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FILOSOFIA
Índice
FILOSOFIA ANTIGA...........................................................................................................................2
QUESTÕES TEMÁTICAS – ÉTICA.............................................................................................29
FILOSOFIA ANTIGA (Questões Recentes)..................................................................................31
FILOSOFIA MEDIEVAL....................................................................................................................33
FILOSOFIA MODERNA....................................................................................................................36
FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA.....................................................................................................71
GABARITO.......................................................................................................................................87
1
FILOSOFIA
FILOSOFIA ANTIGA
1. (Ufpa 2013) “Em Atenas [...] o povo exercia o poder,
diretamente, na praça pública [...]. Todos os homens
adultos podiam tomar parte nas decisões. Hoje
elegemos quem decidirá por nós. A democracia antiga
é vista, geralmente, como superior à moderna. Mas a
democracia moderna não é uma degradação da antiga:
ela traz uma novidade importante – os direitos
humanos. A questão crucial dos direitos humanos é
limitar o poder do governante. Eles protegem os
governados dos caprichos e desmandos de quem está
em cima, no poder.”
JANINE, Renato. A democracia, São Paulo, Publifolha,
2001, p. 8-10, texto adaptado.
A superioridade da democracia antiga com relação à
moderna pode ser atribuída ao (à)
a) poder dado aos homens mais velhos, dotados de
virtude e sabedoria, para decidirem sobre os
destinos da cidade.
b) condução, de forma justa, da vida em sociedade e
garantia do direito de todos os habitantes da cidade
de participarem das assembleias.
c) poder dado aos homens que se destacaram como os
mais corajosos nas guerras e aos mais capazes nas
ciências e nas artes, para estes tomarem as decisões
nas assembleias realizadas em praça pública.
d) fato de o povo eleger seus representantes políticos
para tomar decisões sobre os destinos da cidade e
definir os seus direitos, em praça pública, de modo a
evitar atitudes arbitrárias e injustas dos
governantes.
e) participação direta dos cidadãos nas decisões de
interesse do todo no âmbito do espaço público.
2. (Uel 2013) No livro Através do espelho e o que Alice
encontrou por lá, a Rainha Vermelha diz uma frase
enigmática: “Pois aqui, como vê, você tem de correr o
mais que pode para continuar no mesmo lugar.”
(CARROL, L. Através do espelho e o que Alice encontrou
por lá. Rio de Janeiro: Zahar, 2009. p.186.)
Já na Grécia antiga, Zenão de Eleia enunciara uma tese
também enigmática, segundo a qual o movimento é
ilusório, pois “numa corrida, o corredor mais rápido
jamais consegue ultrapassar o mais lento, visto o
perseguidor ter de primeiro atingir o ponto de onde
partiu o perseguido, de tal forma que o mais lento deve
manter sempre a dianteira.”
(ARISTÓTELES. Física. Z 9, 239 b 14. In: KIRK, G. S.;
RAVEN, J. E.; SCHOFIELD, M. Os Pré-socráticos. 4.ed.
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994, p.284.)
Com base no problema filosófico da ilusão do
movimento em Zenão de Eleia, é correto afirmar que
seu argumento
a) baseia-se na observação da natureza e de suas
transformações, resultando, por essa razão, numa
explicação naturalista pautada pelos sentidos.
b) confunde a ordem das coisas materiais (sensível) e a
ordem do ser (inteligível), pois avalia o sensível por
condições que lhe são estranhas.
c) ilustra a problematização da crença numa verdadeira
existência do mundo sensível, à qual se chegaria
pelos sentidos.
d) mostra que o corredor mais rápido ultrapassará
inevitavelmente o corredor mais lento, pois isso nos
apontam as evidências dos sentidos.
e) pressupõe a noção de continuidade entre os
instantes, contida no pressuposto da aceleração do
movimento entre os corredores.
3. (Ufsj 2013) A construção de uma cosmologia que
desse uma explicação racional e sistemática das
características do universo, em substituição à
cosmogonia, que tentava explicar a origem do universo
baseada nos mitos, foi uma preocupação da Filosofia
a) medieval.
b) antiga.
c) iluminista.
d) contemporânea.
4. (Unicamp 2013) A sabedoria de Sócrates, filósofo
ateniense que viveu no século V a.C., encontra o seu
ponto de partida na afirmação “sei que nada sei”,
registrada na obra Apologia de Sócrates. A frase foi
uma resposta aos que afirmavam que ele era o mais
sábio dos homens. Após interrogar artesãos, políticos e
poetas, Sócrates chegou à conclusão de que ele se
diferenciava dos demais por reconhecer a sua própria
ignorância.
O “sei que nada sei” é um ponto de partida para a
Filosofia, pois
a) aquele que se reconhece como ignorante torna-se
mais sábio por querer adquirir conhecimentos.
b) é um exercício de humildade diante da cultura dos
sábios do passado, uma vez que a função da Filosofia
era reproduzir os ensinamentos dos filósofos gregos.
c) a dúvida é uma condição para o aprendizado e a
Filosofia é o saber que estabelece verdades
dogmáticas a partir de métodos rigorosos.
d) é uma forma de declarar ignorância e permanecer
distante dos problemas concretos, preocupando-se
apenas com causas abstratas.
2
FILOSOFIA
5. (Ueg 2013) A expressão “Tudo o que é bom, belo e
justo anda junto” foi escrita por um dos grandes
filósofos da humanidade. Ela resume muito de sua
perspectiva filosófica, sendo uma das bases da escola
de pensamento conhecida como
a) cartesianismo, estabelecida por Descartes, no qual
se acredita que a essência precede a existência.
b) estoicismo, que tem no imperador romano Marco
Aurélio um de seus grandes nomes, que pregava a
serenidade diante das tragédias.
c) existencialismo, que tem em Sartre um de seus
grandes nomes, para o qual a existência precede a
essência.
d) platonismo, estabelecida por Platão, no qual se
entendia o mundo físico como uma imitação
imperfeita do mundo ideal.
6. (Ueg 2013) O ser humano, desde sua origem, em
sua existência cotidiana, faz afirmações, nega, deseja,
recusa e aprova coisas e pessoas, elaborando juízos de
fato e de valor por meio dos quais procura orientar seu
comportamento teórico e prático. Entretanto, houve
um momento em sua evolução histórico-social em que
o ser humano começa a conferir um caráter filosófico
às suas indagações e perplexidades, questionando
racionalmente suas crenças, valores e escolhas. Nesse
sentido, pode-se afirmar que a filosofia
a) é algo inerente ao ser humano desde sua origem e
que, por meio da elaboração dos sentimentos, das
percepções e dos anseios humanos, procura
consolidar nossas crenças e opiniões.
b) existe desde que existe o ser humano, não havendo
um local ou uma época específica para seu
nascimento, o que nos autoriza a afirmar que
mesmo a mentalidade mítica é também filosófica e
exige o trabalho da razão.
c) inicia sua investigação quando aceitamos os dogmas
e as certezas cotidianas que nos são impostos pela
tradição e pela sociedade, visando educar o ser
humano como cidadão.
d) surge quando o ser humano começa a exigir provas e
justificações racionais que validam ou invalidam suas
crenças, seus valores e suas práticas, em detrimento
da verdade revelada pela codificação mítica.
7. (Ueg 2013) O surgimento da filosofia entre os gregos
(Séc. VII a.C.) é marcado por um crescente processo de
racionalização da vida na cidade, em que o ser humano
abandona a verdade revelada pela codificação mítica e
passa a exigir uma explicação racional para a
compreensão do mundo humano e do mundo natural.
Dentre os legados da filosofia grega para o Ocidente,
destaca-se:
a) a concepção política expressa em A República, de
Platão, segundo a qual os mais fortes devem
governar sob um regime político oligárquico.
b) a criação de instituições universitárias como a
Academia, de Platão, e o Liceu, de Aristóteles.
c) a filosofia, tal como surgiu na Grécia, deixou-nos
como legado a recusa de uma fé inabalável na razão
humana e a crença de que sempre devemos
acreditar nos sentimentos.
d) a recusa em apresentar explicações preestabelecidas
mediante a exigência de que, para cada fato, ação
ou discurso, seja encontrado um fundamento
racional.
8. (Ufsj 2012) Sobre o princípio básico da filosofia pré-
socrática, é CORRETO afirmar que
a) Tales de Mileto, ao buscar um princípio unificador de
todos os seres, concluiu que a água era a substância
primordial, a origem única de todas as coisas.
b) Anaximandro, após observar sistematicamente o
mundo natural, propôs que não apenas a água
poderia ser considerada arché desse mundo em si e,
por isso mesmo, incluiu mais um elemento: o fogo.
c) Anaxímenes fez a união entre os pensamentos que o
antecederam e concluiu que o princípio de todas as
coisas não pode ser afirmado, já que tal princípio
não está ao alcance dos sentidos.
d) Heráclito de Éfeso afirmou o movimento e negou
terminantemente a luta dos contrários como gênese
e unidade do mundo, como o quis Catão, o antigo.
9. (Uncisal 2012) O período pré-socrático é o ponto
inicial das reflexões filosóficas. Suas discussões se
prendem a Cosmologia, sendo a determinação da
physis (princípio eterno e imutável que se encontra na
origem da natureza e de suas transformações) ponto
crucial de toda formulação filosófica. Em tal contexto,
Leucipo e Demócrito afirmam ser a realidade percebida
pelos sentidos ilusória. Eles defendem que os sentidos
apenas capturam uma realidade superficial, mutável e
transitória que acreditamos ser verdadeira. Mesmo que
os sentidos apreendam “as mutações das coisas, no
fundo, os elementos primordiais que constituem essa
realidade jamais se alteram.” Assim, a realidade é uma
coisa e o real outra.
Para Leucipo e Demócrito a physis é composta
a) pelas quatro raízes: o úmido, o seco, o quente e o
frio.
b) pela água.
c) pelo fogo.
d) pelo ilimitado.
e) pelos átomos.
3
FILOSOFIA
10. (Uncisal 2012) No contexto da Filosofia Clássica,
Platão e Aristóteles possuem lugar de destaque. Suas
concepções, que se opõem, mas não se excluem, são
amplamente estudadas e debatidas devido à influência
que exerceram, e ainda exercem, sobre o pensamento
ocidental. Todavia é necessário salientar que o produto
dos seus pensamentos se insere em uma longa tradição
filosófica que remonta a Parmênides e Heráclito e que
influenciou, direta ou indiretamente, entre outros, os
racionalistas, empiristas, Kant e Hegel.
Observando o cerne da filosofia de Platão, assinale nas
opções abaixo aquela que se identifica corretamente
com suas concepções.
a) A dicotomia aristotélica (mundo sensível X mundo
inteligível) se opõe radicalmente as concepções de
caráter empírico defendidas por Platão.
b) A filosofia platônica é marcada pelo materialismo e
pragmatismo, afastando-se do misticismo e de
conceitos transcendentais.
c) Segundo Platão a verdade é obtida a partir da
observação das coisas, por meio da valorização do
conhecimento sensível.
d) Para Platão, a realidade material e o conhecimento
sensível são ilusórios.
e) As concepções platônicas negam veementemente a
validade do Inatismo.
11. (Uel 2012) Leia o texto a seguir.
No ethos (ética), está presente a razão profunda da
physis (natureza) que se manifesta no finalismo do
bem. Por outro lado, ele rompe a sucessão do mesmo
que caracteriza a physis como domínio da necessidade,
com o advento do diferente no espaço da liberdade
aberto pela práxis. Embora, enquanto
autodeterminação da práxis, o ethos se eleve sobre a
physis, ele reinstaura, de alguma maneira, a
necessidade de a natureza fixar-se na constância do
hábito.
(Adaptado de: VAZ, Henrique C. Lima. Escritos de
Filosofia II. Ética e Cultura. 3ª edição. São Paulo: Loyola.
Coleção Filosofia - 8, 2000, p.11-12.)
Com base no texto, é correto afirmar que a noção de
physis, tal como empregada por Aristóteles,
compreende:
a) A disposição da ação humana, que ordena a
natureza.
b) A finalidade ordenadora, que é inerente à própria
natureza.
c) A ordem da natureza, que determina o hábito das
ações humanas.
d) A origem da virtude articulada, segundo a
necessidade da natureza.
e) A razão matemática, que assegura ordem à natureza.
12. (Unioeste 2012) “É no plano político que a Razão,
na Grécia, primeiramente se exprimiu, constituiu-se e
formou-se. A experiência social pode tornar-se entre os
gregos o objeto de uma reflexão positiva, porque se
prestava, na cidade, a um debate público de
argumentos. O declínio do mito data do dia em que os
primeiros Sábios puseram em discussão a ordem
humana, procuraram defini-la em si mesma, traduzi-la
em fórmulas acessíveis a sua inteligência, aplicar-lhe a
norma do número e da medida. Assim se destacou e se
definiu um pensamento propriamente político, exterior
a religião, com seu vocabulário, seus conceitos, seus
princípios, suas vistas teóricas. Este pensamento
marcou profundamente a mentalidade do homem
antigo; caracteriza uma civilização que não deixou,
enquanto permaneceu viva, de considerar a vida
pública como o coroamento da atividade humana”.
Considerando a citação acima, extraída do livro As
origens do pensamento grego, de Jean Pierre Vernant,
e os conhecimentos da relação entre mito e filosofia, é
incorreto afirmar que
a) os filósofos gregos ocupavam-se das matemáticas e
delas se serviam para constituir um ideal de
pensamento que deveria orientar a vida pública do
homem grego.
b) a discussão racional dos Sábios que traduziu a ordem
humana em fórmulas acessíveis a inteligência
causou o abandono do mito e, com ele, o fim da
religião e a decorrente exclusividade do pensamento
racional na Grécia.
c) a atividade humana grega, desde a invenção da
política, encontrava seu sentido principalmente na
vida pública, na qual o debate de argumentos era
orientado por princípios racionais, conceitos e
vocabulário próprios.
d) a política, por valorizar o debate publico de
argumentos que todos os cidadãos podem
compreender e discutir, comunicar e transmitir, se
distancia dos discursos compreensíveis apenas pelos
iniciados em mistérios sagrados e contribui para a
constituição do pensamento filosófico orientado
pela Razão.
e) ainda que o pensamento filosófico prime pela
racionalidade, alguns filósofos, mesmo após o
declínio do pensamento mitológico, recorreram a
narrativas mitológicas para expressar suas ideias;
exemplo disso e o “Mito de Er” utilizado por Platão
para encerrar sua principal obra, A República.
13. (Unb 2012) No início do século XX, estudiosos
esforçaram-se em mostrar a continuidade, na Grécia
Antiga, entre mito e filosofia, opondo-se a teses
4
FILOSOFIA
anteriores, que advogavam a descontinuidade entre
ambos.
A continuidade entre mito e filosofia, no entanto, não
foi entendida univocamente. Alguns estudiosos, como
Cornford e Jaeger, consideraram que as perguntas
acerca da origem do mundo e das coisas haviam sido
respondidas pelos mitos e pela filosofia nascente, dado
que os primeiros filósofos haviam suprimido os
aspectos antropomórficos e fantásticos dos mitos.
Ainda no século XX, Vernant, mesmo aceitando certa
continuidade entre mito e filosofia, criticou seus
predecessores, ao rejeitar a ideia de que a filosofia
apenas afirmava, de outra maneira, o mesmo que o
mito. Assim, a discussão sobre a especificidade da
filosofia em relação ao mito foi retomada.
Considerando o breve histórico acima, concernente à
relação entre o mito e a filosofia nascente, assinale a
opção que expressa, de forma mais adequada, essa
relação na Grécia Antiga.
a) O mito é a expressão mais acabada da religiosidade
arcaica, e a filosofia corresponde ao advento da
razão liberada da religiosidade.
b) O mito é uma narrativa em que a origem do mundo
é apresentada imaginativamente, e a filosofia
caracteriza-se como explicação racional que retoma
questões presentes no mito.
c) O mito fundamenta-se no rito, é infantil, pré-lógico e
irracional, e a filosofia, também fundamentada no
rito, corresponde ao surgimento da razão na Grécia
Antiga.
d) O mito descreve nascimentos sucessivos, incluída a
origem do ser, e a filosofia descreve a origem do ser
a partir do dilema insuperável entre caos e medida.
14. (Unicentro 2012) A passagem do Mito ao Logos na
Grécia antiga foi fruto de um amadurecimento lento e
processual. Por muito tempo, essas duas maneiras de
explicação do real conviveram sem que se traçasse um
corte temporal mais preciso. Com base nessa
afirmativa, é correto afirmar:
a) O modo de vida fechado do povo grego facilitou a
passagem do Mito ao Logos.
b) A passagem do Mito ao Logos, na Grécia, foi
responsabilidade dos tiranos de Siracusa.
c) A economia grega estava baseada na
industrialização, e isso facilitou a passagem do Mito
ao Logos.
d) O povo grego antigo, nas viagens, se encontrava com
outros povos com as mesmas preocupações e
culturas, o que contribuiu para a passagem do Mito
ao Logos.
e) A atividade comercial e as constantes viagens
oportunizaram a troca de
informações/conhecimentos, a
observação/assimilação dos modos de vida de
outros povos, contribuindo, assim, de modo
decisivo, para a construção da passagem do Mito ao
Logos.
15. (Uncisal 2012) O conhecimento mítico apresenta
características próprias que o diferencia de outros
modos de conhecer. Ele invariavelmente se vincula ao
conhecimento religioso, mas conserva suas funções
especificas: acomodar e tranquilizar o homem em meio
a um mundo caótico e hostil. Nas sociedades em que
ele se apresenta como um modo válido de explicação
da realidade assume uma abrangência tamanha que
determina a totalidade da vida, tanto no âmbito
público como privado. Com referência ao
conhecimento mítico, é incorreto afirmar que
a) a adesão ao conhecimento mítico ocorre sem
necessidade de demonstração, apenas se aceita a
autoridade do narrador.
b) as explicações oferecidas pelo conhecimento mítico
essencialmente são de natureza cosmogônica.
c) as representações sobrenaturais são utilizadas no
intuito de explicar os fenômenos naturais.
d) a narrativa mítica faz uso de uma linguagem
simbólica e imaginária.
e) se pauta na reflexão, apresentando a racionalidade e
a cosmologia como componentes definidores do seu
modo próprio de ser.
16. (Unesp 2012) Aedo e adivinho têm em comum um
mesmo dom de “vidência”, privilégio que tiveram de
pagar pelo preço dos seus olhos. Cegos para a luz, eles
veem o invisível. O deus que os inspira mostra-lhes, em
uma espécie de revelação, as realidades que escapam
ao olhar humano. Sua visão particular age sobre as
partes do tempo inacessíveis às criaturas mortais: o
que aconteceu outrora, o que ainda não é.
(Jean-Pierre Vernant. Mito e pensamento entre os
gregos, 1990. Adaptado.)
O texto refere-se à cultura grega antiga e menciona,
entre outros aspectos,
a) o papel exercido pelos poetas, responsáveis pela
transmissão oral das tradições, dos mitos e da
memória.
b) a prática da feitiçaria, estimulada especialmente nos
períodos de seca ou de infertilidade da terra.
c) o caráter monoteísta da sociedade, que impedia a
difusão dos cultos aos deuses da tradição clássica.
d) a forma como a história era escrita e lida entre os
povos da península balcânica.
e) o esforço de diferenciar as cidades-estados e
reforçar o isolamento e a autonomia em que viviam.
5
FILOSOFIA
17. (Uff 2012) A grande contribuição de Tomás de
Aquino para a vida intelectual foi a de valorizar a
inteligência humana e sua capacidade de alcançar a
verdade por meio da razão natural, inclusive a respeito
de certas questões da religião.
Discorrendo sobre a “possibilidade de descobrir a
verdade divina”, ele diz que há duas modalidades de
verdade acerca de Deus. A primeira refere-se a
verdades da revelação que a razão humana não
consegue alcançar, por exemplo, entender como é
possível Deus ser uno e trino. A segunda modalidade é
composta de verdades que a razão pode atingir, por
exemplo, que Deus existe.
A partir dessa citação, indique a afirmativa que melhor
expressa o pensamento de Tomás de Aquino.
a) A fé é o único meio do ser humano chegar à verdade.
b) O ser humano só alcança o conhecimento graças à
revelação da verdade que Deus lhe concede.
c) Mesmo limitada, a razão humana é capaz de alcançar
certas verdades por seus meios naturais.
d) A Filosofia é capaz de alcançar todas as verdades
acerca de Deus.
e) Deus é um ser absolutamente misterioso e o ser
humano nada pode conhecer d’Ele.
18. (Ueg 2012) Durante seu reinado, Carlos Magno
buscou reverter o quadro de estagnação cultural
gerado pelas invasões bárbaras, quando muito do
conhecimento da Antiguidade clássica havia se perdido.
Reuniu então, com o apoio da Igreja, grandes sábios
que deveriam transmitir sua sabedoria nas escolas da
época. Esses grandes mestres foram chamados
scholasticos. As matérias ensinadas por eles nas escolas
medievais eram chamadas de artes liberais e foram
divididas em
a) fé e razão.
b) matemática e gramática.
c) trívio e quadrívio.
d) teologia e filosofia.
19. (Uncisal 2012) A filosofia de Santo Agostinho é
essencialmente uma fusão das concepções cristãs com
o pensamento platônico. Subordinando a razão à fé,
Agostinho de Hipona afirma existirem verdades
superiores e inferiores, sendo as primeiras
compreendidas a partir da ação de Deus. Como se
chama a teoria agostiniana que afirma ser a ação de
Deus que leva o homem a atingir as verdades
superiores?
a) Teoria da Predestinação.
b) Teoria da Providência.
c) Teoria Dualista.
d) Teoria da Emanação.
e) Teoria da Iluminação.
20. (Unisc 2012) Nas suas Meditações, o filósofo
estoico Marco Aurélio escreveu:
“Na vida de um homem, sua duração é um
ponto, sua essência, um fluxo, seus sentidos, um
turbilhão, todo o seu corpo, algo pronto a apodrecer,
sua alma, inquietude, seu destino, obscuro, e sua fama,
duvidosa. Em resumo, tudo o que é relativo ao corpo é
como o fluxo de um rio, e, quanto á alma, sonhos e
fluidos, a vida é uma luta, uma breve estadia numa
terra estranha, e a reputação, esquecimento. O que
pode, portanto, ter o poder de guiar nossos passos?
Somente uma única coisa: a Filosofia. Ela consiste em
abster-nos de contrariar e ofender o espírito divino que
habita em nós, em transcender o prazer e a dor, não
fazer nada sem propósito, evitar a falsidade e a
dissimulação, não depender das ações dos outros,
aceitar o que acontece, pois tudo provém de uma
mesma fonte e, sobretudo, aguardar a morte com
calma e resignação, pois ela nada mais é que a
dissolução dos elementos pelos quais são formados
todos os seres vivos. Se não há nada de terrível para
esses elementos em sua contínua transformação, por
que, então, temer as mudanças e a dissolução do
todo?”
Considere as seguintes afirmativas sobre esse texto:
I. Marco Aurélio nos diz que a morte é um grande mal.
II. Segundo Marco Aurélio, devemos buscar a fama, a
riqueza e o prazer.
III. Segundo Marco Aurélio, conseguindo fama,
podemos transcender a finitude da vida humana.
IV. Para Marco Aurélio, a filosofia é valiosa porque nos
permite compreender que a morte é parte de um
processo da natureza e assim evita que nos
angustiemos por ela.
V. Para Marco Aurélio, só a fé em Deus e em Cristo
pode libertar o homem do temor da morte.
VI. Para Marco Aurélio, o homem participa de uma
realidade divina.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e V estão corretas.
b) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.
c) Somente as afirmativas IV e VI estão corretas.
d) Todas as afirmativas estão corretas.
e) Somente a afirmativa IV está correta.
21. (Unioeste 2012) “A excelência moral, então, é uma
disposição da alma relacionada com a escolha de ações
e emoções, disposição esta consistente num meio-
termo (o meio-termo relativo a nós) determinado pela
6
FILOSOFIA
razão (a razão graças à qual um homem dotado de
discernimento o determinaria)”.
Aristóteles
Sobre o pensamento ético de Aristóteles e o texto
acima, seguem as seguintes afirmativas:
I. A virtude é uma paixão consistente num meio-termo
entre dois extremos.
II. A ação virtuosa, por estar relacionada com a escolha,
é praticada de modo involuntário e inconsciente.
III. A virtude é uma disposição da alma relacionada com
escolha e discernimento.
IV. A virtude é um meio-termo absoluto, determinado
pela razão.
V. A virtude é um extremo determinado pela razão e
pelas paixões de um homem dotado de
discernimento.
Das afirmativas feitas acima
a) somente a afirmação I está correta.
b) somente a afirmação III está correta.
c) as afirmações II e III estão corretas.
d) as afirmações III e IV estão corretas.
e) as afirmações IV e V estão corretas.
22. (Ufsj 2012) Sobre a ética na Antiguidade, é
CORRETO afirmar que
a) o ideal ético perseguido pelo estoicismo era um
estado de plena serenidade para lidar com os
sobressaltos da existência.
b) os sofistas afirmavam a normatização e verdades
universalmente válidas.
c) Platão, na direção socrática, defendeu a necessidade
de purificação da alma para se alcançar a ideia de
bem.
d) Sócrates repercutiu a ideia de uma ética intimista
voltada para o bem individual, que, ao ser exercida,
se espargiria por todos os homens.
23. (Unisc 2012) Na obra de Aristóteles, a Ética é uma
ciência prática, concepção distinta da de Platão,
referida a um tipo de saber voltado à ação. Na Ética a
Nicômaco, Aristóteles destaca uma excelência moral
determinante para a constituição de uma vida virtuosa.
Esta excelência moral tão importante é
a) a coragem.
b) a retórica.
c) a verdade.
d) a prudência ou moderação.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
24. (Ufu 2012) Leia o trecho abaixo, que se encontra
na Apologia de Sócrates de Platão e traz algumas das
concepções filosóficas defendidas pelo seu mestre.
Com efeito, senhores, temer a morte é o mesmo que se
supor sábio quem não o é, porque é supor que sabe o
que não sabe. Ninguém sabe o que é a morte, nem se,
porventura, será para o homem o maior dos bens;
todos a temem, como se soubessem ser ela o maior
dos males. A ignorância mais condenável não é essa de
supor saber o que não se sabe?
Platão, A Apologia de Sócrates, 29 a-b, In. HADOT, P. O
que é a Filosofia Antiga? São Paulo: Ed. Loyola, 1999, p.
61.
Com base no trecho acima e na filosofia de Sócrates,
assinale a alternativa INCORRETA.
a) Sócrates prefere a morte a ter que renunciar a sua
missão, qual seja: buscar, por meio da filosofia, a
verdade, para além da mera aparência do saber.
b) Sócrates leva o seu interlocutor a examinar-se,
fazendo-o tomar consciência das contradições que
traz consigo.
c) Para Sócrates, pior do que a morte é admitir aos
outros que nada se sabe. Deve-se evitar a ignorância
a todo custo, ainda que defendendo uma opinião
não devidamente examinada.
d) Para Sócrates, o verdadeiro sábio é aquele que,
colocado diante da própria ignorância, admite que
nada sabe. Admitir o não-saber, quando não se sabe,
define o sábio, segundo a concepção socrática.
25. (Unioeste 2012) O que há em comum entre Tales,
Anaximandro e Anaxímenes de Mileto, entre Xenófanes
de Colofão e Pitágoras de Samos? “Todos esses
pensadores propõem uma explicação racional do
mundo, e isso é uma reviravolta decisiva na história do
pensamento” (Pierre Hadot).
Com base no texto e nos conhecimentos sobre as
relações entre mito e filosofia, seguem as seguintes
proposições:
I. Os filósofos pré-socráticos são conhecidos como
filósofos da physis porque as explicações racionais do
mundo por eles produzidas apresentam não apenas o
início, o princípio, mas também o desenvolvimento e
o resultado do processo pelo qual uma coisa se
constitui.
II. Os filósofos pré-socráticos não foram os primeiros a
tratarem da origem e do desenvolvimento do
universo, antes deles já existiam cosmogonias, mas
estas eram de tipo mítico, descreviam a história do
mundo como uma luta entre entidades
personificadas.
7
FILOSOFIA
III. As explicações racionais do mundo elaboradas pelos
pré-socráticos seguem o mesmo esquema ternário
que estruturava as cosmogonias míticas na medida
em que também propõem uma teoria da origem do
mundo, do homem e da cidade.
IV. O nascimento das explicações racionais do mundo
são também o surgimento de uma nova ordem do
pensamento, complementar ao mito; em certos
momentos decisivos da história da filosofia as duas
ordens de pensamento chegam a coexistir, exemplo
disso pode ser encontrado no diálogo platônico
Timeu quando, na apresentação do “mito mais
verossímil”, a figura mítica do Demiurgo é
introduzida para explicar a produção do mundo.
V. Tales de Mileto, um dos Sete Sábios, além de
matemático e físico é considerado filósofo – o
fundador da filosofia, segundo Aristóteles – porque
em sua proposição “A água é a origem e a matriz de
todas as coisas” está contida a proposição “Tudo é
um”, ou seja, a representação de unidade.
Assinale a alternativa correta.
a) As proposições III e IV estão incorretas.
b) Somente as proposições I e II estão corretas.
c) Apenas a proposição IV está incorreta.
d) Todas as proposições estão incorretas.
e) Todas as proposições estão corretas.
26. (Enem 2012) Para Platão, o que havia de
verdadeiro em Parmênides era que o objeto de
conhecimento é um objeto de razão e não de sensação,
e era preciso estabelecer uma relação entre objeto
racional e objeto sensível ou material que privilegiasse
o primeiro em detrimento do segundo. Lenta, mas
irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-se em
sua mente.
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da
filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012 (adaptado).
O texto faz referência à relação entre razão e sensação,
um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão
(427–346 a.C.). De acordo com o texto, como Platão se
situa diante dessa relação?
a) Estabelecendo um abismo intransponível entre as
duas.
b) Privilegiando os sentidos e subordinando o
conhecimento a eles.
c) Atendo-se à posição de Parmênides de que razão e
sensação são inseparáveis.
d) Afirmando que a razão é capaz de gerar
conhecimento, mas a sensação não.
e) Rejeitando a posição de Parmênides de que a
sensação é superior à razão.
27. (Ufu 2012) A teologia natural, segundo Tomás de
Aquino (1225-1274), é uma parte da filosofia, é a parte
que ele elaborou mais profundamente em sua obra e
na qual ele se manifesta como um gênio
verdadeiramente original. Se se trata de física, de
fisiologia ou dos meteoros, Tomás é simplesmente
aluno de Aristóteles, mas se se trata de Deus, da
origem das coisas e de seu retorno ao Criador, Tomás é
ele mesmo. Ele sabe, pela fé, para que limite se dirige,
contudo, só progride graças aos recursos da razão.
GILSON, Etienne. A Filosofia na Idade Média, São Paulo:
Martins Fontes, 1995, p. 657.
De acordo com o texto acima, é correto afirmar que
a) a obra de Tomás de Aquino é uma mera repetição da
obra de Aristóteles.
b) Tomás parte da revelação divina (Bíblia) para
entender a natureza das coisas.
c) as verdades reveladas não podem de forma alguma
ser compreendidas pela razão humana.
d) é necessário procurar a concordância entre razão e
fé, apesar da distinção entre ambas.
28. (Ufu 2012) Em primeiro lugar, é claro que, com a
expressão “ser segundo a potência e o ato”, indicam-se
dois modos de ser muito diferentes e, em certo
sentido, opostos. Aristóteles, de fato, chama o ser da
potência até mesmo de não-ser, no sentido de que,
com relação ao ser-em-ato, o ser-em-potência é não-
ser-em-ato.
REALE, Giovanni. História da Filosofia Antiga. Vol. II.
Trad. de Henrique Cláudio de Lima Vaz e Marcelo
Perine. São Paulo: Loyola, 1994, p. 349.
A partir da leitura do trecho acima e em conformidade
com a Teoria do Ato e Potência de Aristóteles, assinale
a alternativa correta.
a) Para Aristóteles, ser-em-ato é o ser em sua
capacidade de se transformar em algo diferente dele
mesmo, como, por exemplo, o mármore (ser-em-
ato) em relação à estátua (ser-em-potência).
b) Segundo Aristóteles, a teoria do ato e potência
explica o movimento percebido no mundo sensível.
Tudo o que possui matéria possui potencialidade
(capacidade de assumir ou receber uma forma
diferente de si), que tende a se atualizar (assumindo
ou recebendo aquela forma).
c) Para Aristóteles, a bem da verdade, existe apenas o
ser-em-ato. Isto ocorre porque o movimento
verificado no mundo material é apenas ilusório, e o
que existe é sempre imutável e imóvel.
d) Segundo Aristóteles, o ato é próprio do mundo
sensível (das coisas materiais) e a potência se
8
FILOSOFIA
encontra tão-somente no mundo inteligível,
apreendido apenas com o intelecto.
29. (Enem 2012) TEXTO I
Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento
originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que
outras coisas provêm de sua descendência. Quando o
ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os
ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a
partir do ar por feltragem e, ainda mais condensadas,
transformam-se em água. A água, quando mais
condensada, transforma-se em terra, e quando
condensada ao máximo possível, transforma-se em
pedras.
BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro:
PUC-Rio, 2006 (adaptado).
TEXTO II
Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus,
como criador de todas as coisas, está no princípio do
mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos
apresentam, em face desta concepção, as especulações
contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se
origina, ou de algum dos quatro elementos, como
ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga
Demócrito. Na verdade, dão a impressão de quererem
ancorar o mundo numa teia de aranha”.
GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã.
São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado).
Filósofos dos diversos tempos históricos
desenvolveram teses para explicar a origem do
universo, a partir de uma explicação racional. As teses
de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio,
filósofo medieval, têm em comum na sua
fundamentação teorias que
a) eram baseadas nas ciências da natureza.
b) refutavam as teorias de filósofos da religião.
c) tinham origem nos mitos das civilizações antigas.
d) postulavam um princípio originário para o mundo.
e) defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas.
30. (Ufu 2012) Na medida em que o Cristianismo se
consolidava, a partir do século II, vários pensadores,
convertidos à nova fé e, aproveitando-se de elementos
da filosofia greco-romana que eles conheciam bem,
começaram a elaborar textos sobre a fé e a revelação
cristãs, tentando uma síntese com elementos da
filosofia grega ou utilizando-se de técnicas e conceitos
da filosofia grega para melhor expor as verdades
reveladas do Cristianismo. Esses pensadores ficaram
conhecidos como os Padres da Igreja, dos quais o mais
importante a escrever na língua latina foi santo
Agostinho.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos de Filosofia: Ser, Saber
e Fazer. São Paulo: Saraiva, 1996, p. 128. (Adaptado)
Esse primeiro período da filosofia medieval, que durou
do século II ao século X, ficou conhecido como
a) Escolástica.
b) Neoplatonismo.
c) Antiguidade tardia.
d) Patrística.
31. (Uenp 2011) Mario Quintana, no poema “As
coisas”, traduziu o sentimento comum dos primeiros
filósofos da seguinte maneira: “O encanto sobrenatural
que há nas coisas da Natureza! [...] se nelas algo te dá
encanto ou medo, não me digas que seja feia ou má, é,
acaso, singular”. Os primeiros filósofos da antiguidade
clássica grega se preocupavam com:
a) Cosmologia, estudando a origem do Cosmos,
contrapondo a tradição mitológica das narrativas
cosmogônicas e teogônicas.
b) Política, discutindo as formas de organização da polis
e estabelecendo as regras da democracia.
c) Ética, desenvolvendo uma filosofia dos valores e da
vida virtuosa.
d) Epistemologia, procurando estabelecer as origens e
limites do conhecimento verdadeiro.
e) Ontologia, construindo uma teoria do ser e do
substrato da realidade.
32. (Ueap 2011) ...que é e que não é possível que não
seja,/ é a vereda da Persuasão (porque acompanha a
Verdade); o outro diz que não é e que é preciso que não
seja,/ eu te digo que esta é uma vereda em que nada se
pode aprender. De fato, não poderias conhecer o que
não é, porque tal não é fatível./ nem poderia expressá-
lo.
(Nicola, Ubaldo. Antologia ilustrada de Filosofia.
Editora Globo, 2005.)
O texto anterior expressa o pensamento de qual
filósofo?
a) Aristóteles, que estabelecia a distinção entre o
mundo sensível e o inteligível.
b) Heráclito de Éfeso, que afirmava a unidade entre
pensamento e realidade.
c) Tales de Mileto, que afirmava ser a água o princípio
de todas as coisas.
d) Parmênides de Eleia, que afirmava a imutabilidade
de todas as coisas e a unidade entre ser e pensar, ser
e conhecimento.
9
FILOSOFIA
e) Protágoras, que afirmava que o homem é a medida
de todas as coisas, que o ser é e o não ser não é.
33. (Uenp 2011) Platão foi um dos filósofos que mais
influenciaram a cultura ocidental. Para ele, a filosofia
tem um fim prático e é capaz de resolver os grandes
problemas da vida. Considera a alma humana
prisioneira do corpo, vivendo como se fosse um
peregrino em busca do caminho de casa. Para tanto,
deveria transpor os limites do corpo e contemplar o
inteligível. Assinale a alternativa correta.
a) A teoria das ideias não pode ser considerada uma
chave de leitura aplicável a todo pensamento
platônico.
b) Como Sócrates, Platão desenvolveu uma ética
racionalista que desconsiderava a vontade como
elemento fundamental entre os motivadores da
ação. Ele acreditava que o conhecimento do bem era
suficiente para motivar a conduta de acordo com
essa ideia (agir bem).
c) Platão propõe um modelo de organização política da
sociedade que pode ser considerado estamental e
antidemocrático. Para ele, o governo não deveria se
pautar pelo princípio da maioria. As almas têm
natureza diversa, de acordo com sua composição,
isso faz com que os homens devam ser distribuídos
de acordo com essa natureza, divididos em grupos
encarregados do governo, do controle e do
abastecimento da polis.
d) Platão chamava o conhecimento da verdade de doxa
e o contrapõe a uma outra forma de conhecimento
(inferior) denominada episteme.
e) Para Platão, a essência das coisas é dada a partir da
análise de suas causas material e final.
34. (Uel 2011) Leia o texto a seguir.
Para esclarecer o que seja a imitação, na
relação entre poesia e o Ser, no Livro X de A República,
Platão parte da hipótese das ideias, as quais designam
a unidade na pluralidade, operada pelo pensamento.
Ele toma como exemplo o carpinteiro que, por sua arte,
cria uma mesa, tendo presente a ideia de mesa, como
modelo. Entretanto, o que ele produz é a mesa e não a
sua ideia. O poeta pertence à mesma categoria: cria um
mundo de mera aparência.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria
das ideias de Platão, é correto afirmar:
a) Deus é o criador último da ideia, e o artífice,
enquanto co-participante da criação divina, alcança
a verdadeira causa das coistas a partir do reflexo da
ideia ou do simulacro que produz.
b) A participação das coisas às ideias permite admitir as
realidades sensíveis como as causas verdadeiras
acessíveis à razão.
c) Os poetas são imitadores de simulacros e por
intermédio da imitação não alcançam o
conhecimento das ideias como verdadeiras causas
de todas as coisas.
d) As coisas belas se explicam por seus elementos
físicos, como a cor e a figura, e na materialidade
deles encontram sua verdade: a beleza em si e por
si.
e) A alma humana possui a mesma natureza das coisas
sensíveis, razão pela qual se torna capaz de conhecê-
las como tais na percepção de sua aparência.
35. (Uenp 2011) As discussões iniciais sobre Lógica
foram organizadas por Aristóteles no texto conhecido
como “Organon”, onde o filósofo sistematiza e
problematiza algumas das afirmações que tinham sido
feitas pelos pré-socráticos (Parmênides, Heráclito) e
por Platão. Sobre a lógica aristotélica é incorreto
afirmar:
a) Aristóteles considera que a dialética não é um
procedimento seguro para o pensamento, tendo em
vista posições contrárias de debatedores, e a escolha
de uma opinião contra a outra não garante chegar à
essência da coisa investigada, por isso sugere a
substituição da dialética pela lógica.
b) Entre as principais diferenças que existem entre a
lógica aristotélica e a dialética platônica estão: a
primeira é um instrumento para o conhecer que
antecede o exercício do pensamento e da
linguagem; a segunda é um modo de conhecer e
pressupõe a aplicação imediata do pensamento e da
linguagem.
c) A lógica aristotélica é um instrumento para trabalhar
os contrários, e as contradições para superá-los e
chegar ao conhecimento da essência das coisas e da
realidade.
d) A lógica aristotélica sistematiza alguns princípios e
procedimentos que devem ser empregados nos
raciocínios para a produção de conhecimentos
universais e necessários.
e) Contemporaneamente não se pode considerar a
lógica aristotélica como plenamente formal, tendo
em vista que Aristóteles não afasta por completo os
conteúdos pensados, para ficar com formas vazias
(como se faz na lógica puramente formal). Embora
tenha avançado no sentido da lógica formal, se
comparada com a dialética platônica, que dependia
absolutamente do conteúdo dos juízos.
36. (Ueg 2011) Em meados do século IV a.C., Alexandre
Magno assumiu o trono da Macedônia e iniciou uma
série de conquistas e, a partir daí, construiu um vasto
10
FILOSOFIA
império que incluía, entre outros territórios, a Grécia.
Essa dominação só teve fim com o desenvolvimento de
outro império, o romano. Esse período ficou conhecido
como helenístico e representou uma transformação
radical na cultura grega. Nessa época, um pensador
nascido em Élis, chamado Pirro, defendia os
fundamentos do ceticismo. Ele fundou uma escola
filosófica que pregava a ideia de que:
a) seria impossível conhecer a verdade.
b) seria inadmissível permanecer na mera opinião.
c) os princípios morais devem ser inferidos da natureza.
d) os princípios morais devem basear-se na busca pelo
prazer.
37. (Ufsj 2011) Sobre o ceticismo, é CORRETO afirmar
que
a) os céticos buscaram uma mediação entre “o ser” e o
“poder-ser”.
b) o ceticismo relativo tem no subjetivismo e no
relativismo doutrinas manifestamente apoiadas em
seu princípio maior: toda interatividade possível.
c) Protágoras (séc. V a.C.), relativista, afirmou que “o
Homem só entende a natureza porque o
conhecimento emana dela e nela se instala”.
d) Górgias (485-380 a.C.) e Pirro (365-275 a.C.) são
apontados como possíveis fundadores do ceticismo
absoluto.
38. (Ifsp 2011) Comparando-se mito e filosofia, é
correto afirmar o seguinte:
a) A autoridade do mito depende da confiança
inspirada pelo narrador, ao passo que a autoridade
da filosofia repousa na razão humana, sendo
independente da pessoa do filósofo.
b) Tanto o mito quanto a filosofia se ocupam da
explicação de realidades passadas a partir da
interação entre forças naturais personalizadas,
criando um discurso que se aproxima do da história
e se opõe ao da ciência.
c) Enquanto a função do mito é fornecer uma
explicação parcial da realidade, limitando-se ao
universo da cultura grega, a filosofia tem um caráter
universal, buscando respostas para as inquietações
de todos os homens.
d) Mito e filosofia dedicam-se à busca pelas verdades
absolutas e são, em essência, faces distintas do
mesmo processo de conhecimento que culminou
com o desenvolvimento do pensamento científico.
e) A filosofia é a negação do mito, pois não aceita
contradições ou fabulações, admitindo apenas
explicações que possam ser comprovadas pela
observação direta ou pela experiência.
39. (Unimontes 2011) A passagem da mentalidade
mítica para o pensamento racional e filosófico foi
gestada por fatores considerados relevantes para a
construção de uma nova mentalidade. Algumas
novidades do período arcaico ajudaram a transformar a
visão que o mito oferecia sobre o mundo e a existência
humana. Nesse aspecto, são todos fatores relevantes:
a) a invenção da escrita e da moeda, a lei escrita e a
imprensa.
b) a invenção da escrita e do telefone, a lei escrita e o
nascimento da pólis.
c) a invenção da escrita e da moeda, a lei escrita e o
nascimento da pólis.
d) a invenção da escrita e da religião, a lei escrita e o
nascimento da pólis.
40. (Unimontes 2011) Para Jean-Pierre Vernant,
helenista e pensador francês, o nascimento da pólis
(por volta dos séculos VIII e VII a.C) é um
acontecimento decisivo que “marca um começo, uma
verdadeira invenção”, por provocar grandes alterações
na vida social e nas relações humanas. A transformação
da pólis muito se deve aos legisladores que sinalizaram
uma nova era. Foram importantes os três legisladores
constantes da alternativa
a) Drácon, Sólon e Clístenes.
b) Homero, Sólon e Clístenes.
c) Drácon, Sólon e Homero.
d) Drácon, Homero e Clístenes.
41. (Ueg 2011) No século V a.C., Atenas vivia o auge de
sua democracia. Nesse mesmo período, os teatros
estavam lotados, afinal, as tragédias chamavam cada
vez mais a atenção. Outro aspecto importante da
civilização grega da época eram os discursos proferidos
na ágora. Para obter a aprovação da maioria, esses
pronunciamentos deveriam conter argumentos sólidos
e persuasivos. Nesse caso, alguns cidadãos procuravam
aperfeiçoar sua habilidade de discursar. Isso favoreceu
o surgimento de um grupo de filósofos que dominavam
a arte da oratória. Esses filósofos vinham de diferentes
cidades e ensinavam sua arte em troca de pagamento.
Eles foram duramente criticados por Sócrates e são
conhecidos como
a) maniqueístas.
b) hedonistas.
c) epicuristas.
d) sofistas.
42. (Uenp 2011) Julgue as afirmações sobre a filosofia
helenista.
I. É o último período da filosofia antiga, quando a polis
grega desaparece em razão de invasões sucessivas,
por persas e romanos, sendo substituída pela
11
FILOSOFIA
cosmopolis, categoria de referência que altera a
percepção de mundo do grego, principalmente no
tocante à dimensão política.
II. É um período constituído por grandes sistemas e
doutrinas que apresentam explicações totalizantes
da natureza, do homem, concentrando suas
especulações no campo da filosofia prática,
principalmente da ética.
III. Surgem nesse período a filosofia estoica, o
epicurismo, o ceticismo e o neoplatonismo.
Estão corretas as afirmativas:
a) Todas elas.
b) Apenas I e II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) Apenas I.
43. (Ufu 2011) Considere o seguinte texto sobre Tomás
de Aquino (1226-1274).
Fique claro que Tomás não aristoteliza o cristianismo,
mas cristianiza Aristóteles. Fique claro que ele nunca
pensou que, com a razão se pudesse entender tudo;
não, ele continuou acreditando que tudo se
compreende pela fé: só quis dizer que a fé não estava
em desacordo com a razão, e que, portanto, era
possível dar-se ao luxo de raciocinar, saindo do
universo da alucinação.
Eco, Umberto. “Elogio de santo Tomás de Aquino”. In:
Viagem na irrealidade cotidiana, p.339.
É correto afirmar, segundo esse texto, que:
a) Tomás de Aquino, com a ajuda da filosofia de
Aristóteles, conseguiu uma prova científica para as
certezas da fé, por exemplo, a existência de Deus.
b) Tomás de Aquino se empenha em mostrar os erros
da filosofia de Aristóteles para mostrar que esta
filosofia é incompatível com a doutrina cristã.
c) o estudo da filosofia de Aristóteles levou Tomás de
Aquino a rejeitar as verdades da fé cristã que não
fossem compatíveis com a razão natural.
d) a atitude de Tomás de Aquino diante da filosofia de
Aristóteles é de conciliação desta filosofia com as
certezas da fé cristã.
44. (Ufu 2011) Segundo o texto abaixo, de Agostinho
de Hipona (354-430 d. C.), Deus cria todas as coisas a
partir de modelos imutáveis e eternos, que são as
ideias divinas. Essas ideias ou razões seminais, como
também são chamadas, não existem em um mundo à
parte, independentes de Deus, mas residem na própria
mente do Criador,
[...] a mesma sabedoria divina, por quem
foram criadas todas as coisas, conhecia aquelas
primeiras, divinas, imutáveis e eternas razões de todas
as coisas, antes de serem criadas [...].
Sobre o Gênese, V
Considerando as informações acima, é correto afirmar
que se pode perceber:
a) que Agostinho modifica certas ideias do cristianismo
a fim de que este seja concordante com a filosofia
de Platão, que ele considerava a verdadeira.
b) uma crítica radical à filosofia platônica, pois esta é
contraditória com a fé cristã.
c) a influência da filosofia platônica sobre Agostinho,
mas esta é modificada a fim de concordar com a
doutrina cristã.
d) uma crítica violenta de Agostinho contra a filosofia
em geral.
45. (Ueg 2011) “A casa de Deus, que cremos ser uma,
está, pois, dividida em três: uns oram, outros
combatem, e outros, enfim, trabalham.”
BISPO ADALBERON DE LAON, século XI, apud LE GOFF,
Jacques. A civilização do ocidente medieval. Lisboa:
Editorial Estampa, 1984. p. 45-46.
A sociedade do período medievo possuía como uma de
suas características a estrutura social extremamente
rígida e segmentada. A sociedade dos homens era um
reflexo da sociedade divina. Essa estrutura é uma
herança da filosofia
a) patrística, de Santo Agostinho.
b) escolástica, de Abelardo.
c) racionalista, de Platão.
d) dialética, de Hegel.
46. (Uncisal 2011) Uma das preocupações de certa
escola filosófica consistiu em provar que as ideias
platônicas ou os gêneros e espécies aristotélicos são
substâncias reais, criadas pelo intelecto e vontade de
Deus, existindo na mente divina. Reflexões dessa
natureza foram realizadas majoritariamente no período
da história da filosofia:
a) pré-socrático.
b) antigo.
c) medieval.
d) moderno.
e) contemporâneo.
47. (Uel 2011) Leia o texto a seguir.
Platão, em A República, tem como objetivo
principal investigar a natureza da justiça, inerente à
alma, que, por sua vez, manifesta-se como protótipo do
12
FILOSOFIA
Estado ideal. Os fundamentos do pensamento ético-
político de Platão decorrem de uma correlação
estrutural com constituição tripartite da alma humana.
Assim, concebe uma organização social ideal que
permite assegurar a justiça. Com base neste contexto,
o foco da crítica às narrativas poéticas, nos livros II e III,
recai sobre a cidade e o tema fundamental da
educação dos governantes.
No Livro X, na perspectiva da defesa de seu
projeto ético-político para a cidade fundamentada em
um logos crítico e reflexivo que redimensiona o papel
da poesia, o foco desta crítica se desloca para o
indivíduo ressaltando a relação com a alma,
compreendida em três partes separadas, segundo
Platão: a racional, a apetitiva e a irascível.
Com base no texto e na crítica de Platão ao caráter
mimético das narrativas poéticas e sua relação com a
alma humana, é correto afirmar:
a) A parte racional da alma humana, considerada
superior e responsável pela capacidade de pensar, é
elevada pela natureza mimética da poesia à
contemplação do Bem.
b) O uso da mímesis nas narrativas poéticas para
controlar e dominar a parte irascível da alma é
considerado excelente prática propedêutica na
formação ética do cidadão.
c) A poesia imitativa, reconhecida como fonte de
racionalidade e sabedoria, deve ser incorporada ao
Estado ideal que se pretende fundar.
d) O elemento mimético cultivado pela poesia é
justamente aquele que estimula, na alma humana,
os elementos irracionais: os instintos e as paixões.
e) A reflexividade crítica presente nos elementos
miméticos das narrativas poéticas permite ao
indivíduo alcançar a visão das coisas como
realmente são.
48. (Uel 2011) Leia o texto a seguir.
A virtude é, pois, uma disposição de caráter
relacionada com a escolha e consiste numa mediania,
isto é, a mediania relativa a nós, a qual é determinada
por um princípio racional próprio do homem dotado de
sabedoria prática.
(Aristóteles. Ética a Nicômaco. Trad. de Leonel
Vallandro e Gerd Bornheim. São Paulo: Abril Cultural,
1973. Livro II, p. 273.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a
situada ética em Aristóteles, pode-se dizer que a
virtude ética
a) reside no meio termo, que consiste numa escolha
situada entre o excesso e a falta.
b) implica na escolha do que é conveniente no excesso
e do que é prazeroso na falta.
c) consiste na eleição de um dos extremos como o mais
adequado, isto é, ou o excesso ou a falta.
d) pauta-se na escolha do que é mais satisfatório em
razão de preferências pragmáticas.
e) baseia-se no que é mais prazeroso em sintonia com
o fato de que a natureza é que nos torna mais
perfeitos.
49. (Ifsp 2011) “– Mas escuta, a ver se eu digo bem. O
princípio que de entrada estabelecemos que devia
observar-se em todas as circunstâncias, quando
fundamos a cidade, esse princípio é, segundo me
parece, ou ele ou uma das suas formas, a justiça. Ora
nós estabelecemos, segundo suponho, e repetimo-lo
muitas vezes, se bem te lembras, que cada um deve
ocupar-se de uma função na cidade, aquela para qual a
sua natureza é mais adequada.”
(PLATÃO. A República. Trad. de Maria Helena da Rocha
Pereira. 7 ed. Lisboa: Calouste-Gulbenkian, 2001, p.
185.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a
concepção platônica de justiça, na cidade ideal, assinale
a alternativa correta.
a) Para Platão, a cidade ideal é a cidade justa, ou seja, a
que respeita o princípio de igualdade natural entre
todos os seres humanos, concedendo a todos os
indivíduos os mesmos direitos perante a lei.
b) Platão defende que a democracia é fundamento
essencial para a justiça, uma vez que permite a
todos os cidadãos o exercício direto do poder.
c) Na cidade ideal platônica, a justiça é o resultado
natural das ações de cada indivíduo na perseguição
de seus interesses pessoais, desde que esses
interesses também contribuam para o bem comum.
d) Para Platão, a formação de uma cidade justa só é
possível se cada cidadão executar, da melhor
maneira possível, a sua função própria, ou seja, se
cada um fizer bem aquilo que lhe compete, segundo
suas aptidões.
e) Platão acredita que a cidade só é justa se cada
membro do organismo social tiver condições de
perseguir seus ideais, exercendo funções que
promovam sua ascensão econômica e social.
50. (Uff 2011) Segundo Platão, as opiniões dos seres
humanos sobre a realidade são quase sempre
equivocadas, ilusórias e, sobretudo, passageiras, já que
eles mudam de opinião de acordo com as
circunstâncias. Como agem baseados em opiniões, sua
conduta resulta quase sempre em injustiça, desordem
e insatisfação, ou seja, na imperfeição da sociedade.
13
FILOSOFIA
Em seu livro A República, ele, então, idealizou uma
sociedade capaz de alcançar a perfeição, desde que seu
governo coubesse exclusivamente
a) aos guerreiros, porque somente eles teriam força
para obrigar todos a agirem corretamente.
b) aos tiranos, porque somente eles unificariam a
sociedade sob a mesma vontade.
c) aos mais ricos, porque somente eles saberiam aplicar
bem os recursos da sociedade.
d) aos demagogos, porque somente eles convenceriam
a maioria a agir de modo organizado.
e) aos filósofos, porque somente eles disporiam de
conhecimento verdadeiro e imutável.
51. (Uenp 2011) “Estas três formas podem degenerar:
[...] A tirania não é, de fato, senão a monarquia voltada
para a utilidade do monarca; a oligarquia, para a
utilidade dos ricos; a democracia, para a utilidade dos
pobres. Nenhuma das três se ocupa do interesse
público. Podemos dizer ainda, de um modo um pouco
diferente, que a tirania é o governo despótico exercido
por um homem sobre o Estado, que a oligarquia
representa o governo dos ricos e a democracia o dos
pobres ou das pessoas pouco favorecidas.”
Aristóteles. Política.
De acordo com o fragmento de texto, assinale a
alternativa que melhor completa a tabela abaixo:
Forma
autêntica
Forma
degenerada
Um no governo (I) Tirania
Alguns no
governo
Aristocracia (II)
Muitos no
governo
República (III)
a) (I) democracia - (II) monarquia - (III) oligarquia
b) (I) monarquia - (II) democracia - (III) oligarquia
c) (I) oligarquia - (II) monarquia - (III) democracia
d) (I) monarquia - (II) oligarquia - (III) democracia
e) (I) democracia - (II) oligarquia - (III) monarquia
52. (Uff 2011) Durante a maior parte da história da
humanidade, o bem-estar e o interesse dos
governantes têm predominado sobre o bem-estar e o
interesse dos governados. Os gregos foram os
primeiros a experimentar a democracia, isto é, regime
político em que os cidadãos são livres e o governo é
exercido pela coletividade para atender ao bem-estar e
ao interesse de todos, e não só de alguns.
Aristóteles refletiu sobre essa experiência e concluiu
que a finalidade da atividade política é
a) evitar a injustiça e permitir aos cidadãos serem
virtuosos e felizes.
b) impor a todos um pensamento único para evitar a
divisão da sociedade.
c) preparar os cidadãos como bons combatentes para
conquistarem outros povos.
d) habituar os seres humanos a obedecer.
e) agradar aos deuses.
53. (Unimontes 2011) Lembremos a figura de Sócrates.
Dizem que era um homem feio, mas, quando falava,
exercia estranho fascínio. Podemos atribuir a Sócrates
duas maneiras de se chegar ao conhecimento. Essas
duas maneiras são denominadas de
a) doxa e ironia.
b) ironia e maiêutica.
c) maiêutica e doxa.
d) maiêutica e episteme.
54. (Ufu 2011) No pórtico da Academia de Platão, havia
a seguinte frase: “não entre quem não souber
geometria”. Essa frase reflete sua concepção de
conhecimento: quanto menos dependemos da
realidade empírica, mais puro e verdadeiro é o
conhecimento tal como vemos descrito em sua
Alegoria da Caverna.
“A ideia de círculo, por exemplo, preexiste a
toda a realização imperfeita do círculo na areia ou na
tábula recoberta de cera. Se traço um círculo na areia,
a ideia que guia a minha mão é a do círculo perfeito.
Isso não impede que essa ideia também esteja
presente no círculo imperfeito que eu tracei. É assim
que aparece a ideia ou a forma.”
JEANNIÈRE, Abel. Platão. Tradução de Lucy Magalhães.
Rio de Janeiro: Zahar, 1995. 170 p.
Com base nas informações acima, assinale a alternativa
que interpreta corretamente o pensamento de Platão.
a) A Alegoria da Caverna demonstra, claramente, que o
verdadeiro conhecimento não deriva do “mundo
inteligível”, mas do “mundo sensível”.
b) Todo conhecimento verdadeiro começa pela
percepção, pois somente pelos sentidos podemos
conhecer as coisas tais quais são.
c) Quando traçamos um círculo imperfeito, isto
demonstra que as ideias do “mundo inteligível” não
são perfeitas, tal qual o “mundo sensível”.
d) As ideias são as verdadeiras causas e princípio de
identificação dos seres; o “mundo inteligível” é onde
se obtêm os conhecimentos verdadeiros.
55. (Ueg 2011) Em meados do século IV a.C., Alexandre
Magno assumiu o trono da Macedônia e iniciou uma
14
FILOSOFIA
série de conquistas e, a partir daí, construiu um vasto
império que incluía, entre outros territórios, a Grécia.
Essa dominação só teve fim com o desenvolvimento de
outro império, o romano. Esse período ficou conhecido
como helenístico e representou uma transformação
radical na cultura grega. Nessa época, um pensador
nascido em Élis, chamado Pirro, defendia os
fundamentos do ceticismo. Ele fundou uma escola
filosófica que pregava a ideia de que:
a) seria impossível conhecer a verdade.
b) seria inadmissível permanecer na mera opinião.
c) os princípios morais devem ser inferidos da natureza.
d) os princípios morais devem basear-se na busca pelo
prazer.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
56. (Uel 2011) A escultura Discóbolo de Míron, do
século V a. C., expressa o ideal de homem na pólis
ateniense.
Com base nos valores deste ideal clássico, considere as
afirmativas a seguir.
I. Ao cidadão, cabia tempo livre para se dedicar
integralmente ao que era próprio do ser político,
como a especulação filosófica e a prática desportiva,
visando à realização do humano.
II. Na pólis governada por juristas apoiados por atletas
com poder de comando das tropas, o cidadão
considerava a igualdade econômica como a
realização do ser humano.
III. O cidadão era o elemento que integrava a pólis à
natureza e tal integração era representada pela
corpolatria e pelas atividades físicas impostas pelo
Senado.
IV. O ideal do cidadão era expresso pela sua
participação nas ações e decisões da pólis, o que
incluía a busca da beleza e do equilíbrio entre as
formas.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
b) Somente as afirmativas II e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
57. (Uff 2010)
Como uma onda
Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará
A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente
Viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo
No mundo
Não adianta fugir
Nem mentir
Pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Lulu Santos e Nelson Motta
A letra dessa canção de Lulu Santos lembra ideias do
filósofo grego Heráclito, que viveu no século VI a.C. e
que usava uma linguagem poética para exprimir seu
15
FILOSOFIA
pensamento. Ele é o autor de uma frase famosa: “Não
se entra duas vezes no mesmo rio”.
Dentre as sentenças de Heráclito a seguir citadas,
marque aquela em que o sentido da canção de Lulu
Santos mais se aproxima
a) Morte é tudo que vemos despertos, e tudo que
vemos dormindo é sono.
b) O homem tolo gosta de se empolgar a cada palavra.
c) Ao se entrar num mesmo rio, as águas que fluem são
outras.
d) Muita instrução não ensina a ter inteligência.
e) O povo deve lutar pela lei como defende as muralhas
da sua cidade.
58. (Unioeste 2010) O Oráculo de Delfos teria
declarado que Sócrates (470-399 a.C.) era o mais sábio
dos homens. Essa profecia marcou decisivamente a
concepção socrática de Filosofia, pois sua verdade não
era óbvia: “Logo ele, sem qualquer especialização, ele
que estava ciente de sua ignorância? Logo ele, numa
cidade [Atenas] repleta de artistas, oradores, políticos,
artesãos? Sócrates parece ter meditado bastante
tempo, buscando o significado das palavras da pitonisa.
Afinal concluiu que sua sabedoria só poderia ser aquela
de saber que nada sabia, essa consciência da ignorância
sobre as coisas que era sinal e começo da
autoconsciência.” (J. A. M. Pessanha)
Sobre a filosofia de Sócrates, é incorreto afirmar que
a) a filosofia de Sócrates consiste em buscar a verdade,
aceitando as opiniões contraditórias dos homens;
quanto mais importante era a posição social de um
homem, mais verdadeira era sua opinião.
b) a sabedoria de Sócrates está em saber que nada
sabe, enquanto os homens em geral estão
impregnados de preconceitos e noções incorretas, e
não se dão conta disso.
c) o reconhecimento da própria ignorância é o primeiro
passo para a sabedoria, pois, assim, podemos nos
livrar dos preconceitos e abrir caminho para a
verdade.
d) após muito questionar os valores e as certezas
vigentes, Sócrates foi acusado de não respeitar os
deuses oficiais (impiedade) e corromper a
juventude; foi julgado e condenado à morte por
ingestão de cicuta.
e) o caminho socrático para a sabedoria deve ser
trilhado pelo próprio indivíduo, que deve por ele
mesmo reconhecer seus preconceitos e opiniões,
rejeitá-los e, através da razão, atingir a verdade
imutável.
59. (Ufu 2010) Em um importante trecho da sua obra
Metafísica, Aristóteles se refere a Sócrates nos
seguintes termos:
Sócrates ocupava-se de questões éticas e não
da natureza em sua totalidade, mas buscava o universal
no âmbito daquelas questões, tendo sido o primeiro a
fixar a atenção nas definições.
Aristóteles. Metafísica, A6, 987b 1-3. Tradução de
Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 2002.
Com base na filosofia de Sócrates e no trecho
supracitado, assinale a alternativa correta.
a) O método utilizado por Sócrates consistia em um
exercício dialético, cujo objetivo era livrar o seu
interlocutor do erro e do preconceito − com o prévio
reconhecimento da própria ignorância −, e levá-lo a
formular conceitos de validade universal
(definições).
b) Sócrates era, na verdade, um filósofo da natureza.
Para ele, a investigação filosófica é a busca pela
“Arché”, pelo princípio supremo do Cosmos. Por
isso, o método socrático era idêntico aos utilizados
pelos filósofos que o antecederam (Pré-socráticos).
c) O método socrático era empregado simplesmente
para ridicularizar os homens, colocando-os diante da
própria ignorância. Para Sócrates, conceitos
universais são inatingíveis para o homem; por isso,
para ele, as definições são sempre relativas e
subjetivas, algo que ele confirmou com a máxima “o
Homem é a medida de todas as coisas”.
d) Sócrates desejava melhorar os seus concidadãos por
meio da investigação filosófica. Para ele, isso implica
não buscar “o que é”, mas aperfeiçoar “o que parece
ser”. Por isso, diz o filósofo, o fundamento da vida
moral é, em última instância, o egoísmo, ou seja, o
que é o bem para o indivíduo num dado momento
de sua existência.
60. (Uenp 2010) Sócrates foi considerado um dos
principais filósofos da antiguidade clássica. Ao propor
uma reflexão sobre o problema da consciência, levou
as ultimas consequências a preocupação antropológica
que havia se iniciado com os sofistas. Uma das
principais contribuições de Sócrates foi o
desenvolvimento da categoria “consciência” que esta
associada à concepção que possuía de que o ser
humano era dotado de uma alma racional, na qual
estavam depositadas verdades eternas, e que o
conhecimento dessas verdades era imprescindível para
o desenvolvimento de uma vida ética. Depois de
Sócrates, as preocupações sobre a natureza da alma, e
sobre a Ética jamais abandonaram a filosofia. Sobre o
tema, assinale a alternativa correta:
a) Sócrates desenvolveu uma ética relativista,
defendendo que os valores não podem ser
considerados absolutos, e estão relacionados aos
consensos existentes em cada contexto histórico,
16
FILOSOFIA
devendo ser considerados validos na medida em que
possuem alguma utilidade pragmática.
b) Platão, um dos mais importantes discípulos de
Sócrates, se afastando do modelo desenvolvido por
ele, que desconsiderava a incontinência (akrasia)
como fator relevante para a formação da conduta,
desenvolveu uma metáfora de alma tripartite,
segundo a qual, a alma seria semelhante ao
condutor da biga de dois cavalos, sendo que um
deles seria altivo e elevado, e o outro atarracado e
indolente.
c) Sócrates concordava com os sofistas quando
afirmavam que o “homem era a medida de todas as
coisas”, sendo esse aforisma um dos principais
postulados de sua ética.
d) As virtudes para Platão não estavam associadas à
natureza das almas, segundo o filósofo todos os
homens possuem a mesma natureza racional, e suas
almas são iguais, sendo desejável, portanto, que
desenvolvam as mesmas virtudes.
e) Platão, era relativista do ponto de vista ético,
considerava que embora as virtudes e os valores
fossem paradigmas existentes no mundo das ideias,
como eles deveriam se realizar no mundo físico,
estariam relacionados a condições muito
particulares de concretização, e não poderiam ser
considerados desvinculados da historia e de
circunstancias particulares.
61. (Uenp 2010) Conosco homens, aí se diz, se passa o
mesmo que com prisioneiros, que se achassem numa
caverna subterrânea, encadeados, desde o nascimento,
a um banco, de modo a nunca poderem voltar-se, e
assim só poderem ver a parede oposta à entrada. Por
detrás deles, na entrada da caverna, corre por toda a
largura dela, um muro da altura de um homem, e por
trás deste, arde uma fogueira. Se entre esta e o muro
passarem homens transportando imagens, estátuas,
figuras de animais, utensílios etc, que ultrapassem a
altura do muro, então as sombras desses objetos, que
o fogo faz aparecerem, se projetam na parede da
caverna, e os prisioneiros também percebem, além da
sombra, o eco das palavras pronunciadas pelos homens
que passam. Como esses prisioneiros nunca
perceberam outra coisa senão as sombras e o eco, têm
eles essas imagens pela verdadeira realidade. Se eles
pudessem, por uma vez, voltar-se e contemplar, a luz
do fogo, os próprios objetos, cujas sombras foram
apenas o que até agora viram; e se pudessem ouvir
diretamente os sons, além dos ecos até então ouvidos,
sem dúvida ficariam atônitos com essa nova realidade.
Mas se além disso pudessem, fora da caverna e à luz do
sol, contemplar os próprios homens vivos, bem como
os animais e as coisas reais, de que as figuras
projetadas na caverna eram apenas cópias, então
ficariam de todo fascinados com essa realidade de
forma tão diversa.
PLATÃO, 7.º livro da República, p.514 ss..
Relacionando o fragmento de texto de Platão e a
tirinha da Turma da Mônica, de Maurício de Souza, com
os seus conhecimentos sobre o Mito da Caverna,
assinale a alternativa incorreta.
a) Os homens acorrentados no fundo da caverna são
aqueles que passam a vida contemplando sombras,
acreditando que elas correspondem à realidade e à
verdade.
b) Para Platão existem três níveis de conhecimento: o
primeiro é chamado de agnosis, que significa
ignorância, e corresponde ao estágio dos homens no
interior da caverna; o segundo é denominado de
doxa, ou opinião, e é o primeiro estágio de
conhecimento, que se forma logo após os homens
saírem da caverna e contemplarem a realidade; o
terceiro é designado pela palavra grega epistheme,
que significa ciência, ou o conhecimento em sua
integralidade.
c) Para Platão existe um único mundo sensível e
inteligível, de forma que os homens devem aprender
com a experiência a distinguir o conhecimento
verdadeiro de impressões falsas dos sentidos.
d) O visível, para Platão, corresponde ao império dos
sentidos captado pelo olhar e dominado pela
subjetividade. É o reino do homem comum preso, às
coisas do cotidiano.
e) O inteligível, para Platão, diz respeito à razão. É o
reino do homem sábio, que desconfia das primeiras
impressões e busca um conhecimento das causas da
realidade.
62. (Uenp 2010) Para Aristóteles “o homem é por
natureza um animal político”, isto é, um ser vivo (zoon)
17
FILOSOFIA
que, por sua natureza (physei), é feito para a vida da
cidade (bios politikós, a comunidade política). Essa
definição revela a intenção teleológica do filósofo na
caracterização do sentido último da vida do homem: o
viver na polis, onde o homem se realiza como cidadão
(politai) manifestando, no termo de um processo de
constituição de sua essência, a sua natureza. Sobre a
natureza política do ser humano, de acordo com o
pensamento de Aristóteles, não é correto afirmar que:
a) O “zoon politikon” não deve ser compreendido como
“animal socialis” da tradução latina. Este desvio
semântico resultou num sentido alargado do termo
grego que acabou se identificando com o social. Para
Aristóteles, o social significava mais o instinto
gregário, algo que os homens compartilham com
algumas espécies de animais.
b) O simples viver junto, em sociedade, não caracteriza
a destinação última do homem: a “politicidade”. A
verdadeira vida humana deve almejar a organização
política, que é uma forma superior. A partir da
compreensão da natureza do homem determinados
aspectos da vida social adquirem um estatuto
eminentemente político, tais como: a noção de
governo, de dominação, de liberdade, de igualdade,
do que é comum, do que é próprio, entre outras.
c) Aristóteles acreditava que a sociedade nascia de um
consenso, e que, portanto, não era natural, a
despeito da natureza política do homem. Isso
implica em que, o homem poderia viver fora da
comunidade política.
d) Entre os filósofos contemporâneos, Marx é um
daqueles que faz referencia explicita ao pensamento
aristotélico e a sua definição de homem como
animal político, especialmente em Os fundamentos
da crítica da economia política escrito em
1857/1858.
e) Reconhecer a natureza política do homem é, para
Aristóteles, uma forma de publicizar a ética de forma
a considerá-la como uma instância de governo das
relações sociais que tem sempre em vista o Bem
coletivo.
63. (Pucpr 2010) Aristóteles afirma, na sua Ética a
Nicômaco, que todas as nossas ações visam a um fim e
esse fim é o seu bem, ou seja, “aquilo a que todas as
coisas tendem”. De acordo com a posição do autor
sobre esse tema, seria correto afirmar que:
I. Todas as ações humanas visam a um fim, mas existe
um fim supremo, que Aristóteles chama de “sumo
bem” ou “bem supremo”.
II. Assim como todos os fins são objeto de estudo das
ciências em geral, o “sumo bem” exige uma ciência
(ou arte) também ela suprema, já que conhecer esse
fim é extremamente útil, pelo fato de ele ter grande
influência sobre a vida humana.
III. Para Aristóteles é a Política que deve ser
considerada essa “arte mestra”, já que ela estuda o
“sumo bem”, do qual todos os “bens” menores
dependem.
IV. Aristóteles acha que o fim da vida humana é a
conquista da felicidade e ela está associada à posse
de riquezas e honras, além de um acesso ilimitado
aos prazeres.
a) Apenas as assertivas I e IV são verdadeiras.
b) Apenas as assertivas I e II são verdadeiras.
c) Apenas a assertiva I é falsa.
d) Todas as assertivas são verdadeiras.
e) Apenas a assertiva IV é falsa.
64. (Uenp 2010) Sobre as escolas éticas do período
helenístico, da antiguidade clássica da Filosofia Grega,
associe a primeira com a segunda coluna e assinale e
alternativa correta.
I.epicurismo
II. estoicismo
III. ceticismo
IV. ecletismo
A - É uma moral hedonista. O fim supremo da
vida é o prazer sensível; o critério único
de moralidade é o sentimento. Os
prazeres estéticos e intelectuais são
como os mais altos prazeres.
B - Visa sempre um fim último ético-ascético,
sem qualquer metafísica, mesmo
negativa.
C - Se nada é verdadeiro, tudo vale
unicamente.
D - A paixão é sempre substancialmente má,
pois é movimento irracional, morbo e
vício da alma.
a) I – A, II – B, III – C, IV – D
18
FILOSOFIA
b) I – A, II – B, III – D, IV – C
c) I – A, II – D, III – C, IV – B
d) I – A, II – D, III – B, IV – C
e) I – D, II – A, III – B, IV – C
65. (Uff 2010)
Filosofia
O mundo me condena, e ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome
Deixando de saber se eu vou morrer de sede
Ou se vou morrer de fome
Mas a filosofia hoje me auxilia
A viver indiferente assim
Nesta prontidão sem fim
Vou fingindo que sou rico
Pra ninguém zombar de mim
Não me incomodo que você me diga
Que a sociedade é minha inimiga
Pois cantando neste mundo
Vivo escravo do meu samba, muito embora vagabundo
Quanto a você da aristocracia
Que tem dinheiro, mas não compra alegria
Há de viver eternamente sendo escrava dessa gente
Que cultiva hipocrisia.
Assinale a sentença do filósofo grego Epicuro cujo
significado é o mais próximo da letra da canção
“Filosofia”, composta em 1933 por Noel Rosa, em
parceria com André Filho.
a) É verdadeiro tanto o que vemos com os olhos como
aquilo que apreendemos pela intuição mental.
b) Para sermos felizes, o essencial é o que se passa em
nosso interior, pois é deste que nós somos donos.
c) Para se explicar os fenômenos naturais, não se deve
recorrer nunca à divindade, mas se deve deixá-la
livre de todo encargo, em sua completa felicidade.
d) As leis existem para os sábios, não para impedir que
cometam injustiças, mas para impedir que as
sofram.
e) A natureza é a mesma para todos os seres, por isso
ela não fez os seres humanos nobres ou ignóbeis, e,
sim suas ações e intenções.
66. (Uel 2010) Leia atentamente os textos abaixo,
respectivamente, de Platão e de Aristóteles: [...] a
admiração é a verdadeira característica do filósofo. Não
tem outra origem a filosofia.
(PLATÃO. Teeteto. Tradução de Carlos Alberto Nunes.
Belém: Universidade Federal do Pará, 1973. p. 37.)
Com efeito, foi pela admiração que os homens
começaram a filosofar tanto no princípio como agora;
perplexos, de início, ante as dificuldades mais óbvias,
avançaram pouco a pouco e enunciaram problemas a
respeito das maiores, como os fenômenos da Lua, do
Sol e das estrelas, assim como a gênese do universo.
E o homem que é tomado de perplexidade e
admiração julga-se ignorante (por isso o amigo dos
mitos é, em certo sentido, um filósofo, pois também o
mito é tecido de maravilhas); portanto, como
filosofavam para fugir à ignorância, é evidente que
buscavam a ciência a fim de saber, e não com uma
finalidade utilitária.
(ARISTÓTELES. Metafísica. Livro I. Tradução Leonel
Vallandro. Porto Alegre: Globo, 1969. p. 40.)
Com base nos textos acima e nos conhecimentos sobre
a origem da filosofia, é correto afirmar:
a) A filosofia surgiu, como a mitologia, da capacidade
humana de admirar-se com o extraordinário e foi
pela utilidade do conhecimento que os homens
fugiram da ignorância.
b) A admiração é a característica primordial do filósofo
porque ele se espanta diante do mundo das ideias e
percebe que o conhecimento sobre este pode ser
vantajoso para a aquisição de novas técnicas.
c) Ao se espantarem com o mundo, os homens
perceberam os erros inerentes ao mito, além de
terem reconhecido a impossibilidade de o
conhecimento ser adquirido pela razão.
19
FILOSOFIA
d) Ao se reconhecerem ignorantes e, ao mesmo tempo,
se surpreenderem diante do anseio de conhecer o
mundo e as coisas nele contidas, os homens foram
tomados de espanto, o que deu início à filosofia.
e) A admiração e a perplexidade diante da realidade
fizeram com que a reflexão racional se restringisse
às explicações fornecidas pelos mitos, sendo a
filosofia uma forma de pensar intrínseca às
elaborações mitológicas.
67. (Unimontes 2010) Via de regra, os sofistas eram
homens que tinham feito longas viagens e, por isso
mesmo, tinham conhecido diferentes sistemas de
governo. Usos, costumes e leis das cidades-estados
podiam variar enormemente. Sob esse pano de fundo,
os sofistas iniciaram em Atenas uma discussão sobre o
que seria natural e o que seria criado pela sociedade.
(GAARDER, J. O Mundo de Sofia. São Paulo: Companhia
das Letras, 1995).
Sobre os sofistas, é incorreto afirmar que
a) eles tiveram papel fundamental nas transformações
culturais de Atenas.
b) eles se dedicaram à questão do homem e de seu
lugar na sociedade.
c) eles eram mercenários e só visavam ao lucro na arte
de ensinar.
d) eles foram os primeiros a compreender que o
“homem é medida de todas as coisas”.
68. (Uff 2010) A importância do filósofo medieval
Tomás de Aquino reside principalmente em seu esforço
de valorizar a inteligência humana e sua capacidade de
alcançar a verdade por meio da razão. Discorrendo
sobre a “possibilidade de descobrir a verdade divina”,
ele diz:
“As verdades que professamos acerca de Deus
revestem uma dupla modalidade. Com efeito, existem
a respeito de Deus verdades que ultrapassam
totalmente as capacidades da razão humana. Uma
delas é, por exemplo, que Deus é trino e uno. Ao
contrário, existem verdades que podem ser atingidas
pela razão: por exemplo, que Deus existe, que há um só
Deus etc. Estas últimas verdades, os próprios filósofos
as provaram por meio de demonstração, guiados pela
luz da razão natural”.
A partir dessa citação, identifique a opção que melhor
expressa esse pensamento de Tomás de Aquino.
a) A Filosofia é capaz de alcançar todas as verdades
acerca de Deus.
b) O ser humano só alcança o conhecimento graças à
revelação da verdade que Deus lhe concede.
c) A fé é o único meio de o ser humano chegar à
verdade.
d) Mesmo limitada, a razão humana é capaz de
alcançar por seus meios naturais certas verdades.
e) Deus é um ser absolutamente misterioso e o ser
humano nada pode conhecer d’Ele.
69. (Ufu 2010) Para responder a questão, leia o
seguinte texto.
O universal é o conceito, a ideia, a essência
comum a todas as coisas (por exemplo, o conceito de
ser humano). Em outras palavras, pergunta-se se os
gêneros e as espécies têm existência separada dos
objetos sensíveis: as espécies (por exemplo, o cão) ou
os gêneros (por exemplo, o animal) teriam existência
real? Ou seriam apenas ideias na mente ou apenas
palavras?
(ARANHA, M. L. A. & MARTINS, M. H. Filosofando. 3ª
edição. São Paulo: Moderna, 2003, p. 126.)
A resposta correta à pergunta formulada no texto
acima, sobre os universais, é:
a) Segundo os nominalistas, as espécies e gêneros
universais são meras palavras que expressam um
conteúdo mental, sem existência real.
b) Segundo os nominalistas, os universais são
conceitos, mas têm fundamento na realidade das
coisas.
c) Segundo os nominalistas, os universais (gêneros e
espécies) são entidades realmente existentes no
mundo das Ideias, sendo as coisas deste mundo
meras cópias destas Ideias.
d) Segundo os nominalistas, os gêneros e as espécies
universais existem realmente, mas apenas na mente
de Deus.
70. (Ufu 2010) A filosofia de Agostinho (354 – 430) é
estreitamente devedora do platonismo cristão milanês:
foi nas traduções de Mário Vitorino que leu os textos
de Plotino e de Porfírio, cujo espiritualismo devia
aproximá-lo do cristianismo. Ouvindo sermões de
Ambrósio, influenciados por Plotino, que Agostinho
venceu suas últimas resistências (de tornar-se cristão).
PEPIN, Jean. Santo Agostinho e a patrística ocidental.
In: CHÂTELET, François (org.) A Filosofia medieval. Rio
de Janeiro Zahar Editores: 1983, p. 77.
Apesar de ter sido influenciado pela filosofia de Platão,
por meio dos escritos de Plotino, o pensamento de
Agostinho apresenta muitas diferenças se comparado
ao pensamento de Platão.
Assinale a alternativa que apresenta, corretamente,
uma dessas diferenças.
20
FILOSOFIA
a) Para Agostinho, é possível ao ser humano obter o
conhecimento verdadeiro, enquanto, para Platão, a
verdade a respeito do mundo é inacessível ao ser
humano.
b) Para Platão, a verdadeira realidade encontra-se no
mundo das Ideias, enquanto para Agostinho não
existe nenhuma realidade além do mundo natural
em que vivemos.
c) Para Agostinho, a alma é imortal, enquanto para
Platão a alma não é imortal, já que é apenas a forma
do corpo.
d) Para Platão, o conhecimento é, na verdade,
reminiscência, a alma reconhece as Ideias que ela
contemplou antes de nascer; Agostinho diz que o
conhecimento é resultado da Iluminação divina, a
centelha de Deus que existe em cada um.
71. (Uel 2010) Observe a tira e leia o texto a seguir:
Assentemos, portanto, que, a principiar em Homero,
todos os poetas são imitadores da imagem da virtude e
dos restantes assuntos sobre os quais compõem, mas
não atingem a verdade [...] parece-me, que o poeta,
por meio de palavras e frases, sabe colorir
devidamente cada uma das artes, sem entender delas
mais do que saber imitá-las.
(PLATÃO. A República. Livro X. Tradução, introdução e
notas de Maria Helena da Rocha Pereira. 8. ed. Lisboa:
Calouste Gulbenkian, 1996. p. 463)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a
mímesis (imitação) em Platão, é correto afirmar:
a) Dispõe o poeta da perfeição para colorir tão bem
quanto o pintor, por isso descreve verdadeiramente
os ofícios humanos.
b) A mímesis apresenta uma imagem da realidade e
assim representa a verdade última das atividades
humanas.
c) Por sua capacidade de imitar, o poeta sabe acerca
dos ofícios de todos os homens e, por esse motivo,
pode descrevê-los verdadeiramente.
d) Por saber sobre todas as artes, atividades e atos
humanos, o poeta consegue executar o seu ofício
descrevendo-os bem.
e) Por meio da imitação, descreve-se com beleza os
atos e ofícios humanos, sem, no entanto, conhecê-
los verdadeiramente.
72. (Unioeste 2010) Observe os seguintes argumentos
silogísticos:
I. Todos os cães são alados
Todos os pássaros são cães
Logo, todos os pássaros são alados.
II. Todos os humanos são mortais
Todos os brasileiros são humanos
Logo, todos os brasileiros são mortais.
É correto afirmar, a partir de um ponto de vista lógico,
que
a) os argumentos são distintos quanto à estrutura ou
forma lógica.
b) ambos os argumentos são válidos, embora as
premissas do primeiro sejam falsas.
c) o primeiro argumento é inválido, e o segundo é
válido.
d) ambos os argumentos são inválidos.
e) o segundo conjunto de enunciados forma um
argumento, mas o primeiro não.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Do princípio do século XVII ao fim do século
XVIII, 1
o aspecto geral do mundo natural 2
alterou-se de
tal forma que Copérnico teria ficado pasmo. A
revolução que ele iniciara desenvolveu-se tão rápido e
de modo tão amplo que não só a astronomia se
transformou, mas também a física. Quando isso
aconteceu, dissolveram-se os últimos vestígios do
universo aristotélico. A matemática tornou-se uma
ferramenta cada vez mais essencial para as ciências
físicas.
A visão do universo adotada por Galileu —
morto em 1642, ano do nascimento de Isaac Newton —
baseava-se na observação, na experimentação e numa
generosa aplicação da matemática. Uma atitude de
certa forma diferente daquela adotada por seu
contemporâneo mais jovem, René Descartes,que
começou a formular uma nova concepção filosófica do
universo, que viria a destruir a antiga visão escolástica
medieval.
Em 1687, Newton publicou os Principia, cujo
impacto foi imenso. Em um único volume, reescreveu
toda a ciência dos corpos em movimento com uma
incrível precisão matemática. Completou o que os
físicos do fim da Idade Média haviam começado e que
Galileu tentara trazer à realidade. As três leis do
movimento, de Newton, formam a base de todo o seu
trabalho posterior.
Ronan Colin A.. História ilustrada da ciência: da
Renascença à revolução científica. São Paulo: Círculo do
Livro, s/d, p. 73, 82-3 e 99 (com adaptações).
21
FILOSOFIA
73. (Unb 2010) Os trabalhos de Aristóteles e Galileu
representam dois momentos marcantes do
desenvolvimento das ciências naturais no Ocidente.
Assinale a opção que sintetiza corretamente as
contribuições de cada um deles para a história da
ciência.
a) Aristóteles produziu conhecimento acerca do
universo de modo empírico e experimental, ao passo
que Galileu defendeu o uso da matemática como
ferramenta de descoberta, relegando a lógica a uso
apenas argumentativo.
b) O conhecimento de Aristóteles acerca do universo
era especulativo, embasado na lógica que ele
mesmo criara, diferentemente do conhecimento de
Galileu, que defendia o uso da matemática como
ferramenta de descoberta, relegando a lógica a uso
apenas argumentativo.
c) A despeito de diferenças quanto à percepção do
universo, como heliocêntrico ou geocêntrico, tanto
Galileu quanto Aristóteles atribuíam à lógica o poder
de desvelar relações de causalidade entre os
fenômenos naturais.
d) O conhecimento de Aristóteles acerca do universo
era empírico, e o de Galileu, contemplativo,
diferindo ambos quanto ao grau de manipulação dos
fenômenos naturais na construção dos conceitos
científicos.
74. (Ufu 2009) Marque a alternativa que expressa
corretamente o pensamento de Sócrates.
a) Sócrates estabelece uma ligação muito estreita entre
o conhecimento da virtude e a ação humana, a
ponto de sustentar que aquele que conhece o que é
o correto não pode agir erroneamente, visto que o
erro de conduta é fruto da ignorância sobre a
verdade.
b) O fim último do método dialético socrático era a
refutação do seu interlocutor. Assim sendo, é
legítimo afirmar que o reconhecimento da própria
ignorância equivale à constatação de que a verdade
é relativa a cada indivíduo.
c) Sócrates é considerado um divisor de águas na
Filosofia graças a sua teoria ética sobre a
imobilidade do Ser. Por isso, sua missão sempre foi a
investigação de um fundamento absoluto da moral.
d) Sócrates fazia uso de um método refutativo de
investigação, o que significa que seu principal
intento era levar o interlocutor à contradição,
independentemente se o último estivesse ou não
com a razão.
75. (Pucpr 2009) Em relação à definição de Bem
apresentada por Aristóteles, no Livro I da Ética a
Nicômaco, considere as seguintes alternativas:
I. O Bem é algo que está em todas as coisas, sendo
identificado nos objetos, mas não entre os homens.
II. O Bem é aquilo a que todas as coisas tendem, ou
seja, o bem é definido em função de um fim.
III. O Bem é o meio para termos uma ciência eficiente e
útil, tal como a arte médica será eficiente se
tivermos o bem como meio de sua prática.
IV. O Bem é algo abstrato, de difícil acesso à
compreensão humana.
De acordo com tais afirmações, podemos dizer que:
a) Apenas a alternativa II está correta.
b) As alternativas II e III estão corretas.
c) Todas as alternativas estão corretas.
d) As alternativas III e IV estão corretas.
e) Apenas a alternativa III está correta.
76. (Ufu 2009) Santo Tomás de Aquino, nascido em
1224 e falecido em 1274, propôs as cinco vias para o
conhecimento de Deus. Estas vias estão
fundamentadas nas evidências sensíveis e racionais. A
primeira via afirma que os corpos inanimados podem
ter movimento por si mesmos. Assim, para que estes
corpos tenham movimento é necessário que algo os
mova. Esta concepção leva à necessidade de um
primeiro motor imóvel, isto é, algo que mesmo não
sendo movido por nada pode mover todas as coisas.
Sobre a primeira via, que é a do movimento, marque a
alternativa correta.
a) Para que os objetos tenham movimento é necessário
que algo os mova; dessa forma, entende-se que é
necessário um primeiro motor. Logo, podemos
entender que Deus não é necessário no sistema.
b) Para Santo Tomás, os objetos inanimados movem-se
por si mesmos e esse fenômeno demonstra a
existência de Deus.
c) A demonstração do primeiro motor não recorre à
sensibilidade, dispensando toda e qualquer
observação da natureza, uma vez que sua
fundamentação é somente racional.
d) Conforme o argumento da primeira via podemos
concluir que Deus é o motor imóvel, o qual move
todas as coisas, mas não é movido.
77. (Ufma 2009) “Embora esses dogmas pertençam à
religião, os utopianos pensam que a razão pode induzir,
por si mesma, a crer neles e aceitá-los. Não hesitam em
declarar que, na ausência desses princípios, fora
preciso ser estúpido para não procurar o prazer por
todos os meios possíveis, criminosos ou legítimos. A
22
FILOSOFIA
virtude consistiria, então, em escolher, entre duas
volúpias, a mais deliciosa, a mais picante; e em fugir
dos prazeres que se seguissem dores mais vivas do que
o gozo que tivessem proporcionado”
(MORE, Thomas. A utopia. Trad. Luis de Andrade, São
Paulo: Nova Cultural, 1988. Col. Os
Pensadores)
A questão sobre a natureza da felicidade humana e a
possibilidade de sua realização é uma das principais
questões estudadas pela filosofia grega antiga, sendo
discutida no interior de uma ética e relacionada a
noções de virtude e de justiça. Sabe-se que uma das
características principais do humanismo, presente no
pensamento renascentista, é justamente a releitura
dos filósofos antigos, buscando integra-los a concepção
cristã de vida. A concepção ética do povo utopiano,
descrita na obra A utopia, de Thomas More pode ser
considerada, em suas linhas gerais, uma revalorização
de que corrente filosófica grega?
a) Dos sofistas, na medida em que defende que a
felicidade consiste em obter o máximo de prazer
possível, especialmente os que nos advém das
honras, do sucesso e das riquezas materiais.
b) Do platonismo, na medida em que separa os
prazeres em duas classes: os relacionados ao corpo e
os relacionados à alma, e que a felicidade estaria no
gozo dos prazeres relacionados a alma, devendo-se
desprezar os prazeres do corpo.
c) Do estoicismo, na medida em que defende que a
felicidade consiste na tranquilidade ou ausência de
perturbação, alcançada através do autocontrole, da
contenção e da austeridade, desprezando-se todo
tipo de prazer.
d) Do aristotelismo, na medida em que defende que a
felicidade á uma “virtude da alma segundo a virtude
perfeita” e que essa virtude consistiria em uma
espécie de mediania, de meio termo entre dois
extremos.
e) Do epicurismo, na medida em que defende que a
felicidade consiste no gozo dos prazeres, mas não de
todo e qualquer prazer, apenas os bons e honestos,
devendo ser rejeitados os que levam a dores mais
intensas do que o gozo que proporcionam.
78. (Ufu 2009) Analise as seguintes afirmativas a
respeito da lógica de Aristóteles.
I - A forma mediata do pensamento ou raciocínio é
chamada, por Aristóteles, de silogismo.
II - Em grego, syllogismós significa raciocinar, vem do
verbo syllogizo, que significa reunir, juntar pelo
pensamento, conjeturar.
III - O silogismo é um raciocínio indutivo.
IV - O exemplo clássico de silogismo é aquele que
contém duas premissas e uma conclusão.
Marque a alternativa correta.
a) Apenas as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
b) Somente a afirmativa III é falsa.
c) Todas as afirmativas são falsas.
d) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
79. (Ufu 2008) O texto que segue refere-se às vias da
prova da existência de Deus.
As cinco vias consistem em cinco grandes
linhas de argumentação por meio das quais se pode
provar a existência de Deus. Sua importância reside
sobretudo em que supõe a possibilidade de se chegar
no entendimento de Deus, ainda que de forma parcial e
indireta, a partir da consideração do mundo natural, do
cosmo, entendido como criação divina.
MARCONDES, D. Textos básicos de filosofia: dos pré-
socráticos a Wittgenstein.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999. p. 67.
A partir do texto, marque a alternativa correta.
a) As cinco vias são argumentos diretos e evidentes da
existência de Deus.
b) Tomás de Aquino formula as cinco vias da prova da
existência de Deus, utilizando, sistematicamente, as
passagens bíblicas para fundamentar seus
argumentos.
c) As cinco vias partem de afirmações gerais e racionais
sobre a existência de Deus, para chegar a conclusões
sobre as coisas sensíveis, particulares e verificáveis
sobre o mundo natural.
d) Tomás de Aquino formula as argumentações que
provam a existência de Deus sob a influência do
pensamento de Aristóteles, recorrendo não à Bíblia,
mas, sobretudo, à Metafísica do filósofo grego.
80. (Ufu 2008) Leia o trecho extraído da obra
Confissões.
Quem nos mostrará o Bem? Ouçam a nossa
resposta: Está gravada dentro de nós a luz do vosso
rosto, Senhor. Nós não somos a luz que ilumina a todo
homem, mas somos iluminados por Vós. Para que
sejamos luz em Vós os que fomos outrora trevas.
SANTO AGOSTINHO. Confissões IX. São Paulo: Nova
Cultural,1987. 4, l0. p.154.
Coleção Os Pensadores
Sobre a doutrina da iluminação de Santo Agostinho,
marque a alternativa correta.
a) A irradiação da luz divina faz com que conheçamos
imediatamente as verdades eternas em Deus. Essas
verdades, necessárias e eternas, não estão no
23
FILOSOFIA
interior do homem, porque seu intelecto é
contingente e mutável.
b) A irradiação da luz divina atua imediatamente sobre
o intelecto humano, deixando-o ativo para o
conhecimento das verdades eternas. Essas verdades,
necessárias e imutáveis, estão no interior do
homem.
c) A metáfora da luz significa a ação divina que nos faz
recordar as verdades eternas que a alma possuía
antes de se unir ao corpo.
d) A metáfora da luz significa a ação divina que nos faz
recordar as verdades eternas que a alma possuía e
que nela permanecem mediante os ciclos da
reencarnação.
81. (Ufu 2008) Leia atentamente o texto a seguir.
Na filosofia de Parmênides preludia-se o tema
da ontologia. A experiência não lhe apresentava em
nenhuma parte um ser tal como ele o pensava, mas, do
fato que podia pensá-lo, ele concluía que ele precisava
existir: uma conclusão que repousa sobre o
pressuposto de que nós temos um órgão de
conhecimento que vai à essência das coisas e é
independente da experiência. Segundo Parmênides, o
elemento de nosso pensamento não está presente na
intuição mas é trazido de outra parte, de um mundo
extrassensível ao qual nós temos um acesso direto
através do pensamento.
NIETZSCHE, Friedrich. A filosofia na época trágica dos
gregos. Trad. Carlos A. R. de Moura. In Os pré-
socráticos. São Paulo: Abril Cultural, 1978. p. 151.
Coleção Os Pensadores
Marque a alternativa INCORRETA.
a) Para Parmênides, o Ser e a Verdade coincidem,
porque é impossível a Verdade residir naquilo que
Não-é: somente o Ser pode ser pensado e dito.
b) Pode-se afirmar com segurança que Parmênides
rejeita a experiência como fonte da verdade, pois,
para ele, o Ser não pode ser percebido pelos
sentidos.
c) Parmênides é nitidamente um pensador empirista,
pois afirma que a verdade só pode ser acessada por
meio dos sentidos.
d) O pensamento, para Parmênides, é o meio
adequado para se chegar à essência das coisas, ao
Ser, porque os dados dos sentidos não são
suficientes para apreender a essência.
82. (Uel 2007) “A filosofia grega parece começar com
uma ideia absurda, com a proposição: a água é a
origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo
necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por
três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição
enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo
lugar, porque faz sem imagem e fabulação; e enfim, em
terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado
de crisálida, está contido o pensamento: ‘Tudo é um’. A
razão citada em primeiro lugar deixa Tales ainda em
comunidade com os religiosos e supersticiosos, a
segunda o tira dessa sociedade e no-lo mostra como
investigador da natureza, mas, em virtude da terceira,
Tales se torna o primeiro filósofo grego”.
Fonte: NIETZSCHE, F. Crítica Moderna. In: Os Pré-
Socráticos. Tradução de Rubens Rodrigues Torres Filho.
São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 43.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre Tales e
o surgimento da filosofia, considere as afirmativas a
seguir.
I. Com a proposição sobre a água, Tales reduz a
multiplicidade das coisas e fenômenos a um único
princípio do qual todas as coisas e fenômenos
derivam.
II. A proposição de Tales sobre a água compreende a
proposição ‘Tudo é um’.
III. A segunda razão pela qual a proposição sobre a água
merece ser levada a sério mostra o aspecto
filosófico do pensamento de Tales.
IV. O Pensamento de Tales gira em torno do problema
fundamental da origem da virtude.
A alternativa que contém todas as afirmativas corretas
é:
a) I e II
b) II e III
c) I e IV
d) I, II e IV
e) II, III e IV
83. (Ufu 2007) Sobre Tomás de Aquino, considere o
seguinte trecho, extraído de uma conhecida História da
Filosofia.
“O sistema tomista baseia-se na determinação rigorosa
das relações entre a razão e a revelação. Ao homem,
cujo fim último é Deus, o qual excede toda a
compreensão da razão, não basta a investigação
filosófica baseada na razão. Mesmo aquelas verdades
que a razão pode alcançar sozinha, não é dado a todos
alcançá-las, e não está livre de erros o caminho que a
elas conduz. Foi, portanto, necessário que o homem
fosse instruído convenientemente e com mais certeza
pela revelação divina. Mas a revelação não anula nem
torna inútil a razão: ‘a graça não elimina a natureza,
antes a aperfeiçoa’. A razão natural subordina-se à fé
24
Apostila de exercícios de filosofia antiga a contemporânea
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Apostila de exercícios de filosofia antiga a contemporânea

  • 2. FILOSOFIA Índice FILOSOFIA ANTIGA...........................................................................................................................2 QUESTÕES TEMÁTICAS – ÉTICA.............................................................................................29 FILOSOFIA ANTIGA (Questões Recentes)..................................................................................31 FILOSOFIA MEDIEVAL....................................................................................................................33 FILOSOFIA MODERNA....................................................................................................................36 FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA.....................................................................................................71 GABARITO.......................................................................................................................................87 1
  • 3. FILOSOFIA FILOSOFIA ANTIGA 1. (Ufpa 2013) “Em Atenas [...] o povo exercia o poder, diretamente, na praça pública [...]. Todos os homens adultos podiam tomar parte nas decisões. Hoje elegemos quem decidirá por nós. A democracia antiga é vista, geralmente, como superior à moderna. Mas a democracia moderna não é uma degradação da antiga: ela traz uma novidade importante – os direitos humanos. A questão crucial dos direitos humanos é limitar o poder do governante. Eles protegem os governados dos caprichos e desmandos de quem está em cima, no poder.” JANINE, Renato. A democracia, São Paulo, Publifolha, 2001, p. 8-10, texto adaptado. A superioridade da democracia antiga com relação à moderna pode ser atribuída ao (à) a) poder dado aos homens mais velhos, dotados de virtude e sabedoria, para decidirem sobre os destinos da cidade. b) condução, de forma justa, da vida em sociedade e garantia do direito de todos os habitantes da cidade de participarem das assembleias. c) poder dado aos homens que se destacaram como os mais corajosos nas guerras e aos mais capazes nas ciências e nas artes, para estes tomarem as decisões nas assembleias realizadas em praça pública. d) fato de o povo eleger seus representantes políticos para tomar decisões sobre os destinos da cidade e definir os seus direitos, em praça pública, de modo a evitar atitudes arbitrárias e injustas dos governantes. e) participação direta dos cidadãos nas decisões de interesse do todo no âmbito do espaço público. 2. (Uel 2013) No livro Através do espelho e o que Alice encontrou por lá, a Rainha Vermelha diz uma frase enigmática: “Pois aqui, como vê, você tem de correr o mais que pode para continuar no mesmo lugar.” (CARROL, L. Através do espelho e o que Alice encontrou por lá. Rio de Janeiro: Zahar, 2009. p.186.) Já na Grécia antiga, Zenão de Eleia enunciara uma tese também enigmática, segundo a qual o movimento é ilusório, pois “numa corrida, o corredor mais rápido jamais consegue ultrapassar o mais lento, visto o perseguidor ter de primeiro atingir o ponto de onde partiu o perseguido, de tal forma que o mais lento deve manter sempre a dianteira.” (ARISTÓTELES. Física. Z 9, 239 b 14. In: KIRK, G. S.; RAVEN, J. E.; SCHOFIELD, M. Os Pré-socráticos. 4.ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994, p.284.) Com base no problema filosófico da ilusão do movimento em Zenão de Eleia, é correto afirmar que seu argumento a) baseia-se na observação da natureza e de suas transformações, resultando, por essa razão, numa explicação naturalista pautada pelos sentidos. b) confunde a ordem das coisas materiais (sensível) e a ordem do ser (inteligível), pois avalia o sensível por condições que lhe são estranhas. c) ilustra a problematização da crença numa verdadeira existência do mundo sensível, à qual se chegaria pelos sentidos. d) mostra que o corredor mais rápido ultrapassará inevitavelmente o corredor mais lento, pois isso nos apontam as evidências dos sentidos. e) pressupõe a noção de continuidade entre os instantes, contida no pressuposto da aceleração do movimento entre os corredores. 3. (Ufsj 2013) A construção de uma cosmologia que desse uma explicação racional e sistemática das características do universo, em substituição à cosmogonia, que tentava explicar a origem do universo baseada nos mitos, foi uma preocupação da Filosofia a) medieval. b) antiga. c) iluminista. d) contemporânea. 4. (Unicamp 2013) A sabedoria de Sócrates, filósofo ateniense que viveu no século V a.C., encontra o seu ponto de partida na afirmação “sei que nada sei”, registrada na obra Apologia de Sócrates. A frase foi uma resposta aos que afirmavam que ele era o mais sábio dos homens. Após interrogar artesãos, políticos e poetas, Sócrates chegou à conclusão de que ele se diferenciava dos demais por reconhecer a sua própria ignorância. O “sei que nada sei” é um ponto de partida para a Filosofia, pois a) aquele que se reconhece como ignorante torna-se mais sábio por querer adquirir conhecimentos. b) é um exercício de humildade diante da cultura dos sábios do passado, uma vez que a função da Filosofia era reproduzir os ensinamentos dos filósofos gregos. c) a dúvida é uma condição para o aprendizado e a Filosofia é o saber que estabelece verdades dogmáticas a partir de métodos rigorosos. d) é uma forma de declarar ignorância e permanecer distante dos problemas concretos, preocupando-se apenas com causas abstratas. 2
  • 4. FILOSOFIA 5. (Ueg 2013) A expressão “Tudo o que é bom, belo e justo anda junto” foi escrita por um dos grandes filósofos da humanidade. Ela resume muito de sua perspectiva filosófica, sendo uma das bases da escola de pensamento conhecida como a) cartesianismo, estabelecida por Descartes, no qual se acredita que a essência precede a existência. b) estoicismo, que tem no imperador romano Marco Aurélio um de seus grandes nomes, que pregava a serenidade diante das tragédias. c) existencialismo, que tem em Sartre um de seus grandes nomes, para o qual a existência precede a essência. d) platonismo, estabelecida por Platão, no qual se entendia o mundo físico como uma imitação imperfeita do mundo ideal. 6. (Ueg 2013) O ser humano, desde sua origem, em sua existência cotidiana, faz afirmações, nega, deseja, recusa e aprova coisas e pessoas, elaborando juízos de fato e de valor por meio dos quais procura orientar seu comportamento teórico e prático. Entretanto, houve um momento em sua evolução histórico-social em que o ser humano começa a conferir um caráter filosófico às suas indagações e perplexidades, questionando racionalmente suas crenças, valores e escolhas. Nesse sentido, pode-se afirmar que a filosofia a) é algo inerente ao ser humano desde sua origem e que, por meio da elaboração dos sentimentos, das percepções e dos anseios humanos, procura consolidar nossas crenças e opiniões. b) existe desde que existe o ser humano, não havendo um local ou uma época específica para seu nascimento, o que nos autoriza a afirmar que mesmo a mentalidade mítica é também filosófica e exige o trabalho da razão. c) inicia sua investigação quando aceitamos os dogmas e as certezas cotidianas que nos são impostos pela tradição e pela sociedade, visando educar o ser humano como cidadão. d) surge quando o ser humano começa a exigir provas e justificações racionais que validam ou invalidam suas crenças, seus valores e suas práticas, em detrimento da verdade revelada pela codificação mítica. 7. (Ueg 2013) O surgimento da filosofia entre os gregos (Séc. VII a.C.) é marcado por um crescente processo de racionalização da vida na cidade, em que o ser humano abandona a verdade revelada pela codificação mítica e passa a exigir uma explicação racional para a compreensão do mundo humano e do mundo natural. Dentre os legados da filosofia grega para o Ocidente, destaca-se: a) a concepção política expressa em A República, de Platão, segundo a qual os mais fortes devem governar sob um regime político oligárquico. b) a criação de instituições universitárias como a Academia, de Platão, e o Liceu, de Aristóteles. c) a filosofia, tal como surgiu na Grécia, deixou-nos como legado a recusa de uma fé inabalável na razão humana e a crença de que sempre devemos acreditar nos sentimentos. d) a recusa em apresentar explicações preestabelecidas mediante a exigência de que, para cada fato, ação ou discurso, seja encontrado um fundamento racional. 8. (Ufsj 2012) Sobre o princípio básico da filosofia pré- socrática, é CORRETO afirmar que a) Tales de Mileto, ao buscar um princípio unificador de todos os seres, concluiu que a água era a substância primordial, a origem única de todas as coisas. b) Anaximandro, após observar sistematicamente o mundo natural, propôs que não apenas a água poderia ser considerada arché desse mundo em si e, por isso mesmo, incluiu mais um elemento: o fogo. c) Anaxímenes fez a união entre os pensamentos que o antecederam e concluiu que o princípio de todas as coisas não pode ser afirmado, já que tal princípio não está ao alcance dos sentidos. d) Heráclito de Éfeso afirmou o movimento e negou terminantemente a luta dos contrários como gênese e unidade do mundo, como o quis Catão, o antigo. 9. (Uncisal 2012) O período pré-socrático é o ponto inicial das reflexões filosóficas. Suas discussões se prendem a Cosmologia, sendo a determinação da physis (princípio eterno e imutável que se encontra na origem da natureza e de suas transformações) ponto crucial de toda formulação filosófica. Em tal contexto, Leucipo e Demócrito afirmam ser a realidade percebida pelos sentidos ilusória. Eles defendem que os sentidos apenas capturam uma realidade superficial, mutável e transitória que acreditamos ser verdadeira. Mesmo que os sentidos apreendam “as mutações das coisas, no fundo, os elementos primordiais que constituem essa realidade jamais se alteram.” Assim, a realidade é uma coisa e o real outra. Para Leucipo e Demócrito a physis é composta a) pelas quatro raízes: o úmido, o seco, o quente e o frio. b) pela água. c) pelo fogo. d) pelo ilimitado. e) pelos átomos. 3
  • 5. FILOSOFIA 10. (Uncisal 2012) No contexto da Filosofia Clássica, Platão e Aristóteles possuem lugar de destaque. Suas concepções, que se opõem, mas não se excluem, são amplamente estudadas e debatidas devido à influência que exerceram, e ainda exercem, sobre o pensamento ocidental. Todavia é necessário salientar que o produto dos seus pensamentos se insere em uma longa tradição filosófica que remonta a Parmênides e Heráclito e que influenciou, direta ou indiretamente, entre outros, os racionalistas, empiristas, Kant e Hegel. Observando o cerne da filosofia de Platão, assinale nas opções abaixo aquela que se identifica corretamente com suas concepções. a) A dicotomia aristotélica (mundo sensível X mundo inteligível) se opõe radicalmente as concepções de caráter empírico defendidas por Platão. b) A filosofia platônica é marcada pelo materialismo e pragmatismo, afastando-se do misticismo e de conceitos transcendentais. c) Segundo Platão a verdade é obtida a partir da observação das coisas, por meio da valorização do conhecimento sensível. d) Para Platão, a realidade material e o conhecimento sensível são ilusórios. e) As concepções platônicas negam veementemente a validade do Inatismo. 11. (Uel 2012) Leia o texto a seguir. No ethos (ética), está presente a razão profunda da physis (natureza) que se manifesta no finalismo do bem. Por outro lado, ele rompe a sucessão do mesmo que caracteriza a physis como domínio da necessidade, com o advento do diferente no espaço da liberdade aberto pela práxis. Embora, enquanto autodeterminação da práxis, o ethos se eleve sobre a physis, ele reinstaura, de alguma maneira, a necessidade de a natureza fixar-se na constância do hábito. (Adaptado de: VAZ, Henrique C. Lima. Escritos de Filosofia II. Ética e Cultura. 3ª edição. São Paulo: Loyola. Coleção Filosofia - 8, 2000, p.11-12.) Com base no texto, é correto afirmar que a noção de physis, tal como empregada por Aristóteles, compreende: a) A disposição da ação humana, que ordena a natureza. b) A finalidade ordenadora, que é inerente à própria natureza. c) A ordem da natureza, que determina o hábito das ações humanas. d) A origem da virtude articulada, segundo a necessidade da natureza. e) A razão matemática, que assegura ordem à natureza. 12. (Unioeste 2012) “É no plano político que a Razão, na Grécia, primeiramente se exprimiu, constituiu-se e formou-se. A experiência social pode tornar-se entre os gregos o objeto de uma reflexão positiva, porque se prestava, na cidade, a um debate público de argumentos. O declínio do mito data do dia em que os primeiros Sábios puseram em discussão a ordem humana, procuraram defini-la em si mesma, traduzi-la em fórmulas acessíveis a sua inteligência, aplicar-lhe a norma do número e da medida. Assim se destacou e se definiu um pensamento propriamente político, exterior a religião, com seu vocabulário, seus conceitos, seus princípios, suas vistas teóricas. Este pensamento marcou profundamente a mentalidade do homem antigo; caracteriza uma civilização que não deixou, enquanto permaneceu viva, de considerar a vida pública como o coroamento da atividade humana”. Considerando a citação acima, extraída do livro As origens do pensamento grego, de Jean Pierre Vernant, e os conhecimentos da relação entre mito e filosofia, é incorreto afirmar que a) os filósofos gregos ocupavam-se das matemáticas e delas se serviam para constituir um ideal de pensamento que deveria orientar a vida pública do homem grego. b) a discussão racional dos Sábios que traduziu a ordem humana em fórmulas acessíveis a inteligência causou o abandono do mito e, com ele, o fim da religião e a decorrente exclusividade do pensamento racional na Grécia. c) a atividade humana grega, desde a invenção da política, encontrava seu sentido principalmente na vida pública, na qual o debate de argumentos era orientado por princípios racionais, conceitos e vocabulário próprios. d) a política, por valorizar o debate publico de argumentos que todos os cidadãos podem compreender e discutir, comunicar e transmitir, se distancia dos discursos compreensíveis apenas pelos iniciados em mistérios sagrados e contribui para a constituição do pensamento filosófico orientado pela Razão. e) ainda que o pensamento filosófico prime pela racionalidade, alguns filósofos, mesmo após o declínio do pensamento mitológico, recorreram a narrativas mitológicas para expressar suas ideias; exemplo disso e o “Mito de Er” utilizado por Platão para encerrar sua principal obra, A República. 13. (Unb 2012) No início do século XX, estudiosos esforçaram-se em mostrar a continuidade, na Grécia Antiga, entre mito e filosofia, opondo-se a teses 4
  • 6. FILOSOFIA anteriores, que advogavam a descontinuidade entre ambos. A continuidade entre mito e filosofia, no entanto, não foi entendida univocamente. Alguns estudiosos, como Cornford e Jaeger, consideraram que as perguntas acerca da origem do mundo e das coisas haviam sido respondidas pelos mitos e pela filosofia nascente, dado que os primeiros filósofos haviam suprimido os aspectos antropomórficos e fantásticos dos mitos. Ainda no século XX, Vernant, mesmo aceitando certa continuidade entre mito e filosofia, criticou seus predecessores, ao rejeitar a ideia de que a filosofia apenas afirmava, de outra maneira, o mesmo que o mito. Assim, a discussão sobre a especificidade da filosofia em relação ao mito foi retomada. Considerando o breve histórico acima, concernente à relação entre o mito e a filosofia nascente, assinale a opção que expressa, de forma mais adequada, essa relação na Grécia Antiga. a) O mito é a expressão mais acabada da religiosidade arcaica, e a filosofia corresponde ao advento da razão liberada da religiosidade. b) O mito é uma narrativa em que a origem do mundo é apresentada imaginativamente, e a filosofia caracteriza-se como explicação racional que retoma questões presentes no mito. c) O mito fundamenta-se no rito, é infantil, pré-lógico e irracional, e a filosofia, também fundamentada no rito, corresponde ao surgimento da razão na Grécia Antiga. d) O mito descreve nascimentos sucessivos, incluída a origem do ser, e a filosofia descreve a origem do ser a partir do dilema insuperável entre caos e medida. 14. (Unicentro 2012) A passagem do Mito ao Logos na Grécia antiga foi fruto de um amadurecimento lento e processual. Por muito tempo, essas duas maneiras de explicação do real conviveram sem que se traçasse um corte temporal mais preciso. Com base nessa afirmativa, é correto afirmar: a) O modo de vida fechado do povo grego facilitou a passagem do Mito ao Logos. b) A passagem do Mito ao Logos, na Grécia, foi responsabilidade dos tiranos de Siracusa. c) A economia grega estava baseada na industrialização, e isso facilitou a passagem do Mito ao Logos. d) O povo grego antigo, nas viagens, se encontrava com outros povos com as mesmas preocupações e culturas, o que contribuiu para a passagem do Mito ao Logos. e) A atividade comercial e as constantes viagens oportunizaram a troca de informações/conhecimentos, a observação/assimilação dos modos de vida de outros povos, contribuindo, assim, de modo decisivo, para a construção da passagem do Mito ao Logos. 15. (Uncisal 2012) O conhecimento mítico apresenta características próprias que o diferencia de outros modos de conhecer. Ele invariavelmente se vincula ao conhecimento religioso, mas conserva suas funções especificas: acomodar e tranquilizar o homem em meio a um mundo caótico e hostil. Nas sociedades em que ele se apresenta como um modo válido de explicação da realidade assume uma abrangência tamanha que determina a totalidade da vida, tanto no âmbito público como privado. Com referência ao conhecimento mítico, é incorreto afirmar que a) a adesão ao conhecimento mítico ocorre sem necessidade de demonstração, apenas se aceita a autoridade do narrador. b) as explicações oferecidas pelo conhecimento mítico essencialmente são de natureza cosmogônica. c) as representações sobrenaturais são utilizadas no intuito de explicar os fenômenos naturais. d) a narrativa mítica faz uso de uma linguagem simbólica e imaginária. e) se pauta na reflexão, apresentando a racionalidade e a cosmologia como componentes definidores do seu modo próprio de ser. 16. (Unesp 2012) Aedo e adivinho têm em comum um mesmo dom de “vidência”, privilégio que tiveram de pagar pelo preço dos seus olhos. Cegos para a luz, eles veem o invisível. O deus que os inspira mostra-lhes, em uma espécie de revelação, as realidades que escapam ao olhar humano. Sua visão particular age sobre as partes do tempo inacessíveis às criaturas mortais: o que aconteceu outrora, o que ainda não é. (Jean-Pierre Vernant. Mito e pensamento entre os gregos, 1990. Adaptado.) O texto refere-se à cultura grega antiga e menciona, entre outros aspectos, a) o papel exercido pelos poetas, responsáveis pela transmissão oral das tradições, dos mitos e da memória. b) a prática da feitiçaria, estimulada especialmente nos períodos de seca ou de infertilidade da terra. c) o caráter monoteísta da sociedade, que impedia a difusão dos cultos aos deuses da tradição clássica. d) a forma como a história era escrita e lida entre os povos da península balcânica. e) o esforço de diferenciar as cidades-estados e reforçar o isolamento e a autonomia em que viviam. 5
  • 7. FILOSOFIA 17. (Uff 2012) A grande contribuição de Tomás de Aquino para a vida intelectual foi a de valorizar a inteligência humana e sua capacidade de alcançar a verdade por meio da razão natural, inclusive a respeito de certas questões da religião. Discorrendo sobre a “possibilidade de descobrir a verdade divina”, ele diz que há duas modalidades de verdade acerca de Deus. A primeira refere-se a verdades da revelação que a razão humana não consegue alcançar, por exemplo, entender como é possível Deus ser uno e trino. A segunda modalidade é composta de verdades que a razão pode atingir, por exemplo, que Deus existe. A partir dessa citação, indique a afirmativa que melhor expressa o pensamento de Tomás de Aquino. a) A fé é o único meio do ser humano chegar à verdade. b) O ser humano só alcança o conhecimento graças à revelação da verdade que Deus lhe concede. c) Mesmo limitada, a razão humana é capaz de alcançar certas verdades por seus meios naturais. d) A Filosofia é capaz de alcançar todas as verdades acerca de Deus. e) Deus é um ser absolutamente misterioso e o ser humano nada pode conhecer d’Ele. 18. (Ueg 2012) Durante seu reinado, Carlos Magno buscou reverter o quadro de estagnação cultural gerado pelas invasões bárbaras, quando muito do conhecimento da Antiguidade clássica havia se perdido. Reuniu então, com o apoio da Igreja, grandes sábios que deveriam transmitir sua sabedoria nas escolas da época. Esses grandes mestres foram chamados scholasticos. As matérias ensinadas por eles nas escolas medievais eram chamadas de artes liberais e foram divididas em a) fé e razão. b) matemática e gramática. c) trívio e quadrívio. d) teologia e filosofia. 19. (Uncisal 2012) A filosofia de Santo Agostinho é essencialmente uma fusão das concepções cristãs com o pensamento platônico. Subordinando a razão à fé, Agostinho de Hipona afirma existirem verdades superiores e inferiores, sendo as primeiras compreendidas a partir da ação de Deus. Como se chama a teoria agostiniana que afirma ser a ação de Deus que leva o homem a atingir as verdades superiores? a) Teoria da Predestinação. b) Teoria da Providência. c) Teoria Dualista. d) Teoria da Emanação. e) Teoria da Iluminação. 20. (Unisc 2012) Nas suas Meditações, o filósofo estoico Marco Aurélio escreveu: “Na vida de um homem, sua duração é um ponto, sua essência, um fluxo, seus sentidos, um turbilhão, todo o seu corpo, algo pronto a apodrecer, sua alma, inquietude, seu destino, obscuro, e sua fama, duvidosa. Em resumo, tudo o que é relativo ao corpo é como o fluxo de um rio, e, quanto á alma, sonhos e fluidos, a vida é uma luta, uma breve estadia numa terra estranha, e a reputação, esquecimento. O que pode, portanto, ter o poder de guiar nossos passos? Somente uma única coisa: a Filosofia. Ela consiste em abster-nos de contrariar e ofender o espírito divino que habita em nós, em transcender o prazer e a dor, não fazer nada sem propósito, evitar a falsidade e a dissimulação, não depender das ações dos outros, aceitar o que acontece, pois tudo provém de uma mesma fonte e, sobretudo, aguardar a morte com calma e resignação, pois ela nada mais é que a dissolução dos elementos pelos quais são formados todos os seres vivos. Se não há nada de terrível para esses elementos em sua contínua transformação, por que, então, temer as mudanças e a dissolução do todo?” Considere as seguintes afirmativas sobre esse texto: I. Marco Aurélio nos diz que a morte é um grande mal. II. Segundo Marco Aurélio, devemos buscar a fama, a riqueza e o prazer. III. Segundo Marco Aurélio, conseguindo fama, podemos transcender a finitude da vida humana. IV. Para Marco Aurélio, a filosofia é valiosa porque nos permite compreender que a morte é parte de um processo da natureza e assim evita que nos angustiemos por ela. V. Para Marco Aurélio, só a fé em Deus e em Cristo pode libertar o homem do temor da morte. VI. Para Marco Aurélio, o homem participa de uma realidade divina. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e V estão corretas. b) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas. c) Somente as afirmativas IV e VI estão corretas. d) Todas as afirmativas estão corretas. e) Somente a afirmativa IV está correta. 21. (Unioeste 2012) “A excelência moral, então, é uma disposição da alma relacionada com a escolha de ações e emoções, disposição esta consistente num meio- termo (o meio-termo relativo a nós) determinado pela 6
  • 8. FILOSOFIA razão (a razão graças à qual um homem dotado de discernimento o determinaria)”. Aristóteles Sobre o pensamento ético de Aristóteles e o texto acima, seguem as seguintes afirmativas: I. A virtude é uma paixão consistente num meio-termo entre dois extremos. II. A ação virtuosa, por estar relacionada com a escolha, é praticada de modo involuntário e inconsciente. III. A virtude é uma disposição da alma relacionada com escolha e discernimento. IV. A virtude é um meio-termo absoluto, determinado pela razão. V. A virtude é um extremo determinado pela razão e pelas paixões de um homem dotado de discernimento. Das afirmativas feitas acima a) somente a afirmação I está correta. b) somente a afirmação III está correta. c) as afirmações II e III estão corretas. d) as afirmações III e IV estão corretas. e) as afirmações IV e V estão corretas. 22. (Ufsj 2012) Sobre a ética na Antiguidade, é CORRETO afirmar que a) o ideal ético perseguido pelo estoicismo era um estado de plena serenidade para lidar com os sobressaltos da existência. b) os sofistas afirmavam a normatização e verdades universalmente válidas. c) Platão, na direção socrática, defendeu a necessidade de purificação da alma para se alcançar a ideia de bem. d) Sócrates repercutiu a ideia de uma ética intimista voltada para o bem individual, que, ao ser exercida, se espargiria por todos os homens. 23. (Unisc 2012) Na obra de Aristóteles, a Ética é uma ciência prática, concepção distinta da de Platão, referida a um tipo de saber voltado à ação. Na Ética a Nicômaco, Aristóteles destaca uma excelência moral determinante para a constituição de uma vida virtuosa. Esta excelência moral tão importante é a) a coragem. b) a retórica. c) a verdade. d) a prudência ou moderação. e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta. 24. (Ufu 2012) Leia o trecho abaixo, que se encontra na Apologia de Sócrates de Platão e traz algumas das concepções filosóficas defendidas pelo seu mestre. Com efeito, senhores, temer a morte é o mesmo que se supor sábio quem não o é, porque é supor que sabe o que não sabe. Ninguém sabe o que é a morte, nem se, porventura, será para o homem o maior dos bens; todos a temem, como se soubessem ser ela o maior dos males. A ignorância mais condenável não é essa de supor saber o que não se sabe? Platão, A Apologia de Sócrates, 29 a-b, In. HADOT, P. O que é a Filosofia Antiga? São Paulo: Ed. Loyola, 1999, p. 61. Com base no trecho acima e na filosofia de Sócrates, assinale a alternativa INCORRETA. a) Sócrates prefere a morte a ter que renunciar a sua missão, qual seja: buscar, por meio da filosofia, a verdade, para além da mera aparência do saber. b) Sócrates leva o seu interlocutor a examinar-se, fazendo-o tomar consciência das contradições que traz consigo. c) Para Sócrates, pior do que a morte é admitir aos outros que nada se sabe. Deve-se evitar a ignorância a todo custo, ainda que defendendo uma opinião não devidamente examinada. d) Para Sócrates, o verdadeiro sábio é aquele que, colocado diante da própria ignorância, admite que nada sabe. Admitir o não-saber, quando não se sabe, define o sábio, segundo a concepção socrática. 25. (Unioeste 2012) O que há em comum entre Tales, Anaximandro e Anaxímenes de Mileto, entre Xenófanes de Colofão e Pitágoras de Samos? “Todos esses pensadores propõem uma explicação racional do mundo, e isso é uma reviravolta decisiva na história do pensamento” (Pierre Hadot). Com base no texto e nos conhecimentos sobre as relações entre mito e filosofia, seguem as seguintes proposições: I. Os filósofos pré-socráticos são conhecidos como filósofos da physis porque as explicações racionais do mundo por eles produzidas apresentam não apenas o início, o princípio, mas também o desenvolvimento e o resultado do processo pelo qual uma coisa se constitui. II. Os filósofos pré-socráticos não foram os primeiros a tratarem da origem e do desenvolvimento do universo, antes deles já existiam cosmogonias, mas estas eram de tipo mítico, descreviam a história do mundo como uma luta entre entidades personificadas. 7
  • 9. FILOSOFIA III. As explicações racionais do mundo elaboradas pelos pré-socráticos seguem o mesmo esquema ternário que estruturava as cosmogonias míticas na medida em que também propõem uma teoria da origem do mundo, do homem e da cidade. IV. O nascimento das explicações racionais do mundo são também o surgimento de uma nova ordem do pensamento, complementar ao mito; em certos momentos decisivos da história da filosofia as duas ordens de pensamento chegam a coexistir, exemplo disso pode ser encontrado no diálogo platônico Timeu quando, na apresentação do “mito mais verossímil”, a figura mítica do Demiurgo é introduzida para explicar a produção do mundo. V. Tales de Mileto, um dos Sete Sábios, além de matemático e físico é considerado filósofo – o fundador da filosofia, segundo Aristóteles – porque em sua proposição “A água é a origem e a matriz de todas as coisas” está contida a proposição “Tudo é um”, ou seja, a representação de unidade. Assinale a alternativa correta. a) As proposições III e IV estão incorretas. b) Somente as proposições I e II estão corretas. c) Apenas a proposição IV está incorreta. d) Todas as proposições estão incorretas. e) Todas as proposições estão corretas. 26. (Enem 2012) Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides era que o objeto de conhecimento é um objeto de razão e não de sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre objeto racional e objeto sensível ou material que privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-se em sua mente. ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012 (adaptado). O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão (427–346 a.C.). De acordo com o texto, como Platão se situa diante dessa relação? a) Estabelecendo um abismo intransponível entre as duas. b) Privilegiando os sentidos e subordinando o conhecimento a eles. c) Atendo-se à posição de Parmênides de que razão e sensação são inseparáveis. d) Afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas a sensação não. e) Rejeitando a posição de Parmênides de que a sensação é superior à razão. 27. (Ufu 2012) A teologia natural, segundo Tomás de Aquino (1225-1274), é uma parte da filosofia, é a parte que ele elaborou mais profundamente em sua obra e na qual ele se manifesta como um gênio verdadeiramente original. Se se trata de física, de fisiologia ou dos meteoros, Tomás é simplesmente aluno de Aristóteles, mas se se trata de Deus, da origem das coisas e de seu retorno ao Criador, Tomás é ele mesmo. Ele sabe, pela fé, para que limite se dirige, contudo, só progride graças aos recursos da razão. GILSON, Etienne. A Filosofia na Idade Média, São Paulo: Martins Fontes, 1995, p. 657. De acordo com o texto acima, é correto afirmar que a) a obra de Tomás de Aquino é uma mera repetição da obra de Aristóteles. b) Tomás parte da revelação divina (Bíblia) para entender a natureza das coisas. c) as verdades reveladas não podem de forma alguma ser compreendidas pela razão humana. d) é necessário procurar a concordância entre razão e fé, apesar da distinção entre ambas. 28. (Ufu 2012) Em primeiro lugar, é claro que, com a expressão “ser segundo a potência e o ato”, indicam-se dois modos de ser muito diferentes e, em certo sentido, opostos. Aristóteles, de fato, chama o ser da potência até mesmo de não-ser, no sentido de que, com relação ao ser-em-ato, o ser-em-potência é não- ser-em-ato. REALE, Giovanni. História da Filosofia Antiga. Vol. II. Trad. de Henrique Cláudio de Lima Vaz e Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 1994, p. 349. A partir da leitura do trecho acima e em conformidade com a Teoria do Ato e Potência de Aristóteles, assinale a alternativa correta. a) Para Aristóteles, ser-em-ato é o ser em sua capacidade de se transformar em algo diferente dele mesmo, como, por exemplo, o mármore (ser-em- ato) em relação à estátua (ser-em-potência). b) Segundo Aristóteles, a teoria do ato e potência explica o movimento percebido no mundo sensível. Tudo o que possui matéria possui potencialidade (capacidade de assumir ou receber uma forma diferente de si), que tende a se atualizar (assumindo ou recebendo aquela forma). c) Para Aristóteles, a bem da verdade, existe apenas o ser-em-ato. Isto ocorre porque o movimento verificado no mundo material é apenas ilusório, e o que existe é sempre imutável e imóvel. d) Segundo Aristóteles, o ato é próprio do mundo sensível (das coisas materiais) e a potência se 8
  • 10. FILOSOFIA encontra tão-somente no mundo inteligível, apreendido apenas com o intelecto. 29. (Enem 2012) TEXTO I Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por feltragem e, ainda mais condensadas, transformam-se em água. A água, quando mais condensada, transforma-se em terra, e quando condensada ao máximo possível, transforma-se em pedras. BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado). TEXTO II Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas as coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão a impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha”. GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado). Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a origem do universo, a partir de uma explicação racional. As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua fundamentação teorias que a) eram baseadas nas ciências da natureza. b) refutavam as teorias de filósofos da religião. c) tinham origem nos mitos das civilizações antigas. d) postulavam um princípio originário para o mundo. e) defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas. 30. (Ufu 2012) Na medida em que o Cristianismo se consolidava, a partir do século II, vários pensadores, convertidos à nova fé e, aproveitando-se de elementos da filosofia greco-romana que eles conheciam bem, começaram a elaborar textos sobre a fé e a revelação cristãs, tentando uma síntese com elementos da filosofia grega ou utilizando-se de técnicas e conceitos da filosofia grega para melhor expor as verdades reveladas do Cristianismo. Esses pensadores ficaram conhecidos como os Padres da Igreja, dos quais o mais importante a escrever na língua latina foi santo Agostinho. COTRIM, Gilberto. Fundamentos de Filosofia: Ser, Saber e Fazer. São Paulo: Saraiva, 1996, p. 128. (Adaptado) Esse primeiro período da filosofia medieval, que durou do século II ao século X, ficou conhecido como a) Escolástica. b) Neoplatonismo. c) Antiguidade tardia. d) Patrística. 31. (Uenp 2011) Mario Quintana, no poema “As coisas”, traduziu o sentimento comum dos primeiros filósofos da seguinte maneira: “O encanto sobrenatural que há nas coisas da Natureza! [...] se nelas algo te dá encanto ou medo, não me digas que seja feia ou má, é, acaso, singular”. Os primeiros filósofos da antiguidade clássica grega se preocupavam com: a) Cosmologia, estudando a origem do Cosmos, contrapondo a tradição mitológica das narrativas cosmogônicas e teogônicas. b) Política, discutindo as formas de organização da polis e estabelecendo as regras da democracia. c) Ética, desenvolvendo uma filosofia dos valores e da vida virtuosa. d) Epistemologia, procurando estabelecer as origens e limites do conhecimento verdadeiro. e) Ontologia, construindo uma teoria do ser e do substrato da realidade. 32. (Ueap 2011) ...que é e que não é possível que não seja,/ é a vereda da Persuasão (porque acompanha a Verdade); o outro diz que não é e que é preciso que não seja,/ eu te digo que esta é uma vereda em que nada se pode aprender. De fato, não poderias conhecer o que não é, porque tal não é fatível./ nem poderia expressá- lo. (Nicola, Ubaldo. Antologia ilustrada de Filosofia. Editora Globo, 2005.) O texto anterior expressa o pensamento de qual filósofo? a) Aristóteles, que estabelecia a distinção entre o mundo sensível e o inteligível. b) Heráclito de Éfeso, que afirmava a unidade entre pensamento e realidade. c) Tales de Mileto, que afirmava ser a água o princípio de todas as coisas. d) Parmênides de Eleia, que afirmava a imutabilidade de todas as coisas e a unidade entre ser e pensar, ser e conhecimento. 9
  • 11. FILOSOFIA e) Protágoras, que afirmava que o homem é a medida de todas as coisas, que o ser é e o não ser não é. 33. (Uenp 2011) Platão foi um dos filósofos que mais influenciaram a cultura ocidental. Para ele, a filosofia tem um fim prático e é capaz de resolver os grandes problemas da vida. Considera a alma humana prisioneira do corpo, vivendo como se fosse um peregrino em busca do caminho de casa. Para tanto, deveria transpor os limites do corpo e contemplar o inteligível. Assinale a alternativa correta. a) A teoria das ideias não pode ser considerada uma chave de leitura aplicável a todo pensamento platônico. b) Como Sócrates, Platão desenvolveu uma ética racionalista que desconsiderava a vontade como elemento fundamental entre os motivadores da ação. Ele acreditava que o conhecimento do bem era suficiente para motivar a conduta de acordo com essa ideia (agir bem). c) Platão propõe um modelo de organização política da sociedade que pode ser considerado estamental e antidemocrático. Para ele, o governo não deveria se pautar pelo princípio da maioria. As almas têm natureza diversa, de acordo com sua composição, isso faz com que os homens devam ser distribuídos de acordo com essa natureza, divididos em grupos encarregados do governo, do controle e do abastecimento da polis. d) Platão chamava o conhecimento da verdade de doxa e o contrapõe a uma outra forma de conhecimento (inferior) denominada episteme. e) Para Platão, a essência das coisas é dada a partir da análise de suas causas material e final. 34. (Uel 2011) Leia o texto a seguir. Para esclarecer o que seja a imitação, na relação entre poesia e o Ser, no Livro X de A República, Platão parte da hipótese das ideias, as quais designam a unidade na pluralidade, operada pelo pensamento. Ele toma como exemplo o carpinteiro que, por sua arte, cria uma mesa, tendo presente a ideia de mesa, como modelo. Entretanto, o que ele produz é a mesa e não a sua ideia. O poeta pertence à mesma categoria: cria um mundo de mera aparência. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria das ideias de Platão, é correto afirmar: a) Deus é o criador último da ideia, e o artífice, enquanto co-participante da criação divina, alcança a verdadeira causa das coistas a partir do reflexo da ideia ou do simulacro que produz. b) A participação das coisas às ideias permite admitir as realidades sensíveis como as causas verdadeiras acessíveis à razão. c) Os poetas são imitadores de simulacros e por intermédio da imitação não alcançam o conhecimento das ideias como verdadeiras causas de todas as coisas. d) As coisas belas se explicam por seus elementos físicos, como a cor e a figura, e na materialidade deles encontram sua verdade: a beleza em si e por si. e) A alma humana possui a mesma natureza das coisas sensíveis, razão pela qual se torna capaz de conhecê- las como tais na percepção de sua aparência. 35. (Uenp 2011) As discussões iniciais sobre Lógica foram organizadas por Aristóteles no texto conhecido como “Organon”, onde o filósofo sistematiza e problematiza algumas das afirmações que tinham sido feitas pelos pré-socráticos (Parmênides, Heráclito) e por Platão. Sobre a lógica aristotélica é incorreto afirmar: a) Aristóteles considera que a dialética não é um procedimento seguro para o pensamento, tendo em vista posições contrárias de debatedores, e a escolha de uma opinião contra a outra não garante chegar à essência da coisa investigada, por isso sugere a substituição da dialética pela lógica. b) Entre as principais diferenças que existem entre a lógica aristotélica e a dialética platônica estão: a primeira é um instrumento para o conhecer que antecede o exercício do pensamento e da linguagem; a segunda é um modo de conhecer e pressupõe a aplicação imediata do pensamento e da linguagem. c) A lógica aristotélica é um instrumento para trabalhar os contrários, e as contradições para superá-los e chegar ao conhecimento da essência das coisas e da realidade. d) A lógica aristotélica sistematiza alguns princípios e procedimentos que devem ser empregados nos raciocínios para a produção de conhecimentos universais e necessários. e) Contemporaneamente não se pode considerar a lógica aristotélica como plenamente formal, tendo em vista que Aristóteles não afasta por completo os conteúdos pensados, para ficar com formas vazias (como se faz na lógica puramente formal). Embora tenha avançado no sentido da lógica formal, se comparada com a dialética platônica, que dependia absolutamente do conteúdo dos juízos. 36. (Ueg 2011) Em meados do século IV a.C., Alexandre Magno assumiu o trono da Macedônia e iniciou uma série de conquistas e, a partir daí, construiu um vasto 10
  • 12. FILOSOFIA império que incluía, entre outros territórios, a Grécia. Essa dominação só teve fim com o desenvolvimento de outro império, o romano. Esse período ficou conhecido como helenístico e representou uma transformação radical na cultura grega. Nessa época, um pensador nascido em Élis, chamado Pirro, defendia os fundamentos do ceticismo. Ele fundou uma escola filosófica que pregava a ideia de que: a) seria impossível conhecer a verdade. b) seria inadmissível permanecer na mera opinião. c) os princípios morais devem ser inferidos da natureza. d) os princípios morais devem basear-se na busca pelo prazer. 37. (Ufsj 2011) Sobre o ceticismo, é CORRETO afirmar que a) os céticos buscaram uma mediação entre “o ser” e o “poder-ser”. b) o ceticismo relativo tem no subjetivismo e no relativismo doutrinas manifestamente apoiadas em seu princípio maior: toda interatividade possível. c) Protágoras (séc. V a.C.), relativista, afirmou que “o Homem só entende a natureza porque o conhecimento emana dela e nela se instala”. d) Górgias (485-380 a.C.) e Pirro (365-275 a.C.) são apontados como possíveis fundadores do ceticismo absoluto. 38. (Ifsp 2011) Comparando-se mito e filosofia, é correto afirmar o seguinte: a) A autoridade do mito depende da confiança inspirada pelo narrador, ao passo que a autoridade da filosofia repousa na razão humana, sendo independente da pessoa do filósofo. b) Tanto o mito quanto a filosofia se ocupam da explicação de realidades passadas a partir da interação entre forças naturais personalizadas, criando um discurso que se aproxima do da história e se opõe ao da ciência. c) Enquanto a função do mito é fornecer uma explicação parcial da realidade, limitando-se ao universo da cultura grega, a filosofia tem um caráter universal, buscando respostas para as inquietações de todos os homens. d) Mito e filosofia dedicam-se à busca pelas verdades absolutas e são, em essência, faces distintas do mesmo processo de conhecimento que culminou com o desenvolvimento do pensamento científico. e) A filosofia é a negação do mito, pois não aceita contradições ou fabulações, admitindo apenas explicações que possam ser comprovadas pela observação direta ou pela experiência. 39. (Unimontes 2011) A passagem da mentalidade mítica para o pensamento racional e filosófico foi gestada por fatores considerados relevantes para a construção de uma nova mentalidade. Algumas novidades do período arcaico ajudaram a transformar a visão que o mito oferecia sobre o mundo e a existência humana. Nesse aspecto, são todos fatores relevantes: a) a invenção da escrita e da moeda, a lei escrita e a imprensa. b) a invenção da escrita e do telefone, a lei escrita e o nascimento da pólis. c) a invenção da escrita e da moeda, a lei escrita e o nascimento da pólis. d) a invenção da escrita e da religião, a lei escrita e o nascimento da pólis. 40. (Unimontes 2011) Para Jean-Pierre Vernant, helenista e pensador francês, o nascimento da pólis (por volta dos séculos VIII e VII a.C) é um acontecimento decisivo que “marca um começo, uma verdadeira invenção”, por provocar grandes alterações na vida social e nas relações humanas. A transformação da pólis muito se deve aos legisladores que sinalizaram uma nova era. Foram importantes os três legisladores constantes da alternativa a) Drácon, Sólon e Clístenes. b) Homero, Sólon e Clístenes. c) Drácon, Sólon e Homero. d) Drácon, Homero e Clístenes. 41. (Ueg 2011) No século V a.C., Atenas vivia o auge de sua democracia. Nesse mesmo período, os teatros estavam lotados, afinal, as tragédias chamavam cada vez mais a atenção. Outro aspecto importante da civilização grega da época eram os discursos proferidos na ágora. Para obter a aprovação da maioria, esses pronunciamentos deveriam conter argumentos sólidos e persuasivos. Nesse caso, alguns cidadãos procuravam aperfeiçoar sua habilidade de discursar. Isso favoreceu o surgimento de um grupo de filósofos que dominavam a arte da oratória. Esses filósofos vinham de diferentes cidades e ensinavam sua arte em troca de pagamento. Eles foram duramente criticados por Sócrates e são conhecidos como a) maniqueístas. b) hedonistas. c) epicuristas. d) sofistas. 42. (Uenp 2011) Julgue as afirmações sobre a filosofia helenista. I. É o último período da filosofia antiga, quando a polis grega desaparece em razão de invasões sucessivas, por persas e romanos, sendo substituída pela 11
  • 13. FILOSOFIA cosmopolis, categoria de referência que altera a percepção de mundo do grego, principalmente no tocante à dimensão política. II. É um período constituído por grandes sistemas e doutrinas que apresentam explicações totalizantes da natureza, do homem, concentrando suas especulações no campo da filosofia prática, principalmente da ética. III. Surgem nesse período a filosofia estoica, o epicurismo, o ceticismo e o neoplatonismo. Estão corretas as afirmativas: a) Todas elas. b) Apenas I e II. c) Apenas III. d) Apenas II e III. e) Apenas I. 43. (Ufu 2011) Considere o seguinte texto sobre Tomás de Aquino (1226-1274). Fique claro que Tomás não aristoteliza o cristianismo, mas cristianiza Aristóteles. Fique claro que ele nunca pensou que, com a razão se pudesse entender tudo; não, ele continuou acreditando que tudo se compreende pela fé: só quis dizer que a fé não estava em desacordo com a razão, e que, portanto, era possível dar-se ao luxo de raciocinar, saindo do universo da alucinação. Eco, Umberto. “Elogio de santo Tomás de Aquino”. In: Viagem na irrealidade cotidiana, p.339. É correto afirmar, segundo esse texto, que: a) Tomás de Aquino, com a ajuda da filosofia de Aristóteles, conseguiu uma prova científica para as certezas da fé, por exemplo, a existência de Deus. b) Tomás de Aquino se empenha em mostrar os erros da filosofia de Aristóteles para mostrar que esta filosofia é incompatível com a doutrina cristã. c) o estudo da filosofia de Aristóteles levou Tomás de Aquino a rejeitar as verdades da fé cristã que não fossem compatíveis com a razão natural. d) a atitude de Tomás de Aquino diante da filosofia de Aristóteles é de conciliação desta filosofia com as certezas da fé cristã. 44. (Ufu 2011) Segundo o texto abaixo, de Agostinho de Hipona (354-430 d. C.), Deus cria todas as coisas a partir de modelos imutáveis e eternos, que são as ideias divinas. Essas ideias ou razões seminais, como também são chamadas, não existem em um mundo à parte, independentes de Deus, mas residem na própria mente do Criador, [...] a mesma sabedoria divina, por quem foram criadas todas as coisas, conhecia aquelas primeiras, divinas, imutáveis e eternas razões de todas as coisas, antes de serem criadas [...]. Sobre o Gênese, V Considerando as informações acima, é correto afirmar que se pode perceber: a) que Agostinho modifica certas ideias do cristianismo a fim de que este seja concordante com a filosofia de Platão, que ele considerava a verdadeira. b) uma crítica radical à filosofia platônica, pois esta é contraditória com a fé cristã. c) a influência da filosofia platônica sobre Agostinho, mas esta é modificada a fim de concordar com a doutrina cristã. d) uma crítica violenta de Agostinho contra a filosofia em geral. 45. (Ueg 2011) “A casa de Deus, que cremos ser uma, está, pois, dividida em três: uns oram, outros combatem, e outros, enfim, trabalham.” BISPO ADALBERON DE LAON, século XI, apud LE GOFF, Jacques. A civilização do ocidente medieval. Lisboa: Editorial Estampa, 1984. p. 45-46. A sociedade do período medievo possuía como uma de suas características a estrutura social extremamente rígida e segmentada. A sociedade dos homens era um reflexo da sociedade divina. Essa estrutura é uma herança da filosofia a) patrística, de Santo Agostinho. b) escolástica, de Abelardo. c) racionalista, de Platão. d) dialética, de Hegel. 46. (Uncisal 2011) Uma das preocupações de certa escola filosófica consistiu em provar que as ideias platônicas ou os gêneros e espécies aristotélicos são substâncias reais, criadas pelo intelecto e vontade de Deus, existindo na mente divina. Reflexões dessa natureza foram realizadas majoritariamente no período da história da filosofia: a) pré-socrático. b) antigo. c) medieval. d) moderno. e) contemporâneo. 47. (Uel 2011) Leia o texto a seguir. Platão, em A República, tem como objetivo principal investigar a natureza da justiça, inerente à alma, que, por sua vez, manifesta-se como protótipo do 12
  • 14. FILOSOFIA Estado ideal. Os fundamentos do pensamento ético- político de Platão decorrem de uma correlação estrutural com constituição tripartite da alma humana. Assim, concebe uma organização social ideal que permite assegurar a justiça. Com base neste contexto, o foco da crítica às narrativas poéticas, nos livros II e III, recai sobre a cidade e o tema fundamental da educação dos governantes. No Livro X, na perspectiva da defesa de seu projeto ético-político para a cidade fundamentada em um logos crítico e reflexivo que redimensiona o papel da poesia, o foco desta crítica se desloca para o indivíduo ressaltando a relação com a alma, compreendida em três partes separadas, segundo Platão: a racional, a apetitiva e a irascível. Com base no texto e na crítica de Platão ao caráter mimético das narrativas poéticas e sua relação com a alma humana, é correto afirmar: a) A parte racional da alma humana, considerada superior e responsável pela capacidade de pensar, é elevada pela natureza mimética da poesia à contemplação do Bem. b) O uso da mímesis nas narrativas poéticas para controlar e dominar a parte irascível da alma é considerado excelente prática propedêutica na formação ética do cidadão. c) A poesia imitativa, reconhecida como fonte de racionalidade e sabedoria, deve ser incorporada ao Estado ideal que se pretende fundar. d) O elemento mimético cultivado pela poesia é justamente aquele que estimula, na alma humana, os elementos irracionais: os instintos e as paixões. e) A reflexividade crítica presente nos elementos miméticos das narrativas poéticas permite ao indivíduo alcançar a visão das coisas como realmente são. 48. (Uel 2011) Leia o texto a seguir. A virtude é, pois, uma disposição de caráter relacionada com a escolha e consiste numa mediania, isto é, a mediania relativa a nós, a qual é determinada por um princípio racional próprio do homem dotado de sabedoria prática. (Aristóteles. Ética a Nicômaco. Trad. de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim. São Paulo: Abril Cultural, 1973. Livro II, p. 273.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a situada ética em Aristóteles, pode-se dizer que a virtude ética a) reside no meio termo, que consiste numa escolha situada entre o excesso e a falta. b) implica na escolha do que é conveniente no excesso e do que é prazeroso na falta. c) consiste na eleição de um dos extremos como o mais adequado, isto é, ou o excesso ou a falta. d) pauta-se na escolha do que é mais satisfatório em razão de preferências pragmáticas. e) baseia-se no que é mais prazeroso em sintonia com o fato de que a natureza é que nos torna mais perfeitos. 49. (Ifsp 2011) “– Mas escuta, a ver se eu digo bem. O princípio que de entrada estabelecemos que devia observar-se em todas as circunstâncias, quando fundamos a cidade, esse princípio é, segundo me parece, ou ele ou uma das suas formas, a justiça. Ora nós estabelecemos, segundo suponho, e repetimo-lo muitas vezes, se bem te lembras, que cada um deve ocupar-se de uma função na cidade, aquela para qual a sua natureza é mais adequada.” (PLATÃO. A República. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 7 ed. Lisboa: Calouste-Gulbenkian, 2001, p. 185.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a concepção platônica de justiça, na cidade ideal, assinale a alternativa correta. a) Para Platão, a cidade ideal é a cidade justa, ou seja, a que respeita o princípio de igualdade natural entre todos os seres humanos, concedendo a todos os indivíduos os mesmos direitos perante a lei. b) Platão defende que a democracia é fundamento essencial para a justiça, uma vez que permite a todos os cidadãos o exercício direto do poder. c) Na cidade ideal platônica, a justiça é o resultado natural das ações de cada indivíduo na perseguição de seus interesses pessoais, desde que esses interesses também contribuam para o bem comum. d) Para Platão, a formação de uma cidade justa só é possível se cada cidadão executar, da melhor maneira possível, a sua função própria, ou seja, se cada um fizer bem aquilo que lhe compete, segundo suas aptidões. e) Platão acredita que a cidade só é justa se cada membro do organismo social tiver condições de perseguir seus ideais, exercendo funções que promovam sua ascensão econômica e social. 50. (Uff 2011) Segundo Platão, as opiniões dos seres humanos sobre a realidade são quase sempre equivocadas, ilusórias e, sobretudo, passageiras, já que eles mudam de opinião de acordo com as circunstâncias. Como agem baseados em opiniões, sua conduta resulta quase sempre em injustiça, desordem e insatisfação, ou seja, na imperfeição da sociedade. 13
  • 15. FILOSOFIA Em seu livro A República, ele, então, idealizou uma sociedade capaz de alcançar a perfeição, desde que seu governo coubesse exclusivamente a) aos guerreiros, porque somente eles teriam força para obrigar todos a agirem corretamente. b) aos tiranos, porque somente eles unificariam a sociedade sob a mesma vontade. c) aos mais ricos, porque somente eles saberiam aplicar bem os recursos da sociedade. d) aos demagogos, porque somente eles convenceriam a maioria a agir de modo organizado. e) aos filósofos, porque somente eles disporiam de conhecimento verdadeiro e imutável. 51. (Uenp 2011) “Estas três formas podem degenerar: [...] A tirania não é, de fato, senão a monarquia voltada para a utilidade do monarca; a oligarquia, para a utilidade dos ricos; a democracia, para a utilidade dos pobres. Nenhuma das três se ocupa do interesse público. Podemos dizer ainda, de um modo um pouco diferente, que a tirania é o governo despótico exercido por um homem sobre o Estado, que a oligarquia representa o governo dos ricos e a democracia o dos pobres ou das pessoas pouco favorecidas.” Aristóteles. Política. De acordo com o fragmento de texto, assinale a alternativa que melhor completa a tabela abaixo: Forma autêntica Forma degenerada Um no governo (I) Tirania Alguns no governo Aristocracia (II) Muitos no governo República (III) a) (I) democracia - (II) monarquia - (III) oligarquia b) (I) monarquia - (II) democracia - (III) oligarquia c) (I) oligarquia - (II) monarquia - (III) democracia d) (I) monarquia - (II) oligarquia - (III) democracia e) (I) democracia - (II) oligarquia - (III) monarquia 52. (Uff 2011) Durante a maior parte da história da humanidade, o bem-estar e o interesse dos governantes têm predominado sobre o bem-estar e o interesse dos governados. Os gregos foram os primeiros a experimentar a democracia, isto é, regime político em que os cidadãos são livres e o governo é exercido pela coletividade para atender ao bem-estar e ao interesse de todos, e não só de alguns. Aristóteles refletiu sobre essa experiência e concluiu que a finalidade da atividade política é a) evitar a injustiça e permitir aos cidadãos serem virtuosos e felizes. b) impor a todos um pensamento único para evitar a divisão da sociedade. c) preparar os cidadãos como bons combatentes para conquistarem outros povos. d) habituar os seres humanos a obedecer. e) agradar aos deuses. 53. (Unimontes 2011) Lembremos a figura de Sócrates. Dizem que era um homem feio, mas, quando falava, exercia estranho fascínio. Podemos atribuir a Sócrates duas maneiras de se chegar ao conhecimento. Essas duas maneiras são denominadas de a) doxa e ironia. b) ironia e maiêutica. c) maiêutica e doxa. d) maiêutica e episteme. 54. (Ufu 2011) No pórtico da Academia de Platão, havia a seguinte frase: “não entre quem não souber geometria”. Essa frase reflete sua concepção de conhecimento: quanto menos dependemos da realidade empírica, mais puro e verdadeiro é o conhecimento tal como vemos descrito em sua Alegoria da Caverna. “A ideia de círculo, por exemplo, preexiste a toda a realização imperfeita do círculo na areia ou na tábula recoberta de cera. Se traço um círculo na areia, a ideia que guia a minha mão é a do círculo perfeito. Isso não impede que essa ideia também esteja presente no círculo imperfeito que eu tracei. É assim que aparece a ideia ou a forma.” JEANNIÈRE, Abel. Platão. Tradução de Lucy Magalhães. Rio de Janeiro: Zahar, 1995. 170 p. Com base nas informações acima, assinale a alternativa que interpreta corretamente o pensamento de Platão. a) A Alegoria da Caverna demonstra, claramente, que o verdadeiro conhecimento não deriva do “mundo inteligível”, mas do “mundo sensível”. b) Todo conhecimento verdadeiro começa pela percepção, pois somente pelos sentidos podemos conhecer as coisas tais quais são. c) Quando traçamos um círculo imperfeito, isto demonstra que as ideias do “mundo inteligível” não são perfeitas, tal qual o “mundo sensível”. d) As ideias são as verdadeiras causas e princípio de identificação dos seres; o “mundo inteligível” é onde se obtêm os conhecimentos verdadeiros. 55. (Ueg 2011) Em meados do século IV a.C., Alexandre Magno assumiu o trono da Macedônia e iniciou uma 14
  • 16. FILOSOFIA série de conquistas e, a partir daí, construiu um vasto império que incluía, entre outros territórios, a Grécia. Essa dominação só teve fim com o desenvolvimento de outro império, o romano. Esse período ficou conhecido como helenístico e representou uma transformação radical na cultura grega. Nessa época, um pensador nascido em Élis, chamado Pirro, defendia os fundamentos do ceticismo. Ele fundou uma escola filosófica que pregava a ideia de que: a) seria impossível conhecer a verdade. b) seria inadmissível permanecer na mera opinião. c) os princípios morais devem ser inferidos da natureza. d) os princípios morais devem basear-se na busca pelo prazer. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 56. (Uel 2011) A escultura Discóbolo de Míron, do século V a. C., expressa o ideal de homem na pólis ateniense. Com base nos valores deste ideal clássico, considere as afirmativas a seguir. I. Ao cidadão, cabia tempo livre para se dedicar integralmente ao que era próprio do ser político, como a especulação filosófica e a prática desportiva, visando à realização do humano. II. Na pólis governada por juristas apoiados por atletas com poder de comando das tropas, o cidadão considerava a igualdade econômica como a realização do ser humano. III. O cidadão era o elemento que integrava a pólis à natureza e tal integração era representada pela corpolatria e pelas atividades físicas impostas pelo Senado. IV. O ideal do cidadão era expresso pela sua participação nas ações e decisões da pólis, o que incluía a busca da beleza e do equilíbrio entre as formas. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e IV são corretas. b) Somente as afirmativas II e III são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. 57. (Uff 2010) Como uma onda Nada do que foi será De novo do jeito que já foi um dia Tudo passa Tudo sempre passará A vida vem em ondas Como um mar Num indo e vindo infinito Tudo que se vê não é Igual ao que a gente Viu há um segundo Tudo muda o tempo todo No mundo Não adianta fugir Nem mentir Pra si mesmo agora Há tanta vida lá fora Aqui dentro sempre Como uma onda no mar Como uma onda no mar Como uma onda no mar Lulu Santos e Nelson Motta A letra dessa canção de Lulu Santos lembra ideias do filósofo grego Heráclito, que viveu no século VI a.C. e que usava uma linguagem poética para exprimir seu 15
  • 17. FILOSOFIA pensamento. Ele é o autor de uma frase famosa: “Não se entra duas vezes no mesmo rio”. Dentre as sentenças de Heráclito a seguir citadas, marque aquela em que o sentido da canção de Lulu Santos mais se aproxima a) Morte é tudo que vemos despertos, e tudo que vemos dormindo é sono. b) O homem tolo gosta de se empolgar a cada palavra. c) Ao se entrar num mesmo rio, as águas que fluem são outras. d) Muita instrução não ensina a ter inteligência. e) O povo deve lutar pela lei como defende as muralhas da sua cidade. 58. (Unioeste 2010) O Oráculo de Delfos teria declarado que Sócrates (470-399 a.C.) era o mais sábio dos homens. Essa profecia marcou decisivamente a concepção socrática de Filosofia, pois sua verdade não era óbvia: “Logo ele, sem qualquer especialização, ele que estava ciente de sua ignorância? Logo ele, numa cidade [Atenas] repleta de artistas, oradores, políticos, artesãos? Sócrates parece ter meditado bastante tempo, buscando o significado das palavras da pitonisa. Afinal concluiu que sua sabedoria só poderia ser aquela de saber que nada sabia, essa consciência da ignorância sobre as coisas que era sinal e começo da autoconsciência.” (J. A. M. Pessanha) Sobre a filosofia de Sócrates, é incorreto afirmar que a) a filosofia de Sócrates consiste em buscar a verdade, aceitando as opiniões contraditórias dos homens; quanto mais importante era a posição social de um homem, mais verdadeira era sua opinião. b) a sabedoria de Sócrates está em saber que nada sabe, enquanto os homens em geral estão impregnados de preconceitos e noções incorretas, e não se dão conta disso. c) o reconhecimento da própria ignorância é o primeiro passo para a sabedoria, pois, assim, podemos nos livrar dos preconceitos e abrir caminho para a verdade. d) após muito questionar os valores e as certezas vigentes, Sócrates foi acusado de não respeitar os deuses oficiais (impiedade) e corromper a juventude; foi julgado e condenado à morte por ingestão de cicuta. e) o caminho socrático para a sabedoria deve ser trilhado pelo próprio indivíduo, que deve por ele mesmo reconhecer seus preconceitos e opiniões, rejeitá-los e, através da razão, atingir a verdade imutável. 59. (Ufu 2010) Em um importante trecho da sua obra Metafísica, Aristóteles se refere a Sócrates nos seguintes termos: Sócrates ocupava-se de questões éticas e não da natureza em sua totalidade, mas buscava o universal no âmbito daquelas questões, tendo sido o primeiro a fixar a atenção nas definições. Aristóteles. Metafísica, A6, 987b 1-3. Tradução de Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 2002. Com base na filosofia de Sócrates e no trecho supracitado, assinale a alternativa correta. a) O método utilizado por Sócrates consistia em um exercício dialético, cujo objetivo era livrar o seu interlocutor do erro e do preconceito − com o prévio reconhecimento da própria ignorância −, e levá-lo a formular conceitos de validade universal (definições). b) Sócrates era, na verdade, um filósofo da natureza. Para ele, a investigação filosófica é a busca pela “Arché”, pelo princípio supremo do Cosmos. Por isso, o método socrático era idêntico aos utilizados pelos filósofos que o antecederam (Pré-socráticos). c) O método socrático era empregado simplesmente para ridicularizar os homens, colocando-os diante da própria ignorância. Para Sócrates, conceitos universais são inatingíveis para o homem; por isso, para ele, as definições são sempre relativas e subjetivas, algo que ele confirmou com a máxima “o Homem é a medida de todas as coisas”. d) Sócrates desejava melhorar os seus concidadãos por meio da investigação filosófica. Para ele, isso implica não buscar “o que é”, mas aperfeiçoar “o que parece ser”. Por isso, diz o filósofo, o fundamento da vida moral é, em última instância, o egoísmo, ou seja, o que é o bem para o indivíduo num dado momento de sua existência. 60. (Uenp 2010) Sócrates foi considerado um dos principais filósofos da antiguidade clássica. Ao propor uma reflexão sobre o problema da consciência, levou as ultimas consequências a preocupação antropológica que havia se iniciado com os sofistas. Uma das principais contribuições de Sócrates foi o desenvolvimento da categoria “consciência” que esta associada à concepção que possuía de que o ser humano era dotado de uma alma racional, na qual estavam depositadas verdades eternas, e que o conhecimento dessas verdades era imprescindível para o desenvolvimento de uma vida ética. Depois de Sócrates, as preocupações sobre a natureza da alma, e sobre a Ética jamais abandonaram a filosofia. Sobre o tema, assinale a alternativa correta: a) Sócrates desenvolveu uma ética relativista, defendendo que os valores não podem ser considerados absolutos, e estão relacionados aos consensos existentes em cada contexto histórico, 16
  • 18. FILOSOFIA devendo ser considerados validos na medida em que possuem alguma utilidade pragmática. b) Platão, um dos mais importantes discípulos de Sócrates, se afastando do modelo desenvolvido por ele, que desconsiderava a incontinência (akrasia) como fator relevante para a formação da conduta, desenvolveu uma metáfora de alma tripartite, segundo a qual, a alma seria semelhante ao condutor da biga de dois cavalos, sendo que um deles seria altivo e elevado, e o outro atarracado e indolente. c) Sócrates concordava com os sofistas quando afirmavam que o “homem era a medida de todas as coisas”, sendo esse aforisma um dos principais postulados de sua ética. d) As virtudes para Platão não estavam associadas à natureza das almas, segundo o filósofo todos os homens possuem a mesma natureza racional, e suas almas são iguais, sendo desejável, portanto, que desenvolvam as mesmas virtudes. e) Platão, era relativista do ponto de vista ético, considerava que embora as virtudes e os valores fossem paradigmas existentes no mundo das ideias, como eles deveriam se realizar no mundo físico, estariam relacionados a condições muito particulares de concretização, e não poderiam ser considerados desvinculados da historia e de circunstancias particulares. 61. (Uenp 2010) Conosco homens, aí se diz, se passa o mesmo que com prisioneiros, que se achassem numa caverna subterrânea, encadeados, desde o nascimento, a um banco, de modo a nunca poderem voltar-se, e assim só poderem ver a parede oposta à entrada. Por detrás deles, na entrada da caverna, corre por toda a largura dela, um muro da altura de um homem, e por trás deste, arde uma fogueira. Se entre esta e o muro passarem homens transportando imagens, estátuas, figuras de animais, utensílios etc, que ultrapassem a altura do muro, então as sombras desses objetos, que o fogo faz aparecerem, se projetam na parede da caverna, e os prisioneiros também percebem, além da sombra, o eco das palavras pronunciadas pelos homens que passam. Como esses prisioneiros nunca perceberam outra coisa senão as sombras e o eco, têm eles essas imagens pela verdadeira realidade. Se eles pudessem, por uma vez, voltar-se e contemplar, a luz do fogo, os próprios objetos, cujas sombras foram apenas o que até agora viram; e se pudessem ouvir diretamente os sons, além dos ecos até então ouvidos, sem dúvida ficariam atônitos com essa nova realidade. Mas se além disso pudessem, fora da caverna e à luz do sol, contemplar os próprios homens vivos, bem como os animais e as coisas reais, de que as figuras projetadas na caverna eram apenas cópias, então ficariam de todo fascinados com essa realidade de forma tão diversa. PLATÃO, 7.º livro da República, p.514 ss.. Relacionando o fragmento de texto de Platão e a tirinha da Turma da Mônica, de Maurício de Souza, com os seus conhecimentos sobre o Mito da Caverna, assinale a alternativa incorreta. a) Os homens acorrentados no fundo da caverna são aqueles que passam a vida contemplando sombras, acreditando que elas correspondem à realidade e à verdade. b) Para Platão existem três níveis de conhecimento: o primeiro é chamado de agnosis, que significa ignorância, e corresponde ao estágio dos homens no interior da caverna; o segundo é denominado de doxa, ou opinião, e é o primeiro estágio de conhecimento, que se forma logo após os homens saírem da caverna e contemplarem a realidade; o terceiro é designado pela palavra grega epistheme, que significa ciência, ou o conhecimento em sua integralidade. c) Para Platão existe um único mundo sensível e inteligível, de forma que os homens devem aprender com a experiência a distinguir o conhecimento verdadeiro de impressões falsas dos sentidos. d) O visível, para Platão, corresponde ao império dos sentidos captado pelo olhar e dominado pela subjetividade. É o reino do homem comum preso, às coisas do cotidiano. e) O inteligível, para Platão, diz respeito à razão. É o reino do homem sábio, que desconfia das primeiras impressões e busca um conhecimento das causas da realidade. 62. (Uenp 2010) Para Aristóteles “o homem é por natureza um animal político”, isto é, um ser vivo (zoon) 17
  • 19. FILOSOFIA que, por sua natureza (physei), é feito para a vida da cidade (bios politikós, a comunidade política). Essa definição revela a intenção teleológica do filósofo na caracterização do sentido último da vida do homem: o viver na polis, onde o homem se realiza como cidadão (politai) manifestando, no termo de um processo de constituição de sua essência, a sua natureza. Sobre a natureza política do ser humano, de acordo com o pensamento de Aristóteles, não é correto afirmar que: a) O “zoon politikon” não deve ser compreendido como “animal socialis” da tradução latina. Este desvio semântico resultou num sentido alargado do termo grego que acabou se identificando com o social. Para Aristóteles, o social significava mais o instinto gregário, algo que os homens compartilham com algumas espécies de animais. b) O simples viver junto, em sociedade, não caracteriza a destinação última do homem: a “politicidade”. A verdadeira vida humana deve almejar a organização política, que é uma forma superior. A partir da compreensão da natureza do homem determinados aspectos da vida social adquirem um estatuto eminentemente político, tais como: a noção de governo, de dominação, de liberdade, de igualdade, do que é comum, do que é próprio, entre outras. c) Aristóteles acreditava que a sociedade nascia de um consenso, e que, portanto, não era natural, a despeito da natureza política do homem. Isso implica em que, o homem poderia viver fora da comunidade política. d) Entre os filósofos contemporâneos, Marx é um daqueles que faz referencia explicita ao pensamento aristotélico e a sua definição de homem como animal político, especialmente em Os fundamentos da crítica da economia política escrito em 1857/1858. e) Reconhecer a natureza política do homem é, para Aristóteles, uma forma de publicizar a ética de forma a considerá-la como uma instância de governo das relações sociais que tem sempre em vista o Bem coletivo. 63. (Pucpr 2010) Aristóteles afirma, na sua Ética a Nicômaco, que todas as nossas ações visam a um fim e esse fim é o seu bem, ou seja, “aquilo a que todas as coisas tendem”. De acordo com a posição do autor sobre esse tema, seria correto afirmar que: I. Todas as ações humanas visam a um fim, mas existe um fim supremo, que Aristóteles chama de “sumo bem” ou “bem supremo”. II. Assim como todos os fins são objeto de estudo das ciências em geral, o “sumo bem” exige uma ciência (ou arte) também ela suprema, já que conhecer esse fim é extremamente útil, pelo fato de ele ter grande influência sobre a vida humana. III. Para Aristóteles é a Política que deve ser considerada essa “arte mestra”, já que ela estuda o “sumo bem”, do qual todos os “bens” menores dependem. IV. Aristóteles acha que o fim da vida humana é a conquista da felicidade e ela está associada à posse de riquezas e honras, além de um acesso ilimitado aos prazeres. a) Apenas as assertivas I e IV são verdadeiras. b) Apenas as assertivas I e II são verdadeiras. c) Apenas a assertiva I é falsa. d) Todas as assertivas são verdadeiras. e) Apenas a assertiva IV é falsa. 64. (Uenp 2010) Sobre as escolas éticas do período helenístico, da antiguidade clássica da Filosofia Grega, associe a primeira com a segunda coluna e assinale e alternativa correta. I.epicurismo II. estoicismo III. ceticismo IV. ecletismo A - É uma moral hedonista. O fim supremo da vida é o prazer sensível; o critério único de moralidade é o sentimento. Os prazeres estéticos e intelectuais são como os mais altos prazeres. B - Visa sempre um fim último ético-ascético, sem qualquer metafísica, mesmo negativa. C - Se nada é verdadeiro, tudo vale unicamente. D - A paixão é sempre substancialmente má, pois é movimento irracional, morbo e vício da alma. a) I – A, II – B, III – C, IV – D 18
  • 20. FILOSOFIA b) I – A, II – B, III – D, IV – C c) I – A, II – D, III – C, IV – B d) I – A, II – D, III – B, IV – C e) I – D, II – A, III – B, IV – C 65. (Uff 2010) Filosofia O mundo me condena, e ninguém tem pena Falando sempre mal do meu nome Deixando de saber se eu vou morrer de sede Ou se vou morrer de fome Mas a filosofia hoje me auxilia A viver indiferente assim Nesta prontidão sem fim Vou fingindo que sou rico Pra ninguém zombar de mim Não me incomodo que você me diga Que a sociedade é minha inimiga Pois cantando neste mundo Vivo escravo do meu samba, muito embora vagabundo Quanto a você da aristocracia Que tem dinheiro, mas não compra alegria Há de viver eternamente sendo escrava dessa gente Que cultiva hipocrisia. Assinale a sentença do filósofo grego Epicuro cujo significado é o mais próximo da letra da canção “Filosofia”, composta em 1933 por Noel Rosa, em parceria com André Filho. a) É verdadeiro tanto o que vemos com os olhos como aquilo que apreendemos pela intuição mental. b) Para sermos felizes, o essencial é o que se passa em nosso interior, pois é deste que nós somos donos. c) Para se explicar os fenômenos naturais, não se deve recorrer nunca à divindade, mas se deve deixá-la livre de todo encargo, em sua completa felicidade. d) As leis existem para os sábios, não para impedir que cometam injustiças, mas para impedir que as sofram. e) A natureza é a mesma para todos os seres, por isso ela não fez os seres humanos nobres ou ignóbeis, e, sim suas ações e intenções. 66. (Uel 2010) Leia atentamente os textos abaixo, respectivamente, de Platão e de Aristóteles: [...] a admiração é a verdadeira característica do filósofo. Não tem outra origem a filosofia. (PLATÃO. Teeteto. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Belém: Universidade Federal do Pará, 1973. p. 37.) Com efeito, foi pela admiração que os homens começaram a filosofar tanto no princípio como agora; perplexos, de início, ante as dificuldades mais óbvias, avançaram pouco a pouco e enunciaram problemas a respeito das maiores, como os fenômenos da Lua, do Sol e das estrelas, assim como a gênese do universo. E o homem que é tomado de perplexidade e admiração julga-se ignorante (por isso o amigo dos mitos é, em certo sentido, um filósofo, pois também o mito é tecido de maravilhas); portanto, como filosofavam para fugir à ignorância, é evidente que buscavam a ciência a fim de saber, e não com uma finalidade utilitária. (ARISTÓTELES. Metafísica. Livro I. Tradução Leonel Vallandro. Porto Alegre: Globo, 1969. p. 40.) Com base nos textos acima e nos conhecimentos sobre a origem da filosofia, é correto afirmar: a) A filosofia surgiu, como a mitologia, da capacidade humana de admirar-se com o extraordinário e foi pela utilidade do conhecimento que os homens fugiram da ignorância. b) A admiração é a característica primordial do filósofo porque ele se espanta diante do mundo das ideias e percebe que o conhecimento sobre este pode ser vantajoso para a aquisição de novas técnicas. c) Ao se espantarem com o mundo, os homens perceberam os erros inerentes ao mito, além de terem reconhecido a impossibilidade de o conhecimento ser adquirido pela razão. 19
  • 21. FILOSOFIA d) Ao se reconhecerem ignorantes e, ao mesmo tempo, se surpreenderem diante do anseio de conhecer o mundo e as coisas nele contidas, os homens foram tomados de espanto, o que deu início à filosofia. e) A admiração e a perplexidade diante da realidade fizeram com que a reflexão racional se restringisse às explicações fornecidas pelos mitos, sendo a filosofia uma forma de pensar intrínseca às elaborações mitológicas. 67. (Unimontes 2010) Via de regra, os sofistas eram homens que tinham feito longas viagens e, por isso mesmo, tinham conhecido diferentes sistemas de governo. Usos, costumes e leis das cidades-estados podiam variar enormemente. Sob esse pano de fundo, os sofistas iniciaram em Atenas uma discussão sobre o que seria natural e o que seria criado pela sociedade. (GAARDER, J. O Mundo de Sofia. São Paulo: Companhia das Letras, 1995). Sobre os sofistas, é incorreto afirmar que a) eles tiveram papel fundamental nas transformações culturais de Atenas. b) eles se dedicaram à questão do homem e de seu lugar na sociedade. c) eles eram mercenários e só visavam ao lucro na arte de ensinar. d) eles foram os primeiros a compreender que o “homem é medida de todas as coisas”. 68. (Uff 2010) A importância do filósofo medieval Tomás de Aquino reside principalmente em seu esforço de valorizar a inteligência humana e sua capacidade de alcançar a verdade por meio da razão. Discorrendo sobre a “possibilidade de descobrir a verdade divina”, ele diz: “As verdades que professamos acerca de Deus revestem uma dupla modalidade. Com efeito, existem a respeito de Deus verdades que ultrapassam totalmente as capacidades da razão humana. Uma delas é, por exemplo, que Deus é trino e uno. Ao contrário, existem verdades que podem ser atingidas pela razão: por exemplo, que Deus existe, que há um só Deus etc. Estas últimas verdades, os próprios filósofos as provaram por meio de demonstração, guiados pela luz da razão natural”. A partir dessa citação, identifique a opção que melhor expressa esse pensamento de Tomás de Aquino. a) A Filosofia é capaz de alcançar todas as verdades acerca de Deus. b) O ser humano só alcança o conhecimento graças à revelação da verdade que Deus lhe concede. c) A fé é o único meio de o ser humano chegar à verdade. d) Mesmo limitada, a razão humana é capaz de alcançar por seus meios naturais certas verdades. e) Deus é um ser absolutamente misterioso e o ser humano nada pode conhecer d’Ele. 69. (Ufu 2010) Para responder a questão, leia o seguinte texto. O universal é o conceito, a ideia, a essência comum a todas as coisas (por exemplo, o conceito de ser humano). Em outras palavras, pergunta-se se os gêneros e as espécies têm existência separada dos objetos sensíveis: as espécies (por exemplo, o cão) ou os gêneros (por exemplo, o animal) teriam existência real? Ou seriam apenas ideias na mente ou apenas palavras? (ARANHA, M. L. A. & MARTINS, M. H. Filosofando. 3ª edição. São Paulo: Moderna, 2003, p. 126.) A resposta correta à pergunta formulada no texto acima, sobre os universais, é: a) Segundo os nominalistas, as espécies e gêneros universais são meras palavras que expressam um conteúdo mental, sem existência real. b) Segundo os nominalistas, os universais são conceitos, mas têm fundamento na realidade das coisas. c) Segundo os nominalistas, os universais (gêneros e espécies) são entidades realmente existentes no mundo das Ideias, sendo as coisas deste mundo meras cópias destas Ideias. d) Segundo os nominalistas, os gêneros e as espécies universais existem realmente, mas apenas na mente de Deus. 70. (Ufu 2010) A filosofia de Agostinho (354 – 430) é estreitamente devedora do platonismo cristão milanês: foi nas traduções de Mário Vitorino que leu os textos de Plotino e de Porfírio, cujo espiritualismo devia aproximá-lo do cristianismo. Ouvindo sermões de Ambrósio, influenciados por Plotino, que Agostinho venceu suas últimas resistências (de tornar-se cristão). PEPIN, Jean. Santo Agostinho e a patrística ocidental. In: CHÂTELET, François (org.) A Filosofia medieval. Rio de Janeiro Zahar Editores: 1983, p. 77. Apesar de ter sido influenciado pela filosofia de Platão, por meio dos escritos de Plotino, o pensamento de Agostinho apresenta muitas diferenças se comparado ao pensamento de Platão. Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, uma dessas diferenças. 20
  • 22. FILOSOFIA a) Para Agostinho, é possível ao ser humano obter o conhecimento verdadeiro, enquanto, para Platão, a verdade a respeito do mundo é inacessível ao ser humano. b) Para Platão, a verdadeira realidade encontra-se no mundo das Ideias, enquanto para Agostinho não existe nenhuma realidade além do mundo natural em que vivemos. c) Para Agostinho, a alma é imortal, enquanto para Platão a alma não é imortal, já que é apenas a forma do corpo. d) Para Platão, o conhecimento é, na verdade, reminiscência, a alma reconhece as Ideias que ela contemplou antes de nascer; Agostinho diz que o conhecimento é resultado da Iluminação divina, a centelha de Deus que existe em cada um. 71. (Uel 2010) Observe a tira e leia o texto a seguir: Assentemos, portanto, que, a principiar em Homero, todos os poetas são imitadores da imagem da virtude e dos restantes assuntos sobre os quais compõem, mas não atingem a verdade [...] parece-me, que o poeta, por meio de palavras e frases, sabe colorir devidamente cada uma das artes, sem entender delas mais do que saber imitá-las. (PLATÃO. A República. Livro X. Tradução, introdução e notas de Maria Helena da Rocha Pereira. 8. ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1996. p. 463) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a mímesis (imitação) em Platão, é correto afirmar: a) Dispõe o poeta da perfeição para colorir tão bem quanto o pintor, por isso descreve verdadeiramente os ofícios humanos. b) A mímesis apresenta uma imagem da realidade e assim representa a verdade última das atividades humanas. c) Por sua capacidade de imitar, o poeta sabe acerca dos ofícios de todos os homens e, por esse motivo, pode descrevê-los verdadeiramente. d) Por saber sobre todas as artes, atividades e atos humanos, o poeta consegue executar o seu ofício descrevendo-os bem. e) Por meio da imitação, descreve-se com beleza os atos e ofícios humanos, sem, no entanto, conhecê- los verdadeiramente. 72. (Unioeste 2010) Observe os seguintes argumentos silogísticos: I. Todos os cães são alados Todos os pássaros são cães Logo, todos os pássaros são alados. II. Todos os humanos são mortais Todos os brasileiros são humanos Logo, todos os brasileiros são mortais. É correto afirmar, a partir de um ponto de vista lógico, que a) os argumentos são distintos quanto à estrutura ou forma lógica. b) ambos os argumentos são válidos, embora as premissas do primeiro sejam falsas. c) o primeiro argumento é inválido, e o segundo é válido. d) ambos os argumentos são inválidos. e) o segundo conjunto de enunciados forma um argumento, mas o primeiro não. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Do princípio do século XVII ao fim do século XVIII, 1 o aspecto geral do mundo natural 2 alterou-se de tal forma que Copérnico teria ficado pasmo. A revolução que ele iniciara desenvolveu-se tão rápido e de modo tão amplo que não só a astronomia se transformou, mas também a física. Quando isso aconteceu, dissolveram-se os últimos vestígios do universo aristotélico. A matemática tornou-se uma ferramenta cada vez mais essencial para as ciências físicas. A visão do universo adotada por Galileu — morto em 1642, ano do nascimento de Isaac Newton — baseava-se na observação, na experimentação e numa generosa aplicação da matemática. Uma atitude de certa forma diferente daquela adotada por seu contemporâneo mais jovem, René Descartes,que começou a formular uma nova concepção filosófica do universo, que viria a destruir a antiga visão escolástica medieval. Em 1687, Newton publicou os Principia, cujo impacto foi imenso. Em um único volume, reescreveu toda a ciência dos corpos em movimento com uma incrível precisão matemática. Completou o que os físicos do fim da Idade Média haviam começado e que Galileu tentara trazer à realidade. As três leis do movimento, de Newton, formam a base de todo o seu trabalho posterior. Ronan Colin A.. História ilustrada da ciência: da Renascença à revolução científica. São Paulo: Círculo do Livro, s/d, p. 73, 82-3 e 99 (com adaptações). 21
  • 23. FILOSOFIA 73. (Unb 2010) Os trabalhos de Aristóteles e Galileu representam dois momentos marcantes do desenvolvimento das ciências naturais no Ocidente. Assinale a opção que sintetiza corretamente as contribuições de cada um deles para a história da ciência. a) Aristóteles produziu conhecimento acerca do universo de modo empírico e experimental, ao passo que Galileu defendeu o uso da matemática como ferramenta de descoberta, relegando a lógica a uso apenas argumentativo. b) O conhecimento de Aristóteles acerca do universo era especulativo, embasado na lógica que ele mesmo criara, diferentemente do conhecimento de Galileu, que defendia o uso da matemática como ferramenta de descoberta, relegando a lógica a uso apenas argumentativo. c) A despeito de diferenças quanto à percepção do universo, como heliocêntrico ou geocêntrico, tanto Galileu quanto Aristóteles atribuíam à lógica o poder de desvelar relações de causalidade entre os fenômenos naturais. d) O conhecimento de Aristóteles acerca do universo era empírico, e o de Galileu, contemplativo, diferindo ambos quanto ao grau de manipulação dos fenômenos naturais na construção dos conceitos científicos. 74. (Ufu 2009) Marque a alternativa que expressa corretamente o pensamento de Sócrates. a) Sócrates estabelece uma ligação muito estreita entre o conhecimento da virtude e a ação humana, a ponto de sustentar que aquele que conhece o que é o correto não pode agir erroneamente, visto que o erro de conduta é fruto da ignorância sobre a verdade. b) O fim último do método dialético socrático era a refutação do seu interlocutor. Assim sendo, é legítimo afirmar que o reconhecimento da própria ignorância equivale à constatação de que a verdade é relativa a cada indivíduo. c) Sócrates é considerado um divisor de águas na Filosofia graças a sua teoria ética sobre a imobilidade do Ser. Por isso, sua missão sempre foi a investigação de um fundamento absoluto da moral. d) Sócrates fazia uso de um método refutativo de investigação, o que significa que seu principal intento era levar o interlocutor à contradição, independentemente se o último estivesse ou não com a razão. 75. (Pucpr 2009) Em relação à definição de Bem apresentada por Aristóteles, no Livro I da Ética a Nicômaco, considere as seguintes alternativas: I. O Bem é algo que está em todas as coisas, sendo identificado nos objetos, mas não entre os homens. II. O Bem é aquilo a que todas as coisas tendem, ou seja, o bem é definido em função de um fim. III. O Bem é o meio para termos uma ciência eficiente e útil, tal como a arte médica será eficiente se tivermos o bem como meio de sua prática. IV. O Bem é algo abstrato, de difícil acesso à compreensão humana. De acordo com tais afirmações, podemos dizer que: a) Apenas a alternativa II está correta. b) As alternativas II e III estão corretas. c) Todas as alternativas estão corretas. d) As alternativas III e IV estão corretas. e) Apenas a alternativa III está correta. 76. (Ufu 2009) Santo Tomás de Aquino, nascido em 1224 e falecido em 1274, propôs as cinco vias para o conhecimento de Deus. Estas vias estão fundamentadas nas evidências sensíveis e racionais. A primeira via afirma que os corpos inanimados podem ter movimento por si mesmos. Assim, para que estes corpos tenham movimento é necessário que algo os mova. Esta concepção leva à necessidade de um primeiro motor imóvel, isto é, algo que mesmo não sendo movido por nada pode mover todas as coisas. Sobre a primeira via, que é a do movimento, marque a alternativa correta. a) Para que os objetos tenham movimento é necessário que algo os mova; dessa forma, entende-se que é necessário um primeiro motor. Logo, podemos entender que Deus não é necessário no sistema. b) Para Santo Tomás, os objetos inanimados movem-se por si mesmos e esse fenômeno demonstra a existência de Deus. c) A demonstração do primeiro motor não recorre à sensibilidade, dispensando toda e qualquer observação da natureza, uma vez que sua fundamentação é somente racional. d) Conforme o argumento da primeira via podemos concluir que Deus é o motor imóvel, o qual move todas as coisas, mas não é movido. 77. (Ufma 2009) “Embora esses dogmas pertençam à religião, os utopianos pensam que a razão pode induzir, por si mesma, a crer neles e aceitá-los. Não hesitam em declarar que, na ausência desses princípios, fora preciso ser estúpido para não procurar o prazer por todos os meios possíveis, criminosos ou legítimos. A 22
  • 24. FILOSOFIA virtude consistiria, então, em escolher, entre duas volúpias, a mais deliciosa, a mais picante; e em fugir dos prazeres que se seguissem dores mais vivas do que o gozo que tivessem proporcionado” (MORE, Thomas. A utopia. Trad. Luis de Andrade, São Paulo: Nova Cultural, 1988. Col. Os Pensadores) A questão sobre a natureza da felicidade humana e a possibilidade de sua realização é uma das principais questões estudadas pela filosofia grega antiga, sendo discutida no interior de uma ética e relacionada a noções de virtude e de justiça. Sabe-se que uma das características principais do humanismo, presente no pensamento renascentista, é justamente a releitura dos filósofos antigos, buscando integra-los a concepção cristã de vida. A concepção ética do povo utopiano, descrita na obra A utopia, de Thomas More pode ser considerada, em suas linhas gerais, uma revalorização de que corrente filosófica grega? a) Dos sofistas, na medida em que defende que a felicidade consiste em obter o máximo de prazer possível, especialmente os que nos advém das honras, do sucesso e das riquezas materiais. b) Do platonismo, na medida em que separa os prazeres em duas classes: os relacionados ao corpo e os relacionados à alma, e que a felicidade estaria no gozo dos prazeres relacionados a alma, devendo-se desprezar os prazeres do corpo. c) Do estoicismo, na medida em que defende que a felicidade consiste na tranquilidade ou ausência de perturbação, alcançada através do autocontrole, da contenção e da austeridade, desprezando-se todo tipo de prazer. d) Do aristotelismo, na medida em que defende que a felicidade á uma “virtude da alma segundo a virtude perfeita” e que essa virtude consistiria em uma espécie de mediania, de meio termo entre dois extremos. e) Do epicurismo, na medida em que defende que a felicidade consiste no gozo dos prazeres, mas não de todo e qualquer prazer, apenas os bons e honestos, devendo ser rejeitados os que levam a dores mais intensas do que o gozo que proporcionam. 78. (Ufu 2009) Analise as seguintes afirmativas a respeito da lógica de Aristóteles. I - A forma mediata do pensamento ou raciocínio é chamada, por Aristóteles, de silogismo. II - Em grego, syllogismós significa raciocinar, vem do verbo syllogizo, que significa reunir, juntar pelo pensamento, conjeturar. III - O silogismo é um raciocínio indutivo. IV - O exemplo clássico de silogismo é aquele que contém duas premissas e uma conclusão. Marque a alternativa correta. a) Apenas as afirmativas I, II e III são verdadeiras. b) Somente a afirmativa III é falsa. c) Todas as afirmativas são falsas. d) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. 79. (Ufu 2008) O texto que segue refere-se às vias da prova da existência de Deus. As cinco vias consistem em cinco grandes linhas de argumentação por meio das quais se pode provar a existência de Deus. Sua importância reside sobretudo em que supõe a possibilidade de se chegar no entendimento de Deus, ainda que de forma parcial e indireta, a partir da consideração do mundo natural, do cosmo, entendido como criação divina. MARCONDES, D. Textos básicos de filosofia: dos pré- socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999. p. 67. A partir do texto, marque a alternativa correta. a) As cinco vias são argumentos diretos e evidentes da existência de Deus. b) Tomás de Aquino formula as cinco vias da prova da existência de Deus, utilizando, sistematicamente, as passagens bíblicas para fundamentar seus argumentos. c) As cinco vias partem de afirmações gerais e racionais sobre a existência de Deus, para chegar a conclusões sobre as coisas sensíveis, particulares e verificáveis sobre o mundo natural. d) Tomás de Aquino formula as argumentações que provam a existência de Deus sob a influência do pensamento de Aristóteles, recorrendo não à Bíblia, mas, sobretudo, à Metafísica do filósofo grego. 80. (Ufu 2008) Leia o trecho extraído da obra Confissões. Quem nos mostrará o Bem? Ouçam a nossa resposta: Está gravada dentro de nós a luz do vosso rosto, Senhor. Nós não somos a luz que ilumina a todo homem, mas somos iluminados por Vós. Para que sejamos luz em Vós os que fomos outrora trevas. SANTO AGOSTINHO. Confissões IX. São Paulo: Nova Cultural,1987. 4, l0. p.154. Coleção Os Pensadores Sobre a doutrina da iluminação de Santo Agostinho, marque a alternativa correta. a) A irradiação da luz divina faz com que conheçamos imediatamente as verdades eternas em Deus. Essas verdades, necessárias e eternas, não estão no 23
  • 25. FILOSOFIA interior do homem, porque seu intelecto é contingente e mutável. b) A irradiação da luz divina atua imediatamente sobre o intelecto humano, deixando-o ativo para o conhecimento das verdades eternas. Essas verdades, necessárias e imutáveis, estão no interior do homem. c) A metáfora da luz significa a ação divina que nos faz recordar as verdades eternas que a alma possuía antes de se unir ao corpo. d) A metáfora da luz significa a ação divina que nos faz recordar as verdades eternas que a alma possuía e que nela permanecem mediante os ciclos da reencarnação. 81. (Ufu 2008) Leia atentamente o texto a seguir. Na filosofia de Parmênides preludia-se o tema da ontologia. A experiência não lhe apresentava em nenhuma parte um ser tal como ele o pensava, mas, do fato que podia pensá-lo, ele concluía que ele precisava existir: uma conclusão que repousa sobre o pressuposto de que nós temos um órgão de conhecimento que vai à essência das coisas e é independente da experiência. Segundo Parmênides, o elemento de nosso pensamento não está presente na intuição mas é trazido de outra parte, de um mundo extrassensível ao qual nós temos um acesso direto através do pensamento. NIETZSCHE, Friedrich. A filosofia na época trágica dos gregos. Trad. Carlos A. R. de Moura. In Os pré- socráticos. São Paulo: Abril Cultural, 1978. p. 151. Coleção Os Pensadores Marque a alternativa INCORRETA. a) Para Parmênides, o Ser e a Verdade coincidem, porque é impossível a Verdade residir naquilo que Não-é: somente o Ser pode ser pensado e dito. b) Pode-se afirmar com segurança que Parmênides rejeita a experiência como fonte da verdade, pois, para ele, o Ser não pode ser percebido pelos sentidos. c) Parmênides é nitidamente um pensador empirista, pois afirma que a verdade só pode ser acessada por meio dos sentidos. d) O pensamento, para Parmênides, é o meio adequado para se chegar à essência das coisas, ao Ser, porque os dados dos sentidos não são suficientes para apreender a essência. 82. (Uel 2007) “A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: ‘Tudo é um’. A razão citada em primeiro lugar deixa Tales ainda em comunidade com os religiosos e supersticiosos, a segunda o tira dessa sociedade e no-lo mostra como investigador da natureza, mas, em virtude da terceira, Tales se torna o primeiro filósofo grego”. Fonte: NIETZSCHE, F. Crítica Moderna. In: Os Pré- Socráticos. Tradução de Rubens Rodrigues Torres Filho. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 43. Com base no texto e nos conhecimentos sobre Tales e o surgimento da filosofia, considere as afirmativas a seguir. I. Com a proposição sobre a água, Tales reduz a multiplicidade das coisas e fenômenos a um único princípio do qual todas as coisas e fenômenos derivam. II. A proposição de Tales sobre a água compreende a proposição ‘Tudo é um’. III. A segunda razão pela qual a proposição sobre a água merece ser levada a sério mostra o aspecto filosófico do pensamento de Tales. IV. O Pensamento de Tales gira em torno do problema fundamental da origem da virtude. A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é: a) I e II b) II e III c) I e IV d) I, II e IV e) II, III e IV 83. (Ufu 2007) Sobre Tomás de Aquino, considere o seguinte trecho, extraído de uma conhecida História da Filosofia. “O sistema tomista baseia-se na determinação rigorosa das relações entre a razão e a revelação. Ao homem, cujo fim último é Deus, o qual excede toda a compreensão da razão, não basta a investigação filosófica baseada na razão. Mesmo aquelas verdades que a razão pode alcançar sozinha, não é dado a todos alcançá-las, e não está livre de erros o caminho que a elas conduz. Foi, portanto, necessário que o homem fosse instruído convenientemente e com mais certeza pela revelação divina. Mas a revelação não anula nem torna inútil a razão: ‘a graça não elimina a natureza, antes a aperfeiçoa’. A razão natural subordina-se à fé 24