O documento discute dosimetria individual, especificamente sobre medição de radiação usando dosímetros fotográficos. Ele explica como os dosímetros fotográficos funcionam usando filmes sensíveis à radiação e como a densidade óptica do filme é relacionada à dose recebida durante a calibração e leitura. Além disso, discute desafios como a dependência energética e fatores que afetam a precisão e reprodutibilidade dos resultados.
2. A dosimetria da radiação é o ramo da ciência que
procura relacionar quantitativamente as medidas
especificas realizadas num campo de radiação através
das alterações físicas, químicas, e ou biológicas que a
radiação produz num material.
A dosimetria é essencial para quantificar a incidência de
varias alterações biológicas em função da quantidade de
radiação recebida (relação dose - efeito), para comparar
diferentes experimentos para monitoramento da
exposição individual, e para a verificação do ambiente.
Dosimetria da Radiação
3. MEDIDA DA RADIAÇÃO E DA DOSE
Em proteção radiológica temos que ser capazes de
determinar o risco potencial causado pela radiação.
Para fazermos isto é necessário medir as grandezas que
descrevem o campo de radiação, conhecidas como
grandezas radiométricas e também medir os efeitos
produzidos pela dose de radiação, conhecidas como
grandezas dosimétricas.
Para garantir consistência entre estas grandezas, uma
organização especial conhecida como Comissão
Internacional sobre Unidades e Medidas da Radiação
(ICRU) é a responsável pela recomendação de definições e
fatores de conversão apropriados para uso em proteção
radiológica.
5. GRANDEZAS OPERACIONAIS
Como é praticamente impossível fazer a medida direta da
quantidade de energia depositada por cada tipo de radiação
em cada um dos órgãos do corpo, as grandezas de dose
equivalente e dose efetiva não são mensuráveis na prática.
Para solucionar esta dificuldade, a ICRU em seu relatório 47
recomenda as seguintes grandezas de dose operacionais para
a monitoração de área:
• equivalente de dose ambiente
• equivalente de dose direcional
E para a monitoração individual é recomendada:
• equivalente de dose pessoal
6. Para Monitoração Individual
Equivalente de Dose Pessoal
A equivalente de dose pessoal cujo símbolo é Hp(d), é definida como sendo a
dose equivalente para tecido mole abaixo de um ponto específico no corpo numa
profundidade d mm.
Dependendo do tipo de radiação incidente, a profundidade pode ser considerada
como sendo igual a 0,07 mm para a pele ou 3 mm para o cristalino dos olhos
para radiação pouco penetrante, e como sendo 10 mm para corpo inteiro exposto
a radiação consideravelmente penetrante.
7. Limites de Dose Operacionais
Grandeza Teórica Grandeza Operacional Limite de Dose
Ocupacional
Anual
Dose Efetiva Equivalente de dose pessoal
para corpo inteiro
Hp (10)
20 mSv por ano
(media aritmética em
5 anos)
Dose Equivalente: Equivalente de dose pessoal:
No cristalino dos olhos No cristalino dos olhos
Hp (3)
20 mSv
Na pele Na pele Hp (0,07) 500 mSv
8.
9. É um monitor que mede uma grandeza radiológica ou
operacional, mas com resultados relacionados ao corpo
inteiro, órgão ou tecido humano.
Além das propriedades de um monitor ele deve ter:
- resultados em dose absorvida ou dose equivalente (ou
taxa);
- ser construído com material tecido-equivalente;
- possuir fator de calibração bem estabelecido;
- suas leituras e calibrações são rastreadas a um
laboratório nacional e à rede do BIPM;
- incertezas bem estabelecidas e adequadas para sua
aplicação;
- modelo adequado para cada aplicação;
- modelo adequado para cada tipo e intensidade de
feixe.
Dosímetro
10. INTRODUÇÃO A DOSIMETRIA
INDIVIDUAL
Observe que a dosimetria individual pode ser dividida em
duas categorias:
Dosimetria externa, isto é, a medida da dose causada por
fontes fora do corpo; e
Dosimetria interna, isto é, medida da dose causada por
fontes internas ao corpo.
11. DOSIMETRIA INDIVIDUAL
Estimativa do equivalente de dose, profundo e superficial, que um
trabalhador profissionalmente exposto recebe, obtida mediante a leitura do
dosímetro usado pelo IOE durante toda sua jornada laboral.
Os diferentes tipos de dosímetros individuais, classificados segundo sua
colocação, são:
a) Dosímetros de corpo inteiro
b) Dosímetros de extremidades (pulso e anel)
c) Dosímetros específicos para a medida em outras áreas ou situações
especiais
O serviço oferecido deve ser mensal e os dosímetros devem estar
claramente etiquetados incluindo tanto os dados do usuário como um
código de barras único que permite a rastreabilidade do mesmo.
12. MÉTODOS DE DOSIMETRIA EXTERNA
São usados dois métodos para a dosimetria externa e estes são a
monitoração ativa e passiva.
Monitoração Ativa
A monitoração ativa envolve o uso de um instrumento ou dispositivo que
interage com a radiação recebida pelo usuário e fornece uma leitura
imediata do equivalente de dose pessoal de corpo inteiro, Hp(10).
Os dosímetros deste tipo, normalmente, são dosímetros eletrônicos e
consiste de um detector GM ou semicondutor, para detectar a radiação X
e gama, com um circuito eletrônico associado, mostrador e bateria.
Um eletroscópio de fibra de quartzo (EFQ) é um outro exemplo de um
dosímetro ativo.
14. Monitoração Passiva
A monitoração passiva envolve o armazenamento da informação sobre a
dose de tal modo que o monitor tenha que ser recolhido pelo usuário e
processado em um laboratório para obtenção do resultado da dose
individual.
Isto faz com que estes monitores não apresentem leituras imediata da
dose ou taxa de dose, porém, ao invés disso eles mantém a informação
até que o sinal pertinente seja lido no final de um período de uso.
Uma vantagem dos dosímetros passivos é que eles podem registrar a
informação sobre a dose de maneira estável de tal modo que não seja
perdida facilmente.
Uma outra vantagem é que os valores do equivalente de dose pessoal de
Hp(10) (corpo inteiro), Hp(0.07) (pele) e Hp(3) (cristalino dos olhos)
podem ser medidos com dosímetros passivos enquanto que com os
dosímetros ativos geralmente só é medido o Hp(10).
15. Monitoração Passiva
Alguns exemplos de dosímetros passivos são os seguintes:
•filme dosimétrico para dosimetria individual;
•dosímetro termoluminescente (DTL) para dosimetria individual
e ambiental; e
•dosímetros emulsão nuclear ou traço de recuo para dosimetria
de nêutrons.
18. Dosímetro Fotográfico
• Utilizam película fotográfica
(AgBr –brometo de prata)
• O enegrecimento da película
fotográfica é medido com um
densitômetro – que mede a
transmissão da luz - e desta é
deduzida a dose recebida.
• Inclui filtros de diversos
materiais absorvedores de
radiação: chumbo, cobre,
cádmio, alumínio.
19. Filme Dosimétrico
Os filmes dosimétricos, conhecidos como dosímetro fotográfico consistem de
uma película fotográfica colocada em um estojo.
•O filme negativo consiste de uma base de acetato, revestido numa ou
nas duas faces com uma emulsão, colóide que contém cristais pequenos
de brometo de prata.
•A espessura do filme varia entre 20 e 50 m e o diâmetro dos grãos
varia entre 0,1 e 1,5 m
As películas fotográficas podem ser utilizadas para detectar radiação
ultravioleta, visível, infravermelha, raios X, radiação gama, partículas
carregadas, nêutrons e diversos tipos de radiações nucleares.
20. Filme Dosimétrico
Estojos contendo envelopes com filmes para raios X são pendurados por uma
presilha na roupa para o monitoramento individual da dose de radiação
beta/gama e para a identificação do trabalhador.
O estojo é montado com uma série de filtros que permite fazer a distinção entre as
radiações beta, X, gama e nêutrons térmicos e também permite a determinação da
dose equivalente individual para Hp(10), Hp(0,07) e Hp(3),
21. Aplicação dos Filtros Existentes no Porta Filme Padrão
Filtro Material Aplicação
1 Janela Aberta Para radiação beta e radiação X branda
2 Plástico
(50 mg cm-2)
Para determinação quantitativa da dose e energia da radiação gama e X.
3 Plástico
(300 mg cm-2)
Para determinação quantitativa da dose e energia da radiação gama e X
4 Duralumínio
(0,040”)
Para determinação quantitativa da dose e energia da radiação gama e X
6 Sn + Pb
(0,028” 0,012”)
Para determinação quantitativa da dose e energia da radiação gama e X
5 Cd + Pb
(0,028” 0,012”)
Para a detecção de nêutrons lentos pela radiação gama emita após a sua
captura pelo cádmio
7 Chumbo
(0,012”)
Blindagem das bordas para evitar a sobreposição pelo escurecimento do
filme devido a radiação incidente em ângulos diferentes
8 Indío
(0,4 g)
Para a monitoração após um grande acidente envolvendo a exposição a
radiação neutrônica
22. DOSÍMETRO FOTOGRÁFICO
Duas películas compõem o filme dosimétrico: a de baixo alcance
(1,5μm) e a de alto alcance (0,5μm).
A de baixo alcance é mais sensível que a película de alto alcance.
Para uma mesma quantidade de radiação, a de baixo alcance mostra
um enegrecimento maior que as de alto alcance.
23. • O filme é extremamente dependente da energia do fóton.
• Na região de energia entre 15 e 50 keV , o filme pode
apresentar uma resposta intensificada por um fator 20
quando comparada com a exposição a energias superiores
a 100 keV.
24. Para compensar o problema da dependência energética e
para medir as doses beta, o envelope do filme é usado com
um estojo projetado especificamente para acomodar o filme
25. FUNCIONAMENTO DO DOSÍMETRO FOTOGRÁFICO
A resposta do filme à radiação é avaliada
através da medida da densidade óptica.
Se I0 for a intensidade da luz incidente e "I" for
a intensidade da luz transmitida através do
filme, a densidade óptica é definida por:
D.O. = log I0 / I
26. FUNCIONAMENTO DO DOSÍMETRO FOTOGRÁFICO
Densidade
Log10 intensidade de luz incidente
Por exemplo, 1000 fótons =3
menos
Log10 intensidade de luz transmitida
Por exemplo, 10 fótons =1
Densidade (3-1) = 2
27. CALIBRAÇÃO DO DOSÍMETRO FOTOGRÁFICO
Submeter à radiação de 60Co filmes
com seus porta-dosímetros a diferentes
valores de exposição, na faixa de
utilização;
Revelar os filmes;
Medir a densidade óptica dos filmes
na posição de cada filtro;
Colocar num gráfico os valores da
densidade óptica em função da
exposição.
29. DOSÍMETRO FOTOGRÁFICO
A calibração dos filmes e o uso de leituras em densitômetro para
obter a dose parece, em princípio, ser direto.
Na prática, porém, o procedimento é complicado por um número de
fatores.
Primeiro, a densidade no filme para certa dose de radiação depende
do tipo de emulsão e do lote particular do fabricante.
Segundo, o filme é afetado pelas condições ambientais, tais como a
exposição a umidade, e pelo envelhecimento geral.
Elevadas temperaturas contribuem para a densidade de base numa
emulsão antes de sua revelação.
30. DOSÍMETRO FOTOGRÁFICO
Terceiro, são introduzidas variações significativas na densidade pelos
passos inerentes no processo de revelação do filme em si.
Estes passos incluem o tipo, concentração, e envelhecimento da
solução reveladora bem como do tempo de revelação e manuseio
através da agitação, enxágue, e fixação.
As variações destas fontes são significativamente reduzidas pela
aplicação do seguinte procedimento tanto para dosímetro fotográfico
usado pelo trabalhador como para aquele usado na calibração dos
dosímetros.
Todas as unidades devem ser do mesmo lote de produção do
fabricante, armazenadas e manuseadas de maneira similar,
reveladas ao mesmo tempo nas mesmas condições, e lidas com um
único densitômetro, e até mesmo por um único operador.
Portanto, a experiência mostra que pode ser alcançado um grau
aceitável de reprodutibilidade.
31. DOSÍMETRO FOTOGRÁFICO
Um grave problema de natureza diferente para a determinação da
dose é apresentado pela resposta intensificada do filme a fótons de
baixa energia.
A curva na parte superior ilustra a resposta relativa (enegrecimento)
de um filme colocado num estojo plástico para uma dose fixa de
fótons monoenergéticos em função de sua energia.
33. Processamento
Ativação - AgBr Imagem LatenteRedução de AgBr para Ag
Manifestação
Da Imagem
Lavagem
Raios
X
Revelador
fixador
Remoção de AgBr
Lavagem
Secagem
Água
Água
ar
34. Dosimetria Fotográfica
• Exposição
A radiação atinge a emulsão fotográfica e
gera pares de íons próximo aos grãos de
AgBr convertendo os íons Ag+ em átomos
de Ag
• Processamento químico
Revelação
No processo químico toda a Ag+
convertida em átomos de Ag, produzirá
um grão de prata microscópico opaco
Banho de interrupção
Fixação e secagem
35. Dependência com a Energia
• Resposta
intensificada para
energias < 200 keV
devido ao efeito
fotoelétrico
• Uso de filtros para
eliminar esta sobre
resposta
36. Vantagens
– Resolução espacial
• Imbatível em resolução espacial
– Desempenho na leitura
• O registro é permanente
– Disponibilidade comercial
– Geometria
• Formato delgado e liso permite uso simples
• Pode ser aproximado às dimensões do
modelo de cavidade de Bragg-Gray
– Linearidade vs. dose
– Independente da taxa de dose
37. Vantagens:
• São de baixo custo.
• Fácil de usar.
• Resistentes.
• Permitem ter um registro permanente da dose
acumulada.
Desvantagens:
• Sensíveis à luz e à umidade
• Somente podem ser usados uma vez
– a película fotográfica
• Sua efetividade depende da dose que deve
medir
Dosímetro Fotográfico
38. Desvantagens
– Processamento químico úmido
• Exige controle cuidadoso do processo de revelação
química úmido
– Dependência com a energia dos raios X
• Sobre resposta para energias abaixo de 300 keV
devido as interações fotoelétricas com os grãos de
brometo de prata
– Sensibilidade a ambientes agressivos
– Função resposta duplamente avaliada
• Sobre saturação da resposta do filme causa uma leitura
duplamente avalaida
– Não responde a nêutrons de baixa
energia
39. DOSIMETRIA FOTOGRÁFICA
O estojo para filmes também é usado no monitoramento individual
da radiação beta.
Para exposições mistas de radiação beta/gama, a contribuição
separada das partículas beta é avaliada por comparação
(1) da densidade ótica atrás de um filtro adequado que as
absorve e
(2) da densidade atrás de uma “janela aberta”.
A última consiste somente do material estrutural do envelope do
filme.
Uma vez que as partículas beta possuem curto alcance, um estojo
que foi exposto a ela somente será escurecido atrás da janela
aberta, mas não atrás do filtro absorvedor.
40. DOSIMETRIA FOTOGRÁFICA
Assim também seria encontrado o resultado para a exposição a
fótons de baixa energia.
Para distinguir estes das partículas beta, pode ser empregado dois
outros filtros adicionais, um de alto número atômico e outro com
baixo número atômico, tal como prata e alumínio.
Eles devem possuir a mesma densidade de espessura, assim como
serem absorvedores de partícula beta equivalentes.
O filtro de alto Z absorverá fortemente os fótons de baixa energia
que serão atenuados menos pelo filtro de baixo Z.
A presença de fótons de baixa energia contribuirá para a diferença
no enegrecimento atrás dos dois filtros.
41. DOSIMETRIA FOTOGRÁFICA
Os dosímetros fotográficos multi elementos para monitoramento
individual foram substituídos por dosimetros termoluminescentes.
Entretanto, os dosímetros fotográficos ainda servem para muitas
aplicações, onde os campos de radiação são relativamente simples e
bem conhecidos.
43. Dosímetro Termoluminescente
• Contem fluoreto de lítio
(LiF) ou fluoreto de
cálcio (CaF2), que são
cristais que aprisionam
elétrons provenientes da
radiação (ionização).
• Sua leitura é realizada em
laboratório.
POSSUI UM NÚMERO DE
CONTROLE DO USUÁRIO
44. Termoluminescente (DTL)
Num detector cintilador é desejável que os estados excitados decaiam
rapidamente para estados fundamentais resultando assim a
fluorescência imediata.
Em outra classe de cristais inorgânicos denominada dosímetro
termoluminescente (DTL), o material do cristal e as impurezas são
escolhidos de tal modo que os elétrons e as lacunas permaneçam
armadilhados nos locais ativadores em temperatura ambiente de sala.
Colocado num campo de radiação, o cristal DTL serve como um
detector integrador passivo, onde o número de elétrons e lacunas
armadilhado depende de seu histórico de exposição à radiação.
45. CRISTAIS TERMOLUMINESCENTES
Verifica-se que podem existir impurezas num cristal, que
provocam a distorção na rede cristalina.
Estas imperfeições podem aumentar a capacidade da
amostra de armazenar energia quando este é exposto à
radiação ionizante.
Essa energia armazenada pode ser liberada sob a forma de
luz, quando o material for aquecido.
Quando o processo de fosforescência é acelerado por um
aquecimento do cristal, o efeito é denominado
termoluminescência (TL) e os materiais são chamados
fósforos termoluminescentes.
47. Termoluminescencia
• Dosímetro Termoluminescente (DTL)
– função muito próxima a de um cristal inorgânico com
algumas exceções
– o material do cristal e as impurezas são escolhidos de
tal modo que os elétrons e as lacunas permaneçam
armadilhados nos centros de impurezas em temperatura
ambiente
– atua como um detector integrador: o número de elétrons
e lacunas aprisionados depende do histórico de
exposição a radiação do cristal
48. DOSÍMETRO TERMOLUMINESCENTE
Os tipos mais comuns de materiais TL são os seguintes:
•Fluoreto de lítio dopado com manganês (LiF:Mn) para dosimetria
individual;
•Borato de lítio dopado com manganês (Li2B4O7:Mn) para
dosimetria de altas doses;
•Fluoreto de cálcio dopado com disprósio (CaF2:Dy) para
monitoração ambiental; e
•Sulfato de cálcio dopado com disprósio (CaSO4:Dy) também para
a monitoração ambiental.
49. DOSÍMETRO TERMOLUMINESCENTE
Os materiais termoluminescente encontram-se disponíveis em várias
formas, por exemplo, pó, cartões prensados a quente, pastilhas, discos
impregnados em teflon.
Um DTL comum consiste de um cartão contendo o material TL e um
estojo com filtros de várias espessuras e materiais, geralmente, cobre e
plástico, para medir os valores de dose profunda, dose na pele e dose no
cristalino dos olhos.
51. FUNCIONAMENTO DOS TERMOLUMINESCENTES
A radiação ionizante produz no cristal pares de
elétrons-lacunas, que migram através do
mesmo até se recombinarem ou serem
capturados em armadilhas.
Aquecendo-se o cristal, os elétrons,
absorvendo energia térmica, escapam das
armadilhas, indo para a banda de condução.
Podem, então, movimentar-se livremente no
cristal até se recombinarem com uma lacuna
aprisionada, eventualmente emitindo luz.
52. • Modelo para explicar o processo termoluminescente.
54. Termoluminescencia
• Dosímetros Termoluminescente
– processado num leitor DTL, onde o cristal é aquecido
– quando aquecido, os elétrons e lacunas armazenados
dentro da matriz do cristal migrarão e combinarão,
liberando fótons de baixa energia
– um TFM dentro do leitor DTL coleta os fótons e produz
uma saída elétrica que é registrada na forma de uma
curva de intensidade de calor
– a área sob a curva é comparada com DTL calibrados
para inferir a dose de radiação recebida pelo cristal
56. FUNCIONAMENTO DOS TERMOLUMINESCENTES
A curva de emissão é a melhor característica
de um fósforo termoluminescente.
Representa a luz emitida pelo cristal em
função da temperatura ou do tempo de
aquecimento e consiste de vários picos.
Cada um deles está associado a uma
determinada armadilha e é caracterizado
pela temperatura em que ocorre o máximo
de emissão.
57. O gráfico da quantidade de luz emitida como função do tempo ou da
temperatura é chamado de curva de luminescência.
58. LEITURA DO TERMOLUMINESCENTE
Após a exposição o material DTL é aquecido.
Quando a temperatura é aumentada, os elétrons e as lacunas armadilhados
migram e se combinam, com o acompanhamento da emissão de fótons com
energias de poucos eV.
Alguns destes fótons entram num tubo fotomultiplicador e produzem um
sinal elétrico.
O material é comumente processado no leitor DTL, que aquece
automaticamente o material, mede o rendimento de luz em função da
temperatura, e registra a informação na forma de uma curva de
aquecimento
60. LEITURA DO TERMOLUMINESCENTE
Tipicamente, ocorrem vários picos quando as armadilhas de
diferentes níveis de energia são esvaziadas.
A saída de luz total ou a área coberta pela curva de aquecimento
pode ser comparada com aquela de DTLs calibrados para atribuir a
dose de radiação.
Todas as armadilhas podem ser esvaziadas pelo aquecimento em
temperaturas suficientemente altas, e o cristal pode ser reutilizado.
62. Diferente do filme que pode ser utilizado uma só vez, uma
vantagem do DTL é que ele pode ser reutilizado.
Para a preparação do material para sua reutilização, deve-
se aquecê-lo a uma alta temperatura ou submete-lo ao
recozimento, para promover o esvaziamento de todas as
armadilhas.
O processo de leitura é rápido, por exemplo,
aproximadamente 20 segundos por dosímetro, e pode ser
automatizado.
Enquanto a reutilização do DTL é uma de sua maior
vantagem, o processo de recozimento destrói qualquer
informação armazenada no dosímetro e portanto provoca a
perda de qualquer registro existente anteriormente no
dosímetro, isto não permite nova interpretação.
64. Ciclo de Leitura
– Período de pré-aquecimento
• Sem integração da quantidade de
luz para discriminar contra
aprisionamentos instáveis de baixa
temperatura
– Período de leitura
• Duração da emissão da parte da
curva de luminescência a ser lida
como medida da dose
– Período de aquecimento
• Durante o qual o restante da
energia armazenada é eliminada
sem a integração da quantidade de
luz
– Período de resfriamento
• Após o aquecedor de potência
panorâmica ter sido desligado
65. Estabilidade de Aprisionamento
Tratamento - aquecimento
– Aplicado após ter sido obtida a leitura do sinal
do DTL
– Para evitar alterações na configuração das
armadilhas
– Fósforo TL proporciona melhor desempenho
como dosímetro se receber tratamento por
aquecimento uniforme, reprodutível, e ótimo
antes e após seu uso
– Ex. LiF (TLD-100)
• 400 0C por 1 h, resfriamento rápido, em seguida
submetido a 80 0C por 24 h
66. DTL
São utilizados vários tipos de materiais DTL.
O sulfato de cálcio ativado com manganês, CaSO4 : Mn, é
suficientemente sensível para medir doses da ordem de μGy.
Suas armadilhas são relativamente superficiais, portanto, possui a
desvantagem da “perda de informação” significativa em 24 h.
O CaSO4 : Dy é bem melhor.
Um outro cristal DTL popular é o LiF, que possui defeitos e
impurezas inerentes e não necessita a adição de ativadores.
Exibe perda de informação desprezível e a sua composição atômica é
muito próxima à do tecido.
Pode ser usado para medir as doses de radiação gama no intervalo de
aproximadamente μGy – 10 mGy.
67. DTL
Um outro material DTL inclui o CaF2 : Mn, CaF2 : Dy, e o Li2B4O7 :
Mn.
Desenho esquemático de dois dosímetros individuais DTL.
68. DTL
O sistema beta-gama possui quatro pastilhas de LiF.
Elementos 1, 2, e 3 são material Harshaw TLD-700, que é
essencialmente composto puro de 7LiF e, portanto, insensível a
nêutrons.[ O lítio natural é composto de 92,5% de 7Li e 7,5% de 6Li.].
A primeira pastilha possui uma espessura de 0,38 mm, e está situada
atrás de 1000 mg.cm–2 de Teflon e plástico para medir a “dose
profunda” regulamentar.
A pastilha 2 é colocada atrás de um absorvedor delgado e uma
camada de 0,10 mm de cobre, proporcionando uma espessura total de
333 mg.cm–2.
Os filtros de cobre eliminam os fótons de baixa energia enquanto
deixam passar parte das partículas beta.
69. DTL
Sua resposta, comparada com aquela da pastilha 3 atrás de um
absorvedor delgado (“janela aberta”) para discriminação de fótons
de baixa energia, é usada para avaliar a dose superficial.
O elemento 4 consiste do TLD-600, que é enriquecido em
aproximadamente 96% no isótopo 6Li.
Esta pastilha é sensível a nêutrons térmicos e é colocado na
profundidade regulatória do cristalino dos olhos (300 mg.cm–2).
Se uma pessoa que está usando o dosímetro for exposta a nêutrons
rápidos, parte deles serão moderados pelo corpo e serão detectados
como nêutrons lentos somente na pastilha 4 do dosímetro, portanto,
fornece evidência da exposição a nêutrons.
70. DTL
Quando existe um potencial para exposição a nêutrons, deve ser
utilizado um dosímetro especial DTL.
As leituras dos pares de elementos TLD-600 e TLD-700, um sensível e
o outro insensível a nêutrons, podem ser comparadas.
Uma vez que suas respostas para a radiação gama são idênticas, a
diferença pode ser atribuída aos nêutrons.
Os filtros de cádmio para as pastilhas 1 e 2 absorve os nêutrons
térmicos incidentes.
As diferenças observadas em suas leituras, portanto, são associadas
aos nêutrons rápidos.
Sem os filtros de cádmio, as diferenças entre os elementos 3 e 4
indicam a presença de nêutrons (rápidos + térmicos).
72. Vantagens
– Intervalo de dose amplo
• Desde poucos microGy até 10 Gy
linearmente
– Independente da taxa de dose
• 0 - 1009 Gy/s
– Pequeno Tamanho
• Tabletes, pastilhas, pó
– Disponibilidade comercial
– Reutilizável
• Pode ser usado várias vezes
73. Vantagens
– Econômicas
• Reutilizável – reduz custos
– Disponibilidade em diferentes tipos com
diferentes sensibilidades para nêutrons
térmicos
• TLD-700 (7LiF)
–Sensível a fótons somente
• TLD-100 (93% 7LiF + 7% 6LiF)
–Sensível tanto a nêutrons como a fótons
• TLD-600 (96% 6LiF)
–Sensível somente a nêutrons
74. Vantagens
– Facilidade de leitura
• Processo de leitura rápido (<30 s)
– Compatibilidade para automação
• Leitura automática para uma grande
quantidade de DTLs
– Exatidão e Precisão
• Reprodutibilidade de 1 - 2 %
• 1 - 2 % de precisão na calibração
individual e média de vários dosímetros
num conjunto
75. Desvantagens
– Perda de uniformidade
• A sensibilidade varia de lote para lote, até
mesmo de dosímetro a dosímetro de mesmo
lote
– Instabilidade no armazenamento
• A sensibilidade varia com o tempo
– Perda de informação
• Perda gradual do sinal latente do DTL
76. Desvantagens
– Sensibilidade a luz
• Sensível a luz — especialmente a UV, luz
solar, ou luz fluorescente
– TL Espúrio
• O ato de raspar, ato de lascar, ou
contaminação de superfície por poeira ou
umidade pode causar uma leitura TL espúria
– Perda de uma leitura
• Não existe segunda chance para obtenção de
nova leitura
77. Desvantagens
– Memória da radiação e histórico térmico
• Sensibilidade aumentada ou diminuída
após receber uma grande dose de
radiação
– Instabilidade de leitura
• Manutenção na constância na leitura é
dificultada durante períodos de tempo
longos
78. Dosímetro Termoluminescente
Termoluminescência:
Propriedade dos materiais onde, ao ser
aquecidos emitem luz.
Nestes Dosímetros, a quantidade de luz emitida
é proporcional à Dose Acumulada.
Vantagens:
•Custo moderado
•São resistentes
•Podem ser usados várias vezes
•Mais precisos que os fotográficos
Desvantagens
•As leituras não são imediatas
•Requerem um equipamento especial para sua
leitura
80. Luminescência Opticamente Estimulada
A luminescência opticamente estimulada (LOE) compartilha algumas
semelhanças e alguns contrastes com a termoluminescência.
Uma variedade de materiais exibem ambos os fenômenos.
Sob irradiação, os elétrons são armadilhados em estados excitados
de meia vida longa em cristais dopados.
Nos DTLs a dose é atribuída a partir da quantidade de luz emitida
após estimulação térmica.
Nos LOEs, a emissão de luz é causada por estimulação óptica.
A leitura de um DTL esvazia todos os estados de elétrons
armadilhados, apagando o registro primário e retornando o
dosímetro para a sua condição original para reutilização.
81. Luminescência Opticamente Estimulada
A leitura de um LOE, por outro lado, retira relativamente muito
pouco da carga armazenada, essencialmente preservando o registro
primário e possibilitando que o dosímetro seja lido novamente.
Pode ser usada a variação na potência de estimulação no LOE com
vantagem para obter sensibilidade num intervalo bastante amplo de
doses.
Embora tempos atrás não se tinha idéia do uso prático do LOE para
fins de dosimetria, atualmente tornou-se uma realidade com o
desenvolvimento dos dosímetros individuais Luxel® pela Landau,
Inc. nos finais dos anos 1990.
O material detector é o óxido de alumínio, com a presença de
carbono, Al2O3 : C. (cristais com diferentes dopagens podem ser
fabricados para aplicações especificas).
83. Luminescência Opticamente Estimulada
Uma fina lamina de Al2O3 é sanduichada entre um estojo selado
contendo filtros multi elementos.
Como no filme e DTL, os diferentes filtros são usados para fornecer
informações especificas sobre os campos de radiação mistos para a
avaliação da dose pessoal.
As leituras individuais são alimentadas num algoritmo
computacional que estima as doses profunda e superficial
regulamentares.
A avaliação da dose de nêutrons pode ser adicionada incluindo um
detector CR-39 opcional, que é analisado pela revelação e contagem
do traço.
84. Luminescência Opticamente Estimulada
A Landauer emprega dois métodos de leitura para os dosímetros.
Desde que a luz induzida emitida pelo detector deve ser medida na
presença de luz de estimulação, é essencial que as duas fontes de luz
não sejam mistas.
Em um dos métodos, a estimulação é causada por um laser pulsado
e o sinal emitido é lido entre pulsos.
O outro método emprega estimulação continua por diodos emissores
de luz (DELs) ou laser de onda continua (LOC), e é feita a medida
da luz emitida pelo detector em comprimentos de onda fora do
espectro do DEL ou LOC.
O sistema pulsado é mais caro e mais complexo, mas
consideravelmente mais rápido que o método de estimulação
continua.
85. Foram planejadas uma variedade de técnicas para observar
diretamente os traços de partículas carregadas individualmente.
A dosimetria de nêutrons com o dosímetro fotográfico utiliza
emulsões sensíveis a nêutrons onde os traços de prótons de recuo
devido ao espalhamento elástico dos nêutrons rápidos podem ser
contados e analisados.
Na câmara de neblina, a umidade de um vapor supersaturado
condensa como consequência dos íons gerados pela passagem de
uma partícula carregada provocando um traço visível.
Na câmara de neblina, são formadas bolhas minúsculas quando
um líquido superaquecido começa a evaporar ao longo da
trajetória de partículas carregadas.
Registro do Traço de Partículas
86. Registro do Traço de Partículas
Observação de traços de partícula alfa numa câmara de neblina.
87. Um outro dispositivo, a câmara de centelha utiliza uma
diferença de potencial entre uma torre de placas para causar
uma descarga ao longo da trajetória ionizada de uma partícula
carregada que passa através da torre.
A revelação dos traços é possível em alguns polímeros orgânicos
e em vários tipos de vidro.
Uma partícula carregada causa danos por radiação ao longo de
sua trajetória no material.
Quando tratado quimicamente ou eletroquimicamente, os locais
que sofreram danos são atacados preferencialmente e se tornam
visíveis, tanto com um microscópio como a olho nú.
A revelação dos traços é factível somente para partículas
possuindo alta TEL.
Registro do Traço de Partículas
88. A técnica é utilizada largamente na dosimetria de nêutrons (por
exemplo, detectores CR-39).
Embora as partículas neutras não produzam uma cascata de
íons, os traços das partículas de recuo carregadas que elas
produzem podem ser registradas por esta técnica .
Registro do Traço de Partículas
89. Pastilhas de vidro meta fosfato para medir altas doses de radiação
fotônica (≥1 Gy), que poderia ocorrer num acidente.
A energia absorvida da radiação ionizante proporciona a migração
de elétrons para locais permanente associados com a prata presente
no vidro.
Como um resultado, são produzidas novas frequências de absorção
e o vidro fluoresce sob a exposição a luz ultravioleta.
O rendimento de fluorescência pode ser comparado com padrões
calibrados para avaliar a dose.
Uma vez que a fluorescência não altera o vidro, a leitura não é
destruída.
Embora a radiofotoluminescência tenha sido utilizada para
dosímetro pessoal de rotina, geralmente possui aplicação limitada
para altas doses.
Radiofotoluminescente
90. • O deslocamento da fibra
depende da exposição e se
pode observar diretamente
sobre a escala calibrada em
unidades de exposição.
Vantagens:
• São de leitura direta
• Podem ser usados muitas
vezes
Desvantagens:
• Não são de registro
permanente.
• São mais onerosos.
• São muito sensíveis a golpes e
maltratos.
Câmara de Ionização de Bolso
0 50 100 150 200
miliRoentgens
miliRoentgens
0 50 100 150 200
91. CANETAS DOSIMÉTRICAS
Dosímetro de Bolso:
É uma câmara de ionização, com dois eletrodos de fibra de quartzo,
um fixo e outro móvel.
Para sua aplicação, um pequeno filamento plano, isolado das
paredes da câmara, é montado dentro da câmara de ionização
Um carregador externo, induz cargas positivas nos dois eletrodos,
fazendo com que se afastem.
As ionizações produzidas no gás fazem com que as cargas sejam
reduzidas, permitindo a movimentação gradativa da fibra de
quartzo à sua posição original.
93. CANETAS DOSIMÉTRICAS
Para preparar a câmara para uso é colocada uma carga positiva no
filamento através de um carregador que se conecta ao filamento via
o terminal positivo de uma bateria.
94. CANETAS DOSIMÉTRICAS
Quando estiver carregado, o filamento positivo é repelido pela
armação carregada positivamente.
Quando a radiação penetra a parede da câmara, o gás é ionizado e
os íons são atraídos para a armação e fibra ou paredes da câmara,
que neutraliza parcialmente sua carga.
O filamento torna-se menos repelido pela armação e inicia um
movimento na direção de sua posição neutra.
A posição do filamento pode ser visualizada através de lentes
contra uma escala existente no final da câmara calibrada em
roentgen ou rad por hora.
Apropriadamente isolada do invólucro da câmara, a carga positiva
pode continuar no filamento por horas.
95. CANETAS DOSIMÉTRICAS
Os dosímetros de bolso deste tipo são relativamente baratos e
podem ser usados para medir exposições a fótons no intervalo
desde zero até várias centenas de miliroentgen.
É necessário um dispositivo carregador separado.
100. Dosimetria
• O monitoramento radiológico das
pessoas é uma necessidade de
proteção e uma obrigação
regulamentaria.
• O pessoal de resposta a
emergência deve monitorar sua
exposição total à radiação,
durante suas funções.
• Quais pessoas deve ter o controle
radiológico?
De quem se espera …
• …que o nível de dose ou de
incorporação seja de
“consideração” em relação com
os limites.
• … prováveis variações nas doses
e incorporações.
Nivel de exposición
Nivel de exposición Nivel de exposición
101. Dosímetro
• Para que serve um Dosímetro?
• Os Dosímetros pessoais são
dispositivos ou instrumentos que
pode portar comodamente o
trabalhador e que registram a
dose acumulada que recebe
durante seu trabalho.
102. Tipos de Dosímetros
• Câmaras de ionização de
leitura direta
• De filme fotográfico
• Termoluminescentes (DTL)
• Eletrônicos
• Os dosímetros pessoais
permitem fazer uma
medição da dose recebida e
fazer um acompanhamento
da dose acumulada num
período de tempo
determinado,
103. Outros Métodos de
Detecção
• Dosímetros Químicos
– a radiação produz alterações químicas causando a
produção de radicais OH-
– dosímetro Fricke é o mais estudado
• Calorímetro
– energia cedida na matéria é convertida em calor
– usado para medir feixes de radiação intensos
104. Dosimetria Química
A radiação produz alterações químicas.
Um dos mais estudados sistemas de detecção química é o dosímetro
Fricke, onde os íons férricos numa solução sulfatada são oxidados
pela ação da radiação
Como em todos os dosímetros químicos aquosos a radiação interage
com a água para produzir radicais livres (por exemplo, H e OH), que
são fortemente reativos.
O radical OH, por exemplo, pode oxidar o íon férrico diretamente: Fe2+
+ OH→Fe3+ + OH–.
Após a irradiação, os dosímetros químicos aquosos podem ser
analisados por titulação ou absorção de luz.
O intervalo útil do dosímetro Fricke vai desde aproximadamente 40 a
400 Gray (Gy).
105. Dosimetria Química
As medidas de dose são precisas e absolutas.
O sistema aquoso se aproxima do tecido mole.
Outros sistemas de dosimetria química são baseados em sulfato cérico,
ácido oxálico, ou uma combinação de sulfato ferroso e sulfato
cúprico.
Doses da ordem de 0,1 Gy podem ser medidas quimicamente em alguns
hidrocarbonetos tratados com cloro, tal como o clorofórmio.
Doses muito grandes resultam em alterações de coloração visível em
alguns sistemas.
106. Dosimetria Química
• Dosímetro Químico
– Principio básico
A radiação interage com a água
Produz produtos primários quimicamente ativos
(radicais livres, tais como H2 & H2O2) em
aproximadamente 10-10 s ou menos
Heterogeneamente distribuído inicialmente,
aproximado com os traços de partículas
carregadas
Difunde por 10-6 s, para tornar mais homogêneo,
simultaneamente com suas interações químicas
com os solutos presentes
107. Dosímetria Química
– Rendimento químico frente a radiação (valor G)
Definido como o número de entidades químicas
produzidas, destruídas, ou alteradas pelo consumo de
100 eV da energia da radiação
Em moles/J
– Cálculo da dose absorvida
• M (mole/litro)
– A alteração na concentração de produto X devido à
irradiação
• (g/cm3 ou kg/litro): densidade da solução
)(XG
M
D
108. Dosímetria Química
• Exemplo Popular
– Dosímetro Fricke – Sulfato Ferroso
• Reação de oxidação Fe2+ Fe3+
• Composição
– 0,001 M FeSO4 ou Fe(NH4)2(SO4)2 e 0,8 N H2SO4
109. Dosimetria Química
• Vantagens
– Z, en/ & similar a água
– Dosímetros líquidos podem ser feitos
similarmente em formato e volume para o objeto
em estudo
– Permite-se a dosimetria absoluta
– Podem ser usados diferentes dosímetros
químicos para cobrir vários intervalos de dose:
10-1 -108 Gy
– Resposta de dose linear vs. intervalo útil de dose
110. Dosimetria Química
• Desvantagens
– Falha de estabilidade para armazenamento evita
a disponibilidade comercial, exige química úmida
no laboratório do usuário
– Intervalo de dose útil muito alto para monitoração
pessoal ou para medida de fontes de pequena
intensidade
– Pequeno grau de dependência com dose - taxa e
LET
– Dependência com a temperatura da solução
durante a irradiação e durante o procedimento de
leitura
111. Uma fonte de cobalto-60 é calibrada com um dosímetro Fricke no qual o fator G é
definido como sendo igual a 1,62 mol/J. Antes da irradiação a densidade óptica E
da solução em 305 nm era de 0,049 num pequeno tubo retangular com dimensões
de 1 cm. Após exatamente 2 horas a densidade E foi alterada para 0,213.
Calcule a dose e a taxa de dose sabendo-se que a extinção molar para o Fe3+ é de
217,5 m2/mol.
Dados:
Gy = 1J/kg; = 1024 kg/m3
Gx
EE
D
...
0
X = 1 cm ; = 217,5 m2/mol; G = 1,62 mol/J; tempo = 2h; E = 0,213; E0 = 0,049
Resp.: 45,454 Gy ; 6,313 mGy/seg
112. Dosimetria Calorimétrica
A energia cedida para a matéria devido a radiação normalmente é
convertida eficientemente em calor. (A energia da radiação também
pode ser gasta em transformações nucleares e alterações químicas).
Se o absrovedor for térmicamente isolado, como num calorímetro, então o
aumento da temperatura pode ser usado para avaliar a dose absorvida
de maneira absoluta.
Porém, é necessária uma quantidade muito grande de radiação para
medidas calorimétricas.
Uma energia absorvida de 4180 J kg–1 (= 4180 Gy) em água aumenta a
temperatura em somente 1o C.
Por serem relativamente insensíveis, os métodos calorimétricos em
dosimetria foram empregados principalmente para feixes de radiação de
grande intensidade, tais como aqueles usados em radioterapia.
Os métodos calorimétricos também são usados para a calibração absoluta
da intensidade de fontes de radiação.
113. Dosimetria Calorimétrica
• Dosímetro calorimétrico
– Medida direta da energia total cedida à matéria
pela radiação
– Muito próximo de qualquer método de medida de
dose absoluta
–
• T: variação na temperatura
• h: capacidade térmica (cal/g 0C ou J/kg 0C)
• : defeito térmico
– Fração de E da dose que não é convertida em calor, devido
a competição por reações químicas
h
D
hm
E
T
)1()1(
114. Dosimetria Calorimétrica
• Vantagens
– Dosimetria absoluta
– Muito próxima de qualquer método de medida direta
da energia envolvida na dose absorvida
– Pode ser usado uma grande variedade de materiais no
volume sensível
– Independente dose - taxa
– Nenhuma dependência com a LET
– Relativamente estável quanto a danos causados pela
radiação
115. Dosimetria Calorimétrica
• Desvantagens
– Pequena variação de temperatura, limita a
medida a doses relativamente grandes
– Instrumento volumoso, difícil de transportar e
ajustar
– Para baixas taxas de dose, a perda de calor
limita a exatidão e precisão alcançada
– Problemas com a perda de calor
116. Dosímetros Passivos para Monitoração de
Nêutrons
Uma opção para dosimetria de nêutrons é fazer uso de DTL já que
podem medir radiação neutrônica de todas energias.
Contudo, é importante ter conhecimento das energias esperadas já que
a resposta real varia consideravelmente desde o intervalo de energias
térmicas até 20 MeV.
Outros dosímetros para monitoração de nêutrons incluem as emulsões
nucleares depositadas em filmes fotográficos, dosímetros emulsão
nuclear.
Estes dosímetros registram os traços produzidos pelos prótons de recuo
que são formados quando o nêutron incidente interage com a base da
emulsão.
Estes traços podem ser visualizados quando o filme é revelado.
Procedendo a contagem do número de traços num microscópio, pode-
se determinar a dose causada por nêutrons.
117. Dosímetro Emulsão Nuclear e Filme
Processado
As desvantagens dos dosímetros de emulsão nuclear são a sua resposta
pobre no intervalo abaixo de 700 keV e sua tendência para perda de
informação devido a sua sensibilidade a luz e calor.
118. Dosímetro de Traço por Nêutrons Processado
A principal vantagem é que não possui grandes
problemas de perda de informação e, portanto pode ser
usado por mais de três meses.
119. O detector de bolha popular é um único e importante dosímetro
pessoal para nêutrons.
Par de detectores, um exposto a nêutrons e o outro não exposto.
Detectores de Bolha
120. Resposta Energética e Resposta Angular
Na determinação da dose individual tanto com dosímetros ativos ou
passivos, é importante considerar a resposta do dosímetro para um
intervalo amplo de energias e ângulos de incidência da radiação.
Como já foi visto, alguns dosímetros possuem limitações quanto a sua
resposta para energias e isto deve ser considerado na escolha de um
dosímetro para propósitos de medida das doses.
Tanto os porta filmes como os DTL, a resposta do dosímetro para
diferentes energias é determinada pelo uso de filtros.
Em muitos casos, os materiais TL tais como o LiF são escolhidos para a
dosimetria individual devido a sua habilidade em responder de maneira
similar à resposta para o tecido humano num grande intervalo de
energias da radiação.
Porém, a resposta angular, direcional, dos DTL para a radiação é
dependente com o tipo e espessura do material TL e com os filtros
utilizados no estojo.
A resposta angular dos DTL para fótons é pouco acentuada.
121. MÉTODOS PARA DOSIMETRIA INTERNA
Os três tipos de medidas realizadas para obter a avaliação
da dose interna são os seguintes:
contagem in-vivo;
bioanálise; e
amostragem do ar.
122. Contagem In-vivo
Contagem in-vivo é o termo usado para descrever a detecção de radiação
emanando de dentro do corpo usando detectores situados em contato ou
próximo à superfície do corpo.
Esta técnica é conhecida como contagem de corpo inteiro ou de parte do
corpo.
Os contadores de corpo inteiro consistem de um arranjo de detectores
semicondutores ou cintiladores que são usados para detectar o espectro de
radiação X e gama proveniente dos contaminantes internos.
Estes detectores são operados com o individuo sentado ou deitado num local
blindado para reduzir a radiação de fundo natural.
123. Os fatores importantes que influenciam a eficiência de detecção são a
geometria do arranjo de contagem, localização do indivíduo no
detector e as características físicas do indivíduo sendo contado.
De modo a obter os limites inferiores de detecção adequados, os
tempos de contagem rotineiros podem ser da ordem de vários
minutos, até 40 minutos, dependendo do conforto e conveniência das
pessoas submetidas a contagem.
A calibração dos radionuclídeos de interesse é obtida utilizando
simuladores do corpo humano contendo quantidades conhecidas de
material radioativo.
É possível calibrar alguns contadores in-vivo de tal modo que a
radiação X ocasionada pela radiação de frenamento (bremsstrahlung)
provocada pelos emissores beta puro energéticos tais como P-32
também possa ser avaliada.
124. Bioanálise
A amostragem para bioanálise é obtida a partir de amostras
biológicas extraídas do corpo humano e analisada quanto ao teor de
radioatividade de tal modo que possa ser avaliada a dose interna.
Um exemplo comum é a análise de trício em urina, e plutônio e
urânio em urina e fezes.
A espectrometria com cintilação líquida e alfa são duas técnicas
analíticas empregadas.
Outros tipos de amostragem que são complexos e não muito exatos
são as aberrações cromossômicas em amostras de sangue para
exposições altas, acima de 50 mSv, e análise de muco nasal para as
incorporações provocadas pela inalação de ar.
Estas duas últimas técnicas são utilizadas na dosimetria acidental.
125. Amostragem de Ar
Onde os níveis de radioatividade presentes no ar apresentam um risco interno, tais como
emissores alfa, podem ser avaliados os níveis no ambiente de trabalho. Utilizando os
tempos de ocupação para indivíduos ou grupos de trabalhadores, a avaliação da dose
individual pode ser obtida a partir dos resultados da monitoração de ar rotineira. Pode
ser obtida uma dosimetria mais precisa fazendo uso de amostradores de ar individuais
(AAI).
Os amostradores de ar individuais consistem de uma bomba alimentada por bateria que
aspira o ar que passa através de um filtro. O dispositivo que aspira o ar é colocado o
mais próximo do nariz e boca para simular a incorporação real admitida pelo
trabalhador. No final do período de trabalho, o filtro é avaliado quanto aos
contaminantes e as concentrações de atividade, em Bq m-3, são calculadas usando as
vazões conhecidas. Observe que o filtro de papel necessitará ser contado duas vezes
para considerar os produtos de decaimento do radônio.
Os AAI, geralmente são usados para avaliar a concentração de emissores alfa presentes
nos locais de trabalho. Podem ser usados juntamente com a contagem in-vivo para
melhorar a precisão total da avaliação dosimétrica.
Outros dispositivos passivos, tais como detectores de traço gravado, estão disponíveis
para avaliar a exposição a contaminação presente no ar tais como os produtos de
decaimento do radônio.
126. Trabalhador usando um Amostrador de Ar
Individual (AAI)
Cálculo da Dose Equivalente Comprometida
Fazendo uso de modelos, os valores para a incorporação de
radioatividade podem ser avaliados e os fatores de conversão de dose,
podem ser aplicados para calcular a dose equivalente comprometida.