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  UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
               ESCOLA POLITÉCNICA
          DEPTº DE ENGENHARIA AMBIENTAL - DEA




              MESTRADO PROFISSIONAL EM
             GERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS
           AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO




           CLÉA NOBRE DE OLIVEIRA




INDICADORES DE CONSUMO E PROPOSTAS PARA
    RACIONALIZAÇÃO DO USO DA ÁGUA EM
      INSTALAÇÕES DE EMPREITEIRAS:
  CASO DA REFINARIA LANDULPHO ALVES DE MATARIPE




                  SALVADOR
                     2009
3



                CLÉA NOBRE DE OLIVEIRA




  INDICADORES DE CONSUMO E PROPOSTAS PARA
RACIONALIZAÇÃO DO USO DA ÁGUA EM INSTALAÇÕES
DE EMPREITEIRAS: CASO DA REFINARIA LANDULPHO ALVES
                    DE MATARIPE




                  Dissertação apresentada ao curso de Mestrado
                  Profissional em Gerenciamento e Tecnologias
                  Ambientais no Processo Produtivo, Escola
                  Politécnica, Universidade Federal da Bahia, como
                  requisito parcial para obtenção do grau de Mestre.


                  Orientador: Prof. Asher Kiperstok




                       Salvador
                        2009
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OLIVEIRA, Cléa Nobre de

    Indicadores de consumo e propostas para racionalização do uso da água em
instalações de empreiteiras: caso da Refinaria Landulpho Alves de Mataripe/ Cléa
Nobre de Oliveira, 2009.
    153 il.


   Orientador: : Prof. Asher Kiperstok
   Dissertação (Mestrado em Gerenciamento e Tecnologias
   Ambientais no Processo Produtivo) - Universidade Federal da Bahia

    1. Indicador de consumo de água potável 2. Instalações provisórias 3. Uso
racional de água 4. Conservação da água 5. Refinaria I. Kiperstok, Asher II.
Universidade Federal da Bahia. Escola Politécnica III. Título


                                                          CDD: 628.13
                                                          CDU:628.17
TERMO DE APROVAÇÃO



                         CLÉA NOBRE DE OLIVEIRA


"INDICADORES DE CONSUMO E PROPOSTAS PARA RACIONALIZAÇÃO DO
     USO DA ÁGUA EM INSTALAÇÕES DE EMPREITEIRAS: CASO DA
           REFINARIA LANDULPHO ALVES DE MATARIPE".




      Dissertação aprovada como requisito para obtenção do grau de Mestre em
Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo - Ênfase em Produção
      Limpa, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora:




Asher Kiperstok
Doutorado em Engenharia Química I ecnologias Ambientais, University Of.
Manchester, Institute Of Science and Technology, UMIST, Inglaterra, 1996.



Karla Patrícia Santos Esquerre ~ jtt~   ~~~~      ~-f~
Doutorado em Engenharia Química, Universidade Estadual De Campinas,
UNICAMP, 2003.



RicardoFranciGonçalves"../         --r      c- ~e/
Doutorado em Engenharia do Tratam to de Águas. Institut National Des
Sciences Appliquées Toulouse, INSA - T ulouse, França, 1993.




                         Salvador, 27 de janeiro 2009.
5




Aos meus pais, Alexandre e Creusa.
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                                  AGRADECIMENTOS


A Deus, pela oportunidade da existência e iluminação constante.
Aos meus pais, irmãs e sobrinhos pela paciência nas ausências e apoio em todos os
momentos.
Aos amigos, pelo encorajamento e tolerância às minhas ausências.
Ao meu orientador, professor Asher, pelo incentivo, orientação e ensinamentos.
À gerencia da Rlam por ter oportunizado a realização deste trabalho.
À Lucidalva pelo incentivo e revisão normativa do trabalho.
Aos técnicos de segurança das empresas contratadas que contribuíram de boa vontade na
distribuição dos questionários.
À empresa FOZ pela boa vontade na disponibilização de informações nas Instalações de
Empreiteiras da RLAM.
Ao colega Vladimir pela grande ajuda nos levantamentos de campo.
A todos os colegas da Rlam que me ofereceram suporte e apoio.
7



                                         RESUMO




O presente trabalho proporcionou, de forma exploratória, a estimativa de indicadores de
consumo de água para uma tipologia que não tem sido explorada em estudos de racionalização
do uso da água. As Instalações de Empreiteiras, objeto deste estudo, podem ser comparadas
com instalações provisórias de obra e estão localizadas na Refinaria Landulpho Alves de
Mataripe (Rlam). O local consta de prédio de escritórios, vestiários, almoxarifados, oficinas de
montagem industrial, manutenção predial e construção civil, além de refeitório, e é utilizado
por trabalhadores das diversas atividades que prestam serviços de rotina na Refinaria. Foi
realizada uma pesquisa com esses trabalhadores visando o levantamento de parâmetros para
estimativa do consumo de água, bem como o conhecimento de hábitos em relação ao uso dos
aparelhos sanitários e percepção para a racionalização do uso da água. O questionário aplicado
foi respondido por uma amostra de 378 pessoas, correspondendo a um erro amostral de 4,6%.
Foram conhecidos, dentre outros dados, os sanitários que são utilizados pelos trabalhadores, a
freqüência, duração e procedimentos no uso de vasos sanitários, mictórios, lavatórios e
chuveiros, que, em consonância com estudos efetuados em outras tipologias, subsidiaram os
cálculos para a estimativa de indicadores de consumo no local. O indicador geral obtido de 77
litros/usuário/dia ficou na faixa dos valores indicados na literatura. A estimativa apresentou o
chuveiro como responsável por 56% do consumo total, representando 43 litros diários para
cada trabalhador local. A distribuição de consumo do prédio de escritórios e o resultado de 29
l/usuários/dia, se mostraram próximas às que foram encontradas no estudo realizado em um
prédio público, com características semelhantes. Foram apresentadas propostas de
racionalização do uso da água, referentes à instalação de equipamentos economizadores, reuso
de águas cinzas e aproveitamento de água de chuva, que retornaram uma economia de 65% no
consumo total de água potável e apontaram para um indicador de uso racional de 27
litros/usuário/dia. Foi sugerido que estas propostas sejam reforçadas com programas de
educação e medidas de detecção e combate a vazamentos. Os indicadores determinados neste
estudo podem ser balizadores para o planejamento de novos empreendimentos similares, ou
mesmo de uma determinada edificação aqui estudada.


Palavras-chave: Indicador de consumo de água potável; instalações provisórias; vestiários;
refinaria; uso racional de água; conservação da água.
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                                         ABSTRACT

This work provided, so exploratory, the estimation of indicators of water consumption to a
typology that has not been exploited to studies by rationalization of water use. The Locations
Contractors, object of this study, can be compared with temporary locations for work and are
located in Refinery Landulpho Alves de Mataripe (Rlam). The site consists of building of
offices, locker rooms, storage facilities, industrial workshops, maintenance and construction
civil, in addition to refectory, and is used by workers in various activities that provide routine
services in Refinery. It was performed research with those employees seeking the lifting of
parameters for estimating consumption of water, and a knowledge of habits in relation to the
use of sanitary appliances and perception for the rationalization of water use. The questionnaire
used was answered by a sample of 378 people, representing a sampling error of 4.6%. Were
known, among other data, bathroom which are used by workers, the frequency, duration and
procedures in the use of bathroom fittings, urinals, washbasins and showers, which, in line with
studies done in other types, subsidized the calculations to estimate indicators of consumption
on the premises. The overall indicator obtained from 77 liters / person / day was in the range of
values in the literature. The estimate presented the shower as responsible for 56% of total
consumption, representing 43 liters per day for each worker location. The distribution of
consumption of the building for offices and the result of 29 l / users / day, were close to those
found in the study conducted in a public building, with similar characteristics. Proposals have
been made to rationalize the use of water, relating to the installation of saving technology,
reuse of gray water and use of rainwater, which returned a saving of 65% in the total
consumption of drinking water and pointed to an indicator of rational use of 27 liter / trab /
day. It was suggested that these proposals are reinforced with educational programs and
measures to detect and combat the leaks. The indicators determined in this study may be based
in the planning of new ventures like, or even a particular building studied here.




Keywords: indicator of water consumption; locations facilities; locker rooms; refinery;
rational use of water; water conservation.
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                                                  LISTA DE FIGURAS


                                                          GRÁFICOS


Gráfico 1: Fontes de água doce ................................................................................................ 19
Gráfico 2: Porcentagem da população mundial com diferentes disponibilidades de água ...... 20
Gráfico 3: Relação de retirada e consumo de água no Brasil................................................... 23
Gráfico 4: Usos finais de água em prédio público.................................................................... 64
Gráfico 5: Hábitos dos Usuários com os Registros .................................................................. 97
Gráfico 6: Relação entre as Respostas de Percepção à Racionalização ................................... 98
Gráfico 7: Distribuição geral do consumo nas Instalações de Empreiteiras .......................... 109
Gráfico 8: Volume do reservatório x Atendimento da demanda............................................ 115




                                                      FLUXOGRAMAS


Fluxograma 1: Representação da estrutura do PGUAE ........................................................... 31
Fluxograma 2: Visão macro de um Programa de Conservação de Água ................................. 32
Fluxograma 3: Esquema de telemedição .................................................................................. 46
Fluxograma 4: Sistema da ETAC da UFES ............................................................................. 52
Fluxograma 5: Fluxograma de alimentação de Água das Instalações de Empreiteiras............ 76




                                                       FOTOGRAFIAS



Foto 1: Vista do Prédio de Escritórios...................................................................................... 69
Foto 2: Vista dos Módulos 7 e 8 de Vestiários......................................................................... 70
Foto 3: Vista do Prédio de Ferramentarias e Almoxarifados ................................................... 71
Foto 4: Vista da Oficina de Montagem Industrial .................................................................... 72
Foto 5: Vista do Canteiro de Construção Civil ........................................................................ 72
Foto 6: Vista do Prédio de Manutenção Predial ....................................................................... 73
Foto 7: Vista do Refeitório ....................................................................................................... 73
Foto 8: Vista do Anexo do Refeitório ...................................................................................... 74
Foto 9: Vista do Reservatório Elevado..................................................................................... 76
Foto 10: Vista do Reservatório Inferior.................................................................................... 76
Foto 11: Lavagem de Utensílios no Refeitório......................................................................... 81
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                                                  ILUSTRAÇÕES



Ilustração 1: Esquema de reuso intradomiciliar ....................................................................... 49
Ilustração 2 Sistema de captação de água de chuva ................................................................. 54
Ilustração 3: Instalações de Empreiteiras da RLAM ................................................................ 67


                                             LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Distribuição de água doce no mundo ....................................................................... 20
Tabela 2: Países com maiores disponibilidades hídricas.......................................................... 21
Tabela 3: Estimativas e projeções de água retirada e consumida por Continente.................... 23
Tabela 4: Percentual de aumento de terras irrigadas (1961 – 1999) ........................................ 24
Tabela 5: Incidência de ações nos estudos de caso americanos ............................................... 35
Tabela 6: Redução de consumo com correção de vazamentos................................................. 37
Tabela 7: Volumes estimados perdidos em vazamentos .......................................................... 37
Tabela 8: Redução de consumo com a instalação de tecnologias economizadoras ................. 41
Tabela 9: Categorias de reuso de água e aplicações típicas ..................................................... 47
Tabela 10: Percentual aproximado de águas residuárias geradas em um domicílio ................ 51
Tabela 11: Diferentes qualidades de água para diferentes aplicações...................................... 55
Tabela 12: Coeficientes de runoff adotados para aproveitamento de água de chuva............... 56
Tabela 13: Exemplos de agentes consumidores ....................................................................... 60
Tabela 14: Indicadores de consumo de água por tipologia de edificação ................................ 62
Tabela 15: Comparação da distribuição de consumos de água em edificações domiciliares... 63
Tabela 16: Caracterização dos Prédios das Instalações de Empreiteiras.................................. 68
Tabela 17: Local de trabalho dos usuários das instalações de empreiteiras............................. 75
Tabela 18: Pontos de Consumo por Prédio .............................................................................. 78
Tabela 19: Média das vazões nos pontos de utilização ............................................................ 80
Tabela 20: Tamanho da amostra obtido na pesquisa................................................................ 83
Tabela 21: Fórmulas para cálculo das estimativas de consumo de água.................................. 88
Tabela 22: Descrição dos Tipos de Indicadores de Consumo .................................................. 89
Tabela 23: Pergunta 1 – Locais que você costuma fazer uso dos sanitários ............................ 91
Tabela 24: Pergunta 2 - Finalidades para uso das torneiras dos lavatórios .............................. 92
Tabela 25: Pergunta 07 - De 10 vezes que você vai ao sanitário para urinar........................... 92
Tabela 26: Pergunta 12 - Você hoje utilizou algum sanitário da Rlam para defecar? ............. 93
Tabela 27: Pergunta 13c - Informe o local que você utilizou o sanitário para defecar ............ 93
Tabela 28: Pergunta 9 - Quantas vezes, por dia, você toma banho no vestiário?..................... 94
Tabela 29: Tempos de uso dos chuveiros e lavatórios ........................................................... 94
Tabela 30: Freqüências de Usos dos Lavatórios, Mictórios e Vasos para Urinar .................... 95
Tabela 31: Número de usos de chuveiros e vasos para defecar................................................ 96
Tabela 32: Pergunta 8 - Indique a resposta que mais se aplica a você ..................................... 97
Tabela 33: Ações relativas às mudanças de hábitos para redução do consumo de água.......... 98
Tabela 34: Consumo de água nos lavatórios .......................................................................... 100
Tabela 35: Tempo médio para lavatórios ............................................................................... 100
Tabela 36: Consumo de água nos chuveiros .......................................................................... 101
Tabela 37: Tempo médio para chuveiros ............................................................................... 101
Tabela 38: Consumo de água nas duchas higiênicas.............................................................. 102
Tabela 39: Consumo de água nos vasos sanitários................................................................. 103
11



Tabela 40: Consumo de água nos mictórios Tabela 41: Número de usos e de acionamentos
nos vasos                                                          103
Tabela 42: Consumo de água nas pias do refeitório............................................................... 104
Tabela 43: Consumo de água na limpeza ............................................................................... 105
Tabela 44: Comparativo da distribuição do consumo do prédio de escritórios...................... 106
Tabela 45: Consumo total de água nas Instalações de Empreiteiras ...................................... 107
Tabela 46: Comparativo do indicador de consumo das Instalações de Empreiteiras............. 108
Tabela 47: Indicadores com Substituição dos Sanitários Químicos por Sanitários
Convencionais ........................................................................................................................ 110
Tabela 48: Simulação de Cenários para Racionalização do Uso da Água ............................. 112
Tabela 49: Águas Cinzas e Residuárias Geradas nos vestiários, escritórios e almoxarifados
(cenário1)................................................................................................................................ 113
Tabela 50: Parâmetros de Entrada para o Sistema de Dimensionamento do Reservatório.... 114
12



                 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS



ÁGUAPURA       Programa de Uso Racional da Água da UFBA
ANA            Agência Nacional de Águas
AQRM           Avaliação Quantitativa de Risco Microbiológico
CNPQ           Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CTAHR          College of Tropical Agriculture and Human Resources
CUASO          Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira
DDSMS          Diálogo Diário de Segurança Meio Ambiente e Saúde
DTA            Documento Técnico de Apoio
DTBASA         Dutos e Terminais da Bahia, Sergipe e Alagoas
EMBASA         Empresa Baiana de Águas e Saneamento
ETAC           Estação de Tratamento de Águas Cinzas
FAPEX          Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão
IC             Indicador de Consumo
FIESP          Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
IPT            Instituto de Pesquisas Tecnológicas
ITDG           Intermediate Technology Development Group
               Laboratório Institucional do Programa do Uso Racional da Água em
LIPURA
               Edifícios
MIU            Meter Interface Unit
NBR            Normas Brasileiras
NSW            New South Wales Government
OMS            Organização Mundial de Saúde
PCA            Programa de Conservação de Água
PERH-BA        Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado da Bahia
PETROBRAS      Petróleo Brasileiro SA
PGUAE          Programa de Gestão do Uso da Água em Edificações
PNCDA          Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água
PRO-AGUA       Programa de conservação de Água da UNICAMP
PROSAB         Programa de Pesquisa em Saneamento Básico
PURA           Programa de Uso Racional da Água
PVC            Poli cloreto de vinila
SABESP         Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
SHI            State Hydrologic Institute
SINDUSCON-SP   Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo
SISPAT         Semana Interna de Prevenção Acidentes de Trabalho
TECLIM         Rede de Tecnologias Limpas
TRANSPETRO     Petrobras Transporte S.A.
UFBA           Universidade Federal da Bahia
UFES           Universidade Federal do Espírito Santo
UNICAMP        Universidade Estadual de Campinas
UN-RLAM        Unidade de Negócio Refinaria Landulpho Alves de Mataripe
13



USEPA   United States Environmental Protection Agency
USP     Universidade de São Paulo
WHO     World Health Organization
14



                                                           SUMÁRIO

1.   INTRODUÇÃO...............................................................................................................16
     1.1. Objetivos................................................................................................................... 16
     1.2. Estrutura do Trabalho ............................................................................................ 17
2.   A SITUAÇÃO DA ÁGUA .............................................................................................. 18
     2.1. Disponibilidade Hídrica .......................................................................................... 19
     2.2. O Uso da Água ......................................................................................................... 22
3.   RACIONALIZAÇÃO DO USO DA ÁGUA ................................................................. 26
     3.1. Combate a Perdas e Desperdícios .......................................................................... 36
     3.2. Tecnologias Economizadoras nos Pontos de Consumo ........................................ 38
     3.3. Medição Setorizada ................................................................................................. 42
     3.4. Reuso......................................................................................................................... 46
           3.4.1. Qualidade e Tratamento das Águas Cinzas ................................................. 49
           3.4.2. Quantificação de Águas Cinzas ..................................................................... 50
           3.4.3. Aplicações do Reuso em Edificações............................................................. 51
     3.5. Aproveitamento da Água de Chuva....................................................................... 53
           3.5.1. Qualidade e Tratamento ................................................................................ 54
           3.5.2. Armazenamento.............................................................................................. 56
           3.5.3. Resultados de Experiências............................................................................ 57
     3.6. Campanhas de Educação ........................................................................................ 58
     3.7. Caracterização do Consumo de Água.................................................................... 60
4. ESTUDO DE CASO: INSTALAÇÕES DE EMPREITEIRAS DA REFINARIA
LANDULPHO ALVES DE MATARIPE (RLAM) ............................................................. 65
     4.1. Apresentação da RLAM ......................................................................................... 65
     4.2. Caracterização das Instalações de Empreiteiras .................................................. 66
           4.2.1. Aspectos Físicos e Funcionais ........................................................................ 68
           4.2.2. Distribuição dos Usuários nos Locais de Trabalho ..................................... 74
           4.2.3. Sistema Hidro-Sanitário ................................................................................ 75
                       4.2.3.1. Pontos de Consumo ...................................................................... 77
                       4.2.3.2. Vazões dos Aparelhos Sanitários ................................................ 79
                       4.2.3.3. Atividades Consumidoras de Água ............................................. 80
     4.3. Metodologia.............................................................................................................. 82
           4.3.1. Pesquisa de Opinião ....................................................................................... 82
                       4.3.1.1. Seleção da Amostra ...................................................................... 83
                       4.3.1.2. Distribuição dos Questionários ................................................... 84
15



                        4.3.1.3. Análise das Respostas................................................................... 84
            4.3.2. Estimativa do Consumo de Água .................................................................. 88
            4.3.3. Determinação de Indicadores de Consumo de Água................................... 89
            4.3.4. Propostas para Racionalização do Uso da Água ......................................... 90
5.    ANÁLISES E RESULTADOS.......................................................................................90
      5.1. Parâmetros para estimativa dos consumos de água ............................................. 90
            5.1.1. Número de usuários........................................................................................ 90
            5.1.2. Tempo de uso dos aparelhos sanitários ........................................................ 94
            5.1.3. Freqüência de Uso dos Aparelhos Sanitários............................................... 95
      5.2. Comportamento dos Usuários em Relação aos Aparelhos Sanitários ................ 96
      5.3. Percepção para Racionalização do Uso da Água.................................................. 97
      5.4. Indicadores de Consumo de Água.......................................................................... 99
            5.4.1. Indicadores por Tipo de Uso ......................................................................... 99
                        5.4.1.1. Lavatórios...................................................................................... 99
                        5.4.1.2. Chuveiros..................................................................................... 101
                        5.4.1.3. Duchas Higiênicas....................................................................... 101
                        5.4.1.4. Vasos Sanitários e Mictórios...................................................... 102
                        5.4.1.5. Pias de Cozinha........................................................................... 104
                        5.4.1.6. Limpeza ....................................................................................... 104
            5.4.2. Indicadores por Prédio................................................................................. 105
            5.4.3. Indicadores nas Instalações de Empreiteiras............................................. 108
                        5.4.3.1. Simulação de Indicadores com Substituição dos Sanitários
                        Químicos..................................................................................................... 109
      5.5. Propostas para Racionalização do Uso da Água ................................................ 110
            5.5.1. Instalação de Tecnologias Economizadoras ............................................... 111
            5.5.2. Reuso de Água............................................................................................... 113
            5.5.3. Uso de Água de Chuva ................................................................................. 113
            5.5.4. Combate a Perdas e Desperdícios ............................................................... 115
            5.5.5. Implementação de Medição Setorizada...................................................... 116
            5.5.6. Implementação de Campanhas de Educação............................................. 116
6.    CONCLUSÃO ............................................................................................................... 117
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 121
ANEXOS ............................................................................................................................... 129
16




1. INTRODUÇÃO



Os levantamentos científicos sobre os impactos negativos que têm acometido os recursos
hídricos e levado várias localidades a vivenciarem situações de escassez de água, como
também alertado outras para um estado limite de uso desse recurso devido à sua qualidade,
têm proporcionado uma mobilização de diversas esferas de atuação para uma racionalização
do uso da água.
Dentre essas mobilizações têm sido criados programas que apresentam medidas para um
melhor uso desse insumo, como também indicação de alternativas de fontes de abastecimento
visando uma redução no consumo de água potável em atividades que podem ser realizadas
com uma água de qualidade inferior.
No meio urbano, escolas, universidades, residências e edifícios comerciais têm sido
estudados, conseguindo-se resultados significativos nas suas intervenções, e têm trazido
valores de indicadores de consumo de água que podem ser utilizados em levantamentos de
tipologias similares, resguardando-se características de clima, cultura, hábitos de uso e outros.
Estudos nesse sentido envolvendo instalações provisórias, como as dos canteiros de obras,
não têm sido encontrados na literatura. Nestas instalações, além do consumo inerente ao
processo produtivo, existe uma parcela de uso doméstico referente ao uso de vestiários pelos
trabalhadores, preparo de refeições, uso de sanitários e outros usos em conformidade com as
edificações existentes.
Considerando a similaridade das Instalações de Empreiteiras da Refinaria Landulpho Alves de
Mataripe (Rlam), em termos de suas edificações e rotina de funcionamento, com as
instalações provisórias que são utilizadas em implantação de obras, esse estudo vem
contribuir com mais essa tipologia no conhecimento das suas características quanto à
utilização da água e proposição da racionalização do seu uso.


1.1. Objetivos

O presente estudo tem o seguinte objetivo geral:
•   Definir indicadores de consumo de água em instalações provisórias de obras.
Enquanto objetivos específicos estão:
•   Estimar o consumo de água nas instalações em estudo.
•   Comparar os indicadores definidos com os valores encontrados na literatura.
17



•   Caracterizar a distribuição do consumo de água por tipos de uso.
•   Propor medidas de racionalização do uso da água.
•   Simular retornos de economia de água a partir da implementação da racionalização do uso
    da água.


1.2. Estrutura do Trabalho

O trabalho foi estruturado em 6 capítulos, sendo que no capitulo 1 é realizada uma introdução
com apresentação dos objetivos e da estrutura desenvolvida.
No capitulo 2 é apresentado um panorama sobre a situação da água no Brasil e no mundo,
destacando sua disponibilidade e formas de uso, a fim de contextualizar o tema e sensibilizar
ações com vistas à redução do consumo de água no planeta. São destacados os usos da água
que mais impactam nesse cenário crítico e os quantitativos de água disponível e consumida.
O Capítulo 3 aborda a racionalização do uso da água, com a apresentação de alguns
programas nacionais e internacionais, e seus resultados, bem como são descritas as ações que
têm sido utilizadas para melhoria do uso da água. Neste capítulo também é dedicado um item
específico para caracterização do consumo de água, onde é destacada a importância da
determinação de indicadores de consumo de água e são apresentados alguns valores para
subsidiar os resultados encontrados neste estudo.
O Capítulo 4 dedica-se à apresentação da área de estudo e da metodologia seguida. São
descritas as instalações prediais quanto à distribuição física e funcionamento, bem como a
distribuição da população que utiliza o local e seus horários de atividades. Em seguida, são
analisadas as instalações hidro-sanitárias, compreendendo a distribuição de alimentação de
água nas edificações e seus pontos de consumo, detalhando as atividades que envolvem o uso
de água.
Ainda na metodologia, são detalhadas a pesquisa de opinião, realizada junto aos usuários, e os
procedimentos utilizados para obtenção dos parâmetros para cálculo dos consumos de água,
bem como para a determinação dos indicadores.
Os consumos calculados e respectivos indicadores encontram-se apresentados no Capítulo 5,
onde são analisados por tipo de uso, por prédios e para as Instalações como um todo.
No Capítulo 5 também são apresentadas propostas para redução do consumo de água nas
instalações em estudo, procurando-se a indicação de medidas de racionalização nas áreas que
apresentaram maiores impactos de consumo e que contenham condições favoráveis para sua
18



implementação. Uma simulação integrada das propostas mostra a economia total a ser
atingida com a introdução das ações.
No Capítulo 6 estão as conclusões deste trabalho, ressaltando alguns valores encontrados e
sua validação. As sugestões e recomendações de aprofundamentos enfocam a necessidade de
instalação de monitoramento do consumo de água nas Instalações de Empreiteiras.




2. A SITUAÇÃO DA ÁGUA



A temática em torno da crise mundial de água tem sido relatada em muitos trabalhos e
diversos alertas têm sido feitos sobre uma grande carência de água, nas próximas décadas,
caso não sejam tomadas medidas urgentes para uma melhor gestão deste recurso
imprescindível à vida do planeta. Clarke e King (2005) afirmam que “o abastecimento de
água no mundo está em crise” e que, com o crescente aumento da população e de suas
necessidades, cada vez haverá menor quantidade de água disponível por pessoa. Gore (1993)
faz menção às grandes mudanças na relação do homem com a terra, desde a Revolução
Industrial, que têm promovido danos críticos ao sistema hídrico do planeta e cita as seguintes
“ameaças estratégicas ao sistema hídrico global”: a redistribuição das reservas de água doce; a
elevação do nível dos mares e a perda de áreas litorâneas baixas; mudanças nos padrões de
uso da terra, a exemplo dos desmatamentos; a contaminação de todas as reservas de água
pelos poluentes químicos produzidos pela civilização industrial; pressão do rápido aumento da
população e sistemas de irrigação inadequados.
Em United Nations (2003) é observado que houve uma evolução no gerenciamento da água,
mas registros indicam que 25 000 pessoas morriam, a cada dia, em 2003, vítimas de
desnutrição, e que 6 000, a maioria crianças com menos de cinco anos, morriam de doenças
relacionadas à água. Desta forma, é reforçado que a crise deste recurso é representada todos
os dias na vida de bilhões de pessoas, nas mais diversas maneiras e lugares, pela perda de
vidas.
No Brasil, Rebouças (2003) informa que 110 milhões de pessoas não têm esgoto tratado e que
quase 11 milhões não têm acesso à água limpa para beber, mesmo sendo um país considerado
rico em água doce. Ele observa, também, os altos índices de perdas totais da água tratada nas
redes de distribuição, que variam de 40% a 60%, enquanto em países desenvolvidos esses
valores estão abaixo do limite de 15%.
19



Conforme United Nations (2003), em termos mundiais no ano de 2003, mais de 2 bilhões de
pessoas, em mais de 40 países, eram afetadas pela escassez de água, sendo que 1,1 bilhão não
tinham água potável suficiente e 2.4 bilhões não dispunham de saneamento básico. Estes
resultados podem levar a um aumento de doenças, deficiência na segurança alimentar,
divergências entre consumidores e limitações no modo de vida das pessoas e dos setores
produtivos.


2.1. Disponibilidade Hídrica

Existe disponível no planeta, aproximadamente, 1,386 bilhão de km3 de água, sendo que
97,5% (1,351 bilhão de km3) desse montante equivalem à água salgada distribuída pelos
oceanos, mares, lagos salgados e aqüíferos salinos (CLARKE e KING; 2005). No Gráfico 1
pode ser observado que, do total correspondente à água doce (2,5% - 35 milhões de km3),
mais de dois terços não estão disponíveis para consumo humano, pois se apresentam na forma
sólida.



                                                       Disponível
                                                          0,4%
                                                               (lagos; umidade do solo; umidade
                                                               do ar; zonas úmidas; rios; plantas
                                                                    e animais - 135 mil km3)




                                                                                     Disponível
                                                                                        30,1%

                                                                                   (águas de subsolo -
                                                                                   10,5 milhões de km3)

                   Indisponível
                       69,5%
                           (geleiras; neves; gelos e
                            subsolos congelados -
                             24,4 milhões de km3)




                                     Gráfico 1: Fontes de água doce
                                      Fonte: CLARK, KING; 2005



Nos levantamentos efetuados por Clarke e King (2005), “cerca de 500 milhões de pessoas
viviam em países com escassez crônica de água, e outras 2,4 bilhões moravam em países onde
o sistema hídrico estava ameaçado”.
No Gráfico 2 estão representadas as disponibilidades de água e o percentual da população
mundial inserida em cada situação. Projeções indicavam para o ano 2 050 uma população de
20



8,9 bilhões de pessoas, sendo que talvez 4 bilhões, em países com escassez crônica de água
(CLARKE e KING; 2005).




                          Suficiência              Água escassa
                         relativa 17,9%                7,8%
                                                                    Água no
                                                                  limite 26,7%
                  Abundância
                    16,8%

                                              Água
                                           insuficiente
                                              34,7%



        Gráfico 2: Porcentagem da população mundial com diferentes disponibilidades de água
                                   Fonte: CLARK e KING; 2005

Neste contexto, os países da América do Sul estão inseridos na classificação de países com
abundância de suprimento de água, com exceção da Argentina, que foi colocada na posição de
país com suficiência relativa de água.
Segundo Shiklomanov (1998), o valor estimado para fontes mundiais de águas renováveis era
de 42 700 km3 por ano, considerando uma grande variação espacial e temporal. Em termos
percentuais, nos continentes, esta distribuição está representada na Tabela 1.


                           Tabela 1: Distribuição de água doce no mundo
                               Região                     Parcela (%)
                               África                         9,7
                              Américas                       39,6
                                Ásia                         31,8
                               Europa                        15,0
                              Oceania                         3,9
                                  Fonte: Adaptado de ANA (2007)


Sob a ótica global, a quantidade de água doce é suficiente para atendimento a toda à
população, mas existe irregularidade na sua distribuição territorial e na demanda de uso que
vai variar em função do desenvolvimento do país. A existência de uma crescente degradação
da qualidade da água também vem contribuindo para o atual cenário de escassez, como
informa Tundisi (2003), ao revelar que os estoques de águas superficiais e subterrâneas têm
sofrido grandes alterações.
21



Postel e Vickers (2004) informam que Brasil, Rússia, Canadá, Indonésia, China e Colômbia
representam metade do suprimento renovável total de água doce, apenas considerando o
escoamento de rios e águas subterrâneas, sem a evaporação e transpiração vegetal. Juntando-
se a esses países a Índia, República Democrática do Congo e Estados Unidos, tem-se a
representação de 60% da concentração de água do planeta. Na Tabela 2 estão evidenciados
esses valores como, também, o legado em relação à sua população para disponibilidades
relativas a águas superficiais e subterrâneas.

                       Tabela 2: Países com maiores disponibilidades hídricas
           País                 Disponibilidade em km3/ano          Disponibilidade em m3/hab./ano
Brasil                                     8 233                                45 570
Rússia                                     4 507                                 3 165
Estados Unidos                             3 051                                10 270
Canadá                                     2 902                                91 420
Indonésia                                  2 838                                12 750
China                                      2 830                                 2 140
Colômbia                                   2 132                                47 470
Índia                                      1 897                                 1 750
Rep. Dem. Congo                            1 283                                23 580
                               Fonte: Adaptado de United Nations, 2006



O Brasil é considerado um país abastado em água com, aproximadamente, 12% da
disponibilidade de recursos hídricos do mundo. Acontece que essa disponibilidade está de
forma mal distribuída, considerando que regiões com menor percentual de população
apresentam uma disponibilidade hídrica muito maior do que aquelas com grande contingente
populacional (AGÊNCIA, 2007).
A região Norte apresenta a mais baixa densidade populacional e é a que possui maior
quantidade de recursos hídricos. As regiões Sul e Sudeste apresentam quantidades
consideráveis, mas o que promove a escassez em alguns pontos é o elevado grau de
urbanização, a taxa populacional e os diversos usos da água. A menor contribuição está na
região Nordeste que conta ainda com problemas relativos a saneamento básico e
contaminação por vetores de doenças. A região Centro Oeste dispõe de grandes ecossistemas
aquáticos, mas apresenta problemas relacionados à criação de gado, agricultura, hidrovias,
atividades turísticas inadequadas, pesca predatória e urbanização (CLARKE e KING; 2005).
Em análise à situação do Brasil, Tucci, Hespanhol e Netto (2000) informam que o excesso de
cargas de poluição doméstica e industrial, a ocorrência de enchentes urbanas e a grande
demanda de água têm contribuído para uma tendência de redução da disponibilidade hídrica
22



dos grandes centros urbanos. Eles citam, como exemplo, os freqüentes racionamentos que já
ocorrem em Recife e São Paulo.
Segundo o Plano Estadual de Recursos Hídricos da Bahia (PERH-BA), o estado da Bahia
apresenta duas situações distintas em relação aos recursos hídricos. De um lado, representado
pelo semi-árido, que ocupa em torno de 69% do estado, a situação é de escassez de recursos
hídricos, já na outra vertente, está uma região mais úmida com uma oferta hídrica mais
confortável, mesmo com a concentração de grandes demandas hídricas. Neste segundo caso
está inserida a bacia hidrográfica Recôncavo Norte que abriga o local de estudo deste
trabalho, onde, como estratégia de gerenciamento, o PERH-BA recomenda a racionalização
do uso da água e o controle de atividades que impactam na qualidade das fontes de água
(PERH-BA, 2003).



2.2. O Uso da Água


Os recursos hídricos sempre receberam considerável pressão, à medida que há aumento do
desenvolvimento econômico e da renda per capita. Como a água é um fator inerente ao
desenvolvimento e está relacionada com a economia, os seus diversos usos tendem a crescer
com a diversificação das atividades econômicas, bem como com a demanda exigida para
atingir níveis de sustentação correlatos com a demanda da sociedade de consumo e da
produção industrial e agrícola (TUNDISI, 2003).
Para ilustração do crescimento do consumo de água, em termos mundiais, são apresentados na
Tabela 3 dados resultantes de uma pesquisa realizada por pesquisadores do State Hydrologic
Institute (SHI) de São Petersburgo. Na tabela são apresentados valores para vários períodos
relativos à água captada e consumida em necessidades urbanas, industriais, agrícolas e
inclusive perdas de evaporação. Os dados representam estimativas e projeções referentes a
aproximadamente 150 países e estão organizados por continentes.
Os dados mostram que o consumo de água nos diversos continentes não é homogêneo e
indicam o grande e dramático crescimento de água retirada e consumida no século 20. Gleick
(2003) comenta que no início do século 20 a América do Norte e a Europa contabilizavam
19% do total estimado de água retirada. Já por volta de 1 995 esses continentes representavam
30% do total, refletindo o crescimento da industrialização.
23


                Tabela 3: Estimativas e projeções de água retirada e consumida por Continente
                                                                                                              Projeção de
                                                 Histórico de Estimativas (km3/ano)
Continente                                                                                                 consumo(km3/ano)
                 1900                       1940    1950     1960    1970     1980     1990    1995        2000       2010    2025
    Europa       37,5a                        71     93,8     185     294      445      491     511         534        578     619
                 17,6b                       29,8    38,4     53,9    81,8     158      183     187         191        202     217
América do         70                        221     286      410     555      677      652     685         705        744     786
  Norte           29,2                       83,8    104      138     181      221      221     238         243        255     269
 África           41,0                       49,0    56,0     86,0    116      168      199     215         230        270     331
                  34,0                       39,0    44,0     66,0    88,0     129      151     160         169        190     216
      Ásia        414                        689     860     1222    1499     1784     2067    2157        2245       2483    3104
                  322                        528     654      932    1116     1324     1529    1565        1603       1721    1971
América do        15,2                       27,7    59,4     68,5    85,2     111      152     166         180        213     257
   sul            11,3                       20,6    41,7     44,4    57,8     71,0     91,4    97,7        104        112     122
Austrália e        1,6                        6,8    10,3     17,4    23,3     29,4     28,5    30,5        32,6       35,6    39,6
 Oceania           0,6                        3,4     5,1      9,0    11,9     14,6     16,4    17,6        18,9        21     23,1
  Total           579                       1065    1366     1989    2573     3214     3590    3765        3927       4324    5137
 (aprox.)         415                        704     887     1243    1536     1918     2192    2265        2329       2501    2818
a
    Números sublinhados referem-se à estimativa de água retirada
b
    Números itálicos referem-se à estimativa de água consumida
                                                Fonte: Gleick, 2003

Segundo a ANA, a vazão de retirada no Brasil, tendo como base o ano 2000, é de 1 592 m3/s
(50,2 km3/ano), para um consumo na faixa de 841 m3/s (26,5 km3/ano). Desse total, a região
hidrográfica do Paraná é responsável por 30% da retirada, seguida da região Atlântico Sul
com 15%. A região Atlântico Leste, onde se localiza o estado da Bahia, contribui com 4% do
total, com uma retirada de 68 m3/s (2,1 km3/ano) (AGÊNCIA, 2007a).
No Gráfico 3 é apresentado um perfil das contribuições de retirada e consumo no Brasil, por
tipo de utilização. Observa-se que há um predomínio de vazão de contribuição na atividade de
irrigação, em relação às outras.



                                          100%
                  Percentual de Consumo




                                          80%                                                            Irrigação
                                                                                                         Industrial
                                          60%
                                                                                                         Animal
                                          40%                                                            Rural
                                                                                                         Urbano
                                          20%

                                           0%
                                                     Retirada             Consumo



                                            Gráfico 3: Relação de retirada e consumo de água no Brasil
                                                             Fonte: AGÊNCIA (2007a)
24



Em termos globais a agricultura é também a responsável pela maior taxa de consumo, em
função da irrigação, conforme afirmam Postel e Vickers (2004), com uma contribuição em
torno de 70%. Os outros dois setores que representam os usos da água, em termos mundiais,
são a indústria (22%) e o consumo doméstico (8%).
Gleick (2003) informa que o consumo de água é função de diversos fatores, ao longo do
mundo, como extensão e forma do desenvolvimento socioeconômico; condições climáticas;
tamanho da população e natureza física da região. Sendo assim, observa-se que as taxas de
consumo para os diversos usos variam para cada local.
Algumas considerações, para cada tipo de consumo, serão apresentadas a seguir,
considerando-se o agrupamento dos usos em termos doméstico, industrial e agrícola.


Uso na Agricultura


Conforme já visto, este uso se caracteriza na irrigação de plantações que, segundo
Shiklomanov (1998), teve sua maior expansão no século vinte quando se tornou o principal
consumidor de água em muitos países. Ele aponta que 15% de toda a terra cultivada são
irrigadas. Em função desse alto consumo na agricultura, onde a água é vital para a produção
de alimentos, Gleick (2003) considera que este setor deve receber uma atenção especial
quando se trata de aperfeiçoamentos do uso da água.
Os países industrializados são responsáveis por cerca de 25% das lavouras irrigadas, sendo
que de 1961 a 1999 houve um aumento significativo de terras irrigadas em todo o mundo
(Tabela 4).


                 Tabela 4: Percentual de aumento de terras irrigadas (1961 – 1999)
Ásia Ocidental    América           Europa            Ásia e            África       América do
                  Latina e                           Pacífico                          Norte
                   Caribe
    256%           188%              178%              166%             151%           142%
                              Fonte: Adaptado de Clarke e King , 2005


Nas metodologias de irrigação de superfície e por aspersão, mais de 25% da água pode se
perder pela evaporação. Já na irrigação por gotejamento, a perda é de apenas cinco por cento.
Em Selborne (2001) o aperfeiçoamento da eficiência do uso da água na irrigação é apontado
como uma questão tecnicamente possível e que teriam que ser levados em conta os problemas
de encharcamento e salinização provenientes do uso excessivo da água e de sistemas de
drenagem inadequados. Para redução dos impactos da irrigação na extração de recursos
25



hídricos, são apresentadas as seguintes possibilidades de melhorias por Clarke e King (2005):
manejo mais eficiente da água, reciclagem das águas usadas e melhoria na drenagem.
O Brasil apresenta em torno de 3,7 milhões de hectares irrigados representando 6% do total de
área plantada. O percentual mundial equivalente é de 18% (ANA, 2007).


Uso Industrial


A água na indústria é um componente vital sendo utilizada para resfriamento, lavagem,
processamento e aquecimento, bem como para solvente e na composição do produto acabado
(matéria prima). A água utilizada na indústria tem como seus maiores representantes as usinas
hidrelétricas (embora estas retornem a água para suas fontes), as indústrias química e
petrolífera, as de metal, as de madeira, papel e celulose, as de processamento de alimentos e
as de máquinas (CLARKE e KING; 2005).
Este consumo tem maior participação em países industrializados do que nos países em
desenvolvimento (SHIKLOMANOV, 1998; POSTEL e VICKERS, 2004). Embora o
crescimento do uso de água na indústria não tenha apresentado uma grande evolução, Clarke e
King (2005) informam que nos próximos 25 anos há uma tendência de grandes avanços, em
função da demanda que será requerida pelos paises em industrialização. Este fato traz uma
significativa preocupação com relação ao problema poluição, visto que países em
desenvolvimento lançam resíduos industriais sem tratamento nas águas, comprometendo o
suprimento subterrâneo e o de superfície.
Selborne (2001) informa que durante as duas últimas décadas houve uma diminuição, em
muitos países industrializados, do volume de água consumido pela indústria. No caso da
indústria brasileira, Agência (2007) informa que a redução do consumo de água em algumas
unidades da indústria têxtil em São Paulo chegou até 30%. No setor petroquímico a
racionalização do uso de água nos processos industriais variou de 15% a 25%.


Uso Doméstico


O uso doméstico de água varia sensivelmente em todo o mundo e está fortemente relacionado
com as diferenças de riqueza e cultura. O volume de água utilizado nas residências, ou pelo
município, para abastecer as áreas residenciais, varia de mais de 800 litros diários, por pessoa,
no Canadá, a apenas um litro na Etiópia, conforme relatado em Clarke e King (2005). Outro
26



exemplo é apresentado em Postel e Vickers (2004): no Reino Unido o consumo doméstico é
de apenas 70% da água consumida pelo americano mais poupador.
Diante da crítica situação mundial da água, seguem algumas medidas que Shiklomanov
(1998) indica como necessárias a serem aplicadas no presente e no futuro:
       •      Economia no uso de água e proteção dos recursos de água a partir de uma redução
              drástica no consumo, especialmente nas áreas agrícolas e industriais.
       •      Redução ou eliminação de descarga de efluentes nos sistemas hidrológicos.
       •      Mais uso de água salgada.
       •      Uso de águas subterrâneas e glaciares, aqüíferos e águas estocadas em lagos.
       •      Redistribuição espacial e temporal dos recursos de água.




3.         RACIONALIZAÇÃO DO USO DA ÁGUA



A fim de subsidiar a necessidade de implantação de medidas de racionalização do uso da
água, na área de abrangência desse estudo, serão aqui apresentados alguns programas, em
nível nacional e internacional, que têm mobilizado as diversas esferas de atuação em
diferentes tipologias de edificações.
Esses programas se baseiam em ações envolvendo oferta e demanda de água voltados para um
melhor uso da água, seja no meio urbano ou rural, desde edificações isoladas até indústrias,
áreas agrícolas e cidades e têm apresentado resultados que justificam a ampliação de suas
aplicações.
Embora não se tenha encontrado referências que contemplem de forma integral a tipologia em
estudo, pois a maioria dos programas encontrados na literatura é destinada às edificações dos
tipos residencial, escolar e comercial, as ações propostas nos programas, segundo os autores
podem ser adequadas a outras tipologias.
Com base em Agência (2005), um conceito para programa de conservação da água seria
qualquer ação que reduza a quantidade extraída em fontes de suprimento, reduza o consumo e
o desperdício, aumente a eficiência do uso ou aumente a reciclagem e o reuso de água.
A fim de preservarem-se os recursos hídricos, Oliveira (1999) informa que o gerenciamento
da utilização da água deve abranger os três níveis sistêmicos citados a seguir:
Nível macro – sistemas hidrográficos;
27



Nível meso – sistemas públicos urbanos de abastecimento de água e de coleta de esgoto
sanitário;
Nível micro – sistemas prediais.
As ações de racionalização de água a serem estudadas neste trabalho se situam no nível micro,
pois, conforme definido em Oliveira (1999), a sua implantação se dará pelo proprietário das
instalações.
A seguir serão apresentados alguns programas já implementados, abordando-se suas
estruturas e ações, bem como alguns resultados globais obtidos.


Programa de Uso Racional da Água - PURA
Este programa foi criado em 1995 através de um convênio entre a Escola Politécnica da USP,
a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP) e o Instituto de
Pesquisas Tecnológicas (IPT), voltado para o uso racional de água nos sistemas prediais.
Segundo Santos (2006), o PURA tem as seguintes metas básicas:
    •   Quantificar a eficiência no uso de aparelhos economizadores de água;
    •   Desenvolver e disponibilizar produtos integrados com o uso racional e conservativo da
        água;
    •   Gerar documentos técnicos e institucionais relativos às ações do programa.
O programa é estruturado em seis macroprogramas integrados, a saber:
    •   Projeto 1) Banco de dados sobre tecnologias, documentos técnicos e estudos de caso –
        objetiva disponibilizar informações diversas ao público em geral;
    •   Projeto 2) Laboratório Institucional do Programa do Uso Racional da Água em
        Edifícios (LIPURA) – refere-se a um conjunto de laboratórios institucionais e privados
        que objetivam avaliar a eficiência de produtos, processos, componentes e sistemas
        voltados para o uso racional da água;
    •   Projeto 3) Programa de avaliação e adequação de tecnologias – aqui são previstas
        ações de checagem de tecnologias, objetivando a não permanência no mercado de
        produtos inadequados;
    •   Projeto 4) Caracterização da demanda e o impacto das ações de economia no setor
        residencial – são previstas ações para caracterização e definição de modelo para a
        demanda de água.
    •   Projeto 5) Documentos relacionados às leis, regulamentos e programas de garantia de
        qualidade – estabelece bases documentais para a implementação do PURA e
28



   •   Projeto 6) Programas de consumo reduzido de água em edificações não residenciais.
As ações deste Programa estão voltadas basicamente para o combate ao desperdício
quantitativo, conforme as seguintes que são listadas em Santos (2002):
           •   Utilização de aparelhos economizadores de água
           •   Incentivo da adoção da medição individualizada
           •   Conscientização do usuário quanto ao desperdício no uso da água
           •   Detecção e controle de perdas de água no sistema predial de água fria e
           •   Estabelecimento de tarifas inibidoras do desperdício.
Em análise ao programa PURA, instalado no campus da Universidade de São Paulo, e
considerando positiva e viável a implantação dessa sistemática, Silva (2004) apresentou as
seguintes conclusões, após seis anos de implantação:
Alem da redução de consumo de água, o PURA acarretou um elevado benefício econômico
para a Universidade no valor total líquido de R$ 46,61 milhões.
De 1998 a 2003 houve uma redução de 36% no consumo mensal de água na USP. Em
algumas unidades, após realização de intervenções em eliminações de vazamentos e
substituição de aparelhos, esse valor chegou a 48%.
Para a população fixa chegou-se a uma redução de 38% no consumo diário per capta.


Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água – PNCDA


O Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água (PNCDA) foi criado na esfera
federal em abril de 1997 para atuar com o combate ao desperdício da água no nível das bacias
hidrográficas, dos sistemas de abastecimento público de água e dos sistemas prediais
hidráulicos sanitários. Para este programa foram elaborados Documentos Técnicos de Apoio
(DTA) nas áreas de planejamento das ações de conservação, tecnologia dos sistemas públicos
de abastecimento de água, tecnologia dos sistemas prediais de água e esgoto e campanhas de
educação (SILVA, CONEJO e GONÇALVES; 1999). Dentre os DTA’s estão listados a
seguir aqueles que subsidiarão o presente trabalho:
DTA 1 (Apresentação do PNCDA) – apresenta a estratégia geral do programa e descreve o
conteúdo dos documentos técnicos.
DTA B2 (Subsídios às campanhas de educação pública voltadas à economia de água) –
apresenta uma análise da evolução prática e conceitual destas campanhas, a partir de estudos e
pesquisas embasados na experiência norte-americana.
29



DTA F1 (Tecnologias poupadoras nos sistemas prediais) – apresenta as diversas tecnologias
poupadoras de água, disponíveis em nível mundial, e com base nas experiências
internacionais, cientificas e tecnológicas, sugere ações que podem ser implementadas em
nível nacional.
DTA D3 (Micromedição) – apresenta os sistemas de micromedição englobando os principais
tipos de micromedidores, critérios de seleção e aquisição, processos de instalação e
monitoramento e enfatiza sua importância em programas de conservação de água.


Programa de Conservação de Água da UNICAMP - PRO-ÁGUA/UNICAMP


Programa desenvolvido pela Universidade Estadual de Campinas pela equipe do Laboratório
de Ensino e Pesquisas em Sistemas Prediais do departamento de Arquitetura e Construção da
Faculdade de Engenharia civil da UNICAMP.
Segundo Programa (200-?), o Pro-água/Unicamp teve inicio em 1999 tendo como principal
objetivo a implantação de medidas que levem ao uso racional de água e a conscientização dos
usuários sobre a importância da conservação desse recurso nos edifícios localizados na
Cidade Universitária Professor Zeferino Vaz.
O PRÓ-ÁGUA / UNICAMP contempla as duas fases descritas a seguir:
Fase I:
   •      Levantamento cadastral,
   •      Detecção e conserto de vazamentos,
   •      Implantação de telemedição,
   •      Instalação de componentes economizadores e
   •      Avaliação do desempenho pelos usuários.
Fase II:
   •      Análise de tecnologias economizadoras para usos específicos e
   •      Implantação de sistema de gestão dos sistemas prediais no campus.
Antes da implantação do programa o consumo médio mensal de água da UNICAMP estava na
faixa de 98.000 a 100.000 m³. Em 2001, este número encontrava-se em torno de 80.000 m³
(PROGRAMA, 200-?).


Programa de Uso Racional da Água da UFBA - ÁGUAPURA
Programa desenvolvido pela Universidade Federal da Bahia, através da Rede de Tecnologias
Limpas – TECLIM em 2002 e segundo TECLIM (200-?), tem os seguintes objetivos:
30



   •   Reduzir o consumo de água na UFBA através da minimização das perdas e
       desperdícios;
   •   Difundir em toda a comunidade UFBA conceitos do uso racional da água;
   •   Implantação de Tecnologias Limpas.
O programa está em andamento e consiste de três etapas, conforme a seguir:
   •   Etapa 1 (Ação Emergencial): minimização das perdas e desperdícios:
          •   Consolidar e ampliar o trabalho da equipe de campo.
          •   Redução do consumo de água e valores pagos à Embasa para 70% do valor 2003
              até o final da etapa;
   •   Etapa 2: Manutenção e aprimoramento da redução obtida:
          •   Redução do consumo de água e valores pagos a Embasa para 50% do valor 2003
              até o final da etapa;
          •   Inserção do programa nas Unidades;
          •   Redução do tempo de atendimento a chamadas para conserto de perdas para
              metade do atingido na Etapa1;
          •   Captação de financiamentos para pesquisa / projetos cooperativos.
   •   Etapa 3: Implantação de (TL & P+L)
          •   Consolidação e manutenção dos programas implantados nas etapas 1 e 2;
          •   Redução do consumo de água da UFBA para 25% do consumo de 2003;
          •   Implantação de Tecnologias Limpas: Tratamento de efluentes e reuso da água
              recuperada; Implantação de redes duplas de água; Aproveitamento da água de
              chuva; Uso de água de poço.
Desde o inicio do programa, o consumo da Universidade foi reduzido 43%, passando de um
histórico de 290 mil m3 para 164 mil m3, alcançados em 2007.


Outros Programas e Iniciativas


Em seu projeto de pesquisa, encaminhado ao CNPQ, Santos (2006) apresenta o Programa de
Gestão do Uso da Água em Edificações (PGUAE), no Paraná, que tem enfoque na previsão da
gestão qualitativa e quantitativa da água. A esquematização desse programa está apresentada
no Fluxograma 1.
31




                      Fluxograma 1: Representação da estrutura do PGUAE
                                      Fonte: Santos , 2002


O programa se propõe às seguintes metas:
          •   Caracterização do consumo de água – este item contempla 03 fases, a saber:
                     Descrição do cenário – consta de levantamento de dados do ambiente
                     construído, histórico de consumo e conhecimento dos hábitos dos
                     usuários de água.
                     Prospecção de relações entre o consumo de água e variáveis diversas –
                     verifica a influência de variáveis como a sazonalidade, temperatura,
                     dias do mês, etc., sobre o consumo de água.
                     Parametrização do consumo – utilizada a ferramenta Teste AQUA para
                     parametrizar o consumo de água.
          •   Caracterização das ações de economia de água – prevê a pré-seleção e
              definição das ações de conservação de água, direcionadas para o uso racional e
              o aproveitamento das fontes alternativas de água, e caracteriza estas ações em
              seus aspectos qualitativos e quantitativos.
          •   Avaliação da aplicabilidade integrada das ações de economia de água – avalia
              a aplicabilidade das ações de conservação de água em função dos requisitos
              qualitativos e quantitativos definidos pelo seu uso, bem como sua viabilidade
              econômica. Nesta etapa é também realizada uma hierarquização das ações ao
              longo do tempo.
          •   Confecção do plano de gestão de uso de água – apresenta as diretrizes para
              gestão do uso da água em edifícios.
32



No trabalho de Sautchúk (2004) é apresentado o Programa de Conservação de Água (PCA)
que visa a otimização do uso da água e a utilização de fontes alternativas, observando-se os
diferentes níveis de potabilidade necessários ao uso. Ela reforça que essa otimização implica
em uma redução do volume de efluentes gerados.
No Fluxograma 2 está representada a esquematização de um PCA para edificações existentes,
conforme concepção de Sautchúk (2004).




               Fluxograma 2: Visão macro de um Programa de Conservação de Água
                                     Fonte: Sautchúk, 2004


Observa-se que há uma indicação de uso de fontes alternativas para suprimento do sistema,
bem como uma preocupação com a reutilização do efluente gerado.
Em 2005 foi lançado o Manual de Conservação e Reuso da água em Edificações, que teve a
parceria da ANA (Agência Nacional de Águas), Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo) e do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São
Paulo). Em Agência (2005) é sugerida a ênfase em conservação de água, uma vez que esta
cuida da gestão da demanda e da oferta de água preocupando-se também com a destinação
que é dada em função da qualidade com que ela se apresenta. Ao conjunto dessas ações eles
denominam de Programa de Conservação de Água (PCA).
Dentre as práticas já em uso, Agência (2005) recomenda o reuso, a reciclagem, a gestão da
demanda, a redução de perdas e minimização da geração de efluentes como instrumentos para
gerir os recursos hídricos e reduzir a poluição. Apoiando essa posição, Santos (2006)
33



acrescenta que a conservação de água propicia a economia e preservação de água, seja nos
mananciais, no sistema publico ou nas edificações, abrangendo ações de uso racional voltadas
para o combate ao desperdício, e ações que utilizem fontes alternativas como a água de chuva
e o reuso.

Como objetivos da implantação de um PCA, Agência (2005) informa os seguintes:


               Redução da quantidade de água extraída em fontes de suprimento;
               Redução do consumo de água;
               Redução do desperdício de água;
               Aumento da eficiência do uso de água;
               Aumento da reciclagem e do reuso de água.


E como fatores motivadores são citados:


               Economia gerada pela redução do consumo de água;
               Economia criada pela redução dos efluentes gerados;
               Conseqüente economia de outros insumos como energia e produtos químicos;
               Redução dos custos operacionais e de manutenção dos sistemas hidráulicos e
               equipamentos da edificação;
               Aumento da disponibilidade de água;
               Agregação de valor ao produto;
               Redução do efeito da cobrança pelo uso da água;
               Melhoria da visão da organização na sociedade.


Segundo Agência (2005), um Programa de Conservação de Água requer, inicialmente, o
conhecimento da distribuição do consumo que vai depender de cada tipo de edificação, uma
vez que os usos de água para residências, edificações públicas e privadas são variados. É
necessário, portanto, a implantação de um sistema de medição e monitoramento, por um
determinado período, para essa identificação inicial.
Em seguida deve-se partir para a auditoria de consumo que envolve a análise dos dados
coletados e o cálculo do indicador de consumo, buscando o conhecimento da utilização da
água na edificação. Para identificação do perfil de consumo de água no sistema, devem ser
34



estudados e levantados dados de todo o sistema hidráulico da unidade em análise, incluindo
detecção de vazamentos e comportamento dos usuários.
A partir do diagnóstico realizado, parte-se para a elaboração do plano de intervenção que vai
abranger ações voltadas para a redução de desperdícios, correção de vazamentos, redução de
perdas, realização de campanhas de sensibilização e educativas, bem como a instalação de
tecnologias economizadoras nos pontos de consumo.
Especificamente para alojamentos provisórios, como um canteiro de construção civil, ANA
(2005) apresenta sugestões visando uma melhor otimização do uso da água. Como as
instalações do presente trabalho têm semelhança com essa tipologia, a seguir são listadas
essas propostas:
    •   Implantação de um sistema de gestão da água com o monitoramento do consumo a
        partir da instalação de hidrômetro específico para as áreas de uso doméstico de água,
        como as áreas de ambientes sanitários, refeitórios e torneiras de lavagem para uso dos
        alojamentos;
    •   Especificação adequada dos equipamentos hidráulicos a serem implementados.
    •   Realização de palestras de conscientização e capacitação dos funcionários para
        redução do desperdício de água nos usos domésticos e em processos que utilizam água
        (por exemplo, limpeza de ambientes);
    •   Divulgação do consumo mensal de água para conscientização dos funcionários.
    •   Uso de fontes alternativas (água de drenagem de terreno, água de chuva, águas
        subterrâneas), desde que sejam observados a caracterização da água e o atendimento à
        qualidade para o uso em questão;
Em nível internacional, Usepa (2002) informa que programas de conservação de água e de
reuso têm tido um grande crescimento nos últimos dez anos nos Estados Unidos e que
abrangem não só usuários do tipo residencial, mas também, comercial, institucional e
industrial.
Usepa (2002) apresenta uma compilação de estudos de casos verificados em 17 cidades dos
Estados Unidos, cujos sistemas variam em tamanhos de pequenos a grandes e envolvem uma
grande variedade de tecnologias aplicadas para o alcance das metas de gerenciamento de
água.
Na Tabela 5 são listadas as ações implementadas e a quantidade de cidades que adotaram as
medidas. Verifica-se que instalação de equipamentos economizadores, bem como emprego de
35



tarifas e educação pública são as ações que mais tiveram incidência de uso nos estudos
apresentados.
No Anexo A é apresentada uma tabela contendo os fatores motivadores, bem como as ações e
resultados em termos de reduções de água e custo, para cada cidade.




                     Tabela 5: Incidência de ações nos estudos de caso americanos
                                       Ações                            Incidência
                Instalação de equipamentos economizadores                   12
                Emprego de tarifas                                          10
                Educação pública                                             9
                Melhorias na irrigação                                       6
                Detecção de conserto e vazamentos                            5
                Implantação de sistema de medição                            3
                Reaproveitamento de água                                     2
                Implantação de subsídios de incentivo                        2
                Otimização do uso da água em paisagismo                      2
                Implementação de auditorias                                  2
                                   Fonte: Adaptado de Usepa (2002)




Segundo Oliveira (1999), as ações a serem adotadas em um programa de conservação de água
podem ser agrupadas conforme a seguir:
Ações econômicas – aqui se incluem os incentivos que podem ser subsídios para aquisição de
sistemas e componentes economizadores de água e redução de tarifas, como também, os
desincentivos econômicos dados a partir da elevação de tarifas de água.
Ações sociais – nestas ações estão as campanhas educativas e de conscientização do usuário,
em que se procura uma adequação de procedimentos no uso da água e uma mudança de
comportamento individual.
Ações tecnológicas – aqui estão a substituição de sistemas e componentes convencionais por
economizadores, a implantação de sistemas de medição setorizada, a detecção e correção de
vazamentos, o reaproveitamento de água e o reuso de água servida.
A partir dos programas estudados, foram selecionadas as seguintes ações que serão avaliadas
para o estudo de caso deste trabalho e que se enquadram nos agrupamentos acima:
                Campanhas de educação
                Combate a perdas e desperdícios
                Tecnologias economizadoras nos pontos de consumo
                Medição setorizada
                Reuso e
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              Aproveitamento de água de chuva

Nos próximos itens serão apresentados conceitos e considerações sobre essas ações, bem
como alguns resultados obtidos em programas e outras iniciativas.


3.1. Combate a Perdas e Desperdícios

Segundo Agência (2005), o consumo total de água em uma edificação, independente de sua
tipologia, é a soma de dois componentes representados pela água efetivamente utilizada e pelo
desperdício. O desperdício seria composto por perdas referentes à água que escapa do sistema
antes de sua finalidade prevista e pelo uso excessivo decorrente da utilização inadequada e
mau funcionamento do sistema.
Oliveira (1999) informa que o combate ao desperdício de água nos sistemas hidráulicos
prediais visa evitar-se o pagamento de uma água que não foi utilizada devidamente, segundo a
sua finalidade como, também, patologias decorrentes de vazamentos. Ela informa que a ação
mais recomendada para o combate às perdas de água, depois da prevenção, é a detecção de
vazamentos, que será mais eficaz a depender do nível em que se realize a manutenção do
sistema. Além dos vazamentos, também são responsáveis pelas perdas o mau desempenho do
sistema e ações decorrentes de negligência do usuário, como torneiras mal fechadas.
Os vazamentos podem ser classificados como visíveis e não-visíveis, sendo os primeiros
aqueles que podem ser detectados de imediato pelos usuários e são identificados pelo
escoamento ou gotejamento de água. Estes vazamentos ocorrem em tubulações, registros,
pontos de consumo e em reservatórios. Os vazamentos não-visíveis são aqueles que se
apresentam a partir de fatores como manchas de umidade, som de escoamento de água e
entrada constante de água em reservatórios (OLIVEIRA, 1999).
Oliveira (1999) apresenta as reduções de consumo obtidas a partir de intervenções realizadas
no Instituto do Coração do Complexo do Hospital das Clinicas de São Paulo (PURA InCor) e
na Escola Estadual de primeiro e segundo graus Fernão Dias Paes (PURA EE).
No PURA InCor a intervenção consistiu da substituição de trechos de tubulação de água e
hidrantes que apresentavam corrosão e vazamentos, em vários ambientes do hospital. Foram
também eliminados vazamentos visíveis em peças de utilização como torneiras e válvulas de
descarga. A correção dos vazamentos proporcionou uma redução no consumo médio mensal
de 15 242 m3 para 10 908 m3.
37



No PURA EE foram corrigidos vazamentos nos sistemas interno e externo da escola,
reduzindo o consumo de água de 81,1 l/aluno/dia para 4,5 l/aluno/dia.
Um resumo desses dados, incluindo um resultado apresentado por Sabesp (2004) apud
Ywashima (2005) está representado na Tabela 6.
Verifica-se que mesmo para uma mesma tipologia os indicadores de redução apresentam
grande variação, uma vez que para cada caso estudado são detectadas situações diferenciadas
de vazamentos. Outro fator, que pode ser analisado é que a relação de redução vai depender,
também, do valor total de consumo, não podendo ser utilizado como parâmetro de
comparação para qualquer caso.


                        Tabela 6: Redução de consumo com correção de vazamentos
                                                                                          PURA (Toufic
              Indicadores                   PURA (InCor) (1)        PURA (EE) (1)
                                                                                           Jouliam) (2)
 Redução do consumo mensal (%)                     28                     94                   78
 Economia mensal (R$)                           39.352,72              37.409,60            12.614,80
 Investimento (R$)                              33.118,84              2.645,95             2.500,00
 Retorno (dias)                                    27                      3                    6
               Fonte: (1) Adaptado de Oliveira (1999) e (2) Sabesp(2004) apud Ywashima (2005)



Em Agência (2005) são apresentados valores estimados de volumes produzidos por perdas em
componentes das instalações prediais (Tabela 7).


                           Tabela 7: Volumes estimados perdidos em vazamentos

                                                                                         Perda Estimada
                         Aparelho / Equipamento Sanitário
                                                                                           (litros/dia)
                           Gotejamento lento                                                  6 a 10
                           Gotejamento médio                                                  10 a 20
                           Gotejamento rápido                                                 2 a 32
   Torneira (de lavatório,
                           Gotejamento muito rápido                                            > 32
   de pia, de uso geral).
                           Filete Ø 2 mm                                                       > 114
                           Filete Ø 4 mm                                                       > 333
                           Vazamento no flexível                                                0,86
                           Filetes visíveis                                                     144
   Mictório                Vazamento no flexível                                                0,86
                           Vazamento no registro                                                0,86
                           Filetes visíveis                                                     144
   Bacia sanitária com
                           Vazamento no tubo de alimentação da louça                            144
   válvula de descarga
                           Válvula disparada quando acionada                                     *
                           Vazamento no registro                                                0,86
   Chuveiro
                           Vazamento no tubo de alimentação junto da parede                    0,86
* 40,8 litros (supondo válvula aberta por um período de 30 segundos, a uma vazão de 1,6 litros/segundo).
                      Fonte: Oliveira (1999) e Gonçalves et al. (2005) apud ANA (2005)
38



Estes valores podem ser utilizados para cálculo do índice de perdas por vazamento (IP) que é
obtido pela relação entre o volume total estimado perdido em vazamentos, em um
determinado período de tempo, e o consumo total de água nesse mesmo período, expresso em
porcentagem.


3.2. Tecnologias Economizadoras nos Pontos de Consumo

Inseridas no contexto de uso racional de água estão a utilização de aparelhos economizadores
de água ou a introdução de tecnologias que levem a um menor consumo de água nestes pontos
de utilização. Hespanhol (2004) comenta que o Brasil ainda está muito aquém nessa prática se
comparado a outros paises, mas Alves, Rocha e Gonçalves (2006) observam que em prédios
de uso público como shopping centers, teatros, cinemas, estádios, aeroportos, escolas e outros
o uso desses equipamentos vem crescendo de forma acelerada. Já para uso residencial, em
especial edificações populares, eles ressaltam que há uma tendência menor na adoção dos
equipamentos.
Hespanhol (2004) cita como boa medida o uso de caixas de descarga com menor volume e
chuveiros com uma entrada de ar gastando metade da água de um chuveiro tradicional.
Apesar das várias alternativas existentes para um melhor uso da água, ele salienta que se faz
necessário uma mudança cultural para que efetivamente as pessoas passem a adotá-las e a
problemática seja minimizada.
Pode-se, também, acrescentar que mesmo a adoção dessas tecnologias, pela sociedade, o
registro de uma significativa redução do consumo de água estará relacionado à forma com que
se fará uso destas. Isto porque, mesmo utilizando-se equipamentos convencionais, a
conscientização do usuário para a necessidade de economia no consumo o levará a tomar
medidas que trarão uma boa resposta, sem que seja realizada a substituição do equipamento.
Algumas tecnologias de processo e produtos propostas por Gonçalves; Ioshimoto e Oliveira
(1999) são apresentadas a seguir:


Bacias sanitárias e dispositivos de descarga – neste grupo estão as opções de descargas com
volume reduzido:


•   Flushmate: bacia com caixa acoplada, que utiliza a pressão da água para controlar o volume
    de descarga dentro de uma câmara no reservatório.
39



•   Microflush: constituído de 2 fases onde na primeira o dejeto, após acionamento da
    descarga, fica retido em um compartimento no fundo da bacia e em um segundo momento
    uma quantidade de água limpa é lançada e promove o descarte para o sistema de esgoto.
•   Bacia com caixa acoplada e alimentação lateral: este conjunto proporciona a reutilização de
    água, levando primeiramente a água de alimentação da caixa para um lavabo e depois
    reutilizando na caixa de descarga.
•   Bacia com caixa acoplada dual: neste conjunto há a possibilidade de escolha ente dois
    volumes de descarga, sendo o maior indicado para dejetos sólidos e o outro para líquidos.
    Pode ser encontrado com volume de 9 e 4,5 litros e 6 e 3 litros.


Torneiras de lavatórios e cozinhas – neste grupo estão as opções de introdução de
dispositivos às torneiras para redução da vazão e do tempo de duração do uso a um valor
mínimo:


•   Arejador: ele é fixado na saída da torneira reduzindo a seção de passagem de água. São
    utilizadas peças perfuradas ou telas finas com orifícios na superfície lateral para entrada de
    ar. Ele funciona como controlador da dispersão do jato e como elemento de perda de carga.
    Reduzem em torno de 50% o jato das torneiras.


•   Pulverizador: é também fixado na saída da torneira, mas não tem os orifícios para entrada
    de ar, funcionando como um chuveirinho. Reduzem a vazão em torno de 0,06 l/s a 0,12 l/s
    (3,6 a 7,2 l/min).
•   Atomizador: muito utilizado em edificações públicas e comerciais, fornece uma vazão na
    faixa de 0,01 l/s (0,6 l/min).
•   Prolongador: são equipamentos que permitem a aproximação e direcionamento do jato ao
    objeto a ser lavado, permitindo economia de água.


Torneiras acionadas por sensor infravermelho – o sensor detecta o anteparo (as mãos) e
aciona a válvula solenóide que libera a água. O fluxo cessa com a retirada das mãos. O
sistema controla o tempo de uso da água.


Torneiras com tempo de fluxo determinado – a torneira é dotada de um dispositivo
mecânico que, ao ser acionado, libera o fluxo de água. Ele se fecha automaticamente após um
tempo determinado.
40



Mictórios – as opções para estes aparelhos são válvulas com controle de fluxo, descarga com
temporizador, descarga acionada por sensor vermelho e sensor de acidez de urina.


Chuveiros – nos chuveiros podem ser utilizados dispositivos limitadores de vazão que são
instalados a montante do aparelho, e reduzem a vazão a partir de determinada pressão.

Alves, Rocha e Gonçalves (2006) informam que os custos de investimentos provenientes da
adoção de aparelhos economizadores não diferem muito em relação a aparelhos
convencionais e que a grande variabilidade de preços se dá em função da marca e dos
modelos e não especificamente pelo fato de disporem de dispositivos economizadores.
A seguir são apresentados exemplos de resultados positivos a partir da substituição de
equipamentos convencionais por tecnologias economizadoras.
No estudo de Oliveira (1999) é informado que a instalação de equipamentos economizadores
no programa PURA proporcionou uma redução de 15,3% no consumo do Hospital das
Clínicas. Na escola Fernão Dias Paes, nesse mesmo programa, foram substituídas 31 torneiras
convencionais por hidromecânicas.
Também no programa PURA, Sabesp (2004) apud Ywashima (2005) apresenta que a
instalação de 16 torneiras de fechamento automático resultou em uma redução de 25% no
consumo de água da escola Vera Cruz.
Observa-se que a instalação de tecnologias economizadoras retornam a pretendida redução de
consumo de água, mas os valores informados nas pesquisas apresentam variação na
integração das tecnologias, como também, trazem reduções com base no consumo mensal das
edificações, que não podem ser comparadas com outras tipologias e soluções de intervenções.
Desta forma, para efeito de obtenção de dados comparativos, para o estudo de caso deste
trabalho, serão apresentados os resultados de experiências que informaram as reduções de
consumo relativas aos pontos de consumo, para cada tipo de intervenção. O resumo desses
estudos está representado na Tabela 9.
Deca (2004) apud Ywashima (2005) apresenta as economias obtidas em uma avaliação
realizada em um banheiro feminino e um banheiro masculino de uma escola municipal de São
Paulo. As tecnologias estudadas consistiram de torneiras de lavatório e válvulas de mictório
com fechamento automático (hidromecânicos) e bacias sanitárias de volume reduzido. Na
Tabela 8 só estão os resultados para os lavatórios e mictórios.
No estudo de Carvalho e Gusmão (2008), uma construtora avaliou a economia de tecnologias
economizadoras em um edifício de grande porte localizado em Recife, dentro de um plano de
41



ação denominado “Edifícios Sustentáveis”. Foram analisados reguladores de vazão para
lavatórios, chuveiros e duchinhas, bem como torneiras hidromecânicas, todos da marca
Fabrimar.


            Tabela 8: Redução de consumo com a instalação de tecnologias economizadoras
                                                             Economia de água (%)
        Equipamentos economizadores
                                                 Escola de São Paulo (1)     Edifício de Recife (2)

    Regulador de vazão para lavatório                        -                         80

    Regulador de vazão para chuveiro                         -                         70

    Torneira hidromecânica                                   -                         70
    Torneira hidromecânica para lavatório +
                                                           99,8                         -
    válvula hidromecânica para mictório
         Fonte: (1) Adaptado de Deca (2004) apud Ywashima (2005); (2) Carvalho e Gusmão (2008)


Carvalho e Gusmão (2007) revelam que as reduções obtidas estavam compatíveis com os
valores informados nas especificações técnicas dos equipamentos analisados.


Ainda como alternativa para racionalização do uso da água, estão os sanitários secos que têm
a seguinte conceituação resumida, conforme introduzido em Teixeira e Motta (2008):


Sanitário seco - é uma adaptação moderna da antiga prática de gestão de dejetos, pois não
utiliza água para diluir nem transportar as fezes. Os dejetos vão para uma câmara onde a
matéria orgânica se decompõe e o produto final pode ser utilizado como adubo, não havendo
contaminação do sub-solo nem dos cursos d’água. Tem como principais objetivos a
compostagem, que reduz o risco de infecção humana para níveis aceitáveis; a eliminação do
uso de água potável para diluição dos dejetos e é uma solução para áreas que não possuem
tratamento de esgoto.
Os seus vários modelos, tamanhos e marcas podem ser utilizados em áreas internas e externas,
com ou sem separador de urina, e são aplicáveis em vários tipos de clima, de relevo e para
diferentes necessidades de uso.
42



3.3. Medição Setorizada

Segundo Alves (1999), a avaliação de todo um sistema de abastecimento requer um sistema
de medição envolvendo macro e micro medição e esta abordagem é indispensável em um
programa de conservação de água.
Como conceituação geral tem-se que a macromedição é o conjunto de medições realizadas
desde a captação de água bruta até os pontos de entrada para distribuição. Já a micromedição
abrange a medição do consumo realizada no ponto de abastecimento de um determinado
usuário, independente de sua categoria (residencial, comercial, industrial, etc.) ou faixa de
consumo (ALVES, 1999).
A medição de consumo subsidia a gestão da água através do conhecimento e monitoramento
dessa grandeza, que pode ser feita ao longo da vida útil da edificação (MAY, 2004). Pode ser
utilizado um único medidor ou implementado um sistema mais complexo com medidores que
podem ser de leitura visual ou eletrônica.
A instalação de medidores em unidades constituintes de um conjunto maior, objetivando
conhecer o consumo individual de cada unidade e não apenas do sistema como um todo, é
conhecido por medição setorizada. Desta forma, é possível a obtenção de melhores
informações a respeito do consumo de água de uma determinada área, edifício ou
equipamento (TAMAKI, 2004).
São listados, a seguir, alguns objetivos a serem alcançados com a medição setorizada,
segundo Tamaki (2004):
   •   Domínio do consumo de sistemas específicos, uma vez que pode ser realizado o
       acompanhamento das medições e seu controle;
   •   Economia de recursos financeiros e/ou da água a partir da redução das irregularidades
       apresentadas no perfil de consumo.
   •   Possibilidade de cobrança pela água consumida pelos usuários.


Outra questão importante, a ser analisada, é o nível que se almeja para a realização da
setorização, pois esta esquematização física vai ser em função de aspectos ocupacionais,
funcionais e físicos das instalações prediais que sofrerão a intervenção. No estudo de Tamaki
(2004) foi apresentada a seguinte distribuição crescente para os níveis de setorização:
   •   Entidade: referente a toda a infra-estrutura contemplada em determinada área (ex:
       indústria, universidade, etc.);
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Consumo de agua em descargas

  • 1. 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA DEPTº DE ENGENHARIA AMBIENTAL - DEA MESTRADO PROFISSIONAL EM GERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO CLÉA NOBRE DE OLIVEIRA INDICADORES DE CONSUMO E PROPOSTAS PARA RACIONALIZAÇÃO DO USO DA ÁGUA EM INSTALAÇÕES DE EMPREITEIRAS: CASO DA REFINARIA LANDULPHO ALVES DE MATARIPE SALVADOR 2009
  • 2. 3 CLÉA NOBRE DE OLIVEIRA INDICADORES DE CONSUMO E PROPOSTAS PARA RACIONALIZAÇÃO DO USO DA ÁGUA EM INSTALAÇÕES DE EMPREITEIRAS: CASO DA REFINARIA LANDULPHO ALVES DE MATARIPE Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissional em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo, Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre. Orientador: Prof. Asher Kiperstok Salvador 2009
  • 3. 4 OLIVEIRA, Cléa Nobre de Indicadores de consumo e propostas para racionalização do uso da água em instalações de empreiteiras: caso da Refinaria Landulpho Alves de Mataripe/ Cléa Nobre de Oliveira, 2009. 153 il. Orientador: : Prof. Asher Kiperstok Dissertação (Mestrado em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo) - Universidade Federal da Bahia 1. Indicador de consumo de água potável 2. Instalações provisórias 3. Uso racional de água 4. Conservação da água 5. Refinaria I. Kiperstok, Asher II. Universidade Federal da Bahia. Escola Politécnica III. Título CDD: 628.13 CDU:628.17
  • 4. TERMO DE APROVAÇÃO CLÉA NOBRE DE OLIVEIRA "INDICADORES DE CONSUMO E PROPOSTAS PARA RACIONALIZAÇÃO DO USO DA ÁGUA EM INSTALAÇÕES DE EMPREITEIRAS: CASO DA REFINARIA LANDULPHO ALVES DE MATARIPE". Dissertação aprovada como requisito para obtenção do grau de Mestre em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo - Ênfase em Produção Limpa, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: Asher Kiperstok Doutorado em Engenharia Química I ecnologias Ambientais, University Of. Manchester, Institute Of Science and Technology, UMIST, Inglaterra, 1996. Karla Patrícia Santos Esquerre ~ jtt~ ~~~~ ~-f~ Doutorado em Engenharia Química, Universidade Estadual De Campinas, UNICAMP, 2003. RicardoFranciGonçalves"../ --r c- ~e/ Doutorado em Engenharia do Tratam to de Águas. Institut National Des Sciences Appliquées Toulouse, INSA - T ulouse, França, 1993. Salvador, 27 de janeiro 2009.
  • 5. 5 Aos meus pais, Alexandre e Creusa.
  • 6. 6 AGRADECIMENTOS A Deus, pela oportunidade da existência e iluminação constante. Aos meus pais, irmãs e sobrinhos pela paciência nas ausências e apoio em todos os momentos. Aos amigos, pelo encorajamento e tolerância às minhas ausências. Ao meu orientador, professor Asher, pelo incentivo, orientação e ensinamentos. À gerencia da Rlam por ter oportunizado a realização deste trabalho. À Lucidalva pelo incentivo e revisão normativa do trabalho. Aos técnicos de segurança das empresas contratadas que contribuíram de boa vontade na distribuição dos questionários. À empresa FOZ pela boa vontade na disponibilização de informações nas Instalações de Empreiteiras da RLAM. Ao colega Vladimir pela grande ajuda nos levantamentos de campo. A todos os colegas da Rlam que me ofereceram suporte e apoio.
  • 7. 7 RESUMO O presente trabalho proporcionou, de forma exploratória, a estimativa de indicadores de consumo de água para uma tipologia que não tem sido explorada em estudos de racionalização do uso da água. As Instalações de Empreiteiras, objeto deste estudo, podem ser comparadas com instalações provisórias de obra e estão localizadas na Refinaria Landulpho Alves de Mataripe (Rlam). O local consta de prédio de escritórios, vestiários, almoxarifados, oficinas de montagem industrial, manutenção predial e construção civil, além de refeitório, e é utilizado por trabalhadores das diversas atividades que prestam serviços de rotina na Refinaria. Foi realizada uma pesquisa com esses trabalhadores visando o levantamento de parâmetros para estimativa do consumo de água, bem como o conhecimento de hábitos em relação ao uso dos aparelhos sanitários e percepção para a racionalização do uso da água. O questionário aplicado foi respondido por uma amostra de 378 pessoas, correspondendo a um erro amostral de 4,6%. Foram conhecidos, dentre outros dados, os sanitários que são utilizados pelos trabalhadores, a freqüência, duração e procedimentos no uso de vasos sanitários, mictórios, lavatórios e chuveiros, que, em consonância com estudos efetuados em outras tipologias, subsidiaram os cálculos para a estimativa de indicadores de consumo no local. O indicador geral obtido de 77 litros/usuário/dia ficou na faixa dos valores indicados na literatura. A estimativa apresentou o chuveiro como responsável por 56% do consumo total, representando 43 litros diários para cada trabalhador local. A distribuição de consumo do prédio de escritórios e o resultado de 29 l/usuários/dia, se mostraram próximas às que foram encontradas no estudo realizado em um prédio público, com características semelhantes. Foram apresentadas propostas de racionalização do uso da água, referentes à instalação de equipamentos economizadores, reuso de águas cinzas e aproveitamento de água de chuva, que retornaram uma economia de 65% no consumo total de água potável e apontaram para um indicador de uso racional de 27 litros/usuário/dia. Foi sugerido que estas propostas sejam reforçadas com programas de educação e medidas de detecção e combate a vazamentos. Os indicadores determinados neste estudo podem ser balizadores para o planejamento de novos empreendimentos similares, ou mesmo de uma determinada edificação aqui estudada. Palavras-chave: Indicador de consumo de água potável; instalações provisórias; vestiários; refinaria; uso racional de água; conservação da água.
  • 8. 8 ABSTRACT This work provided, so exploratory, the estimation of indicators of water consumption to a typology that has not been exploited to studies by rationalization of water use. The Locations Contractors, object of this study, can be compared with temporary locations for work and are located in Refinery Landulpho Alves de Mataripe (Rlam). The site consists of building of offices, locker rooms, storage facilities, industrial workshops, maintenance and construction civil, in addition to refectory, and is used by workers in various activities that provide routine services in Refinery. It was performed research with those employees seeking the lifting of parameters for estimating consumption of water, and a knowledge of habits in relation to the use of sanitary appliances and perception for the rationalization of water use. The questionnaire used was answered by a sample of 378 people, representing a sampling error of 4.6%. Were known, among other data, bathroom which are used by workers, the frequency, duration and procedures in the use of bathroom fittings, urinals, washbasins and showers, which, in line with studies done in other types, subsidized the calculations to estimate indicators of consumption on the premises. The overall indicator obtained from 77 liters / person / day was in the range of values in the literature. The estimate presented the shower as responsible for 56% of total consumption, representing 43 liters per day for each worker location. The distribution of consumption of the building for offices and the result of 29 l / users / day, were close to those found in the study conducted in a public building, with similar characteristics. Proposals have been made to rationalize the use of water, relating to the installation of saving technology, reuse of gray water and use of rainwater, which returned a saving of 65% in the total consumption of drinking water and pointed to an indicator of rational use of 27 liter / trab / day. It was suggested that these proposals are reinforced with educational programs and measures to detect and combat the leaks. The indicators determined in this study may be based in the planning of new ventures like, or even a particular building studied here. Keywords: indicator of water consumption; locations facilities; locker rooms; refinery; rational use of water; water conservation.
  • 9. 9 LISTA DE FIGURAS GRÁFICOS Gráfico 1: Fontes de água doce ................................................................................................ 19 Gráfico 2: Porcentagem da população mundial com diferentes disponibilidades de água ...... 20 Gráfico 3: Relação de retirada e consumo de água no Brasil................................................... 23 Gráfico 4: Usos finais de água em prédio público.................................................................... 64 Gráfico 5: Hábitos dos Usuários com os Registros .................................................................. 97 Gráfico 6: Relação entre as Respostas de Percepção à Racionalização ................................... 98 Gráfico 7: Distribuição geral do consumo nas Instalações de Empreiteiras .......................... 109 Gráfico 8: Volume do reservatório x Atendimento da demanda............................................ 115 FLUXOGRAMAS Fluxograma 1: Representação da estrutura do PGUAE ........................................................... 31 Fluxograma 2: Visão macro de um Programa de Conservação de Água ................................. 32 Fluxograma 3: Esquema de telemedição .................................................................................. 46 Fluxograma 4: Sistema da ETAC da UFES ............................................................................. 52 Fluxograma 5: Fluxograma de alimentação de Água das Instalações de Empreiteiras............ 76 FOTOGRAFIAS Foto 1: Vista do Prédio de Escritórios...................................................................................... 69 Foto 2: Vista dos Módulos 7 e 8 de Vestiários......................................................................... 70 Foto 3: Vista do Prédio de Ferramentarias e Almoxarifados ................................................... 71 Foto 4: Vista da Oficina de Montagem Industrial .................................................................... 72 Foto 5: Vista do Canteiro de Construção Civil ........................................................................ 72 Foto 6: Vista do Prédio de Manutenção Predial ....................................................................... 73 Foto 7: Vista do Refeitório ....................................................................................................... 73 Foto 8: Vista do Anexo do Refeitório ...................................................................................... 74 Foto 9: Vista do Reservatório Elevado..................................................................................... 76 Foto 10: Vista do Reservatório Inferior.................................................................................... 76 Foto 11: Lavagem de Utensílios no Refeitório......................................................................... 81
  • 10. 10 ILUSTRAÇÕES Ilustração 1: Esquema de reuso intradomiciliar ....................................................................... 49 Ilustração 2 Sistema de captação de água de chuva ................................................................. 54 Ilustração 3: Instalações de Empreiteiras da RLAM ................................................................ 67 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Distribuição de água doce no mundo ....................................................................... 20 Tabela 2: Países com maiores disponibilidades hídricas.......................................................... 21 Tabela 3: Estimativas e projeções de água retirada e consumida por Continente.................... 23 Tabela 4: Percentual de aumento de terras irrigadas (1961 – 1999) ........................................ 24 Tabela 5: Incidência de ações nos estudos de caso americanos ............................................... 35 Tabela 6: Redução de consumo com correção de vazamentos................................................. 37 Tabela 7: Volumes estimados perdidos em vazamentos .......................................................... 37 Tabela 8: Redução de consumo com a instalação de tecnologias economizadoras ................. 41 Tabela 9: Categorias de reuso de água e aplicações típicas ..................................................... 47 Tabela 10: Percentual aproximado de águas residuárias geradas em um domicílio ................ 51 Tabela 11: Diferentes qualidades de água para diferentes aplicações...................................... 55 Tabela 12: Coeficientes de runoff adotados para aproveitamento de água de chuva............... 56 Tabela 13: Exemplos de agentes consumidores ....................................................................... 60 Tabela 14: Indicadores de consumo de água por tipologia de edificação ................................ 62 Tabela 15: Comparação da distribuição de consumos de água em edificações domiciliares... 63 Tabela 16: Caracterização dos Prédios das Instalações de Empreiteiras.................................. 68 Tabela 17: Local de trabalho dos usuários das instalações de empreiteiras............................. 75 Tabela 18: Pontos de Consumo por Prédio .............................................................................. 78 Tabela 19: Média das vazões nos pontos de utilização ............................................................ 80 Tabela 20: Tamanho da amostra obtido na pesquisa................................................................ 83 Tabela 21: Fórmulas para cálculo das estimativas de consumo de água.................................. 88 Tabela 22: Descrição dos Tipos de Indicadores de Consumo .................................................. 89 Tabela 23: Pergunta 1 – Locais que você costuma fazer uso dos sanitários ............................ 91 Tabela 24: Pergunta 2 - Finalidades para uso das torneiras dos lavatórios .............................. 92 Tabela 25: Pergunta 07 - De 10 vezes que você vai ao sanitário para urinar........................... 92 Tabela 26: Pergunta 12 - Você hoje utilizou algum sanitário da Rlam para defecar? ............. 93 Tabela 27: Pergunta 13c - Informe o local que você utilizou o sanitário para defecar ............ 93 Tabela 28: Pergunta 9 - Quantas vezes, por dia, você toma banho no vestiário?..................... 94 Tabela 29: Tempos de uso dos chuveiros e lavatórios ........................................................... 94 Tabela 30: Freqüências de Usos dos Lavatórios, Mictórios e Vasos para Urinar .................... 95 Tabela 31: Número de usos de chuveiros e vasos para defecar................................................ 96 Tabela 32: Pergunta 8 - Indique a resposta que mais se aplica a você ..................................... 97 Tabela 33: Ações relativas às mudanças de hábitos para redução do consumo de água.......... 98 Tabela 34: Consumo de água nos lavatórios .......................................................................... 100 Tabela 35: Tempo médio para lavatórios ............................................................................... 100 Tabela 36: Consumo de água nos chuveiros .......................................................................... 101 Tabela 37: Tempo médio para chuveiros ............................................................................... 101 Tabela 38: Consumo de água nas duchas higiênicas.............................................................. 102 Tabela 39: Consumo de água nos vasos sanitários................................................................. 103
  • 11. 11 Tabela 40: Consumo de água nos mictórios Tabela 41: Número de usos e de acionamentos nos vasos 103 Tabela 42: Consumo de água nas pias do refeitório............................................................... 104 Tabela 43: Consumo de água na limpeza ............................................................................... 105 Tabela 44: Comparativo da distribuição do consumo do prédio de escritórios...................... 106 Tabela 45: Consumo total de água nas Instalações de Empreiteiras ...................................... 107 Tabela 46: Comparativo do indicador de consumo das Instalações de Empreiteiras............. 108 Tabela 47: Indicadores com Substituição dos Sanitários Químicos por Sanitários Convencionais ........................................................................................................................ 110 Tabela 48: Simulação de Cenários para Racionalização do Uso da Água ............................. 112 Tabela 49: Águas Cinzas e Residuárias Geradas nos vestiários, escritórios e almoxarifados (cenário1)................................................................................................................................ 113 Tabela 50: Parâmetros de Entrada para o Sistema de Dimensionamento do Reservatório.... 114
  • 12. 12 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ÁGUAPURA Programa de Uso Racional da Água da UFBA ANA Agência Nacional de Águas AQRM Avaliação Quantitativa de Risco Microbiológico CNPQ Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CTAHR College of Tropical Agriculture and Human Resources CUASO Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira DDSMS Diálogo Diário de Segurança Meio Ambiente e Saúde DTA Documento Técnico de Apoio DTBASA Dutos e Terminais da Bahia, Sergipe e Alagoas EMBASA Empresa Baiana de Águas e Saneamento ETAC Estação de Tratamento de Águas Cinzas FAPEX Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão IC Indicador de Consumo FIESP Federação das Indústrias do Estado de São Paulo IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas ITDG Intermediate Technology Development Group Laboratório Institucional do Programa do Uso Racional da Água em LIPURA Edifícios MIU Meter Interface Unit NBR Normas Brasileiras NSW New South Wales Government OMS Organização Mundial de Saúde PCA Programa de Conservação de Água PERH-BA Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado da Bahia PETROBRAS Petróleo Brasileiro SA PGUAE Programa de Gestão do Uso da Água em Edificações PNCDA Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água PRO-AGUA Programa de conservação de Água da UNICAMP PROSAB Programa de Pesquisa em Saneamento Básico PURA Programa de Uso Racional da Água PVC Poli cloreto de vinila SABESP Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo SHI State Hydrologic Institute SINDUSCON-SP Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo SISPAT Semana Interna de Prevenção Acidentes de Trabalho TECLIM Rede de Tecnologias Limpas TRANSPETRO Petrobras Transporte S.A. UFBA Universidade Federal da Bahia UFES Universidade Federal do Espírito Santo UNICAMP Universidade Estadual de Campinas UN-RLAM Unidade de Negócio Refinaria Landulpho Alves de Mataripe
  • 13. 13 USEPA United States Environmental Protection Agency USP Universidade de São Paulo WHO World Health Organization
  • 14. 14 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...............................................................................................................16 1.1. Objetivos................................................................................................................... 16 1.2. Estrutura do Trabalho ............................................................................................ 17 2. A SITUAÇÃO DA ÁGUA .............................................................................................. 18 2.1. Disponibilidade Hídrica .......................................................................................... 19 2.2. O Uso da Água ......................................................................................................... 22 3. RACIONALIZAÇÃO DO USO DA ÁGUA ................................................................. 26 3.1. Combate a Perdas e Desperdícios .......................................................................... 36 3.2. Tecnologias Economizadoras nos Pontos de Consumo ........................................ 38 3.3. Medição Setorizada ................................................................................................. 42 3.4. Reuso......................................................................................................................... 46 3.4.1. Qualidade e Tratamento das Águas Cinzas ................................................. 49 3.4.2. Quantificação de Águas Cinzas ..................................................................... 50 3.4.3. Aplicações do Reuso em Edificações............................................................. 51 3.5. Aproveitamento da Água de Chuva....................................................................... 53 3.5.1. Qualidade e Tratamento ................................................................................ 54 3.5.2. Armazenamento.............................................................................................. 56 3.5.3. Resultados de Experiências............................................................................ 57 3.6. Campanhas de Educação ........................................................................................ 58 3.7. Caracterização do Consumo de Água.................................................................... 60 4. ESTUDO DE CASO: INSTALAÇÕES DE EMPREITEIRAS DA REFINARIA LANDULPHO ALVES DE MATARIPE (RLAM) ............................................................. 65 4.1. Apresentação da RLAM ......................................................................................... 65 4.2. Caracterização das Instalações de Empreiteiras .................................................. 66 4.2.1. Aspectos Físicos e Funcionais ........................................................................ 68 4.2.2. Distribuição dos Usuários nos Locais de Trabalho ..................................... 74 4.2.3. Sistema Hidro-Sanitário ................................................................................ 75 4.2.3.1. Pontos de Consumo ...................................................................... 77 4.2.3.2. Vazões dos Aparelhos Sanitários ................................................ 79 4.2.3.3. Atividades Consumidoras de Água ............................................. 80 4.3. Metodologia.............................................................................................................. 82 4.3.1. Pesquisa de Opinião ....................................................................................... 82 4.3.1.1. Seleção da Amostra ...................................................................... 83 4.3.1.2. Distribuição dos Questionários ................................................... 84
  • 15. 15 4.3.1.3. Análise das Respostas................................................................... 84 4.3.2. Estimativa do Consumo de Água .................................................................. 88 4.3.3. Determinação de Indicadores de Consumo de Água................................... 89 4.3.4. Propostas para Racionalização do Uso da Água ......................................... 90 5. ANÁLISES E RESULTADOS.......................................................................................90 5.1. Parâmetros para estimativa dos consumos de água ............................................. 90 5.1.1. Número de usuários........................................................................................ 90 5.1.2. Tempo de uso dos aparelhos sanitários ........................................................ 94 5.1.3. Freqüência de Uso dos Aparelhos Sanitários............................................... 95 5.2. Comportamento dos Usuários em Relação aos Aparelhos Sanitários ................ 96 5.3. Percepção para Racionalização do Uso da Água.................................................. 97 5.4. Indicadores de Consumo de Água.......................................................................... 99 5.4.1. Indicadores por Tipo de Uso ......................................................................... 99 5.4.1.1. Lavatórios...................................................................................... 99 5.4.1.2. Chuveiros..................................................................................... 101 5.4.1.3. Duchas Higiênicas....................................................................... 101 5.4.1.4. Vasos Sanitários e Mictórios...................................................... 102 5.4.1.5. Pias de Cozinha........................................................................... 104 5.4.1.6. Limpeza ....................................................................................... 104 5.4.2. Indicadores por Prédio................................................................................. 105 5.4.3. Indicadores nas Instalações de Empreiteiras............................................. 108 5.4.3.1. Simulação de Indicadores com Substituição dos Sanitários Químicos..................................................................................................... 109 5.5. Propostas para Racionalização do Uso da Água ................................................ 110 5.5.1. Instalação de Tecnologias Economizadoras ............................................... 111 5.5.2. Reuso de Água............................................................................................... 113 5.5.3. Uso de Água de Chuva ................................................................................. 113 5.5.4. Combate a Perdas e Desperdícios ............................................................... 115 5.5.5. Implementação de Medição Setorizada...................................................... 116 5.5.6. Implementação de Campanhas de Educação............................................. 116 6. CONCLUSÃO ............................................................................................................... 117 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 121 ANEXOS ............................................................................................................................... 129
  • 16. 16 1. INTRODUÇÃO Os levantamentos científicos sobre os impactos negativos que têm acometido os recursos hídricos e levado várias localidades a vivenciarem situações de escassez de água, como também alertado outras para um estado limite de uso desse recurso devido à sua qualidade, têm proporcionado uma mobilização de diversas esferas de atuação para uma racionalização do uso da água. Dentre essas mobilizações têm sido criados programas que apresentam medidas para um melhor uso desse insumo, como também indicação de alternativas de fontes de abastecimento visando uma redução no consumo de água potável em atividades que podem ser realizadas com uma água de qualidade inferior. No meio urbano, escolas, universidades, residências e edifícios comerciais têm sido estudados, conseguindo-se resultados significativos nas suas intervenções, e têm trazido valores de indicadores de consumo de água que podem ser utilizados em levantamentos de tipologias similares, resguardando-se características de clima, cultura, hábitos de uso e outros. Estudos nesse sentido envolvendo instalações provisórias, como as dos canteiros de obras, não têm sido encontrados na literatura. Nestas instalações, além do consumo inerente ao processo produtivo, existe uma parcela de uso doméstico referente ao uso de vestiários pelos trabalhadores, preparo de refeições, uso de sanitários e outros usos em conformidade com as edificações existentes. Considerando a similaridade das Instalações de Empreiteiras da Refinaria Landulpho Alves de Mataripe (Rlam), em termos de suas edificações e rotina de funcionamento, com as instalações provisórias que são utilizadas em implantação de obras, esse estudo vem contribuir com mais essa tipologia no conhecimento das suas características quanto à utilização da água e proposição da racionalização do seu uso. 1.1. Objetivos O presente estudo tem o seguinte objetivo geral: • Definir indicadores de consumo de água em instalações provisórias de obras. Enquanto objetivos específicos estão: • Estimar o consumo de água nas instalações em estudo. • Comparar os indicadores definidos com os valores encontrados na literatura.
  • 17. 17 • Caracterizar a distribuição do consumo de água por tipos de uso. • Propor medidas de racionalização do uso da água. • Simular retornos de economia de água a partir da implementação da racionalização do uso da água. 1.2. Estrutura do Trabalho O trabalho foi estruturado em 6 capítulos, sendo que no capitulo 1 é realizada uma introdução com apresentação dos objetivos e da estrutura desenvolvida. No capitulo 2 é apresentado um panorama sobre a situação da água no Brasil e no mundo, destacando sua disponibilidade e formas de uso, a fim de contextualizar o tema e sensibilizar ações com vistas à redução do consumo de água no planeta. São destacados os usos da água que mais impactam nesse cenário crítico e os quantitativos de água disponível e consumida. O Capítulo 3 aborda a racionalização do uso da água, com a apresentação de alguns programas nacionais e internacionais, e seus resultados, bem como são descritas as ações que têm sido utilizadas para melhoria do uso da água. Neste capítulo também é dedicado um item específico para caracterização do consumo de água, onde é destacada a importância da determinação de indicadores de consumo de água e são apresentados alguns valores para subsidiar os resultados encontrados neste estudo. O Capítulo 4 dedica-se à apresentação da área de estudo e da metodologia seguida. São descritas as instalações prediais quanto à distribuição física e funcionamento, bem como a distribuição da população que utiliza o local e seus horários de atividades. Em seguida, são analisadas as instalações hidro-sanitárias, compreendendo a distribuição de alimentação de água nas edificações e seus pontos de consumo, detalhando as atividades que envolvem o uso de água. Ainda na metodologia, são detalhadas a pesquisa de opinião, realizada junto aos usuários, e os procedimentos utilizados para obtenção dos parâmetros para cálculo dos consumos de água, bem como para a determinação dos indicadores. Os consumos calculados e respectivos indicadores encontram-se apresentados no Capítulo 5, onde são analisados por tipo de uso, por prédios e para as Instalações como um todo. No Capítulo 5 também são apresentadas propostas para redução do consumo de água nas instalações em estudo, procurando-se a indicação de medidas de racionalização nas áreas que apresentaram maiores impactos de consumo e que contenham condições favoráveis para sua
  • 18. 18 implementação. Uma simulação integrada das propostas mostra a economia total a ser atingida com a introdução das ações. No Capítulo 6 estão as conclusões deste trabalho, ressaltando alguns valores encontrados e sua validação. As sugestões e recomendações de aprofundamentos enfocam a necessidade de instalação de monitoramento do consumo de água nas Instalações de Empreiteiras. 2. A SITUAÇÃO DA ÁGUA A temática em torno da crise mundial de água tem sido relatada em muitos trabalhos e diversos alertas têm sido feitos sobre uma grande carência de água, nas próximas décadas, caso não sejam tomadas medidas urgentes para uma melhor gestão deste recurso imprescindível à vida do planeta. Clarke e King (2005) afirmam que “o abastecimento de água no mundo está em crise” e que, com o crescente aumento da população e de suas necessidades, cada vez haverá menor quantidade de água disponível por pessoa. Gore (1993) faz menção às grandes mudanças na relação do homem com a terra, desde a Revolução Industrial, que têm promovido danos críticos ao sistema hídrico do planeta e cita as seguintes “ameaças estratégicas ao sistema hídrico global”: a redistribuição das reservas de água doce; a elevação do nível dos mares e a perda de áreas litorâneas baixas; mudanças nos padrões de uso da terra, a exemplo dos desmatamentos; a contaminação de todas as reservas de água pelos poluentes químicos produzidos pela civilização industrial; pressão do rápido aumento da população e sistemas de irrigação inadequados. Em United Nations (2003) é observado que houve uma evolução no gerenciamento da água, mas registros indicam que 25 000 pessoas morriam, a cada dia, em 2003, vítimas de desnutrição, e que 6 000, a maioria crianças com menos de cinco anos, morriam de doenças relacionadas à água. Desta forma, é reforçado que a crise deste recurso é representada todos os dias na vida de bilhões de pessoas, nas mais diversas maneiras e lugares, pela perda de vidas. No Brasil, Rebouças (2003) informa que 110 milhões de pessoas não têm esgoto tratado e que quase 11 milhões não têm acesso à água limpa para beber, mesmo sendo um país considerado rico em água doce. Ele observa, também, os altos índices de perdas totais da água tratada nas redes de distribuição, que variam de 40% a 60%, enquanto em países desenvolvidos esses valores estão abaixo do limite de 15%.
  • 19. 19 Conforme United Nations (2003), em termos mundiais no ano de 2003, mais de 2 bilhões de pessoas, em mais de 40 países, eram afetadas pela escassez de água, sendo que 1,1 bilhão não tinham água potável suficiente e 2.4 bilhões não dispunham de saneamento básico. Estes resultados podem levar a um aumento de doenças, deficiência na segurança alimentar, divergências entre consumidores e limitações no modo de vida das pessoas e dos setores produtivos. 2.1. Disponibilidade Hídrica Existe disponível no planeta, aproximadamente, 1,386 bilhão de km3 de água, sendo que 97,5% (1,351 bilhão de km3) desse montante equivalem à água salgada distribuída pelos oceanos, mares, lagos salgados e aqüíferos salinos (CLARKE e KING; 2005). No Gráfico 1 pode ser observado que, do total correspondente à água doce (2,5% - 35 milhões de km3), mais de dois terços não estão disponíveis para consumo humano, pois se apresentam na forma sólida. Disponível 0,4% (lagos; umidade do solo; umidade do ar; zonas úmidas; rios; plantas e animais - 135 mil km3) Disponível 30,1% (águas de subsolo - 10,5 milhões de km3) Indisponível 69,5% (geleiras; neves; gelos e subsolos congelados - 24,4 milhões de km3) Gráfico 1: Fontes de água doce Fonte: CLARK, KING; 2005 Nos levantamentos efetuados por Clarke e King (2005), “cerca de 500 milhões de pessoas viviam em países com escassez crônica de água, e outras 2,4 bilhões moravam em países onde o sistema hídrico estava ameaçado”. No Gráfico 2 estão representadas as disponibilidades de água e o percentual da população mundial inserida em cada situação. Projeções indicavam para o ano 2 050 uma população de
  • 20. 20 8,9 bilhões de pessoas, sendo que talvez 4 bilhões, em países com escassez crônica de água (CLARKE e KING; 2005). Suficiência Água escassa relativa 17,9% 7,8% Água no limite 26,7% Abundância 16,8% Água insuficiente 34,7% Gráfico 2: Porcentagem da população mundial com diferentes disponibilidades de água Fonte: CLARK e KING; 2005 Neste contexto, os países da América do Sul estão inseridos na classificação de países com abundância de suprimento de água, com exceção da Argentina, que foi colocada na posição de país com suficiência relativa de água. Segundo Shiklomanov (1998), o valor estimado para fontes mundiais de águas renováveis era de 42 700 km3 por ano, considerando uma grande variação espacial e temporal. Em termos percentuais, nos continentes, esta distribuição está representada na Tabela 1. Tabela 1: Distribuição de água doce no mundo Região Parcela (%) África 9,7 Américas 39,6 Ásia 31,8 Europa 15,0 Oceania 3,9 Fonte: Adaptado de ANA (2007) Sob a ótica global, a quantidade de água doce é suficiente para atendimento a toda à população, mas existe irregularidade na sua distribuição territorial e na demanda de uso que vai variar em função do desenvolvimento do país. A existência de uma crescente degradação da qualidade da água também vem contribuindo para o atual cenário de escassez, como informa Tundisi (2003), ao revelar que os estoques de águas superficiais e subterrâneas têm sofrido grandes alterações.
  • 21. 21 Postel e Vickers (2004) informam que Brasil, Rússia, Canadá, Indonésia, China e Colômbia representam metade do suprimento renovável total de água doce, apenas considerando o escoamento de rios e águas subterrâneas, sem a evaporação e transpiração vegetal. Juntando- se a esses países a Índia, República Democrática do Congo e Estados Unidos, tem-se a representação de 60% da concentração de água do planeta. Na Tabela 2 estão evidenciados esses valores como, também, o legado em relação à sua população para disponibilidades relativas a águas superficiais e subterrâneas. Tabela 2: Países com maiores disponibilidades hídricas País Disponibilidade em km3/ano Disponibilidade em m3/hab./ano Brasil 8 233 45 570 Rússia 4 507 3 165 Estados Unidos 3 051 10 270 Canadá 2 902 91 420 Indonésia 2 838 12 750 China 2 830 2 140 Colômbia 2 132 47 470 Índia 1 897 1 750 Rep. Dem. Congo 1 283 23 580 Fonte: Adaptado de United Nations, 2006 O Brasil é considerado um país abastado em água com, aproximadamente, 12% da disponibilidade de recursos hídricos do mundo. Acontece que essa disponibilidade está de forma mal distribuída, considerando que regiões com menor percentual de população apresentam uma disponibilidade hídrica muito maior do que aquelas com grande contingente populacional (AGÊNCIA, 2007). A região Norte apresenta a mais baixa densidade populacional e é a que possui maior quantidade de recursos hídricos. As regiões Sul e Sudeste apresentam quantidades consideráveis, mas o que promove a escassez em alguns pontos é o elevado grau de urbanização, a taxa populacional e os diversos usos da água. A menor contribuição está na região Nordeste que conta ainda com problemas relativos a saneamento básico e contaminação por vetores de doenças. A região Centro Oeste dispõe de grandes ecossistemas aquáticos, mas apresenta problemas relacionados à criação de gado, agricultura, hidrovias, atividades turísticas inadequadas, pesca predatória e urbanização (CLARKE e KING; 2005). Em análise à situação do Brasil, Tucci, Hespanhol e Netto (2000) informam que o excesso de cargas de poluição doméstica e industrial, a ocorrência de enchentes urbanas e a grande demanda de água têm contribuído para uma tendência de redução da disponibilidade hídrica
  • 22. 22 dos grandes centros urbanos. Eles citam, como exemplo, os freqüentes racionamentos que já ocorrem em Recife e São Paulo. Segundo o Plano Estadual de Recursos Hídricos da Bahia (PERH-BA), o estado da Bahia apresenta duas situações distintas em relação aos recursos hídricos. De um lado, representado pelo semi-árido, que ocupa em torno de 69% do estado, a situação é de escassez de recursos hídricos, já na outra vertente, está uma região mais úmida com uma oferta hídrica mais confortável, mesmo com a concentração de grandes demandas hídricas. Neste segundo caso está inserida a bacia hidrográfica Recôncavo Norte que abriga o local de estudo deste trabalho, onde, como estratégia de gerenciamento, o PERH-BA recomenda a racionalização do uso da água e o controle de atividades que impactam na qualidade das fontes de água (PERH-BA, 2003). 2.2. O Uso da Água Os recursos hídricos sempre receberam considerável pressão, à medida que há aumento do desenvolvimento econômico e da renda per capita. Como a água é um fator inerente ao desenvolvimento e está relacionada com a economia, os seus diversos usos tendem a crescer com a diversificação das atividades econômicas, bem como com a demanda exigida para atingir níveis de sustentação correlatos com a demanda da sociedade de consumo e da produção industrial e agrícola (TUNDISI, 2003). Para ilustração do crescimento do consumo de água, em termos mundiais, são apresentados na Tabela 3 dados resultantes de uma pesquisa realizada por pesquisadores do State Hydrologic Institute (SHI) de São Petersburgo. Na tabela são apresentados valores para vários períodos relativos à água captada e consumida em necessidades urbanas, industriais, agrícolas e inclusive perdas de evaporação. Os dados representam estimativas e projeções referentes a aproximadamente 150 países e estão organizados por continentes. Os dados mostram que o consumo de água nos diversos continentes não é homogêneo e indicam o grande e dramático crescimento de água retirada e consumida no século 20. Gleick (2003) comenta que no início do século 20 a América do Norte e a Europa contabilizavam 19% do total estimado de água retirada. Já por volta de 1 995 esses continentes representavam 30% do total, refletindo o crescimento da industrialização.
  • 23. 23 Tabela 3: Estimativas e projeções de água retirada e consumida por Continente Projeção de Histórico de Estimativas (km3/ano) Continente consumo(km3/ano) 1900 1940 1950 1960 1970 1980 1990 1995 2000 2010 2025 Europa 37,5a 71 93,8 185 294 445 491 511 534 578 619 17,6b 29,8 38,4 53,9 81,8 158 183 187 191 202 217 América do 70 221 286 410 555 677 652 685 705 744 786 Norte 29,2 83,8 104 138 181 221 221 238 243 255 269 África 41,0 49,0 56,0 86,0 116 168 199 215 230 270 331 34,0 39,0 44,0 66,0 88,0 129 151 160 169 190 216 Ásia 414 689 860 1222 1499 1784 2067 2157 2245 2483 3104 322 528 654 932 1116 1324 1529 1565 1603 1721 1971 América do 15,2 27,7 59,4 68,5 85,2 111 152 166 180 213 257 sul 11,3 20,6 41,7 44,4 57,8 71,0 91,4 97,7 104 112 122 Austrália e 1,6 6,8 10,3 17,4 23,3 29,4 28,5 30,5 32,6 35,6 39,6 Oceania 0,6 3,4 5,1 9,0 11,9 14,6 16,4 17,6 18,9 21 23,1 Total 579 1065 1366 1989 2573 3214 3590 3765 3927 4324 5137 (aprox.) 415 704 887 1243 1536 1918 2192 2265 2329 2501 2818 a Números sublinhados referem-se à estimativa de água retirada b Números itálicos referem-se à estimativa de água consumida Fonte: Gleick, 2003 Segundo a ANA, a vazão de retirada no Brasil, tendo como base o ano 2000, é de 1 592 m3/s (50,2 km3/ano), para um consumo na faixa de 841 m3/s (26,5 km3/ano). Desse total, a região hidrográfica do Paraná é responsável por 30% da retirada, seguida da região Atlântico Sul com 15%. A região Atlântico Leste, onde se localiza o estado da Bahia, contribui com 4% do total, com uma retirada de 68 m3/s (2,1 km3/ano) (AGÊNCIA, 2007a). No Gráfico 3 é apresentado um perfil das contribuições de retirada e consumo no Brasil, por tipo de utilização. Observa-se que há um predomínio de vazão de contribuição na atividade de irrigação, em relação às outras. 100% Percentual de Consumo 80% Irrigação Industrial 60% Animal 40% Rural Urbano 20% 0% Retirada Consumo Gráfico 3: Relação de retirada e consumo de água no Brasil Fonte: AGÊNCIA (2007a)
  • 24. 24 Em termos globais a agricultura é também a responsável pela maior taxa de consumo, em função da irrigação, conforme afirmam Postel e Vickers (2004), com uma contribuição em torno de 70%. Os outros dois setores que representam os usos da água, em termos mundiais, são a indústria (22%) e o consumo doméstico (8%). Gleick (2003) informa que o consumo de água é função de diversos fatores, ao longo do mundo, como extensão e forma do desenvolvimento socioeconômico; condições climáticas; tamanho da população e natureza física da região. Sendo assim, observa-se que as taxas de consumo para os diversos usos variam para cada local. Algumas considerações, para cada tipo de consumo, serão apresentadas a seguir, considerando-se o agrupamento dos usos em termos doméstico, industrial e agrícola. Uso na Agricultura Conforme já visto, este uso se caracteriza na irrigação de plantações que, segundo Shiklomanov (1998), teve sua maior expansão no século vinte quando se tornou o principal consumidor de água em muitos países. Ele aponta que 15% de toda a terra cultivada são irrigadas. Em função desse alto consumo na agricultura, onde a água é vital para a produção de alimentos, Gleick (2003) considera que este setor deve receber uma atenção especial quando se trata de aperfeiçoamentos do uso da água. Os países industrializados são responsáveis por cerca de 25% das lavouras irrigadas, sendo que de 1961 a 1999 houve um aumento significativo de terras irrigadas em todo o mundo (Tabela 4). Tabela 4: Percentual de aumento de terras irrigadas (1961 – 1999) Ásia Ocidental América Europa Ásia e África América do Latina e Pacífico Norte Caribe 256% 188% 178% 166% 151% 142% Fonte: Adaptado de Clarke e King , 2005 Nas metodologias de irrigação de superfície e por aspersão, mais de 25% da água pode se perder pela evaporação. Já na irrigação por gotejamento, a perda é de apenas cinco por cento. Em Selborne (2001) o aperfeiçoamento da eficiência do uso da água na irrigação é apontado como uma questão tecnicamente possível e que teriam que ser levados em conta os problemas de encharcamento e salinização provenientes do uso excessivo da água e de sistemas de drenagem inadequados. Para redução dos impactos da irrigação na extração de recursos
  • 25. 25 hídricos, são apresentadas as seguintes possibilidades de melhorias por Clarke e King (2005): manejo mais eficiente da água, reciclagem das águas usadas e melhoria na drenagem. O Brasil apresenta em torno de 3,7 milhões de hectares irrigados representando 6% do total de área plantada. O percentual mundial equivalente é de 18% (ANA, 2007). Uso Industrial A água na indústria é um componente vital sendo utilizada para resfriamento, lavagem, processamento e aquecimento, bem como para solvente e na composição do produto acabado (matéria prima). A água utilizada na indústria tem como seus maiores representantes as usinas hidrelétricas (embora estas retornem a água para suas fontes), as indústrias química e petrolífera, as de metal, as de madeira, papel e celulose, as de processamento de alimentos e as de máquinas (CLARKE e KING; 2005). Este consumo tem maior participação em países industrializados do que nos países em desenvolvimento (SHIKLOMANOV, 1998; POSTEL e VICKERS, 2004). Embora o crescimento do uso de água na indústria não tenha apresentado uma grande evolução, Clarke e King (2005) informam que nos próximos 25 anos há uma tendência de grandes avanços, em função da demanda que será requerida pelos paises em industrialização. Este fato traz uma significativa preocupação com relação ao problema poluição, visto que países em desenvolvimento lançam resíduos industriais sem tratamento nas águas, comprometendo o suprimento subterrâneo e o de superfície. Selborne (2001) informa que durante as duas últimas décadas houve uma diminuição, em muitos países industrializados, do volume de água consumido pela indústria. No caso da indústria brasileira, Agência (2007) informa que a redução do consumo de água em algumas unidades da indústria têxtil em São Paulo chegou até 30%. No setor petroquímico a racionalização do uso de água nos processos industriais variou de 15% a 25%. Uso Doméstico O uso doméstico de água varia sensivelmente em todo o mundo e está fortemente relacionado com as diferenças de riqueza e cultura. O volume de água utilizado nas residências, ou pelo município, para abastecer as áreas residenciais, varia de mais de 800 litros diários, por pessoa, no Canadá, a apenas um litro na Etiópia, conforme relatado em Clarke e King (2005). Outro
  • 26. 26 exemplo é apresentado em Postel e Vickers (2004): no Reino Unido o consumo doméstico é de apenas 70% da água consumida pelo americano mais poupador. Diante da crítica situação mundial da água, seguem algumas medidas que Shiklomanov (1998) indica como necessárias a serem aplicadas no presente e no futuro: • Economia no uso de água e proteção dos recursos de água a partir de uma redução drástica no consumo, especialmente nas áreas agrícolas e industriais. • Redução ou eliminação de descarga de efluentes nos sistemas hidrológicos. • Mais uso de água salgada. • Uso de águas subterrâneas e glaciares, aqüíferos e águas estocadas em lagos. • Redistribuição espacial e temporal dos recursos de água. 3. RACIONALIZAÇÃO DO USO DA ÁGUA A fim de subsidiar a necessidade de implantação de medidas de racionalização do uso da água, na área de abrangência desse estudo, serão aqui apresentados alguns programas, em nível nacional e internacional, que têm mobilizado as diversas esferas de atuação em diferentes tipologias de edificações. Esses programas se baseiam em ações envolvendo oferta e demanda de água voltados para um melhor uso da água, seja no meio urbano ou rural, desde edificações isoladas até indústrias, áreas agrícolas e cidades e têm apresentado resultados que justificam a ampliação de suas aplicações. Embora não se tenha encontrado referências que contemplem de forma integral a tipologia em estudo, pois a maioria dos programas encontrados na literatura é destinada às edificações dos tipos residencial, escolar e comercial, as ações propostas nos programas, segundo os autores podem ser adequadas a outras tipologias. Com base em Agência (2005), um conceito para programa de conservação da água seria qualquer ação que reduza a quantidade extraída em fontes de suprimento, reduza o consumo e o desperdício, aumente a eficiência do uso ou aumente a reciclagem e o reuso de água. A fim de preservarem-se os recursos hídricos, Oliveira (1999) informa que o gerenciamento da utilização da água deve abranger os três níveis sistêmicos citados a seguir: Nível macro – sistemas hidrográficos;
  • 27. 27 Nível meso – sistemas públicos urbanos de abastecimento de água e de coleta de esgoto sanitário; Nível micro – sistemas prediais. As ações de racionalização de água a serem estudadas neste trabalho se situam no nível micro, pois, conforme definido em Oliveira (1999), a sua implantação se dará pelo proprietário das instalações. A seguir serão apresentados alguns programas já implementados, abordando-se suas estruturas e ações, bem como alguns resultados globais obtidos. Programa de Uso Racional da Água - PURA Este programa foi criado em 1995 através de um convênio entre a Escola Politécnica da USP, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP) e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), voltado para o uso racional de água nos sistemas prediais. Segundo Santos (2006), o PURA tem as seguintes metas básicas: • Quantificar a eficiência no uso de aparelhos economizadores de água; • Desenvolver e disponibilizar produtos integrados com o uso racional e conservativo da água; • Gerar documentos técnicos e institucionais relativos às ações do programa. O programa é estruturado em seis macroprogramas integrados, a saber: • Projeto 1) Banco de dados sobre tecnologias, documentos técnicos e estudos de caso – objetiva disponibilizar informações diversas ao público em geral; • Projeto 2) Laboratório Institucional do Programa do Uso Racional da Água em Edifícios (LIPURA) – refere-se a um conjunto de laboratórios institucionais e privados que objetivam avaliar a eficiência de produtos, processos, componentes e sistemas voltados para o uso racional da água; • Projeto 3) Programa de avaliação e adequação de tecnologias – aqui são previstas ações de checagem de tecnologias, objetivando a não permanência no mercado de produtos inadequados; • Projeto 4) Caracterização da demanda e o impacto das ações de economia no setor residencial – são previstas ações para caracterização e definição de modelo para a demanda de água. • Projeto 5) Documentos relacionados às leis, regulamentos e programas de garantia de qualidade – estabelece bases documentais para a implementação do PURA e
  • 28. 28 • Projeto 6) Programas de consumo reduzido de água em edificações não residenciais. As ações deste Programa estão voltadas basicamente para o combate ao desperdício quantitativo, conforme as seguintes que são listadas em Santos (2002): • Utilização de aparelhos economizadores de água • Incentivo da adoção da medição individualizada • Conscientização do usuário quanto ao desperdício no uso da água • Detecção e controle de perdas de água no sistema predial de água fria e • Estabelecimento de tarifas inibidoras do desperdício. Em análise ao programa PURA, instalado no campus da Universidade de São Paulo, e considerando positiva e viável a implantação dessa sistemática, Silva (2004) apresentou as seguintes conclusões, após seis anos de implantação: Alem da redução de consumo de água, o PURA acarretou um elevado benefício econômico para a Universidade no valor total líquido de R$ 46,61 milhões. De 1998 a 2003 houve uma redução de 36% no consumo mensal de água na USP. Em algumas unidades, após realização de intervenções em eliminações de vazamentos e substituição de aparelhos, esse valor chegou a 48%. Para a população fixa chegou-se a uma redução de 38% no consumo diário per capta. Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água – PNCDA O Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água (PNCDA) foi criado na esfera federal em abril de 1997 para atuar com o combate ao desperdício da água no nível das bacias hidrográficas, dos sistemas de abastecimento público de água e dos sistemas prediais hidráulicos sanitários. Para este programa foram elaborados Documentos Técnicos de Apoio (DTA) nas áreas de planejamento das ações de conservação, tecnologia dos sistemas públicos de abastecimento de água, tecnologia dos sistemas prediais de água e esgoto e campanhas de educação (SILVA, CONEJO e GONÇALVES; 1999). Dentre os DTA’s estão listados a seguir aqueles que subsidiarão o presente trabalho: DTA 1 (Apresentação do PNCDA) – apresenta a estratégia geral do programa e descreve o conteúdo dos documentos técnicos. DTA B2 (Subsídios às campanhas de educação pública voltadas à economia de água) – apresenta uma análise da evolução prática e conceitual destas campanhas, a partir de estudos e pesquisas embasados na experiência norte-americana.
  • 29. 29 DTA F1 (Tecnologias poupadoras nos sistemas prediais) – apresenta as diversas tecnologias poupadoras de água, disponíveis em nível mundial, e com base nas experiências internacionais, cientificas e tecnológicas, sugere ações que podem ser implementadas em nível nacional. DTA D3 (Micromedição) – apresenta os sistemas de micromedição englobando os principais tipos de micromedidores, critérios de seleção e aquisição, processos de instalação e monitoramento e enfatiza sua importância em programas de conservação de água. Programa de Conservação de Água da UNICAMP - PRO-ÁGUA/UNICAMP Programa desenvolvido pela Universidade Estadual de Campinas pela equipe do Laboratório de Ensino e Pesquisas em Sistemas Prediais do departamento de Arquitetura e Construção da Faculdade de Engenharia civil da UNICAMP. Segundo Programa (200-?), o Pro-água/Unicamp teve inicio em 1999 tendo como principal objetivo a implantação de medidas que levem ao uso racional de água e a conscientização dos usuários sobre a importância da conservação desse recurso nos edifícios localizados na Cidade Universitária Professor Zeferino Vaz. O PRÓ-ÁGUA / UNICAMP contempla as duas fases descritas a seguir: Fase I: • Levantamento cadastral, • Detecção e conserto de vazamentos, • Implantação de telemedição, • Instalação de componentes economizadores e • Avaliação do desempenho pelos usuários. Fase II: • Análise de tecnologias economizadoras para usos específicos e • Implantação de sistema de gestão dos sistemas prediais no campus. Antes da implantação do programa o consumo médio mensal de água da UNICAMP estava na faixa de 98.000 a 100.000 m³. Em 2001, este número encontrava-se em torno de 80.000 m³ (PROGRAMA, 200-?). Programa de Uso Racional da Água da UFBA - ÁGUAPURA Programa desenvolvido pela Universidade Federal da Bahia, através da Rede de Tecnologias Limpas – TECLIM em 2002 e segundo TECLIM (200-?), tem os seguintes objetivos:
  • 30. 30 • Reduzir o consumo de água na UFBA através da minimização das perdas e desperdícios; • Difundir em toda a comunidade UFBA conceitos do uso racional da água; • Implantação de Tecnologias Limpas. O programa está em andamento e consiste de três etapas, conforme a seguir: • Etapa 1 (Ação Emergencial): minimização das perdas e desperdícios: • Consolidar e ampliar o trabalho da equipe de campo. • Redução do consumo de água e valores pagos à Embasa para 70% do valor 2003 até o final da etapa; • Etapa 2: Manutenção e aprimoramento da redução obtida: • Redução do consumo de água e valores pagos a Embasa para 50% do valor 2003 até o final da etapa; • Inserção do programa nas Unidades; • Redução do tempo de atendimento a chamadas para conserto de perdas para metade do atingido na Etapa1; • Captação de financiamentos para pesquisa / projetos cooperativos. • Etapa 3: Implantação de (TL & P+L) • Consolidação e manutenção dos programas implantados nas etapas 1 e 2; • Redução do consumo de água da UFBA para 25% do consumo de 2003; • Implantação de Tecnologias Limpas: Tratamento de efluentes e reuso da água recuperada; Implantação de redes duplas de água; Aproveitamento da água de chuva; Uso de água de poço. Desde o inicio do programa, o consumo da Universidade foi reduzido 43%, passando de um histórico de 290 mil m3 para 164 mil m3, alcançados em 2007. Outros Programas e Iniciativas Em seu projeto de pesquisa, encaminhado ao CNPQ, Santos (2006) apresenta o Programa de Gestão do Uso da Água em Edificações (PGUAE), no Paraná, que tem enfoque na previsão da gestão qualitativa e quantitativa da água. A esquematização desse programa está apresentada no Fluxograma 1.
  • 31. 31 Fluxograma 1: Representação da estrutura do PGUAE Fonte: Santos , 2002 O programa se propõe às seguintes metas: • Caracterização do consumo de água – este item contempla 03 fases, a saber: Descrição do cenário – consta de levantamento de dados do ambiente construído, histórico de consumo e conhecimento dos hábitos dos usuários de água. Prospecção de relações entre o consumo de água e variáveis diversas – verifica a influência de variáveis como a sazonalidade, temperatura, dias do mês, etc., sobre o consumo de água. Parametrização do consumo – utilizada a ferramenta Teste AQUA para parametrizar o consumo de água. • Caracterização das ações de economia de água – prevê a pré-seleção e definição das ações de conservação de água, direcionadas para o uso racional e o aproveitamento das fontes alternativas de água, e caracteriza estas ações em seus aspectos qualitativos e quantitativos. • Avaliação da aplicabilidade integrada das ações de economia de água – avalia a aplicabilidade das ações de conservação de água em função dos requisitos qualitativos e quantitativos definidos pelo seu uso, bem como sua viabilidade econômica. Nesta etapa é também realizada uma hierarquização das ações ao longo do tempo. • Confecção do plano de gestão de uso de água – apresenta as diretrizes para gestão do uso da água em edifícios.
  • 32. 32 No trabalho de Sautchúk (2004) é apresentado o Programa de Conservação de Água (PCA) que visa a otimização do uso da água e a utilização de fontes alternativas, observando-se os diferentes níveis de potabilidade necessários ao uso. Ela reforça que essa otimização implica em uma redução do volume de efluentes gerados. No Fluxograma 2 está representada a esquematização de um PCA para edificações existentes, conforme concepção de Sautchúk (2004). Fluxograma 2: Visão macro de um Programa de Conservação de Água Fonte: Sautchúk, 2004 Observa-se que há uma indicação de uso de fontes alternativas para suprimento do sistema, bem como uma preocupação com a reutilização do efluente gerado. Em 2005 foi lançado o Manual de Conservação e Reuso da água em Edificações, que teve a parceria da ANA (Agência Nacional de Águas), Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo). Em Agência (2005) é sugerida a ênfase em conservação de água, uma vez que esta cuida da gestão da demanda e da oferta de água preocupando-se também com a destinação que é dada em função da qualidade com que ela se apresenta. Ao conjunto dessas ações eles denominam de Programa de Conservação de Água (PCA). Dentre as práticas já em uso, Agência (2005) recomenda o reuso, a reciclagem, a gestão da demanda, a redução de perdas e minimização da geração de efluentes como instrumentos para gerir os recursos hídricos e reduzir a poluição. Apoiando essa posição, Santos (2006)
  • 33. 33 acrescenta que a conservação de água propicia a economia e preservação de água, seja nos mananciais, no sistema publico ou nas edificações, abrangendo ações de uso racional voltadas para o combate ao desperdício, e ações que utilizem fontes alternativas como a água de chuva e o reuso. Como objetivos da implantação de um PCA, Agência (2005) informa os seguintes: Redução da quantidade de água extraída em fontes de suprimento; Redução do consumo de água; Redução do desperdício de água; Aumento da eficiência do uso de água; Aumento da reciclagem e do reuso de água. E como fatores motivadores são citados: Economia gerada pela redução do consumo de água; Economia criada pela redução dos efluentes gerados; Conseqüente economia de outros insumos como energia e produtos químicos; Redução dos custos operacionais e de manutenção dos sistemas hidráulicos e equipamentos da edificação; Aumento da disponibilidade de água; Agregação de valor ao produto; Redução do efeito da cobrança pelo uso da água; Melhoria da visão da organização na sociedade. Segundo Agência (2005), um Programa de Conservação de Água requer, inicialmente, o conhecimento da distribuição do consumo que vai depender de cada tipo de edificação, uma vez que os usos de água para residências, edificações públicas e privadas são variados. É necessário, portanto, a implantação de um sistema de medição e monitoramento, por um determinado período, para essa identificação inicial. Em seguida deve-se partir para a auditoria de consumo que envolve a análise dos dados coletados e o cálculo do indicador de consumo, buscando o conhecimento da utilização da água na edificação. Para identificação do perfil de consumo de água no sistema, devem ser
  • 34. 34 estudados e levantados dados de todo o sistema hidráulico da unidade em análise, incluindo detecção de vazamentos e comportamento dos usuários. A partir do diagnóstico realizado, parte-se para a elaboração do plano de intervenção que vai abranger ações voltadas para a redução de desperdícios, correção de vazamentos, redução de perdas, realização de campanhas de sensibilização e educativas, bem como a instalação de tecnologias economizadoras nos pontos de consumo. Especificamente para alojamentos provisórios, como um canteiro de construção civil, ANA (2005) apresenta sugestões visando uma melhor otimização do uso da água. Como as instalações do presente trabalho têm semelhança com essa tipologia, a seguir são listadas essas propostas: • Implantação de um sistema de gestão da água com o monitoramento do consumo a partir da instalação de hidrômetro específico para as áreas de uso doméstico de água, como as áreas de ambientes sanitários, refeitórios e torneiras de lavagem para uso dos alojamentos; • Especificação adequada dos equipamentos hidráulicos a serem implementados. • Realização de palestras de conscientização e capacitação dos funcionários para redução do desperdício de água nos usos domésticos e em processos que utilizam água (por exemplo, limpeza de ambientes); • Divulgação do consumo mensal de água para conscientização dos funcionários. • Uso de fontes alternativas (água de drenagem de terreno, água de chuva, águas subterrâneas), desde que sejam observados a caracterização da água e o atendimento à qualidade para o uso em questão; Em nível internacional, Usepa (2002) informa que programas de conservação de água e de reuso têm tido um grande crescimento nos últimos dez anos nos Estados Unidos e que abrangem não só usuários do tipo residencial, mas também, comercial, institucional e industrial. Usepa (2002) apresenta uma compilação de estudos de casos verificados em 17 cidades dos Estados Unidos, cujos sistemas variam em tamanhos de pequenos a grandes e envolvem uma grande variedade de tecnologias aplicadas para o alcance das metas de gerenciamento de água. Na Tabela 5 são listadas as ações implementadas e a quantidade de cidades que adotaram as medidas. Verifica-se que instalação de equipamentos economizadores, bem como emprego de
  • 35. 35 tarifas e educação pública são as ações que mais tiveram incidência de uso nos estudos apresentados. No Anexo A é apresentada uma tabela contendo os fatores motivadores, bem como as ações e resultados em termos de reduções de água e custo, para cada cidade. Tabela 5: Incidência de ações nos estudos de caso americanos Ações Incidência Instalação de equipamentos economizadores 12 Emprego de tarifas 10 Educação pública 9 Melhorias na irrigação 6 Detecção de conserto e vazamentos 5 Implantação de sistema de medição 3 Reaproveitamento de água 2 Implantação de subsídios de incentivo 2 Otimização do uso da água em paisagismo 2 Implementação de auditorias 2 Fonte: Adaptado de Usepa (2002) Segundo Oliveira (1999), as ações a serem adotadas em um programa de conservação de água podem ser agrupadas conforme a seguir: Ações econômicas – aqui se incluem os incentivos que podem ser subsídios para aquisição de sistemas e componentes economizadores de água e redução de tarifas, como também, os desincentivos econômicos dados a partir da elevação de tarifas de água. Ações sociais – nestas ações estão as campanhas educativas e de conscientização do usuário, em que se procura uma adequação de procedimentos no uso da água e uma mudança de comportamento individual. Ações tecnológicas – aqui estão a substituição de sistemas e componentes convencionais por economizadores, a implantação de sistemas de medição setorizada, a detecção e correção de vazamentos, o reaproveitamento de água e o reuso de água servida. A partir dos programas estudados, foram selecionadas as seguintes ações que serão avaliadas para o estudo de caso deste trabalho e que se enquadram nos agrupamentos acima: Campanhas de educação Combate a perdas e desperdícios Tecnologias economizadoras nos pontos de consumo Medição setorizada Reuso e
  • 36. 36 Aproveitamento de água de chuva Nos próximos itens serão apresentados conceitos e considerações sobre essas ações, bem como alguns resultados obtidos em programas e outras iniciativas. 3.1. Combate a Perdas e Desperdícios Segundo Agência (2005), o consumo total de água em uma edificação, independente de sua tipologia, é a soma de dois componentes representados pela água efetivamente utilizada e pelo desperdício. O desperdício seria composto por perdas referentes à água que escapa do sistema antes de sua finalidade prevista e pelo uso excessivo decorrente da utilização inadequada e mau funcionamento do sistema. Oliveira (1999) informa que o combate ao desperdício de água nos sistemas hidráulicos prediais visa evitar-se o pagamento de uma água que não foi utilizada devidamente, segundo a sua finalidade como, também, patologias decorrentes de vazamentos. Ela informa que a ação mais recomendada para o combate às perdas de água, depois da prevenção, é a detecção de vazamentos, que será mais eficaz a depender do nível em que se realize a manutenção do sistema. Além dos vazamentos, também são responsáveis pelas perdas o mau desempenho do sistema e ações decorrentes de negligência do usuário, como torneiras mal fechadas. Os vazamentos podem ser classificados como visíveis e não-visíveis, sendo os primeiros aqueles que podem ser detectados de imediato pelos usuários e são identificados pelo escoamento ou gotejamento de água. Estes vazamentos ocorrem em tubulações, registros, pontos de consumo e em reservatórios. Os vazamentos não-visíveis são aqueles que se apresentam a partir de fatores como manchas de umidade, som de escoamento de água e entrada constante de água em reservatórios (OLIVEIRA, 1999). Oliveira (1999) apresenta as reduções de consumo obtidas a partir de intervenções realizadas no Instituto do Coração do Complexo do Hospital das Clinicas de São Paulo (PURA InCor) e na Escola Estadual de primeiro e segundo graus Fernão Dias Paes (PURA EE). No PURA InCor a intervenção consistiu da substituição de trechos de tubulação de água e hidrantes que apresentavam corrosão e vazamentos, em vários ambientes do hospital. Foram também eliminados vazamentos visíveis em peças de utilização como torneiras e válvulas de descarga. A correção dos vazamentos proporcionou uma redução no consumo médio mensal de 15 242 m3 para 10 908 m3.
  • 37. 37 No PURA EE foram corrigidos vazamentos nos sistemas interno e externo da escola, reduzindo o consumo de água de 81,1 l/aluno/dia para 4,5 l/aluno/dia. Um resumo desses dados, incluindo um resultado apresentado por Sabesp (2004) apud Ywashima (2005) está representado na Tabela 6. Verifica-se que mesmo para uma mesma tipologia os indicadores de redução apresentam grande variação, uma vez que para cada caso estudado são detectadas situações diferenciadas de vazamentos. Outro fator, que pode ser analisado é que a relação de redução vai depender, também, do valor total de consumo, não podendo ser utilizado como parâmetro de comparação para qualquer caso. Tabela 6: Redução de consumo com correção de vazamentos PURA (Toufic Indicadores PURA (InCor) (1) PURA (EE) (1) Jouliam) (2) Redução do consumo mensal (%) 28 94 78 Economia mensal (R$) 39.352,72 37.409,60 12.614,80 Investimento (R$) 33.118,84 2.645,95 2.500,00 Retorno (dias) 27 3 6 Fonte: (1) Adaptado de Oliveira (1999) e (2) Sabesp(2004) apud Ywashima (2005) Em Agência (2005) são apresentados valores estimados de volumes produzidos por perdas em componentes das instalações prediais (Tabela 7). Tabela 7: Volumes estimados perdidos em vazamentos Perda Estimada Aparelho / Equipamento Sanitário (litros/dia) Gotejamento lento 6 a 10 Gotejamento médio 10 a 20 Gotejamento rápido 2 a 32 Torneira (de lavatório, Gotejamento muito rápido > 32 de pia, de uso geral). Filete Ø 2 mm > 114 Filete Ø 4 mm > 333 Vazamento no flexível 0,86 Filetes visíveis 144 Mictório Vazamento no flexível 0,86 Vazamento no registro 0,86 Filetes visíveis 144 Bacia sanitária com Vazamento no tubo de alimentação da louça 144 válvula de descarga Válvula disparada quando acionada * Vazamento no registro 0,86 Chuveiro Vazamento no tubo de alimentação junto da parede 0,86 * 40,8 litros (supondo válvula aberta por um período de 30 segundos, a uma vazão de 1,6 litros/segundo). Fonte: Oliveira (1999) e Gonçalves et al. (2005) apud ANA (2005)
  • 38. 38 Estes valores podem ser utilizados para cálculo do índice de perdas por vazamento (IP) que é obtido pela relação entre o volume total estimado perdido em vazamentos, em um determinado período de tempo, e o consumo total de água nesse mesmo período, expresso em porcentagem. 3.2. Tecnologias Economizadoras nos Pontos de Consumo Inseridas no contexto de uso racional de água estão a utilização de aparelhos economizadores de água ou a introdução de tecnologias que levem a um menor consumo de água nestes pontos de utilização. Hespanhol (2004) comenta que o Brasil ainda está muito aquém nessa prática se comparado a outros paises, mas Alves, Rocha e Gonçalves (2006) observam que em prédios de uso público como shopping centers, teatros, cinemas, estádios, aeroportos, escolas e outros o uso desses equipamentos vem crescendo de forma acelerada. Já para uso residencial, em especial edificações populares, eles ressaltam que há uma tendência menor na adoção dos equipamentos. Hespanhol (2004) cita como boa medida o uso de caixas de descarga com menor volume e chuveiros com uma entrada de ar gastando metade da água de um chuveiro tradicional. Apesar das várias alternativas existentes para um melhor uso da água, ele salienta que se faz necessário uma mudança cultural para que efetivamente as pessoas passem a adotá-las e a problemática seja minimizada. Pode-se, também, acrescentar que mesmo a adoção dessas tecnologias, pela sociedade, o registro de uma significativa redução do consumo de água estará relacionado à forma com que se fará uso destas. Isto porque, mesmo utilizando-se equipamentos convencionais, a conscientização do usuário para a necessidade de economia no consumo o levará a tomar medidas que trarão uma boa resposta, sem que seja realizada a substituição do equipamento. Algumas tecnologias de processo e produtos propostas por Gonçalves; Ioshimoto e Oliveira (1999) são apresentadas a seguir: Bacias sanitárias e dispositivos de descarga – neste grupo estão as opções de descargas com volume reduzido: • Flushmate: bacia com caixa acoplada, que utiliza a pressão da água para controlar o volume de descarga dentro de uma câmara no reservatório.
  • 39. 39 • Microflush: constituído de 2 fases onde na primeira o dejeto, após acionamento da descarga, fica retido em um compartimento no fundo da bacia e em um segundo momento uma quantidade de água limpa é lançada e promove o descarte para o sistema de esgoto. • Bacia com caixa acoplada e alimentação lateral: este conjunto proporciona a reutilização de água, levando primeiramente a água de alimentação da caixa para um lavabo e depois reutilizando na caixa de descarga. • Bacia com caixa acoplada dual: neste conjunto há a possibilidade de escolha ente dois volumes de descarga, sendo o maior indicado para dejetos sólidos e o outro para líquidos. Pode ser encontrado com volume de 9 e 4,5 litros e 6 e 3 litros. Torneiras de lavatórios e cozinhas – neste grupo estão as opções de introdução de dispositivos às torneiras para redução da vazão e do tempo de duração do uso a um valor mínimo: • Arejador: ele é fixado na saída da torneira reduzindo a seção de passagem de água. São utilizadas peças perfuradas ou telas finas com orifícios na superfície lateral para entrada de ar. Ele funciona como controlador da dispersão do jato e como elemento de perda de carga. Reduzem em torno de 50% o jato das torneiras. • Pulverizador: é também fixado na saída da torneira, mas não tem os orifícios para entrada de ar, funcionando como um chuveirinho. Reduzem a vazão em torno de 0,06 l/s a 0,12 l/s (3,6 a 7,2 l/min). • Atomizador: muito utilizado em edificações públicas e comerciais, fornece uma vazão na faixa de 0,01 l/s (0,6 l/min). • Prolongador: são equipamentos que permitem a aproximação e direcionamento do jato ao objeto a ser lavado, permitindo economia de água. Torneiras acionadas por sensor infravermelho – o sensor detecta o anteparo (as mãos) e aciona a válvula solenóide que libera a água. O fluxo cessa com a retirada das mãos. O sistema controla o tempo de uso da água. Torneiras com tempo de fluxo determinado – a torneira é dotada de um dispositivo mecânico que, ao ser acionado, libera o fluxo de água. Ele se fecha automaticamente após um tempo determinado.
  • 40. 40 Mictórios – as opções para estes aparelhos são válvulas com controle de fluxo, descarga com temporizador, descarga acionada por sensor vermelho e sensor de acidez de urina. Chuveiros – nos chuveiros podem ser utilizados dispositivos limitadores de vazão que são instalados a montante do aparelho, e reduzem a vazão a partir de determinada pressão. Alves, Rocha e Gonçalves (2006) informam que os custos de investimentos provenientes da adoção de aparelhos economizadores não diferem muito em relação a aparelhos convencionais e que a grande variabilidade de preços se dá em função da marca e dos modelos e não especificamente pelo fato de disporem de dispositivos economizadores. A seguir são apresentados exemplos de resultados positivos a partir da substituição de equipamentos convencionais por tecnologias economizadoras. No estudo de Oliveira (1999) é informado que a instalação de equipamentos economizadores no programa PURA proporcionou uma redução de 15,3% no consumo do Hospital das Clínicas. Na escola Fernão Dias Paes, nesse mesmo programa, foram substituídas 31 torneiras convencionais por hidromecânicas. Também no programa PURA, Sabesp (2004) apud Ywashima (2005) apresenta que a instalação de 16 torneiras de fechamento automático resultou em uma redução de 25% no consumo de água da escola Vera Cruz. Observa-se que a instalação de tecnologias economizadoras retornam a pretendida redução de consumo de água, mas os valores informados nas pesquisas apresentam variação na integração das tecnologias, como também, trazem reduções com base no consumo mensal das edificações, que não podem ser comparadas com outras tipologias e soluções de intervenções. Desta forma, para efeito de obtenção de dados comparativos, para o estudo de caso deste trabalho, serão apresentados os resultados de experiências que informaram as reduções de consumo relativas aos pontos de consumo, para cada tipo de intervenção. O resumo desses estudos está representado na Tabela 9. Deca (2004) apud Ywashima (2005) apresenta as economias obtidas em uma avaliação realizada em um banheiro feminino e um banheiro masculino de uma escola municipal de São Paulo. As tecnologias estudadas consistiram de torneiras de lavatório e válvulas de mictório com fechamento automático (hidromecânicos) e bacias sanitárias de volume reduzido. Na Tabela 8 só estão os resultados para os lavatórios e mictórios. No estudo de Carvalho e Gusmão (2008), uma construtora avaliou a economia de tecnologias economizadoras em um edifício de grande porte localizado em Recife, dentro de um plano de
  • 41. 41 ação denominado “Edifícios Sustentáveis”. Foram analisados reguladores de vazão para lavatórios, chuveiros e duchinhas, bem como torneiras hidromecânicas, todos da marca Fabrimar. Tabela 8: Redução de consumo com a instalação de tecnologias economizadoras Economia de água (%) Equipamentos economizadores Escola de São Paulo (1) Edifício de Recife (2) Regulador de vazão para lavatório - 80 Regulador de vazão para chuveiro - 70 Torneira hidromecânica - 70 Torneira hidromecânica para lavatório + 99,8 - válvula hidromecânica para mictório Fonte: (1) Adaptado de Deca (2004) apud Ywashima (2005); (2) Carvalho e Gusmão (2008) Carvalho e Gusmão (2007) revelam que as reduções obtidas estavam compatíveis com os valores informados nas especificações técnicas dos equipamentos analisados. Ainda como alternativa para racionalização do uso da água, estão os sanitários secos que têm a seguinte conceituação resumida, conforme introduzido em Teixeira e Motta (2008): Sanitário seco - é uma adaptação moderna da antiga prática de gestão de dejetos, pois não utiliza água para diluir nem transportar as fezes. Os dejetos vão para uma câmara onde a matéria orgânica se decompõe e o produto final pode ser utilizado como adubo, não havendo contaminação do sub-solo nem dos cursos d’água. Tem como principais objetivos a compostagem, que reduz o risco de infecção humana para níveis aceitáveis; a eliminação do uso de água potável para diluição dos dejetos e é uma solução para áreas que não possuem tratamento de esgoto. Os seus vários modelos, tamanhos e marcas podem ser utilizados em áreas internas e externas, com ou sem separador de urina, e são aplicáveis em vários tipos de clima, de relevo e para diferentes necessidades de uso.
  • 42. 42 3.3. Medição Setorizada Segundo Alves (1999), a avaliação de todo um sistema de abastecimento requer um sistema de medição envolvendo macro e micro medição e esta abordagem é indispensável em um programa de conservação de água. Como conceituação geral tem-se que a macromedição é o conjunto de medições realizadas desde a captação de água bruta até os pontos de entrada para distribuição. Já a micromedição abrange a medição do consumo realizada no ponto de abastecimento de um determinado usuário, independente de sua categoria (residencial, comercial, industrial, etc.) ou faixa de consumo (ALVES, 1999). A medição de consumo subsidia a gestão da água através do conhecimento e monitoramento dessa grandeza, que pode ser feita ao longo da vida útil da edificação (MAY, 2004). Pode ser utilizado um único medidor ou implementado um sistema mais complexo com medidores que podem ser de leitura visual ou eletrônica. A instalação de medidores em unidades constituintes de um conjunto maior, objetivando conhecer o consumo individual de cada unidade e não apenas do sistema como um todo, é conhecido por medição setorizada. Desta forma, é possível a obtenção de melhores informações a respeito do consumo de água de uma determinada área, edifício ou equipamento (TAMAKI, 2004). São listados, a seguir, alguns objetivos a serem alcançados com a medição setorizada, segundo Tamaki (2004): • Domínio do consumo de sistemas específicos, uma vez que pode ser realizado o acompanhamento das medições e seu controle; • Economia de recursos financeiros e/ou da água a partir da redução das irregularidades apresentadas no perfil de consumo. • Possibilidade de cobrança pela água consumida pelos usuários. Outra questão importante, a ser analisada, é o nível que se almeja para a realização da setorização, pois esta esquematização física vai ser em função de aspectos ocupacionais, funcionais e físicos das instalações prediais que sofrerão a intervenção. No estudo de Tamaki (2004) foi apresentada a seguinte distribuição crescente para os níveis de setorização: • Entidade: referente a toda a infra-estrutura contemplada em determinada área (ex: indústria, universidade, etc.);