável multidão que povoava o mundo, somente oito pessoas – mesmo após 120 anos de pregação – entraram na arca. Isto indica que, para além de Noé, as outras sete pessoas também permaneceram debaixo da aliança. Noé e a sua família, ao contrário do resto da humanidade do seu tempo, creram na “verdade presente”, que nessa época consistia na mensagem de que o mundo ia ser destruído por um dilúvio. ESTA MENSAGEM ESPECÍFICA , E O FACTO DE QUE ACEITARAM A SUA VALIDADE , FIZERAM DELES O REMANESCENTE !
  • 4. É-nos dito que Noé “passou a plantar uma vinha” e “bebendo do vinho, embriagou-se e se pôs nu dentro da sua tenda” (Gn 9:20, 21). O patriarca não se limitou a saborear um copo de vinho com o seu novo regime alimentar à base de carne; embriagou-se, ao ponto de se ter posto nu dentro da sua tenda. Sem dúvida que Deus perdoou a Noé a sua indiscrição, mas o incidente demonstra que mesmo Noé, o vitorioso líder do remanescente, podia cair ! Mas o relato bíblico não termina aqui!
  • 5. A embriaguez de Noé, sem dúvida, foi apenas o começo. Em Cam, que “vendo a nudez do pai, fê-lo saber, fora, a seus dois irmãos” (Gn 9:22), “ a reverência filial muito tempo antes havia sido repelida da sua alma; e revelou a impiedade e vileza do seu caráter ” (Patriarcas e Profetas, p.111). Vemos assim que o remanescente original era corrupto desde o começo , e mesmo Noé predisse que a descendência de Cam seria maldita (ver Génesis 9:25-27). Mas apesar de Noé ter dito coisas positivas acerca dos seus dois outros filhos e da sua posteridade, os seus descendentes também apostataram!
  • 6. TORNA-SE ASSIM EVIDENTE QUE A PARTICIPAÇÃO NO REMANESCENTE NÃO SE TORNA POSSÍVEL NEM POR HERANÇA NEM POR CASAMENTO. O FACTO DE SE ESTAR UNIDO AO REMANESCENTE POR LAÇOS DE SANGUE NÃO TORNA NINGUÉM , SÓ POR ISSO, MEMBRO DA FAMÍLIA REMANESCENTE . A esposa de Noé, os seus três filhos e as suas noras, não importa quais fossem os seus defeitos intrínsecos, todos eles tiveram que escolher individualmente se queriam ou não entrar na arca. Assim, pela sua decisão de entrarem na arca, integraram o remanescente , que, neste caso, se compunha apenas de uma pequena família.
  • 7. A qualidade de membro deste remanescente “familiar”, por conseguinte, obtinha-se como resultado de uma eleição individual . O remanescente teve que aceder aos termos propostos por Deus e cumpri-los pela fé. Contudo, não importa quão justo fosse Noé, era-lhe completamente impossível transferir a sua justiça à sua posteridade.
  • 8. Mas, depois do dilúvio, a maioria dos descendentes de Noé não quiseram fazê-lo. Por rebeldia, começaram a construir a torre de Babel, apesar do Senhor ter prometido: “não será mais destruída toda a carne por águas de dilúvio, nem mais haverá dilúvio para destruir a terra” (Gn 9:11), e de ter colocado o arco-íris no céu como símbolo dessa Sua promessa. Mesmo assim, teimaram em querer construir a torre para a sua própria segurança em caso de outro dilúvio. Não creram na promessa de Deus, nem no Seu arco-íris! Quiseram confiar nas suas próprias obras (construção da torre) para se salvarem de uma eventual destruição por outro dilúvio! Entre eles e Deus não existia uma relação de confiança, como tinha acontecido no caso da família de Noé , que formou o primeiro remanescente .
  • 9. Apesar das palavras positivas que Noé pronunciou acerca do seu filho Sem (“Bendito seja o Senhor, Deus de Sem” – Gn 9:26), a posteridade de Sem apostatou ! Por isso Abrão (mais tarde chamado Abraão), um descendente de Sem, teve que deixar a sua família idólatra ! “Ora, disse o Senhor a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei” (Gn 12:1). Como um dos poucos seguidores do “Senhor, Deus de Sem” que restavam, Abraão começou um novo remanescente , a partir do final da linha genealógica de Sem (ver Gn 11:10-32).
  • 10. Como fizera Noé antes dele, Abraão entrou numa relação de aliança – isto é, baseada num pacto – com o Senhor: “Quando atingiu Abrão a idade de noventa e nove anos, apareceu-lhe o Senhor e disse-lhe: Eu Sou o Deus Todo-Poderoso; anda na Minha Presença e sê perfeito. Farei uma aliança entre Mim e ti e te multiplicarei extraordinariamente” (Gn 17:1-2). Abraão também possuía a verdade presente para o seu tempo : a de que o Senhor Jeová era o Criador, e que só Ele deveria ser adorado . Ao seguir o Deus verdadeiro num mundo que orava a estátuas de madeira e de pedra, e as adorava, Abraão gozava indiscutivelmente da maior luz que brilhava sobre a sua geração. Esteve Abraão isento de faltas por ser o remanescente do seu tempo?
  • 11. Não ! Mas apesar das suas falhas - mentiu a Faraó (Gn 12:10-20) e a Abimeleque (Gn 20), não confiou nas promessas divinas ao tomar como esposa a Hagar (Gn 16) – Abraão manteve uma relação salvadora com o Senhor, num mundo que não fazia o mesmo! Neste sentido estabeleceu uma nova linhagem, um remanescente familiar , único grupo que preservaria o culto a Jeová enquanto se mantivesse fiel às condições da aliança: “Porque Eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do Senhor e pratiquem a justiça e o juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que tem falado a seu respeito.” (Gn 18:19).
  • 12. A linhagem prometida a Abraão saiu do seu filho Isaque, cuja semente viria a formar uma nação que seria a única que preservaria a verdadeira fé no meio de povos pagãos e idólatras . Por contraste, os descendentes de Ismael não adoraram a Deus. “ A Minha aliança, porém, estabelecê-la-ei com Isaque” (Gn 17:21). Esta indicação divina não estabelece um decreto arbitrário, uma profecia de predestinação que garantia a Isaque uma relação contratual com o Senhor. Isaque teria que escolher cooperar, e para que o pacto pudesse efetivar-se plenamente com Isaque, este deveria obedecer, e assim o fez! Por isso mesmo, Deus renovou com Isaque as promessas feitas ao seu pai Abraão! (ver Gn 26:1-6)
  • 13. Mas este privilégio também não passou automaticamente para a descendência de Isaque. Nem todos os filhos de Isaque formaram o remanescente ! Os filhos do patriarca foram dois gémeos, Jacó e Esaú: “Duas nações há no teu ventre, dois povos nascidos de ti, se dividirão” (Gn 25:23) – disse o Senhor a Rebeca. Um foi o pai de uma nação pagã . O outro engendrou o remanescente! Em que é que consistiu a diferença? Esaú nasceu primeiro, e a ele pertencia legitimamente a primogenitura, isto é, os mesmos privilégios e promessas que Isaque tinha herdado de Abraão.Tal como foi no caso de Noé, Abraão e Isaque, as ditas promessas eram de natureza contratual. Mas Esaú “por um repasto, vendeu o seu direito de primogenitura” (Hb 12:16).
  • 14. Esaú tomou deliberadamente a decisão de não seguir ao Senhor, apesar das especialíssimas oportunidades que se lhe ofereciam! Por outro lado, Jacó, o seu irmão, estimava muito tais promessas! Se bem que as viesse a obter por fraude (ver Gn 27), as suas ações mostraram quão profundamente as apreciava e respeitava. Jacó arrependeu-se, e a sua vida deu um claro testemunho da sua determinação em seguir ao Senhor apesar das consequências negativas que resultaram do seu engano!
  • 15. Com razão não foi Esaú quem herdou as promessas, mas sim Jacó! Com razão Esaú caminhou nas trevas e Jacó na luz! Com razão a semente de Esaú se converteu numa nação pagã, e a de Jacó... no remanescente! Esaú, cansado depois de um dia de labor, deixou de lado as bênçãos em troca de uma gratificação momentânea; Jacó, por seu lado, lutou com Deus toda uma noite para não as perder! “Não te deixarei ir se me não abençoares.” (Gn 32:26). Conseguem ver a diferença?
  • 16. Na Escritura, o tema do remanescente aparece, a seguir, conectado com José. Depois dos seus irmãos terem viajado para o Egito em busca de ajuda para sobreviver à fome, José – havendo provado a sua fidelidade e a profundidade do seu arrependimento – finalmente se revelou a eles e lhes disse: “ Deus me enviou adiante de vós, para conservar vossa sucessão ( um remanescente ) na terra e para vos preservar a vida por um grande livramento.” (Gn 45:7).
  • 17. Os irmãos de José certamente não mostraram a fé de Abraão, Isaque e Jacó, o remanescente que os havia precedido . O facto de terem vendido a José como escravo e, logo a seguir, terem contado uma mentira ao pai para cobrirem o acontecimento faz com que, por comparação, Noé, Abraão e Jacó, mesmo com todos os seus defeitos, pareçam boa gente para ser levada para o céu.
  • 18. E, mesmo assim, a Escritura refere-se aos irmãos de José como sendo um “remanescente”! Porquê? Porque , apesar do terrível crime que eles praticaram contra o seu irmão, esses homens tinham amadurecido, crescido em caráter, e até haviam mostrado verdadeiro arrependimento , como podemos ver nas relações deles com José.
  • 19. Por exemplo, acusaram-se amargamente do seu pecado, mostrando um verdadeiro e sincero arrependimento: “ Na verdade, somos culpados, no tocante a nosso irmão, pois lhe vimos a angústia de alma, quando nos rogava, e não lhe acudimos; por isso nos vem esta ansiedade” (Gn 42:21). Quando por fim levaram a Benjamim, José fez um banquete. E a Benjamim, o mais jovem, serviu-lhe mais alimento do que a todos os outros irmãos: “Então, lhes apresentou as porções que estavam diante dele; a porção de Benjamim era cinco vezes mais do que a de qualquer deles.” (Gn 43:34). José queria ver se na atitude deles para com o seu irmão mais novo, eles manifestavam a mesma inveja que haviam mostrado para com ele!
  • 20. Não foi isso que ocorreu , pois a passagem termina dizendo que “eles beberam e se regalaram com ele” (Gn 43:34). Mais tarde, quando Judá pensou que Benjamim ia tornar-se escravo, ofereceu-se para tomar o seu lugar: “ Agora, pois, fique teu servo em lugar do moço por servo do meu senhor, e o moço que suba com seus irmãos. Porque como subirei eu a meu pai, se o moço não for comigo? Para que não veja eu o mal que a meu pai sobrevirá.” (Gn 44:33-34). Satisfeito agora José a respeito da evidente mudança pela qual haviam passado os seus irmãos , revelou-lhes a sua identidade . Depois, toda a família se transferiu para o Egito, e ali sobreviveram à fome.
  • 21. ESTA FAMÍLIA REMANESCENTE – a única que caminhava na verdade presente , que exaltava a Jeová como Criador – ao passo que o resto do mundo de então adorava falsos deuses – VEIO A TORNAR-SE A PRÓPRIA NAÇÃO DE ISRAEL.
  • 22. O Remanescente entre as Nações O REMANESCENTE ENTRE AS NAÇÕES (2ª Parte) A semana passada analisámos vários remanescentes mencionados na Bíblia, desde o início do relato sagrado, nomeadamente o remanescente constituído por Noé e a sua família , o remanescente da descendência de Sem – Abraão , e depois o remanescente de Abraão – Isaque , que por sua vez deixou o remanescente na sua descendência em Jacó . Vimos depois como em José se prolongou o remanescente, que incluiu toda a sua família , pelo arrependimento genuíno manifestado pelos seus irmãos. Esta família esteve na origem da nação de Israel.
  • 23. O Remanescente entre as Nações
  • 24. O Remanescente entre as Nações No Sinai, os filhos de Israel (ou seja os filhos de Jacó), recentemente fugitivos do Egito, entraram numa relação pactual com Deus através de uma aliança que era muito semelhante à aliança que Deus havia estabelecido com Abraão, Isaque e Jacó. De facto, o pacto ou aliança estabelecido com Israel no Sinai cumpria as promessas que Deus havia feito aos patriarcas, de que a sua semente viria a ser uma "grande nação" (Gn 12:2; 18:18; 46:3). De agora em diante as promessas estender-se-iam a toda uma nação , ao contrário do que tinha acontecido nos tempos patriarcais, em que as promessas ao remanescente estavam circunscritas apenas a umas poucas gerações de uma família específica.
  • 25. O Remanescente entre as Nações "Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a Minha voz e guardardes a Minha aliança, então, sereis a Minha propriedade peculiar dentre todos os povos ; porque toda a terra é Minha; vós Me sereis reino de sacerdotes e nação santa." (Ex 19:5-6). A Bíblia coloca a Israel num lugar proeminente; a sua história encontra-se no centro do Antigo Testamento e também em boa parte do Novo Testamento. Porquê? O que é que fazia de Israel uma nação tão importante? Quais os termos da aliança que Deus estabeleceu com Israel?
  • 26. O Remanescente entre as Nações Bom, antes de mais nada importa referir que, no contexto do Antigo Médio Oriente, Israel não tinha grande influência, nem a nível político, nem social, nem militar! Em primeiro lugar , todos os hebreus chegaram tarde ao Antigo Médio Oriente. Já haviam surgido e caído uma dezena de dinastias egípcias antes do surgimento de Israel como nação. Para a época em que nasceu a nação hebraica, a Grande Pirâmide do Egito – com 2 milhões de blocos, cada um dos quais pesava cerca de 2 toneladas e meia – tinha quase mil anos de idade.
  • 27. O Remanescente entre as Nações Em segundo lugar , Israel ocupava um setor relativamente despovoado, em comparação com os impérios que o rodeavam, como a Babilónia e o Egito, cujas populações eram muito maiores que o nível jamais alcançado pela nação hebraica. Em terceiro lugar , Israel era geograficamente pequeno, relativamente aos grandes poderes do Mundo Antigo! Os mapas do Antigo Médio Oriente mostram que, mesmo quando as doze tribos haviam expandido ao máximo as suas fronteiras, Israel nunca possuiu um território muito amplo. A Assíria, a Babilónia, a Pérsia e até o Egito, nos seus apogeus, tiveram impérios muito mais vastos do que aquele que os judeus alguma vez chegaram a controlar.
  • 28. O Remanescente entre as Nações Em quarto lugar , excluindo um século em que, sob a monarquia unida de David e Salomão, Israel foi uma força regional digna de consideração, a nação hebraica nunca constituiu um grande poder militar. Em diversas épocas da sua história, especialmente depois da nação se ter dividido em dois reinos hostis, foi invadida e saqueada pelos egípcios, assírios, babilónios, persas, gregos e, finalmente, pelos romanos. Por tudo isto, vemos que a importância de Israel não se baseava no seu tamanho, população ou destreza militar. Mas, o que fez Israel ser o centro da Bíblia foi a sua religião !
  • 29. O Remanescente entre as Nações Somente Israel aderiu , se bem que esporadicamente , à fé original que o unia com Abraão, Noé e Adão. Coletivamente, Israel permaneceu como o único reduto do conhecimento de Deus sobre a Terra , numa época em que a verdadeira religião da humanidade se viu rodeada por uma explosão de paganismo e idolatria que cobriu o mundo com os escombros da superstição e dos falsos ensinos. Como resumo do que acabámos de ver, assumem particular importância as palavras bíblicas registadas em Deuteronómio 7:6-8:
  • 30. O Remanescente entre as Nações "Porque tu és povo santo ao Senhor teu Deus; o Senhor teu Deus te escolheu para que Lhe fosses o Seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra . Não vos teve o Senhor afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos , mas porque o Senhor vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais..." Neste sentido, Israel era um remanescente entre as nações , um resíduo num mundo que não conhecia o verdadeiro Deus, nem a sua doutrina, nem mantinha uma relação com Ele.
  • 31. O Remanescente entre as Nações O papel de Israel como "remanescente entre as nações" destaca-se com maior clareza quando se compara a sua fé com o paganismo que o rodeava. Desde o rio Nilo até ao rio Eufrates, o antigo habitante do Médio Oriente adorava um elaborado panteão de deuses e deusas que se manifestavam na natureza. Numa tormenta, estava o deus das tormentas; na luz solar, o deus sol. E, do mesmo modo que a natureza não era pacífica, de igual modo não eram os deuses, os quais eram frequentemente descritos com atributos humanos: vingança, zelo, incoerência, paixão e violência... De facto, com frequência, as descrições que se faziam desses deuses mostravam-nos guerreando-se e matando-se uns aos outros.
  • 32. O Remanescente entre as Nações No meio deste desfile de politeísmo , eis que surge uma pequena nação de ex-escravos, refugiados, sem terra própria, peregrinos sem pátria, que proclamam uma das ideias mais radicais da antiguidade: "Shema Yisrael, Adonai Elohanu, Adonai Echad" que significava: " Ouve, Israel , o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR " (Dt 6:4). Mas esta ideia, por mais radical que ela fosse, não era uma ideia nova ! O monoteísmo e a adoração exclusiva de Jeová havia sido a religião original da humanidade, a fé de Adão, Eva, Abel, Sete, Metusalém, Enoque e Noé !
  • 33. O Remanescente entre as Nações Os judeus – em vez de reconhecer um panteão de deuses e deusas (em hebreu nem sequer existe uma palavra que signifique deusa ) – adoravam somente um único Deus, o Criador, porque Ele é o Deus único que desde o princípio havia sido adorado . Esta verdade quase se havia perdido entre o politeísmo que permeava o Antigo Médio Oriente. Os hebreus, uma nação remanescente que se agarrava à fé original , eram os únicos que a seguiam. DESTE MODO, AO ADORAR UM ÚNICO DEUS, JEOVÁ, OS HEBREUS NÃO ESTAVAM CRIANDO ALGO NOVO OU INOVATIVO; SIMPLESMENTE ESTAVAM ADERINDO A UMA PRÁTICA ANTIGA E ORIGINAL! O QUE ERA NOVO ERA O POLITEÍSMO!
  • 34. O Remanescente entre as Nações O mesmo se pode dizer quanto à rejeição que faziam os judeus da confusão entre Deus e a natureza. Ao contrário do que faziam os pagãos, a nação hebraica não identificava Deus como parte da sua própria criação (panteísmo). Em contrapartida, consideravam a criação como obra de Deus. Como tinha acontecido com Adão e Eva, os judeus aprenderam a conhecer Deus como um Deus Pessoal e Criador, e adoravam-no como tal. Este conceito, igualmente tão diferente do que criam as nações circundantes, não era nada mais do que uma verdade original que Deus tinha revelado à humanidade no Éden.
  • 35. O Remanescente entre as Nações Igualmente ao rejeitar a idolatria reinante nos povos pagãos do antigo Médio Oriente (no antigo Médio Oriente, a idolatria achava-se proporcionalmente mais difundida do que se encontra hoje o islamismo no mundo moderno), Israel não fazia outra coisa que restaurar o culto ao Deus verdadeiro, como se praticava antes de ter sido transformado numa "mentira", como disse o apóstolo Paulo referindo-se à idolatria (em Rm 1:25). O Senhor disse a Adão que ele ia dominar "sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo o animal que rasteja pela terra" (Gn 1:28), não que deveria inclinar-se perante eles e adorá-los!
  • 36. O Remanescente entre as Nações A idolatria surgiu depois da queda, quando os homens se apartaram do Deus verdadeiro. Deste modo, longe de aderir a um conceito novo e radical, os hebreus simplesmente se voltaram para a fé original, que imperava antes do homem ter mudado a "glória do Deus incorruptível" (Rm 1:23) pelos ídolos! O antigo Médio Oriente também se achava saturado de magia, adivinhação e astrologia, práticas que se usavam com propósitos religiosos, políticos e militares. Uma vez mais Israel se havia apartado radicalmente da norma imperante, pelo menos em teoria. Antes de entrar na terra prometida, os judeus haviam sido particularmente admoestados contra a participação nessas práticas (ver Dt 18:9-14).
  • 37. O Remanescente entre as Nações CONCLUINDO : LONGE DE SER NOVA E INOVADORA, A RELIGIÃO HEBRAICA ERA NA REALIDADE UM DEPÓSITO CONSERVADOR DE VERDADES QUE ANTECEDIAM O PAGANISMO! E ERA O FACTO DE SE AGARRAR – NÃO IMPORTA QUÃO DÉBIL E ESPORADICAMENTE! – A ESSAS VERDADES ORIGINAIS, QUE FAZIA DELES UM POVO REMANESCENTE!
  • 38. O Remanescente entre as Nações Mas Israel não possuía a fé remanescente só porque rejeitava o politeísmo, a idolatria, a magia, a adivinhação e a astrologia. Os judeus possuíam luz cuja origem se pode encontrar nos começos da humanidade , luz que, ou os pagãos não tinham ou haviam pervertido em grande medida! Em primeiro lugar, Israel guardava o sétimo dia, o Sábado , instituição que remonta ao Éden, antes da queda (ver Gn 2:3). Assim, o Sábado do sétimo dia não era nada de novo; em contrapartida, era uma antiga verdade perdida, que os judeus recuperaram e conservaram.
  • 39. O Remanescente entre as Nações Israel também possuía o Decálogo na sua expressão mais pura. Se bem que seja verdade que as nações circunvizinhas também tinham códigos legais, alguns dos quais refletiam ideias contidas nos Dez Mandamentos, nenhuma delas tinha o que os hebreus tinham recebido no Decálogo. E aqui, novamente, não se pode dizer que os hebreus possuíssem algo de novo. A lei tinha existido através da época patriarcal, e mesmo antes! Por que é que o assassinato de Abel por Caim (Gn 4) foi um ato de maldade, assim como a mentira de Abraão (Gn 12), ou teria sido o adultério de José com a esposa do seu senhor (Gn 39), se esses aspetos da lei não fossem já conhecidos?
  • 40. O Remanescente entre as Nações Israel compreendia com especial clareza a história da Criação . Entre os seus vizinhos pagãos circulava toda a espécie de relatos ridículos, como a Enuma Elish , que ensinava que o mundo tinha sido criado como resultado de uma feroz batalha entre os deuses, a qual começou porque alguns deles interromperam o sono dos outros. Em contraste, os judeus acreditavam nas profundas verdades do Génesis, as quais ensinam que Deus criou o céu e a terra como um ato deliberado, e logo, num gesto de intimidade, criou o homem do pó da terra, à Sua própria imagem. Ao aceitar o relato das nossas origens que apresenta o Génesis, os hebreus voltaram atrás, para se firmarem nas primeiras e mais puras verdades referentes à Criação.
  • 41. O Remanescente entre as Nações A Israel foi dado igualmente o santuário do Senhor e a mensagem a ele associado. Se bem que seja certo que os pagãos também tinham santuários e templos, as práticas associadas a eles – prostituição e sacrifícios humanos, por exemplo – mostram que esses santuários não ensinavam o mesmo que o de Israel. O santuário israelita baseava-se nos sacrifícios animais. A Bíblia comprova que essa prática remonta aos dias de Adão e Eva, e que foi iniciada pelo próprio Deus (Gn 3:21).
  • 42. O Remanescente entre as Nações Os hebreus, que ocupavam um lugar exclusivo entre os povos do mundo antigo, também conheciam a verdade acerca da morte . "Pois na morte não há recordação de ti; no sepulcro, quem te dará louvor?" (Sl 6:5). Compreendiam que, na morte, "sai-lhes o espírito [do homem], e eles tornam-se em sua terra; nesse mesmo dia perecem os seus pensamentos" (Sl 146:4 - Versão Almeida antiga). Os israelitas sabiam que a morte é um sono : "E David dormiu com seus pais e foi sepultado na cidade de David" (1 R 2:10 – Versão Almeida antiga).
  • 43. O Remanescente entre as Nações Este ensino diferia radicalmente da forma como o mundo antigo compreendia a morte , com os seus elaborados rituais religiosos e práticas funerárias centradas na crença de que a alma é imortal. Muitos faraós gastaram anos da sua vida e grandes fortunas construindo túmulos bem elaborados para “o além”. A literatura dos vizinhos pagãos de Israel acha-se repleta de relatos acerca da vida além-túmulo! Neste ponto também a verdade acerca do estado dos mortos e da não imortalidade da alma remonta à Criação , quando "formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser (não a ter) uma alma vivente" (Gn 2:7).
  • 44. O Remanescente entre as Nações Na Criação, Deus ensinou que a alma é o que somos , e não algo que possuamos até à morte. O que o Senhor disse a Adão: "és pó e ao pó tornarás" (Gn 3.19), era uma antiga verdade que os israelitas compreendiam, em agudo contraste com as nações circundantes. Mas Israel também possuía uma mensagem de saúde . Se bem que seja certo que o regime alimentar original do Éden fosse vegetariano (e os israelitas não eram), a distinção entre alimentos limpos e imundos que os judeus reconheciam, remonta pelo menos ao tempo de Noé (ver Gn 7:2).
  • 45. O Remanescente entre as Nações O princípio de um regime alimentar adequado, contudo – podemos dizê-lo – aparece já no Éden , uma vez que o Senhor instruiu os nossos primeiros pais acerca do que deveriam comer (ver Gn 1:29). Nisto também os hebreus iam à frente dos seus vizinhos, não por haverem elaborado novas verdades, mas por terem conservado verdades antigas! A nação hebraica também compreendia o tema do grande conflito . O livro de Jó – o mais antigo da Bíblia – esquematiza com suficiente clareza o conflito fundamental que existe entre o Senhor e satanás, o qual começou no céu, mas cujas batalhas acontecem na terra (ver Jó 1 e 2). Outras passagens, como Génesis 3:1-15, Ezequiel 28:12-15 e Isaías 14:12-14 acrescentam detalhes a esta importante verdade.
  • 46. O Remanescente entre as Nações Se bem que os pagãos tivessem toda uma classe de ideias relativas ao Bem e ao mal, ninguém compreendia este tema como os judeus; e isto, uma vez mais, porque só os judeus possuíam verdades antigas. Israel também possuía o espírito de profecia . Durante grande parte da história da nação, os profetas – canónicos e não canónicos – proclamaram mensagens específicas, muitas das quais foram mais tarde incluídas na Bíblia.
  • 47. O Remanescente entre as Nações Ao passo que os seus vizinhos pagãos estudavam, por exemplo, fígados de animais para discernir o futuro, Isaías proclamava que "Ciro... cumprirá tudo o que me apraz; que digo também de Jerusalém: Será edificada; e do templo: Será fundado" (Is 44:28), um século e meio antes de ter nascido esse rei e fundador do Império Persa que, no tempo designado, cumpriu essa declaração profética ao libertar os judeus que estavam em Babilónia e ao permitir-lhes reconstruir Jerusalém e o templo.
  • 48. O Remanescente entre as Nações Finalmente, Israel possuía grande luz acerca do Redentor que viria, quer quanto ao primeiro quer quanto ao segundo Adventos : Aos judeus se concedeu o privilégio especial de anunciar a sua chegada, e eles mesmos deviam preparar-se para ela (ver Is 42). Unicamente Israel possuía as grandes profecias de Isaías 53, Daniel 9, Miquéias 5 e Salmo 22, e tinha o dever de espalhá-las pelo mundo. E mesmo aqui, esta luz não era nova. O texto de Génesis 3:15, conhecido como o protoevangelho (a primeira boa nova), foi por muito tempo considerado como a primeira promessa messiânica.
  • 49. O Remanescente entre as Nações O povo de Israel destacava-se claramente por entre os seus vizinhos pagãos devido às verdades que só ele possuía , e à relação que mantinha com o Deus verdadeiro.
  • 50. O Remanescente entre as Nações Moisés proclamou diante de Israel: "Eis que vos tenho ensinado estatutos e juízos, como me mandou o Senhor, meu Deus, para que assim façais no meio da terra que passais a possuir. Guardai-os, pois, e cumpri-os, porque isto será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos que, ouvindo todos estes estatutos, dirão: Certamente, este grande povo é gente sábia e inteligente . Pois que grande nação há que tenha deuses tão chegados a si como o Senhor, nosso Deus, todas as vezes que O invocamos? E que grande nação há que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei que Eu hoje vos proponho?" (Dt 4:5-8).
  • 51. O Remanescente entre as Nações ERAM ESTAS COISAS – AS LEIS E ESTATUTOS, A VERDADE PRESENTE E A PROMESSA DE OBEDIÊNCIA QUE FIZERAM OS JUDEUS – O QUE FAZIA DELES UM POVO REMANESCENTE , POSSUIDOR DE VERDADES QUE NÃO APENAS DEVIAM COMPREENDER E OBEDECER, MAS IGUALMENTE TESTEMUNHAR.
  • 52. O Remanescente entre as Nações Mas, por desgraça , desde o episódio do bezerro de ouro (ver Ex 32) até ao apedrejamento de Estevão (ver At 7), quinze séculos mais tarde, o remanescente nunca viveu em harmonia com as verdades que se lhe haviam revelado! Poder-se-á dizer que o tema das Escrituras , especialmente do Antigo Testamento, não é tanto o chamado de Israel ao pacto com Deus, mas a história do seu fracasso em obedecer a esse pacto.
  • 53. O Remanescente entre as Nações O compromisso com os pagãos destruiu a nação durante o período do Primeiro Templo! Quão frequentemente os profetas admoestaram Israel para não se envolverem com a cultura circundante! Mas, em vez de elevarem os pagãos à sua norma de justiça, Israel absorveu e assimilou as crenças e a conduta desses mesmos pagãos. Sofonias advertiu acerca dos "que sobre os eirados adoram o exército do céu e os que adoram ao Senhor e juram por Ele e também por Milcom " (Sf 1:5). Alguns israelitas adoravam os astros, uma prática que aprenderam dos seus vizinhos, ao passo que outros misturavam a sua fé no Senhor com o culto do deus amonita, Milcom.
  • 54. O Remanescente entre as Nações Não haviam rejeitado completamente a sua antiga religião; mas, em contrapartida, apenas quiseram “atualizá-la com o pensamento contemporâneo”! Ezequiel, em visão, viu paganismo completamente infiltrado no próprio templo em Jerusalém! Mulheres estavam ali sentadas “chorando a Tamuz” (Ez 8:14), e mesmo homens “de costas para o templo do Senhor e com o rosto para o oriente; adoravam o sol, virados para o oriente” (v 16). Devido à sua associação com os que não conheciam o Senhor, os israelitas também perderam o seu conhecimento de Deus: "nela [na terra] não há verdade, nem amor, nem conhecimento de Deus" (Os 4:1).
  • 55. O Remanescente entre as Nações Apesar de tudo, os judeus criam que, porquanto tinham "a verdade" e eram o povo especial escolhido por Deus – por assim dizer o "remanescente" – continuariam sendo o único povo fiel de Deus. Jeremias escreveu acerca dos que, apesar do seu pecado e transigência, iam às portas do templo e diziam: "Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor é este" (Jr 7:4). Não importava o que faziam, criam que o templo de Deus os salvaria.
  • 56. O Remanescente entre as Nações Um grave problema era que a nação hebraica sofria pela ação de dirigentes corruptos, vacilantes e transigentes. Foi o caso do rei Acabe e da rainha Jezabel, que provocaram o assassinato de Nabote para ficarem com a sua vinha (1 R 21), do rei Manassés que induziu Judá a fazer "pior do que as nações" pagãs (2 Cr 33:9), ou dos príncipes de Judá, que insistiram com o rei Zedequias para que fizesse matar a Jeremias (ver Jr 38:4) – casos que nos revelam como uma série de dirigentes não convertidos submeteram a nação a uma crise após outra, até que todo o edifício caiu!
  • 57. O Remanescente entre as Nações Muitos sacerdotes – os pastores espirituais da nação – também apostataram! Desde os dias de Nadabe e Abiú, que ofereceram "fogo estranho" sobre o altar (ver Lv 10), até aos dias finais de Judá, quando Pasur, o sacerdote "feriu" e "meteu no tronco" a Jeremias (ver Jr 20:2), houve falsos pastores que faziam com que o povo se desviasse. Sofonias lamentava-se porque os "sacerdotes profanam o santuário e violam a lei (Sf 3:4).
  • 58. O Remanescente entre as Nações Por tudo isto, a nação se dividiu em dois reinos que esporadicamente entravam em guerra um com o outro. Desse modo, quando a nação escolhida por Deus mais necessitava de apresentar uma frente unida, obedecendo à vontade divina de espalhar a verdade que possuía pelo mundo, eis que se achava tão debilitada pelas lutas e controvérsias internas que caiu facilmente presa dos seus inimigos externos. Após séculos de acomodação a práticas pagãs, os judeus já não tinham a protecção divina contra os exércitos pagãos. E foi por isso que foram levados cativos para Babilónia!
  • 59. Um remanescente do remanescente UM REMANESCENTE DO REMANESCENTE Apesar da capitulação, cativeiro e servidão a que foram sujeitos Israel e Judá, o Senhor prometeu preservar um remanescente . Juntamente com as advertências de guerra, sofrimentos e ruína feitas pelos profetas, encontravam-se promessas divinas de um remanescente que escaparia da destruição e restabeleceria a nação. “ Naquele dia, o Senhor tornará a estender a mão para resgatar o restante (remanescente) do Seu povo, que for deixado, da Assíria, do Egito... e das terras do mar” (Is 11:11).
  • 60. Um remanescente do remanescente “ Eu mesmo recolherei o restante (remanescente) das minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos” (Jr 23:3). “ Eis que Eu, Eu mesmo, trarei a espada sobre vós e destruirei os vossos altos. (...) Porei os cadáveres dos filhos de Israel diante dos seus ídolos e espalharei os vossos ossos ao redor dos vossos altares. (...) Mas deixarei um resto , porquanto alguns de vós escapareis da espada entre as nações, quando fordes espalhados pelas terras .” (Ez 6:3, 5, 8)
  • 61. Um remanescente do remanescente O Senhor cumpriu as Suas promessas! Circunstâncias que deveriam ter terminado para sempre com a nação judaica (a sua capital destruída, o seu povo morto, espalhado ou cativo), não provocaram tal resultado. Em contrapartida, o Senhor fez voltar à terra um remanescente para que reconstruísse o templo e restabelecesse a nação: “Eu os trarei, e habitarão em Jerusalém; eles serão o Meu povo, e Eu serei o seu Deus, em verdade e em justiça” (Zacarias 8:8).
  • 62. Um remanescente do remanescente Infelizmente, este “remanescente do remanescente” também era afligido por graves defeitos espirituais, muito semelhantes aos que haviam arruinado os seus pais na geração anterior. Em primeiro lugar , apesar do decreto tão liberal de Ciro, o qual não somente permitia aos judeus de voltar a Jerusalém (ver Ed 1), mas igualmente de reconstruir o templo com fundos provindos do próprio tesouro real (ver Ed 6), muitos judeus sentiam-se tão comodamente assimilados às culturas estrangeiras onde viviam, especialmente a de Babilónia, que não quiseram voltar!
  • 63. Um remanescente do remanescente Setenta anos depois do retorno dos primeiros exilados, não foi fácil para Esdras persuadir a alguns levitas para que deixassem Babilónia e ministrassem como sacerdotes no novo templo. Em segundo lugar , quando se completou o fundamento da nova estrutura, muitos dos mais idosos de entre os que tinham voltado, ao recordar a glória do templo de Salomão, choravam ao compará-la com a inferioridade do novo edifício, a tal ponto que “não se podiam discernir as vozes de alegria das vozes do choro do povo” ( Ed 3:13).
  • 64. Um remanescente do remanescente Também “as gentes da terra” – isto é, os samaritanos – “desanimaram o povo de Judá, inquietando-o no edificar” (Esdras 4:4). Este problema, juntamente com as privações causadas pelo retorno no meio de grande pobreza, desencorajaram de tal maneira o povo, que o remanescente abandonou por uns quinze anos o projeto de reconstruir o templo. Em vez disso, dedicaram-se a construir e embelezar os seus próprios lares. Esta atitude acabou por atrair a repreensão de Deus, que lhes retirou a Sua própria benção:
  • 65. Um remanescente do remanescente “ Esperastes o muito, e eis que veio a ser pouco, e esse pouco, quando o trouxeste para casa, Eu com um assopro o dissipei. Por quê? – diz o Senhor dos Exércitos; por causa da Minha casa, que permanece em ruínas, ao passo que cada um de vós corre por causa de sua própria casa. Por isso, os céus sobre vós retêm o seu orvalho, e a terra, os seus frutos.” (Ageu 1:9-10). Muitos dentre o remanescente, incluindo dirigentes espirituais, haviam-se casado com pagãos, prática essa que havia atraído a ira de Deus sobre os seus pais. Ao ouvir falar desses matrimónios, disse Esdras:
  • 66. Um remanescente do remanescente “ rasguei as minhas vestes e o meu manto, e arranquei os cabelos da cabeça e da barba, e me assentei atónito” (Esdras 9:3). Quando cresceram, muitos filhos desses matrimónios com pagãos nem sequer “sabiam falar judaico” (Neemias 13:24). Os membros mais acomodados do remanescente aproveitavam-se dos pobres cobrando-lhes juros até que “foi grande, porém, o clamor do povo e de suas mulheres contra os judeus, seus irmãos” (Neemias 5:1; ver também v. 2-12)
  • 67. Um remanescente do remanescente Muitos também faziam negócios ao Sábado (ver Neemias 13:15-17). Arrependimentos casuais provocaram reavivamentos e Israel conseguiu terminar a reconstrução da cidade e do templo. Mas, à luz das grandes promessas relativas à nação hebraica, esse remanescente também falhou na sua missão espiritual , a qual estava no centro do seu sagrado pacto com Deus.
  • 68. Um remanescente do remanescente À medida que o tempo transcorria, a situação piorava cada vez mais. Sob o governo da Grécia, que começou no IV século a.C., o remanescente assimilou com grande rapidez as crenças e costumes helenísticos. Deste modo, a “igreja” remanescente organizada, que devia ter conquistado o mundo pagão com o Evangelho, deixou-se conquistar por ele. Apesar de todas as oportunidades que se lhe deram para cumprir com as condições do pacto, o remanescente fracassou continuamente !
  • 69. Um remanescente do remanescente Mais tarde a “igreja” remanescente ia afrontar – e falhar! – na prova mais importante de todas. Nos tempos do Antigo Testamento, o grande pecado de Judá e Israel foi a acomodação com o paganismo; no tempo do Novo Testamento, o pêndulo havia oscilado até ao outro extremo. Temerosa de contaminar-se com as influências estrangeiras, a igreja remanescente fechou-se de tal maneira sobre si própria que quase anulou por completo a sua utilidade para a causa de Deus.
  • 70. Um remanescente do remanescente Encerrados no seu legalismo inflexível, muitos dos membros do remanescente rejeitaram a Jesus, porque Ele não se ajustava à sua forma distorcida de definir os “pilares” da fé, e nem sequer obedecia a certas normas de justiça e boa conduta que eles haviam estabelecido como invioláveis. As batalhas que se livraram entre Cristo e os dirigentes religiosos em torno do Sábado provêm bons exemplos desse frio formalismo: “Esse homem – disseram os fariseus - não é de Deus, porque não guarda o Sábado” (João 9:16). Tão empedernidos estavam eles nas suas regras, leis e tradições, que nem sequer compreendiam o significado das mesmas.
  • 71. Um remanescente do remanescente Tão pétrea se tinha tornado a sua atitude mental, que nem sequer os milagres do Salvador a podia suavizar. “Negligenciando o mandamento de Deus, – disse-lhes Jesus – guardais a tradição dos homens” (Marcos 7:8). A nação hebraica tinha ficado obcecada a tal extremo com as normas de justiça – muitas das quais refletiam as suas próprias opiniões e interpretações – que os regulamentos se haviam convertido em fins, em vez de serem meios para alcançar objetivos mais nobres.
  • 72. Um remanescente do remanescente Em vez de considerarem que a lei era parte da sua religião, permitiram que a própria lei se convertesse na sua religião, excluindo tudo o mais. Deste modo, Israel, que tinha os mandamentos, desconheceu o Dador dos mandamentos ; ouviu falar do amor de Deus, mas quando esse Amor veio em carne, não o reconheceu. Conhecia a salvação, mas não conheceu o Salvador, tão obcecados estavam com a ideia de preservar a verdade, que não aceitaram a Verdade quando esta se personificou entre eles. Na mente dos dirigentes, as leis, regulamentos e tradições eram mais importantes que o amor, o perdão e a tolerância.
  • 73. Um remanescente do remanescente Preocupados em proteger o “judaísmo histórico”, rejeitaram a Cristo porque o seu ensino diferia das suas normas de santidade. Contudo, muitos judeus permaneceram fiéis, sem participar da apostasia. Disse Paulo que esses recusaram dobrar “os joelhos diante de Baal” (Rm 11:4). Esses fiéis crentes existiram através de toda a história de Israel. Na época de Cristo, e mais tarde, haveriam de formar o núcleo da nova igreja. Disse Paulo: “Assim, pois, também agora, no tempo de hoje , sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça” (Rm 11:5).
  • 74. Um remanescente do remanescente Esses judeus fiéis , chamados ao verdadeiro conhecimento de Deus, haveriam de inaugurar a igreja cristã , que por sua vez era o remanescente de Israel .
  • 75. Um remanescente do remanescente Os escritores do Novo Testamento consideravam que a nascente comunidade cristã era a continuação de Israel, havendo adquirido pela fé em Cristo as promessas do remanescente feitas a Israel no Antigo Testamento: “E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa.” (Gálatas 3:29). Deste modo, e em todo o sentido, a Igreja converteu-se no novo Israel, no novo remanescente. Adotou as mesmas funções, apropriou-se das mesmas promessas e absorveu o mesmo propósito do antigo Israel, que era ensinar o mundo acerca de Jeová, o Criador dos céus e da terra.
  • 76. Um remanescente do remanescente Mas a tudo isso acrescentava-se agora o conhecimento do Filho de Deus que foi morto pelos pecados do mundo. Um dos grandes temas do Novo Testamento é o conceito de um remanescente constituído por judeus e gentios, chamado a sair da obscuridade e passar à luz de Cristo. Tal como os remanescentes que o precederam, este também aceitaria por fé o conhecimento do Deus verdadeiro, conhecimento que remontava ao Éden, onde se anunciou pela primeira vez a promessa do Messias (ver Gn 3:15).
  • 77. Um remanescente do remanescente A sua tarefa era preservar e espalhar antigas verdades, exceto que agora a igreja do Novo Testamento caminhava na brilhante luz de Jesus de Nazaré, o Salvador crucificado e ressuscitado. Desafortunadamente, este novo remanescente não era muito distinto dos anteriores! Paulo escreveu a certa igreja: “Geralmente, se ouve que há entre vós imoralidade e imoralidade tal, como nem mesmo entre os gentios , isto é, haver quem se atreva a possuir a mulher de seu próprio pai.” (1 Coríntios 5:1)
  • 78. Um remanescente do remanescente A discriminação étnica (ver Atos 6:1), mesmo entre os dirigentes da Igreja (ver Ga 2:11-14), causou problemas ao novo remanescente . A presença de apóstatas (ver 2 Pedro 2:19-22), de falsos mestres (ver 2 Pedro 2:1) e de pessoas “tagarelas e intrigantes, falando o que não devem” (1 Tim 5:13), contaminava também a igreja remanescente . Os desacordos teológicos também a perturbavam, especialmente em relação com a lei e a graça (ver Atos 15:1-2). Havia falsa teologia que se havia introduzido subrepticiamente (ver Gálatas 3:1).
  • 79. Um remanescente do remanescente Mas estes problemas que existiam já no tempo da Igreja primitiva tornaram-se insignificantes comparados com o que viria a seguir. Paulo deixou a advertência de que viria uma grande “apostasia” (2 Ts 2:3), e a igreja veio a corromper-se a tal ponto que se converteu na igreja “anticristã”. O verdadeiro povo de Deus teve que se refugiar e esconder: “A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias.” (Apocalipse 12:6).
  • 80. Um remanescente do remanescente Este remanescente de crentes – tal como tinha acontecido com os patriarcas, com o antigo Israel e com a Igreja primitiva – também se esforçou por se firmar nas antigas verdades no meio de uma apostasia prevalecente. Se bem que a perseguição tendia a purificar os santos, nem por isso deixaram de ter os seus defeitos . As cartas à igreja durante a sua peregrinação clandestina, assim como depois dessa, revelam claramente os seus problemas.
  • 81. Um remanescente do remanescente “ Portanto, arrepende-te” (Ap 2:16), disse o Senhor a Pérgamo (313-538); a Tiatira (538-1517) disse: “tenho porém contra ti” (2:20); e a Sardes , a igreja da Reforma (1517-1798), disse-lhe que havia somente “umas poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras” (3:4). Durante a época da Reforma, as igrejas reformadas lutavam umas contra as outras, quando não lutavam contra Roma. Os protestantes mataram-se uns aos outros aos milhares. Calvino queimava aqueles que ele considerava como sendo hereges; Zwinglio mandava afogar os seus hereges e Lutero em certa ocasião instou com o governo a “ferir, matar e esfaquear, secreta ou abertamente” os camponeses que se haviam revoltado!
  • 82. Um remanescente do remanescente Além disso, todas as igrejas protestantes acalentavam erros doutrinários. À medida que o tempo passava, a teologia protestante dividia-se em tantas direções como teólogos protestantes havia. A predestinação, a doutrina do “uma vez salvo, salvo para sempre”, o antinomianismo (a lei é desnecessária), o batismo infantil, a imortalidade da alma e a crença num milénio terreno, eram apenas alguns dos seus ensinos! Em poucos séculos, o racionalismo, e até a negação do sobrenatural, foi aceite em muitas denominações protestantes. O mesmo sucedeu com a teoria da evolução das espécies.
  • 83. Um remanescente do remanescente Havia cristãos que negavam a divindade de Cristo ou a sua preexistência antes da encarnação. Alguns ensinavam que Cristo já tinha voltado, mas desta vez como mulher, ou que depois de abandonar a Palestina foi às Américas. Outros ensinavam que, uma vez a pessoa convertida, nunca mais podia pecar. Muitas igrejas aprovavam a escravatura, dizendo que provinha de Deus e outras sustentaram a discriminação racial (por exemplo, a Igreja Reformada Holandesa na África do Sul, que apoiou o “apartheid”).
  • 84. Um remanescente do remanescente Outras igrejas começaram um lento retorno a Roma. Por conseguinte, e tal como fizera milhares de anos atrás, quando a Sua Igreja estava cativa na Babilónia literal e o Senhor se dispôs a tirar dali um povo para promulgar e restaurar as verdades distintivas cuja origem remontava ao começo de tudo, assim, uma vez mais, Deus chamaria um remanescente , após a Sua Igreja se ter deixado prender pela Babilónia mística.