1. A taurina é um aminoácido essencial para felinos que desempenha funções importantes como a conjugação com ácidos biliares, proteção das membranas celulares, e combate a radicais livres.
2. A deficiência de taurina pode causar doenças como cardiomiopatia dilatada e degeneração central da retina.
3. É importante que a dieta de felinos contenha níveis adequados de taurina para manter a saúde cardiovascular, ocular e outros sistemas.
1. A IMPORTÂNCIA DA TAURINA EM FELINOS
João Victor da Silva Albuquerque
Louise Skeff Miranda Pinto
Maria Regina Ponte da Silva
Fortaleza, 21 de dezembro de 2015
Universidade Estadual do Ceará
Faculdade de Medicina Veterinária
Bioquímica Veterinária
1
2. PARTICULARIDADES FISIOLÓGICAS
Amilase não está na
saliva (pequena
quantidade de amido
na dieta)
• Intestinos menos adaptados a
variações na dieta
• Adaptados para um
metabolismo proteico maior
(retiram a energia e para
síntese e manutenção da
estrutura orgânica)
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3. NUTRIÇÃO FELINA
Rações específicas para a espécie
Carne crua
Preferência por aminoácidos em abundância no tecido
muscular de suas presas
Aminoácidos doces x Aminoácidos amargos
Altas quantidades de proteínas
Baixas quantidades de gordura e carboidratos 3
4. METABOLISMO PROTEICO
Aminoácidos essenciais
Nitrogênio adicional
Aminoácidos não essenciais
Alta demanda = alta atividade de enzimas hepáticas
(transamiases e deaminases) que tiram o grupo amina
dos aa cetoácidos (produção de energia e glicose)
Enzimas do catabolismo proteico não reduzem
oxidação de proteína não baixa produção de energia
não cessa. 4
5. TAURINA COMO AMINOÁCIDO
ESSENCIAL
AA sulfurado, solúvel em água
Encontrado nos músculos
estriados, vísceras e cérebro.
Essencial por duas razões:
- Limitada síntese desse aa
- Perda obrigatória de taurina via
circulação enterohepática
* Tipo de alimento e seu
processamento, quantidade de
aa com enxofre e os níveis de
fibra da dieta alteram os
requerimentos da taurina
Fórmula molecular: C2H7NO3S
5
6. SÍNTESE E METABOLISMO DA TAURINA NOS
FELINOS
6
VERBRUGGHE, A; BAKOVIC, M.,2013.
CASE, L.P; CAREY, D.P; HIRAKAWA, D.A., 1998.
7. DEFICIÊNCIA DE TAURINA OCORRE:
Gatos que comem:
- Ração de cachorro
- Alimentos caseiros ou
vegetarianos sem taurina
- Carne cozida
• Ração úmida x Ração seca
• Níveis mínimos de taurina
nos alimentos 7
8. METABOLISMO DE AA EM FELINOS
AA → CETOÁCIDOS → GLICOSE (Felinos)
AA →GLICINA→GLICOSE(Outras espécies)
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9. CONTROLE DA HOMEOSTASE NA AUSÊNCIA DE
TAURINA
Três tipos de mecanismos:
1. Aumento da absorção de taurina no
intestino,
2. Diminuição da excreção biliar pela
conjugação dos ácidos biliares,
3. Diminuição da excreção urinária pelo
aumento da reabsorção renal.
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10. INGESTÃO DIÁRIA RECOMENDADA
Gatos adultos são 400 mg/kg de
matéria-seca (MS), ou seja 0,04%
para dietas digestíveis e purificadas,
1.000 mg/kg (0,1%) de MS para dietas
expandidas e 1.700 mg/kg (0,17 a
0,2%) de MS para dietas úmidas.
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12. FUNÇÕES FISIOLÓGICAS DA TAURINA:
Nos felinos, a taurina será o único aa que se combinará com o
colesterol durante a síntese de sais biliares dando origem ao ácido
taurocólico (ácido cólico + taurina), já que não utilizam a glicina
como outras espécies. Atua como detergente de gorduras, estimula
o fluxo da bile para o duodeno (colagogo) e a produção de bile para
o fígado (colerético).
Deficiência na circulação enterohepática.
12
1. Bile
13. CIRCULAÇÃO ENTEROHEPÁTICA
Reciclagem hepática da excreção biliar
Excreção biliar, reabsorção intestinal para veia
porta, retorno ao fígado e reexcreção da bile.
A quantidade do aminoácido taurina excretada
pelas fezes é maior do que a quantidade
sintetizada pelo organismo. A dieta do animal com
pouco teor de aminoácidos poderá agravar a
situação.
13
15. 2. VISÃO
15
A retina contém 100 a
400 mais vezes mais
taurina do que no
sangue.
Aa mantém estrutura e
função das células,
devido a reação de
peroxidação.
16. 3. SISTEMA NERVOSO
16
Controle dos impulsos
nervosos, devido ao fluxo
de íons através das
membranas celulares
(Ca, Mg, k e Na).
17. 4. CARDÍACA
17
40% dos aa livres
existentes no músculo
cardíaco é a taurina.
Efeito inotrópico positivo
(contratibililidade, força
e ejeção do sangue).
Mantém o ritmo
cardíaco.
Proteção contra a
hipertrofia das células
musculares (miócitos).
18. 5. PROTEÇÃO DAS MEMBRANAS CELULARES
18
Estabiliza as membranas
celulares, mantendo força
e integridade, já que a
taurina protege as
membranas celulares da
oxidação lipídica.
Regula o fluxo de cálcio
na membrana celular.
20. LIPOPEROXIDAÇÃO
20
Os ácidos graxos
poliinsaturados das
membranas celulares são
rapidamente atacados por
radicais oxidantes,
desencadeando uma reação
de autopropagação na
membrana (lipoperoxidação)
21. PROPRIEDADES ANTIOXIDANTES
21
A taurina é um aa
antioxidante devido ser
carregada por enxofre
e não se incorpora à
proteína.
Reversão do estresse
oxidativo mitocondrial.
Estabilização de
membranas e fluxo do
cálcio.
Radicais livres (RL) ou
espécies reativas de
oxigênio/nitrogênio
(ERO/ERN).
Tendência a extrair o
elétron de outras
moléculas.
22. DANOS DOS RADICAIS LIVRES
22
Causam danos no
coração, líquidos
seminais, membrana
celular, envelhecimento
precoce, etc.
A maioria dos radicais
livres é produzida na
cadeia respiratória
mitocondrial.
23. 7. MOBILIDADE DOS ESPERMATOZÓIDES
23
A taurina é um redutor
enzimático do líquido
seminal contra os
efeitos oxidantes.
24. 8. REGULAÇÃO DA GLICOSÚRIA
24
Mantém a reabsorção
da glicose pelos rins,
evitando diabetes.
26. Há relatos de que a deficiência dessa proteína na
alimentação pode causar problemas relacionados à
visão, audição, reprodução, crescimento, na
emulsificação de gorduras e conjugação com
ácidos biliares, na musculatura esquelética, na
preservação das funções cardíacas e vasculares, e
na resposta imune
ALTERAÇÕES PROVOCADAS PELA
DEFICIÊNCIA DE TAURINA
26
27. CARDIOMIOPATIA DILATADA (CDM)
Consiste em:
Diminuição na contratilidade, resultando em um
remodelamento cardíaco e aumento do volume e
diâmetro sistólico final.
As válvulas atrioventriculares podem estar insuficientes
devido ao aumento das câmaras e a atrofia dos
músculos papilares.
27
28. CARDIOMIOPATIA DILATADA (CDM)
Até o final dos anos 80, a
cardiomiopatia dilatada felina
era uma das doenças do
miocárdio mais encontradas
em gatos. Após estudos, a
taurina começou a ser
incorporada nas rações,
diminuindo o número de casos.
28
29. DEGENERAÇÃO CENTRAL DA RETINA DOS
FELINOS (DCRF)
Granulações na porção central da retina.
Alterações de forma gradual,
após 3 meses de deficiência.
29
30. Alterações irreversíveis, pois ocorre morte celular
devido a danos na membrana.
O diagnóstico pode ser feito muito tempo após a
deficiência do aminoácido, podendo inclusive estar
com os níveis já normalizados.
DEGENERAÇÃO CENTRAL DA RETINA DOS
FELINOS (DCRF)
30
31. TAURINA E O SISTEMA IMUNE
Grande quantidade dos aa estão nas células do
sistema imune
Papel não muito bem definido
Deficiência = atrofia de linfonodos e baço, e
diminuição dos linfócitos circulantes
31
32. REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Morte neonatal
Hidrocefalia e anencefalia
Filhotes fracos, pouco desenvolvidos = alta taxa de
mortalidade.
32
33. CONCLUSÃO
O gato, diferente de outros animais, utiliza
unicamente a taurina na síntese da bile
A taurina é necessária para a fisiologia normal
nos gatos
No gato, a demanda de taurina é maior do que
nos outros animais
A dieta tem que ser suplementada com taurina
A deficiência da taurina acarreta doenças que
são de grande significado clínico na medicina
veterinária 33
34. REFERÊNCIAS
VERBRUGGHE, A; BAKOVIC, M. Peculiarities of One-Carbon
Metabolism in the Strict Carnivorous Cat and the Role in Feline Hepatic
Lipidosis. Nutrients, n. 5, p. 2811-2835, 2013.
CASE, L.P; CAREY, D.P; HIRAKAWA, D.A. Protein and amino acids.
In: CASE LP, CAREY DP, HIRAKAWA DA, eds. Canine and feline
nutrition. St Louis: Mosby Year Book Inc, p. 98–11, 1998.
HORA, A.S., HAGIWARA, M.K. A importância dos aminoácidos na
nutrição dos gatos domésticos. Clínica Veterinária, São Paulo, v. 15,
n. 84, p.30-42, 2010.
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35. REFERÊNCIAS
NELSON, R.W., COUTO, G.C. Distúrbios do sistema
Cardiovascular. In: Medicina Interna de Pequenos Animais. 3.
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006, p. 89-90.
Disponível
m: <https://www.equalis.com.br/arquivos_fck_editor/chamone.pd
f> Acessado em: 12 de dezembro de 2015.
Disponível em
<http://www.conhecer.org.br/enciclop/2014b/AGRARIAS/cardio
miopatia.pdf> Acessado em: 13 de dezembro de 2015.
Disponível
em: <http://www.equilibriototalalimentos.com.br/arquivos_veterin
arios/47.pdf> Acessado em: 13 de dezembro de 2015.
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