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Eletroconvulsoterapia
e Estimulação
Magnética
Transcraniana
Matheus Cheibub David Marin
Disciplina de Psicofarmacologia – Pq FMABC
ELETROCONVULSOTERAPIA
(ECT)
Introdução
 A eletroconvulsoterapia (ECT) é um tratamento seguro
e eficaz para pacientes com Transtorno Depressivo
Maior, episódios maníacos, Esquizofrenia e outros
transtornos psiquiátricos
 Procedimento que consiste na indução de convulsões
generalizadas, com duração de 20 a 150 segundos,
pela passagem de uma corrente elétrica pelo cérebro
 Baixa adesão devido preconceito e informações
errôneas e distorcidas publicadas pela mídia leiga.
História
 1934 - Ladislas von Meduna - Tratamento bem
sucedido da catatonia e de outros sintomas
esquizofrênicos com convulsões induzidas
farmacologicamente. Sintomas esquizofrênicos
freqüentemente diminuíam após uma convulsão.
 1938, Ugo Cerletti e Lucio Bini - 1º tratamento
eletroconvulsivo. (desconforto do paciente em geral e
as fraturas decorrentes da atividade motora durante a
convulsão) => uso de relaxantes musculares e
anestesia geral
Mecanismo de Ação
 Aumento de Substratos diminuídos no SNC
 Teoria Diencefálica - Estimulação de estruturas do
Eixo Hipotalâmico-Hipofisário-Adrenal
 Aumento do BNDF, neurotransmissores,
neuropeptídeos e hormônios
 Aumento do Fluxo sanguíneo cerebral e da taxa
metabólica cerebral durante a convulsão e diminuição
no período pós-ictal, alterando a permeabilidade da
Barreira Hematoencefálica.
 Teoria da Neuroplasticidade cerebral através da
eletroestimulação
Normalização Forçada de
Landolt
“Transtornos mentais alternantes se iniciam alguns dias
após a redução significativa ou interrupção completa de
crises epilépticas espontânea, ou o que for mais comum,
provocada pelo uso de anticonvulsivantes. Podem ou não
ser acompanhados por atenuação das alterações
eletrencefalográficas de base, fenômeno
denominado “ normalização ” forçada ou paradoxal.
Normalmente remitem após o retorno das crises aos
padrões habituais”
Landolt, 1953
Máquina de ECT
Ectron Series 5A
INDICAÇÕES
 Depressão Maior psicótica
 Delirium maníaco
 Catatonia maligna
 Estupor depressivo
 Psicose resistente à farmacoterapia
 Síndrome neuroléptica maligna
 Depressão Maior no idoso
USO PRIMÁRIO DE ECT
(APA):
 Necessidade de melhora rápida e consistente
 Quando os riscos do uso de outros medicamentos
ultrapassam os riscos da ECT
 História prévia de resposta medicamentosa
insatisfatória ou boa resposta a ECT em episódios
prévios da doença
 Preferência do paciente
USO SECUNDÁRIO DE ECT
(APA):
 ausência de resposta terapêutica adequada
 efeitos colaterais graves e inevitáveis ou maiores do
que podem ser provocados pela ECT
 deterioração do quadro clínico psiquiátrico.
RECOMENDAÇÕES PRÉ-ECT
 avaliação médica e neuropsiquiátrica (exame físico,
exame psíquico e história clínica)
 Hemograma, eletrólitos, uréia, creatinina e ECG
 Propedêutica de acordo com as comorbidades clínicas
do paciente
1- AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DO PACIENTE:
RECOMENDAÇÕES PRÉ-ECT
 Alteração do Limiar convulsivo (BZDs,
anticonvulsivantes e EH)
 Complicações pós-ECT ( Tricíclicos x complicações
Cardiovasculares)
 SUSPENDER: Lítio (risco de estados confusionais),
IMAOs (interação com agentes anestésicos). BZDs
suspender 24 horas antes do procedimento.
2- USO CONCOMITANTE DE MEDICAMENTOS:
RECOMENDAÇÕES PRÉ-ECT
 Todos os pacientes que irão submeter-se à ECT, e/ou
seus familiares responsáveis, devem assinar um termo
de consentimento informado que inclua a natureza e a
gravidade do transtorno psiquiátrico, seu curso
provável sem ECT, a natureza do procedimento, o
risco e o benefício e as alternativas terapêuticas,
incluindo a opção de não tratar o problema
3- ASPÉCTOS ÉTICOS E LEGAIS:
TÉCNICA
 Jejum de 12 horas
 Anestesia (Atropina/ Glicopirrolato/ Tiopental)
 Relaxantes musculares (diminui o risco de fratura)
 Monitoramento Eletroencefálico
 Técnica do Manguito (SuccinilCoa pode elevar a
PAS)
 O2
14
POSICIONAMENTO DOS
ELETRODOS
1. Bilateral bitemporal
2. Unilateral direito com posicionamento D’Elia
Ambos tem a mesma eficácia, porém a
unilateral tem menor déficit cognitivo.
15
NÚMERO DE SESSÕES
 Variável (dependente da resposta)
 Média de 8 a 12 sessões (podendo chegar a 20)
16
DOSAGEM ELÉTRICA
 A melhora do paciente parece estar associada com
a relação entre a dosagem elétrica utilizada e o
valor do limiar convulsivo
 Não guarda relação com a gravidade do quadro
 Para detectar o limiar convulsivo, considera-se
idade, sexo e o posicionamento dos eletrodos
 Baixa dosagem elétrica (pouco acima do limiar
convulsivo) é menos eficaz que a Alta voltagem,
porém, essencial a minimização do déficit
cognitivo (pacientes idosos, demência…)
17
Manutenção Pós-ECT
 Individualizada, porém, não menor que 6 meses
 Redução progressiva das sessões
 Taxa de Recaída depois de 6-12 meses - 50% em
pacientes com depressão refratária
18
EFEITOS COLATERAIS
 Déficit de memória
 Cefáleia
 Confusão Mental/ Delirium
 Náuseas e vômitos
 Dores musculares
 Estado Epiléptico
19
CONTRAINDICAÇÕES
Não há, entretanto há condições que aumentam o
risco de complicações pós-ECT:
IAM
Hipertensão Intra-craniana
Doenças Hemorrágicas/ anticoagulação
Aneurismas
Glaucoma
Hipo/Hipercalcemia
HAS grave não tratada
Condições que podem romper a BHE
20
CONCLUSÕES FINAIS
 A eletroconvulsoterapia é o tratamento mais controverso e
polêmico da psiquiatria.
 Tendência na literatura a considerar a ECT unilateral e alta
potência como o procedimento de escolha, em função de
reunir eficácia com menor número de efeitos colaterais
 A definição do limiar convulsivo para cada paciente ajuda a
obter a quantidade de energia ótima para o paciente em
questão
 Considerar não só o tempo de convulsão como uma variável
importante de uma “boa crise”, mas também características
do EEG
21
ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA
TRANSCRANIANA
(EMT)
INTRODUÇÃO
 Trata-se de uma técnica não-invasiva e
praticamente indolor em seres humanos
conscientes, baseada em um campo magnético
variável. Uma bobina pequena que recebe uma
corrente elétrica alternada extremamente potente é
colocada sobre o crânio humano na região do
córtex
 Quando a EMTr é aplicada sobre as regiões do
córtex cerebral, os resultados irão depender das
funções envolvidas com a área escolhida; logo,
efeitos cognitivos e emocionais são possíveis.
23
24
INDICAÇÕES
 Depressão Maior e Refratária
 Transtornos de Ansiedade (TAG, TP, TOC, TEPT)
 TAB
 Restrição ao uso dos medicamentos (gestantes,
idosos…)
 Alucinações auditivas em esquizofrenia
 Transtornos neurológicos ( AVE, Enxaqueca,
Nevralgia Trigeminal, Dores Crônicas, Parkinson,
ELA…)
MÉTODOS
 A bobina é conectada a um capacitor através de um circuito
elétrico. Quando o circuito é ligado, um pulso de corrente
passa rapidamente pela bobina. Em seguida, a corrente é
desligada. A mudança rápida na intensidade do campo
elétrico promove a indução de um campo magnético.
 A mudança rápida na intensidade do campo magnético
promove, dentro do crânio, a indução de um novo campo
elétrico, perpendicular ao campo magnético. Em um meio
condutor homogêneo, o campo elétrico faria com que
fluíssem correntes em um plano paralelo ao da bobina
1. Estimulação com pulso único – mais utilizada. O
pulso de corrente elétrica passa pela bobina,
sendo repetido após intervalos variáveis de alguns
segundos. O número total de pulsos administrados
é definido pelo examinador
2. Estimulação com pares de pulsos – inibição intra-
cortical x facilitação intra-cortical
27
Estimulação repetitiva
(EMT-r)
 Aplicação de estímulos magnéticos a intervalos regulares
 Pode modificar o processamento cerebral, sensorimotor ou
cognitivo, podendo promover disfunções temporárias em
diferentes áreas corticais (EMT-r de baixa frequência
promove diminuição da excitação do córtex motor, a de alta
frequência, o oposto).
EMT-r X Depressão?
 Especula-se que na depressão ocorra uma hipoatividade do
córtex pré-frontal (CPF) esquerdo. A EMT-r de alta frequência
do CPF esquerdo, ou EMT-r de baixa frequência do CPF
direito poderiam balancear o funcionamento das duas áreas
e assim, promover melhora clínica nesta doença
 Ao contrário da ECT que poderia trazer perda cognitiva no
tratamento da depressão, os estudos com EMT-r não
evidênciaram qualquer déficit.
EMT + MÉTODOS DE
INVESTIGAÇÃO
 Associação à RNM, Magnetencefalografia (MEG),
Tomografia por emissão de pósitrons (PET), Tomografia
computadorizada por emissão de fóton único (SPECT) e
Eletrencefalografia (EEG) promove o casamento entre
informações anatômicas e funcionais, possibilitando melhor
compreensão da fisiologia e fisiopatologia corticais.
 Ideal para mapear o cérebro para ressecção de tumores
 Promissor para futuras pesquisas em neurologia e
psiquiatria
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
 A EMT é relativamente recente e que o número de
estudos a seu respeito vem crescendo a grande
velocidade. A integração da EMT a outras modalidades de
investigação em Neurofisiologia e Neuroimagem é, sem
dúvida, uma ferramenta promissora de investigação e
tratamento em neurologia e psiquiatria.
31
Bibliografia
 PERIZZOLO, J. et al. Aspectos da prática da eletroconvulsoterapia:
uma revisão sistemática. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul. 2003, vol.25,
n.2, pp. 327-334. ISSN 0101-8108.
 CONFORTO A.B.; MARIE S.K.N.; COHEN, L.G.; SCAFF M.; et al.
Estimulação magnética transcraniana. Arq. Neuro-
Psiquiatr. v.61 n.1 São Paulo mar. 2003
 BOGGIO, P. S., FREGNI, F., RIGONATTI, S. P., MARCOLIN, M. A.,
SILVA, M.T. A.Neuropsicologia e Estimulação Magnética
Transcraniana: novas fronteiras com a utilização de técnicas de
modulação cortical . Revista Brasileira de Psiquiatria. , 2005.
 Volpato AC. Psicofármacos. 4ª edição. 2011
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Eletroconvulsoterapia e Estimulação Magnética Transcraniana

  • 1. Eletroconvulsoterapia e Estimulação Magnética Transcraniana Matheus Cheibub David Marin Disciplina de Psicofarmacologia – Pq FMABC
  • 3. Introdução  A eletroconvulsoterapia (ECT) é um tratamento seguro e eficaz para pacientes com Transtorno Depressivo Maior, episódios maníacos, Esquizofrenia e outros transtornos psiquiátricos  Procedimento que consiste na indução de convulsões generalizadas, com duração de 20 a 150 segundos, pela passagem de uma corrente elétrica pelo cérebro  Baixa adesão devido preconceito e informações errôneas e distorcidas publicadas pela mídia leiga.
  • 4. História  1934 - Ladislas von Meduna - Tratamento bem sucedido da catatonia e de outros sintomas esquizofrênicos com convulsões induzidas farmacologicamente. Sintomas esquizofrênicos freqüentemente diminuíam após uma convulsão.  1938, Ugo Cerletti e Lucio Bini - 1º tratamento eletroconvulsivo. (desconforto do paciente em geral e as fraturas decorrentes da atividade motora durante a convulsão) => uso de relaxantes musculares e anestesia geral
  • 5. Mecanismo de Ação  Aumento de Substratos diminuídos no SNC  Teoria Diencefálica - Estimulação de estruturas do Eixo Hipotalâmico-Hipofisário-Adrenal  Aumento do BNDF, neurotransmissores, neuropeptídeos e hormônios  Aumento do Fluxo sanguíneo cerebral e da taxa metabólica cerebral durante a convulsão e diminuição no período pós-ictal, alterando a permeabilidade da Barreira Hematoencefálica.  Teoria da Neuroplasticidade cerebral através da eletroestimulação
  • 6. Normalização Forçada de Landolt “Transtornos mentais alternantes se iniciam alguns dias após a redução significativa ou interrupção completa de crises epilépticas espontânea, ou o que for mais comum, provocada pelo uso de anticonvulsivantes. Podem ou não ser acompanhados por atenuação das alterações eletrencefalográficas de base, fenômeno denominado “ normalização ” forçada ou paradoxal. Normalmente remitem após o retorno das crises aos padrões habituais” Landolt, 1953
  • 8. INDICAÇÕES  Depressão Maior psicótica  Delirium maníaco  Catatonia maligna  Estupor depressivo  Psicose resistente à farmacoterapia  Síndrome neuroléptica maligna  Depressão Maior no idoso
  • 9. USO PRIMÁRIO DE ECT (APA):  Necessidade de melhora rápida e consistente  Quando os riscos do uso de outros medicamentos ultrapassam os riscos da ECT  História prévia de resposta medicamentosa insatisfatória ou boa resposta a ECT em episódios prévios da doença  Preferência do paciente
  • 10. USO SECUNDÁRIO DE ECT (APA):  ausência de resposta terapêutica adequada  efeitos colaterais graves e inevitáveis ou maiores do que podem ser provocados pela ECT  deterioração do quadro clínico psiquiátrico.
  • 11. RECOMENDAÇÕES PRÉ-ECT  avaliação médica e neuropsiquiátrica (exame físico, exame psíquico e história clínica)  Hemograma, eletrólitos, uréia, creatinina e ECG  Propedêutica de acordo com as comorbidades clínicas do paciente 1- AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DO PACIENTE:
  • 12. RECOMENDAÇÕES PRÉ-ECT  Alteração do Limiar convulsivo (BZDs, anticonvulsivantes e EH)  Complicações pós-ECT ( Tricíclicos x complicações Cardiovasculares)  SUSPENDER: Lítio (risco de estados confusionais), IMAOs (interação com agentes anestésicos). BZDs suspender 24 horas antes do procedimento. 2- USO CONCOMITANTE DE MEDICAMENTOS:
  • 13. RECOMENDAÇÕES PRÉ-ECT  Todos os pacientes que irão submeter-se à ECT, e/ou seus familiares responsáveis, devem assinar um termo de consentimento informado que inclua a natureza e a gravidade do transtorno psiquiátrico, seu curso provável sem ECT, a natureza do procedimento, o risco e o benefício e as alternativas terapêuticas, incluindo a opção de não tratar o problema 3- ASPÉCTOS ÉTICOS E LEGAIS:
  • 14. TÉCNICA  Jejum de 12 horas  Anestesia (Atropina/ Glicopirrolato/ Tiopental)  Relaxantes musculares (diminui o risco de fratura)  Monitoramento Eletroencefálico  Técnica do Manguito (SuccinilCoa pode elevar a PAS)  O2 14
  • 15. POSICIONAMENTO DOS ELETRODOS 1. Bilateral bitemporal 2. Unilateral direito com posicionamento D’Elia Ambos tem a mesma eficácia, porém a unilateral tem menor déficit cognitivo. 15
  • 16. NÚMERO DE SESSÕES  Variável (dependente da resposta)  Média de 8 a 12 sessões (podendo chegar a 20) 16
  • 17. DOSAGEM ELÉTRICA  A melhora do paciente parece estar associada com a relação entre a dosagem elétrica utilizada e o valor do limiar convulsivo  Não guarda relação com a gravidade do quadro  Para detectar o limiar convulsivo, considera-se idade, sexo e o posicionamento dos eletrodos  Baixa dosagem elétrica (pouco acima do limiar convulsivo) é menos eficaz que a Alta voltagem, porém, essencial a minimização do déficit cognitivo (pacientes idosos, demência…) 17
  • 18. Manutenção Pós-ECT  Individualizada, porém, não menor que 6 meses  Redução progressiva das sessões  Taxa de Recaída depois de 6-12 meses - 50% em pacientes com depressão refratária 18
  • 19. EFEITOS COLATERAIS  Déficit de memória  Cefáleia  Confusão Mental/ Delirium  Náuseas e vômitos  Dores musculares  Estado Epiléptico 19
  • 20. CONTRAINDICAÇÕES Não há, entretanto há condições que aumentam o risco de complicações pós-ECT: IAM Hipertensão Intra-craniana Doenças Hemorrágicas/ anticoagulação Aneurismas Glaucoma Hipo/Hipercalcemia HAS grave não tratada Condições que podem romper a BHE 20
  • 21. CONCLUSÕES FINAIS  A eletroconvulsoterapia é o tratamento mais controverso e polêmico da psiquiatria.  Tendência na literatura a considerar a ECT unilateral e alta potência como o procedimento de escolha, em função de reunir eficácia com menor número de efeitos colaterais  A definição do limiar convulsivo para cada paciente ajuda a obter a quantidade de energia ótima para o paciente em questão  Considerar não só o tempo de convulsão como uma variável importante de uma “boa crise”, mas também características do EEG 21
  • 23. INTRODUÇÃO  Trata-se de uma técnica não-invasiva e praticamente indolor em seres humanos conscientes, baseada em um campo magnético variável. Uma bobina pequena que recebe uma corrente elétrica alternada extremamente potente é colocada sobre o crânio humano na região do córtex  Quando a EMTr é aplicada sobre as regiões do córtex cerebral, os resultados irão depender das funções envolvidas com a área escolhida; logo, efeitos cognitivos e emocionais são possíveis. 23
  • 24. 24
  • 25. INDICAÇÕES  Depressão Maior e Refratária  Transtornos de Ansiedade (TAG, TP, TOC, TEPT)  TAB  Restrição ao uso dos medicamentos (gestantes, idosos…)  Alucinações auditivas em esquizofrenia  Transtornos neurológicos ( AVE, Enxaqueca, Nevralgia Trigeminal, Dores Crônicas, Parkinson, ELA…)
  • 26. MÉTODOS  A bobina é conectada a um capacitor através de um circuito elétrico. Quando o circuito é ligado, um pulso de corrente passa rapidamente pela bobina. Em seguida, a corrente é desligada. A mudança rápida na intensidade do campo elétrico promove a indução de um campo magnético.  A mudança rápida na intensidade do campo magnético promove, dentro do crânio, a indução de um novo campo elétrico, perpendicular ao campo magnético. Em um meio condutor homogêneo, o campo elétrico faria com que fluíssem correntes em um plano paralelo ao da bobina
  • 27. 1. Estimulação com pulso único – mais utilizada. O pulso de corrente elétrica passa pela bobina, sendo repetido após intervalos variáveis de alguns segundos. O número total de pulsos administrados é definido pelo examinador 2. Estimulação com pares de pulsos – inibição intra- cortical x facilitação intra-cortical 27
  • 28. Estimulação repetitiva (EMT-r)  Aplicação de estímulos magnéticos a intervalos regulares  Pode modificar o processamento cerebral, sensorimotor ou cognitivo, podendo promover disfunções temporárias em diferentes áreas corticais (EMT-r de baixa frequência promove diminuição da excitação do córtex motor, a de alta frequência, o oposto).
  • 29. EMT-r X Depressão?  Especula-se que na depressão ocorra uma hipoatividade do córtex pré-frontal (CPF) esquerdo. A EMT-r de alta frequência do CPF esquerdo, ou EMT-r de baixa frequência do CPF direito poderiam balancear o funcionamento das duas áreas e assim, promover melhora clínica nesta doença  Ao contrário da ECT que poderia trazer perda cognitiva no tratamento da depressão, os estudos com EMT-r não evidênciaram qualquer déficit.
  • 30. EMT + MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO  Associação à RNM, Magnetencefalografia (MEG), Tomografia por emissão de pósitrons (PET), Tomografia computadorizada por emissão de fóton único (SPECT) e Eletrencefalografia (EEG) promove o casamento entre informações anatômicas e funcionais, possibilitando melhor compreensão da fisiologia e fisiopatologia corticais.  Ideal para mapear o cérebro para ressecção de tumores  Promissor para futuras pesquisas em neurologia e psiquiatria
  • 31. CONSIDERAÇÕES FINAIS:  A EMT é relativamente recente e que o número de estudos a seu respeito vem crescendo a grande velocidade. A integração da EMT a outras modalidades de investigação em Neurofisiologia e Neuroimagem é, sem dúvida, uma ferramenta promissora de investigação e tratamento em neurologia e psiquiatria. 31
  • 32. Bibliografia  PERIZZOLO, J. et al. Aspectos da prática da eletroconvulsoterapia: uma revisão sistemática. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul. 2003, vol.25, n.2, pp. 327-334. ISSN 0101-8108.  CONFORTO A.B.; MARIE S.K.N.; COHEN, L.G.; SCAFF M.; et al. Estimulação magnética transcraniana. Arq. Neuro- Psiquiatr. v.61 n.1 São Paulo mar. 2003  BOGGIO, P. S., FREGNI, F., RIGONATTI, S. P., MARCOLIN, M. A., SILVA, M.T. A.Neuropsicologia e Estimulação Magnética Transcraniana: novas fronteiras com a utilização de técnicas de modulação cortical . Revista Brasileira de Psiquiatria. , 2005.  Volpato AC. Psicofármacos. 4ª edição. 2011 32