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1
Soja e milho
safrinha puxam
produção recorde
A importância
da climatização
das granjas
Soro contém
composto benéfico
à saúde
Feira deve
movimentar
R$ 2,8 bilhões
GRÃOS SUINOCULTURA LEITE
FENASUCRO 2015
CadernoCaderno
A VOZ DO AGRONEGÓCIO
Ribeirão Preto SP • Setembro 2015 • Ano 17 • nº 199 • R$ 25,00
15ª Conferência Datagro
Cenário do açúcar, etanol e bioenergia
2
Revolucione sua produtividade.
Prosugar
Tecnologia inovadora criada para aperfeiçoar o processo
de clarificação do açúcar. Não remove apenas a cor, mas
garante também melhorias no desempenho industrial:
remove a cor de forma irreversível;
promove maior volume na produção de açúcar;
aumenta a eficiência energética;
age na redução da viscosidade das massas.
3
Potencialize seus resultados.
www.prosugar.com.br
4
Edição: Equipe Terra & Cia
Editor Chefe e de Fotografia: Doca Pascoal
Reportagem: Marcela Servano, Paola Buzollo,
Marcela Fasarella e Doca Pascoal
Editor Gráfico: Jonatas Pereira I Creativo ArtWork
Contato: redacao@canamix.com.br
Outras publicações da Agrobrasil:
Guia Oficial de Compras
do Setor Sucroenergético
Revista CanaMix
Portal CanaMix
Publicidade:
Alexandre Richards (16) 98828 4185
alexandre@canamix.com.br
Fernando Masson (16) 98271 1119
fernando@canamix.com.br
Marcos Afonso (11) 94391 9292
marcos@canamix.com.br
Nilson Ferreira (16) 98109 0713
nilson@canamix.com.br
Plínio César (16) 98242 1177
plinio@canamix.com.br
Assinaturas: redacao@canamix.com.br
Grupo AgroBrasil
Av. Brasil, 2780 - 14075-030
Ribeirão Preto - SP
16 3446 3993 / 3446 7574
www.canamix.com.br
Para assinar, esclarescer dúvidas sobre sua
assinatura ou adquirir números atrasados:
SAC 16 3446 3993 e 3446 7574 -
2º a 6º feira, das 9h às 12h e das
13h30 às 18h.
Artigos assinados, mensagens publicitárias e o caderno
Marketing Rural refletem ponto de vista dos autores e não
expressam a opnião da revista. É permitida a reprodução
total ou parcial dos textos, desde que citada a fonte.
Diretor: Plínio César
A VOZ DO AGRONEGÓCIO
Plínio César
Diretor
Editorial
A Carta
ACarta à Nação, redigida e as-
sinada em agosto pela Ordem
dos Advogados do Brasil (OAB) Na-
cional, Confederação Nacional da
Indústria (CNI), Confederação Na-
cional do Transporte (CNT) e Confe-
deração Nacional de Saúde (CNS),
reproduz exatamente o que pensa o
grupo AgroBrasil, empresa que edi-
ta a revista Terra&Cia. Portanto cabe
aqui como editorial:
O Brasil se encontra numa crise
ética, política e econômica, que de-
manda ações imediatas para sua su-
peração.
Independente de posições parti-
dárias, a nação não pode parar nem
ter sua população e seu setor produ-
tivo penalizados por disputas ou por
dificuldades de condução de um pro-
cesso político que recoloque o país
no caminho do crescimento.
É preciso que as forças políticas,
de diversos matizes, trabalhem para
a correção de rumos da nação. É
uma tarefa que se inicia pelo Executi-
vo, a quem cabe o maior papel nessa
ação, mas exige o forte envolvimento
do Congresso, Judiciário e de toda a
sociedade.
Mudanças, respeitando-se a
Constituição, se fazem necessárias.
Por um lado, é preciso dar força
aos órgãos de investigação e ao Po-
der Judiciário para que, nos casos
de corrupção, inocentes sejam ab-
solvidos e culpados condenados. A
corrupção não pode seguir como um
empecilho para o desenvolvimento
do país.
É preciso implementar, de ma-
neira célere e efetiva, medidas para
melhorar o ambiente de negócios
do país, evitando o crescimento do
desemprego ou o prolongamento da
recessão.
Entre elas, destaca-se a neces-
sidade de ampliação da segurança
jurídica no país, com regras claras e
cumprimento de contratos e obriga-
ções, evitando que potenciais inves-
timentos sejam perdidos.
A nação também precisa ser des-
burocratizada, facilitando o processo
produtivo e garantindo um ambiente
de negócios em que o Estado deixe
de agir como um freio à expansão
econômica.
É preciso que seja realizado um
forte investimento em infraestrutura,
em parceria com a iniciativa privada
nacional e estrangeira, para retornar o
processo de crescimento econômico.
Deve-se, ainda, reduzir imediata-
mente o tamanho do Estado, assegu-
rando que o mérito e o profissionalis-
mo sejam os critérios na escolha dos
servidores.
Também não é mais possível pos-
tergar a reforma tributária, que deve
eliminar fontes de cumulatividade e
garantir direitos aos contribuintes.
Noutro campo, também deve-se
rever as regras de crescimento auto-
mático de gastos de modo a permitir
a sustentabilidade dos investimentos
em saúde, educação, e sem abdi-
car da necessidade de permanen-
te inclusão de novos segmentos da
sociedade brasileira no mercado de
consumo.
Esperamos a sensibilidade dos
políticos eleitos para a implementa-
ção de uma agenda que abra cami-
nhos para a superação das crises e
para a recuperação da confiança dos
brasileiros.
Por fim, as entidades signatárias,
com a publicação desta carta, for-
mam um fórum permanente de apre-
sentação de propostas para que a
sociedade civil tenha um papel ativo
na construção de um Brasil democrá-
tico e próspero.
Brasília, 19 de agosto de 2015.
5
06
Capa
15ª Conferência Datagro
- A energia da cana
- Açúcar e etanol são discutidos em
evento internacional
22
Fenasucro & Agrocana 2015
- 23ª Fenasucro deve
movimentar R$ 2,8 bi
21 Cadeno CanaMix
Fenasucro & Agrocana 2015
28 - Aglomerado Produtivo
de Metal-Mecânico de Sertãozinho
recebe aporte
30 - Feira sinaliza os primeiros passos
para o retrofit
31 - Governo paulista apoia produção
de gás biometano
33- Secretário Meirelles defende
o retrofit em usinas
Política Setorial
34 - Unica questiona programa
de financiamento para
estocagem de etanol
Alternativa
36 - Produtores de cana
querem diversificar cultura
em Alagoas
Bioenergia
42 - Geração das usinas
à biomassa cresce
15% no 1º semestre
Pecuária
58 - Câmara aprova pena maior para
furto de gado
59 - CNA levanta custos de produção
de gado de corte em cinco Estados
Leite
60 - Identificado composto benéfico
para a saúde em soro de leite
62 - Novos produtos alimentícios
funcionais
Grãos
64 - Safra brasileira de grãos fecha com
recorde de 209,5 milhões de toneladas
Eventos
66 - GTPS apoia evento sobre adubação
de pastagens e pecuária
67 - 58º Leilão Virtual CV Nelore Mocho
será dia 27 de setembro
Opinião
68 - O futuro dos sistemas
agroalimentares no Brasil,
por Daniel Meyer
54
Opinião
Paola Buzollo, médica
veterinária: A importância da
temperatura ambiental na
suinocultura
70
Network CanaMix 2015
- O evento já é esperado por
todos durante a semana da
Fenasucro&Agrocana
Sustentabilidade
44 - Seminário internacional
destaca gestão de recursos hídricos
47 - Energia da cana é a melhor
alternativa para redução de GEE
49 - Pesquisa mostra balanço
de emissões de CO2, CH4 e N2O
na produção de cana
Eventos
50 - Abertas as inscrições
para o 8º Congresso
Nacional de Bioenergia
Tecnologia Industrial
52 - Executivos da Pentagro
apresentam solução Integrada
de S&OP, Planejamento e Gestão
de Desempenho Industrial
Sumário
Suinocultura
56 - Carne suína está ganhando
a preferência do consumidor
57 - Exportações crescem 4,4%
nos dois primeiros quadrimestres
6
Capa
Edição de 2014 reuniu 650
participantes de 33 países
Açúcar e etanol são
discutidos em evento
internacional
A
15ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol acontece dias 21 e
22 de setembro no Hotel Grand Hyatt, em São Paulo, SP. O evento técnico oficial
do Sugar and Ethanol Dinner São Paulo reunirá os principais líderes e represen-
tantes de toda cadeia do setor sucroenergético internacional para discutir questões de
mercado e de estratégia setorial. O foco continuará sendo o de valorizar conteúdo de
qualidade, disseminar conhecimento e novas tecnologias, além de estimular networking
entre os participantes.
Na última edição do evento, realizada em outubro de 2014, a Conferência
Internacional contou com a presença de mais de 650 participantes de 33 países, 49
palestrantes e mais de 70 empresas apoiadoras, que juntas debateram em dois dias
formas de superar os desafios e aproveitar as oportunidades dos mercados brasileiro e
internacional.
Homenagem - Este terão passado quatro décadas desde que, no Brasil, foi
Arquivo
7
Alfred Szwarc - pesquisador das vantagens ambientais do
uso do etanol pela redução de emissões veiculares
Antonio Cesar Salibe - formador de capacitação humana, e
líder setorial de açúcar, etanol e bioeletricidade
Confira os homenageados
tomada a decisão de se promover a mais
profunda diversificação de sua indústria
açucareira, com a intensificação da produ-
ção e do consumo de etanol combustível.
Personalidades que contribuíram para o
desenvolvimento do setor serão homena-
geados. Dentre as várias conquistas, essa
diversificação permitiu:
- Que a oferta interna de açúcar
mais etanol crescesse de 7,1 para 88,7
milhões de toneladas de açúcares totais
recuperáveis;
- Fossem criados mais de 1,1 milhão
de empregos diretos e mais de 2 milhões
de empregos indiretos;
- Em 2015, o etanol combustível, ani-
dro e hidratado, esteja substituindo 42%
de toda a gasolina consumida no País;
- Desde 1975, tenham sido subs-
tituídos 2,41 bilhões de barris de gaso-
lina, uma marca muito relevante para o
Brasil que dispõe de reservas de petró-
leo e condensados estimadas entre 13,1
e 16,6 bilhões de barris, dependendo do
critério considerado, incluindo reservas
do Pré-sal;
- Que o valor da gasolina substituída
represente economia acumulada de mais
de 381 bilhões de dólares (em dólares
constantes de Dez/2014), incluindo o custo
da dívida externa evitada;
- Que desde 1975 o uso do etanol
combustível tenha evitado emissões de
mais de 800 milhões de toneladas de CO2
equivalente, e apenas em 2014 mais de 50
milhões de toneladas.
Durante estes 40 anos, o
etanol passou a ser distribuído em todos
os postos de revenda de um País de di-
mensões continentais, e aceito e reco-
nhecido por consumidores que adotaram
motorizações capazes de utilizar etanol
em mistura com a gasolina e na frota flex.
Novas tecnologias foram desenvolvidas
nas áreas agrícola e industrial, e por uma
indústria de bens de capital de excelência. O Brasil se consoli-
dou como maior exportador mundial de açúcar, e segundo maior
exportador de etanol, transformando-se em referência para outros
países que tem buscado a mesma rota de diversificação e inde-
pendência energética.
Arquivo
Arquivo
8
Cicero Junqueira Franco
- propositor do conceito
de Paridade Etanol –
Açúcar que viabilizou
a diversificação da
produção na direção
do etanol. Propositor e
pioneiro do Proálcool
Eduardo Pereira de Carvalho - liderou o setor
açucareiro brasileiro na ação promovida em
conjunto por Brasil, Austrália e Tailândia junto
à OMC, contra os subsídios a exportação
de açúcar da União Europeia, contribuindo
para a redução das distorções do comércio
internacional de açúcar
Capa
Fernando de La Riva
Averhoff - participante da defesa do
etanol brasileiro nas ações antidum-
ping e de direitos compensatórios junto
à Corte Internacional do Comercio, em
Washington, ação precursora da libera-
lização do comercio de etanol entre o
Brasil e os Estados Unidos
Gabriel Murgel Branco
- pesquisador das
vantagens ambientais
do uso do etanol pela
redução de emissões
veiculares
György Miklós Böhm - pesquisador das
vantagens do uso do etanol combustível para
a saúde humana
IPTV/USP
Companhia de Imprensa
Divulgação
9
Distribuidores Credenciados Vallourec:
confiança e credibilidade por todo o país.
A Vallourec é líder mundial na produção de soluções tubulares. Assim, atende de
forma personalizada aos setores de energia, petrolífero, industrial, automotivo e da
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10
Capa
Jairo Balbo - incentivador da
diversificação da produção,
da alcoolquímica e de
novas técnicas de produção
agrícola e industrial
Homero Correa de Ar-
ruda Filho - pioneiro e desenvolve-
dor de tecnologia para a colheita
mecanizada de cana de açúcar.
Líder setorial apoiador do etanol
Henry Joseph Junior - um dos responsáveis pelo
desenvolvimento da especificação de etanol que
viabilizou o seu uso em veículos equipados com injeção
direta. Incentivador da engenharia automotiva adaptada
para o uso do etanol
Ismael Perina - líder do setor produtor de cana-
de-açúcar, e promotor da integração entre
fornecedores e usinas
Ale Carolo / alecarolo.com
Ale Carolo / alecarolo.com
Divulgação
11
Leontino Balbo Junior - criador de várias
técnicas agrícolas e de marcadores
biológicos voltados à produção sustentável
e empresarialmente viável. Referência
mundial da produção sustentável e da
preservação da biodiversidade
José Carlos Maranhão -
participante da defesa do etanol bra-
sileiro nas ações antidumping e de
direitos compensatórios junto à Corte
Internacional do Comércio, em Wa-
shington, ação precursora da liberali-
zação do comércio de etanol entre o
Brasil e os Estados Unidos. Presiden-
te da primeira entidade de produtores
de etanol do Brasil, ANAPA
João Guilherme Sabino Ometto - participante
da defesa do etanol brasileiro nas ações
antidumping e de direitos compensatórios
junto à Corte Internacional do Comércio, em
Washington, ação precursora da liberalização
entre o Brasil e os Estados Unidos. Apoiador e
líder setorial a favor do etanol
Lamartine Navarro Júnior - autor do documento “Fotossíntese como Fonte
Energética”. Propositor e pioneiro do Proálcool
CDNI
ReproduçãoArquivo
12
Capa
Arquivo
Divulgação
SNA
Luiz Gonzaga Bertelli -
como diretor da Associgás,
foi um dos propositores e
incentivador do Proálcool
Luis Antônio Ribeiro Pinto - inventor do
densímetro termo-compensado que
viabilizou a distribuição e a aceitação
do etanol pelos consumidores. Pioneiro
e desenvolvedor de tecnologia para a
colheita mecanizada de cana de açúcar
Manoel Ortolan - líder do setor
produtor de cana-de-açúcar e
promotor da integração entre
fornecedores e usinas
Maurilio Biagi - apoiador
do etanol e desenvolvedor de tecno-
logias nas áreas agrícola e industrial.
Descobridor do valor da vinhaça para
a fertirrigação. Criador de Talentos
13
Reprodução Ale Carolo / alecarolo.com
Divulgação
Maurilio Biagi Filho -
defensor do etanol na
crise de abastecimento
e promotor do uso do
etanol em frotas agrícolas
e na motomecanização de
usinas de açúcar e etanol
Shigeaki Ueki - Apoiador e pioneiro do etanol e de sua
integração no mercado de combustíveis líquidos
Werther Annicchino - promotor de ações fundamentais
para a superação da crise de abastecimento de etanol no perío-
do de 1989-93. Incentivador da integração entre os produtores de
açúcar e etanol
Paulo Hilário Nascimento Saldiva -
pesquisador das vantagens do uso do etanol
combustível para a saúde humana
Rubens Ometto Silveira Mello
- desenvolveu o mercado do
açúcar VHP, que se transformou
no principal tipo de açúcar de
exportação, otimizando o custo
das refinarias independentes em
várias partes do globo. Promotor
e incentivador da integração
do etanol no mercado de
combustíveis líquidos
Roberto de Rezende Barbosa - liderou a
disseminação, a pesquisa, e o desenvolvimento de
tecnologias agrícolas e industriais relacionados à
cana-de-açúcar
Pressclub
14
PROGRAMAÇÃO DATAGRO 15ª CONFERÊNCIA INTERNACIONAL EM SÃO PAULO
Dia 21/09
- 14h às 14h30 - ABERTURA OFICIAL
Arnaldo Jardim, Secretário de Estado
da Agricultura e do Abastecimento,
Governo do Estado de São Paulo, São
Paulo, Brasil
Katia Abreu, Ministra da Agricultura, pe-
cuária e Abastecimento, Brasília, Brasil
(Convidada)
- 14h30 às 15h15 - KEYNOTE SPEECH
Tema: Balanço Oferta-Demanda de acú-
car no mercado mundial: principais fato-
res de influencia; Palestrante: José Ori-
ve, Diretor Executivo, ISO – International
Sugar Organization, Londres
PAINEL 1 - BRASIL: PERSPECTIVAS E
DESAFIOS
15h15 às 16h15
Tema: A safra 15/16 no Brasil e perspec-
tivas para o futuro
Palestrante: Guilherme Nastari, diretor
da Datagro, São Paulo, SP
Moderador: Manoel Ortolan, presidente
da Orplana, Piracicaba, SP
16h15 às 16h45 - INTERVALO PARA
CAFÉ
PAINEL 2 - CUSTO DE PRODUÇÃO:
BRASIL E MUNDO
16h45 às 17h45
Palestrante: Livia Kosaka, diretora da
Datagro, São Paulo, SP
Palestrante: Martin Todd, diretor executi-
vo da LMC, Oxford, EUA
Moderador: Antonio Pádua Rodrigues,
diretor técnico da Unica, São Paulo, SP
PAINEL 3 - AVALIAÇÃO OPERACIO-
NAL AGRÍCOLA E INDUSTRIAL
17h45 às 18h30
Tema: Evolução da performance opera-
cional, agrícola e industrial
Palestrante: Paulo Zancaner Castilho,
diretor da Datagro Alta Performance, Ri-
beirão Preto, SP
17h45 às 18h30
Tema: Os novos desafios operacionais
advindos da mecanização
Palestrante: Paulo Zancaner Castilho,
diretor da Datagro Alta Performance, Ri-
beirão Preto, SP; Moderador: Celso Tor-
quato Junqueira Franco, presidente da
UDOP, Araçatuba, SP
17h45 às 18h30
Tema: Aproveitamento da palha da cana-
-de-açúcar; Palestrante: Otavio Lage de
Siqueira Filho, presidente da Jalles Ma-
chado S/A, Goianésia, SP (convidado)
18h30 às 20h30 - Cocktail
Dia 22/09
- 8h às 9h - RECEPÇÃO
- 9h às 9h40
Palestrante: David Spickle, gerente de
risco da Midwest AgEnergy Group, EUA
Palestrante: Joseph Harroun, corretor da
Advance Trading Inc., Bloomington, EUA
Palestrante: Martinho Ono, CEO da SCA
Corretora S/A, São Paulo, SP
Moderador: Helder Gosling, diretor da
São Martinho S/A, São Paulo, SP (Con-
vidado)
PAINEL 5 - COMPETITIVIDADE DO
ETANOL COM A GASOLINA
10h às 11h20
Palestrante: Fabio Venturelli, presidente
da São Martinho S/A, São Paulo, SP
Palestrante: Jacyr Costa Filho, diretor da
Tereos S/A, São Paulo, SP
Palestrante: Jucelino Oliveira de Sousa,
presidente do Grupo Coruripe, Maceió,
AL (convidado)
Palestrante: Luiz Roberto Pogetti, presi-
dente do conselho da Copersucar, São
Paulo, SP (convidado)
Palestrante: Pedro Mizutani, vice presiden-
te da Raízen, São Paulo, SP (convidado)
Moderador: Plinio Mario Nastari, presi-
dente da Datagro, São Paulo, SP
11h20 às 11h40 - INTERVALO PARA
CAFÉ
PAINEL 6 - PRESIDENTES DOS SINDI-
CATOS
11h40 às 13h10
André Rocha, presidente do Forum Na-
cional Sucroenergetico, Goiás
Arlindo Farias, presidente do Sonal, Rio
Grande do Norte (convidado)
Edmundo Barbosa, presidente do Sin-
dalcool, Paraíba (convidado)
Elizabeth Farina, presidente da Unica,
São Paulo, SP (convidado)
Manoel Ortolan, presidente da Orplana,
Piracicaba, SP
Mario Campos Filho, presidente do Sia-
mig, Minas Gerais
Miguel Rubens Tranin, presidente da Al-
copar, Paraná
Pedro Robério de Melo Nogueira, presi-
dente do Sindaçucar, Alagoas
Piero Parini, presidente do Sindalcool,
Cuiabá, MT (convidado)
Renato Pontes Cunha, presidente do
Sindaçucar, Pernanbuco
Roberto Hollanda Filho, presidente da
Biosul, Mato Grosso do Sul (convidado)
13h10 às 14h45 - ALMOÇO
PAINEL 7 - O MERCADO MUNDIAL DE
AÇÚCAR
14h45 às 15h45
Palestrante: Jacques Gillaux, chefe sê-
nior da Plataforma de Açúcar da Louis
Dreyfus Commodities, Suiça
Palestrante: Jamal Al-Ghurair, presiden-
te da AKS Sugar Ltd, Dubai (convidado)
Palestrante: Jonathan Drake, diretor da
RCMA Sugar Zandaam, Amsterdam,
HOL (convidado)
Moderador: Luiz Silvestre, Sucden, São
Paulo, SP
PAINEL 8 - FINANÇAS E SERVIÇOS
15h45 às 16h45
Tema: Financiamentos para investimen-
to, produção agricola e inovação
Palestrante: Carlos Eduardo Cavalcanti,
chefe do departamento de biocombusti-
veis do BNDES, Rio de Janeiro, RJ
Moderador: Alvaro Dabus, diretor da AD
Corretora, São Paulo, SP
15h45 às 16h45
Tema: Soluções para o endividamento
do setor
Palestrante: Alexandre Figliolino, diretor
do Banco Itaú BBA S/A, São Paulo, SP
15h45 às 16h45
Tema: Soluções para aumento de eficiência
Palestrante: Ana Paula Malvestio, sócia
da PWC, Ribeirão Preto, SP
PAINEL 9 -TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
16h45 às 17h45
Tema: Agricultura de precisão resulta-
dos práticos
Palestrante: Victor Campanelli, Agro
Pastoril Paschoal Campanelli S/A, Bebe-
douro, SP
16h45 às 17h45
Tema: Mudas pré-brotadas (MPB): con-
ceito e vantagens
Palestrante: Marcos Landell, coordenador
Programa Cana do IAC, Ribeirão Preto, SP
Moderador: Renato Junqueira Santos
Pereira, presidente da Adecoagro Ivi-
nhema, MS (convidado)
16h45 às 17h45
Tema: Fermentação: inovações que ge-
ram resultados
Palestrante: Henrique Vianna de Amo-
rim, presidente da Fermentec S/A, Pira-
cicaba, SP
17h45 às 18h - ENCERRAMENTO E
CONCLUSÕES
15
16
Capa
A energia da cana
Centro de uma estratégia nacional de
desenvolvimento econômico sustentável
U
m programa de energia renovável em larga escala, como o
que existe no Brasil há 40 anos, só se mantém forte e estável
com a estabilidade de políticas públicas voltadas ao setor de
combustíveis. Desde 1975, o setor sucroenergético brasileiro evo-
luiu de uma escala de produção de 7,1 para esperados 88,7 milhões
de toneladas de açúcares totais recuperáveis (ATR) em 2015.
Neste período, o Brasil passou a representar 35,3% da
produção de cana-de-açúcar do mundo, 58,7% dela convertida em
etanol e 41,3% em açúcar (Centro-Sul mais Norte-Nordeste). Com
apenas 27,4% da cana convertida em açúcar de exportação, o Bra-
sil representa pouco menos do que 50% das exportações mundiais,
e por isso é considerado o maior fundamento deste mercado.
Embora seja impressionante a escala de produção e
consumo de cana, açúcar e etanol atingida no Brasil, não se pode
atribuir o atingimento desta escala a políticas públicas coerentes
ao longo do tempo. Esta escala pode ser atribuída, sim, ao esforço
empreendedor e a crença de empresários e instituições de financia-
mento, públicas e privadas, de que esta atividade seria competitiva
e rentável no médio e longo prazos.
Na verdade, chama a atenção a fragilidade da condi-
ção com que se estabelece a competitividade do etanol, produto
que representa quase 60% da matéria-prima processada pela in-
dústria. É surpreendente o fato de que, embora o setor tenha sido
liberalizado quase que totalmente a partir de 1999, não existe até
hoje uma regra que impeça que o preço da gasolina seja fixado em
desacordo com a sua referência no mercado internacional. Ou que
a dimensão do diferencial de tributos entre a gasolina e o etanol não
corresponda a um valor aproximado das externalidades positivas a
ele associadas, nas áreas ambiental, social e de promoção de de-
senvolvimento econômico descentralizado.
Sem a existência de uma regulação que defina com cla-
reza e transparência como o etanol irá competir com a gasolina, cujo
preço de referência nas refinarias é fixado de forma absolutamente
imprevisível, torna-se um exercício de risco elevado a decisão de
investimento em expansão da capacidade de moagem. E por este
mesmo motivo, compromete-se o valor dos
ativos já existentes, que neste momento,
em muitos casos encontram valor abaixo
do seu custo de reposição.
Estas incertezas crescem em
dimensão quando vemos o preço do pe-
tróleo caindo para patamares em torno de
40 dólares por barril e o preço da gasolina
Plinio Nastari: “Não existe até hoje uma regra
que impeça que o preço da gasolina seja
fixado em desacordo com a sua referência no
mercado internacional”
Ale Carolo / alecarolo.com
17
Em 2014, o setor colocou no grid de energia 14,31 mil GWh de energia excedente e tem
potencial de quintuplicar este volume com a mesma cana disponível hoje
entre 1,3 e 1,5 dólares por galão, no mer-
cado internacional.
No curto prazo, às incerte-
zas sobre o mercado de etanol, soma-se
a situação de crise no mercado de açú-
car, caracterizado por estoques mundiais
elevados após cinco anos consecutivos
de superávit no balanço oferta-demanda
mundial. Entre os anos de 10/11 e 14/15, o
superávit acumulado é estimado pela DA-
TAGRO em 31,79 milhões de toneladas de
açúcar cru equivalente.
Para a safra 14/15 (out/set) a
previsão é de um superávit de 3,88 milhões
de toneladas cru equivalente. Segundo
Guilherme Nastari, diretor da DATAGRO,
“a relação estoque/consumo esperada no
final de setembro de 2015 é de 47,9%, e
no final de setembro de 2016 de 46,1%”,
percentagens ainda distantes de uma re-
ferência entre 40% e 41%, que traria maior
confiança ao mercado de açúcar.
Para a safra 15/16 (out/set)
que se inicia em outubro próximo, a previ-
são é de um déficit por ora estimado como
modesto, de 1,43 milhão de toneladas.
Portanto, considerando um consumo mun-
dial em torno de 180 milhões de toneladas,
precisaríamos de um déficit adicional equi-
valente a 5,1% a partir de outubro de 2016
para trazer a relação estoque/consumo ao
nível desejado de 41%, ou cerca de 9,2
milhões de toneladas de déficit adicional.
Isso não significa de maneira
alguma que a atividade sucroenergética
tenha perdido a sua relevância para o se-
tor de energia líquida e elétrica, ou para os
fundamentos da economia brasileira.
O setor tem sido uma das mais
sólidas âncoras de estabilidade da balan-
ça comercial, com exportações de açúcar
e etanol em 2014 que ultrapassaram 10,1
bilhões de dólares, ao que se somam ou-
tros 14,7 bilhões de dólares representados
Divulgação
pela importação de gasolina evitada apenas no ano passado, pelo
calculo do volume de gasolina substituída multiplicado pelo valor
médio de importação de gasolina.
Observa-se, inclusive, que o valor de oportunidade da
gasolina importada é até superior a este valor, pois a elevada oc-
tanagem do etanol utilizado em mistura no Brasil tem permitido a
importação de gasolina de baixa qualidade, com menor octanagem
e menor valor de mercado, exatamente por conta do uso de etanol
em larga escala.
O setor tem sido também um dos pilares da geração
distribuída de energia elétrica a partir da biomassa e, portanto, de
origem renovável. Em 2014, o setor colocou no grid de energia 14,31
mil GWh de energia excedente e tem potencial de quintuplicar este
volume com a mesma cana disponível hoje.
O fato de ser uma geração distribuída, localizada pró-
xima aos centros de carga, tem gerado enormes economias em in-
vestimento e na redução de perdas de linhas de transmissão, mas
infelizmente nenhum prêmio de tarifa tem sido atribuído a estas van-
tagens.
Nem também está sendo valorizada a sazonalidade in-
vertida com o sistema de geração hidrelétrica, que permite que a
base de geração do sistema hidrelétrico seja elevada sem que ocor-
ram novos investimentos. Foi somente no último leilão de energia A-5
que atingiu-se para um volume limitado de energia a tarifa de 278,5
reais por MWh, embora o sistema interligado esteja despendendo
entre 800 e 1.100 reais por MWh para a geração térmica movida a
energia fóssil.
No curto prazo, a força do setor tem se concentrado
18
no elevado consumo de etanol combustível, embora não tenha ainda resultado em uma
recuperação de preços aos produtores. Em 2015, os preços do etanol hidratado, que
servem de referência para o preço do anidro, e que em última instância influenciam o pre-
ço do açúcar no mercado interno e externo, têm se mantido em termos nominais abaixo
daqueles observados no ano passado.
A força do consumo de etanol - Desde 2014, o consumo de etanol para uso
como combustível tem crescido no Brasil a uma taxa bem superior a do mercado de ciclo
Otto, em gasolina equivalente e, é claro, do PIB. Em 2014, o consumo de etanol hidratado
utilizado pela frota flex cresceu 20,1% em relação ao ano anterior, e o de etanol anidro
misturado à gasolina 14,5%. Nesse ano, o consumo de combustível do ciclo Otto apre-
sentou expansão de 9,2%, enquanto o PIB cresceu apenas 0,1%.
Segundo Guilherme Nastari, “nos primeiros sete meses de 2015 (janeiro a
julho), o consumo de ciclo Otto cresceu 2,3% em relação a igual período do ano anterior,
enquanto o consumo de etanol hidratado cresceu 40,4%, o de gasolina C recuou 5,2%,
e o de etanol anidro recuou apenas 0,3%”. O consumo de anidro não acompanhou o da
gasolina C por conta do aumento na mistura de anidro na gasolina, que passou de 25%
para 27% a partir de 16 de março.
O vigor observado no consumo de etanol advém da disponibilidade de pro-
duto ofertada pelos produtores, que tem optado pelo etanol para diminuir a sua exposi-
ção em açúcar, por conta dos baixos preços mundiais, pressionados por estoques ainda
muito elevados. O aumento no consumo é também reflexo de alterações nos últimos me-
ses no regime de ICMS dos estados de Minas Gerais, Bahia, e Paraná, que beneficiaram
o uso de etanol hidratado ao consumidor.
Finalmente, o consumo de etanol hidratado foi beneficiado pelo retorno par-
cial da CIDE (mais o efeito do PIS/COFINS) sobre a gasolina no nível de R$ 0,22 por litro
a partir de 16 de fevereiro de 2015, embora este valor seja metade do valor real que
representava quando foi eliminada.
Embora o aumento no consumo de etanol hidratado deva ser comemorado,
pois mostra a capacidade de recuperação deste mercado pela crescente proporção dos
veículos flex na frota total e no curto prazo leve a um controle do volume de gasolina im-
portada, no longo prazo os fundamentos do setor continuam comprometidos.
O setor não tem sido ainda capaz de recuperar o preço do etanol ou do
açúcar. O açúcar continua pressionado por políticas de outros países grandes produto-
res que têm subsidiado a produção e a exportação, como é o caso da Tailândia e Índia.
Grandes consumidores como a China e a Indonésia têm isolado seus mercados do preço
mundial mais baixo, visando proteger a indústria local, mantendo também controles so-
bre a importação.
É urgente uma ação do governo para condenar e combater estas distorções.
No etanol, a indústria brasileira ainda não conseguiu transformar o vigor do consumo em
recuperação de preço pela pressão de venda para financiar a safra, a redução do cré-
dito e a deficiente comercialização no mercado interno, que carece de mecanismos que
permitam a precificação prévia e o controle de risco.
Ainda permanece sem solução o elevado endividamento do setor, acumu-
Capa
Ale Carolo / alecarolo.com
De acordo com
Guilherme Nastari, o setor
sucroenergético tem sido
uma das mais sólidas
âncoras de estabilidade da
balança comercial
19
lado nos últimos anos. Entre 2010 e meados de 2014, a política de preços da gasolina
e diesel aplicada pela Petrobras a mando do governo federal não somente ceifou cerca
de 60 bilhões de reais do caixa da empresa, mas trouxe também a maior transferência
de renda já vista, da cadeia de produção de cana-de-açúcar para o mercado. Durante
este período, a defasagem de preço da gasolina foi em média de 16%, com pico de 27%,
segundo levantamento realizado pela DATAGRO.
Esta transferência forçada de renda gerou prejuízo, elevação do endivi-
damento a um nível absolutamente comprometedor em uma parte importante do setor,
perda do valor dos ativos, e forte desestímulo a novos investimentos em capacidade
adicional de moagem, que no futuro custarão ainda mais ao País na forma de dispêndios
evitáveis com a importação de gasolina. Isso tudo ocorre enquanto poderia estar sendo
gerado combustível de fonte limpa e renovável gerando emprego e renda localmente.
A fragilização do setor produtor de etanol tem trazido como consequência a
alienação de ativos a valores abaixo do valor de reposição, com enorme perda de con-
fiança num setor que até recentemente era reconhecido como um dos mais fulgurantes
exemplos de desenvolvimento local de tecnologia de ponta.
Desde meados de 2014, a queda nos preços do petróleo e gasolina no mer-
cado internacional trouxe um temporário alívio a esta distorção, o que foi rapidamente re-
vertido com a desvalorização do real frente ao dólar. Atualmente, a defasagem no preço
da gasolina tem se mantido em níveis bastante voláteis, de -8% a + 5%, dependendo da
combinação de preço da gasolina, em dólar, e da taxa de cambio. Para que o consumo
de etanol se mantenha no longo prazo é preciso que ocorram fundamentalmente duas
medidas: reparação e regulação.
A reparação é devida para que seja compensada a transferência de renda
do produtor ao consumidor. É possível calcular por unidade produtora o valor a ser repa-
rado por litro de etanol, criando uma conta de compensação que poderia ser abatida de
Em 2014, o consumo de etanol hidratado utilizado pela frota flex
cresceu 20,1% em relação ao ano anterior
Divulgação
20
Capa
tributos a recolher e dívida.
A segunda medida é a regulação do mercado de combustíveis, com a de-
finição de uma regra de precificação para a gasolina que permita o convívio em livre
mercado entre o combustível fóssil e o etanol.
O Brasil substituiu nos primeiros sete meses deste ano 41,3% de sua gasoli-
na por etanol. Os Estados Unidos, atualmente o maior produtor mundial com 54,1 bilhões
de litros produzidos em 2014, está substituindo 9,6%. É um marco a ser comemorado
e preservado, principalmente a partir da recente decisão dos lideres do G7, em Elmau,
Alemanha, de banir o uso de petróleo, gás natural e carvão até 2100.
Segundo estimativas da DATAGRO, entre 1975 e 2014 o volume de eta-
nol, anidro e hidratado, consumido apenas como combustível, permitiu a economia
de 801,48 milhões de toneladas de CO2 equivalente – 428,67 milhões de toneladas
através do consumo de etanol anidro e 372,81 milhões de toneladas pelo consumo de
etanol hidratado. Somente em 2014, a economia com o uso de etanol em substituição
à gasolina foi de 50,82 milhões de toneladas de CO2 equivalente. É um volume muito
significativo para o Brasil que tem emissões totais de 369 milhões de toneladas de
CO2 equivalente por ano.
A 21ª Conferência das Partes signatárias da Convenção Quadro sobre Mu-
danças Climáticas (COP21), a ser realizada em Paris, França, no final deste ano, é uma
grande oportunidade para que o Brasil se apresente como o campeão mundial da ener-
gia de biomassa, pelo que representa de integração entre agricultura produtora de ali-
mentos e a agricultura geradora de energia.
Mas que trata não só de alimento e de energia, e sim de um grande projeto
de desenvolvimento econômico descentralizado, gerando renda e emprego de forma
distribuída, com enorme efeito multiplicador no comércio e na indústria dos inúmeros
polos de desenvolvimento em que tem se estabelecido.
É também a oportunidade para que o Brasil reafirme o seu compromisso
com este setor, consolidando uma grande estratégia nacional na direção do aproveita-
mento da energia de biomassa, seja na forma do etanol, biodiesel, bioeletricidade, bio-
gás e biometano, gerado a partir de resíduos orgânicos de origem agrícola.
É fundamental que esta agenda seja incluída no documento síntese que
está em elaboração, denominado Plano de Ações Estratégicas (Priority Action Plan), que
irá nortear os programas de financiamento de inúmeras agências de fomento em todo o
mundo, a partir do marco da COP21.
O Brasil tem na energia de biomassa, em especial na energia da cana, uma
oportunidade única de se apresentar como um dos campeões mundiais da atividade
que o mundo civilizado hoje valoriza e busca atingir como alvo de longo prazo. Uma
oportunidade para criar as condições para que os investimentos já realizados voltem a
se viabilizar e possam ser capazes de saldar o estoque de dívida acumulada por quase
uma década de distorções e medidas equivocadas.
A falta de uma política pública que preserve e permita a expansão em con-
dições econômicas da produção e o consumo de etanol no futuro, faz com que o país
caminhe na direção contrária ao que o mundo desenvolvido concluiu ser uma necessida-
de e uma meta global.
21
Política Setorial
Unica questiona
programa de
financiamento para
estocagem de etanol
Alternativa
Produtores de cana
querem diversificar
cultura em Alagoas
Eventos
Abertas as
inscrições para o 8º
Congresso Nacional
de Bioenergia
FENASUCRO &FENASUCRO &
AGROCANA 2015AGROCANA 201523ª Fenasucro deve movimentar R$ 2,8 bi
22
Fenasucro & Agrocana 2015
23ª Fenasucro
movimentar R$
Feira atinge suas expectativas e fomenta negócios
para a retomada do setor sucroenergético
Compradores
brasileiros e
internacionais
passaram pela
Fenasucro &
Agrocana 2015
23
deve
2,8 bi
Da redação
V
olume de negócios realizados, público qualificado e cogeração
de energia foram destaques na edição de 2015 da Fenasucro
& Agrocana, realizada de 25 a 28 de agosto, em Sertãozinho,
SP. O balanço da feira, que é a principal vitrine tecnológica e a maior
do mundo no segmento, aponta que as metas estabelecidas para
2015 foram atingidas. Isso demonstra o ânimo da cadeia produtiva da
cana-de-açúcar para a retomada do setor sucroenergético.
Em busca de soluções e alternativas, cerca de 30 mil
pessoas, entre visitantes e compradores, passaram pela feira para
conferir as mais de 1.000 marcas expostas nos pavilhões. O volume
de negócios, segundo a organização, deverá atingir os R$ 2,8 bi-
lhões, iniciados na feira e que serão concluídos no decorrer de 2015.
A energia limpa e a cogeração se destacaram no evento, apontadas
entre as principais estratégias para novos rumos do setor.
Para o Diretor de Portfólio de Energia da Reed Exhi-
bitons Alcantara Machado, Igor Tavares, a Fenasucro & Agrocana
2015 atingiu o objetivo em apresentar novidades e tecnologias, além
de importantes rumos para o setor sucroenergético. “A questão da
cogeração foi bastante explorada, demonstrando o quanto essa al-
ternativa tem se estabelecido como uma das estratégias para a reto-
mada do setor”, aponta o diretor.
Dentro das metas atingidas, a Fenasucro & Agrocana
cumpriu o objetivo na geração de negócios para a modernização e
reaparelhamento das usinas. A Zanini Renk fechou vários negócios,
entre eles, a venda de uma unidade de redutores planetários rolo
a rolo Flex Max 2.0 para a Usina Conquista do Pontal, do Grupo
Odebrecht Agroindustrial. De acordo com o CEO da empresa, Mau-
ro Cardoso, o equipamento foi lançado na edição 2014 da feira e
aprimorado ao longo do ano. “Além dos equipamentos, fechamos
contratos de manutenção e serviços em longo prazo, o que garante
mais vida útil ao redutor”, conta.
As expectativas da empresa Sergomel também foram
atendidas, afirma o diretor comercial Wagner Laércio Gomes. “Tive-
mos alguns orçamentos previstos que, se concluídos, somarão R$
10 milhões”, revela. A TGM também considera positiva a edição des-
te ano da feira. “Fechamos importantes negócios na Fenasucro &
Agrocana. A feira nos trouxe uma visibilidade muito grande”, aponta
o gerente comercial Mauro Moratelli.
As medidas anunciadas pelo governo estadual durante
a Fenasucro & Agrocana também colaboraram para os negócios,
incentivando empresários do setor. O vice-governador Márcio Fran-
ça anunciou a destinação de R$ 3 milhões para a segunda etapa
Assessoria de Imprensa
24
Fenasucro & Agrocana 2015
do projeto de suporte tecnológico das em-
presas do Aglomerado Produtivo de Metal-
-Mecânico de Sertãozinho e Região. Leia
matéria completa na sequência desta re-
portagem sobre a Fenasucro & Agrocana.
Outra medida foi a assinatura
de protocolo de intenções para a viabiliza-
ção da distribuição de gás biometano produ-
zido por meio da vinhaça. O documento foi
assinado pelo Secretário estadual de Ener-
gia, João Carlos de Souza Meirelles, e pelas
empresas GasBrasiliano (distribuidora), Ma-
losso Bioenergia (fornecedora da vinhaça)
e Consórcio CSO (produtor da tecnologia
de biodigestão de vinhaça). A organização
acredita que, de acordo com as liberações
de crédito do governo, o volume de negócios
deste ano ainda supere o estimado.
O público cada vez mais qua-
lificado também foi destaque. “A feira cum-
priu o seu papel e trouxe clientes que espe-
rávamos. Além disso, a qualidade de visita
foi ainda melhor. Nosso público veio com
foco e intenção de fechar negócio, mesmo
que em longo prazo”, afirma o diretor da
Siemens, Ricardo Muniz Ferreira. Também
presente na Fenasucro & Agrocana, o di-
retor da Citrotec, Bernardo Câmara, disse
que neste ano as possibilidades de negó-
cios foram maiores, assim como a qualida-
de em cada visita no estande da marca.
Presente no evento pela pri-
meira vez, a empresa americana Fluid
Quip apresentou sua linha de equipamen-
tos para a geração de etanol do milho. De
acordo com a gerente comercial da Amé-
rica do Sul, Mariana Biasi, participar da
feira foi bastante positivo para a empresa.
“Como estamos entrando no mercado sul-
-americano gostaríamos de apresentar
nossos produtos ao público de maneira
eficaz e a escolha da Fenasucro & Agro-
cana foi justamente por atender todas nos-
sas necessidades, por ser a maior feira de
tecnologia sucroenergética do mundo e,
principalmente, quanto ao público, já que
o evento reúne todas as principais usinas
do país, nosso público-alvo. Com certeza
Espaço de Conferências
recebe 2 mil pessoas e
qualifica público do setor
Assessoria de Imprensa
25
26
Fenasucro & Agrocana 2015
Divulgação
Grupo de organizadores
da Fenasucro & Agrocana
comemora a expectativa de
negócios durante o evento,
que deve alcançar R$ 2,8
bilhões no decorrer de 2015
estaremos novamente na feira no próximo ano”, disse.
Já a Valmet apresentou a Caldeira Hybex com a tecnologia BFB (Leito Fluidiza-
do Borbulhante), reduzindo os custos com paradas não planejadas de reparo, além de efici-
ência de combustão de mais de 99%. “Essa caldeira está presente em mais de 200 projetos
de cogeração de energia”, afirma Ricardo Valle, gerente de vendas.
A Chicago Pneumatic, marca que oferece soluções para o uso de ar compri-
mido voltado à indústria sucroenergética, participou da feira pela segunda vez. “Recebe-
mos em nosso estande um público muito qualificado e que de fato está preocupado em
adquirir soluções eficientes. Nossa intenção é continuar participando da feira e, assim,
fortalecermos a marca junto ao público da Fenasucro & Agrocana”, afirmou a diretora
Caroline Casagrande.
Business - As rodadas de negócios internacionais levaram à feira compra-
dores de 30 países como África do Sul, Argentina, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Cuba,
Equador, Honduras, México, Nicarágua, Paraguai, Peru, Sudão e Venezuela. No estande
27
Números da 23ª Fenasucro & Agrocana
Público: 30 mil visitantes/compradores
Volume de negócios: R$ 2.8 bilhões a serem concluídos
até o final de 2015.
Marcas: mais de 1.000 em exposição
Parceria SEBRAE SP: 10 micro e pequenas empresas
presentes na feira
Presença de representantes de 100% das Usinas Brasileiras
Representantes de usinas e indústrias de mais de 30 países
Área de exposição de 70 mil m²
Mais de 90 horas de eventos de conteúdo
Espaço de Conferências: presença de 2 mil pessoas
Rodadas Internacionais Apla/Aplex: US$ 290 milhões
Setores da Feira: Agrícola, Fornecedores Industriais,
Processos Industriais, Transporte e Logística e Energia
Feira é a principal vitrine
tecnológica do setor
sucroenergético
da APLA/APEX participaram 61 empresas brasileiras vendedoras, gerando 691 oportuni-
dades de negócios. O valor total negociado foi de cerca de US$ 290 milhões, de acordo
com as pesquisas realizadas durante as rodadas de negócios. “Essa edição da feira
superou nossas expectativas”, disse Flávio Castelar, diretor executivo da APLA (Arranjo
Produtivo Local do Álcool).
Qualificação - A presença e a frequência de um público cada vez mais
qualificado na Fenasucro & Agrocana são resultados do trabalho da organização do
evento em aliar o ambiente focado para negócios ao espaço criado para ser difusor
de conhecimento, informação e tendências dentro da feira: o Espaço de Conferências.
Nesta edição, 2 mil pessoas participaram das mais de 90 horas de eventos de conteúdo
promovidos. Entre os temas debatidos no Espaço de Conferências, perspectivas de mer-
cado, comércio internacional, safras futuras e questões atuais dos segmentos de açúcar
e etanol, foram os principais destaques da edição 2015.
Com foco em negócios, a Fenasucro & Agrocana estará dividida em cinco
grandes setores: Agrícola, Fornecedores Industriais (pequenos, médios e grandes for-
necedores de equipamentos, suprimentos e serviços industriais), Processos Industriais
(vitrine do que há de mais moderno em tecnologias, máquinas, equipamentos e serviços
para a indústria), Transporte e Logística e Energia. O evento é realizado pelo CEISE Br
(Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis) e organiza-
do pela Reed Exhibitons Alcantara Machado). Neste ano, a feira contou com o patrocínio
da GM (Chevrolet) e do Banco do Brasil e do patrocínio bronze da Caixa Econômica Fe-
deral. A 24ª edição já está marcada para os dias 23 a 26 de agosto de 2016.
28
Fenasucro & Agrocana 2015
Aglomerado Produtivo
de Metal-Mecânico de
Sertãozinho recebe aporte
Márcio França: “O estado
de São Paulo responde
por 72% do volume de
pesquisas realizadas
no Brasil e por 75% de
toda produção industrial
nacional”
O
vice-governador de São Paulo, Márcio França, anunciou a destinação de cerca
R$ 3 milhões para a segunda etapa do projeto de suporte tecnológico das em-
presas do Aglomerado Produtivo de Metal-Mecânico de Sertãozinho e Região
durante a cerimônia de abertura da 23ª Fenasucro & Agrocana, em Sertãozinho, SP. A
medida vai ajudar a aumentar a competitividade dos fornecedores de bens e serviços do
setor sucroenergético por meio de linhas de financiamento e pesquisa.
A iniciativa, que integra o Programa de Fortalecimento da Competitividade
das Empresas localizadas em APLs (Arranjos Produtivos do Estado de São Paulo), possui
financiamento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) em conjunto com a
SDECTI (Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do
Estado de São Paulo), Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Em-
presas do Estado) e Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Por meio do BID e da SDECTI serão investidos R$ 870 mil para a aquisição
de máquinas e equipamentos, além de R$ 2,28 milhões, por meio do Centro Paula Souza,
para a estruturação do Laboratório de Ensaios de Corrosão na Fatec/Sertãozinho, ade-
Divulgação
29
quação da infraestrutura, recursos huma-
nos, despesas operacionais e aquisição
de aparelhos e equipamentos.
Em seu discurso, Márcio Fran-
ça afirmou que a função do Governo do
Estado de São Paulo é facilitar a vida das
pessoas e empresas que buscam novas
tecnologias e inovação em suas atividades.
“O estado de São Paulo responde por 72%
do volume de pesquisas realizadas no Brasil
e por 75% de toda produção industrial na-
cional. A nossa vocação segue o caminho
do desenvolvimento, inovação e tecnologia
visando maior eficiência produtiva. Assim, a
Fenasucro é um marco porque a agricultura
é uma atividade econômica ligada à tecno-
logia e ao desenvolvimento”, disse.
O secretário de Agricultura e
Abastecimento de São Paulo, Arnaldo Jar-
dim, afirmou que o investimento permite a manutenção de um centro
permanente de inovação tecnológica fortalecendo o setor agrícola e
industrial. “A agricultura integra a cadeia produtiva de forma eficiente
e harmônica. A atualização do setor por meio do retrofit alavancará a
cogeração de energia e a Fenasucro & Agrocana demonstra isso ao
reunir tantos representantes fazendo negócios”, disse Jardim.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Re-
belo, afirmou que a cadeia produtiva do setor sucroenergético é im-
portante porque gera alimentos e energia não só para o País - “O
mundo olha para o Brasil como um parceiro insubstituível para o
mercado de energia renovável. Nosso setor consegue integrar a ne-
cessidade da população e os avanços da tecnologia”, disse Rebelo.
O presidente do Ceise Br (Centro Nacional das Indús-
trias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis), Antonio Eduardo
Tonielo Filho, afirmou que por meio da inovação é possível triplicar
a produção de energia do setor. “Por meio do retrofit, após um ano,
a participação do setor no mercado de energia passa de 5% para
20%. Por isso, nosso foco é a inovação por meio de parcerias entre
a indústria e instituições de pesquisa”, disse.
Abertura oficial da Fenasucro & Agrocana 2015
Arquivo T&C
30
Fenasucro & Agrocana 2015
Feira sinaliza os primeiros
passos para o retrofit
Plínio Nastari afirma que
o retrofit deve acontecer
com cautela e participação
de todos os envolvidos na
cadeia produtiva
“
Existem grandes oportunidades para o
crescimento da produtividade do açú-
car, possibilitando investimentos dentro
e fora do país”. A afirmação foi feita pelo
presidente da consultoria Datagro, Plínio
Nastari, durante a 4ª Conferência Datagro/
Ceise Br, programação que integrou a Fe-
nasucro & Agrocana 2015. A conferência
reuniu empresários do setor para discutir o
cenário brasileiro e internacional, bem como
medidas preventivas que estimulam o cres-
cimento da produtividade de açúcar e eta-
nol e a retomada do setor sucroenergético.
Nastari reforçou ainda que o
retrofit deve acontecer com cautela e par-
ticipação de todos os envolvidos na cadeia
produtiva. “Este é o momento de união en-
tre todos do setor e, com a aplicação das
novas tecnologias que estão surgindo no
mercado, existe a possibilidade de aumen-
to da competitividade, trazendo sustentabi-
lidade econômica e ambiental para o setor”,
completou. Durante o encontro, a Datagro
divulgou sua estimativa de produção para a
safra 2015/16.
A previsão de produção para
este ano é de 604,6 milhões de toneladas
de cana-de-açúcar, um aumento de 14,6
milhões em relação à estimativa divulgada
em julho, que era de 590 milhões de tonela-
das. A consultoria ainda prevê uma produ-
ção de 31,4 milhões de toneladas de açúcar
e 28,2 bilhões de litros de etanol, na região
Centro-Sul.
31
Governo paulista apoia
produção de gás biometano
João Carlos de Souza
Meirelles: “Hoje podemos
produzir 237 megawatts,
mas queremos mais. Nossa
meta é atingir capacidade
máxima em todas as usinas
da região”
O
secretário de energia do Estado
de São Paulo, João Carlos de Sou-
za Meirelles, assinou um protocolo
que viabiliza a distribuição de gás biome-
tano, produzido por meio da vinhaça (resí-
duo pastoso que sobra após a destilação
fracionada da cana-de-açúcar fermentada
para a obtenção do etanol) para a região
onde está localizada a Usina Malosso, im-
pactando as cidades de Itápolis e Catan-
duva. O documento foi assinado durante o
V Seminário de Bioeletricidade CEISE Br /
UNICA – Bioenergy Conference, na Fena-
sucro & Agrocaba 2015.
Além disso, Meirelles tam-
bém falou sobre os caminhos percorridos
pelo setor energético brasileiro e o poten-
cial para a geração de energia limpa. De
acordo com ele, as 34 usinas localizadas
na região com incentivos e investimentos
podem produzir energia suficiente para
abastecer três munícipios do tamanho de
Sertãozinho.
“Nosso potencial energético
é exemplo para o mundo todo precisamos
apenas investir nessas empresas. Hoje po-
demos produzir 237 megawatts, mas que-
remos mais. Nossa meta é atingir capacida-
de máxima em todas as usinas da região”,
completa. O protocolo de intenções contou
com a assinatura da Usina Irmãos Malosso,
da GásBrasiliano, Consórcio CSO e do Go-
verno do Estado de São Paulo.
Matrizes de bioenergia - Du-
rante a Bioenergy Conference, os deba-
tedores concluíram as matrizes de fontes
renováveis baseadas nas tecnologias de
bioenergia e biocombustível ganham cada
vez mais espaço no mercado favorecidas
pela adoção de políticas públicas e cres-
Divulgação
32
cimento de investimentos em países como China, Índia e Estados
Unidos, além da União Europeia.
De acordo com Décio Luiz Gazzoni, pesquisador da
Embrapa e consultor do BID (Banco Interamericano de Desen-
volvimento), a taxa de investimentos em fontes renováveis está
aquecida no mercado internacional, principalmente, em países
emergentes como os que possuem programas de incentivo para
SP Studio
Antônio Eduardo Tonielo, presidente de honra da Fenasucro
& Agrocana, disse que o setor ainda deve passar por
um grande processo de capacitação tecnológica para a
recuperação plena
mudanças nas matrizes energéticas. Uma
forte tendência, apontada pelo especialis-
ta, é adoção de biocombustível em substi-
tuição aos derivados de petróleo em mer-
cados com alta escala de consumo como
o da aviação.
Em relação ao mercado inter-
no, o coordenador do departamento de ca-
na-de-açúcar e agroenergia do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
Tiago Quintela Giuliani, declarou que o Go-
verno Federal estuda a adoção de leilões
exclusivos para o setor sucroenergético
em razão das particularidades envolvendo
a produção, o que possibilitará maior com-
petitividade e incentivo para a consolida-
ção do Mercado nacional.
Já Antônio Eduardo Tonielo,
presidente de honra da Fenasucro & Agro-
cana, disse que o setor ainda deve passar
por um grande processo de capacitação
tecnológica para a recuperação plena.
“Entretanto, ainda há uma grande expecta-
tiva para a entressafra deste ano com o au-
mento da demanda. Os investimentos na
inovação e tecnologia do setor devem ser
os grandes aliados nesse processo, que
tem no retrofit o aumento da cogeração de
energia, que hoje é feito apenas 14,5% do
potencial total brasileiro.”
Fenasucro & Agrocana 2015
33
Secretário Meirelles
defende o retrofit em usinas
D
urante o Seminário sobre Bioeletricidade, evento de conteúdo na Fenasucro &
Agrocana 2015, o secretário de energia do Estado de São Paulo, João Carlos
de Souza Meirelles apresentou o Projeto ‘São Paulo na rede elétrica’ com base
nos estudos realizados pela TGM sobre o Retrofit. Ele reforçou que 34 usinas da região
nordeste do Estado, compreendendo os municípios de Franca, Ribeirão Preto, Barretos
e Catanduva, têm potencial para exportação de energia adicional, desde que recebam
incentivos e investimentos.
Com o principal objetivo de ampliar a participação de energias renováveis
na matriz energética, o Projeto mostra que o Estado precisa esgotar o potencial das suas
alternativas de energia e introduzir, definitivamente, a energia do bagaço da cana. Este
número vem aumentando, disse Zilmar de Souza, gerente de Bioeletricidade da UNICA.
“No ano passado, a biomassa da cana-de-açúcar gerou o equivalente a abastecer quase
10 milhões de residências e cresceu 21% em relação ao ano anterior, além de poupar o
equivalente a 13% da água dos reservatórios do Centro-Sul”, disse.
Segundo Meirelles, das 34 unidades que produzem energia, 10 usinas já
estão programadas para aumentar seus potenciais de geração, nas regiões próximas à
Ribeirão Preto. “Juntas, essas unidades aumentarão em 237 MW suas gerações. Esse
adicional consegue abastecer três cidades do tamanho de Sertãozinho, por exemplo. As
outras 24 necessitarão realizar investimentos para passarem a exportar”, disse Meirelles.
Ao passar pelo estande da TGM, o secretário Meirelles pode conferir de
perto as soluções que proporcionam a implementação de tecnologias modernas de alta
eficiência energética e que, com elas, possibilitam aumentar a geração de excedentes
de energia elétrica para comercialização.
Ao lado de diretores do
CEISE Br e empresários
do setor, o secretário João
Carlos de Souza Meirelles
lançou o projeto “São Paulo
na Rede Elétrica”
JSM Assessoria de Imprensa
34
Política Setorial
Unica questiona programa
de financiamento para
estocagem de etanol
Antonio de Padua Rodrigues:
“Os pequenos irão ter muitas
dificuldades e os grandes
buscarão alternativas mais
vantajosas que o BNDES”
A
renovação do Programa de Apoio
ao Setor Sucroalcooleiro do Banco
Nacional de Desenvolvimento Eco-
nômico e Social (BNDES PASS), destinado
ao financiamento para a estocagem de
etanol, foi recebida pela União da Indústria
de Cana-de-Açúcar (Unica) com preocu-
pação e cautela. A entidade acredita que
as altas taxas oferecidas provocarão um
custo final acima do esperado, o que, cer-
tamente, dificultará o acesso dos produ-
tores menores ao crédito, bem como fará
com que as grandes empresas procurarem
outros programas de financiamento.
Uma das principais alterações
da nova versão do programa, anunciado
no começo de setembro, é a elevada taxa
de juros, composta de custo financeiro
misto de 25% baseado em TJLP (Taxa de
Juros de Longo Prazo) e 75% em referen-
ciais de mercado, acrescido de 1,775% ao
ano para o BNDES (1,375% no caso das
MPMEs – Micro, Pequenas e Médias Em-
presas) e da remuneração da instituição fi-
nanceira, a ser negociada livremente entre
o cliente e o banco repassador do crédito.
“A linha anunciada pelo BN-
DES é importante para o setor, mas havia
a expectativa que as condições de finan-
ciamento fossem muito mais viáveis que
as oferecidas. O custo final do empréstimo
diante das taxas apresentadas será mui-
to alto e pode não compensar os investi-
mentos necessários à operação de esto-
cagem”, diz Antonio de Padua Rodrigues,
diretor técnico da Unica. Segundo Padua,
não é todo produtor que tem a garantia de
pleitear e conseguir um financiamento de
grande porte em uma instituição.
“Os pequenos irão ter muitas
dificuldades e os grandes buscarão alter-
nativas mais vantajosas que o BNDES”,
ressalta o diretor. Para a Unica, as incer-
tezas da próxima safra aumentam as dúvi-
das sobre a efetividade da linha de crédito
para a formação de um volume de etanol
que atenda ao período da entressafra. “O
programa poderia ter melhor alcance com
taxas de juros menores que as oferecidas
atualmente, mesmo com um volume menor
de recursos a serem oferecidos”, completa
o executivo.
Divulgação
35
36
Alternativa
Produtores de cana
querem diversificar
cultura em Alagoas
D
iversificar. Essa é a palavra de ordem dos produtores de cana-de-açúcar para
os próximos plantios com o objetivo de fazer face à crise sucroenergética no
estado de Alagoas que consome em torno de um milhão de toneladas de grão,
especialmente milho e soja, para a produção de aves, suínos e gado. Nos últimos anos,
o preço baixo tanto do álcool e do açúcar e o encerramento de algumas usinas de cana
estão fazendo com que os produtores procurem alternativas. Percebendo essa lacuna,
o Governo do Estado de Alagoas, lançou um programa de incentivo à cultura de grãos.
A Embrapa Tabuleiros Costeiros, como parceira e membro do comitê gestor
do programa, implementou unidades demonstrativas de milho e soja e realizou, dias 8 e
9 de setembro, dois Dias de Campo de forma a apresentar aos produtores 25 variedades
de milho, na fazenda Nova, em Capela, e 48 de soja na fazenda Santo Antonio, em São
Miguel dos Campos, AL. Todas essas variedades foram testadas pelos pesquisadores
e várias serão validadas como produtivas para as condições de clima e solo da região.
Alvaro Vasconcelos: “Alagoas é um
grande consumidor de soja. É preciso
ser autossuficiente em milho, aumentar a
produção e produtividade”
Embrapa
37
“Alagoas é um grande con-
sumidor de soja. É preciso ser autossu-
ficiente em milho, aumentar a produção
e produtividade”, disse o Secretário de
Agricultura do Estado de Alagoas, Alvaro
Vasconcelos, presente no Dia de Campo,
em São Miguel dos Campos, que reuniu
quase cem produtores de cana-de-açúcar.
“O dinheiro gasto com compra de milho e
soja de outros estados se reverta para pro-
dução e gere emprego e renda para o es-
tado”, pretende o secretário como também
os produtores presentes.
“Acredita-se que cem mil hec-
tares de cana-de-açúcar serão substituí-
dos por grãos, eucalipto ou pastagem, no
próximo ano”, disse Hibernon Cavalcante,
superintendente da Secretaria de Agricul-
tura de Alagoas e coordenador da Comis-
são de Incentivo à Produção de Grão, cria-
do em janeiro deste ano.
Segundo o produtor de aves,
suínos e gado Antonio Carlos Farias Bran-
dão, “pagamos R$ 12 de frete por cada
saca de 60 kg de milho vindo do Centro-
-Oeste ao preço de R$ 22, lá. Ele chega em
Alagoas por R$ 34”, disse. “A alternativa é
a produção de grão e comercialização à
vista. O milho tem mercado garantido com
preço excelente. Além disso, as áreas de
Alagoas são propícias para produção do
grão”, complementa ele.
Muitos produtores interessa-
dos em diversificar a produção com grãos
não pretendem abandonar de vez a cultura
de cana-de-açúcar. “Se cana voltar a dar
preço, ela pode voltar”, disse o superinten-
dente. É o que pensa também o produtor
Edilson Maia, de São Miguel dos Campos,
proprietário da fazenda Santo Antonio, que
disponibilizou sua propriedade para mon-
tar a “vitrine tecnológica” da Embrapa e
viabilizar o Dia de Campo. “A soja e milho
estão chegando para fortalecer a cultura da cana, pois contribui para
rotação da lavoura que proporciona maior produtividade”, disse.
Esse raciocínio sobre rotação de cultura é unânime
entre os pesquisadores da Embrapa. A rotação de cultura, a alter-
nância entre gramínea (no caso o milho) e leguminosa (soja), traz
inúmeras vantagens. Se adotada e conduzida de modo adequado e
por um período suficientemente longo, a rotação de cultura melhora
as características físicas, químicas e biológicas do solo e auxilia no
controle de plantas daninhas, doenças e pragas. Outra vantagem
é a reposição da matéria orgânica e proteção do solo. Ajuda tam-
bém na viabilização do Sistema de Semeadura Direta. Além disso,
proporciona produção diversificada de alimentos e outros produtos
agrícolas.
De acordo com o pesquisador Sérgio Procópio, da Em-
brapa Tabuleiros Costeiros, a monocultura pode gerar também ris-
cos de comercialização. No caso de uma queda brusca do preço do
produto, toda a região é afetada. “Bons produtores de cana, apre-
sentam os atributos para serem bons produtores de milho e soja”,
afirma Procópio. “Um ano soja, outro ano milho”, aconselha o pes-
quisador.
Sérgio Procópio vai mais além ao demonstrar a viabili-
dade da produção do milho e da soja para o Estado de Alagoas. Ele
conta que a proximidade com os portos marítimos diminui o custo
com o frete para a exportação do grão tornando a produção mais
Estimativa de produção de açúcar no Centro-
Sul do Brasil aponta para queda de 2,2% em
relação à safra passada
Divulgação
38
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39
40
Alternativa
competitiva. “O Porto de Sergipe, que pode atender produtores do
estado e também de Alagoas, tem ociosidade que os outros portos
não têm, além de grande área para estocagem de produtos”, dis-
se Valdeilson Paiva, gerente do Terminal Marítimo em Sergipe, que
pretende formar um comitê de trabalho para buscar parceiros e
fomentar projetos que viabilizem o escoamento maciço de grãos e
importação de fertilizantes.
A soja representa na atualidade a principal cultura agrí-
cola brasileira. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento
– Conab- apontam uma área cultivada com soja no Brasil de aproxi-
madamente 30 milhões de hectares (2013/2014), sendo o principal
produto de exportações agrícolas do país, pois é fonte de proteína
primordial para a produção de rações animais e importante matriz
oleaginosa para a produção nacional de biodiesel.
Por esse motivo, a Embrapa Tabuleiros Costeiros vem
realizando experimentos para avaliar o
potencial da cultura da soja em Sergipe e
Alagoas como também na região dos Ta-
buleiros Costeiros e Agreste.
Diversas ações de pesquisa
com soja vêm sendo realizadas pela Em-
brapa para a região, tais como seleção de
cultivares com base em adaptabilidade e
estabilidade de produção, porte para co-
lheita mecanizada, nível de acamamento
das plantas, ciclo de produção, determina-
ção dos melhores períodos para o plantio,
avaliação dos espaçamentos e população,
adaptação ao plantio direto, inoculação de
sementes com a bactéria Rhizobium que
41
nitrogena a planta, levantamento das pra-
gas, doenças e plantas daninhas e seus
respectivos métodos de controle, deter-
minação do momento correto da colheita,
avaliação da qualidade de sementes (sa-
nidade, germinação e vigor) e inserção da
cultura em sistemas conservacionistas jun-
to à agricultura familiar.
Os resultados de pesquisa
na região revelam níveis de produtivida-
de elevados para a soja (três a cinco mil
quilos por hectare) considerado acima da
média brasileira de 2,8 mil quilos por hec-
tare, segundo a Conab (safra 2013/2014).
“Isso indica o alto potencial produtivo da
soja nas áreas denominadas Tabuleiros Costeiros e Agreste”, aponta
o pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Antonio Dias San-
tiago, organizador do Dia de Campo sobre a soja como alternativa
à cana-de-açúcar, em São Miguel dos Campos, que contou com a
presença de quase duzentos produtores de cana.
Produtores de Alagoas já tentaram plantar soja em cir-
cunstâncias diferentes e pouco convenientes. “Mas a realidade ago-
ra é outra”, afirma o produtor Adilson Maia. Ele conta que plantou
soja há 30 anos, mas tinha que colhê-la no período de chuva e em
seguida plantar cana “Não dava para fazer duas grandes áreas ao
mesmo tempo. Hoje, o estado é abastecido por irrigação e pode-
mos plantar soja no momento ideal, no período da chuva e colher no
período seco e em seguida, plantar cana com irrigação” afirma ele.
Além dos pesquisadores da Embrapa apresentarem
aos produtores presentes no Dia de Campo em São Miguel dos
Campos 48 cultivares de soja com resultados promissores para a
região, relatar as facilidades de mercado e de transporte do produ-
to, o pesquisador Sérgio Procópio ainda enfatizou outra importante
vantagem: a fixação biológica do nitrogênio. “Na soja, é possível
a baixíssimo custo inocular bactérias do gênero rhizobium nas se-
mentes, que retiram o nitrogênio do ar e fornecem às plantas.” Já o
milho necessita de adubação nitrogenada, como a ureia, que onera
a produção. “O custo de produção de soja é menor que a de milho”,
complementa.
Outro fator favorável ao cultivo da soja é a possibilida-
de de ser plantada no sistema de plantio direto, evitando o revolvi-
mento do solo e a utilização de arados e grades.Pragas e doenças
da soja - Pesquisadores da Embrapa realizaram levantamento das
pragas que ocorreram nas áreas experimentais de soja no Nordeste,
como lagartas, percevejos e coleópteros desfolhadores. Eles iden-
tificaram todos os espécimes e vêm definindo as melhores formas
de controle e recomendam o monitoramento constante das áreas de
produção.“Deve-se evitar o uso de inseticidas que eliminam os inimi-
gos naturais de pragas, como os piretróides”, afirma o entomologis-
ta e pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Adenir Teodoro,
presente no evento em São Miguel dos Campos, juntamente com o
entomologista Aldomario Santo Negrisoli Junior.
E como inimigos naturais às pragas da soja existem os
produtos biológicos como Baculovirus, Beauveria bassiana e Me-
tharizium anisoplia. “Há também como inundar o campo com inimi-
gos naturais como a minúscula vespa Trichogramma que parasita os
ovos das lagartas nocivas à cultura da soja”, complementa o pes-
quisador.
Um comitê de trabalho será formado para buscar
parceiros e fomentar projetos que viabilizem o
escoamento maciço de grãos e importação de
fertilizantes pelo Terminal Marítimo em Sergipe
Divulgação
42
Bioenergia
Geração das usinas
à biomassa cresce
15% no 1º semestre
Uso de biomassa cresce na
matriz energética brasileira
Dados da CCEE mostram aumento de 239 MW médios na
geração nos seis primeiros meses do ano; capacidade instalada
da fonte representa 7,7% na matriz energética
A
s usinas movidas à biomassa produziram 15% a mais de energia no primeiro se-
mestre de 2015 em relação ao mesmo período do ano passado. O levantamento
da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE mostra o incremento
na geração da fonte, mesmo em meses que incorporam boa parte da entressafra do setor.
O montante médio produzido no primeiro semestre do ano (1.860 MW) foi
239 MW médios superior ao registrado no mesmo período de 2014, quando foram gera-
dos 1.621 MW médios. São Paulo segue como principal produtor de energia a partir da
fonte no país. As usinas paulistas geraram 841 MW médios no primeiro semestre de 2015.
Na segunda posição aparece o Mato Grosso do Sul com 272 MW médios, seguido por
Goiás (208 MW médios) e Minas Gerais (182 MW médios).
Em termos de crescimento, na comparação entre 2014 e 2015, o Mato Gros-
so do Sul foi o Estado que mais incrementou sua produção em 89,9 MW médios alcan-
çando 271,6 MW médios (+50%). O Maranhão teve aumento de 32 MW médios e atingiu
60,7 MW médios (+112%), enquanto a Bahia gerou 31,6 MW médios a mais, atingindo
60,8 MW médios (+108%).
Arquivo
43
Ranking – Os 10 maiores estados produtores de biomassa
Posição Estado MW médios
1º São Paulo 840,93
2º Mato Grosso do Sul 271,56
3º Goiás 207,69
4º Minas Gerais 181,57
5º Paraná 85,76
6º Bahia 60,80
7º Maranhão 60,66
8º Alagoas 30,58
9º Pernambuco 28,79
10º Mato Grosso 22,14
Os dados consolidados da
CCEE apontam ainda que a capacidade
instalada das plantas movidas à biomassa
também atingiu marca expressiva no primei-
ro semestre de 2015, chegando a 10.793
MW em junho, o que significa uma represen-
tatividade de 7,7% na matriz energética bra-
sileira. A expansão é de 9,4% em relação
ao mesmo período do ano passado, quando
a capacidade era de 9.868 MW. São Paulo
também é o principal destaque com 5.056
MW em capacidade instalada, seguido por
Mato Grosso do Sul (1.669 MW), Minas Ge-
rais (1.110 MW) e Goiás (1.015 MW).
A CCEE é responsável por
viabilizar e gerenciar a comercialização de
energia elétrica no país, garantindo a se-
gurança e o equilíbrio financeiro deste mer-
cado. Associação civil sem fins lucrativos,
é mantida pelas empresas que compram e
vendem energia no Brasil. O papel da CCEE
é fortalecer o ambiente de comercialização
de energia - no ambiente regulado, no am-
biente livre e no mercado de curto prazo -
por meio de regras e mecanismos que pro-
movam relações comerciais sólidas e justas
para todos os segmentos do setor (geração,
distribuição, comercialização e consumo).
Falta de estímulo - Apesar dos
números divulgados pela CCEE que mostram
crescimento, especialistas afirmam que a po-
lítica do governo é considerada equivocada à época e os preços baixos
nos leilões de compra de energia desestimularam investimentos para a
produção de energia elétrica a partir da biomassa. Segundo avaliação
de Zilmar José de Souza, assessor da União da Indústria de Cana-de-
-açúcar (Unica) para a bioeletricidade, apesar de o setor já ter instalado
1.750 MW médios em um só ano (2010), o índice ainda é muito baixo.
De acordo com o executivo, o “fundo do poço” do setor
foi em 2012, ano em que não houve venda de energia cogerada nas
usinas de açúcar e etanol nos leilões do governo por conta dos pre-
ços baixos, de R$ 112 o megawatt-hora (MW/h) à época, o que gerou
a queda nos investimentos em novos projetos desde então. “Entre o
gráfico apresentado (pelo governo de demanda esperada) e a reali-
dade, falta ousar muito mais. Faltam políticas públicas que valorizem
as externalidades da biomassa da cana”, disse o assessor da Unica.
Souza considerou, por exemplo, um retrocesso o teto de
preços praticado no último leilão de compra de energia para 2018, rea-
lizado em agosto, de R$ 218 o MW/h. Além disso, o pregão contou com
projetos de energia eólica, cujo preço de geração é menor que o da
biomassa, mas cuja transmissão é mais cara por conta da distância aos
centros de consumo. “Apenas um projeto de biomassa foi negociado no
último leilão”, disse.
Para Souza, “um avanço” do governo para o próximo leilão,
em janeiro de 2016, seriam preços de R$ 281 o MW/h, valor teto do pe-
núltimo leilão. “O governo tem de sinalizar com clareza que o preço será
melhor e não uma regressão como ocorreu agora”, afirmou. O assessor
da Unica lembra que o setor sucroenergético mostrou, em agosto do ano
passado, ter capacidade de atender à demanda de energia quando,
no ápice da crise de energia, conseguiu ampliar de 4% para 7% a par-
ticipação na demanda da matriz elétrica. “Naquela época foi a primeira
vez que a geração para a rede por parte das usinas superou a fatia de
consumo próprio, chegando a 60%”, concluiu Souza.
Zilmar José de Souza: “Faltam
políticas públicas que valorizem
as externalidades da biomassa
da cana”
Niels Andreas / Unica
44
Sustentabilidade
Seminário internacional
destaca gestão de
recursos hídricos
Evento abordou a redução da
captação de água para uso da
indústria da cana brasileira nas
últimas quatro décadas
A
queda da participação do etanol e o aumento do consumo de combustíveis fós-
seis pode comprometer a meta de redução de emissões e colocar o Brasil na
contramão das tendências mundiais. Isso é o que aponta o Sistema de Estimativa
de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), plataforma criada pelo Observatório do
Clima, rede que reúne 37 entidades da sociedade civil para discutir as mudanças climá-
Arquivo Faeg
45
Leitores Terra&Cia têm
descontos especiais
46
ticas no contexto brasileiro.
De acordo com o relatório divulgado em agosto, apesar de, entre 1990 e
2013, as emissões brutas de gases causadores do efeito estufa terem diminuído em 15%,
nos últimos cinco anos os níveis de mitigações da área energética brasileira aumentaram
34%. O cenário é mais preocupante quando se compara o ano de 2013 com 2008, o
total de emissões brutas de gases causadores do efeito estufa registrado praticamente
quadriplicou.
Para o coordenador geral do Observatório do Clima, André Ferreti, o re-
sultado é alarmante e compromete o papel de protagonismo do Brasil nas discussões
climáticas mundiais. “Mesmo quando comparado ao pior vilão das emissões brasileiras,
o desmatamento, o cenário energético é preocupante. As inciativas do governo federal,
derivadas da Política Nacional sobre Mudança Climática, de 2009, têm escala muito tími-
da, e são frequentemente atropeladas por outras, como os subsídios à gasolina,” afirmou
Ferreti.
Ainda segundo o documento, que inclui recomendações para a participação
brasileira na 21ª Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP21), que acontecerá
em Paris, em dezembro, para reverter o cenário negativo, é preciso aumentar a partici-
pação das fontes renováveis na matriz energética, estabelecendo para isso a proporção
mínima de 50% até 2030.
Nas grandes cidades o transporte é o grande vilão das emissões de CO2.
Na visão do consultor em Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-
-Açúcar (Unica), Alfred Szwarc, o crescimento das emissões pelo setor energético
poderia ter sido menos expressivo se o País tivesse dado mais atenção às fontes re-
nováveis e, principalmente, se houvesse maior incentivo à produção e uso do etanol
e da bioeletricidade.
“O fato das emissões resultantes do desmatamento estarem diminuindo
substancialmente, e as do setor energético estarem ganhando mais importância relativa
no total gerado é um fato que requer reflexão. A alternativa mais fácil, rápida, eficaz e
econômica de contrapor essa tendência é a valorização da energia de baixo carbono
originada da biomassa da cana-de-açúcar e o fomento e a intensificação de seu uso,”
defendeu Szwarc.
O gerente em Bioeletricidade da Unica, Zilmar de Souza, endossou o dis-
curso, afirmando que ao utilizar a energia elétrica gerada a partir do bagaço e da pa-
lha, grandes benefícios são proporcionados aos consumidores brasileiros. “O total de
bioeletricidade da cana fornecida à rede em 2014 significou evitar a emissão de 8,3
milhões de toneladas de gás carbônico (CO2). Para atingir a mesma economia de CO2
por meio do plantio de árvores, seria preciso cultivar 58 milhões de espécies nativas
ao longo de 20 anos. Por isso é fundamental que se discuta a valorização da bioele-
tricidade em virtude das externalidades positivas que essa fonte agrega ao Sistema
Interligado”, afirmou Souza.
Para os representantes da Unica, ainda é possível reverter o quadro nega-
tivo das mitigações do setor energético, para tanto, são necessárias políticas públicas
de longo prazo que definam o papel do etanol, bem como o da bioeletricidade na matriz
energética brasileira.
Sustentabilidade
47
Energia da cana é a
melhor alternativa para
redução de GEE
André Ferreti: “As inciativas do governo federal, derivadas
da Política Nacional sobre Mudança Climática, de 2009, têm
escala muito tímida e são frequentemente atropeladas por
outras, como os subsídios à gasolina”
A
queda da participação do etanol
e o aumento do consumo de com-
bustíveis fósseis pode comprome-
ter a meta de redução de emissões e colo-
car o Brasil na contramão das tendências
mundiais. Isso é o que aponta o Sistema
de Estimativa de Emissões de Gases de
Efeito Estufa (SEEG), plataforma criada
pelo Observatório do Clima, rede que re-
úne 37 entidades da sociedade civil para
discutir as mudanças climáticas no contex-
to brasileiro.
De acordo com o relatório di-
vulgado em agosto, apesar de, entre 1990
e 2013, as emissões brutas de gases cau-
sadores do efeito estufa terem diminuído
em 15%, nos últimos cinco anos os níveis
de mitigações da área energética brasi-
leira aumentaram 34%. O cenário é mais
preocupante quando se compara o ano de
2013 com 2008, o total de emissões brutas
de gases causadores do efeito estufa re-
gistrado praticamente quadriplicou.
Para o coordenador geral do
Observatório do Clima, André Ferreti, o re-
sultado é alarmante e compromete o papel
de protagonismo do Brasil nas discussões
climáticas mundiais. “Mesmo quando com-
parado ao pior vilão das emissões brasilei-
ras, o desmatamento, o cenário energético
é preocupante. As inciativas do governo
federal, derivadas da Política Nacional
sobre Mudança Climática, de 2009, têm
escala muito tímida, e são frequentemente
atropeladas por outras, como os subsídios
à gasolina,” afirmou Ferreti.
Ainda segundo o documento,
que inclui recomendações para a partici-
pação brasileira na 21ª Conferência das
Nações Unidas sobre o Clima (COP21),
que acontecerá em Paris, em dezembro,
para reverter o cenário negativo, é preciso
aumentar a participação das fontes reno-
váveis na matriz energética, estabelecen-
do para isso a proporção mínima de 50%
até 2030.
Nas grandes cidades o trans-
porte é o grande vilão das emissões de
CO2. Na visão do consultor em Emissões e
Tecnologia da União da Indústria de Cana-
-de-Açúcar (Unica), Alfred Szwarc, o cres-
cimento das emissões pelo setor energéti-
co poderia ter sido menos expressivo se o
País tivesse dado mais atenção às fontes
renováveis e, principalmente, se houvesse
Divulgação
48
maior incentivo à produção e uso do etanol e da bioeletricidade.
“O fato das emissões resultantes do desmatamento estarem diminuindo
substancialmente, e as do setor energético estarem ganhando mais importância relativa
no total gerado é um fato que requer reflexão. A alternativa mais fácil, rápida, eficaz e
econômica de contrapor essa tendência é a valorização da energia de baixo carbono
originada da biomassa da cana-de-açúcar e o fomento e a intensificação de seu uso,”
defendeu Szwarc.
O gerente em Bioeletricidade da Unica, Zilmar de Souza, endossou o dis-
curso, afirmando que ao utilizar a energia elétrica gerada a partir do bagaço e da palha,
grandes benefícios são proporcionados aos consumidores brasileiros. “O total de bioe-
letricidade da cana fornecida à rede em 2014 significou evitar a emissão de 8,3 milhões
de toneladas de gás carbônico (CO2). Para atingir a mesma economia de CO2 por meio
do plantio de árvores, seria preciso cultivar 58 milhões de espécies nativas ao longo de
20 anos. Por isso é fundamental que se discuta a valorização da bioeletricidade em vir-
tude das externalidades positivas que essa fonte agrega ao Sistema Interligado”, afirmou
Souza.
Para os representantes da Unica, ainda é possível reverter o quadro nega-
tivo das mitigações do setor energético, para tanto, são necessárias políticas públicas
de longo prazo que definam o papel do etanol, bem como o da bioeletricidade na matriz
energética brasileira.
Sustentabilidade
Nas grandes cidades o
transporte é o grande vilão
das emissões de CO2
Arquivo
49
Pesquisa mostra balanço de
emissões de CO2, CH4 e N2O
na produção de cana
A expansão dos canaviais contribuiu
para reduzir as emissões de GEE da
produção agrícola
O
balanço dos gases de efeito estufa
(GEE) CO2, CH4 e N2O associa-
dos à produção da cana nas áreas
de recente expansão no Brasil foi tema de
um estudo realizado por Ricardo de Oliveira
Bordonal, pesquisador do Programa de Pós-
-Graduação em Agronomia (Produção Ve-
getal) da Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinárias (FCAV) da Unesp de Jaboticabal,
SP. O estudo permite identificar as maiores
fontes de emissão, bem como as estratégias
visando sua redução, e consequentemente, a
diminuição da “pegada de carbono” associa-
da ao etanol produzido nessas áreas.
O trabalho de grande impacto
internacional foi destaque na revista Renewa-
ble & Sustainable Energy Reviews. Bordonal
utilizou dados de sensoriamento remoto (sa-
télite), onde é possível identificar tais áreas,
bem como qual tipo de conversão ocorreu
(ex. citrus-cana, ou pasto – cana). Essa infor-
mação da mudança do uso da terra é impor-
tante nas estimativas do balanço de gases de
efeitoestufa.Oautorconcluiqueamaioriados
estudos de ciclo de vida considera apenas a
avaliação das emissões de GEE associadas
à produção agrícola, sendo a mudança direta
do uso da terra (MUT) ainda é negligenciada.
O cultivo da cana-de-açúcar e
sua expansão durante 2006-2011 no Centro-
-Sul do Brasil apresentou um balanço total
de GEE acumulado de 217,1 Tg CO2eq em
2030, incluindo as emissões das atividades
de cultivo e as emissões/remoções associa-
das à MUT. A expansão dos canaviais con-
tribuiu para reduzir as emissões de GEE da
produção agrícola, das quais 57% foram compensadas pelo armazena-
mento de C na biomassa de cana devido à MUT.
A pesquisa aponta que os solos apresentaram um balanço
de C quase neutro em 2030, uma vez que o aumento do estoque de C
orgânico associado à conversão de culturas anuais para cana-de-açúcar
foi compensado pela depleção dos estoques de C orgânico da conver-
são de pastagens. Além disso, uma redução adicional de GEE deverá
ocorrer nos próximos anos em função da extinção da pré-colheita com
queima da cana no Brasil.
Paraoautor,incentivosempolíticaspúblicassãonecessários
para conduzir a expansão da cana-de-açúcar em direção a um caminho
sustentável. “Como tem sido feito para a expansão da cana durante 2006-
2011, evitar a conversão de citros, florestas plantadas e florestas naturais é
imperativo, enquanto ter essas expansões em áreas de pastagens torna-
-se desejável como uma estratégia fundamental para garantir os benefícios
ambientais do etanol de cana-de-açúcar no Brasil”, diz.
Assinam também o artigo: Rattan Lal, do Carbon Mana-
gement & Sequestration Center, The Ohio State University; Daniel Alves
Aguiar e Bernardo Friedrich Theodor Rudorff, da AgroSatelite; Eduardo
Barretto de Figueiredo, Luciano Ito Perillo e Newton La Scala, da FCAV; e
Marcos Adami, do INPE – Centro Regional da Amazônia.
Arquivo
50
Eventos
Abertas as inscrições
para o 8º Congresso Nacional de Bioenergia
J
á estão abertas as inscrições para o 8º Congresso Nacional da
Bioenergia, que será realizado dias 11 e 12 de novembro no cam-
pus do UniSalesiano, em Araçatuba, SP. A novidade para esta
edição, que comemora os 40 anos do ProÁlcool e os 30 anos de fun-
dação da UDOP, são as salas de Inovações Tecnológicas em Etanol
de Milho e a sala Biomassa e Novos Produtos, que se somam às já
tradicionais salas temáticas.
“No momento em que o setor ainda vive uma de suas
mais severas crises, nossa expertise mostra que se qualificar é um
ótimo investimento tanto para os profissionais que fazem desse setor
a potência que é, como para as usinas que buscam a excelência de
suas operações com menores custos e maiores produções. Por isso,
por se tratar de um Congresso técnico, acreditamos que seja a melhor
oportunidade para que possamos, de uma vez por todas, superar este
momento de incertezas”, destaca o presidente executivo da UDOP, An-
tonio Cesar Salibe.
Em 2014, o Congresso Nacional da Bioenergia reuniu
mais de 1,3 mil congressistas, entre participantes, palestrantes e mo-
deradores, com mais de 100 palestras voltadas para as mais diversas
áreas de atuação das usinas. O público, vindo de vários estados da
federação, é formado por profissionais de 1º e 2º escalões de usinas e
destilarias, fornecedores de cana, empresas que dão suporte à cadeia
bioenergética e pessoas ligadas aos centros de pesquisas e universi-
dades que estudam a bioenergia.
Salas - Os temas são divididos nas seguintes salas te-
máticas: Administrativa/Financeira; Agrícola; Biomassa e Novos Pro-
dutos; Comunicação; Controladoria, Planejamento e Custos; Direito do
Agronegócio; Industrial; Inovações Tecnológicas em Etanol de Milho;
Mercado, Comercialização e Logística; Recursos Humanos; Saúde,
Ale Carolo / alecarolo.com
Segurança e Meio Ambiente do Trabalho; e
Tecnologia da Informação.
Cortesias - Entendendo o mo-
mento delicado de caixa pelo qual passa
suas associadas, e ainda reafirmando seu
compromisso de trabalhar em prol de uma
maior capacitação e qualificação do setor, a
diretoria da UDOP resolveu conceder 17 cor-
tesias a todas suas sócias para a 8ª edição
do Congresso Nacional da Bioenergia.
O próprio sistema de inscrição
irá isentar de qualquer taxa as 17 primeiras
inscrições efetivadas através do departa-
mento de Recursos Humanos das unidades.
Mais informações podem ser obtidas na
UniUDOP através do telefone (18) 2103 0528
ou pelo e-mail uniudop@udop.com.br.
O Congresso Nacional da Bio-
energia é realizado pela UDOP e pela STAB
- Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Al-
cooleiros do Brasil, com promoção da UniU-
DOP - Universidade Corporativa da UDOP.
O Congresso tem ainda o apoio institucional
da Alcopar, BioSul, Siamig, Sifaeg, Sindal-
cool/MT, Fórum Nacional Sucroenergético
e Unisalesiano. Os sócios dos Sindicatos
apoiadores e da STAB pagam preços de as-
sociadas UDOP. A revista Terra&CIa é mídia
parceira do evento. (com Agência UDOP)
Especialistas do setor sucroenergético reunidos no
Congresso Nacional de Bioenergia de 2014
51
52
Tecnologia Industrial
Executivos da Pentagro apresentam solução
Integrada de S&OP, Planejamento e Gestão
de Desempenho Industrial
A
perpetuação e prosperidade de uma usina de cana- de -
açúcar estão diretamente relacionadas à sua capacidade
de perseguir seus propósitos em harmonia com o ambiente
dinâmico no qual está inserida.
Em meio a cenários cada vez mais turbulentos, as usi-
nas de cana-de-açúcar precisam intensificar o uso de técnicas de
planejamento como forma de alcançar metas estabelecidas na es-
tratégia corporativa, com o objetivo de maximizar a rentabilidade do
negócio.
Nesse contexto, o processo de Planejamento de Ven-
das e Operações (do inglês S&OP) da Pentagro surge como uma
resposta a ser utilizada pelos gestores para atender aos anseios es-
tratégicos das organizações, sendo esta uma abordagem moderna
da administração que confere uma visão holística do processo de
planejamento de vendas e operação.
Esta tecnologia, construída pela Pentagro, já está be-
neficiando empresas como Grupo São Martinho, Açúcar Guarani,
Usina Ferrari, Grupo Noble, Usina Rio Vermelho (Grupo Odebrecht),
e empresas como Petrobrás, Cenpes e Embrapa Agroenergia.
A tecnologia desenvolvida
pela Pentagro para apoiar o processo
S&OP, em usinas de cana-de-açúcar, in-
tegra informações e ações no nível estra-
tégico, tático e operacional, melhorando a
previsibilidade nos resultados do negócio
e conferindo uma visão sistêmica de ope-
ração da usina.
No nível estratégico (BdME-
-S&OP), esta tecnologia apoia a tomada
de decisão sobre o que e quanto produzir
de cada produto da usina, possibilitando
uma busca pela máxima rentabilidade de
negócio. Possibilitando um aumento de 3 a
5% de rentabilidade no negócio.
Já no nível tático (BdME-PAP),
apoia a tomada de decisão sobre qual a
melhor forma de produzir o mix de produ-
tos apontado pelo estratégico, empregan-
do para tanto, o simulador de processos
da Pentagro, permitindo a busca pelo me-
lhor desempenho do processo produtivo.
O resultados esperados com o uso deste
módulo da tecnologia são o aumento de 3
a 10% o KW.h produzido por ton de baga-
ço e o aumento de 0,1 a 1% na eficiência
industrial relativa.
No nível operacional (BdME-
-GDI), é possível o acompanhamento e
análise de desvios da operação, em rela-
ção ao planejamento traçado e ao desem-
penho previsto pelo simulador, mostrando
oportunidades de ganhos. Este módulo
garante que o planejamento da produção
seja realizado via monitoração do desem-
penho industrial, efetivando os ganhos e
os resultados esperados com a utilização
do BdME-PAP.
José Augusto Pazin Diretor Comercial,
André Lins Diretor Executivo
e Claudio Policastro Diretor Técnico
53
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54
Suinocultura / Opinião
A importância da temperatura
ambiental na suinocultura
Paola Buzollo
O
ambiente do sistema de criação
intensivo de suínos possui influên-
cia direta na condição de conforto
e bem-estar animal, promovendo dificul-
dade na manutenção do balanço térmico
no interior das instalações, na qualidade
química do ar e na expressão de seus
comportamentos naturais. É sabido que
animais em seu conforto térmico apresen-
tam melhores índices de desenvolvimento
e são menos susceptíveis a enfermidades,
portanto o manejo correto da temperatura
de acordo com as necessidades de cada
fase dos animais é de grande importância
para os produtores e também bastante de-
safiador.
Ale Carolo / alecarolo.com
Os suínos possuem o aparelho termorregulador pouco
desenvolvido. São animais sensíveis ao frio quando pequenos e ao
calor quando adultos, dificultando sua adaptação aos trópicos. Os
leitões nascem com baixa capacidade de controle de temperatura
corporal, não podendo compensar imediatamente a intensa perda
de calor logo após o parto. Eles dependem da temperatura ambiente
para esta finalidade, que deve estar de 32°C a 34°C para neonatos.
Conforme o animal se desenvolve fisiologicamente, a
exigência de aquecimento externo declina e se inverte. Suínos adul-
tos são especialmente sensíveis a elevadas temperaturas devido a
sua limitada capacidade de eliminação de calor corporal por eva-
poração, pois não contam com a sudorese como mecanismo de
proteção, utilizando exclusivamente a ofegação e mudanças com-
portamentais.
Além disso, o elevado metabolismo do suíno associado
a altas temperaturas dificulta a dissipação do calor. Como consequ-
ência, esses animais têm menor tolerância ao calor do que outros
animais domésticos, sendo susceptíveis à hipertermia quando ex-
postos ao estresse calórico.
Para o correto manejo da tem-
peratura ambiental é necessário conheci-
mento sobre a fisiologia e exigências dos
animais, do clima da região onde a granja
está localizada e acompanhamento diário
das temperaturas com termômetro de má-
xima e mínima de todos os setores e salas.
Na maternidade, o manejo de
temperatura é o mais complexo de todo o
sistema produtivo, pois existem dois gru-
pos com necessidades diferentes no mes-
mo ambiente: as fêmeas, cuja zona de
conforto térmico varia de 16°C a 25°C, e
leitões, com zona de conforto térmico va-
riando de 28°C (para animais do pré-des-
mame) a 34°C (para neonatos).
O escamoteador para os lei-
tões fornece o aquecimento extra exigido,
evitando longos períodos de exposição a
temperaturas abaixo de sua zona de con-
forto, que resultaria em consumo de ener-
gia corporal, letargia, hipoglicemia e maior
predisposição às diarréias.
Já para as fêmeas, pode-se
utilizar sistemas de ventilação individua-
lizado por gaiola, de forma que a refrige-
ração atinja somente a matriz e não aos
leitões. O estresse calórico em porcas da
maternidade pode causar partos distóci-
cos, com aumento do número de natimor-
tos, agalaxia, e até mesmo morte súbita. A
abertura de cortinas para a circulação do
ar é importante para manutenção de sua
qualidade, desde que feita de maneira que
os leitões não recebam diretamente as cor-
rentes de ar.
No setor de creche, o contro-
55
le da temperatura é um ponto crucial na
produção, já que é um momento de tran-
sição para os animais, com mudança de
ambiente, alimentação e relações sociais,
cujo estresse resultante os torna mais vul-
neráveis a agentes patogênicos. O manejo
de temperatura da creche deve ser plane-
jado de acordo com a faixa etária dos ani-
mais: para desmame de 21 dias, a tempe-
ratura requerida ficaria em torno de 28°C e
reduzindo 1°C por semana até a saída dos
animais do setor para a recria.
Temperaturas fora da faixa
ideal fazem com que os leitões fiquem
menos resistentes a infecções. Caso não
ocorra a redução gradual com o passar
das semanas, pode haver diminuição na
ingestão de ração.
Os animais de recria devem
ser mantidos sob ventilação em regiões
quentes, pois o aumento do consumo de
ração é preconizado, e à medida que a in-
gestão alimentar aumenta, a produção de
calor também aumenta em virtude do alto
metabolismo dos suínos e, consequente-
mente, as necessidades de dissipação de
calor.
A temperatura ambiente tam-
bém influencia grandemente na reprodu-
ção. Fêmeas sob estresse calórico são
propensas a maiores perdas embrionárias,
abortos e têm partos mais laboriosos, com
aumento da natimortalidade. Nos machos
reprodutores, altas temperaturas ambien-
tais levam à degeneração testicular e
reduzem a porcentagem de espermato-
zóides normais e férteis na ejaculação. A
climatização das instalações destinadas a
estes animais é um investimento importan-
te, principalmente no Brasil, país de clima
tropical.
Para o correto manejo da tem-
peratura na suinocultura é necessário trei-
namento e capacitação dos funcionários,
além do registro diário das temperaturas
internas dos galpões e da área externa
com termômetros de máxima e mínima. A
temperatura deve ser conferida todos os
dias e o termômetro deve ser zerado, para
que o valor apresentado corresponda sem-
pre a um dia de mensuração.
Importante também posicio-
nar os termômetros próximos à altura dos
animais, para que se obtenha os valores
mais precisos possíveis. Termômetros que
também registram a umidade relativa do ar
são uma boa alternativa, dado que o per-
centual de umidade está diretamente rela-
cionado com o conforto térmico e suscep-
tibilidade a doenças.
Fatores como amplitude tér-
mica e circulação do ar devem ser con-
siderados durante o alojamento dos ani-
mais. Amplitude maior que 10°C por dia
causa estresse térmico em suínos adul-
tos (para leitões a amplitude limite é de
5°C) e ventilação deficiente nos galpões
reduz a qualidade do ar, com aumento
da concentração de amônia e partículas
de poeira, que irritam o sistema respira-
tório e predispõe ao surgimento de do-
enças respiratórias.
O estresse calórico é um
grande desafio para a suinocultura no Bra-
sil, devido às elevadas temperaturas que
ocorrem na maioria das regiões do país, e
está diretamente relacionado com perdas
significativas na produtividade. O investi-
mento em ambiência é um tema bastante
debatido hoje e deve ser uma preocupa-
ção do produtor e empresas do segmento
no país.
*Paola Buzollo é médica veterinária for-
mada pela Universidade Estadual Pau-
lista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp),
campus de Jaboticabal, SP. E-mail para
contato: paolabuzollo@gmail.com
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  • 1. 1 Soja e milho safrinha puxam produção recorde A importância da climatização das granjas Soro contém composto benéfico à saúde Feira deve movimentar R$ 2,8 bilhões GRÃOS SUINOCULTURA LEITE FENASUCRO 2015 CadernoCaderno A VOZ DO AGRONEGÓCIO Ribeirão Preto SP • Setembro 2015 • Ano 17 • nº 199 • R$ 25,00 15ª Conferência Datagro Cenário do açúcar, etanol e bioenergia
  • 2. 2 Revolucione sua produtividade. Prosugar Tecnologia inovadora criada para aperfeiçoar o processo de clarificação do açúcar. Não remove apenas a cor, mas garante também melhorias no desempenho industrial: remove a cor de forma irreversível; promove maior volume na produção de açúcar; aumenta a eficiência energética; age na redução da viscosidade das massas.
  • 4. 4 Edição: Equipe Terra & Cia Editor Chefe e de Fotografia: Doca Pascoal Reportagem: Marcela Servano, Paola Buzollo, Marcela Fasarella e Doca Pascoal Editor Gráfico: Jonatas Pereira I Creativo ArtWork Contato: redacao@canamix.com.br Outras publicações da Agrobrasil: Guia Oficial de Compras do Setor Sucroenergético Revista CanaMix Portal CanaMix Publicidade: Alexandre Richards (16) 98828 4185 alexandre@canamix.com.br Fernando Masson (16) 98271 1119 fernando@canamix.com.br Marcos Afonso (11) 94391 9292 marcos@canamix.com.br Nilson Ferreira (16) 98109 0713 nilson@canamix.com.br Plínio César (16) 98242 1177 plinio@canamix.com.br Assinaturas: redacao@canamix.com.br Grupo AgroBrasil Av. Brasil, 2780 - 14075-030 Ribeirão Preto - SP 16 3446 3993 / 3446 7574 www.canamix.com.br Para assinar, esclarescer dúvidas sobre sua assinatura ou adquirir números atrasados: SAC 16 3446 3993 e 3446 7574 - 2º a 6º feira, das 9h às 12h e das 13h30 às 18h. Artigos assinados, mensagens publicitárias e o caderno Marketing Rural refletem ponto de vista dos autores e não expressam a opnião da revista. É permitida a reprodução total ou parcial dos textos, desde que citada a fonte. Diretor: Plínio César A VOZ DO AGRONEGÓCIO Plínio César Diretor Editorial A Carta ACarta à Nação, redigida e as- sinada em agosto pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Na- cional, Confederação Nacional da Indústria (CNI), Confederação Na- cional do Transporte (CNT) e Confe- deração Nacional de Saúde (CNS), reproduz exatamente o que pensa o grupo AgroBrasil, empresa que edi- ta a revista Terra&Cia. Portanto cabe aqui como editorial: O Brasil se encontra numa crise ética, política e econômica, que de- manda ações imediatas para sua su- peração. Independente de posições parti- dárias, a nação não pode parar nem ter sua população e seu setor produ- tivo penalizados por disputas ou por dificuldades de condução de um pro- cesso político que recoloque o país no caminho do crescimento. É preciso que as forças políticas, de diversos matizes, trabalhem para a correção de rumos da nação. É uma tarefa que se inicia pelo Executi- vo, a quem cabe o maior papel nessa ação, mas exige o forte envolvimento do Congresso, Judiciário e de toda a sociedade. Mudanças, respeitando-se a Constituição, se fazem necessárias. Por um lado, é preciso dar força aos órgãos de investigação e ao Po- der Judiciário para que, nos casos de corrupção, inocentes sejam ab- solvidos e culpados condenados. A corrupção não pode seguir como um empecilho para o desenvolvimento do país. É preciso implementar, de ma- neira célere e efetiva, medidas para melhorar o ambiente de negócios do país, evitando o crescimento do desemprego ou o prolongamento da recessão. Entre elas, destaca-se a neces- sidade de ampliação da segurança jurídica no país, com regras claras e cumprimento de contratos e obriga- ções, evitando que potenciais inves- timentos sejam perdidos. A nação também precisa ser des- burocratizada, facilitando o processo produtivo e garantindo um ambiente de negócios em que o Estado deixe de agir como um freio à expansão econômica. É preciso que seja realizado um forte investimento em infraestrutura, em parceria com a iniciativa privada nacional e estrangeira, para retornar o processo de crescimento econômico. Deve-se, ainda, reduzir imediata- mente o tamanho do Estado, assegu- rando que o mérito e o profissionalis- mo sejam os critérios na escolha dos servidores. Também não é mais possível pos- tergar a reforma tributária, que deve eliminar fontes de cumulatividade e garantir direitos aos contribuintes. Noutro campo, também deve-se rever as regras de crescimento auto- mático de gastos de modo a permitir a sustentabilidade dos investimentos em saúde, educação, e sem abdi- car da necessidade de permanen- te inclusão de novos segmentos da sociedade brasileira no mercado de consumo. Esperamos a sensibilidade dos políticos eleitos para a implementa- ção de uma agenda que abra cami- nhos para a superação das crises e para a recuperação da confiança dos brasileiros. Por fim, as entidades signatárias, com a publicação desta carta, for- mam um fórum permanente de apre- sentação de propostas para que a sociedade civil tenha um papel ativo na construção de um Brasil democrá- tico e próspero. Brasília, 19 de agosto de 2015.
  • 5. 5 06 Capa 15ª Conferência Datagro - A energia da cana - Açúcar e etanol são discutidos em evento internacional 22 Fenasucro & Agrocana 2015 - 23ª Fenasucro deve movimentar R$ 2,8 bi 21 Cadeno CanaMix Fenasucro & Agrocana 2015 28 - Aglomerado Produtivo de Metal-Mecânico de Sertãozinho recebe aporte 30 - Feira sinaliza os primeiros passos para o retrofit 31 - Governo paulista apoia produção de gás biometano 33- Secretário Meirelles defende o retrofit em usinas Política Setorial 34 - Unica questiona programa de financiamento para estocagem de etanol Alternativa 36 - Produtores de cana querem diversificar cultura em Alagoas Bioenergia 42 - Geração das usinas à biomassa cresce 15% no 1º semestre Pecuária 58 - Câmara aprova pena maior para furto de gado 59 - CNA levanta custos de produção de gado de corte em cinco Estados Leite 60 - Identificado composto benéfico para a saúde em soro de leite 62 - Novos produtos alimentícios funcionais Grãos 64 - Safra brasileira de grãos fecha com recorde de 209,5 milhões de toneladas Eventos 66 - GTPS apoia evento sobre adubação de pastagens e pecuária 67 - 58º Leilão Virtual CV Nelore Mocho será dia 27 de setembro Opinião 68 - O futuro dos sistemas agroalimentares no Brasil, por Daniel Meyer 54 Opinião Paola Buzollo, médica veterinária: A importância da temperatura ambiental na suinocultura 70 Network CanaMix 2015 - O evento já é esperado por todos durante a semana da Fenasucro&Agrocana Sustentabilidade 44 - Seminário internacional destaca gestão de recursos hídricos 47 - Energia da cana é a melhor alternativa para redução de GEE 49 - Pesquisa mostra balanço de emissões de CO2, CH4 e N2O na produção de cana Eventos 50 - Abertas as inscrições para o 8º Congresso Nacional de Bioenergia Tecnologia Industrial 52 - Executivos da Pentagro apresentam solução Integrada de S&OP, Planejamento e Gestão de Desempenho Industrial Sumário Suinocultura 56 - Carne suína está ganhando a preferência do consumidor 57 - Exportações crescem 4,4% nos dois primeiros quadrimestres
  • 6. 6 Capa Edição de 2014 reuniu 650 participantes de 33 países Açúcar e etanol são discutidos em evento internacional A 15ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol acontece dias 21 e 22 de setembro no Hotel Grand Hyatt, em São Paulo, SP. O evento técnico oficial do Sugar and Ethanol Dinner São Paulo reunirá os principais líderes e represen- tantes de toda cadeia do setor sucroenergético internacional para discutir questões de mercado e de estratégia setorial. O foco continuará sendo o de valorizar conteúdo de qualidade, disseminar conhecimento e novas tecnologias, além de estimular networking entre os participantes. Na última edição do evento, realizada em outubro de 2014, a Conferência Internacional contou com a presença de mais de 650 participantes de 33 países, 49 palestrantes e mais de 70 empresas apoiadoras, que juntas debateram em dois dias formas de superar os desafios e aproveitar as oportunidades dos mercados brasileiro e internacional. Homenagem - Este terão passado quatro décadas desde que, no Brasil, foi Arquivo
  • 7. 7 Alfred Szwarc - pesquisador das vantagens ambientais do uso do etanol pela redução de emissões veiculares Antonio Cesar Salibe - formador de capacitação humana, e líder setorial de açúcar, etanol e bioeletricidade Confira os homenageados tomada a decisão de se promover a mais profunda diversificação de sua indústria açucareira, com a intensificação da produ- ção e do consumo de etanol combustível. Personalidades que contribuíram para o desenvolvimento do setor serão homena- geados. Dentre as várias conquistas, essa diversificação permitiu: - Que a oferta interna de açúcar mais etanol crescesse de 7,1 para 88,7 milhões de toneladas de açúcares totais recuperáveis; - Fossem criados mais de 1,1 milhão de empregos diretos e mais de 2 milhões de empregos indiretos; - Em 2015, o etanol combustível, ani- dro e hidratado, esteja substituindo 42% de toda a gasolina consumida no País; - Desde 1975, tenham sido subs- tituídos 2,41 bilhões de barris de gaso- lina, uma marca muito relevante para o Brasil que dispõe de reservas de petró- leo e condensados estimadas entre 13,1 e 16,6 bilhões de barris, dependendo do critério considerado, incluindo reservas do Pré-sal; - Que o valor da gasolina substituída represente economia acumulada de mais de 381 bilhões de dólares (em dólares constantes de Dez/2014), incluindo o custo da dívida externa evitada; - Que desde 1975 o uso do etanol combustível tenha evitado emissões de mais de 800 milhões de toneladas de CO2 equivalente, e apenas em 2014 mais de 50 milhões de toneladas. Durante estes 40 anos, o etanol passou a ser distribuído em todos os postos de revenda de um País de di- mensões continentais, e aceito e reco- nhecido por consumidores que adotaram motorizações capazes de utilizar etanol em mistura com a gasolina e na frota flex. Novas tecnologias foram desenvolvidas nas áreas agrícola e industrial, e por uma indústria de bens de capital de excelência. O Brasil se consoli- dou como maior exportador mundial de açúcar, e segundo maior exportador de etanol, transformando-se em referência para outros países que tem buscado a mesma rota de diversificação e inde- pendência energética. Arquivo Arquivo
  • 8. 8 Cicero Junqueira Franco - propositor do conceito de Paridade Etanol – Açúcar que viabilizou a diversificação da produção na direção do etanol. Propositor e pioneiro do Proálcool Eduardo Pereira de Carvalho - liderou o setor açucareiro brasileiro na ação promovida em conjunto por Brasil, Austrália e Tailândia junto à OMC, contra os subsídios a exportação de açúcar da União Europeia, contribuindo para a redução das distorções do comércio internacional de açúcar Capa Fernando de La Riva Averhoff - participante da defesa do etanol brasileiro nas ações antidum- ping e de direitos compensatórios junto à Corte Internacional do Comercio, em Washington, ação precursora da libera- lização do comercio de etanol entre o Brasil e os Estados Unidos Gabriel Murgel Branco - pesquisador das vantagens ambientais do uso do etanol pela redução de emissões veiculares György Miklós Böhm - pesquisador das vantagens do uso do etanol combustível para a saúde humana IPTV/USP Companhia de Imprensa Divulgação
  • 9. 9 Distribuidores Credenciados Vallourec: confiança e credibilidade por todo o país. A Vallourec é líder mundial na produção de soluções tubulares. Assim, atende de forma personalizada aos setores de energia, petrolífero, industrial, automotivo e da construção civil. Na hora de escolher seu distribuidor, conte com a qualidade e os serviços diferenciados da nossa rede credenciada. Com eles, você tem garantia de procedência, entrega imediata, assistência técnica e soluções especializadas em parceria com o fabricante e a variedade de produtos Vallourec. Vallourec. A solução para grandes desafios. www.vallourec.com/br
  • 10. 10 Capa Jairo Balbo - incentivador da diversificação da produção, da alcoolquímica e de novas técnicas de produção agrícola e industrial Homero Correa de Ar- ruda Filho - pioneiro e desenvolve- dor de tecnologia para a colheita mecanizada de cana de açúcar. Líder setorial apoiador do etanol Henry Joseph Junior - um dos responsáveis pelo desenvolvimento da especificação de etanol que viabilizou o seu uso em veículos equipados com injeção direta. Incentivador da engenharia automotiva adaptada para o uso do etanol Ismael Perina - líder do setor produtor de cana- de-açúcar, e promotor da integração entre fornecedores e usinas Ale Carolo / alecarolo.com Ale Carolo / alecarolo.com Divulgação
  • 11. 11 Leontino Balbo Junior - criador de várias técnicas agrícolas e de marcadores biológicos voltados à produção sustentável e empresarialmente viável. Referência mundial da produção sustentável e da preservação da biodiversidade José Carlos Maranhão - participante da defesa do etanol bra- sileiro nas ações antidumping e de direitos compensatórios junto à Corte Internacional do Comércio, em Wa- shington, ação precursora da liberali- zação do comércio de etanol entre o Brasil e os Estados Unidos. Presiden- te da primeira entidade de produtores de etanol do Brasil, ANAPA João Guilherme Sabino Ometto - participante da defesa do etanol brasileiro nas ações antidumping e de direitos compensatórios junto à Corte Internacional do Comércio, em Washington, ação precursora da liberalização entre o Brasil e os Estados Unidos. Apoiador e líder setorial a favor do etanol Lamartine Navarro Júnior - autor do documento “Fotossíntese como Fonte Energética”. Propositor e pioneiro do Proálcool CDNI ReproduçãoArquivo
  • 12. 12 Capa Arquivo Divulgação SNA Luiz Gonzaga Bertelli - como diretor da Associgás, foi um dos propositores e incentivador do Proálcool Luis Antônio Ribeiro Pinto - inventor do densímetro termo-compensado que viabilizou a distribuição e a aceitação do etanol pelos consumidores. Pioneiro e desenvolvedor de tecnologia para a colheita mecanizada de cana de açúcar Manoel Ortolan - líder do setor produtor de cana-de-açúcar e promotor da integração entre fornecedores e usinas Maurilio Biagi - apoiador do etanol e desenvolvedor de tecno- logias nas áreas agrícola e industrial. Descobridor do valor da vinhaça para a fertirrigação. Criador de Talentos
  • 13. 13 Reprodução Ale Carolo / alecarolo.com Divulgação Maurilio Biagi Filho - defensor do etanol na crise de abastecimento e promotor do uso do etanol em frotas agrícolas e na motomecanização de usinas de açúcar e etanol Shigeaki Ueki - Apoiador e pioneiro do etanol e de sua integração no mercado de combustíveis líquidos Werther Annicchino - promotor de ações fundamentais para a superação da crise de abastecimento de etanol no perío- do de 1989-93. Incentivador da integração entre os produtores de açúcar e etanol Paulo Hilário Nascimento Saldiva - pesquisador das vantagens do uso do etanol combustível para a saúde humana Rubens Ometto Silveira Mello - desenvolveu o mercado do açúcar VHP, que se transformou no principal tipo de açúcar de exportação, otimizando o custo das refinarias independentes em várias partes do globo. Promotor e incentivador da integração do etanol no mercado de combustíveis líquidos Roberto de Rezende Barbosa - liderou a disseminação, a pesquisa, e o desenvolvimento de tecnologias agrícolas e industriais relacionados à cana-de-açúcar Pressclub
  • 14. 14 PROGRAMAÇÃO DATAGRO 15ª CONFERÊNCIA INTERNACIONAL EM SÃO PAULO Dia 21/09 - 14h às 14h30 - ABERTURA OFICIAL Arnaldo Jardim, Secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Governo do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil Katia Abreu, Ministra da Agricultura, pe- cuária e Abastecimento, Brasília, Brasil (Convidada) - 14h30 às 15h15 - KEYNOTE SPEECH Tema: Balanço Oferta-Demanda de acú- car no mercado mundial: principais fato- res de influencia; Palestrante: José Ori- ve, Diretor Executivo, ISO – International Sugar Organization, Londres PAINEL 1 - BRASIL: PERSPECTIVAS E DESAFIOS 15h15 às 16h15 Tema: A safra 15/16 no Brasil e perspec- tivas para o futuro Palestrante: Guilherme Nastari, diretor da Datagro, São Paulo, SP Moderador: Manoel Ortolan, presidente da Orplana, Piracicaba, SP 16h15 às 16h45 - INTERVALO PARA CAFÉ PAINEL 2 - CUSTO DE PRODUÇÃO: BRASIL E MUNDO 16h45 às 17h45 Palestrante: Livia Kosaka, diretora da Datagro, São Paulo, SP Palestrante: Martin Todd, diretor executi- vo da LMC, Oxford, EUA Moderador: Antonio Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica, São Paulo, SP PAINEL 3 - AVALIAÇÃO OPERACIO- NAL AGRÍCOLA E INDUSTRIAL 17h45 às 18h30 Tema: Evolução da performance opera- cional, agrícola e industrial Palestrante: Paulo Zancaner Castilho, diretor da Datagro Alta Performance, Ri- beirão Preto, SP 17h45 às 18h30 Tema: Os novos desafios operacionais advindos da mecanização Palestrante: Paulo Zancaner Castilho, diretor da Datagro Alta Performance, Ri- beirão Preto, SP; Moderador: Celso Tor- quato Junqueira Franco, presidente da UDOP, Araçatuba, SP 17h45 às 18h30 Tema: Aproveitamento da palha da cana- -de-açúcar; Palestrante: Otavio Lage de Siqueira Filho, presidente da Jalles Ma- chado S/A, Goianésia, SP (convidado) 18h30 às 20h30 - Cocktail Dia 22/09 - 8h às 9h - RECEPÇÃO - 9h às 9h40 Palestrante: David Spickle, gerente de risco da Midwest AgEnergy Group, EUA Palestrante: Joseph Harroun, corretor da Advance Trading Inc., Bloomington, EUA Palestrante: Martinho Ono, CEO da SCA Corretora S/A, São Paulo, SP Moderador: Helder Gosling, diretor da São Martinho S/A, São Paulo, SP (Con- vidado) PAINEL 5 - COMPETITIVIDADE DO ETANOL COM A GASOLINA 10h às 11h20 Palestrante: Fabio Venturelli, presidente da São Martinho S/A, São Paulo, SP Palestrante: Jacyr Costa Filho, diretor da Tereos S/A, São Paulo, SP Palestrante: Jucelino Oliveira de Sousa, presidente do Grupo Coruripe, Maceió, AL (convidado) Palestrante: Luiz Roberto Pogetti, presi- dente do conselho da Copersucar, São Paulo, SP (convidado) Palestrante: Pedro Mizutani, vice presiden- te da Raízen, São Paulo, SP (convidado) Moderador: Plinio Mario Nastari, presi- dente da Datagro, São Paulo, SP 11h20 às 11h40 - INTERVALO PARA CAFÉ PAINEL 6 - PRESIDENTES DOS SINDI- CATOS 11h40 às 13h10 André Rocha, presidente do Forum Na- cional Sucroenergetico, Goiás Arlindo Farias, presidente do Sonal, Rio Grande do Norte (convidado) Edmundo Barbosa, presidente do Sin- dalcool, Paraíba (convidado) Elizabeth Farina, presidente da Unica, São Paulo, SP (convidado) Manoel Ortolan, presidente da Orplana, Piracicaba, SP Mario Campos Filho, presidente do Sia- mig, Minas Gerais Miguel Rubens Tranin, presidente da Al- copar, Paraná Pedro Robério de Melo Nogueira, presi- dente do Sindaçucar, Alagoas Piero Parini, presidente do Sindalcool, Cuiabá, MT (convidado) Renato Pontes Cunha, presidente do Sindaçucar, Pernanbuco Roberto Hollanda Filho, presidente da Biosul, Mato Grosso do Sul (convidado) 13h10 às 14h45 - ALMOÇO PAINEL 7 - O MERCADO MUNDIAL DE AÇÚCAR 14h45 às 15h45 Palestrante: Jacques Gillaux, chefe sê- nior da Plataforma de Açúcar da Louis Dreyfus Commodities, Suiça Palestrante: Jamal Al-Ghurair, presiden- te da AKS Sugar Ltd, Dubai (convidado) Palestrante: Jonathan Drake, diretor da RCMA Sugar Zandaam, Amsterdam, HOL (convidado) Moderador: Luiz Silvestre, Sucden, São Paulo, SP PAINEL 8 - FINANÇAS E SERVIÇOS 15h45 às 16h45 Tema: Financiamentos para investimen- to, produção agricola e inovação Palestrante: Carlos Eduardo Cavalcanti, chefe do departamento de biocombusti- veis do BNDES, Rio de Janeiro, RJ Moderador: Alvaro Dabus, diretor da AD Corretora, São Paulo, SP 15h45 às 16h45 Tema: Soluções para o endividamento do setor Palestrante: Alexandre Figliolino, diretor do Banco Itaú BBA S/A, São Paulo, SP 15h45 às 16h45 Tema: Soluções para aumento de eficiência Palestrante: Ana Paula Malvestio, sócia da PWC, Ribeirão Preto, SP PAINEL 9 -TECNOLOGIA E INOVAÇÃO 16h45 às 17h45 Tema: Agricultura de precisão resulta- dos práticos Palestrante: Victor Campanelli, Agro Pastoril Paschoal Campanelli S/A, Bebe- douro, SP 16h45 às 17h45 Tema: Mudas pré-brotadas (MPB): con- ceito e vantagens Palestrante: Marcos Landell, coordenador Programa Cana do IAC, Ribeirão Preto, SP Moderador: Renato Junqueira Santos Pereira, presidente da Adecoagro Ivi- nhema, MS (convidado) 16h45 às 17h45 Tema: Fermentação: inovações que ge- ram resultados Palestrante: Henrique Vianna de Amo- rim, presidente da Fermentec S/A, Pira- cicaba, SP 17h45 às 18h - ENCERRAMENTO E CONCLUSÕES
  • 15. 15
  • 16. 16 Capa A energia da cana Centro de uma estratégia nacional de desenvolvimento econômico sustentável U m programa de energia renovável em larga escala, como o que existe no Brasil há 40 anos, só se mantém forte e estável com a estabilidade de políticas públicas voltadas ao setor de combustíveis. Desde 1975, o setor sucroenergético brasileiro evo- luiu de uma escala de produção de 7,1 para esperados 88,7 milhões de toneladas de açúcares totais recuperáveis (ATR) em 2015. Neste período, o Brasil passou a representar 35,3% da produção de cana-de-açúcar do mundo, 58,7% dela convertida em etanol e 41,3% em açúcar (Centro-Sul mais Norte-Nordeste). Com apenas 27,4% da cana convertida em açúcar de exportação, o Bra- sil representa pouco menos do que 50% das exportações mundiais, e por isso é considerado o maior fundamento deste mercado. Embora seja impressionante a escala de produção e consumo de cana, açúcar e etanol atingida no Brasil, não se pode atribuir o atingimento desta escala a políticas públicas coerentes ao longo do tempo. Esta escala pode ser atribuída, sim, ao esforço empreendedor e a crença de empresários e instituições de financia- mento, públicas e privadas, de que esta atividade seria competitiva e rentável no médio e longo prazos. Na verdade, chama a atenção a fragilidade da condi- ção com que se estabelece a competitividade do etanol, produto que representa quase 60% da matéria-prima processada pela in- dústria. É surpreendente o fato de que, embora o setor tenha sido liberalizado quase que totalmente a partir de 1999, não existe até hoje uma regra que impeça que o preço da gasolina seja fixado em desacordo com a sua referência no mercado internacional. Ou que a dimensão do diferencial de tributos entre a gasolina e o etanol não corresponda a um valor aproximado das externalidades positivas a ele associadas, nas áreas ambiental, social e de promoção de de- senvolvimento econômico descentralizado. Sem a existência de uma regulação que defina com cla- reza e transparência como o etanol irá competir com a gasolina, cujo preço de referência nas refinarias é fixado de forma absolutamente imprevisível, torna-se um exercício de risco elevado a decisão de investimento em expansão da capacidade de moagem. E por este mesmo motivo, compromete-se o valor dos ativos já existentes, que neste momento, em muitos casos encontram valor abaixo do seu custo de reposição. Estas incertezas crescem em dimensão quando vemos o preço do pe- tróleo caindo para patamares em torno de 40 dólares por barril e o preço da gasolina Plinio Nastari: “Não existe até hoje uma regra que impeça que o preço da gasolina seja fixado em desacordo com a sua referência no mercado internacional” Ale Carolo / alecarolo.com
  • 17. 17 Em 2014, o setor colocou no grid de energia 14,31 mil GWh de energia excedente e tem potencial de quintuplicar este volume com a mesma cana disponível hoje entre 1,3 e 1,5 dólares por galão, no mer- cado internacional. No curto prazo, às incerte- zas sobre o mercado de etanol, soma-se a situação de crise no mercado de açú- car, caracterizado por estoques mundiais elevados após cinco anos consecutivos de superávit no balanço oferta-demanda mundial. Entre os anos de 10/11 e 14/15, o superávit acumulado é estimado pela DA- TAGRO em 31,79 milhões de toneladas de açúcar cru equivalente. Para a safra 14/15 (out/set) a previsão é de um superávit de 3,88 milhões de toneladas cru equivalente. Segundo Guilherme Nastari, diretor da DATAGRO, “a relação estoque/consumo esperada no final de setembro de 2015 é de 47,9%, e no final de setembro de 2016 de 46,1%”, percentagens ainda distantes de uma re- ferência entre 40% e 41%, que traria maior confiança ao mercado de açúcar. Para a safra 15/16 (out/set) que se inicia em outubro próximo, a previ- são é de um déficit por ora estimado como modesto, de 1,43 milhão de toneladas. Portanto, considerando um consumo mun- dial em torno de 180 milhões de toneladas, precisaríamos de um déficit adicional equi- valente a 5,1% a partir de outubro de 2016 para trazer a relação estoque/consumo ao nível desejado de 41%, ou cerca de 9,2 milhões de toneladas de déficit adicional. Isso não significa de maneira alguma que a atividade sucroenergética tenha perdido a sua relevância para o se- tor de energia líquida e elétrica, ou para os fundamentos da economia brasileira. O setor tem sido uma das mais sólidas âncoras de estabilidade da balan- ça comercial, com exportações de açúcar e etanol em 2014 que ultrapassaram 10,1 bilhões de dólares, ao que se somam ou- tros 14,7 bilhões de dólares representados Divulgação pela importação de gasolina evitada apenas no ano passado, pelo calculo do volume de gasolina substituída multiplicado pelo valor médio de importação de gasolina. Observa-se, inclusive, que o valor de oportunidade da gasolina importada é até superior a este valor, pois a elevada oc- tanagem do etanol utilizado em mistura no Brasil tem permitido a importação de gasolina de baixa qualidade, com menor octanagem e menor valor de mercado, exatamente por conta do uso de etanol em larga escala. O setor tem sido também um dos pilares da geração distribuída de energia elétrica a partir da biomassa e, portanto, de origem renovável. Em 2014, o setor colocou no grid de energia 14,31 mil GWh de energia excedente e tem potencial de quintuplicar este volume com a mesma cana disponível hoje. O fato de ser uma geração distribuída, localizada pró- xima aos centros de carga, tem gerado enormes economias em in- vestimento e na redução de perdas de linhas de transmissão, mas infelizmente nenhum prêmio de tarifa tem sido atribuído a estas van- tagens. Nem também está sendo valorizada a sazonalidade in- vertida com o sistema de geração hidrelétrica, que permite que a base de geração do sistema hidrelétrico seja elevada sem que ocor- ram novos investimentos. Foi somente no último leilão de energia A-5 que atingiu-se para um volume limitado de energia a tarifa de 278,5 reais por MWh, embora o sistema interligado esteja despendendo entre 800 e 1.100 reais por MWh para a geração térmica movida a energia fóssil. No curto prazo, a força do setor tem se concentrado
  • 18. 18 no elevado consumo de etanol combustível, embora não tenha ainda resultado em uma recuperação de preços aos produtores. Em 2015, os preços do etanol hidratado, que servem de referência para o preço do anidro, e que em última instância influenciam o pre- ço do açúcar no mercado interno e externo, têm se mantido em termos nominais abaixo daqueles observados no ano passado. A força do consumo de etanol - Desde 2014, o consumo de etanol para uso como combustível tem crescido no Brasil a uma taxa bem superior a do mercado de ciclo Otto, em gasolina equivalente e, é claro, do PIB. Em 2014, o consumo de etanol hidratado utilizado pela frota flex cresceu 20,1% em relação ao ano anterior, e o de etanol anidro misturado à gasolina 14,5%. Nesse ano, o consumo de combustível do ciclo Otto apre- sentou expansão de 9,2%, enquanto o PIB cresceu apenas 0,1%. Segundo Guilherme Nastari, “nos primeiros sete meses de 2015 (janeiro a julho), o consumo de ciclo Otto cresceu 2,3% em relação a igual período do ano anterior, enquanto o consumo de etanol hidratado cresceu 40,4%, o de gasolina C recuou 5,2%, e o de etanol anidro recuou apenas 0,3%”. O consumo de anidro não acompanhou o da gasolina C por conta do aumento na mistura de anidro na gasolina, que passou de 25% para 27% a partir de 16 de março. O vigor observado no consumo de etanol advém da disponibilidade de pro- duto ofertada pelos produtores, que tem optado pelo etanol para diminuir a sua exposi- ção em açúcar, por conta dos baixos preços mundiais, pressionados por estoques ainda muito elevados. O aumento no consumo é também reflexo de alterações nos últimos me- ses no regime de ICMS dos estados de Minas Gerais, Bahia, e Paraná, que beneficiaram o uso de etanol hidratado ao consumidor. Finalmente, o consumo de etanol hidratado foi beneficiado pelo retorno par- cial da CIDE (mais o efeito do PIS/COFINS) sobre a gasolina no nível de R$ 0,22 por litro a partir de 16 de fevereiro de 2015, embora este valor seja metade do valor real que representava quando foi eliminada. Embora o aumento no consumo de etanol hidratado deva ser comemorado, pois mostra a capacidade de recuperação deste mercado pela crescente proporção dos veículos flex na frota total e no curto prazo leve a um controle do volume de gasolina im- portada, no longo prazo os fundamentos do setor continuam comprometidos. O setor não tem sido ainda capaz de recuperar o preço do etanol ou do açúcar. O açúcar continua pressionado por políticas de outros países grandes produto- res que têm subsidiado a produção e a exportação, como é o caso da Tailândia e Índia. Grandes consumidores como a China e a Indonésia têm isolado seus mercados do preço mundial mais baixo, visando proteger a indústria local, mantendo também controles so- bre a importação. É urgente uma ação do governo para condenar e combater estas distorções. No etanol, a indústria brasileira ainda não conseguiu transformar o vigor do consumo em recuperação de preço pela pressão de venda para financiar a safra, a redução do cré- dito e a deficiente comercialização no mercado interno, que carece de mecanismos que permitam a precificação prévia e o controle de risco. Ainda permanece sem solução o elevado endividamento do setor, acumu- Capa Ale Carolo / alecarolo.com De acordo com Guilherme Nastari, o setor sucroenergético tem sido uma das mais sólidas âncoras de estabilidade da balança comercial
  • 19. 19 lado nos últimos anos. Entre 2010 e meados de 2014, a política de preços da gasolina e diesel aplicada pela Petrobras a mando do governo federal não somente ceifou cerca de 60 bilhões de reais do caixa da empresa, mas trouxe também a maior transferência de renda já vista, da cadeia de produção de cana-de-açúcar para o mercado. Durante este período, a defasagem de preço da gasolina foi em média de 16%, com pico de 27%, segundo levantamento realizado pela DATAGRO. Esta transferência forçada de renda gerou prejuízo, elevação do endivi- damento a um nível absolutamente comprometedor em uma parte importante do setor, perda do valor dos ativos, e forte desestímulo a novos investimentos em capacidade adicional de moagem, que no futuro custarão ainda mais ao País na forma de dispêndios evitáveis com a importação de gasolina. Isso tudo ocorre enquanto poderia estar sendo gerado combustível de fonte limpa e renovável gerando emprego e renda localmente. A fragilização do setor produtor de etanol tem trazido como consequência a alienação de ativos a valores abaixo do valor de reposição, com enorme perda de con- fiança num setor que até recentemente era reconhecido como um dos mais fulgurantes exemplos de desenvolvimento local de tecnologia de ponta. Desde meados de 2014, a queda nos preços do petróleo e gasolina no mer- cado internacional trouxe um temporário alívio a esta distorção, o que foi rapidamente re- vertido com a desvalorização do real frente ao dólar. Atualmente, a defasagem no preço da gasolina tem se mantido em níveis bastante voláteis, de -8% a + 5%, dependendo da combinação de preço da gasolina, em dólar, e da taxa de cambio. Para que o consumo de etanol se mantenha no longo prazo é preciso que ocorram fundamentalmente duas medidas: reparação e regulação. A reparação é devida para que seja compensada a transferência de renda do produtor ao consumidor. É possível calcular por unidade produtora o valor a ser repa- rado por litro de etanol, criando uma conta de compensação que poderia ser abatida de Em 2014, o consumo de etanol hidratado utilizado pela frota flex cresceu 20,1% em relação ao ano anterior Divulgação
  • 20. 20 Capa tributos a recolher e dívida. A segunda medida é a regulação do mercado de combustíveis, com a de- finição de uma regra de precificação para a gasolina que permita o convívio em livre mercado entre o combustível fóssil e o etanol. O Brasil substituiu nos primeiros sete meses deste ano 41,3% de sua gasoli- na por etanol. Os Estados Unidos, atualmente o maior produtor mundial com 54,1 bilhões de litros produzidos em 2014, está substituindo 9,6%. É um marco a ser comemorado e preservado, principalmente a partir da recente decisão dos lideres do G7, em Elmau, Alemanha, de banir o uso de petróleo, gás natural e carvão até 2100. Segundo estimativas da DATAGRO, entre 1975 e 2014 o volume de eta- nol, anidro e hidratado, consumido apenas como combustível, permitiu a economia de 801,48 milhões de toneladas de CO2 equivalente – 428,67 milhões de toneladas através do consumo de etanol anidro e 372,81 milhões de toneladas pelo consumo de etanol hidratado. Somente em 2014, a economia com o uso de etanol em substituição à gasolina foi de 50,82 milhões de toneladas de CO2 equivalente. É um volume muito significativo para o Brasil que tem emissões totais de 369 milhões de toneladas de CO2 equivalente por ano. A 21ª Conferência das Partes signatárias da Convenção Quadro sobre Mu- danças Climáticas (COP21), a ser realizada em Paris, França, no final deste ano, é uma grande oportunidade para que o Brasil se apresente como o campeão mundial da ener- gia de biomassa, pelo que representa de integração entre agricultura produtora de ali- mentos e a agricultura geradora de energia. Mas que trata não só de alimento e de energia, e sim de um grande projeto de desenvolvimento econômico descentralizado, gerando renda e emprego de forma distribuída, com enorme efeito multiplicador no comércio e na indústria dos inúmeros polos de desenvolvimento em que tem se estabelecido. É também a oportunidade para que o Brasil reafirme o seu compromisso com este setor, consolidando uma grande estratégia nacional na direção do aproveita- mento da energia de biomassa, seja na forma do etanol, biodiesel, bioeletricidade, bio- gás e biometano, gerado a partir de resíduos orgânicos de origem agrícola. É fundamental que esta agenda seja incluída no documento síntese que está em elaboração, denominado Plano de Ações Estratégicas (Priority Action Plan), que irá nortear os programas de financiamento de inúmeras agências de fomento em todo o mundo, a partir do marco da COP21. O Brasil tem na energia de biomassa, em especial na energia da cana, uma oportunidade única de se apresentar como um dos campeões mundiais da atividade que o mundo civilizado hoje valoriza e busca atingir como alvo de longo prazo. Uma oportunidade para criar as condições para que os investimentos já realizados voltem a se viabilizar e possam ser capazes de saldar o estoque de dívida acumulada por quase uma década de distorções e medidas equivocadas. A falta de uma política pública que preserve e permita a expansão em con- dições econômicas da produção e o consumo de etanol no futuro, faz com que o país caminhe na direção contrária ao que o mundo desenvolvido concluiu ser uma necessida- de e uma meta global.
  • 21. 21 Política Setorial Unica questiona programa de financiamento para estocagem de etanol Alternativa Produtores de cana querem diversificar cultura em Alagoas Eventos Abertas as inscrições para o 8º Congresso Nacional de Bioenergia FENASUCRO &FENASUCRO & AGROCANA 2015AGROCANA 201523ª Fenasucro deve movimentar R$ 2,8 bi
  • 22. 22 Fenasucro & Agrocana 2015 23ª Fenasucro movimentar R$ Feira atinge suas expectativas e fomenta negócios para a retomada do setor sucroenergético Compradores brasileiros e internacionais passaram pela Fenasucro & Agrocana 2015
  • 23. 23 deve 2,8 bi Da redação V olume de negócios realizados, público qualificado e cogeração de energia foram destaques na edição de 2015 da Fenasucro & Agrocana, realizada de 25 a 28 de agosto, em Sertãozinho, SP. O balanço da feira, que é a principal vitrine tecnológica e a maior do mundo no segmento, aponta que as metas estabelecidas para 2015 foram atingidas. Isso demonstra o ânimo da cadeia produtiva da cana-de-açúcar para a retomada do setor sucroenergético. Em busca de soluções e alternativas, cerca de 30 mil pessoas, entre visitantes e compradores, passaram pela feira para conferir as mais de 1.000 marcas expostas nos pavilhões. O volume de negócios, segundo a organização, deverá atingir os R$ 2,8 bi- lhões, iniciados na feira e que serão concluídos no decorrer de 2015. A energia limpa e a cogeração se destacaram no evento, apontadas entre as principais estratégias para novos rumos do setor. Para o Diretor de Portfólio de Energia da Reed Exhi- bitons Alcantara Machado, Igor Tavares, a Fenasucro & Agrocana 2015 atingiu o objetivo em apresentar novidades e tecnologias, além de importantes rumos para o setor sucroenergético. “A questão da cogeração foi bastante explorada, demonstrando o quanto essa al- ternativa tem se estabelecido como uma das estratégias para a reto- mada do setor”, aponta o diretor. Dentro das metas atingidas, a Fenasucro & Agrocana cumpriu o objetivo na geração de negócios para a modernização e reaparelhamento das usinas. A Zanini Renk fechou vários negócios, entre eles, a venda de uma unidade de redutores planetários rolo a rolo Flex Max 2.0 para a Usina Conquista do Pontal, do Grupo Odebrecht Agroindustrial. De acordo com o CEO da empresa, Mau- ro Cardoso, o equipamento foi lançado na edição 2014 da feira e aprimorado ao longo do ano. “Além dos equipamentos, fechamos contratos de manutenção e serviços em longo prazo, o que garante mais vida útil ao redutor”, conta. As expectativas da empresa Sergomel também foram atendidas, afirma o diretor comercial Wagner Laércio Gomes. “Tive- mos alguns orçamentos previstos que, se concluídos, somarão R$ 10 milhões”, revela. A TGM também considera positiva a edição des- te ano da feira. “Fechamos importantes negócios na Fenasucro & Agrocana. A feira nos trouxe uma visibilidade muito grande”, aponta o gerente comercial Mauro Moratelli. As medidas anunciadas pelo governo estadual durante a Fenasucro & Agrocana também colaboraram para os negócios, incentivando empresários do setor. O vice-governador Márcio Fran- ça anunciou a destinação de R$ 3 milhões para a segunda etapa Assessoria de Imprensa
  • 24. 24 Fenasucro & Agrocana 2015 do projeto de suporte tecnológico das em- presas do Aglomerado Produtivo de Metal- -Mecânico de Sertãozinho e Região. Leia matéria completa na sequência desta re- portagem sobre a Fenasucro & Agrocana. Outra medida foi a assinatura de protocolo de intenções para a viabiliza- ção da distribuição de gás biometano produ- zido por meio da vinhaça. O documento foi assinado pelo Secretário estadual de Ener- gia, João Carlos de Souza Meirelles, e pelas empresas GasBrasiliano (distribuidora), Ma- losso Bioenergia (fornecedora da vinhaça) e Consórcio CSO (produtor da tecnologia de biodigestão de vinhaça). A organização acredita que, de acordo com as liberações de crédito do governo, o volume de negócios deste ano ainda supere o estimado. O público cada vez mais qua- lificado também foi destaque. “A feira cum- priu o seu papel e trouxe clientes que espe- rávamos. Além disso, a qualidade de visita foi ainda melhor. Nosso público veio com foco e intenção de fechar negócio, mesmo que em longo prazo”, afirma o diretor da Siemens, Ricardo Muniz Ferreira. Também presente na Fenasucro & Agrocana, o di- retor da Citrotec, Bernardo Câmara, disse que neste ano as possibilidades de negó- cios foram maiores, assim como a qualida- de em cada visita no estande da marca. Presente no evento pela pri- meira vez, a empresa americana Fluid Quip apresentou sua linha de equipamen- tos para a geração de etanol do milho. De acordo com a gerente comercial da Amé- rica do Sul, Mariana Biasi, participar da feira foi bastante positivo para a empresa. “Como estamos entrando no mercado sul- -americano gostaríamos de apresentar nossos produtos ao público de maneira eficaz e a escolha da Fenasucro & Agro- cana foi justamente por atender todas nos- sas necessidades, por ser a maior feira de tecnologia sucroenergética do mundo e, principalmente, quanto ao público, já que o evento reúne todas as principais usinas do país, nosso público-alvo. Com certeza Espaço de Conferências recebe 2 mil pessoas e qualifica público do setor Assessoria de Imprensa
  • 25. 25
  • 26. 26 Fenasucro & Agrocana 2015 Divulgação Grupo de organizadores da Fenasucro & Agrocana comemora a expectativa de negócios durante o evento, que deve alcançar R$ 2,8 bilhões no decorrer de 2015 estaremos novamente na feira no próximo ano”, disse. Já a Valmet apresentou a Caldeira Hybex com a tecnologia BFB (Leito Fluidiza- do Borbulhante), reduzindo os custos com paradas não planejadas de reparo, além de efici- ência de combustão de mais de 99%. “Essa caldeira está presente em mais de 200 projetos de cogeração de energia”, afirma Ricardo Valle, gerente de vendas. A Chicago Pneumatic, marca que oferece soluções para o uso de ar compri- mido voltado à indústria sucroenergética, participou da feira pela segunda vez. “Recebe- mos em nosso estande um público muito qualificado e que de fato está preocupado em adquirir soluções eficientes. Nossa intenção é continuar participando da feira e, assim, fortalecermos a marca junto ao público da Fenasucro & Agrocana”, afirmou a diretora Caroline Casagrande. Business - As rodadas de negócios internacionais levaram à feira compra- dores de 30 países como África do Sul, Argentina, Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Honduras, México, Nicarágua, Paraguai, Peru, Sudão e Venezuela. No estande
  • 27. 27 Números da 23ª Fenasucro & Agrocana Público: 30 mil visitantes/compradores Volume de negócios: R$ 2.8 bilhões a serem concluídos até o final de 2015. Marcas: mais de 1.000 em exposição Parceria SEBRAE SP: 10 micro e pequenas empresas presentes na feira Presença de representantes de 100% das Usinas Brasileiras Representantes de usinas e indústrias de mais de 30 países Área de exposição de 70 mil m² Mais de 90 horas de eventos de conteúdo Espaço de Conferências: presença de 2 mil pessoas Rodadas Internacionais Apla/Aplex: US$ 290 milhões Setores da Feira: Agrícola, Fornecedores Industriais, Processos Industriais, Transporte e Logística e Energia Feira é a principal vitrine tecnológica do setor sucroenergético da APLA/APEX participaram 61 empresas brasileiras vendedoras, gerando 691 oportuni- dades de negócios. O valor total negociado foi de cerca de US$ 290 milhões, de acordo com as pesquisas realizadas durante as rodadas de negócios. “Essa edição da feira superou nossas expectativas”, disse Flávio Castelar, diretor executivo da APLA (Arranjo Produtivo Local do Álcool). Qualificação - A presença e a frequência de um público cada vez mais qualificado na Fenasucro & Agrocana são resultados do trabalho da organização do evento em aliar o ambiente focado para negócios ao espaço criado para ser difusor de conhecimento, informação e tendências dentro da feira: o Espaço de Conferências. Nesta edição, 2 mil pessoas participaram das mais de 90 horas de eventos de conteúdo promovidos. Entre os temas debatidos no Espaço de Conferências, perspectivas de mer- cado, comércio internacional, safras futuras e questões atuais dos segmentos de açúcar e etanol, foram os principais destaques da edição 2015. Com foco em negócios, a Fenasucro & Agrocana estará dividida em cinco grandes setores: Agrícola, Fornecedores Industriais (pequenos, médios e grandes for- necedores de equipamentos, suprimentos e serviços industriais), Processos Industriais (vitrine do que há de mais moderno em tecnologias, máquinas, equipamentos e serviços para a indústria), Transporte e Logística e Energia. O evento é realizado pelo CEISE Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis) e organiza- do pela Reed Exhibitons Alcantara Machado). Neste ano, a feira contou com o patrocínio da GM (Chevrolet) e do Banco do Brasil e do patrocínio bronze da Caixa Econômica Fe- deral. A 24ª edição já está marcada para os dias 23 a 26 de agosto de 2016.
  • 28. 28 Fenasucro & Agrocana 2015 Aglomerado Produtivo de Metal-Mecânico de Sertãozinho recebe aporte Márcio França: “O estado de São Paulo responde por 72% do volume de pesquisas realizadas no Brasil e por 75% de toda produção industrial nacional” O vice-governador de São Paulo, Márcio França, anunciou a destinação de cerca R$ 3 milhões para a segunda etapa do projeto de suporte tecnológico das em- presas do Aglomerado Produtivo de Metal-Mecânico de Sertãozinho e Região durante a cerimônia de abertura da 23ª Fenasucro & Agrocana, em Sertãozinho, SP. A medida vai ajudar a aumentar a competitividade dos fornecedores de bens e serviços do setor sucroenergético por meio de linhas de financiamento e pesquisa. A iniciativa, que integra o Programa de Fortalecimento da Competitividade das Empresas localizadas em APLs (Arranjos Produtivos do Estado de São Paulo), possui financiamento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) em conjunto com a SDECTI (Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo), Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Em- presas do Estado) e Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Por meio do BID e da SDECTI serão investidos R$ 870 mil para a aquisição de máquinas e equipamentos, além de R$ 2,28 milhões, por meio do Centro Paula Souza, para a estruturação do Laboratório de Ensaios de Corrosão na Fatec/Sertãozinho, ade- Divulgação
  • 29. 29 quação da infraestrutura, recursos huma- nos, despesas operacionais e aquisição de aparelhos e equipamentos. Em seu discurso, Márcio Fran- ça afirmou que a função do Governo do Estado de São Paulo é facilitar a vida das pessoas e empresas que buscam novas tecnologias e inovação em suas atividades. “O estado de São Paulo responde por 72% do volume de pesquisas realizadas no Brasil e por 75% de toda produção industrial na- cional. A nossa vocação segue o caminho do desenvolvimento, inovação e tecnologia visando maior eficiência produtiva. Assim, a Fenasucro é um marco porque a agricultura é uma atividade econômica ligada à tecno- logia e ao desenvolvimento”, disse. O secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Arnaldo Jar- dim, afirmou que o investimento permite a manutenção de um centro permanente de inovação tecnológica fortalecendo o setor agrícola e industrial. “A agricultura integra a cadeia produtiva de forma eficiente e harmônica. A atualização do setor por meio do retrofit alavancará a cogeração de energia e a Fenasucro & Agrocana demonstra isso ao reunir tantos representantes fazendo negócios”, disse Jardim. O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Re- belo, afirmou que a cadeia produtiva do setor sucroenergético é im- portante porque gera alimentos e energia não só para o País - “O mundo olha para o Brasil como um parceiro insubstituível para o mercado de energia renovável. Nosso setor consegue integrar a ne- cessidade da população e os avanços da tecnologia”, disse Rebelo. O presidente do Ceise Br (Centro Nacional das Indús- trias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis), Antonio Eduardo Tonielo Filho, afirmou que por meio da inovação é possível triplicar a produção de energia do setor. “Por meio do retrofit, após um ano, a participação do setor no mercado de energia passa de 5% para 20%. Por isso, nosso foco é a inovação por meio de parcerias entre a indústria e instituições de pesquisa”, disse. Abertura oficial da Fenasucro & Agrocana 2015 Arquivo T&C
  • 30. 30 Fenasucro & Agrocana 2015 Feira sinaliza os primeiros passos para o retrofit Plínio Nastari afirma que o retrofit deve acontecer com cautela e participação de todos os envolvidos na cadeia produtiva “ Existem grandes oportunidades para o crescimento da produtividade do açú- car, possibilitando investimentos dentro e fora do país”. A afirmação foi feita pelo presidente da consultoria Datagro, Plínio Nastari, durante a 4ª Conferência Datagro/ Ceise Br, programação que integrou a Fe- nasucro & Agrocana 2015. A conferência reuniu empresários do setor para discutir o cenário brasileiro e internacional, bem como medidas preventivas que estimulam o cres- cimento da produtividade de açúcar e eta- nol e a retomada do setor sucroenergético. Nastari reforçou ainda que o retrofit deve acontecer com cautela e par- ticipação de todos os envolvidos na cadeia produtiva. “Este é o momento de união en- tre todos do setor e, com a aplicação das novas tecnologias que estão surgindo no mercado, existe a possibilidade de aumen- to da competitividade, trazendo sustentabi- lidade econômica e ambiental para o setor”, completou. Durante o encontro, a Datagro divulgou sua estimativa de produção para a safra 2015/16. A previsão de produção para este ano é de 604,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, um aumento de 14,6 milhões em relação à estimativa divulgada em julho, que era de 590 milhões de tonela- das. A consultoria ainda prevê uma produ- ção de 31,4 milhões de toneladas de açúcar e 28,2 bilhões de litros de etanol, na região Centro-Sul.
  • 31. 31 Governo paulista apoia produção de gás biometano João Carlos de Souza Meirelles: “Hoje podemos produzir 237 megawatts, mas queremos mais. Nossa meta é atingir capacidade máxima em todas as usinas da região” O secretário de energia do Estado de São Paulo, João Carlos de Sou- za Meirelles, assinou um protocolo que viabiliza a distribuição de gás biome- tano, produzido por meio da vinhaça (resí- duo pastoso que sobra após a destilação fracionada da cana-de-açúcar fermentada para a obtenção do etanol) para a região onde está localizada a Usina Malosso, im- pactando as cidades de Itápolis e Catan- duva. O documento foi assinado durante o V Seminário de Bioeletricidade CEISE Br / UNICA – Bioenergy Conference, na Fena- sucro & Agrocaba 2015. Além disso, Meirelles tam- bém falou sobre os caminhos percorridos pelo setor energético brasileiro e o poten- cial para a geração de energia limpa. De acordo com ele, as 34 usinas localizadas na região com incentivos e investimentos podem produzir energia suficiente para abastecer três munícipios do tamanho de Sertãozinho. “Nosso potencial energético é exemplo para o mundo todo precisamos apenas investir nessas empresas. Hoje po- demos produzir 237 megawatts, mas que- remos mais. Nossa meta é atingir capacida- de máxima em todas as usinas da região”, completa. O protocolo de intenções contou com a assinatura da Usina Irmãos Malosso, da GásBrasiliano, Consórcio CSO e do Go- verno do Estado de São Paulo. Matrizes de bioenergia - Du- rante a Bioenergy Conference, os deba- tedores concluíram as matrizes de fontes renováveis baseadas nas tecnologias de bioenergia e biocombustível ganham cada vez mais espaço no mercado favorecidas pela adoção de políticas públicas e cres- Divulgação
  • 32. 32 cimento de investimentos em países como China, Índia e Estados Unidos, além da União Europeia. De acordo com Décio Luiz Gazzoni, pesquisador da Embrapa e consultor do BID (Banco Interamericano de Desen- volvimento), a taxa de investimentos em fontes renováveis está aquecida no mercado internacional, principalmente, em países emergentes como os que possuem programas de incentivo para SP Studio Antônio Eduardo Tonielo, presidente de honra da Fenasucro & Agrocana, disse que o setor ainda deve passar por um grande processo de capacitação tecnológica para a recuperação plena mudanças nas matrizes energéticas. Uma forte tendência, apontada pelo especialis- ta, é adoção de biocombustível em substi- tuição aos derivados de petróleo em mer- cados com alta escala de consumo como o da aviação. Em relação ao mercado inter- no, o coordenador do departamento de ca- na-de-açúcar e agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tiago Quintela Giuliani, declarou que o Go- verno Federal estuda a adoção de leilões exclusivos para o setor sucroenergético em razão das particularidades envolvendo a produção, o que possibilitará maior com- petitividade e incentivo para a consolida- ção do Mercado nacional. Já Antônio Eduardo Tonielo, presidente de honra da Fenasucro & Agro- cana, disse que o setor ainda deve passar por um grande processo de capacitação tecnológica para a recuperação plena. “Entretanto, ainda há uma grande expecta- tiva para a entressafra deste ano com o au- mento da demanda. Os investimentos na inovação e tecnologia do setor devem ser os grandes aliados nesse processo, que tem no retrofit o aumento da cogeração de energia, que hoje é feito apenas 14,5% do potencial total brasileiro.” Fenasucro & Agrocana 2015
  • 33. 33 Secretário Meirelles defende o retrofit em usinas D urante o Seminário sobre Bioeletricidade, evento de conteúdo na Fenasucro & Agrocana 2015, o secretário de energia do Estado de São Paulo, João Carlos de Souza Meirelles apresentou o Projeto ‘São Paulo na rede elétrica’ com base nos estudos realizados pela TGM sobre o Retrofit. Ele reforçou que 34 usinas da região nordeste do Estado, compreendendo os municípios de Franca, Ribeirão Preto, Barretos e Catanduva, têm potencial para exportação de energia adicional, desde que recebam incentivos e investimentos. Com o principal objetivo de ampliar a participação de energias renováveis na matriz energética, o Projeto mostra que o Estado precisa esgotar o potencial das suas alternativas de energia e introduzir, definitivamente, a energia do bagaço da cana. Este número vem aumentando, disse Zilmar de Souza, gerente de Bioeletricidade da UNICA. “No ano passado, a biomassa da cana-de-açúcar gerou o equivalente a abastecer quase 10 milhões de residências e cresceu 21% em relação ao ano anterior, além de poupar o equivalente a 13% da água dos reservatórios do Centro-Sul”, disse. Segundo Meirelles, das 34 unidades que produzem energia, 10 usinas já estão programadas para aumentar seus potenciais de geração, nas regiões próximas à Ribeirão Preto. “Juntas, essas unidades aumentarão em 237 MW suas gerações. Esse adicional consegue abastecer três cidades do tamanho de Sertãozinho, por exemplo. As outras 24 necessitarão realizar investimentos para passarem a exportar”, disse Meirelles. Ao passar pelo estande da TGM, o secretário Meirelles pode conferir de perto as soluções que proporcionam a implementação de tecnologias modernas de alta eficiência energética e que, com elas, possibilitam aumentar a geração de excedentes de energia elétrica para comercialização. Ao lado de diretores do CEISE Br e empresários do setor, o secretário João Carlos de Souza Meirelles lançou o projeto “São Paulo na Rede Elétrica” JSM Assessoria de Imprensa
  • 34. 34 Política Setorial Unica questiona programa de financiamento para estocagem de etanol Antonio de Padua Rodrigues: “Os pequenos irão ter muitas dificuldades e os grandes buscarão alternativas mais vantajosas que o BNDES” A renovação do Programa de Apoio ao Setor Sucroalcooleiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Eco- nômico e Social (BNDES PASS), destinado ao financiamento para a estocagem de etanol, foi recebida pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) com preocu- pação e cautela. A entidade acredita que as altas taxas oferecidas provocarão um custo final acima do esperado, o que, cer- tamente, dificultará o acesso dos produ- tores menores ao crédito, bem como fará com que as grandes empresas procurarem outros programas de financiamento. Uma das principais alterações da nova versão do programa, anunciado no começo de setembro, é a elevada taxa de juros, composta de custo financeiro misto de 25% baseado em TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) e 75% em referen- ciais de mercado, acrescido de 1,775% ao ano para o BNDES (1,375% no caso das MPMEs – Micro, Pequenas e Médias Em- presas) e da remuneração da instituição fi- nanceira, a ser negociada livremente entre o cliente e o banco repassador do crédito. “A linha anunciada pelo BN- DES é importante para o setor, mas havia a expectativa que as condições de finan- ciamento fossem muito mais viáveis que as oferecidas. O custo final do empréstimo diante das taxas apresentadas será mui- to alto e pode não compensar os investi- mentos necessários à operação de esto- cagem”, diz Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica. Segundo Padua, não é todo produtor que tem a garantia de pleitear e conseguir um financiamento de grande porte em uma instituição. “Os pequenos irão ter muitas dificuldades e os grandes buscarão alter- nativas mais vantajosas que o BNDES”, ressalta o diretor. Para a Unica, as incer- tezas da próxima safra aumentam as dúvi- das sobre a efetividade da linha de crédito para a formação de um volume de etanol que atenda ao período da entressafra. “O programa poderia ter melhor alcance com taxas de juros menores que as oferecidas atualmente, mesmo com um volume menor de recursos a serem oferecidos”, completa o executivo. Divulgação
  • 35. 35
  • 36. 36 Alternativa Produtores de cana querem diversificar cultura em Alagoas D iversificar. Essa é a palavra de ordem dos produtores de cana-de-açúcar para os próximos plantios com o objetivo de fazer face à crise sucroenergética no estado de Alagoas que consome em torno de um milhão de toneladas de grão, especialmente milho e soja, para a produção de aves, suínos e gado. Nos últimos anos, o preço baixo tanto do álcool e do açúcar e o encerramento de algumas usinas de cana estão fazendo com que os produtores procurem alternativas. Percebendo essa lacuna, o Governo do Estado de Alagoas, lançou um programa de incentivo à cultura de grãos. A Embrapa Tabuleiros Costeiros, como parceira e membro do comitê gestor do programa, implementou unidades demonstrativas de milho e soja e realizou, dias 8 e 9 de setembro, dois Dias de Campo de forma a apresentar aos produtores 25 variedades de milho, na fazenda Nova, em Capela, e 48 de soja na fazenda Santo Antonio, em São Miguel dos Campos, AL. Todas essas variedades foram testadas pelos pesquisadores e várias serão validadas como produtivas para as condições de clima e solo da região. Alvaro Vasconcelos: “Alagoas é um grande consumidor de soja. É preciso ser autossuficiente em milho, aumentar a produção e produtividade” Embrapa
  • 37. 37 “Alagoas é um grande con- sumidor de soja. É preciso ser autossu- ficiente em milho, aumentar a produção e produtividade”, disse o Secretário de Agricultura do Estado de Alagoas, Alvaro Vasconcelos, presente no Dia de Campo, em São Miguel dos Campos, que reuniu quase cem produtores de cana-de-açúcar. “O dinheiro gasto com compra de milho e soja de outros estados se reverta para pro- dução e gere emprego e renda para o es- tado”, pretende o secretário como também os produtores presentes. “Acredita-se que cem mil hec- tares de cana-de-açúcar serão substituí- dos por grãos, eucalipto ou pastagem, no próximo ano”, disse Hibernon Cavalcante, superintendente da Secretaria de Agricul- tura de Alagoas e coordenador da Comis- são de Incentivo à Produção de Grão, cria- do em janeiro deste ano. Segundo o produtor de aves, suínos e gado Antonio Carlos Farias Bran- dão, “pagamos R$ 12 de frete por cada saca de 60 kg de milho vindo do Centro- -Oeste ao preço de R$ 22, lá. Ele chega em Alagoas por R$ 34”, disse. “A alternativa é a produção de grão e comercialização à vista. O milho tem mercado garantido com preço excelente. Além disso, as áreas de Alagoas são propícias para produção do grão”, complementa ele. Muitos produtores interessa- dos em diversificar a produção com grãos não pretendem abandonar de vez a cultura de cana-de-açúcar. “Se cana voltar a dar preço, ela pode voltar”, disse o superinten- dente. É o que pensa também o produtor Edilson Maia, de São Miguel dos Campos, proprietário da fazenda Santo Antonio, que disponibilizou sua propriedade para mon- tar a “vitrine tecnológica” da Embrapa e viabilizar o Dia de Campo. “A soja e milho estão chegando para fortalecer a cultura da cana, pois contribui para rotação da lavoura que proporciona maior produtividade”, disse. Esse raciocínio sobre rotação de cultura é unânime entre os pesquisadores da Embrapa. A rotação de cultura, a alter- nância entre gramínea (no caso o milho) e leguminosa (soja), traz inúmeras vantagens. Se adotada e conduzida de modo adequado e por um período suficientemente longo, a rotação de cultura melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo e auxilia no controle de plantas daninhas, doenças e pragas. Outra vantagem é a reposição da matéria orgânica e proteção do solo. Ajuda tam- bém na viabilização do Sistema de Semeadura Direta. Além disso, proporciona produção diversificada de alimentos e outros produtos agrícolas. De acordo com o pesquisador Sérgio Procópio, da Em- brapa Tabuleiros Costeiros, a monocultura pode gerar também ris- cos de comercialização. No caso de uma queda brusca do preço do produto, toda a região é afetada. “Bons produtores de cana, apre- sentam os atributos para serem bons produtores de milho e soja”, afirma Procópio. “Um ano soja, outro ano milho”, aconselha o pes- quisador. Sérgio Procópio vai mais além ao demonstrar a viabili- dade da produção do milho e da soja para o Estado de Alagoas. Ele conta que a proximidade com os portos marítimos diminui o custo com o frete para a exportação do grão tornando a produção mais Estimativa de produção de açúcar no Centro- Sul do Brasil aponta para queda de 2,2% em relação à safra passada Divulgação
  • 38. 38 QUÍMICA REAL www.quimicareal.com.br Tel.: 55 31 3057-2000 - Fax.: 55 31 3057-2036 Rua Nair Pentagna Guimarães n° 762 - Bairro Heliópolis Belo Horizonte / MG - CEP: 31741-545 O é um bactericida descoberto e desenvolvido pelaNATRUCAN NATURAL E CONTROLELANCO. Foi desenvolvido exclusivamente para o uso no BACTERIANO em processos de fermentação etanólica, principalmente para processos que sangram e/ou comercializam o creme de leveduras. Tem EFETIVA ATIVIDADE contra as principais bactérias Gram (+) e (-), produtora de ácidos orgânicosemespecialoácidolá�co,com .AÇÃO ANTIFLOCULANTE
  • 39. 39
  • 40. 40 Alternativa competitiva. “O Porto de Sergipe, que pode atender produtores do estado e também de Alagoas, tem ociosidade que os outros portos não têm, além de grande área para estocagem de produtos”, dis- se Valdeilson Paiva, gerente do Terminal Marítimo em Sergipe, que pretende formar um comitê de trabalho para buscar parceiros e fomentar projetos que viabilizem o escoamento maciço de grãos e importação de fertilizantes. A soja representa na atualidade a principal cultura agrí- cola brasileira. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab- apontam uma área cultivada com soja no Brasil de aproxi- madamente 30 milhões de hectares (2013/2014), sendo o principal produto de exportações agrícolas do país, pois é fonte de proteína primordial para a produção de rações animais e importante matriz oleaginosa para a produção nacional de biodiesel. Por esse motivo, a Embrapa Tabuleiros Costeiros vem realizando experimentos para avaliar o potencial da cultura da soja em Sergipe e Alagoas como também na região dos Ta- buleiros Costeiros e Agreste. Diversas ações de pesquisa com soja vêm sendo realizadas pela Em- brapa para a região, tais como seleção de cultivares com base em adaptabilidade e estabilidade de produção, porte para co- lheita mecanizada, nível de acamamento das plantas, ciclo de produção, determina- ção dos melhores períodos para o plantio, avaliação dos espaçamentos e população, adaptação ao plantio direto, inoculação de sementes com a bactéria Rhizobium que
  • 41. 41 nitrogena a planta, levantamento das pra- gas, doenças e plantas daninhas e seus respectivos métodos de controle, deter- minação do momento correto da colheita, avaliação da qualidade de sementes (sa- nidade, germinação e vigor) e inserção da cultura em sistemas conservacionistas jun- to à agricultura familiar. Os resultados de pesquisa na região revelam níveis de produtivida- de elevados para a soja (três a cinco mil quilos por hectare) considerado acima da média brasileira de 2,8 mil quilos por hec- tare, segundo a Conab (safra 2013/2014). “Isso indica o alto potencial produtivo da soja nas áreas denominadas Tabuleiros Costeiros e Agreste”, aponta o pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Antonio Dias San- tiago, organizador do Dia de Campo sobre a soja como alternativa à cana-de-açúcar, em São Miguel dos Campos, que contou com a presença de quase duzentos produtores de cana. Produtores de Alagoas já tentaram plantar soja em cir- cunstâncias diferentes e pouco convenientes. “Mas a realidade ago- ra é outra”, afirma o produtor Adilson Maia. Ele conta que plantou soja há 30 anos, mas tinha que colhê-la no período de chuva e em seguida plantar cana “Não dava para fazer duas grandes áreas ao mesmo tempo. Hoje, o estado é abastecido por irrigação e pode- mos plantar soja no momento ideal, no período da chuva e colher no período seco e em seguida, plantar cana com irrigação” afirma ele. Além dos pesquisadores da Embrapa apresentarem aos produtores presentes no Dia de Campo em São Miguel dos Campos 48 cultivares de soja com resultados promissores para a região, relatar as facilidades de mercado e de transporte do produ- to, o pesquisador Sérgio Procópio ainda enfatizou outra importante vantagem: a fixação biológica do nitrogênio. “Na soja, é possível a baixíssimo custo inocular bactérias do gênero rhizobium nas se- mentes, que retiram o nitrogênio do ar e fornecem às plantas.” Já o milho necessita de adubação nitrogenada, como a ureia, que onera a produção. “O custo de produção de soja é menor que a de milho”, complementa. Outro fator favorável ao cultivo da soja é a possibilida- de de ser plantada no sistema de plantio direto, evitando o revolvi- mento do solo e a utilização de arados e grades.Pragas e doenças da soja - Pesquisadores da Embrapa realizaram levantamento das pragas que ocorreram nas áreas experimentais de soja no Nordeste, como lagartas, percevejos e coleópteros desfolhadores. Eles iden- tificaram todos os espécimes e vêm definindo as melhores formas de controle e recomendam o monitoramento constante das áreas de produção.“Deve-se evitar o uso de inseticidas que eliminam os inimi- gos naturais de pragas, como os piretróides”, afirma o entomologis- ta e pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Adenir Teodoro, presente no evento em São Miguel dos Campos, juntamente com o entomologista Aldomario Santo Negrisoli Junior. E como inimigos naturais às pragas da soja existem os produtos biológicos como Baculovirus, Beauveria bassiana e Me- tharizium anisoplia. “Há também como inundar o campo com inimi- gos naturais como a minúscula vespa Trichogramma que parasita os ovos das lagartas nocivas à cultura da soja”, complementa o pes- quisador. Um comitê de trabalho será formado para buscar parceiros e fomentar projetos que viabilizem o escoamento maciço de grãos e importação de fertilizantes pelo Terminal Marítimo em Sergipe Divulgação
  • 42. 42 Bioenergia Geração das usinas à biomassa cresce 15% no 1º semestre Uso de biomassa cresce na matriz energética brasileira Dados da CCEE mostram aumento de 239 MW médios na geração nos seis primeiros meses do ano; capacidade instalada da fonte representa 7,7% na matriz energética A s usinas movidas à biomassa produziram 15% a mais de energia no primeiro se- mestre de 2015 em relação ao mesmo período do ano passado. O levantamento da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE mostra o incremento na geração da fonte, mesmo em meses que incorporam boa parte da entressafra do setor. O montante médio produzido no primeiro semestre do ano (1.860 MW) foi 239 MW médios superior ao registrado no mesmo período de 2014, quando foram gera- dos 1.621 MW médios. São Paulo segue como principal produtor de energia a partir da fonte no país. As usinas paulistas geraram 841 MW médios no primeiro semestre de 2015. Na segunda posição aparece o Mato Grosso do Sul com 272 MW médios, seguido por Goiás (208 MW médios) e Minas Gerais (182 MW médios). Em termos de crescimento, na comparação entre 2014 e 2015, o Mato Gros- so do Sul foi o Estado que mais incrementou sua produção em 89,9 MW médios alcan- çando 271,6 MW médios (+50%). O Maranhão teve aumento de 32 MW médios e atingiu 60,7 MW médios (+112%), enquanto a Bahia gerou 31,6 MW médios a mais, atingindo 60,8 MW médios (+108%). Arquivo
  • 43. 43 Ranking – Os 10 maiores estados produtores de biomassa Posição Estado MW médios 1º São Paulo 840,93 2º Mato Grosso do Sul 271,56 3º Goiás 207,69 4º Minas Gerais 181,57 5º Paraná 85,76 6º Bahia 60,80 7º Maranhão 60,66 8º Alagoas 30,58 9º Pernambuco 28,79 10º Mato Grosso 22,14 Os dados consolidados da CCEE apontam ainda que a capacidade instalada das plantas movidas à biomassa também atingiu marca expressiva no primei- ro semestre de 2015, chegando a 10.793 MW em junho, o que significa uma represen- tatividade de 7,7% na matriz energética bra- sileira. A expansão é de 9,4% em relação ao mesmo período do ano passado, quando a capacidade era de 9.868 MW. São Paulo também é o principal destaque com 5.056 MW em capacidade instalada, seguido por Mato Grosso do Sul (1.669 MW), Minas Ge- rais (1.110 MW) e Goiás (1.015 MW). A CCEE é responsável por viabilizar e gerenciar a comercialização de energia elétrica no país, garantindo a se- gurança e o equilíbrio financeiro deste mer- cado. Associação civil sem fins lucrativos, é mantida pelas empresas que compram e vendem energia no Brasil. O papel da CCEE é fortalecer o ambiente de comercialização de energia - no ambiente regulado, no am- biente livre e no mercado de curto prazo - por meio de regras e mecanismos que pro- movam relações comerciais sólidas e justas para todos os segmentos do setor (geração, distribuição, comercialização e consumo). Falta de estímulo - Apesar dos números divulgados pela CCEE que mostram crescimento, especialistas afirmam que a po- lítica do governo é considerada equivocada à época e os preços baixos nos leilões de compra de energia desestimularam investimentos para a produção de energia elétrica a partir da biomassa. Segundo avaliação de Zilmar José de Souza, assessor da União da Indústria de Cana-de- -açúcar (Unica) para a bioeletricidade, apesar de o setor já ter instalado 1.750 MW médios em um só ano (2010), o índice ainda é muito baixo. De acordo com o executivo, o “fundo do poço” do setor foi em 2012, ano em que não houve venda de energia cogerada nas usinas de açúcar e etanol nos leilões do governo por conta dos pre- ços baixos, de R$ 112 o megawatt-hora (MW/h) à época, o que gerou a queda nos investimentos em novos projetos desde então. “Entre o gráfico apresentado (pelo governo de demanda esperada) e a reali- dade, falta ousar muito mais. Faltam políticas públicas que valorizem as externalidades da biomassa da cana”, disse o assessor da Unica. Souza considerou, por exemplo, um retrocesso o teto de preços praticado no último leilão de compra de energia para 2018, rea- lizado em agosto, de R$ 218 o MW/h. Além disso, o pregão contou com projetos de energia eólica, cujo preço de geração é menor que o da biomassa, mas cuja transmissão é mais cara por conta da distância aos centros de consumo. “Apenas um projeto de biomassa foi negociado no último leilão”, disse. Para Souza, “um avanço” do governo para o próximo leilão, em janeiro de 2016, seriam preços de R$ 281 o MW/h, valor teto do pe- núltimo leilão. “O governo tem de sinalizar com clareza que o preço será melhor e não uma regressão como ocorreu agora”, afirmou. O assessor da Unica lembra que o setor sucroenergético mostrou, em agosto do ano passado, ter capacidade de atender à demanda de energia quando, no ápice da crise de energia, conseguiu ampliar de 4% para 7% a par- ticipação na demanda da matriz elétrica. “Naquela época foi a primeira vez que a geração para a rede por parte das usinas superou a fatia de consumo próprio, chegando a 60%”, concluiu Souza. Zilmar José de Souza: “Faltam políticas públicas que valorizem as externalidades da biomassa da cana” Niels Andreas / Unica
  • 44. 44 Sustentabilidade Seminário internacional destaca gestão de recursos hídricos Evento abordou a redução da captação de água para uso da indústria da cana brasileira nas últimas quatro décadas A queda da participação do etanol e o aumento do consumo de combustíveis fós- seis pode comprometer a meta de redução de emissões e colocar o Brasil na contramão das tendências mundiais. Isso é o que aponta o Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), plataforma criada pelo Observatório do Clima, rede que reúne 37 entidades da sociedade civil para discutir as mudanças climá- Arquivo Faeg
  • 46. 46 ticas no contexto brasileiro. De acordo com o relatório divulgado em agosto, apesar de, entre 1990 e 2013, as emissões brutas de gases causadores do efeito estufa terem diminuído em 15%, nos últimos cinco anos os níveis de mitigações da área energética brasileira aumentaram 34%. O cenário é mais preocupante quando se compara o ano de 2013 com 2008, o total de emissões brutas de gases causadores do efeito estufa registrado praticamente quadriplicou. Para o coordenador geral do Observatório do Clima, André Ferreti, o re- sultado é alarmante e compromete o papel de protagonismo do Brasil nas discussões climáticas mundiais. “Mesmo quando comparado ao pior vilão das emissões brasileiras, o desmatamento, o cenário energético é preocupante. As inciativas do governo federal, derivadas da Política Nacional sobre Mudança Climática, de 2009, têm escala muito tími- da, e são frequentemente atropeladas por outras, como os subsídios à gasolina,” afirmou Ferreti. Ainda segundo o documento, que inclui recomendações para a participação brasileira na 21ª Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP21), que acontecerá em Paris, em dezembro, para reverter o cenário negativo, é preciso aumentar a partici- pação das fontes renováveis na matriz energética, estabelecendo para isso a proporção mínima de 50% até 2030. Nas grandes cidades o transporte é o grande vilão das emissões de CO2. Na visão do consultor em Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de- -Açúcar (Unica), Alfred Szwarc, o crescimento das emissões pelo setor energético poderia ter sido menos expressivo se o País tivesse dado mais atenção às fontes re- nováveis e, principalmente, se houvesse maior incentivo à produção e uso do etanol e da bioeletricidade. “O fato das emissões resultantes do desmatamento estarem diminuindo substancialmente, e as do setor energético estarem ganhando mais importância relativa no total gerado é um fato que requer reflexão. A alternativa mais fácil, rápida, eficaz e econômica de contrapor essa tendência é a valorização da energia de baixo carbono originada da biomassa da cana-de-açúcar e o fomento e a intensificação de seu uso,” defendeu Szwarc. O gerente em Bioeletricidade da Unica, Zilmar de Souza, endossou o dis- curso, afirmando que ao utilizar a energia elétrica gerada a partir do bagaço e da pa- lha, grandes benefícios são proporcionados aos consumidores brasileiros. “O total de bioeletricidade da cana fornecida à rede em 2014 significou evitar a emissão de 8,3 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2). Para atingir a mesma economia de CO2 por meio do plantio de árvores, seria preciso cultivar 58 milhões de espécies nativas ao longo de 20 anos. Por isso é fundamental que se discuta a valorização da bioele- tricidade em virtude das externalidades positivas que essa fonte agrega ao Sistema Interligado”, afirmou Souza. Para os representantes da Unica, ainda é possível reverter o quadro nega- tivo das mitigações do setor energético, para tanto, são necessárias políticas públicas de longo prazo que definam o papel do etanol, bem como o da bioeletricidade na matriz energética brasileira. Sustentabilidade
  • 47. 47 Energia da cana é a melhor alternativa para redução de GEE André Ferreti: “As inciativas do governo federal, derivadas da Política Nacional sobre Mudança Climática, de 2009, têm escala muito tímida e são frequentemente atropeladas por outras, como os subsídios à gasolina” A queda da participação do etanol e o aumento do consumo de com- bustíveis fósseis pode comprome- ter a meta de redução de emissões e colo- car o Brasil na contramão das tendências mundiais. Isso é o que aponta o Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), plataforma criada pelo Observatório do Clima, rede que re- úne 37 entidades da sociedade civil para discutir as mudanças climáticas no contex- to brasileiro. De acordo com o relatório di- vulgado em agosto, apesar de, entre 1990 e 2013, as emissões brutas de gases cau- sadores do efeito estufa terem diminuído em 15%, nos últimos cinco anos os níveis de mitigações da área energética brasi- leira aumentaram 34%. O cenário é mais preocupante quando se compara o ano de 2013 com 2008, o total de emissões brutas de gases causadores do efeito estufa re- gistrado praticamente quadriplicou. Para o coordenador geral do Observatório do Clima, André Ferreti, o re- sultado é alarmante e compromete o papel de protagonismo do Brasil nas discussões climáticas mundiais. “Mesmo quando com- parado ao pior vilão das emissões brasilei- ras, o desmatamento, o cenário energético é preocupante. As inciativas do governo federal, derivadas da Política Nacional sobre Mudança Climática, de 2009, têm escala muito tímida, e são frequentemente atropeladas por outras, como os subsídios à gasolina,” afirmou Ferreti. Ainda segundo o documento, que inclui recomendações para a partici- pação brasileira na 21ª Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP21), que acontecerá em Paris, em dezembro, para reverter o cenário negativo, é preciso aumentar a participação das fontes reno- váveis na matriz energética, estabelecen- do para isso a proporção mínima de 50% até 2030. Nas grandes cidades o trans- porte é o grande vilão das emissões de CO2. Na visão do consultor em Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana- -de-Açúcar (Unica), Alfred Szwarc, o cres- cimento das emissões pelo setor energéti- co poderia ter sido menos expressivo se o País tivesse dado mais atenção às fontes renováveis e, principalmente, se houvesse Divulgação
  • 48. 48 maior incentivo à produção e uso do etanol e da bioeletricidade. “O fato das emissões resultantes do desmatamento estarem diminuindo substancialmente, e as do setor energético estarem ganhando mais importância relativa no total gerado é um fato que requer reflexão. A alternativa mais fácil, rápida, eficaz e econômica de contrapor essa tendência é a valorização da energia de baixo carbono originada da biomassa da cana-de-açúcar e o fomento e a intensificação de seu uso,” defendeu Szwarc. O gerente em Bioeletricidade da Unica, Zilmar de Souza, endossou o dis- curso, afirmando que ao utilizar a energia elétrica gerada a partir do bagaço e da palha, grandes benefícios são proporcionados aos consumidores brasileiros. “O total de bioe- letricidade da cana fornecida à rede em 2014 significou evitar a emissão de 8,3 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2). Para atingir a mesma economia de CO2 por meio do plantio de árvores, seria preciso cultivar 58 milhões de espécies nativas ao longo de 20 anos. Por isso é fundamental que se discuta a valorização da bioeletricidade em vir- tude das externalidades positivas que essa fonte agrega ao Sistema Interligado”, afirmou Souza. Para os representantes da Unica, ainda é possível reverter o quadro nega- tivo das mitigações do setor energético, para tanto, são necessárias políticas públicas de longo prazo que definam o papel do etanol, bem como o da bioeletricidade na matriz energética brasileira. Sustentabilidade Nas grandes cidades o transporte é o grande vilão das emissões de CO2 Arquivo
  • 49. 49 Pesquisa mostra balanço de emissões de CO2, CH4 e N2O na produção de cana A expansão dos canaviais contribuiu para reduzir as emissões de GEE da produção agrícola O balanço dos gases de efeito estufa (GEE) CO2, CH4 e N2O associa- dos à produção da cana nas áreas de recente expansão no Brasil foi tema de um estudo realizado por Ricardo de Oliveira Bordonal, pesquisador do Programa de Pós- -Graduação em Agronomia (Produção Ve- getal) da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV) da Unesp de Jaboticabal, SP. O estudo permite identificar as maiores fontes de emissão, bem como as estratégias visando sua redução, e consequentemente, a diminuição da “pegada de carbono” associa- da ao etanol produzido nessas áreas. O trabalho de grande impacto internacional foi destaque na revista Renewa- ble & Sustainable Energy Reviews. Bordonal utilizou dados de sensoriamento remoto (sa- télite), onde é possível identificar tais áreas, bem como qual tipo de conversão ocorreu (ex. citrus-cana, ou pasto – cana). Essa infor- mação da mudança do uso da terra é impor- tante nas estimativas do balanço de gases de efeitoestufa.Oautorconcluiqueamaioriados estudos de ciclo de vida considera apenas a avaliação das emissões de GEE associadas à produção agrícola, sendo a mudança direta do uso da terra (MUT) ainda é negligenciada. O cultivo da cana-de-açúcar e sua expansão durante 2006-2011 no Centro- -Sul do Brasil apresentou um balanço total de GEE acumulado de 217,1 Tg CO2eq em 2030, incluindo as emissões das atividades de cultivo e as emissões/remoções associa- das à MUT. A expansão dos canaviais con- tribuiu para reduzir as emissões de GEE da produção agrícola, das quais 57% foram compensadas pelo armazena- mento de C na biomassa de cana devido à MUT. A pesquisa aponta que os solos apresentaram um balanço de C quase neutro em 2030, uma vez que o aumento do estoque de C orgânico associado à conversão de culturas anuais para cana-de-açúcar foi compensado pela depleção dos estoques de C orgânico da conver- são de pastagens. Além disso, uma redução adicional de GEE deverá ocorrer nos próximos anos em função da extinção da pré-colheita com queima da cana no Brasil. Paraoautor,incentivosempolíticaspúblicassãonecessários para conduzir a expansão da cana-de-açúcar em direção a um caminho sustentável. “Como tem sido feito para a expansão da cana durante 2006- 2011, evitar a conversão de citros, florestas plantadas e florestas naturais é imperativo, enquanto ter essas expansões em áreas de pastagens torna- -se desejável como uma estratégia fundamental para garantir os benefícios ambientais do etanol de cana-de-açúcar no Brasil”, diz. Assinam também o artigo: Rattan Lal, do Carbon Mana- gement & Sequestration Center, The Ohio State University; Daniel Alves Aguiar e Bernardo Friedrich Theodor Rudorff, da AgroSatelite; Eduardo Barretto de Figueiredo, Luciano Ito Perillo e Newton La Scala, da FCAV; e Marcos Adami, do INPE – Centro Regional da Amazônia. Arquivo
  • 50. 50 Eventos Abertas as inscrições para o 8º Congresso Nacional de Bioenergia J á estão abertas as inscrições para o 8º Congresso Nacional da Bioenergia, que será realizado dias 11 e 12 de novembro no cam- pus do UniSalesiano, em Araçatuba, SP. A novidade para esta edição, que comemora os 40 anos do ProÁlcool e os 30 anos de fun- dação da UDOP, são as salas de Inovações Tecnológicas em Etanol de Milho e a sala Biomassa e Novos Produtos, que se somam às já tradicionais salas temáticas. “No momento em que o setor ainda vive uma de suas mais severas crises, nossa expertise mostra que se qualificar é um ótimo investimento tanto para os profissionais que fazem desse setor a potência que é, como para as usinas que buscam a excelência de suas operações com menores custos e maiores produções. Por isso, por se tratar de um Congresso técnico, acreditamos que seja a melhor oportunidade para que possamos, de uma vez por todas, superar este momento de incertezas”, destaca o presidente executivo da UDOP, An- tonio Cesar Salibe. Em 2014, o Congresso Nacional da Bioenergia reuniu mais de 1,3 mil congressistas, entre participantes, palestrantes e mo- deradores, com mais de 100 palestras voltadas para as mais diversas áreas de atuação das usinas. O público, vindo de vários estados da federação, é formado por profissionais de 1º e 2º escalões de usinas e destilarias, fornecedores de cana, empresas que dão suporte à cadeia bioenergética e pessoas ligadas aos centros de pesquisas e universi- dades que estudam a bioenergia. Salas - Os temas são divididos nas seguintes salas te- máticas: Administrativa/Financeira; Agrícola; Biomassa e Novos Pro- dutos; Comunicação; Controladoria, Planejamento e Custos; Direito do Agronegócio; Industrial; Inovações Tecnológicas em Etanol de Milho; Mercado, Comercialização e Logística; Recursos Humanos; Saúde, Ale Carolo / alecarolo.com Segurança e Meio Ambiente do Trabalho; e Tecnologia da Informação. Cortesias - Entendendo o mo- mento delicado de caixa pelo qual passa suas associadas, e ainda reafirmando seu compromisso de trabalhar em prol de uma maior capacitação e qualificação do setor, a diretoria da UDOP resolveu conceder 17 cor- tesias a todas suas sócias para a 8ª edição do Congresso Nacional da Bioenergia. O próprio sistema de inscrição irá isentar de qualquer taxa as 17 primeiras inscrições efetivadas através do departa- mento de Recursos Humanos das unidades. Mais informações podem ser obtidas na UniUDOP através do telefone (18) 2103 0528 ou pelo e-mail uniudop@udop.com.br. O Congresso Nacional da Bio- energia é realizado pela UDOP e pela STAB - Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Al- cooleiros do Brasil, com promoção da UniU- DOP - Universidade Corporativa da UDOP. O Congresso tem ainda o apoio institucional da Alcopar, BioSul, Siamig, Sifaeg, Sindal- cool/MT, Fórum Nacional Sucroenergético e Unisalesiano. Os sócios dos Sindicatos apoiadores e da STAB pagam preços de as- sociadas UDOP. A revista Terra&CIa é mídia parceira do evento. (com Agência UDOP) Especialistas do setor sucroenergético reunidos no Congresso Nacional de Bioenergia de 2014
  • 51. 51
  • 52. 52 Tecnologia Industrial Executivos da Pentagro apresentam solução Integrada de S&OP, Planejamento e Gestão de Desempenho Industrial A perpetuação e prosperidade de uma usina de cana- de - açúcar estão diretamente relacionadas à sua capacidade de perseguir seus propósitos em harmonia com o ambiente dinâmico no qual está inserida. Em meio a cenários cada vez mais turbulentos, as usi- nas de cana-de-açúcar precisam intensificar o uso de técnicas de planejamento como forma de alcançar metas estabelecidas na es- tratégia corporativa, com o objetivo de maximizar a rentabilidade do negócio. Nesse contexto, o processo de Planejamento de Ven- das e Operações (do inglês S&OP) da Pentagro surge como uma resposta a ser utilizada pelos gestores para atender aos anseios es- tratégicos das organizações, sendo esta uma abordagem moderna da administração que confere uma visão holística do processo de planejamento de vendas e operação. Esta tecnologia, construída pela Pentagro, já está be- neficiando empresas como Grupo São Martinho, Açúcar Guarani, Usina Ferrari, Grupo Noble, Usina Rio Vermelho (Grupo Odebrecht), e empresas como Petrobrás, Cenpes e Embrapa Agroenergia. A tecnologia desenvolvida pela Pentagro para apoiar o processo S&OP, em usinas de cana-de-açúcar, in- tegra informações e ações no nível estra- tégico, tático e operacional, melhorando a previsibilidade nos resultados do negócio e conferindo uma visão sistêmica de ope- ração da usina. No nível estratégico (BdME- -S&OP), esta tecnologia apoia a tomada de decisão sobre o que e quanto produzir de cada produto da usina, possibilitando uma busca pela máxima rentabilidade de negócio. Possibilitando um aumento de 3 a 5% de rentabilidade no negócio. Já no nível tático (BdME-PAP), apoia a tomada de decisão sobre qual a melhor forma de produzir o mix de produ- tos apontado pelo estratégico, empregan- do para tanto, o simulador de processos da Pentagro, permitindo a busca pelo me- lhor desempenho do processo produtivo. O resultados esperados com o uso deste módulo da tecnologia são o aumento de 3 a 10% o KW.h produzido por ton de baga- ço e o aumento de 0,1 a 1% na eficiência industrial relativa. No nível operacional (BdME- -GDI), é possível o acompanhamento e análise de desvios da operação, em rela- ção ao planejamento traçado e ao desem- penho previsto pelo simulador, mostrando oportunidades de ganhos. Este módulo garante que o planejamento da produção seja realizado via monitoração do desem- penho industrial, efetivando os ganhos e os resultados esperados com a utilização do BdME-PAP. José Augusto Pazin Diretor Comercial, André Lins Diretor Executivo e Claudio Policastro Diretor Técnico
  • 53. 53 Fale com nossa equipe de Vendas: (11) 2628-7328 / 7330 / 7333 BRINDES CORPORATIVOS O Grupo Up10 é uma empresa criativa, ágil e dinâmica, que atua no mercado promocional. Buscando à satisfação de seus clientes, através de alternativas inovadoras para seu atendimento, proporcionando ao mercado o que há de melhor, atual e inovador no universo de brindes promocionais, agregando valor aos seus produtos. Destaque no cenário de brindes desde 2005 , Grupo Up10 mantém em seu portfólio uma gama variada de itens diferenciados, através do desenvolvimento constante de parcerias com fabricantes dos mais diversos produtos com forte potencial promocional. www.grupoup10.com.br Peça já seu orçamento
  • 54. 54 Suinocultura / Opinião A importância da temperatura ambiental na suinocultura Paola Buzollo O ambiente do sistema de criação intensivo de suínos possui influên- cia direta na condição de conforto e bem-estar animal, promovendo dificul- dade na manutenção do balanço térmico no interior das instalações, na qualidade química do ar e na expressão de seus comportamentos naturais. É sabido que animais em seu conforto térmico apresen- tam melhores índices de desenvolvimento e são menos susceptíveis a enfermidades, portanto o manejo correto da temperatura de acordo com as necessidades de cada fase dos animais é de grande importância para os produtores e também bastante de- safiador. Ale Carolo / alecarolo.com Os suínos possuem o aparelho termorregulador pouco desenvolvido. São animais sensíveis ao frio quando pequenos e ao calor quando adultos, dificultando sua adaptação aos trópicos. Os leitões nascem com baixa capacidade de controle de temperatura corporal, não podendo compensar imediatamente a intensa perda de calor logo após o parto. Eles dependem da temperatura ambiente para esta finalidade, que deve estar de 32°C a 34°C para neonatos. Conforme o animal se desenvolve fisiologicamente, a exigência de aquecimento externo declina e se inverte. Suínos adul- tos são especialmente sensíveis a elevadas temperaturas devido a sua limitada capacidade de eliminação de calor corporal por eva- poração, pois não contam com a sudorese como mecanismo de proteção, utilizando exclusivamente a ofegação e mudanças com- portamentais. Além disso, o elevado metabolismo do suíno associado a altas temperaturas dificulta a dissipação do calor. Como consequ- ência, esses animais têm menor tolerância ao calor do que outros animais domésticos, sendo susceptíveis à hipertermia quando ex- postos ao estresse calórico. Para o correto manejo da tem- peratura ambiental é necessário conheci- mento sobre a fisiologia e exigências dos animais, do clima da região onde a granja está localizada e acompanhamento diário das temperaturas com termômetro de má- xima e mínima de todos os setores e salas. Na maternidade, o manejo de temperatura é o mais complexo de todo o sistema produtivo, pois existem dois gru- pos com necessidades diferentes no mes- mo ambiente: as fêmeas, cuja zona de conforto térmico varia de 16°C a 25°C, e leitões, com zona de conforto térmico va- riando de 28°C (para animais do pré-des- mame) a 34°C (para neonatos). O escamoteador para os lei- tões fornece o aquecimento extra exigido, evitando longos períodos de exposição a temperaturas abaixo de sua zona de con- forto, que resultaria em consumo de ener- gia corporal, letargia, hipoglicemia e maior predisposição às diarréias. Já para as fêmeas, pode-se utilizar sistemas de ventilação individua- lizado por gaiola, de forma que a refrige- ração atinja somente a matriz e não aos leitões. O estresse calórico em porcas da maternidade pode causar partos distóci- cos, com aumento do número de natimor- tos, agalaxia, e até mesmo morte súbita. A abertura de cortinas para a circulação do ar é importante para manutenção de sua qualidade, desde que feita de maneira que os leitões não recebam diretamente as cor- rentes de ar. No setor de creche, o contro-
  • 55. 55 le da temperatura é um ponto crucial na produção, já que é um momento de tran- sição para os animais, com mudança de ambiente, alimentação e relações sociais, cujo estresse resultante os torna mais vul- neráveis a agentes patogênicos. O manejo de temperatura da creche deve ser plane- jado de acordo com a faixa etária dos ani- mais: para desmame de 21 dias, a tempe- ratura requerida ficaria em torno de 28°C e reduzindo 1°C por semana até a saída dos animais do setor para a recria. Temperaturas fora da faixa ideal fazem com que os leitões fiquem menos resistentes a infecções. Caso não ocorra a redução gradual com o passar das semanas, pode haver diminuição na ingestão de ração. Os animais de recria devem ser mantidos sob ventilação em regiões quentes, pois o aumento do consumo de ração é preconizado, e à medida que a in- gestão alimentar aumenta, a produção de calor também aumenta em virtude do alto metabolismo dos suínos e, consequente- mente, as necessidades de dissipação de calor. A temperatura ambiente tam- bém influencia grandemente na reprodu- ção. Fêmeas sob estresse calórico são propensas a maiores perdas embrionárias, abortos e têm partos mais laboriosos, com aumento da natimortalidade. Nos machos reprodutores, altas temperaturas ambien- tais levam à degeneração testicular e reduzem a porcentagem de espermato- zóides normais e férteis na ejaculação. A climatização das instalações destinadas a estes animais é um investimento importan- te, principalmente no Brasil, país de clima tropical. Para o correto manejo da tem- peratura na suinocultura é necessário trei- namento e capacitação dos funcionários, além do registro diário das temperaturas internas dos galpões e da área externa com termômetros de máxima e mínima. A temperatura deve ser conferida todos os dias e o termômetro deve ser zerado, para que o valor apresentado corresponda sem- pre a um dia de mensuração. Importante também posicio- nar os termômetros próximos à altura dos animais, para que se obtenha os valores mais precisos possíveis. Termômetros que também registram a umidade relativa do ar são uma boa alternativa, dado que o per- centual de umidade está diretamente rela- cionado com o conforto térmico e suscep- tibilidade a doenças. Fatores como amplitude tér- mica e circulação do ar devem ser con- siderados durante o alojamento dos ani- mais. Amplitude maior que 10°C por dia causa estresse térmico em suínos adul- tos (para leitões a amplitude limite é de 5°C) e ventilação deficiente nos galpões reduz a qualidade do ar, com aumento da concentração de amônia e partículas de poeira, que irritam o sistema respira- tório e predispõe ao surgimento de do- enças respiratórias. O estresse calórico é um grande desafio para a suinocultura no Bra- sil, devido às elevadas temperaturas que ocorrem na maioria das regiões do país, e está diretamente relacionado com perdas significativas na produtividade. O investi- mento em ambiência é um tema bastante debatido hoje e deve ser uma preocupa- ção do produtor e empresas do segmento no país. *Paola Buzollo é médica veterinária for- mada pela Universidade Estadual Pau- lista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), campus de Jaboticabal, SP. E-mail para contato: paolabuzollo@gmail.com