SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 36
A IMPORTÂNCIA DA TAURINA EM FELINOS
João Victor da Silva Albuquerque
Louise Skeff Miranda Pinto
Maria Regina Ponte da Silva
Fortaleza, 21 de dezembro de 2015
Universidade Estadual do Ceará
Faculdade de Medicina Veterinária
Bioquímica Veterinária
1
PARTICULARIDADES FISIOLÓGICAS
 Amilase não está na
saliva (pequena
quantidade de amido
na dieta)
• Intestinos menos adaptados a
variações na dieta
• Adaptados para um
metabolismo proteico maior
(retiram a energia e para
síntese e manutenção da
estrutura orgânica)
2
NUTRIÇÃO FELINA
 Rações específicas para a espécie
 Carne crua
 Preferência por aminoácidos em abundância no tecido
muscular de suas presas
 Aminoácidos doces x Aminoácidos amargos
 Altas quantidades de proteínas
 Baixas quantidades de gordura e carboidratos 3
METABOLISMO PROTEICO
 Aminoácidos essenciais
 Nitrogênio adicional
 Aminoácidos não essenciais
 Alta demanda = alta atividade de enzimas hepáticas
(transamiases e deaminases) que tiram o grupo amina
dos aa cetoácidos (produção de energia e glicose)
 Enzimas do catabolismo proteico não reduzem
oxidação de proteína não baixa produção de energia
não cessa. 4
TAURINA COMO AMINOÁCIDO
ESSENCIAL
 AA sulfurado, solúvel em água
 Encontrado nos músculos
estriados, vísceras e cérebro.
 Essencial por duas razões:
- Limitada síntese desse aa
- Perda obrigatória de taurina via
circulação enterohepática
* Tipo de alimento e seu
processamento, quantidade de
aa com enxofre e os níveis de
fibra da dieta alteram os
requerimentos da taurina
Fórmula molecular: C2H7NO3S
5
SÍNTESE E METABOLISMO DA TAURINA NOS
FELINOS
6
VERBRUGGHE, A; BAKOVIC, M.,2013.
CASE, L.P; CAREY, D.P; HIRAKAWA, D.A., 1998.
DEFICIÊNCIA DE TAURINA OCORRE:
 Gatos que comem:
- Ração de cachorro
- Alimentos caseiros ou
vegetarianos sem taurina
- Carne cozida
• Ração úmida x Ração seca
• Níveis mínimos de taurina
nos alimentos 7
METABOLISMO DE AA EM FELINOS
AA → CETOÁCIDOS → GLICOSE (Felinos)
AA →GLICINA→GLICOSE(Outras espécies)
8
CONTROLE DA HOMEOSTASE NA AUSÊNCIA DE
TAURINA
Três tipos de mecanismos:
1. Aumento da absorção de taurina no
intestino,
2. Diminuição da excreção biliar pela
conjugação dos ácidos biliares,
3. Diminuição da excreção urinária pelo
aumento da reabsorção renal.
9
INGESTÃO DIÁRIA RECOMENDADA
 Gatos adultos são 400 mg/kg de
matéria-seca (MS), ou seja 0,04%
para dietas digestíveis e purificadas,
1.000 mg/kg (0,1%) de MS para dietas
expandidas e 1.700 mg/kg (0,17 a
0,2%) de MS para dietas úmidas.
10
BENEFÍCIOS DA TAURINA
11
FUNÇÕES FISIOLÓGICAS DA TAURINA:
 Nos felinos, a taurina será o único aa que se combinará com o
colesterol durante a síntese de sais biliares dando origem ao ácido
taurocólico (ácido cólico + taurina), já que não utilizam a glicina
como outras espécies. Atua como detergente de gorduras, estimula
o fluxo da bile para o duodeno (colagogo) e a produção de bile para
o fígado (colerético).
 Deficiência na circulação enterohepática.
12
1. Bile
CIRCULAÇÃO ENTEROHEPÁTICA
 Reciclagem hepática da excreção biliar
 Excreção biliar, reabsorção intestinal para veia
porta, retorno ao fígado e reexcreção da bile.
 A quantidade do aminoácido taurina excretada
pelas fezes é maior do que a quantidade
sintetizada pelo organismo. A dieta do animal com
pouco teor de aminoácidos poderá agravar a
situação.
13
14
2. VISÃO
15
 A retina contém 100 a
400 mais vezes mais
taurina do que no
sangue.
 Aa mantém estrutura e
função das células,
devido a reação de
peroxidação.
3. SISTEMA NERVOSO
16
 Controle dos impulsos
nervosos, devido ao fluxo
de íons através das
membranas celulares
(Ca, Mg, k e Na).
4. CARDÍACA
17
 40% dos aa livres
existentes no músculo
cardíaco é a taurina.
 Efeito inotrópico positivo
(contratibililidade, força
e ejeção do sangue).
 Mantém o ritmo
cardíaco.
 Proteção contra a
hipertrofia das células
musculares (miócitos).
5. PROTEÇÃO DAS MEMBRANAS CELULARES
18
 Estabiliza as membranas
celulares, mantendo força
e integridade, já que a
taurina protege as
membranas celulares da
oxidação lipídica.
 Regula o fluxo de cálcio
na membrana celular.
6. COMBATE AOS RADICAIS LIVRES
19
LIPOPEROXIDAÇÃO
20
 Os ácidos graxos
poliinsaturados das
membranas celulares são
rapidamente atacados por
radicais oxidantes,
desencadeando uma reação
de autopropagação na
membrana (lipoperoxidação)
PROPRIEDADES ANTIOXIDANTES
21
 A taurina é um aa
antioxidante devido ser
carregada por enxofre
e não se incorpora à
proteína.
 Reversão do estresse
oxidativo mitocondrial.
 Estabilização de
membranas e fluxo do
cálcio.
 Radicais livres (RL) ou
espécies reativas de
oxigênio/nitrogênio
(ERO/ERN).
 Tendência a extrair o
elétron de outras
moléculas.
DANOS DOS RADICAIS LIVRES
22
 Causam danos no
coração, líquidos
seminais, membrana
celular, envelhecimento
precoce, etc.
 A maioria dos radicais
livres é produzida na
cadeia respiratória
mitocondrial.
7. MOBILIDADE DOS ESPERMATOZÓIDES
23
 A taurina é um redutor
enzimático do líquido
seminal contra os
efeitos oxidantes.
8. REGULAÇÃO DA GLICOSÚRIA
24
 Mantém a reabsorção
da glicose pelos rins,
evitando diabetes.
OU SEJA;
25
 Há relatos de que a deficiência dessa proteína na
alimentação pode causar problemas relacionados à
visão, audição, reprodução, crescimento, na
emulsificação de gorduras e conjugação com
ácidos biliares, na musculatura esquelética, na
preservação das funções cardíacas e vasculares, e
na resposta imune
ALTERAÇÕES PROVOCADAS PELA
DEFICIÊNCIA DE TAURINA
26
CARDIOMIOPATIA DILATADA (CDM)
 Consiste em:
 Diminuição na contratilidade, resultando em um
remodelamento cardíaco e aumento do volume e
diâmetro sistólico final.
 As válvulas atrioventriculares podem estar insuficientes
devido ao aumento das câmaras e a atrofia dos
músculos papilares.
27
CARDIOMIOPATIA DILATADA (CDM)
 Até o final dos anos 80, a
cardiomiopatia dilatada felina
era uma das doenças do
miocárdio mais encontradas
em gatos. Após estudos, a
taurina começou a ser
incorporada nas rações,
diminuindo o número de casos.
28
DEGENERAÇÃO CENTRAL DA RETINA DOS
FELINOS (DCRF)
 Granulações na porção central da retina.
 Alterações de forma gradual,
após 3 meses de deficiência.
29
 Alterações irreversíveis, pois ocorre morte celular
devido a danos na membrana.
 O diagnóstico pode ser feito muito tempo após a
deficiência do aminoácido, podendo inclusive estar
com os níveis já normalizados.
DEGENERAÇÃO CENTRAL DA RETINA DOS
FELINOS (DCRF)
30
TAURINA E O SISTEMA IMUNE
 Grande quantidade dos aa estão nas células do
sistema imune
 Papel não muito bem definido
 Deficiência = atrofia de linfonodos e baço, e
diminuição dos linfócitos circulantes
31
REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO
 Morte neonatal
 Hidrocefalia e anencefalia
 Filhotes fracos, pouco desenvolvidos = alta taxa de
mortalidade.
32
CONCLUSÃO
 O gato, diferente de outros animais, utiliza
unicamente a taurina na síntese da bile
 A taurina é necessária para a fisiologia normal
nos gatos
 No gato, a demanda de taurina é maior do que
nos outros animais
 A dieta tem que ser suplementada com taurina
 A deficiência da taurina acarreta doenças que
são de grande significado clínico na medicina
veterinária 33
REFERÊNCIAS
VERBRUGGHE, A; BAKOVIC, M. Peculiarities of One-Carbon
Metabolism in the Strict Carnivorous Cat and the Role in Feline Hepatic
Lipidosis. Nutrients, n. 5, p. 2811-2835, 2013.
CASE, L.P; CAREY, D.P; HIRAKAWA, D.A. Protein and amino acids.
In: CASE LP, CAREY DP, HIRAKAWA DA, eds. Canine and feline
nutrition. St Louis: Mosby Year Book Inc, p. 98–11, 1998.
HORA, A.S., HAGIWARA, M.K. A importância dos aminoácidos na
nutrição dos gatos domésticos. Clínica Veterinária, São Paulo, v. 15,
n. 84, p.30-42, 2010.
34
REFERÊNCIAS
NELSON, R.W., COUTO, G.C. Distúrbios do sistema
Cardiovascular. In: Medicina Interna de Pequenos Animais. 3.
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006, p. 89-90.
Disponível
m: <https://www.equalis.com.br/arquivos_fck_editor/chamone.pd
f> Acessado em: 12 de dezembro de 2015.
Disponível em
<http://www.conhecer.org.br/enciclop/2014b/AGRARIAS/cardio
miopatia.pdf> Acessado em: 13 de dezembro de 2015.
Disponível
em: <http://www.equilibriototalalimentos.com.br/arquivos_veterin
arios/47.pdf> Acessado em: 13 de dezembro de 2015.
35
FELIZ NATAL
36

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Teste de Avaliação PIP
Teste de Avaliação PIPTeste de Avaliação PIP
Teste de Avaliação PIPDebora_Marques
 
Resistência Física
Resistência  FísicaResistência  Física
Resistência Físicaguest2875a3
 
Portugal, Historia, Língua e Cultura
Portugal, Historia, Língua e CulturaPortugal, Historia, Língua e Cultura
Portugal, Historia, Língua e CulturaItalo Magno
 
Apresentação Epilepsia
Apresentação EpilepsiaApresentação Epilepsia
Apresentação Epilepsiapgraca
 
Transtorno afetivo bipolar
Transtorno afetivo bipolarTranstorno afetivo bipolar
Transtorno afetivo bipolarRodolpho David
 
TRABALHO EM EQUIPE resumo.pptx
TRABALHO EM EQUIPE resumo.pptxTRABALHO EM EQUIPE resumo.pptx
TRABALHO EM EQUIPE resumo.pptxssuser568b8d
 
Trabalho de nutrição; a bulimia
Trabalho de nutrição; a bulimiaTrabalho de nutrição; a bulimia
Trabalho de nutrição; a bulimiaMonica Silva
 
Factores e processos aprendizagem 1
Factores e processos aprendizagem 1Factores e processos aprendizagem 1
Factores e processos aprendizagem 1CENORF
 
Método indutivo vs hipotetico dedutivo
Método indutivo vs hipotetico dedutivoMétodo indutivo vs hipotetico dedutivo
Método indutivo vs hipotetico dedutivoj_sdias
 
Modelo de Relatório APA
Modelo de Relatório APAModelo de Relatório APA
Modelo de Relatório APAgoncaloneves
 
Sensação, percepção e razão
Sensação, percepção e razãoSensação, percepção e razão
Sensação, percepção e razãoAlexandre Misturini
 
Como fazer um trabalho em word
Como fazer um trabalho em wordComo fazer um trabalho em word
Como fazer um trabalho em wordAnaGomes40
 

Mais procurados (20)

Teste de Avaliação PIP
Teste de Avaliação PIPTeste de Avaliação PIP
Teste de Avaliação PIP
 
Trabalho - Identidade Regional
Trabalho - Identidade RegionalTrabalho - Identidade Regional
Trabalho - Identidade Regional
 
Algarve
AlgarveAlgarve
Algarve
 
Resistência Física
Resistência  FísicaResistência  Física
Resistência Física
 
Portugal, Historia, Língua e Cultura
Portugal, Historia, Língua e CulturaPortugal, Historia, Língua e Cultura
Portugal, Historia, Língua e Cultura
 
Apresentação Epilepsia
Apresentação EpilepsiaApresentação Epilepsia
Apresentação Epilepsia
 
Ansiedade
AnsiedadeAnsiedade
Ansiedade
 
Sindrome do pânico
Sindrome do pânicoSindrome do pânico
Sindrome do pânico
 
Transtorno afetivo bipolar
Transtorno afetivo bipolarTranstorno afetivo bipolar
Transtorno afetivo bipolar
 
TRABALHO EM EQUIPE resumo.pptx
TRABALHO EM EQUIPE resumo.pptxTRABALHO EM EQUIPE resumo.pptx
TRABALHO EM EQUIPE resumo.pptx
 
Trabalho de nutrição; a bulimia
Trabalho de nutrição; a bulimiaTrabalho de nutrição; a bulimia
Trabalho de nutrição; a bulimia
 
Transtorno de ansiedade
Transtorno de ansiedadeTranstorno de ansiedade
Transtorno de ansiedade
 
Factores e processos aprendizagem 1
Factores e processos aprendizagem 1Factores e processos aprendizagem 1
Factores e processos aprendizagem 1
 
Método indutivo vs hipotetico dedutivo
Método indutivo vs hipotetico dedutivoMétodo indutivo vs hipotetico dedutivo
Método indutivo vs hipotetico dedutivo
 
Modelo de Relatório APA
Modelo de Relatório APAModelo de Relatório APA
Modelo de Relatório APA
 
Depressão e ansiedade
Depressão e ansiedade Depressão e ansiedade
Depressão e ansiedade
 
Sensação, percepção e razão
Sensação, percepção e razãoSensação, percepção e razão
Sensação, percepção e razão
 
Aula de metodologia, monografia e tcc
Aula de metodologia, monografia e tccAula de metodologia, monografia e tcc
Aula de metodologia, monografia e tcc
 
doenças mentais
doenças mentaisdoenças mentais
doenças mentais
 
Como fazer um trabalho em word
Como fazer um trabalho em wordComo fazer um trabalho em word
Como fazer um trabalho em word
 

Semelhante a Importância da taurina em felinos

Macrominerais na alimentação de Ruminantes
Macrominerais na alimentação de RuminantesMacrominerais na alimentação de Ruminantes
Macrominerais na alimentação de RuminantesMariana Benitez Fini
 
Composição química da célula.
Composição química da célula.Composição química da célula.
Composição química da célula.Anauhe Gabriel
 
Bioquímica metabolismo de proteínas
Bioquímica  metabolismo de proteínasBioquímica  metabolismo de proteínas
Bioquímica metabolismo de proteínasMarcos Gomes
 
Alimentação e sistema digestório
Alimentação e sistema digestórioAlimentação e sistema digestório
Alimentação e sistema digestórioNirvanizada
 
Alimentação+equilibrada
Alimentação+equilibradaAlimentação+equilibrada
Alimentação+equilibradaLucas Thiago
 
Catálogo Omnilife (Gente que Cuida de Gente)
Catálogo Omnilife (Gente que Cuida de Gente)Catálogo Omnilife (Gente que Cuida de Gente)
Catálogo Omnilife (Gente que Cuida de Gente)Cristina do Vale
 
Composição química da célula - Biologia
Composição química da célula - BiologiaComposição química da célula - Biologia
Composição química da célula - BiologiaAnauhe Gabriel
 
Bioquimica-Composicao Quimica da Celula.pdf
Bioquimica-Composicao Quimica  da Celula.pdfBioquimica-Composicao Quimica  da Celula.pdf
Bioquimica-Composicao Quimica da Celula.pdfFeridoZitoJonas
 
Vitaminas hidrossolúveis
Vitaminas hidrossolúveisVitaminas hidrossolúveis
Vitaminas hidrossolúveisRubiana Balmant
 
Aditivos para rações de cães e gatos
Aditivos para rações de cães e gatos Aditivos para rações de cães e gatos
Aditivos para rações de cães e gatos Priscila de Oliveira
 
Componentes biologia molecular
Componentes biologia molecularComponentes biologia molecular
Componentes biologia molecularAdriana Pereira
 
Proteínas e aminoácidos Bioquimica 1 - Nutrição
Proteínas e aminoácidos Bioquimica 1 - NutriçãoProteínas e aminoácidos Bioquimica 1 - Nutrição
Proteínas e aminoácidos Bioquimica 1 - Nutriçãoalderlanlima
 

Semelhante a Importância da taurina em felinos (20)

Minerais.pptx
Minerais.pptxMinerais.pptx
Minerais.pptx
 
Macrominerais na alimentação de Ruminantes
Macrominerais na alimentação de RuminantesMacrominerais na alimentação de Ruminantes
Macrominerais na alimentação de Ruminantes
 
Enzimas e vitaminas.ppt
Enzimas e vitaminas.pptEnzimas e vitaminas.ppt
Enzimas e vitaminas.ppt
 
Formulas Metabolicas
Formulas MetabolicasFormulas Metabolicas
Formulas Metabolicas
 
Composição química da célula.
Composição química da célula.Composição química da célula.
Composição química da célula.
 
Bio01
Bio01Bio01
Bio01
 
Bioquímica metabolismo de proteínas
Bioquímica  metabolismo de proteínasBioquímica  metabolismo de proteínas
Bioquímica metabolismo de proteínas
 
Alimentação e sistema digestório
Alimentação e sistema digestórioAlimentação e sistema digestório
Alimentação e sistema digestório
 
Alimentação+equilibrada
Alimentação+equilibradaAlimentação+equilibrada
Alimentação+equilibrada
 
Catálogo Omnilife (Gente que Cuida de Gente)
Catálogo Omnilife (Gente que Cuida de Gente)Catálogo Omnilife (Gente que Cuida de Gente)
Catálogo Omnilife (Gente que Cuida de Gente)
 
Composição química da célula - Biologia
Composição química da célula - BiologiaComposição química da célula - Biologia
Composição química da célula - Biologia
 
Bioquimica-Composicao Quimica da Celula.pdf
Bioquimica-Composicao Quimica  da Celula.pdfBioquimica-Composicao Quimica  da Celula.pdf
Bioquimica-Composicao Quimica da Celula.pdf
 
Vitaminas p imprimir
Vitaminas p imprimirVitaminas p imprimir
Vitaminas p imprimir
 
Vitaminas hidrossolúveis
Vitaminas hidrossolúveisVitaminas hidrossolúveis
Vitaminas hidrossolúveis
 
Aditivos para rações de cães e gatos
Aditivos para rações de cães e gatos Aditivos para rações de cães e gatos
Aditivos para rações de cães e gatos
 
A quimica dos seres vivos
A quimica dos seres vivosA quimica dos seres vivos
A quimica dos seres vivos
 
Composição nutricional dos alimentos
Composição nutricional dos alimentosComposição nutricional dos alimentos
Composição nutricional dos alimentos
 
Alimentação e nutrição de felídeos silvestres
Alimentação e nutrição de felídeos silvestresAlimentação e nutrição de felídeos silvestres
Alimentação e nutrição de felídeos silvestres
 
Componentes biologia molecular
Componentes biologia molecularComponentes biologia molecular
Componentes biologia molecular
 
Proteínas e aminoácidos Bioquimica 1 - Nutrição
Proteínas e aminoácidos Bioquimica 1 - NutriçãoProteínas e aminoácidos Bioquimica 1 - Nutrição
Proteínas e aminoácidos Bioquimica 1 - Nutrição
 

Importância da taurina em felinos

  • 1. A IMPORTÂNCIA DA TAURINA EM FELINOS João Victor da Silva Albuquerque Louise Skeff Miranda Pinto Maria Regina Ponte da Silva Fortaleza, 21 de dezembro de 2015 Universidade Estadual do Ceará Faculdade de Medicina Veterinária Bioquímica Veterinária 1
  • 2. PARTICULARIDADES FISIOLÓGICAS  Amilase não está na saliva (pequena quantidade de amido na dieta) • Intestinos menos adaptados a variações na dieta • Adaptados para um metabolismo proteico maior (retiram a energia e para síntese e manutenção da estrutura orgânica) 2
  • 3. NUTRIÇÃO FELINA  Rações específicas para a espécie  Carne crua  Preferência por aminoácidos em abundância no tecido muscular de suas presas  Aminoácidos doces x Aminoácidos amargos  Altas quantidades de proteínas  Baixas quantidades de gordura e carboidratos 3
  • 4. METABOLISMO PROTEICO  Aminoácidos essenciais  Nitrogênio adicional  Aminoácidos não essenciais  Alta demanda = alta atividade de enzimas hepáticas (transamiases e deaminases) que tiram o grupo amina dos aa cetoácidos (produção de energia e glicose)  Enzimas do catabolismo proteico não reduzem oxidação de proteína não baixa produção de energia não cessa. 4
  • 5. TAURINA COMO AMINOÁCIDO ESSENCIAL  AA sulfurado, solúvel em água  Encontrado nos músculos estriados, vísceras e cérebro.  Essencial por duas razões: - Limitada síntese desse aa - Perda obrigatória de taurina via circulação enterohepática * Tipo de alimento e seu processamento, quantidade de aa com enxofre e os níveis de fibra da dieta alteram os requerimentos da taurina Fórmula molecular: C2H7NO3S 5
  • 6. SÍNTESE E METABOLISMO DA TAURINA NOS FELINOS 6 VERBRUGGHE, A; BAKOVIC, M.,2013. CASE, L.P; CAREY, D.P; HIRAKAWA, D.A., 1998.
  • 7. DEFICIÊNCIA DE TAURINA OCORRE:  Gatos que comem: - Ração de cachorro - Alimentos caseiros ou vegetarianos sem taurina - Carne cozida • Ração úmida x Ração seca • Níveis mínimos de taurina nos alimentos 7
  • 8. METABOLISMO DE AA EM FELINOS AA → CETOÁCIDOS → GLICOSE (Felinos) AA →GLICINA→GLICOSE(Outras espécies) 8
  • 9. CONTROLE DA HOMEOSTASE NA AUSÊNCIA DE TAURINA Três tipos de mecanismos: 1. Aumento da absorção de taurina no intestino, 2. Diminuição da excreção biliar pela conjugação dos ácidos biliares, 3. Diminuição da excreção urinária pelo aumento da reabsorção renal. 9
  • 10. INGESTÃO DIÁRIA RECOMENDADA  Gatos adultos são 400 mg/kg de matéria-seca (MS), ou seja 0,04% para dietas digestíveis e purificadas, 1.000 mg/kg (0,1%) de MS para dietas expandidas e 1.700 mg/kg (0,17 a 0,2%) de MS para dietas úmidas. 10
  • 12. FUNÇÕES FISIOLÓGICAS DA TAURINA:  Nos felinos, a taurina será o único aa que se combinará com o colesterol durante a síntese de sais biliares dando origem ao ácido taurocólico (ácido cólico + taurina), já que não utilizam a glicina como outras espécies. Atua como detergente de gorduras, estimula o fluxo da bile para o duodeno (colagogo) e a produção de bile para o fígado (colerético).  Deficiência na circulação enterohepática. 12 1. Bile
  • 13. CIRCULAÇÃO ENTEROHEPÁTICA  Reciclagem hepática da excreção biliar  Excreção biliar, reabsorção intestinal para veia porta, retorno ao fígado e reexcreção da bile.  A quantidade do aminoácido taurina excretada pelas fezes é maior do que a quantidade sintetizada pelo organismo. A dieta do animal com pouco teor de aminoácidos poderá agravar a situação. 13
  • 14. 14
  • 15. 2. VISÃO 15  A retina contém 100 a 400 mais vezes mais taurina do que no sangue.  Aa mantém estrutura e função das células, devido a reação de peroxidação.
  • 16. 3. SISTEMA NERVOSO 16  Controle dos impulsos nervosos, devido ao fluxo de íons através das membranas celulares (Ca, Mg, k e Na).
  • 17. 4. CARDÍACA 17  40% dos aa livres existentes no músculo cardíaco é a taurina.  Efeito inotrópico positivo (contratibililidade, força e ejeção do sangue).  Mantém o ritmo cardíaco.  Proteção contra a hipertrofia das células musculares (miócitos).
  • 18. 5. PROTEÇÃO DAS MEMBRANAS CELULARES 18  Estabiliza as membranas celulares, mantendo força e integridade, já que a taurina protege as membranas celulares da oxidação lipídica.  Regula o fluxo de cálcio na membrana celular.
  • 19. 6. COMBATE AOS RADICAIS LIVRES 19
  • 20. LIPOPEROXIDAÇÃO 20  Os ácidos graxos poliinsaturados das membranas celulares são rapidamente atacados por radicais oxidantes, desencadeando uma reação de autopropagação na membrana (lipoperoxidação)
  • 21. PROPRIEDADES ANTIOXIDANTES 21  A taurina é um aa antioxidante devido ser carregada por enxofre e não se incorpora à proteína.  Reversão do estresse oxidativo mitocondrial.  Estabilização de membranas e fluxo do cálcio.  Radicais livres (RL) ou espécies reativas de oxigênio/nitrogênio (ERO/ERN).  Tendência a extrair o elétron de outras moléculas.
  • 22. DANOS DOS RADICAIS LIVRES 22  Causam danos no coração, líquidos seminais, membrana celular, envelhecimento precoce, etc.  A maioria dos radicais livres é produzida na cadeia respiratória mitocondrial.
  • 23. 7. MOBILIDADE DOS ESPERMATOZÓIDES 23  A taurina é um redutor enzimático do líquido seminal contra os efeitos oxidantes.
  • 24. 8. REGULAÇÃO DA GLICOSÚRIA 24  Mantém a reabsorção da glicose pelos rins, evitando diabetes.
  • 26.  Há relatos de que a deficiência dessa proteína na alimentação pode causar problemas relacionados à visão, audição, reprodução, crescimento, na emulsificação de gorduras e conjugação com ácidos biliares, na musculatura esquelética, na preservação das funções cardíacas e vasculares, e na resposta imune ALTERAÇÕES PROVOCADAS PELA DEFICIÊNCIA DE TAURINA 26
  • 27. CARDIOMIOPATIA DILATADA (CDM)  Consiste em:  Diminuição na contratilidade, resultando em um remodelamento cardíaco e aumento do volume e diâmetro sistólico final.  As válvulas atrioventriculares podem estar insuficientes devido ao aumento das câmaras e a atrofia dos músculos papilares. 27
  • 28. CARDIOMIOPATIA DILATADA (CDM)  Até o final dos anos 80, a cardiomiopatia dilatada felina era uma das doenças do miocárdio mais encontradas em gatos. Após estudos, a taurina começou a ser incorporada nas rações, diminuindo o número de casos. 28
  • 29. DEGENERAÇÃO CENTRAL DA RETINA DOS FELINOS (DCRF)  Granulações na porção central da retina.  Alterações de forma gradual, após 3 meses de deficiência. 29
  • 30.  Alterações irreversíveis, pois ocorre morte celular devido a danos na membrana.  O diagnóstico pode ser feito muito tempo após a deficiência do aminoácido, podendo inclusive estar com os níveis já normalizados. DEGENERAÇÃO CENTRAL DA RETINA DOS FELINOS (DCRF) 30
  • 31. TAURINA E O SISTEMA IMUNE  Grande quantidade dos aa estão nas células do sistema imune  Papel não muito bem definido  Deficiência = atrofia de linfonodos e baço, e diminuição dos linfócitos circulantes 31
  • 32. REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO  Morte neonatal  Hidrocefalia e anencefalia  Filhotes fracos, pouco desenvolvidos = alta taxa de mortalidade. 32
  • 33. CONCLUSÃO  O gato, diferente de outros animais, utiliza unicamente a taurina na síntese da bile  A taurina é necessária para a fisiologia normal nos gatos  No gato, a demanda de taurina é maior do que nos outros animais  A dieta tem que ser suplementada com taurina  A deficiência da taurina acarreta doenças que são de grande significado clínico na medicina veterinária 33
  • 34. REFERÊNCIAS VERBRUGGHE, A; BAKOVIC, M. Peculiarities of One-Carbon Metabolism in the Strict Carnivorous Cat and the Role in Feline Hepatic Lipidosis. Nutrients, n. 5, p. 2811-2835, 2013. CASE, L.P; CAREY, D.P; HIRAKAWA, D.A. Protein and amino acids. In: CASE LP, CAREY DP, HIRAKAWA DA, eds. Canine and feline nutrition. St Louis: Mosby Year Book Inc, p. 98–11, 1998. HORA, A.S., HAGIWARA, M.K. A importância dos aminoácidos na nutrição dos gatos domésticos. Clínica Veterinária, São Paulo, v. 15, n. 84, p.30-42, 2010. 34
  • 35. REFERÊNCIAS NELSON, R.W., COUTO, G.C. Distúrbios do sistema Cardiovascular. In: Medicina Interna de Pequenos Animais. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006, p. 89-90. Disponível m: <https://www.equalis.com.br/arquivos_fck_editor/chamone.pd f> Acessado em: 12 de dezembro de 2015. Disponível em <http://www.conhecer.org.br/enciclop/2014b/AGRARIAS/cardio miopatia.pdf> Acessado em: 13 de dezembro de 2015. Disponível em: <http://www.equilibriototalalimentos.com.br/arquivos_veterin arios/47.pdf> Acessado em: 13 de dezembro de 2015. 35