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Ed01jul07
Ed01jul07
Editorial

Sobre
Novidades
e Transparência

T

emos a satisfação de apresentar a
vocês a Revista Canavieiros. A
partir deste mês, ela irá substituir o Informativo que, durante muitos anos, foi
o principal canal de comunicação das
atividades e ações do sistema
Copercana/ Canaoeste / Cocred. Essa
reformulação tem um único objetivo:
estreitar ainda mais o relacionamento
entre as três entidades e seus associados e cooperados por meio de um veículo moderno, de fácil leitura e com informações que auxiliem o produtor em
sua atividade.
A Revista Canavieiros nasceu da
preocupação das diretorias das três
entidades em manter o associado beminformado e tornar ainda mais transparente a forma de administrar o sistema.
Além disso, esse novo veículo de comunicação também tem a finalidade de
estabelecer uma maior interação entre
a equipe que a produz e seus leitores. E
de que forma isso pode acontecer? Por
meio de sugestões de assuntos a serem abordados, opiniões sobre os temas ou críticas, os associados vão poder contribuir e fazer parte deste projeto.
Nesta primeira edição, a reportagem
principal traça um perfil do Sistema
Copercana, Canaoeste e Cocred, um dos
mais importantes e estruturados do
Brasil e que visa facilitar e auxiliar o
produtor em sua atividade em três vertentes: na obtenção de crédito mais
barato e facilitado, no acesso a novas
tecnologias, máquinas e equipamentos
e no auxílio e acompanhamento de to-

dos os aspectos relacionados à lavoura, como a assistência técnica, jurídica
e também na representação dos fornecedores de cana da região de
Sertãozinho junto a órgãos técnicos ligados ao agronegócio.
Toda edição também trará uma entrevista especial e neste primeiro número o personagem em destaque é o
presidente da Ocesp (Organização das
Cooperativas do Estado de São Paulo)
Edivaldo Del Grande. Em três páginas,
o presidente fala sobre o dia internacional do cooperativismo, seus projetos à frente da entidade, política pública para a crise na agropecuária e setor
canavieiro. Além do espaço para entrevista, todo mês haverá um artigo especial, com ponto de vista de autoridades e especialistas sobre o setor.
A revista trará ainda colunas técnicas fixas, com a participação de colaboradores do sistema Copercana,
Canaoeste e Cocred, sobre as condições do clima, novas tecnologias, orientações sobre pragas e doenças, sobre
legislação ambiental e culturas de rotação. Terá também uma agenda de eventos e as notícias sobre as ações e atividades das três entidades que compõem
o sistema.
Enfim, a Revista Canavieiros foi
planejada para ser uma ferramenta importante para o produtor, que é a razão
de ser do sistema, e, dessa forma, estará sempre voltada aos seus interesses
e necessidades.
Boa leitura.
Conselho Editorial

Revista Canavieiros - Julho de 2006

03
Indice

EXPEDIENTE

Capa

CONSELHO EDITORIAL:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson

COPERCANA,
CANAOESTE E
COCRED
Sistema de
Facilidades para
os cooperados.

Pg.

20

OUTRAS

DESTA
DESTA QUES

DESTAQUE

Entrevista

P g .

24

P g .

26

P g .

28

Edivaldo Del Grande
Novo presidente da Ocesp
se apresenta aos
cooperados carregando
a bandeira da paz através
da cooperação
P g .

05

INFORMAÇÕES
SETORIAIS
LEGISLAÇÃO

PRAGAS E DOENÇAS
P g .

O presidente da Canaoeste
fala sobre a saída do
ministro da Agricultura,
Roberto Rodrigues.
P g .

08

10
Copercana
O II Agronegócios Copercana supera
expectativas e alavanca R$ 60 milhões
P g .

Notícias

P g .

12

Canaoeste
Hospital Netto Campello inaugura
Centro de Terapia Intensiva

P g .

NOVAS
3 1 TECNOLOGIAS

Cocred
Atendimento:
Um diferencial da Cocred

P g .

16

Antes da Porteira
Pg.

36

Revista Canavieiros - Julho de 2006

34

CULTURA
P g .

29

AGENDA
P g .

35

CLASSIFICADOS
P g .

Notícias

04

30

REPERCUTIU

Notícias

Cooperados se inspiram
em Ben-Hur e driblam o
tempo

P g .

38

REVISÃO GRAMATICAL:
Igor Fernando Ardenghi
PROJETO GRÁFICO E
DIAGRAMAÇÃO:
Márcio Carvalho
FOTOS:
Carla Rossini
Marino Guerra
FOTO CAPA:
Carla Rossini

Ponto de Vista
Manoel Ortolan

EQUIPE DE JORNALISMO:
Carla Rossini – MTb 39.788
Cristiane Barão – MTb 31.814
Marino Guerra – MTb 39.180

COMERCIAL E PUBLICIDADE:
Samira Mamed
samiramamed@copercana.com.br
DEPARTAMENTO DE MARKETING
E COMUNICAÇÃO:
André Galassi, Carla Rossini, Daniel
Pelanda, Letícia Pignata, Márcio
Carvalho, Marino Guerra, Roberta Faria
da Silva, Samira Mamed, Thiago Rubião
IMPRESSÃO:
São Francisco Gráfica e Editora
TIRAGEM:
8.000 exemplares
A Revista Canavieiros é distribuída
gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema
Copercana, Canaoeste e Cocred. As
matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial
desta revista é autorizada, desde que
citada a fonte.
ENDEREÇO DA REDAÇÃO:
Rua Dr. Pio Dufles, 532
Sertãozinho – SP CEP:- 14.170-680
Fone: (16) 3946 3311
Entrevista

Edivaldo Del Grande
Foto: Divulgação Ocesp

Presidente da OCESP

Perfil
Edivaldo Del Grande, 45 anos,
eleito há dois meses presidente
da Ocesp para a gestão de
2006 a 2010, é administrador
de empresas pela FASP, com
especialização em
cooperativismo pela FEA/USP
de Ribeirão Preto; compõe o
quadro diretivo da
Coopermota – cooperativa
agrícola de Cândido Mota – há
mais de 10 anos; foi diretor do
ramo agropecuário da Ocesp
de 2003 a 2006.

Paz e atitudes
Novo presidente da Ocesp,
Edivaldo Del Grande se
apresenta aos cooperados
carregando a bandeira
da paz através da
cooperação
Marino Guerra

E

m sua primeira passagem pelo dia
internacional do cooperativismo,
que em 2006 foi comemorado no dia 1º
de julho, como presidente da Ocesp
(Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo) o líder agropecuário
Edivaldo Del Grande lembrou da importância do cooperativismo para a conquista da paz social e criou uma cam-

panha cujo slogan continha os seguintes dizeres: “Paz construída por meio
de cooperativas”.
Na entrevista exclusiva que concedeu a redação da Revista Canavieiros,
Del grande ainda fala de crise no campo, da saída do ministro Roberto
Rodrigues e como não poderia faltar,
de cooperativismo.
Revista Canavieiros - Julho de 2006

05
Entrevista
CANAVIEIROS: O tema da comemoração ao dia do cooperativismo desse ano é “Paz construída por meio de
cooperativas”. Como o cooperativismo
pode ajudar a trazer paz para a sociedade paulista que vive talvez sua maior
crise civil desde a revolução de 30?
EDIVALDO DEL GRANDE: Aviolência é um problema de política pública. As cooperativas, de uma maneira
geral, representam uma terceira via.
Uma opção ao socialismo e ao capitalismo. É uma maneira de distribuir renda de forma inteligente, porque o seu
fundamento é não ser concentradora
de renda.
Como o cooperativismo se faz por
meio de uma gestão democrática, acaba se tornando uma maneira de harmonizar questões entre grupos. Porém,
não se pode fazer uma relação direta da
atuação das cooperativas com o problema da violência enfrentado hoje
no Estado de São Paulo. Cabe ao
Estado tomar as rédeas deste processo. O foco da cooperativa é fazer uma gestão que melhore a vida
de seus cooperados. Este é o objetivo da cooperativa: agregar as pessoas para que conjuntamente tenham um ganho econômico e social.
CANAVIEIROS: Em sua posse
o senhor falou sobre a realização
de uma administração séria, transparente, ética e com foco nos cooperados. Acredito que isso é o esperado por todos aqueles que o colocaram a frente da OCESP. Gostaria de
saber qual será o grande diferencial do
Edivaldo Del Grande a frente do
cooperativismo paulista.
EDIVALDO DEL GRANDE: Vou
continuar o trabalho que já vinha sendo feito nas gestões anteriores.
Estamos iniciando um processo de planejamento estratégico tendo em vista
que o plano anterior necessita ser renovado. Vamos ouvir as cooperativas
e, a partir de então, identificar os maiores anseios e traçar as diretrizes do trabalho.
CANAVIEIROS: O senhor já declarou que vê a liberação de R$ 1 bilhão
06

Revista Canavieiros - Julho de 2006

para a comercialização da soja uma medida paliativa, pois não existe um método bem definido para a sua aplicação. Na sua visão qual seria a alternativa para que os produtores de soja saíssem dessa crise?
EDIVALDO DELGRANDE: Em primeiro lugar, deveriam ter medidas
emergenciais sérias e que fossem, realmente, colocadas em prática. Por exemplo, o FAT é, ainda, uma promessa. O
prazo não é compatível com a atividade agrícola porque a rentabilidade do
processo é muito pequena. Mas, mesmo assim, é melhor do que nada. Uma
das ações urgentes que precisariam ser
tomadas pelo governo é a readequação
do custo de produção. Hoje, o que todo
empresário precisa, seja ele de que área
for, é recuperar a renda. As medidas deveriam ser tomadas neste sentido. Todos sabem que no Brasil, por exemplo,

“Temos que dar igual atenção ao pequeno, ao médio e
ao grande porque só assim
damos chance do pequeno
se tornar um médio produtor, do médio prosperar e do
grande continuar produzindo. Esta, aliás, é a graça do
capitalismo.”
o custo para deslocar 1 Km de soja é
um dos mais altos do mundo. Os nossos portos são os mais caros para exportar soja. Os insumos são altamente
taxados ao entrarem no país. E, como
as multinacionais detém o monopólio
dos produtos consumidos na atividade rural, contribui para seu alto custo.
Há muito tempo, estamos pedindo ao
governo a permissão de entrada de genéricos que desonerem o custo para
garantir a competitividade do produto
brasileiro. São questões que, se fossem resolvidas, já fariam diferença. A
questão mais importante não é o preço
a que a soja vem sendo vendida; importa é se, no fim do processo produtivo, há uma sobra. Ou seja, o preço de

Foto: Divulgação Ocesp

venda e o custo têm que dar rentabilidade. Isso não vem acontecendo hoje,
já que não sobra nada para o produtor, que fica sem renda. O resto é
causa e precisa ser atacado. Ou
seja, são necessárias medidas estruturais. O Roberto Rodrigues
mesmo falou antes de sair: no alongamento, eu estou cuidando do
estruturando. Depois disso é preciso trabalhar no estrutural que são
as estradas, os impostos, armazenagem, desoneração do custo de
produção, seguro rural como instrumento de política agrícola sério
que dê tranquilidade ao produtor.
Como, hoje, o produtor rural pode
pensar em investir em uma nova máquina, se não há seguro para garantir a safra e conseqüentemente sua
renda? São questões que não têm resposta hoje, por falta de medidas estruturais.
CANAVIEIROS: Ainda sobre
cooperativismo agropecuário qual é a
grande meta desse ramo dentro do estado de São Paulo?
EDIVALDO DELGRANDE: Não se
trata de uma grande meta, mas sim, de
um grande desafio: o de agregar valor
e conseguir atravessar ileso esta crise
instalada nos últimos dois anos
provocada pela crise cambial. Neste
processo, as cooperativas têm condições de ajudar os produtores rurais.
Entrevista

EDIVALDO DEL GRANDE: Qualquer opção proposta é uma saída. Vai
depender da usina que está instalada
na região e como ela vê esse processo.
Se a usina não faz a colheita da cana
por opção, melhor para o produtor, porque ele se mantém ocupado. São relações muito particulares e cada um, no
seu dia-a-dia, terá que fazer as contas
para ver até que ponto vale a pena investir neste maquinário e ter ganho
com isso. Depende da negociação com
a usina.
CANAVIEIROS: Como o senhor vê
o desenvolvimento das cooperativas
de crédito paulistas em relação ao resto do Brasil? E em relação ao mundo?
EDIVALDO DELGRANDE: As cooperativas de crédito estão se desenvolvendo e devem crescer ainda mais
em todo o país. Fica difícil fazer um comparativo porque não conheço a realidade dos outros estados. Mas, em relação ao resto do mundo, não só o
cooperativismo de crédito, mas todos
os outros ramos, ainda estão
engatinhando. O cooperativismo no
Brasil é muito jovem se comparado com
países da Europa, por exemplo. Acredito que, com o trabalho que a OCESP
vem fazendo, a tendência é de crescer
e se fortalecer porque existe espaço
para isso. Já está crescendo e pode
ganhar ainda mais espaço apoiado, é
claro, pela aprovação da lei de apoio
ao cooperativismo sob a batuta do deputado Arnaldo Jardim. Esses fatores
me fazem acreditar que o cooperativismo paulista vai crescer a passos
largos em todos os ramos, ajudando

no desenvolvimento das comunidades
com responsabilidade social.
CANAVIEIROS: Qual é o grande
objetivo político das cooperativas de
crédito rural?
EDIVALDO DEL GRANDE: A
cooperativa de crédito rural sempre será
um complemento da ação do governo.
Uma coisa não se sobrepõe à outra.
Mas uma coisa é certa: em nenhum país
a agricultura pode ser forte se não tiver
apoio governamental. O que estamos
buscando em todos os ramos é nos
organizar para cada vez estarmos mais
independentes neste processo.
CANAVIEIROS: Faça um balanço
sobre a gestão do Roberto Rodrigues
a frente do ministério da agricultura?
EDIVALDO DELGRANDE:
Roberto Rodrigues foi um grande
ministro, que conhecia e conhece todos os problemas do agribusiness e
também tinha clara noção das dificuldades internas do governo federal de
entender o que é o agribusiness. Por
tudo isso, ele acabou pedindo demissão e se afastou do cargo, o que é uma
grande perda para todos. Mas, ao mesmo tempo, se eu estivesse no lugar
dele, com certeza não ficaria tanto tempo. Até, porque, o mesmo estava tentando, lutando, brigando para que as
coisas se acertassem não conseguindo fazer o que havia proposto e saiu
com sua imagem arranhada. O governo
ficou, por muito tempo, usando, enganando, ultrajando e denegrindo a imagem deste grande cooperativista, que
continua sendo um grande líder da agricultura nacional. Por mais que ele tenha lutado para preservar a agricultura
nacional, seu esforço não foi reconhecido nem pelo governo nem pelos agricultores. Muitas pessoas não entenderam ou não querem entender a importância do Roberto como ministro.
Com certeza, ele foi uma grande figura
e, se hoje a situação está ruim, sem ele
estaria pior e teríamos ainda mais problemas.

EDIVALDO DEL GRANDE: O
novo ministro, Guedes, é um homem
técnico e de grande vivência no
agronegócio. Uma pessoa que já me
atendeu muito bem quando eu precisei
e ele era presidente da CONAB. Ao
contrário do que foi divulgado sobre
ser um homem muito ligado ao MST,
acredito que, acima de tudo, ele é um
profissional que entende da agricultura de um modo geral. Até, porque, não
dá para conceber a existência de duas
pastas distintas – desenvolvimento
agrário e MAPA - que separa a agricultura dos grandes produtores, da agricultura constituída pelos pequenos.
Temos que dar igual atenção ao pequeno, ao médio e ao grande porque só
assim damos chance do pequeno se
tornar um médio produtor, do médio
prosperar e do grande continuar produzindo. Esta, aliás, é a graça do capitalismo. Se esta corrente se quebrar, nos
transformamos em socialismo, o que
significa a falência do estado como
gestor deste processo. Foi o que aconteceu nos países socialistas, onde os
produtores perderam o incentivo para
continuar produzindo. Por tudo isso,
acredito no Guedes como um homem
sério e comprometido com a agricultura nacional. Tenho certeza que, mesmo
no curto período de tempo que ele dispõe, deverá dar continuidade às ações
do seu antecessor. E o pouco que ele
conseguir conquistar já será um grande feito.
Foto: Divulgação Ocesp

CANAVIEIROS: A grande preocupação dos pequenos e médios produtores de cana do estado de São Paulo é
a lei que prevê o fim da queima da palha da cana, porque isso vai fazer com
que eles tenham que aderir a colheita
mecanizada tendo em vista o grande
investimento necessário para essa
nova prática, fora da realidade desses
empresários rurais, existem três caminhos: a formação de condomínios rurais, a prestação desse serviço pelas
cooperativas ou a terceirização para
usinas ou empresas especializadas.
Qual é a saída na sua opinião?

CANAVIEIROS: Quais são suas
expectativas a respeito do novo ministro (Luis Carlos Guedes Pinto)?
Revista Canavieiros - Julho de 2006

07
Ponto de Vista

A saída
do Ministro

O

ministro Roberto Rodrigues agüentou o
quanto pôde. Ele que durante a Agrishow
Ribeirão Preto já havia avisado que não permaneceria num eventual segundo mandato de
Lula, anunciou sua saída quando menos se
esperava. Depois de três anos e meio à frente
do Ministério da Agricultura, pediu demissão
e alegou que sua missão já estava cumprida.
Saiu do governo sem dizer muito, sem reclamações nem críticas.

agropecuária nos Estados como condição de
manter o Brasil na liderança das exportações
mundiais de carne bovina. Mesmo assim, parte do Orçamento do Ministério da Agricultura
foi congelado e deu no que deu: casos da doença no Mato Grosso do Sul e no Paraná e o
Brasil ainda hoje sofre o embargo de 58 países
à carne bovina, com reflexo nas exportações e
demissões no setor.

Neste ano, a situação se repete. A crise ainda não passou e o orçamento do ministério
também foi congelado. Mesmo com boas intenções e conhecimento de causa, sem recursos muito pouco pode ser realizado. Talvez por
isso o ministro Roberto Rodrigues tenha dito
que havia feito o que poderia fazer. E, assim, o
governo Lula perde um de seus
mais importantes quadros e o
setor produtivo seu fiel defensor e representante no governo.
Uma baixa considerável em um
momento importante e que tem
um significado triste para nós,
nação de recursos para contornar a crise, seja no entendimento que a equipe econômica do
Para a equipe econômica do
governo tem sobre a importânManoel Carlos de Azevedo
governo, não há crise se a bacia do agronegócio para a ecoOrtolan*
lança comercial segue crescennomia do país e para a geração
do e o saldo entre importação e exportação é de empregos e renda.
positivo. É um olhar raso, simplista e superficial sobre a crise no setor por não levar em conRoberto Rodrigues que se auto-intitulou o
sideração se a participação do agronegócio nas “ministro da crise” foi sim um incansável guerexportações está em queda, se o produtor está reiro. É fácil ser comandante em águas claras e
endividado e se o país vai plantar e colher me- tranqüilas. E nós, pequenos e médios produnos nas próximas safras. Agronegócio para a tores de cana, temos muito a agradecer ao miequipe econômica é negócio de grandes em- nistro pelo apoio, pelo estímulo e pelos muitos
presários, que não precisam da ajuda do go- caminhos que nos apontou. O agronegócio
verno, e se esquecem dos pequenos e médios deve muito a Roberto Rodrigues e espera que
produtores que são a maioria e que estão em seu sucessor, Luís Carlos Guedes Pinto, seu
todas as partes do país.
amigo de mais de quarenta anos e então secretário-executivo do ministério encontre condiO ressurgimento da febre aftosa no país foi ções para dar continuidade ao trabalho iniciaoutro exemplo dessa falta de compreensão. O do e à parceria que sempre existiu entre o exministro Roberto Rodrigues já havia alertado o ministro e o setor.
governo sobre a necessidade de se aumentar
os recursos para as ações de defesa
No entanto, pelo estreito comprometimento que sempre teve com o setor produtivo, as
poucas palavras de Roberto Rodrigues podem
nos dizer muito. Revelam, por exemplo, que o
descompasso entre o Ministério da Agricultura e a área econômica do governo chegou a um
ponto crítico. Quem não se lembra das queixas públicas do ministro em relação à falta de entendimento de parte do governo
sobre o peso do agronegócio na
economia do país e a necessidade de ações imediatas para amenizar os efeitos da pior crise dos
últimos anos.

*presidente da Canaoeste
(Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo)

08

Revista Canavieiros - Julho de 2006
Revista Canaplanta - Julho de 2006

09
Notícias
Copercana

O II Agronegócios
Copercana
supera expectativas
e alavanca R$ 60 milhões
Carla Rossini

O II Agronegócios Copercana reuniu 30 expositores e recebeu a visita de
aproximadamente três mil cooperados

O

bom momento pelo qual atravessa o setor sucroalcooleiro contagiou os produtores rurais interessados
em realizar bons negócios para aumentar a produtividade nas lavouras. Assim foi o II Agronegócios Copercana,
realizado de 28 a 30 de junho no Clube
de Campo Vale do Sol em Sertãozinho.
O cenário favorável fez com que o volume de vendas ultrapassasse a meta
prevista de R$ 40 milhões, fazendo com
que a feira gerasse negócios na ordem
de R$ 60 milhões.
Cerca de três mil cooperados do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred
estiveram visitando a feira que contou
com 30 expositores. As principais em-

presas de agroquímicos e equipamentos estiveram presentes garantindo
proximidade e estreitando relacionamentos com um público seleto de produtores rurais.
Os destaques da feira foram à
comercialização de 51 mil toneladas de
adubo e a expectativa ultrapassada na
venda de defensivos agrícolas. “Superamos nossas expectativas. A feira foi
um sucesso”, disse o gerente de
comercialização Frederico José
Dalmaso.
Segundo Frederico, as parcerias firmadas com os expositores e a participação dos cooperados alavancaram os

Balcão de Negócios.

10

Revista Canavieiros - Julho de 2006

negócios e ajudaram a Copercana a atingir suas metas. “Os bons preços praticados pela Copercana ajudam os produtores cooperados a obterem um custo de produção menor aumentando sua
rentabilidade”, afirmou Frederico.
O presidente da Copercana, Cocred
e também do II Agronegócios
Copercana, Antonio Eduardo Tonielo
também está satisfeito com os resultados da feira. “A feira surpreendeu e
conseguimos superar os números estimados antes do evento. Acredito que
todos os cooperados tenham conseguido realizar bons negócios, com preços, prazos e juros acessíveis. O que
importa é a satisfação dos nossos cooperados”, finalizou Tonielo.

Antonio Eduardo Tonielo, presidente da
Copercana, Cocred e do II Agronegócios
Copercana.
Notícias
Copercana

Cooperados de toda
região prestigiaram o evento.

R$ 60 milhões foram alavancados em
volume de negócios.

O prefeito de Sertãozinho, José Alberto Gimenez, que também é cooperado, visitou a
feira no dia 28. Na foto, o prefeito está ladeado por Antonio Tonielo e Pedro E. Bighetti.

Frederico José Dalmaso e Paulo Calixto,
gerentes de comercialização e financeiro
da Copercana respectivamente.

Aproximadamente 3 mil cooperados
estiveram na feira.
Revista Canavieiros - Julho de 2006

11
Notícias
Canaoeste

O Produtor

e a distribuição de renda
Cristiane Barão

Em seminário sobre o crescimento do setor realizado em Rio Preto, Manoel Ortolan
destacou a importância do fornecedor independente

O

presidente da Orplana e da
Canaoeste, Manoel Carlos de Azevedo Ortolan, foi palestrante no seminário sobre o crescimento da cana-deaçúcar na região noroeste paulista, realizado no dia 26 de junho, em São José
do Rio Preto, e que reuniu produtores,
industriais, profissionais e especialistas do setor.
Ortolan falou sobre a “importância
do fornecedor independente no desenvolvimento da cadeia sucroalcooleira”
e destacou o papel do produtor de cana
no processo de distribuição de renda.
“O produtor acaba descentralizando a
compra de insumos, equipamentos, privilegiando o comércio local e o aquecimento da economia regional. Assim,
quanto maior o número de produtores
independentes, maior será a distribuição de renda”, afirmou.
A Orplana representa 12.600 pequenos, médios e grandes produtores ligados a 22 associações de diferentes
regiões de São Paulo e Minas Gerais,
entre elas a Canaoeste. No ano passado, foram responsáveis pela produção
de 25% da cana processada pela indús-

tria paulista e cultivam uma área de 760
mil hectares. Noventa por cento deles
entregam até 10 mil toneladas.
De acordo com Ortolan, na região
noroeste paulista, onde a área com cana
deve somar mais 1,2 milhão de hectares até 2010, 400 mil hectares podem
ser cultivados por fornecedores inde-

DA ESQUERDA PARA DIREITA:
Rodrigo Zobaran - coordenador do Núcleo da Cadeia da Cana da ACIRP, Álvaro Luiz Estrella coordenador do Núcleo da Cadeia da Carne da ACIRP, Márcio Sansão - secretário municipal
do Desenvolvimento Econômico de Rio Preto e vice-presidente da ACIRP, deputado federal
Mendes Thame e Orlando Bolçone - secretario municipal de Planejamento de Rio Preto

12

Revista Canavieiros - Julho de 2006

pendentes. Segundo ele, a Orplana tem
realizado encontro com os produtores
para estimular a participação dos fornecedores independentes, divulgando
as vantagens da atividade e as perspectivas para o setor. “O processo de
expansão do setor já está acontecendo
e é importante que os produtores de
cana também participem. É o momento
de crescer”, afirmou.
O evento foi promovido pela Associação Comercial e Industrial de Rio
Preto em conjunto com a prefeitura e
também contou com as participações
do prefeito de São José do Rio Preto,
Edinho Araújo, secretários municipais,
do deputado federal Antonio Carlos
Mendes Thame, do presidente da
Aplacana (Associação dos Plantadores
de Cana de Monte Aprazível), João
Thomaz Leal Pimenta, além de André
Elias Neto, do CTC (Centro de
Tecnologia Canavieira), Antônio César
Salibe, diretor-executivo da Udop (Usinas e Destilarias do Oeste Paulista) e
Jorge Petribu, diretor do grupo Petribu.
Notícias
Canaoeste

Hospital Netto Campello
inaugura
Centro de Terapia Intensiva
Carla Rossini

O hospital passa a oferecer serviços de UTI adulta, pediátrica
e neo-natal

N

o último dia 7 de julho o Hospital
Netto Campello inaugurou o seu
Centro de Terapia Intensiva. De agora
em diante os pacientes do Netto
Campello que necessitarem de tratamento intensivo poderão contar com
UTIs neo-natal, pediátrica e adulto. A
nova área do hospital ocupa 780 m2 e
possui tudo o que há de mais moderno
na área de saúde intensiva.
Participaram da cerimônia de inauguração diretores da Canaoeste e do
Hospital Netto Campello, médicos que
compõem o corpo clínico e funcionários, o vice-prefeito de Sertãozinho,
Nério Garcia da Costa, representantes
da Sermed e Unimed, empresas parceiras do Netto Campello, entre outras
autoridades.
Segundo o presidente da Sermed,
Dr. Walfrido Ismael Assan, a diretoria
da Canaoeste deu um passo à frente
com a construção da UTI. “A
Canaoeste está de parabéns pela iniciativa em construir essa UTI, que é uma
das melhores do interior paulista. Muitos municípios tem problemas crônicos
na área de saúde por não possuírem
uma UTI”, declarou.
Além do Centro de Terapia Intensiva também foi construído um novo centro de esterilização totalmente adequado às normas exigidas pela ANVISA
(Agência Nacional de Vigilância Sani-

tária) e está em andamento as obras
para de uma nova sala de recuperação
pós-cirurgia com berçário que dará suporte à maternidade.
A ampliação exigiu a contratação de
25 novos funcionários, que foram treinados e capacitados para garantir o
atendimento ao paciente.
Durante o seu discurso de inauguração, o presidente da Canaoeste e do
Hospital Netto Campello, Manoel
Ortolan, lembrou da importância que
esse hospital tem para Sertãozinho.
“Não posso deixar de recordar um pouco da história desse hospital que há 51
anos vem beneficiando a população de
Sertãozinho e região. O Hospital Netto
Campello que nasceu em 1.955 é uma
obra da Canaoeste. Ele nasceu graças
à visão futurista de alguns de nossos
diretores da época, que se anteciparam
aos acontecimentos e deram vida ao
Netto Campello”.

Unidade
de Terapia
Intensiva
UTI

A

Unidade de Terapia Intensiva é um
local em que o paciente tem suas funções vitais monitorizadas durante todo o
tempo, possibilitando corrigir imediatamente possíveis alterações.

Dr. Paulo Afonseca, diretor técnico do
Netto Campello, durante seu discurso.

UTI
Adulta

UTI
Neo-Natal
Dois tipos de pacientes utilizam a UTI.
Aqueles que tem programado uma cirurgia
de alta complexidade no que se refere ao
ato cirúrgico propriamente dito ou que tem
uma doença de base que pode requerer cuidados mais intensos no pós-operatório.
O outro tipo de paciente que utiliza a
UTI é aquele que no decorrer de sua evolução, apresenta uma emergência como, por
exemplo, uma insuficiência respiratória ou
um estado de choque, isto é, uma falência
do sistema cardiovascular.
Revista Canavieiros - Julho de 2006

13
Foto: Agência Brasil

Notícias
Canaoeste

Guedes

é o novo
Ministro da Agricultura
Carla Rossini

N

a tarde do dia 03 de julho, o presidente da Canaoeste, Manoel
Ortolan participou da cerimônia de posse do novo ministro da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, Luís Carlos
Guedes Pinto que aconteceu no Palácio do Planalto, em Brasília. Em seu discurso, o novo ministro afirmou que
manterá como prioridades da sua gestão algumas metas definidas por seu
antecessor Roberto Rodrigues. Entre
elas, destacou o setor de agroenergia,
prometendo consolidar a implantação
do Centro Nacional de Agroenergia,
recém criado pela Embrapa.
“Há um vasto campo de pesquisa
para melhorar os índices de produtividade, tanto no processo de produção
agrícola, quanto industrial para o álcool e o biodiesel. Por outro lado é preciso aperfeiçoar os mecanismos de
integração das diversas instituições
públicas e privadas envolvidas neste
programa que podem contribuir decisivamente para a geração de renda e emprego no país”, explicou Guedes.
Ele destacou também que a defesa
sanitária, animal e vegetal, será objeto
de permanente preocupação do ministério, considerando-a “condição essencial para a manutenção, consolidação
e ampliação de nossa posição de grande exportador”.Para Guedes a melhoria
da promoção comercial dos produtos

agropecuários brasileiros depende de
um planejamento estratégico com a “indispensável participação do setor privado”. Segundo o ministro, além de
grande exportador, o Brasil precisa se
preocupar com a qualidade dos produtos que exporta, incorporando valores
e garantindo mercados.
O novo ministro prometeu também
aprofundar estudos para reduzir as oscilações inerentes à produção
agropecuária e lembrou que os instrumentos e mecanismos do seguro agrícola e dos títulos relacionados ao mercado futuro dos produtos agrícolas já
foram estabelecidos pelo ministro
Roberto Rodrigues. “Trata-se agora de
caminhar na direção do aprimoramento
e da consolidação desse processo”
Guedes enfatizou ainda a necessidade de reduzir o desequilíbrio na relação entre produtores e processadores
de produtos agropecuários, buscandose uma distribuição mais eqüitativa da
riqueza do setor. O novo ministro finalizou afirmando que, a exemplo de
Rodrigues, manterá as portas do Mapa
abertas a todos. “O diálogo franco e
leal é tônica da qual não abriremos mão.
Estou seguro que, quando não há préjuízos e pré-conceitos e se busca o interesse nacional, sempre é possível
encontrar a melhor solução para os
destinos do país”.

Luís Carlos
Guedes Pinto
foi secretário de
Agricultura do
Estado de São
Paulo

O

engenheiro agrônomo e professor da
Unicamp, Luís Carlos Guedes Pinto,
é o novo ministro da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento. Nascido em Vera Cruz,
interior paulista, Guedes já foi presidente
da Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab), secretário da Agricultura do Estado de São Paulo e diretor da Companhia
de Entrepostos e Armazéns Gerais de São
Paulo (Ceagesp).
Conforme informações do Ministério
da Agricultura, antes de assumir o novo
posto, Guedes foi secretário-executivo na
gestão do ex-ministro Roberto Rodrigues.
No Governo Federal, também participou
do processo de implantação da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), da qual foi assessor e chefe do
Gabinete da Presidência. Desempenhou
ainda a presidência do Conselho de Administração da Ceasa Campinas.
No setor não-governamental, o professor Guedes Pinto participou da direção de
diversas organizações, sendo presidente da
Associação Brasileira de Reforma Agrária
e da Associação de Docentes da Universidade de Campinas.
Formado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade
de São Paulo (1965), doutorou-se pela mesma Universidade, em 1973 e, em 1991, fez
pós-doutorado na Universidade de Córdoba, na Espanha.

Ismael Perina Júnior (presidente Socicana); Luis Carlos Guedes Pinto (Ministro
da Agricultura) e Manoel Ortolan (presidente Canaoeste e Orplana).

14

Revista Canavieiros - Julho de 2006

Além de professor da Unicamp, desde
1983, foi chefe do Departamento de Política e História Econômica e pró-reitor de
Desenvolvimento Universitário. Lecionou
também na PUC Campinas e na Universidade de Brasília (UnB).
Consecana

Notícias
Canaoeste

Conselho dos Produtores de Cana, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

CIRCULAR Nº 05/06
DATA: 30 de junho de 2006
A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante
o mês de JUNHO de 2006. O preço médio do kg de ATR para o mês de JUNHO é de R$ 0,3865.
Os preços levantados pela ESALQ/CEPEA de faturamento do açúcar e do álcool, anidro e hidratado, destinados aos
mercados interno e externo, nos meses
de MAIO e JUNHO e acumulados até
junho, são apresentados ao lado:
Os preços do Açúcar de Mercado
Interno (AMI) e os do álcool anidro e
hidratado destinado à industria (AAI e
AHI), incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (AMEBco e AMEVHP) e do álcool anidro
e hidratado, carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD).
Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de MAIO e JUNHO e acumulados
até JUNHO, calculados com base nas informações contidas na Circular 03/05, são os seguintes:
Notícias
Cocred

Atendimento:
Um diferencial da Cocred
Marino Guerra

Com a certificação ISO 9001 a diretoria e administração da Cocred mostram sua preocupação em
sempre melhorar o atendimento aos seus cooperados.

U

m dos assuntos mais importantes
abordados pelos grandes estudiosos da administração de empresas
é a forma de como a instituição deve
lidar com o seu cliente, ou seja, para se
construir uma empresa de sucesso é
preciso atender bem os seus consumidores.
Quando decidiu implantar o processo de certificação da qualidade ISO
9001, a diretoria da Cocred já tinha noção dessa nova necessidade de sobrevivência no mercado, levando-a a buscar a melhoria dos processos internos
a fim de garantir um atendimento de
primeira aos seus cooperados.
Mas não foi apenas a busca pelo
certificado exclusivo (é a única cooperativa de crédito rural que possui esse

certificado) que fez a Cocred ganhar
fama de parceiro do produtor rural no
campo. Todas as diretorias da Cocred
sempre se preocuparam em estar ao lado
do cooperado, o reflexo disso é que
hoje a cooperativa conta com nove
agências (Sertãozinho, Pitangueiras,
Cravinhos, Pontal, Serrana, Morro Agudo, Barretos, Batatais e Severínia), e
ainda projeta para o final do ano a inauguração de mais três pontos de atendimento ao cooperado.
Para o gerente-geral da Cocred,
Márcio Meloni, o bom atendimento aos
clientes é tratado com a mesma importância das operações financeiras feitas
pela instituição.
“Hoje o produtor rural não vai
procurar um financiamento ou fazer

um investimento em uma instituição
financeira que não se preocupa em
criar produtos e serviços adequados
com sua realidade. Lógico que a solidez de uma cooperativa de crédito é
de suma importância, mas é preciso
pensar cada vez mais em soluções rápidas e facilitadas para o problema
dos cooperados, e 90% disso está relacionado com o bom atendimento”,
diz Meloni.
Quem concorda com a opinião do
gerente-geral da Cocred é o cooperado
de Sertãozinho, Mário José Lopes, que
ressalta a melhoria do atendimento devido à agilidade que os gerentes das
agências conseguem resolver seus problemas.
“Sou cliente da Cocred há oito
anos e pude perceber uma grande evolução no atendimento em decorrência
da liberdade que a diretoria deu para
que os gerentes pudessem direcionar
nossos problemas e com isso resolvelos de maneira muito mais rápida e
eficaz” afirma Mário Lopes.
O cooperado de Batatais Mário Sérgio Monteiro Baggio ressalta entre
outras qualidades do atendimento da
Cocred a preocupação de todos os profissionais da agência em atender da
melhor maneira possível as necessidades dos clientes.

O gerente da agência de Sertãozinho Rogério Moisés ao lado do
cooperado Mário Lopes.

16

Revista Canavieiros - Julho de 2006

“A participação da gerência, inclusive nas lavouras, acompanhando
o cooperado ao lado do agrônomo da
Copercana é uma característica rara
em se tratando de uma instituição financeira. Na Cocred, do guarda ao
gerente, todo mundo luta para atender bem”.
O Sr. Mário Baggio também lembrou
Notícias
Cocred
do trabalho desenvolvido pelo atual
presidente da entidade, Antonio Eduardo Tonielo.
“Sempre fui fã da Copercana e
Cocred, sou um entusiasta da organização. Acho que ela tem na figura de
seu presidente um exemplo de empresário bem-sucedido e ele consegue
transpor isso dentro das cooperativas”.

O gerente da
agência de
Batatais
César
Henrique de
Sousa ao
lado do
cooperado
Mário
Baggio.

Ele ainda falou da importante decisão da Cocred em estar mais próxima
de seus clientes através da abertura de
novas agências.
“A Cocred sempre teve como característica o bom-atendimento, só
que havia o problema da distância,
pois os produtores de Batatais tinham
que se locomover até Sertãozinho. Ao
abrir a agência aqui, a diretoria conseguiu melhorar aquilo que já era
bom, mantendo o mesmo atendimento
de qualidade de Sertãozinho, só que
agora ao lado de casa”.
Já o cooperado do município de
Serrana, Otávio de Freitas Tavares, lembra do atendimento personalizado que
a Cocred realiza.
“Eu e meu pai estamos muito satisfeitos com os serviços oferecidos
pela Cocred, uma vez que este está em
constante evolução. Além do que recebemos um atendimento muito personalizado”, finaliza Otávio.

O gerente da agência de Serrana Mauricio Roberto Rodrigues, ao
lado do cooperado Otávio de Freitas Tavares.

Cocred

trabalha na
abertura de
novas agências

E

m breve os cooperados da Cocred
dos municípios de Cajuru e
Viradouro, também poderão contar com
todo o atendimento de qualidade, isso
porque, as instalações das agências
estão em processo final, podendo ser

inauguradas em breve.
Levar em conta que há diversos
produtores rurais no qual atuam basicamente nas culturas de cana-de-açúcar e sementes brachiaria foi o motivo
que a direção da Cocred encontrou
para montar uma agência na cidade de
Cajuru. A Cocred mais uma vez cumpre
com um importante papel dentro do
cooperativismo, pois outra característica da cidade é a grande quantidade

de pequenos e médios produtores rurais que nem sempre conseguem o financiamento necessário para continuar no campo.
Já Viradouro aguarda há muito tempo a abertura de uma agência da
Cocred, pois só falta a cooperativa de
crédito para que os produtores rurais
daquele município possam gozar de
todas as vantagens do sistema
Copercana/Canaoeste/Cocred.
Revista Canavieiros - Julho de 2006

17
Notícias
Cocred

Balancete
Mensal
Maio de 2006
Ed01jul07
Reportagem de Capa

Carla Rossini
S

ão supermercados, postos de combustíveis, lojas de fer
ragens e magazine, unidade de armazenamento de grãos,
corretora de seguros, banco, assistência técnica, jurídica,
médica, odontológica. Tudo em um só lugar e à disposição
dos cooperados do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred.
“Quando saio de casa para ir a Copercana, sei que vou
resolver vários assuntos de uma só vez. Isso facilita a nossa
vida”, afirma o cooperado Ângelo Roberto Bachega, produtor de cana-de-açúcar, soja e amendoim.
E esse sistema que busca simplificar as atividades ligadas à produção e ao dia-a-dia dos cooperados começou a
ser construído há mais de 60 anos e hoje a Copercana, a
Canaoeste e a Cocred são consideradas modelos de
cooperativismo e associativismo rural e servem de referência não apenas para o Brasil, mas para o mundo.
“Atualmente o sistema tem um quadro de aproximadamente cinco mil associados e cooperados, que fazem delas
instituições sólidas, de excelência nos serviços prestados e
que crescem junto com a comunidade de Sertãozinho. É uma
demonstração de pujança e seriedade, que busca a permanente evolução tecnológica do agronegócio brasileiro”, afirma o presidente das cooperativas, Toninho Tonielo.
O sistema começou a se configurar com a fundação da
Canaoeste, em 1945. “A Canaoeste sempre fez a representação política dos seus associados perante órgãos públicos e
privados”, diz o seu atual presidente Manoel Carlos de Azevedo Ortolan que também preside a Orplana (Organização
dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil).
No entanto, era necessário ampliar o suporte aos produtores de cana. Assim, a Cooperativa dos Plantadores de Cana
do Oeste do Estado de São Paulo - Copercana, fundada em
19 de maio de 1963, surgiu com a finalidade de unir os agricultores da região para promover a defesa de seus interesses econômicos.
Com base na colaboração recíproca, desde a sua fundação, o objetivo principal era desenvolver o estímulo de seus
cooperados, através do fornecimento de produtos
agropecuários, das vendas em comum da sua produção e da
prestação de serviços agrícolas. A história do sucesso e do
crescimento da cooperativa se confunde com a personalidade e o caráter do atual presidente, Antonio Eduardo Tonielo,
que está sempre estimulando os colaboradores e fornecedores.
Em 27 de julho de 1969 foi fundada a Cocred – Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho.
Também presidida por Antonio Eduardo Tonielo, a Cocred
surgiu para viabilizar o cumprimento da Lei 4.870/1965, que
tratava das taxas de financiamento, assistência e
associativismo que o fornecedor de cana recolhia, via usinas, para o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA). A pequena cooperativa foi crescendo, se tornou parte da vida dos
cooperados e hoje, é a primeira cooperativa de crédito do
Brasil a obter o selo de qualidade ISO 9001.
Reportagem de Capa
“O sistema oferece o suporte que
precisamos para trabalhar”, afirmam os
primos Ângelo Roberto Bachega e
Marcelo Rodrigo Baccega (leia o texto
Tradição Familiar)

Suporte
e estabilidade
ao produtor

O

sistema Copercana, Canaoeste e
Cocred é um suporte fundamental para o sucesso da atividade produtiva, na opinião dos cooperados. E está
sempre perto do produtor, já que possui filiais em Cravinhos, Serrana,
Batatais, Pontal, Pitangueiras,
Viradouro, Barretos, Morro Agudo,
Severínia, Terra Roxa e Uberaba.
Formado em Economia pela FAAP
(Fundação Armando Álvares Penteado), o cooperado Aguinaldo de
Almeida Prado, de Jardinópolis, enxerga a Copercana como uma extensão do
seu trabalho. “Costumo dizer que a
Copercana existe para facilitar o meu
trabalho. Quando eu preciso comprar
alguma coisa, ou mesmo na parte de
assistência técnica e não posso sair do
escritório, ligo na Copercana e sou
atendido na hora”, afirma.
Aguinaldo conta que sua família
planta cana-de-açúcar há 25 anos e soja
como cultura de rotação. “Tudo começou com meu irmão Aluízio, um dos fundadores da Usina Jardest, que abriu
espaço para eu começar a trabalhar com

cana e de lá para cá tomei gosto por
essa cultura”, diz o economista.
Aguinaldo trabalha na administração das propriedades da família, em
Jardinópolis e Andradina. Além da cana,
os irmãos Aguinaldo e Aluízio estão na
pecuária e avicultura. No total, os dois
cultivam 770 alqueires. Na última safra,
eles entregaram 150 mil toneladas de
cana.
O produtor acredita nas boas perspectivas para o setor. “A cana é um ótimo negócio para o Brasil e para quem
consegue trabalhar com volume. É garantia de boa renda nesse momento que
vive o setor”, finaliza.

Tradição
Familiar

entregaram os pontos – a primeira crise foi em 1964/65, por causa da seca e,
a segunda, em 1998/2000, quando houve a desregulamentação do setor e excesso de produção e estoques.
A preocupação dos Bachega é voltada, agora, à expansão desordenada
dos plantios, por causa do bom momento conjuntural do setor canavieiro. “A expansão que estamos vivendo
atualmente na região oeste de São Paulo precisa ser planejada, pois existem
muitos aventureiros que não conhecem
o setor e começam a plantar cana tendo em vista o bom momento pelo qual
atravessa a cana”, diz Ângelo. “Mesmo com os bons preços atuais, a negociação com as usinas é complicada e
depende muito de mercado em cada momento”.

A

família Bachega é um exemplo de
pequenos produtores que persistem no plantio de cana e ainda procuram terras para arrendar. Com a experiência acumulada desde a década de
60, quando a família começou a plantar
cana e, com a assistência oferecida pela
Canaoeste e Copercana, a produtividade é excelente e alcança 90 toneladas
por hectare (a média levantada pela
Orplana é de 80 toneladas/hectare).

Quando questionados sobre a importância do sistema Copercana,
Canaoeste e Cocred os dois respondem juntos: “é o suporte que precisamos para trabalhar”. Marcelo se arrisca ainda mais. “O melhor banco que
existe é a Cocred. As facilidades e comodidades que você encontra na
Cocred acabam estimulando os cooperados a investirem cada vez mais. O retorno é excelente”, conclui.

Na safra passada, os primos Ângelo Roberto Bachega e Marcelo Rodrigo
Baccega (a diferença entre os sobrenomes é um erro de registro) plantaram
cana, soja, amendoim e milho em
Sertãozinho, Uberaba e Paulo de Faria
num total de 540 hectares. “A principal
cultura é a cana, as leguminosas são
apenas em rotação de cultura”, explica
Marcelo.

Tudo a favor
do Cooperado

A

Os primos fazem parte da quarta geração da família. “Meu avo, vindo da
Itália, começou a trabalhar como funcionário de fazendeiros aqui no Brasil.
Mas, graças a muito esforço, adquiriu
terras e distribuiu aos seus sete filhos”,
conta Ângelo.

Aguinaldo de Almeida Prado, cooperado e
produtor de cana-de-açúcar.

22

Revista Canavieiros - Julho de 2006

ntonio Eduardo Tonielo explica a
evolução ocorrida nestes anos de
existência e credita o sucesso a alguns
fatores. “Primeiro há de se destacar que
nós conhecemos bem e a fundo o nosso negócio. Depois, nós nos dedicamos inteiramente ao trabalho em defesa dos interesses dos nossos cooperados e associados. Nestes anos todos, é inegável que o patrimônio dos
nossos cooperados cresceu muito. E
só quem vive o negócio, como a
Copercana, a Canaoeste e a Cocred
estão vivendo, é que pode oferecer
sempre o melhor ao produtor.”

Apaixonados pela agricultura, eles
não sabem se as próximas gerações
darão continuidade ao negócio, mas
não desanimam. Nem quando o setor
passou por fases críticas os Bachega

Outra razão do sucesso se deve à
estrutura que é oferecida aos cooperados. “Aqui o cooperado sabe que sempre será valorizado na hora das vendas. Isto porque a nossa estrutura é
Reportagem de Capa
E por falar
em Sertãozinho...

N

ão é por acaso que Sertãozinho é
o maior pólo sucroalcooleiro do
mundo. A cidade concentra cinco usinas de açúcar e álcool, duas destilarias
e três engenhos de aguardente. A primeira vez que se ouviu falar em cana na
pequena Sertãozinho foi por volta de
1.900, quando os agricultores da região
cultivavam apenas café.

Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana
e Cocred. Tonielo também é proprietário de 3 usinas
de açúcar e álcool

diferente. Anualmente comercializamos
cerca de 50 mil toneladas de soja, 1,8
milhões de sacas de amendoim e 120
mil toneladas de calcário, entre outros
insumos”, finaliza Tonielo.

De lá para cá a cana parece ter invadido Sertãozinho. A cidade transformou-se no centro da região mais forte
e tradicional do Estado de São Paulo
que, por sua vez, é o maior produtor de
açúcar e álcool do mundo. Segundo a
Secretaria de Agricultura do Estado,
nesta safra serão produzidas 267 milhões de toneladas de cana.

Desse total, 25% estão nas mãos
de pequenos e médios produtores. De
acordo com a Orplana, são cerca de
12.600 plantadores de cana em diferentes regiões do Estado e que cultivam,
em média, 60 hectares. Noventa por
cento deles entregaram até 10 mil toneladas na safra passada.
É dentro deste perfil que se encaixam os cooperados do sistema
Copercana, Canaoeste e Cocred. A
Canaoeste é uma das mais importantes
associações de produtores do mundo
e, na safra passada, foi responsável por
5% de toda a cana produzida por fornecedores. Desempenho que se deve
ao suporte e à assistência oferecidos
ao produtor pelo sistema.

Vista da Praça 21 de Abril, na região central de Sertãozinho. A cidade
é considerada a capital do açúcar e do álcool.

Revista Canavieiros - Julho de 2006

23
Destaque

Virálcool 2
entra em operação
em Castilho
Cristiane Barão

Usina irá processar nesta safra 700 mil toneladas de cana;
disponibilidade de área para cana foi fator decisivo

O

setor sucroalcooleiro está em franca expansão na região noroeste
de São Paulo, conforme apontavam as
perspectivas. No último dia 24 entrou
em operação a usina Virálcool 2, em
Castilho, na divisa entre São Paulo e
Mato Grosso do Sul, e que irá moer já
nesta safra 700 mil toneladas de cana
com estimativa de processar 2,5 milhões
de toneladas em 2010.
A unidade de produção pertence
aos irmãos Toniello, Antonio Eduardo,
José Pedro, Renato e Waldemar, que
investiram cerca de R$ 160 milhões na
parte industrial e agrícola. De acordo
com o diretor do grupo, Antonio Eduar-

Região
é a nova fronteira

A

região noroeste paulista, considerada a última fronteira para a
cana no Estado, deverá abrigar 40 novas unidades de produção até 2010,

Virálcool 2,
unidade de Castilho.

24

Revista Canavieiros - Julho de 2006

Família Tonielo descerra a placa
inaugural da Virálcool 2

do Tonielo, nesta primeira safra a indústria deverá produzir cerca de 60 milhões de litros de álcool. A usina terá
50% de cana própria, cultivada em uma
área de 24 mil hectares, e o restante será
de fornecedores.

A Virálcool 2 irá gerar 1,1 mil empregos, número que será ampliado à medida em que a unidade aumentar sua produção. Até 2008, segundo o diretor do
grupo, a intenção é iniciar a produção
de açúcar.

De acordo com Antonio Tonielo, o
critério para a definição do local para a
instalação da Virálcool 2 foi a disponibilidade de área para o cultivo de cana.
“Na região de Ribeirão Preto, onde já
temos duas unidades de produção, não
há mais espaço para crescer e nesta
região é possível, num raio de 20 km,
colher até três milhões de toneladas”,
afirmou.

O Grupo Toniello foi fundado em
1965 e também é proprietário da usina
Virálcool, em Pitangueiras, e da Destilaria Santa Inês, em Sertãozinho, que
moem cerca de 2,8 milhões de toneladas. Quando a Virálcool 2 atingir sua
capacidade total de processamento, o
grupo irá processar 5,8 milhões de toneladas.

de acordo com levantamento da Udop
(União das Destilarias do Oeste
Paulista). Na safra 2004/05, as 61 usinas em funcionamento processaram
82,6 milhões de toneladas de cana e a
cultura ocupou 1,2 milhão de hectares
na região.
Para 2010, serão necessárias mais

80 milhões de toneladas e a estimativa
é que a área ocupada pela cana alcance
2,6 milhões de hectares. O crescimento
se dará sobre as áreas de pastagem com
baixa tecnologia. O número de cabeças
de gado por alqueire deverá crescer,
aumentando a eficiência na pecuária e
liberando áreas para a cana.
Destaque

Açúcar e álcool
puxam exportações
no semestre
Cristiane Barão

P

uxadas pelos embarques de açúcar
e álcool, papel e celulose, couros e
seus produtos, cereais, farinhas e preparações, as exportações do agronegócio totalizaram US$ 21,358 bilhões no
primeiro semestre deste ano. Esse valor é 5,7% acima do registrado em igual
período de 2005 e um recorde para os
períodos de janeiro a junho. O saldo
comercial do setor nos primeiros seis
meses de 2006 foi de US$ 18,375 bilhões.
A balança do agronegócio foi
divulgada pelo Ministério da Agricultura no último dia 5. Nos últimos 12
meses (julho de 2005 a junho de 2006),
as exportações do setor somaram US$
44,758 bilhões, com saldo de US$ 39,072
bilhões. Esse valor ficou 9,9% acima
dos US$ 40,720 bilhões registrados em
igual período anterior.
Os grupos que mais contribuíram
para as exportações do setor no primeiro semestre registraram os seguintes aumentos: açúcar e álcool mais
21,8% (de US$ 2 bilhões para US$ 2,5
bilhões); papel e celulose mais 17,7%
(de US$ 1,6 bilhão para US$ 1,9 bilhão);
couros e seus produtos mais 11,6% (de
US$ 1,48 bilhão para US$ 1,65 bilhão);
cereais, farinhas e preparações mais

59,7% (de US$ 197,9 milhões para US$
316 milhões).
No mês de junho, os produtos que
tiveram maior crescimento em valores
absolutos foram os seguintes: açúcar
e álcool, com mais 57,9%; papel e celulose, com 20,6%; couros e seus produtos, com 12,8%; e fumo e tabaco, com
7,1%.
Em São Paulo, de janeiro a junho, o
agronegócio paulista também apresentou exportações crescentes, alcançando US$ 6,01 bilhões (9,3%). As importações somaram US$ 1,89 bilhão
(13,2%), o que produziu um saldo comercial 7,6% maior que o de igual período do ano anterior, chegando a US$
4,12 bilhões.
Os índices de quantidade do comércio exterior do agronegócio mostram que, no Brasil, a
quantidade exportada recuou 4,7% no primeiro
semestre de 2006, quando comparada com a do
mesmo período de 2005.
Já no caso do Estado de
São Paulo, a queda foi

mais expressiva 12,2%. Entretanto, nos
índices de preços, os comportamentos
são inversos.
Subiram 9,9% em nível nacional,
patamar muito inferior aos 24,4% de
aumento verificados no âmbito de São
Paulo. Isto se deve basicamente aos
preços internacionais do setor
sucroalcooleiro, principalmente açúcar.
Os cinco principais agregados de
cadeias de produção nas exportações
do agronegócio paulista, no primeiro
semestre de 2006, foram: cana e
sacarídeas (US$ 1,75 bilhão), bovídeos
(US$ 1,23 bilhão); produtos florestais
(US$ 0,77 bilhão), frutas (US$ 0,71 bilhão) e bens de capital e insumos (US$
0,35 bilhão), que juntos perfazem 80,6%
das exportações setoriais paulistas.
Informações setoriais

Chuvas de Junho
e Prognósticos Climáticos

A

s chuvas do mês de junho de 2006, anotadas em vários postos meteorológicos na região de abrangência da
CANAOESTE, são apresentadas no quadro abaixo.

As chuvas de junho,
em todos os locais
acima, “ficou” abaixo
das médias históricas
e, até mesmo, aquém
das previsões, a
exemplo dos meses de
abril e maio.

Mapa 1:- Água Disponível no Solo no período de 15 a 18 de junho de 2006.

Engº
AGRÔNOMO
OSWALDO
ALONSO
Consultor
AgronômicoCANAOESTE

O mapa 1, acima, mostra que o índice de Água Disponível no Solo, no período
acima, encontrava-se como nível crítico em toda área canavieira do Estado de São
Paulo. Está sendo muito benéfico para a maturação, operações de colheita e
processamento de matérias primas mais ricas. Entretanto, na região de abrangência
da CANAOESTE, as últimas chuvas que foram anotadas até meados de abril e
muito pouco em maio e junho, causam preocupação aos produtores quanto às
soqueiras recém-colhidas / brotadas, que já apresentam ataques de elasmo e,
quanto aos plantios efetuados após meados de abril.

26

Revista Canavieiros - Julho de 2006
Informações setoriais
Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de junho de 2006.

C

om o fim de subsidiar em planejamentos de atividades futuras, o Departamento Técnico da
CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre
o Instituto Nacional de
Meteorologia-INMET e Instituto
Nacional de Pesquisas EspaciaisINPE, para os meses de julho e
agosto de 2006, como se seguem:

§ Embora as temperaturas à
Superfície do Oceano Pacífico
Equatorial se encontrem próximos
da neutralidade, ainda se nota efeito do fenômeno “La Niña”;
Mapa 3:- Água Disponível no Solo ao final de junho de 2005.

§ mesmo que de média/baixa confiabilidade, os prognósticos
de consenso INPE-INMET apontam que:
· Na Região Centro-Sul, as
temperaturas poderão ser próximas das médias históricas, com
grande variação ao longo deste
período. Não está descartada a
possibilidade de “entradas” de
massas polares (frias) mais intensas;
· as chuvas poderão “ficar”
próximas às precipitações históricas em toda Região Centro Sul.

Comparando-se os mapas 2 e 3, observa-se que, ao final de junho de 2005
(mapa 3), o índice de Água Disponível no Solo encontrava-se entre médio a bom
em todas as outras regiões canavieiras, com exceção de áreas críticas localizadas
no extremo Noroeste e região Central do Estado e nas regiões de Franca, São João
da Boa Vista, Sorocaba. Porém, ao final de junho deste ano (mapa 2), somente a
região Sudoeste e alguns pontos isolados do Estado de São Paulo apresentava
bom nível de umidade no solo, notando-se que o retrato climático é totalmente
diferente dos anos anteriores mais recentes, pois, desde o final deste abril, os
índices de Água Disponível no Solo mostravam-se aquém da média histórica em
quase todo Estado de São Paulo.

Com a finalidade de
exemplificar, tomando-se a região
de abrangência da CANAOESTE
e normais anotadas pelo Centro
Apta IAC - Ribeirão Preto, a chuvas poderão “ficar” ao redor de
20mm em cada um destes dois
próximos meses.

Revista Canavieiros - Julho de 2006

27
Legislação

Queima de Cana
Não cabe aos municípios
legislar sobre meio
ambiente

N

o último mês de Junho, o Tribunal
de Justiça de São Paulo, através
de seu Órgão Especial, decidiu na Ação
Direta de Inconstitucionalidade nº
125.132.0/4-00, ajuizada em desfavor de
uma lei do município de Americana-SP.
que proibia a queima da palha da cana
em seu território, que referida proibição feria princípios constitucionais, na
medida em que havia legislação federal
e estadual já regulando a matéria. No
âmbito federal o Decreto nº 2.991/98 e,
no âmbito estadual, a Lei nº 10.547/
2000, alterada pela Lei nº 11.241/2002,
que traçam um cronograma de eliminação gradativa.
De acordo com a referida decisão,
só pode legislar em matéria ambiental a
União, os Estados e o distrito Federal,

28

Revista Canavieiros - Julho de 2006

de forma concorrente, conforme estipulado expressamente no artigo 24,
da Constituição Federal, estando o
Município apto apenas a suplementar leis federais e/ou estaduais e não
às torná-la ineficaz.
Esta decisão, portanto, vai refletir
nas demais ações contra outras leis
municipais que vedam totalmente a
prática da queima controlada da canade-açúcar, agindo assim em total
descompasso com a legislação estadual, como ocorre nos municípios de
Ribeirão Preto-SP., Paulínea e Limeira, assim como mostrará aos legisladores municipais que a tentativa de
legislar nessa área, somente deverá
ocorrer se observado os parâmetros
da legislação estadual e federal existentes.

Juliano Bortoloti
Advogado da Canaoeste

Reserva
Florestal
Legal

F

oi publicado no dia 27 de
Junho de 2006, pelo então Governador Cláudio Lembo, o Decreto Estadual nº 50.889/2006, que regulamentou
no Estado de São Paulo a questão da
reserva florestal legal a ser averbada e
constituída em cada propriedade rural,
observando o mínimo de 20% em cada
imóvel. Referido dispositivo normativo
cria uma série de obrigações ao proprietário para a manutenção, recomposição e condução da regeneração natural ou compensação das áreas de reserva legal, dentro de um prazo máximo
de 30 (trinta) anos e que estão sendo
objeto de discussões por parte do setor produtivo, visando analisar os seus
impactos para uma tomada de posição.
Um reflexo imediato e prático deste
decreto é o caráter vinculativo que provoca nos órgãos públicos estaduais,
mormente os ambientais, que podem
exigir a averbação de reserva florestal
legal como condição de quaisquer outros licenciamentos de seu âmbito de
atuação, como por exemplo, construção de indústrias na área rural, intervenção em área de preservação permanente, corte de árvores isoladas, exploração de várzea, regularização de diques e represas, dentre outros. Se isso
ocorrer realmente, além de significar um
engessamento do setor produtivo, certamente estará se cometendo um abuso de interpretação legal, pois averbar
e constituir reserva florestal legal é, ao
nosso ver, condição de desmatamento
e, jamais, condição para quaisquer outros tipos de licenciamento ambiental,
pois, neste último caso, falta norma legal que assim expressamente determine.
Biblioteca
“GENERAL ÁLVARO
TAVARES CARMO”

Cultura

Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de
maneira didática, esclarecer
algumas dúvidas a respeito do
português
Outro dia ouvi de um cidadão:
...Futebol não é jogo de “PIMBOLIM”!!!

O

Dia Internacional do Cooperativismo, comemorado todo primeiro sábado de julho, foi instituído em
1923 pela Aliança Cooperativa Internacional com o intuito de demonstrar ao
mundo a solidariedade dos cooperativistas, a eficácia de sua organização como meio de emancipação econômica e a garantia de paz para todo o
mundo. Baseado nisso, a sugestão de
leitura para a primeira edição da Revista CANAVIEIROS é a obra de Diva
Benevides Pinho.
Fazendo uma análise dos fatos que
estão mudando o Cooperativismo brasileiro, no início do século XXI, a obra
destaca a substituição da unicidade
pela pluralidade de representação das
cooperativas, a emergência da economia cooperativa solidária, as alterações
introduzidas pelo novo Código Civil e,
no ramo crédito, a abertura do Banco
Central do Brasil ao microcredito cooperativo. O livro apresenta, na Parte I,
o Cooperativismo brasileiro a partir das
pré-cooperativas até às inovações do
Século XXI; e na Parte II, sob a forma
de verbetes, a Vertente Cooperativa
Pioneira, cujas raízes estão no final do
século XIX, mas que se consolida como
sistema a partir de 1970; e a nova Vertente de Economia Solidária, embasada
no crédito solidário como instrumento
de concessão de pequenos empréstimos, sem burocracia e sem formalidades, a empreendimentos populares de
pequeno porte, tendo em vista a
potencialidade do negócio e o caráter
do(s) empreendedor(es).
Os interessados em conhecer a obra
“O Cooperativismo no Brasil”, podem
procurar a Biblioteca da Canaoeste que fica
na Rua Augusto Zanini, nº 1461 em
Sertãozinho ou pelo telefone (16) 3946 3300
Ramal 2016.

Recordar é viver, frase caseira e famosa...
Quantos amigos leitores já não jogaram PEBOLIM !!!
Prezados amigos leitores,com certeza, futebol não é jogo de
PEBOLIM...(escrita correta).
“AOS DOMINGOS” reunimos a família para um grande almoço !!! Paz total...
Muito bem!!! Nada melhor do que termos a família reunida AOS DOMINGOS
em plena confraternização, sem brigas, discussões, mal-entendidos...
Dica útil: quando algo se repete, nos dias da semana, usamos o nome do dia
no plural, antes da preposição A.
Exemplos corretos: Aos sábados vamos à fazenda.(ação que se repete—dia da
semana no plural: sábados—preposição A+OS=AOS)
Às terças-feiras eles vão ao cinema.
Obs.: usar o acento grave(tópico gramatical—CRASE) antes das locuções
adverbiais femininas que indicam TEMPO, MODO e LUGAR.
Ex.: Às quartas-feiras almoçamos fora de casa.
(quarta-feira——locução adverbial de tempo)
Teimou “COM INSISTÊNCIA” e disse:
—Não vou à palestra. Ficarei na fazenda descansando...
Prezado amigo leitor, mesmo preferindo fazenda à palestra há redundância foi
nítida na frase...
Evite redundâncias na oralidade e na escrita.
Quem TEIMA já procede com INSISTÊNCIA!!!

CURIOSIDADE
“A vida é como jogar bola na parede:
Se for jogada uma bola azul, ela voltará azul;
Se for jogada uma bola verde, ela voltará verde;
Se a bola for jogada fraca, ela voltará fraca;
Se a bola for jogada com força, ela voltará com força.
Por isso, nunca jogue uma bola na vida de forma que
você não esteja pronto para recebê-la.
A vida não dá nem empresta; não se comove nem se
apieda.
Tudo o que ela faz é retribuir e transferir aquilo que
nós lhe oferecemos.”
ALBERT EINSTEIN

RENATA CARONE SBORGIA
Advogada
e Prof.ª de Português e Inglês
Mestra—USP/RP,
Especialista em Língua
Portuguesa, MBA em Direito e
Gestão Educacional,
Escreveu a Gramática
Português Sem Segredos
(Ed. Madras)
com Miriam M. Grisolia

Revista Canavieiros - Julho de 2006

29
Pragas e Doenças

Cigarrinha-das-Raízes
uma praga que pode
destruir 100% do CANAVIAL
Carla Rossini

A

colheita mecanizada e sem queima é uma realidade que cresce
cada vez mais no Brasil e, principalmente, no Estado de São Paulo. Até por
exigência da legislação que pretende
até 2.030 acabar com a queimada da
palha da cana-de-açúcar, a pratica da
colheita mecanizada vem aumentando.
Essa evolução é ótima, mas algumas
precauções devem ser tomadas.
Uma das observações já constatada com a colheita mecanizada é o aumento de pragas que podem afetar os
canaviais. O ataque de cigarrinha-dasraízes, por exemplo, tem ocasionado
prejuízos aos produtores canavieiros.
Cada vez mais freqüente e intensa, se
não for controlada, essa praga pode
destruir 100% dos canaviais alerta a
engenheira agrônoma e doutora em
nematologia e entomologia do Instituto Agronômico (IAC), Leila Luci
Dinardo Miranda. “Dependendo da
variedade e das populações de
cigarrinha, pode ocorrer perda total da
área, mas, geralmente, as reduções são
da ordem de 8 a 10% da produtividade
de açúcar para canaviais colhidos em
início de safra (abril-maio) e de 50% para
canaviais colhidos em final de safra
(novembro)”, explica a pesquisadora.
Os primeiros focos de cigarrinha no
estado de São Paulo foram encontrados em áreas de colheita de cana crua,
local onde a palha deixada no campo
favorece o crescimento populacional
porque propicia melhores condições de
umidade. Atualmente, a cigarrinha é
encontrada em altas populações no estado e causa problemas em áreas de
cana queimada e até de cana planta.
A cigarrinha-da-raízes é um inseto
sugador que ataca os canaviais em duas
fases. As ninfas sugam as raízes da
cana, extraindo grande quantidade de
água e nutrientes. Já os adultos sugam
a seiva e as folhas. A doutora Leila ex30

Revista Canavieiros - Julho de 2006

plica que tanto as ninfas quanto os
adultos, para sugar, injetam toxinas na
planta, causando necrose nos tecidos
foliares e radiculares. “Com o ataque
dessa praga o processo de fotossíntese
é reduzido e, como não ocorre a formação de açúcares nas folhas, não há
acúmulo nos colmos tornando-os menores, mais finos e curtos”, diz Leila.
Além da cana-de-açúcar, a
cigarrinha-das-raízes é freqüentemente
encontrada em diversos capins e gramas. Para identificar um canavial infestado é preciso observar se durante a
estação chuvosa, há presença de “espumas” no pé da cana, afirma a pesquisadora. “Essa “espuma” é produzida
pelas ninfas para proteção e é um sinal
de presença de cigarrinhas na lavoura”, alerta.
Em condições de ataque severo, os
colmos apresentam-se desnutridos e
desidratados, secando do topo para a
base, as folhas se tornam de início amareladas e posteriormente secas, causando a morte da planta. O canavial fica
completamente seco, com aspecto queimado. Segundo a Dr. Leila, “esses sintomas, que podem ser confundidos
com seca, podem aparecer mesmo durante a estação chuvosa”.
Para controlar a praga há métodos
bastante eficientes, porém não existe
prevenção. As recomendações, segundo a Dr. Leila, incluem levantamentos
populacionais, que devem iniciar cerca
de 15 a 20 dias depois das primeiras
chuvas da primavera, quando as ninfas
começam a eclodir dos ovos.
A recomendação do IAC para manejo de áreas com problemas de
cigarrinha é o uso do fungo
Metarhizium anisopliae em áreas com
pouca incidência de insetos. No entanto, se as populações estiverem muito
elevadas (superiores a 4 insetos por

metro quadrado em cana colhida a partir de agosto e maiores de 10 insetos
em cana colhida de abril a julho), a recomendação da Dr Leila é para que se
faça o uso de aplicações de inseticidas
químicos.

Ciclo de vida

da Cigarrinhadas-Raízes

A

Dr. Leila explica que os adultos
tem hábitos crepusculares, ou
seja, são mais ativos no final do dia.
Após acasalamento, as fêmeas
ovipositam na palhada e, principalmente, na superfície do solo próximas à base das touceiras. Uma fêmea
põe entre 310 a 380 ovos. Em condições de temperatura e umidade elevadas, as ninfas emergem os ovos
cerca de 15 a 20 dias após a postura,
dirigem-se às raízes, de onde sugam
grande volume da seiva. Essas
ninfas passam por cinco mudanças
de pele, num período de 30 a 45 dias,
e estão sempre envolvidas por uma
espuma densa, bastante característica, que as protegem da dissecação.
O ciclo evolutivo completo é de 45 a
60 dias. O nome vulgar, cigarrinhadas-raízes, está relacionado ao local
de alimentação e desenvolvimento
das ninfas, as raízes. Os insetos adultos medem aproximadamente 13mm
de comprimento por 6,5mm de largura. Os machos são avermelhados com
asas orladas de castanho escuro e
com uma faixa longitudinal da mesma cor. As fêmeas normalmente são
mais escuras, marrons avermelhadas,
com faixas das asas quase pretas.
Novas Tecnologias

Centro de Cana
inaugura Laboratório
Cristiane Barão

O

Centro Apta Cana, com sede em
Ribeirão Preto, inaugurou no início do mês o Laboratório de Biologia
Molecular Cana IAC, que irá acelerar o
processo para obtenção de novas variedades de cana-de-açúcar, além de
possibilitar análises para o diagnóstico de doenças como o raquitismo da
soqueira.
Os equipamentos do laboratório
foram adquiridos com investimentos de
cerca de R$ 235 mil da Fapesp. São
tecnologias destinadas ao aperfeiçoamento de pesquisas já em andamento
no Centro de Cana IAC sobre
mapeamento genético e identificação
de genes relacionados a pragas, doenças e tolerância à seca.
Na região de Ribeirão Preto não há
outro laboratório desse tipo. Até então, o Centro de Cana IAC vinha produzindo variedades por meio do melhoramento tradicional. Nos últimos
oito anos, o IAC disponibilizou 12 novas variedades de cana por meio do
melhoramento convencional, que requer cerca de 10 anos de pesquisa até
obter nova variedade. Com as novas
ferramentas, espera-se reduzir o tempo
necessário para o desenvolvimento de
novos materiais e assim continuar a
fortalecer o setor por meio da variabilidade genética, que evita grandes pre-

juízos em caso de ocorrência de doenças.
“As ferramentas da biologia
molecular podem proporcionar a obtenção de variedades de cana em um período menor de tempo e, em casos específicos, com características que não poderiam ser obtidas por meio do melhoramento inteiramente convencional”, diz Luciana Rossini Pinto, pesquisadora do IAC.
Ainda neste ano, o Centro de Cana
do IAC irá colocar à disposição do setor produtivo a análise de diagnóstico
para raquitismo da soqueira, importante doença da cana-de-açúcar que pode
levar a perdas superiores a 50% em
variedades suscetíveis. No Brasil, essa
doença está disseminada na maioria
das regiões de canavicultura e transmissão se dá durante o corte, quando
o facão ou as lâminas das colheitadeiras
cortam plantas doentes e, depois, plantas sadias.
“Plantas contaminadas apresentam
atraso no desenvolvimento e encurtamento dos colmos, e conseqüentemente, redução da produtividade”, explica
Silvana Creste Dias de Souza. Daí a
importância de realizar o diagnóstico.
Segundo a pesquisadora, o objetivo do
Centro de Cana é amplia o atendimento

ao setor, oferecendo também serviços
de diagnóstico para escaldadura das
folhas e mosaico. Para isso, o Centro
está buscando o financiamento de novos projetos de pesquisa.

Variedades
asseguram
sustentabilidade

A

s variedades dão sustentabilidade
ao mercado, reforçam a diversidade genética e isso redunda em uma estratégia de proteção das lavouras contra pragas e doenças. Quanto menor a
variabilidade genética, maior suscetibilidade aos mesmos aos mesmos
problemas fitossanitários.
Na década de 70 e 80, quase 50%
da cana cultivada em São Paulo era
dominada por uma única variedade. Em
93, surgiu o amarelinho da cana-deaçúcar, que atingiu a variedade que
ocupava mais de 30% da área, resultando em queda na produção de algumas usinas. O aparecimento da praga
estimulou os programas de melhoramento.
Culturas de Rotação

O inimigo
número 1
do amendoim
Armazém de amendoim da Unidade de
Grãos da Copercana.
Marino Guerra

Em toda cadeia produtiva do amendoim é preciso tomar cuidado para que o fungo
não estrague o trabalho de uma safra inteira

N

a década de 60 avicultores ingleses identificaram que parte dos filhotes de Peru vieram a morrer por intoxicação devido a ingestão de ração
que continham farelo de amendoim.
Depois de pesquisas sobre o assunto
foi identificada a causa da morte dos
animais, a Aflatoxina, toxina liberada
por diversos tipos de fungos que dentre outros produtos se instala com muita
facilidade no amendoim.

Aflatoxina no campo e para isso ele tem
que se preocupar com o controle de
insetos e fungos, rotação de culturas,
nutrição das plantas, prevenção de
estresse hídrico, prevenção de danos
mecânicos, evitar o brotamento do
amendoim e escolher de forma planejada a variedade que será plantada. Tomando esses cuidados dificilmente o
amendoim entregue pelo produtor terá
uma qualidade baixa”. Explica Augusto.

O gerente da Unidade de Grãos da
Copercana, Augusto César Strini Paixão, alerta os produtores da necessidade em se fazer o manuseio adequado, obter o conhecimento e buscar as
técnicas apropriadas existentes para
evitar o aparecimento dessa toxina.

O gerente ainda explica o baixo valor de mercado do produto que chega
para a armazenagem com um índice de
aflatoxina acima do permitido, 20ppb
(microgramas de aflatoxina por quilogramas do produto analisado) para o
produto destinado a alimentação humana no mercado interno, podendo
chegar até 4ppb dependendo do país
que será exportado, e 50ppb para o

“O produtor rural tem a responsabilidade de evitar o surgimento da
32

Revista Canavieiros - Julho de 2006

amendoim que será destinado para ração animal.
“O amendoim contaminado com a
Aflatoxina só poderá ser comercializado
com as indústrias de óleo, perdendo as
melhores fatias do mercado”. Alerta o
gerente da Unidade de Grãos.
Após a colheita a oleaginosa ainda
não está livre da contaminação pelos
fungos causadores da toxina, pois, ao
chegar nas cooperativas para o
armazenamento o produto precisa passar por um importante processo de limpeza, secagem (a aflatoxina se desenvolve quando a umidade do amendoim
está acima de 8%) e armazenamento dos
grãos.
Para evitar o risco de contaminação a Copercana recebe o produto de
Culturas de Rotação
seus cooperados e utiliza um processo artificial de secagem e
armazenamento em bags. Vale lembrar que toda a ação é rastreabilizada, ou seja, a cooperativa tem
todo o controle das informações
desde o campo até a entrega para a
indústria de beneficiamento.
Todo esse cuidado rendeu para
a Copercana o índice de 98% do
amendoim entregue pelos seus cooperados livre da Aflatoxina, ou
seja, de 1 milhão de sacas recebidas, 990 mil foram classificadas de
alta qualidade.
Outro ponto da cadeia produtiva muito importante para se evitar a
contaminação é na hora de transportar o produto, caso a carga venha a receber umidade depois de ter
passado pelo processo de secagem,
as chances do surgimento da
Aflatoxina se tornam muito altas.
Secadores de amendoim.
Foto: Agência Brasil

Repercutiu
“Pedimos
a Deus que
não tenhamos
mais crises
nos próximos
dois, três
anos.”
Do presidente Lula,

“Sai tarde. Ele não
conseguiu reverter
o corte no
orçamento, resolver
a dívida do setor.
Só perdemos.”

“Não há calça jeans
sem plantador de
algodão, não há
sapato e bolsa sem o
pecuarista, não há
etanol sem cana, não
há pão sem trigo,
óleo sem soja, manteiga sem leite, não
há vida sem a
agricultura e sem o
agricultor.”
Do ex-ministro
Roberto Rodrigues,
em seu discurso de despedida

Foto: Divulgação

Do deputado federal
Ronaldo Caiado (PFL-GO),
no caderno Dinheiro da Folha de
S. Paulo do dia 29 de junho de
2006, sobre a saída do ministro
Roberto Rodrigues
34

Revista Canavieiros - Julho de 2006

Foto: Agência Brasil

durante a transmissão de cargo no
Ministério da Agricultura,
no dia 30 de junho.

“Ele foi a pessoa certa que ocupou o ministério da
agricultura no momento errado. As críticas à sua
atuação à frente do ministério são injustas.
Rodrigues enfrentou todas as conseqüências do
corte de verbas, como ocorreu com a defesa sanitária, que teve os recursos destinados ao controle de
febre aftosa retidos.”
Presidente da Sociedade Rural Brasileira,
João de Almeida Sampaio, em nota publicada no site da instituição.
Agende-se
Julho , Agosto ,
Setembro e Outubro

de 2006

Julho/Agosto
31 de julho a 04 de agosto - III FERSUCRO (Feira de Exposição e Promoção Técnico-comercial de produtos,
serviços e insumos para o setor sucroalcooleiro) – Maceió/AL
Site: www.stlabeste.org.br

Setembro
19 a 22 – 14ª FENASUCRO (Feira Internacional da Indústria Sucroalcooleira) – Sertãozinho/SP
Informações: Múltiplus Eventos (16) 3623 8936
Site: www.fenasucro.com.br

19 a 22 – IV AGROCANA (Feira de Negócios e Tecnologia da Agricultura da Cana-de-Açúcar) – Sertãozinho/SP
Informações: Múltiplus Eventos (16) 3623 8936
Site: www.fenasucro.com.br

Outubro
25 a 27 – FATIA (Feira de Fornecedores e Atualização Tecnológica da Indústria de Alimentação) – Goiânia/GO
Informações: Múltiplus Eventos (16) 3623 8936
Site: www.ffatia.com.br

FENASUCRO E AGROCANA AMPLIAM ÁREA DE EXPOSIÇÃO
E ENCERRAM COMERCIALIZAÇÃO DE ESPAÇOS
De 19 a 22 de setembro, Sertãozinho sedia novamente o
maior evento sucroalcooleiro do mundo, num recinto de exposições
ainda maior, com número recorde de 550 expositores
Em decorrência da grande procura
por espaços e pelo alto índice de renovação dos expositores, a Fenasucro &
Agrocana 2006 tiveram a necessidade
de ampliar sua área de exposição. O mais
novo Pavilhão terá uma área de 1.500
metros quadrados e abrigará 30 novos
expositores com estandes de 25 metros
quadrados cada um.
A extensão, denominada de Pavilhão III, terá ar-condicionado e será interligada ao Pavilhão principal e ao Pavilhão II da Fenasucro. Ainda terá um
auditório de 300 metros quadrados com
capacidade para 300 pessoas, dirigido

a palestras e eventos técnicos do setor.
“O interesse crescente pelas Feiras
resultou na necessidade de se investir
na ampliação da área de exposição da
Fenasucro porque muitas empresas
importantes que estavam na lista de
espera querem participar pela primeira
vez do evento”, explica o diretor da
Multiplus, Fernando Barbosa.
A Agrocana, que reúne os principais fornecedores do setor agrícola
canavieiro, está com 100% de sua área
de exposição comercializada. Três me-

ses antes de sua realização, o evento
encontra-se totalmente vendido, apresenta crescimento no número de expositores e também se depara com uma
fila de espera de empresas interessadas em participar da Feira, como acontece desde 2001 com a Fenasucro.
O Centro de Eventos Zanini, que
sedia pela segunda vez a Fenasucro &
Agrocana e possui mais de 130 mil
metros quadrados de área, terá, além
do Pavilhão principal com 16 mil metros
quadrados, outros espaços diferenciados para abrigar os mais de 550 expositores e 50 mil visitantes previstos.
Revista Canavieiros - Julho de 2006

35
Antes da Porteira

Cooperados
se inspiram em Ben-Hur
e driblam o tempo
Carla Rossini

Apaixonados por corridas de bigas e quadrigas, cooperados praticam esporte e lazer
em suas fazendas

V

ai ser dada a largada. De um lado
estão Estrela Campeã, Jetbel, Possante e Amorzão. Do outro, os cavalos
desafiantes são: Dominó, Capricho,
Fama e Solidão. Em uma manhã de sexta-feira, eles estão treinando e se preparando para disputar a grande corrida.
Pode parecer loucura, mas é apenas o jeito que o cooperado Carlos de
Castro, 43 anos, de Jardinópolis encon-

trou para se divertir nas horas em que
não está trabalhando em suas plantações de cana-de-açúcar. Apaixonados
por cavalos desde muito jovens, Carlos
e seu primo Luiz Augusto Mei Alves
de Oliveira, também cooperado e proprietário da Fazenda Estrela D’Oeste
em São Simão deram um drible no tempo e trouxeram as bigas e quadrigas da
época do Império Romano para o interior paulista.
Inspirados no filme Ben-Hur, os pri-

36

Revista Canavieiros - Julho de 2006

mos Carlos e Luiz conseguiram fazer
renascer a modalidade esportiva extinta há mais de 1.600 anos. Carlos conta
que tudo começou por volta de 1995
quando o Luiz resolveu construir sua
primeira biga. “No começo, ele correria
entre os canaviais da fazenda, mas logo
a emoção foi tomando conta e em 2001
foi construída a primeira pista”.
Em São Simão e Jardinópolis ocorrem os treinos e as corridas de bigas
(puxadas por dois cavalos) ou
quadrigas (puxadas por quatro cava-
Antes da Porteira
los), bem ao estilo da época com direito a roupas típicas e troféus para os
vencedores. As corridas são o passatempo dos agricultores. “Nossa meta
agora é fazer com que as mulheres comecem a participar das corridas de
bigas”, diverte-se Carlos.
Na fazenda em Jardinópolis, Carlos
tem uma mini pista oval, mas avisa que
em breve a oficial será construída, ocupando 205 metros de cumprimento e 50
metros de largura. A corrida é disputada em sete voltas em sentido anti-horário. “A adrenalina é quando estamos
a 60 quilômetros por hora”, afirma
Carlos.
Os cavalos devem ser da raça purosangue inglês, ou meio puro-sangue
cruzada com mangalarga, quarto de
milha ou árabe, pelo menos, que resultam em maior resistência e velocidade.
A biga é feita de metal e adaptada a

partir das imagens do filme Ben-Hur,
desde a largura e o comprimento até a
altura.
As disputas de quadrigas ocorrem
geralmente entre abril e setembro, no
período de seca. As tropas de cavalos
são cuidadosamente treinadas. “Cada
cavalo precisa de pelo menos um ano
para ficar pronto, mas o ideal é que treinem juntos durante dois anos”, explica
Carlos. “É preciso que tenham o mesmo trote e galope”, completa.
Geralmente os adversários são funcionários das fazendas, que treinam e
adestram os animais. Em Jardinópolis,
os funcionários Reginaldo Alves de
Oliveira e Eliezer Gaspar Silva se empolgam ao falar do esporte. “Nós acabamos gostando do esporte e sempre
ganhamos as corridas”, brinca
Reginaldo.
Para divulgar o esporte ainda des-

conhecido, os primos criaram a Associação Brasileira dos Condutores de
Corridas de Bigas e Quadrigas
(ABCCBQ), fundada em 2002. “O Luiz
é o presidente da associação e eu sou
o vice”, explica Carlos.
A idéia é que as pessoas se interessem pelo esporte criando suas arenas
para competições e exibições, em circuito de provas e reunindo admiradores do esporte. “Estamos à disposição
para ajudar os interessados em se adequar ao esporte. Estudamos, lemos
muito sobre o assunto e podemos oferecer algumas dicas para quem gostar”,
diz o animado produtor rural.
Desta forma, os “aurigas” como
eram chamados os corredores de bigas
e quadrigas de antigamente vão
driblando o tempo e satisfazendo suas
emoções. “Minha família está nessas
terras há 250 anos. Sempre fomos apaixonados por cavalos e quem sabe não
seremos nós que construiremos o
Coliseu da Região de Ribeirão Preto”,
finaliza Carlos.

O cooperado Carlos de Castro e seus funcionários
Reginaldo Alves de Oliveira e Eliezer Gaspar Silva durante
treino na fazenda em Jardinópolis.

Revista Canavieiros - Julho de 2006

37
100 alq. de terra roxa próximo da
Usina no Triângulo Mineiro
100 alq. de terra roxa próximo da
Usina no Triangulo Mineiro, 1 km do
asfalto, 100% plana formada em pasto.
Existe interesse da Usina em arrendamento das terras. R$ 2.200.000,00-Metade à vista e R$ 1.100.000,00 em arrobas
de boi com prazo de um ano.
Em caso de interesse, entre em contato com o Sr. José Paulo Prado, pelo
telefone:(019) 35415318 ou pelo e-mail:
terraverdeimoveis@yahoo.com.br.
Caminhão Canavieiro
Vendo caminhão traçado MB 2213,
ano 1982, R$ 52.000,00.
Em caso de interesse, entre em contato com o Sr. Alexandre, pelo telefone:(14) 97140056 ou pelo e-mail:
alexandrepaludetto@ig.com.br.
Caminhão MB 1317, ano 86
Vendo caminhão truck MB 1317,
cor Azul, ano 1986, carroceria. Rodoar,
execelente estado de conservação, preço a negociar, com foto.
Em caso de interesse, entre em contato com o Sr. Wemerson Queiroz, pelo
telefone:(31) 9994-3999 ou pelo e-mail:
wequeiroz@hotmail.com.
Carregadeira de Cana
Vendo carregadeira de cana
Motocana acoplada em CBT 2105, ano
1986, R$ 25.000,00.
Em caso de interesse, entre em contato com o Sr. Alexandre,
pelo telefone:(14) 97140056 ou pelo
e-mail: alexandrepaludetto@ig.com.br.
Compro
Compro 80 a 120 alqueires de terra,
podendo estas estarem nos municipios
de Viradouro, Terra Roxa, Jaborandi,

38

Revista Canavieiros - Julho de 2006

Colina, Bebedouro e Barretos. Pagamento à vista.
Em caso de interesse, entre em contato com o Sr. Eduardo, pelo telefone:(17) 9718-5280 ou pelo e-mail:
agroterrajb@yahoo.com.br.
143,5 alqueires – Região de
Votuporanga - SP
143,5 alqueires, 8 km da usina,
estruturada para pecuária, excelentes
benfeitorias, sede nova, casas de colonos, armazém, barracões, currais
concretados e de terra, rio, córrego, represa, implementos (grade Roma, trator MF 275 ano 95, forrageira CP 2000,
carretas, resfriador de leite, entre outros). Venda de porteira fechada: R$
5.000.000,00 à vista.
Em caso de interesse, entre em contato com o Sr. Pedro Sanchez, pelo telefone:(11) 9277-8757 ou pelo email:
sangelquimica@uol.com.br.
Grupo gerador 60 kva
Grupo gerador 60 kva 220/127 aberto com motor mercedes, o motor é retificado e o gerador é novo com garantia, acompanha painel de leitura e chave de proteção geral.
Em caso de interesse, entre em contato com o Sr. Ulisses, pelo telefone:(17)
3342-2355 ou pelo
e-mail: pavan@pop.com.br.
Tator traçado 785 4x4 valtra
Vendo trator traçado 785,4x4, Valtra,
ano 2003, em ótimo estado de conservação, preço R$52.000,00.
Em caso de interesse, entre em contato com o Sr. Edmilson Pavani, pelo
telefone:(17) 3817-1074 ou pelo e-mail:
edmilsonpavani@yahoo.com.br.
Vendo caminhão Ford, 22000,

6X4, traçado, no chassi ano 85/85
Ford-22000, motor MWM, freio ar
manecão; reduzido; turbo hidráulico.
Cambio, motor e diferencial revisado,
raiado, pneus bons, cor branco. Preço
R$39.000,00 - Obs:Tenho fotos.
Em caso de interesse, entre em contato com o Sr. Airtom, pelo telefone:(19)
9716-6201 OU 3541-4893 ou pelo email:abersan@ig.com.br.
Vendo fábrica de aguardente
02 ternos de moenda 18/24, capacidade de moagem de 12 toneladas de
cana por horas, 01 caldeira, 01 guindaste, 02 colunas para aguardente de
600 lts/h cada, 01 conjunto de esteira e
jogo de facas, 01 conjunto de engrenagens e máquinas a vapor com a capacidade de produção total por hora de
aguardente de 1200 litros.
Em caso de interesse, entre em contato com o Sr. Márcio José Viana, pelo
telefone:(31) 3881.1877 – (31) 9989.3470
ou pelo e-mail:
marcio.mol.mol@bol.com.br.
120 alqueirão em Minas Gerais
120 alqueirão localizado em região
canavieira a 10 Km da Usina, R$ 20 mil
o alqueirão.
Em caso de interesse, entre em contato com o Sr. José Paulo Prado, pelo
telefone:(019) 3541-5318 ou 9758-4054
ou pelo e-mail:
terraverdeimoveis@yahoo.com.br.
Carregadeira de Cana
Santal - Procuro (cbt ou valmet)
Procuro carregadeira
Em caso de interesse, entre em contato com o Sr. Dirceu do Carmo, pelo
telefone:(16) 3659-9808 ou pelo e-mail:
faz_tradicao@hotmail.com.
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Ed01jul07

  • 3. Editorial Sobre Novidades e Transparência T emos a satisfação de apresentar a vocês a Revista Canavieiros. A partir deste mês, ela irá substituir o Informativo que, durante muitos anos, foi o principal canal de comunicação das atividades e ações do sistema Copercana/ Canaoeste / Cocred. Essa reformulação tem um único objetivo: estreitar ainda mais o relacionamento entre as três entidades e seus associados e cooperados por meio de um veículo moderno, de fácil leitura e com informações que auxiliem o produtor em sua atividade. A Revista Canavieiros nasceu da preocupação das diretorias das três entidades em manter o associado beminformado e tornar ainda mais transparente a forma de administrar o sistema. Além disso, esse novo veículo de comunicação também tem a finalidade de estabelecer uma maior interação entre a equipe que a produz e seus leitores. E de que forma isso pode acontecer? Por meio de sugestões de assuntos a serem abordados, opiniões sobre os temas ou críticas, os associados vão poder contribuir e fazer parte deste projeto. Nesta primeira edição, a reportagem principal traça um perfil do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred, um dos mais importantes e estruturados do Brasil e que visa facilitar e auxiliar o produtor em sua atividade em três vertentes: na obtenção de crédito mais barato e facilitado, no acesso a novas tecnologias, máquinas e equipamentos e no auxílio e acompanhamento de to- dos os aspectos relacionados à lavoura, como a assistência técnica, jurídica e também na representação dos fornecedores de cana da região de Sertãozinho junto a órgãos técnicos ligados ao agronegócio. Toda edição também trará uma entrevista especial e neste primeiro número o personagem em destaque é o presidente da Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo) Edivaldo Del Grande. Em três páginas, o presidente fala sobre o dia internacional do cooperativismo, seus projetos à frente da entidade, política pública para a crise na agropecuária e setor canavieiro. Além do espaço para entrevista, todo mês haverá um artigo especial, com ponto de vista de autoridades e especialistas sobre o setor. A revista trará ainda colunas técnicas fixas, com a participação de colaboradores do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred, sobre as condições do clima, novas tecnologias, orientações sobre pragas e doenças, sobre legislação ambiental e culturas de rotação. Terá também uma agenda de eventos e as notícias sobre as ações e atividades das três entidades que compõem o sistema. Enfim, a Revista Canavieiros foi planejada para ser uma ferramenta importante para o produtor, que é a razão de ser do sistema, e, dessa forma, estará sempre voltada aos seus interesses e necessidades. Boa leitura. Conselho Editorial Revista Canavieiros - Julho de 2006 03
  • 4. Indice EXPEDIENTE Capa CONSELHO EDITORIAL: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson COPERCANA, CANAOESTE E COCRED Sistema de Facilidades para os cooperados. Pg. 20 OUTRAS DESTA DESTA QUES DESTAQUE Entrevista P g . 24 P g . 26 P g . 28 Edivaldo Del Grande Novo presidente da Ocesp se apresenta aos cooperados carregando a bandeira da paz através da cooperação P g . 05 INFORMAÇÕES SETORIAIS LEGISLAÇÃO PRAGAS E DOENÇAS P g . O presidente da Canaoeste fala sobre a saída do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. P g . 08 10 Copercana O II Agronegócios Copercana supera expectativas e alavanca R$ 60 milhões P g . Notícias P g . 12 Canaoeste Hospital Netto Campello inaugura Centro de Terapia Intensiva P g . NOVAS 3 1 TECNOLOGIAS Cocred Atendimento: Um diferencial da Cocred P g . 16 Antes da Porteira Pg. 36 Revista Canavieiros - Julho de 2006 34 CULTURA P g . 29 AGENDA P g . 35 CLASSIFICADOS P g . Notícias 04 30 REPERCUTIU Notícias Cooperados se inspiram em Ben-Hur e driblam o tempo P g . 38 REVISÃO GRAMATICAL: Igor Fernando Ardenghi PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Márcio Carvalho FOTOS: Carla Rossini Marino Guerra FOTO CAPA: Carla Rossini Ponto de Vista Manoel Ortolan EQUIPE DE JORNALISMO: Carla Rossini – MTb 39.788 Cristiane Barão – MTb 31.814 Marino Guerra – MTb 39.180 COMERCIAL E PUBLICIDADE: Samira Mamed samiramamed@copercana.com.br DEPARTAMENTO DE MARKETING E COMUNICAÇÃO: André Galassi, Carla Rossini, Daniel Pelanda, Letícia Pignata, Márcio Carvalho, Marino Guerra, Roberta Faria da Silva, Samira Mamed, Thiago Rubião IMPRESSÃO: São Francisco Gráfica e Editora TIRAGEM: 8.000 exemplares A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. ENDEREÇO DA REDAÇÃO: Rua Dr. Pio Dufles, 532 Sertãozinho – SP CEP:- 14.170-680 Fone: (16) 3946 3311
  • 5. Entrevista Edivaldo Del Grande Foto: Divulgação Ocesp Presidente da OCESP Perfil Edivaldo Del Grande, 45 anos, eleito há dois meses presidente da Ocesp para a gestão de 2006 a 2010, é administrador de empresas pela FASP, com especialização em cooperativismo pela FEA/USP de Ribeirão Preto; compõe o quadro diretivo da Coopermota – cooperativa agrícola de Cândido Mota – há mais de 10 anos; foi diretor do ramo agropecuário da Ocesp de 2003 a 2006. Paz e atitudes Novo presidente da Ocesp, Edivaldo Del Grande se apresenta aos cooperados carregando a bandeira da paz através da cooperação Marino Guerra E m sua primeira passagem pelo dia internacional do cooperativismo, que em 2006 foi comemorado no dia 1º de julho, como presidente da Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo) o líder agropecuário Edivaldo Del Grande lembrou da importância do cooperativismo para a conquista da paz social e criou uma cam- panha cujo slogan continha os seguintes dizeres: “Paz construída por meio de cooperativas”. Na entrevista exclusiva que concedeu a redação da Revista Canavieiros, Del grande ainda fala de crise no campo, da saída do ministro Roberto Rodrigues e como não poderia faltar, de cooperativismo. Revista Canavieiros - Julho de 2006 05
  • 6. Entrevista CANAVIEIROS: O tema da comemoração ao dia do cooperativismo desse ano é “Paz construída por meio de cooperativas”. Como o cooperativismo pode ajudar a trazer paz para a sociedade paulista que vive talvez sua maior crise civil desde a revolução de 30? EDIVALDO DEL GRANDE: Aviolência é um problema de política pública. As cooperativas, de uma maneira geral, representam uma terceira via. Uma opção ao socialismo e ao capitalismo. É uma maneira de distribuir renda de forma inteligente, porque o seu fundamento é não ser concentradora de renda. Como o cooperativismo se faz por meio de uma gestão democrática, acaba se tornando uma maneira de harmonizar questões entre grupos. Porém, não se pode fazer uma relação direta da atuação das cooperativas com o problema da violência enfrentado hoje no Estado de São Paulo. Cabe ao Estado tomar as rédeas deste processo. O foco da cooperativa é fazer uma gestão que melhore a vida de seus cooperados. Este é o objetivo da cooperativa: agregar as pessoas para que conjuntamente tenham um ganho econômico e social. CANAVIEIROS: Em sua posse o senhor falou sobre a realização de uma administração séria, transparente, ética e com foco nos cooperados. Acredito que isso é o esperado por todos aqueles que o colocaram a frente da OCESP. Gostaria de saber qual será o grande diferencial do Edivaldo Del Grande a frente do cooperativismo paulista. EDIVALDO DEL GRANDE: Vou continuar o trabalho que já vinha sendo feito nas gestões anteriores. Estamos iniciando um processo de planejamento estratégico tendo em vista que o plano anterior necessita ser renovado. Vamos ouvir as cooperativas e, a partir de então, identificar os maiores anseios e traçar as diretrizes do trabalho. CANAVIEIROS: O senhor já declarou que vê a liberação de R$ 1 bilhão 06 Revista Canavieiros - Julho de 2006 para a comercialização da soja uma medida paliativa, pois não existe um método bem definido para a sua aplicação. Na sua visão qual seria a alternativa para que os produtores de soja saíssem dessa crise? EDIVALDO DELGRANDE: Em primeiro lugar, deveriam ter medidas emergenciais sérias e que fossem, realmente, colocadas em prática. Por exemplo, o FAT é, ainda, uma promessa. O prazo não é compatível com a atividade agrícola porque a rentabilidade do processo é muito pequena. Mas, mesmo assim, é melhor do que nada. Uma das ações urgentes que precisariam ser tomadas pelo governo é a readequação do custo de produção. Hoje, o que todo empresário precisa, seja ele de que área for, é recuperar a renda. As medidas deveriam ser tomadas neste sentido. Todos sabem que no Brasil, por exemplo, “Temos que dar igual atenção ao pequeno, ao médio e ao grande porque só assim damos chance do pequeno se tornar um médio produtor, do médio prosperar e do grande continuar produzindo. Esta, aliás, é a graça do capitalismo.” o custo para deslocar 1 Km de soja é um dos mais altos do mundo. Os nossos portos são os mais caros para exportar soja. Os insumos são altamente taxados ao entrarem no país. E, como as multinacionais detém o monopólio dos produtos consumidos na atividade rural, contribui para seu alto custo. Há muito tempo, estamos pedindo ao governo a permissão de entrada de genéricos que desonerem o custo para garantir a competitividade do produto brasileiro. São questões que, se fossem resolvidas, já fariam diferença. A questão mais importante não é o preço a que a soja vem sendo vendida; importa é se, no fim do processo produtivo, há uma sobra. Ou seja, o preço de Foto: Divulgação Ocesp venda e o custo têm que dar rentabilidade. Isso não vem acontecendo hoje, já que não sobra nada para o produtor, que fica sem renda. O resto é causa e precisa ser atacado. Ou seja, são necessárias medidas estruturais. O Roberto Rodrigues mesmo falou antes de sair: no alongamento, eu estou cuidando do estruturando. Depois disso é preciso trabalhar no estrutural que são as estradas, os impostos, armazenagem, desoneração do custo de produção, seguro rural como instrumento de política agrícola sério que dê tranquilidade ao produtor. Como, hoje, o produtor rural pode pensar em investir em uma nova máquina, se não há seguro para garantir a safra e conseqüentemente sua renda? São questões que não têm resposta hoje, por falta de medidas estruturais. CANAVIEIROS: Ainda sobre cooperativismo agropecuário qual é a grande meta desse ramo dentro do estado de São Paulo? EDIVALDO DELGRANDE: Não se trata de uma grande meta, mas sim, de um grande desafio: o de agregar valor e conseguir atravessar ileso esta crise instalada nos últimos dois anos provocada pela crise cambial. Neste processo, as cooperativas têm condições de ajudar os produtores rurais.
  • 7. Entrevista EDIVALDO DEL GRANDE: Qualquer opção proposta é uma saída. Vai depender da usina que está instalada na região e como ela vê esse processo. Se a usina não faz a colheita da cana por opção, melhor para o produtor, porque ele se mantém ocupado. São relações muito particulares e cada um, no seu dia-a-dia, terá que fazer as contas para ver até que ponto vale a pena investir neste maquinário e ter ganho com isso. Depende da negociação com a usina. CANAVIEIROS: Como o senhor vê o desenvolvimento das cooperativas de crédito paulistas em relação ao resto do Brasil? E em relação ao mundo? EDIVALDO DELGRANDE: As cooperativas de crédito estão se desenvolvendo e devem crescer ainda mais em todo o país. Fica difícil fazer um comparativo porque não conheço a realidade dos outros estados. Mas, em relação ao resto do mundo, não só o cooperativismo de crédito, mas todos os outros ramos, ainda estão engatinhando. O cooperativismo no Brasil é muito jovem se comparado com países da Europa, por exemplo. Acredito que, com o trabalho que a OCESP vem fazendo, a tendência é de crescer e se fortalecer porque existe espaço para isso. Já está crescendo e pode ganhar ainda mais espaço apoiado, é claro, pela aprovação da lei de apoio ao cooperativismo sob a batuta do deputado Arnaldo Jardim. Esses fatores me fazem acreditar que o cooperativismo paulista vai crescer a passos largos em todos os ramos, ajudando no desenvolvimento das comunidades com responsabilidade social. CANAVIEIROS: Qual é o grande objetivo político das cooperativas de crédito rural? EDIVALDO DEL GRANDE: A cooperativa de crédito rural sempre será um complemento da ação do governo. Uma coisa não se sobrepõe à outra. Mas uma coisa é certa: em nenhum país a agricultura pode ser forte se não tiver apoio governamental. O que estamos buscando em todos os ramos é nos organizar para cada vez estarmos mais independentes neste processo. CANAVIEIROS: Faça um balanço sobre a gestão do Roberto Rodrigues a frente do ministério da agricultura? EDIVALDO DELGRANDE: Roberto Rodrigues foi um grande ministro, que conhecia e conhece todos os problemas do agribusiness e também tinha clara noção das dificuldades internas do governo federal de entender o que é o agribusiness. Por tudo isso, ele acabou pedindo demissão e se afastou do cargo, o que é uma grande perda para todos. Mas, ao mesmo tempo, se eu estivesse no lugar dele, com certeza não ficaria tanto tempo. Até, porque, o mesmo estava tentando, lutando, brigando para que as coisas se acertassem não conseguindo fazer o que havia proposto e saiu com sua imagem arranhada. O governo ficou, por muito tempo, usando, enganando, ultrajando e denegrindo a imagem deste grande cooperativista, que continua sendo um grande líder da agricultura nacional. Por mais que ele tenha lutado para preservar a agricultura nacional, seu esforço não foi reconhecido nem pelo governo nem pelos agricultores. Muitas pessoas não entenderam ou não querem entender a importância do Roberto como ministro. Com certeza, ele foi uma grande figura e, se hoje a situação está ruim, sem ele estaria pior e teríamos ainda mais problemas. EDIVALDO DEL GRANDE: O novo ministro, Guedes, é um homem técnico e de grande vivência no agronegócio. Uma pessoa que já me atendeu muito bem quando eu precisei e ele era presidente da CONAB. Ao contrário do que foi divulgado sobre ser um homem muito ligado ao MST, acredito que, acima de tudo, ele é um profissional que entende da agricultura de um modo geral. Até, porque, não dá para conceber a existência de duas pastas distintas – desenvolvimento agrário e MAPA - que separa a agricultura dos grandes produtores, da agricultura constituída pelos pequenos. Temos que dar igual atenção ao pequeno, ao médio e ao grande porque só assim damos chance do pequeno se tornar um médio produtor, do médio prosperar e do grande continuar produzindo. Esta, aliás, é a graça do capitalismo. Se esta corrente se quebrar, nos transformamos em socialismo, o que significa a falência do estado como gestor deste processo. Foi o que aconteceu nos países socialistas, onde os produtores perderam o incentivo para continuar produzindo. Por tudo isso, acredito no Guedes como um homem sério e comprometido com a agricultura nacional. Tenho certeza que, mesmo no curto período de tempo que ele dispõe, deverá dar continuidade às ações do seu antecessor. E o pouco que ele conseguir conquistar já será um grande feito. Foto: Divulgação Ocesp CANAVIEIROS: A grande preocupação dos pequenos e médios produtores de cana do estado de São Paulo é a lei que prevê o fim da queima da palha da cana, porque isso vai fazer com que eles tenham que aderir a colheita mecanizada tendo em vista o grande investimento necessário para essa nova prática, fora da realidade desses empresários rurais, existem três caminhos: a formação de condomínios rurais, a prestação desse serviço pelas cooperativas ou a terceirização para usinas ou empresas especializadas. Qual é a saída na sua opinião? CANAVIEIROS: Quais são suas expectativas a respeito do novo ministro (Luis Carlos Guedes Pinto)? Revista Canavieiros - Julho de 2006 07
  • 8. Ponto de Vista A saída do Ministro O ministro Roberto Rodrigues agüentou o quanto pôde. Ele que durante a Agrishow Ribeirão Preto já havia avisado que não permaneceria num eventual segundo mandato de Lula, anunciou sua saída quando menos se esperava. Depois de três anos e meio à frente do Ministério da Agricultura, pediu demissão e alegou que sua missão já estava cumprida. Saiu do governo sem dizer muito, sem reclamações nem críticas. agropecuária nos Estados como condição de manter o Brasil na liderança das exportações mundiais de carne bovina. Mesmo assim, parte do Orçamento do Ministério da Agricultura foi congelado e deu no que deu: casos da doença no Mato Grosso do Sul e no Paraná e o Brasil ainda hoje sofre o embargo de 58 países à carne bovina, com reflexo nas exportações e demissões no setor. Neste ano, a situação se repete. A crise ainda não passou e o orçamento do ministério também foi congelado. Mesmo com boas intenções e conhecimento de causa, sem recursos muito pouco pode ser realizado. Talvez por isso o ministro Roberto Rodrigues tenha dito que havia feito o que poderia fazer. E, assim, o governo Lula perde um de seus mais importantes quadros e o setor produtivo seu fiel defensor e representante no governo. Uma baixa considerável em um momento importante e que tem um significado triste para nós, nação de recursos para contornar a crise, seja no entendimento que a equipe econômica do Para a equipe econômica do governo tem sobre a importânManoel Carlos de Azevedo governo, não há crise se a bacia do agronegócio para a ecoOrtolan* lança comercial segue crescennomia do país e para a geração do e o saldo entre importação e exportação é de empregos e renda. positivo. É um olhar raso, simplista e superficial sobre a crise no setor por não levar em conRoberto Rodrigues que se auto-intitulou o sideração se a participação do agronegócio nas “ministro da crise” foi sim um incansável guerexportações está em queda, se o produtor está reiro. É fácil ser comandante em águas claras e endividado e se o país vai plantar e colher me- tranqüilas. E nós, pequenos e médios produnos nas próximas safras. Agronegócio para a tores de cana, temos muito a agradecer ao miequipe econômica é negócio de grandes em- nistro pelo apoio, pelo estímulo e pelos muitos presários, que não precisam da ajuda do go- caminhos que nos apontou. O agronegócio verno, e se esquecem dos pequenos e médios deve muito a Roberto Rodrigues e espera que produtores que são a maioria e que estão em seu sucessor, Luís Carlos Guedes Pinto, seu todas as partes do país. amigo de mais de quarenta anos e então secretário-executivo do ministério encontre condiO ressurgimento da febre aftosa no país foi ções para dar continuidade ao trabalho iniciaoutro exemplo dessa falta de compreensão. O do e à parceria que sempre existiu entre o exministro Roberto Rodrigues já havia alertado o ministro e o setor. governo sobre a necessidade de se aumentar os recursos para as ações de defesa No entanto, pelo estreito comprometimento que sempre teve com o setor produtivo, as poucas palavras de Roberto Rodrigues podem nos dizer muito. Revelam, por exemplo, que o descompasso entre o Ministério da Agricultura e a área econômica do governo chegou a um ponto crítico. Quem não se lembra das queixas públicas do ministro em relação à falta de entendimento de parte do governo sobre o peso do agronegócio na economia do país e a necessidade de ações imediatas para amenizar os efeitos da pior crise dos últimos anos. *presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) 08 Revista Canavieiros - Julho de 2006
  • 9. Revista Canaplanta - Julho de 2006 09
  • 10. Notícias Copercana O II Agronegócios Copercana supera expectativas e alavanca R$ 60 milhões Carla Rossini O II Agronegócios Copercana reuniu 30 expositores e recebeu a visita de aproximadamente três mil cooperados O bom momento pelo qual atravessa o setor sucroalcooleiro contagiou os produtores rurais interessados em realizar bons negócios para aumentar a produtividade nas lavouras. Assim foi o II Agronegócios Copercana, realizado de 28 a 30 de junho no Clube de Campo Vale do Sol em Sertãozinho. O cenário favorável fez com que o volume de vendas ultrapassasse a meta prevista de R$ 40 milhões, fazendo com que a feira gerasse negócios na ordem de R$ 60 milhões. Cerca de três mil cooperados do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred estiveram visitando a feira que contou com 30 expositores. As principais em- presas de agroquímicos e equipamentos estiveram presentes garantindo proximidade e estreitando relacionamentos com um público seleto de produtores rurais. Os destaques da feira foram à comercialização de 51 mil toneladas de adubo e a expectativa ultrapassada na venda de defensivos agrícolas. “Superamos nossas expectativas. A feira foi um sucesso”, disse o gerente de comercialização Frederico José Dalmaso. Segundo Frederico, as parcerias firmadas com os expositores e a participação dos cooperados alavancaram os Balcão de Negócios. 10 Revista Canavieiros - Julho de 2006 negócios e ajudaram a Copercana a atingir suas metas. “Os bons preços praticados pela Copercana ajudam os produtores cooperados a obterem um custo de produção menor aumentando sua rentabilidade”, afirmou Frederico. O presidente da Copercana, Cocred e também do II Agronegócios Copercana, Antonio Eduardo Tonielo também está satisfeito com os resultados da feira. “A feira surpreendeu e conseguimos superar os números estimados antes do evento. Acredito que todos os cooperados tenham conseguido realizar bons negócios, com preços, prazos e juros acessíveis. O que importa é a satisfação dos nossos cooperados”, finalizou Tonielo. Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana, Cocred e do II Agronegócios Copercana.
  • 11. Notícias Copercana Cooperados de toda região prestigiaram o evento. R$ 60 milhões foram alavancados em volume de negócios. O prefeito de Sertãozinho, José Alberto Gimenez, que também é cooperado, visitou a feira no dia 28. Na foto, o prefeito está ladeado por Antonio Tonielo e Pedro E. Bighetti. Frederico José Dalmaso e Paulo Calixto, gerentes de comercialização e financeiro da Copercana respectivamente. Aproximadamente 3 mil cooperados estiveram na feira. Revista Canavieiros - Julho de 2006 11
  • 12. Notícias Canaoeste O Produtor e a distribuição de renda Cristiane Barão Em seminário sobre o crescimento do setor realizado em Rio Preto, Manoel Ortolan destacou a importância do fornecedor independente O presidente da Orplana e da Canaoeste, Manoel Carlos de Azevedo Ortolan, foi palestrante no seminário sobre o crescimento da cana-deaçúcar na região noroeste paulista, realizado no dia 26 de junho, em São José do Rio Preto, e que reuniu produtores, industriais, profissionais e especialistas do setor. Ortolan falou sobre a “importância do fornecedor independente no desenvolvimento da cadeia sucroalcooleira” e destacou o papel do produtor de cana no processo de distribuição de renda. “O produtor acaba descentralizando a compra de insumos, equipamentos, privilegiando o comércio local e o aquecimento da economia regional. Assim, quanto maior o número de produtores independentes, maior será a distribuição de renda”, afirmou. A Orplana representa 12.600 pequenos, médios e grandes produtores ligados a 22 associações de diferentes regiões de São Paulo e Minas Gerais, entre elas a Canaoeste. No ano passado, foram responsáveis pela produção de 25% da cana processada pela indús- tria paulista e cultivam uma área de 760 mil hectares. Noventa por cento deles entregam até 10 mil toneladas. De acordo com Ortolan, na região noroeste paulista, onde a área com cana deve somar mais 1,2 milhão de hectares até 2010, 400 mil hectares podem ser cultivados por fornecedores inde- DA ESQUERDA PARA DIREITA: Rodrigo Zobaran - coordenador do Núcleo da Cadeia da Cana da ACIRP, Álvaro Luiz Estrella coordenador do Núcleo da Cadeia da Carne da ACIRP, Márcio Sansão - secretário municipal do Desenvolvimento Econômico de Rio Preto e vice-presidente da ACIRP, deputado federal Mendes Thame e Orlando Bolçone - secretario municipal de Planejamento de Rio Preto 12 Revista Canavieiros - Julho de 2006 pendentes. Segundo ele, a Orplana tem realizado encontro com os produtores para estimular a participação dos fornecedores independentes, divulgando as vantagens da atividade e as perspectivas para o setor. “O processo de expansão do setor já está acontecendo e é importante que os produtores de cana também participem. É o momento de crescer”, afirmou. O evento foi promovido pela Associação Comercial e Industrial de Rio Preto em conjunto com a prefeitura e também contou com as participações do prefeito de São José do Rio Preto, Edinho Araújo, secretários municipais, do deputado federal Antonio Carlos Mendes Thame, do presidente da Aplacana (Associação dos Plantadores de Cana de Monte Aprazível), João Thomaz Leal Pimenta, além de André Elias Neto, do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), Antônio César Salibe, diretor-executivo da Udop (Usinas e Destilarias do Oeste Paulista) e Jorge Petribu, diretor do grupo Petribu.
  • 13. Notícias Canaoeste Hospital Netto Campello inaugura Centro de Terapia Intensiva Carla Rossini O hospital passa a oferecer serviços de UTI adulta, pediátrica e neo-natal N o último dia 7 de julho o Hospital Netto Campello inaugurou o seu Centro de Terapia Intensiva. De agora em diante os pacientes do Netto Campello que necessitarem de tratamento intensivo poderão contar com UTIs neo-natal, pediátrica e adulto. A nova área do hospital ocupa 780 m2 e possui tudo o que há de mais moderno na área de saúde intensiva. Participaram da cerimônia de inauguração diretores da Canaoeste e do Hospital Netto Campello, médicos que compõem o corpo clínico e funcionários, o vice-prefeito de Sertãozinho, Nério Garcia da Costa, representantes da Sermed e Unimed, empresas parceiras do Netto Campello, entre outras autoridades. Segundo o presidente da Sermed, Dr. Walfrido Ismael Assan, a diretoria da Canaoeste deu um passo à frente com a construção da UTI. “A Canaoeste está de parabéns pela iniciativa em construir essa UTI, que é uma das melhores do interior paulista. Muitos municípios tem problemas crônicos na área de saúde por não possuírem uma UTI”, declarou. Além do Centro de Terapia Intensiva também foi construído um novo centro de esterilização totalmente adequado às normas exigidas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sani- tária) e está em andamento as obras para de uma nova sala de recuperação pós-cirurgia com berçário que dará suporte à maternidade. A ampliação exigiu a contratação de 25 novos funcionários, que foram treinados e capacitados para garantir o atendimento ao paciente. Durante o seu discurso de inauguração, o presidente da Canaoeste e do Hospital Netto Campello, Manoel Ortolan, lembrou da importância que esse hospital tem para Sertãozinho. “Não posso deixar de recordar um pouco da história desse hospital que há 51 anos vem beneficiando a população de Sertãozinho e região. O Hospital Netto Campello que nasceu em 1.955 é uma obra da Canaoeste. Ele nasceu graças à visão futurista de alguns de nossos diretores da época, que se anteciparam aos acontecimentos e deram vida ao Netto Campello”. Unidade de Terapia Intensiva UTI A Unidade de Terapia Intensiva é um local em que o paciente tem suas funções vitais monitorizadas durante todo o tempo, possibilitando corrigir imediatamente possíveis alterações. Dr. Paulo Afonseca, diretor técnico do Netto Campello, durante seu discurso. UTI Adulta UTI Neo-Natal Dois tipos de pacientes utilizam a UTI. Aqueles que tem programado uma cirurgia de alta complexidade no que se refere ao ato cirúrgico propriamente dito ou que tem uma doença de base que pode requerer cuidados mais intensos no pós-operatório. O outro tipo de paciente que utiliza a UTI é aquele que no decorrer de sua evolução, apresenta uma emergência como, por exemplo, uma insuficiência respiratória ou um estado de choque, isto é, uma falência do sistema cardiovascular. Revista Canavieiros - Julho de 2006 13
  • 14. Foto: Agência Brasil Notícias Canaoeste Guedes é o novo Ministro da Agricultura Carla Rossini N a tarde do dia 03 de julho, o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan participou da cerimônia de posse do novo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luís Carlos Guedes Pinto que aconteceu no Palácio do Planalto, em Brasília. Em seu discurso, o novo ministro afirmou que manterá como prioridades da sua gestão algumas metas definidas por seu antecessor Roberto Rodrigues. Entre elas, destacou o setor de agroenergia, prometendo consolidar a implantação do Centro Nacional de Agroenergia, recém criado pela Embrapa. “Há um vasto campo de pesquisa para melhorar os índices de produtividade, tanto no processo de produção agrícola, quanto industrial para o álcool e o biodiesel. Por outro lado é preciso aperfeiçoar os mecanismos de integração das diversas instituições públicas e privadas envolvidas neste programa que podem contribuir decisivamente para a geração de renda e emprego no país”, explicou Guedes. Ele destacou também que a defesa sanitária, animal e vegetal, será objeto de permanente preocupação do ministério, considerando-a “condição essencial para a manutenção, consolidação e ampliação de nossa posição de grande exportador”.Para Guedes a melhoria da promoção comercial dos produtos agropecuários brasileiros depende de um planejamento estratégico com a “indispensável participação do setor privado”. Segundo o ministro, além de grande exportador, o Brasil precisa se preocupar com a qualidade dos produtos que exporta, incorporando valores e garantindo mercados. O novo ministro prometeu também aprofundar estudos para reduzir as oscilações inerentes à produção agropecuária e lembrou que os instrumentos e mecanismos do seguro agrícola e dos títulos relacionados ao mercado futuro dos produtos agrícolas já foram estabelecidos pelo ministro Roberto Rodrigues. “Trata-se agora de caminhar na direção do aprimoramento e da consolidação desse processo” Guedes enfatizou ainda a necessidade de reduzir o desequilíbrio na relação entre produtores e processadores de produtos agropecuários, buscandose uma distribuição mais eqüitativa da riqueza do setor. O novo ministro finalizou afirmando que, a exemplo de Rodrigues, manterá as portas do Mapa abertas a todos. “O diálogo franco e leal é tônica da qual não abriremos mão. Estou seguro que, quando não há préjuízos e pré-conceitos e se busca o interesse nacional, sempre é possível encontrar a melhor solução para os destinos do país”. Luís Carlos Guedes Pinto foi secretário de Agricultura do Estado de São Paulo O engenheiro agrônomo e professor da Unicamp, Luís Carlos Guedes Pinto, é o novo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Nascido em Vera Cruz, interior paulista, Guedes já foi presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), secretário da Agricultura do Estado de São Paulo e diretor da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). Conforme informações do Ministério da Agricultura, antes de assumir o novo posto, Guedes foi secretário-executivo na gestão do ex-ministro Roberto Rodrigues. No Governo Federal, também participou do processo de implantação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da qual foi assessor e chefe do Gabinete da Presidência. Desempenhou ainda a presidência do Conselho de Administração da Ceasa Campinas. No setor não-governamental, o professor Guedes Pinto participou da direção de diversas organizações, sendo presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária e da Associação de Docentes da Universidade de Campinas. Formado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (1965), doutorou-se pela mesma Universidade, em 1973 e, em 1991, fez pós-doutorado na Universidade de Córdoba, na Espanha. Ismael Perina Júnior (presidente Socicana); Luis Carlos Guedes Pinto (Ministro da Agricultura) e Manoel Ortolan (presidente Canaoeste e Orplana). 14 Revista Canavieiros - Julho de 2006 Além de professor da Unicamp, desde 1983, foi chefe do Departamento de Política e História Econômica e pró-reitor de Desenvolvimento Universitário. Lecionou também na PUC Campinas e na Universidade de Brasília (UnB).
  • 15. Consecana Notícias Canaoeste Conselho dos Produtores de Cana, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo CIRCULAR Nº 05/06 DATA: 30 de junho de 2006 A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de JUNHO de 2006. O preço médio do kg de ATR para o mês de JUNHO é de R$ 0,3865. Os preços levantados pela ESALQ/CEPEA de faturamento do açúcar e do álcool, anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, nos meses de MAIO e JUNHO e acumulados até junho, são apresentados ao lado: Os preços do Açúcar de Mercado Interno (AMI) e os do álcool anidro e hidratado destinado à industria (AAI e AHI), incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (AMEBco e AMEVHP) e do álcool anidro e hidratado, carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD). Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de MAIO e JUNHO e acumulados até JUNHO, calculados com base nas informações contidas na Circular 03/05, são os seguintes:
  • 16. Notícias Cocred Atendimento: Um diferencial da Cocred Marino Guerra Com a certificação ISO 9001 a diretoria e administração da Cocred mostram sua preocupação em sempre melhorar o atendimento aos seus cooperados. U m dos assuntos mais importantes abordados pelos grandes estudiosos da administração de empresas é a forma de como a instituição deve lidar com o seu cliente, ou seja, para se construir uma empresa de sucesso é preciso atender bem os seus consumidores. Quando decidiu implantar o processo de certificação da qualidade ISO 9001, a diretoria da Cocred já tinha noção dessa nova necessidade de sobrevivência no mercado, levando-a a buscar a melhoria dos processos internos a fim de garantir um atendimento de primeira aos seus cooperados. Mas não foi apenas a busca pelo certificado exclusivo (é a única cooperativa de crédito rural que possui esse certificado) que fez a Cocred ganhar fama de parceiro do produtor rural no campo. Todas as diretorias da Cocred sempre se preocuparam em estar ao lado do cooperado, o reflexo disso é que hoje a cooperativa conta com nove agências (Sertãozinho, Pitangueiras, Cravinhos, Pontal, Serrana, Morro Agudo, Barretos, Batatais e Severínia), e ainda projeta para o final do ano a inauguração de mais três pontos de atendimento ao cooperado. Para o gerente-geral da Cocred, Márcio Meloni, o bom atendimento aos clientes é tratado com a mesma importância das operações financeiras feitas pela instituição. “Hoje o produtor rural não vai procurar um financiamento ou fazer um investimento em uma instituição financeira que não se preocupa em criar produtos e serviços adequados com sua realidade. Lógico que a solidez de uma cooperativa de crédito é de suma importância, mas é preciso pensar cada vez mais em soluções rápidas e facilitadas para o problema dos cooperados, e 90% disso está relacionado com o bom atendimento”, diz Meloni. Quem concorda com a opinião do gerente-geral da Cocred é o cooperado de Sertãozinho, Mário José Lopes, que ressalta a melhoria do atendimento devido à agilidade que os gerentes das agências conseguem resolver seus problemas. “Sou cliente da Cocred há oito anos e pude perceber uma grande evolução no atendimento em decorrência da liberdade que a diretoria deu para que os gerentes pudessem direcionar nossos problemas e com isso resolvelos de maneira muito mais rápida e eficaz” afirma Mário Lopes. O cooperado de Batatais Mário Sérgio Monteiro Baggio ressalta entre outras qualidades do atendimento da Cocred a preocupação de todos os profissionais da agência em atender da melhor maneira possível as necessidades dos clientes. O gerente da agência de Sertãozinho Rogério Moisés ao lado do cooperado Mário Lopes. 16 Revista Canavieiros - Julho de 2006 “A participação da gerência, inclusive nas lavouras, acompanhando o cooperado ao lado do agrônomo da Copercana é uma característica rara em se tratando de uma instituição financeira. Na Cocred, do guarda ao gerente, todo mundo luta para atender bem”. O Sr. Mário Baggio também lembrou
  • 17. Notícias Cocred do trabalho desenvolvido pelo atual presidente da entidade, Antonio Eduardo Tonielo. “Sempre fui fã da Copercana e Cocred, sou um entusiasta da organização. Acho que ela tem na figura de seu presidente um exemplo de empresário bem-sucedido e ele consegue transpor isso dentro das cooperativas”. O gerente da agência de Batatais César Henrique de Sousa ao lado do cooperado Mário Baggio. Ele ainda falou da importante decisão da Cocred em estar mais próxima de seus clientes através da abertura de novas agências. “A Cocred sempre teve como característica o bom-atendimento, só que havia o problema da distância, pois os produtores de Batatais tinham que se locomover até Sertãozinho. Ao abrir a agência aqui, a diretoria conseguiu melhorar aquilo que já era bom, mantendo o mesmo atendimento de qualidade de Sertãozinho, só que agora ao lado de casa”. Já o cooperado do município de Serrana, Otávio de Freitas Tavares, lembra do atendimento personalizado que a Cocred realiza. “Eu e meu pai estamos muito satisfeitos com os serviços oferecidos pela Cocred, uma vez que este está em constante evolução. Além do que recebemos um atendimento muito personalizado”, finaliza Otávio. O gerente da agência de Serrana Mauricio Roberto Rodrigues, ao lado do cooperado Otávio de Freitas Tavares. Cocred trabalha na abertura de novas agências E m breve os cooperados da Cocred dos municípios de Cajuru e Viradouro, também poderão contar com todo o atendimento de qualidade, isso porque, as instalações das agências estão em processo final, podendo ser inauguradas em breve. Levar em conta que há diversos produtores rurais no qual atuam basicamente nas culturas de cana-de-açúcar e sementes brachiaria foi o motivo que a direção da Cocred encontrou para montar uma agência na cidade de Cajuru. A Cocred mais uma vez cumpre com um importante papel dentro do cooperativismo, pois outra característica da cidade é a grande quantidade de pequenos e médios produtores rurais que nem sempre conseguem o financiamento necessário para continuar no campo. Já Viradouro aguarda há muito tempo a abertura de uma agência da Cocred, pois só falta a cooperativa de crédito para que os produtores rurais daquele município possam gozar de todas as vantagens do sistema Copercana/Canaoeste/Cocred. Revista Canavieiros - Julho de 2006 17
  • 21. S ão supermercados, postos de combustíveis, lojas de fer ragens e magazine, unidade de armazenamento de grãos, corretora de seguros, banco, assistência técnica, jurídica, médica, odontológica. Tudo em um só lugar e à disposição dos cooperados do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. “Quando saio de casa para ir a Copercana, sei que vou resolver vários assuntos de uma só vez. Isso facilita a nossa vida”, afirma o cooperado Ângelo Roberto Bachega, produtor de cana-de-açúcar, soja e amendoim. E esse sistema que busca simplificar as atividades ligadas à produção e ao dia-a-dia dos cooperados começou a ser construído há mais de 60 anos e hoje a Copercana, a Canaoeste e a Cocred são consideradas modelos de cooperativismo e associativismo rural e servem de referência não apenas para o Brasil, mas para o mundo. “Atualmente o sistema tem um quadro de aproximadamente cinco mil associados e cooperados, que fazem delas instituições sólidas, de excelência nos serviços prestados e que crescem junto com a comunidade de Sertãozinho. É uma demonstração de pujança e seriedade, que busca a permanente evolução tecnológica do agronegócio brasileiro”, afirma o presidente das cooperativas, Toninho Tonielo. O sistema começou a se configurar com a fundação da Canaoeste, em 1945. “A Canaoeste sempre fez a representação política dos seus associados perante órgãos públicos e privados”, diz o seu atual presidente Manoel Carlos de Azevedo Ortolan que também preside a Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil). No entanto, era necessário ampliar o suporte aos produtores de cana. Assim, a Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo - Copercana, fundada em 19 de maio de 1963, surgiu com a finalidade de unir os agricultores da região para promover a defesa de seus interesses econômicos. Com base na colaboração recíproca, desde a sua fundação, o objetivo principal era desenvolver o estímulo de seus cooperados, através do fornecimento de produtos agropecuários, das vendas em comum da sua produção e da prestação de serviços agrícolas. A história do sucesso e do crescimento da cooperativa se confunde com a personalidade e o caráter do atual presidente, Antonio Eduardo Tonielo, que está sempre estimulando os colaboradores e fornecedores. Em 27 de julho de 1969 foi fundada a Cocred – Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho. Também presidida por Antonio Eduardo Tonielo, a Cocred surgiu para viabilizar o cumprimento da Lei 4.870/1965, que tratava das taxas de financiamento, assistência e associativismo que o fornecedor de cana recolhia, via usinas, para o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA). A pequena cooperativa foi crescendo, se tornou parte da vida dos cooperados e hoje, é a primeira cooperativa de crédito do Brasil a obter o selo de qualidade ISO 9001.
  • 22. Reportagem de Capa “O sistema oferece o suporte que precisamos para trabalhar”, afirmam os primos Ângelo Roberto Bachega e Marcelo Rodrigo Baccega (leia o texto Tradição Familiar) Suporte e estabilidade ao produtor O sistema Copercana, Canaoeste e Cocred é um suporte fundamental para o sucesso da atividade produtiva, na opinião dos cooperados. E está sempre perto do produtor, já que possui filiais em Cravinhos, Serrana, Batatais, Pontal, Pitangueiras, Viradouro, Barretos, Morro Agudo, Severínia, Terra Roxa e Uberaba. Formado em Economia pela FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado), o cooperado Aguinaldo de Almeida Prado, de Jardinópolis, enxerga a Copercana como uma extensão do seu trabalho. “Costumo dizer que a Copercana existe para facilitar o meu trabalho. Quando eu preciso comprar alguma coisa, ou mesmo na parte de assistência técnica e não posso sair do escritório, ligo na Copercana e sou atendido na hora”, afirma. Aguinaldo conta que sua família planta cana-de-açúcar há 25 anos e soja como cultura de rotação. “Tudo começou com meu irmão Aluízio, um dos fundadores da Usina Jardest, que abriu espaço para eu começar a trabalhar com cana e de lá para cá tomei gosto por essa cultura”, diz o economista. Aguinaldo trabalha na administração das propriedades da família, em Jardinópolis e Andradina. Além da cana, os irmãos Aguinaldo e Aluízio estão na pecuária e avicultura. No total, os dois cultivam 770 alqueires. Na última safra, eles entregaram 150 mil toneladas de cana. O produtor acredita nas boas perspectivas para o setor. “A cana é um ótimo negócio para o Brasil e para quem consegue trabalhar com volume. É garantia de boa renda nesse momento que vive o setor”, finaliza. Tradição Familiar entregaram os pontos – a primeira crise foi em 1964/65, por causa da seca e, a segunda, em 1998/2000, quando houve a desregulamentação do setor e excesso de produção e estoques. A preocupação dos Bachega é voltada, agora, à expansão desordenada dos plantios, por causa do bom momento conjuntural do setor canavieiro. “A expansão que estamos vivendo atualmente na região oeste de São Paulo precisa ser planejada, pois existem muitos aventureiros que não conhecem o setor e começam a plantar cana tendo em vista o bom momento pelo qual atravessa a cana”, diz Ângelo. “Mesmo com os bons preços atuais, a negociação com as usinas é complicada e depende muito de mercado em cada momento”. A família Bachega é um exemplo de pequenos produtores que persistem no plantio de cana e ainda procuram terras para arrendar. Com a experiência acumulada desde a década de 60, quando a família começou a plantar cana e, com a assistência oferecida pela Canaoeste e Copercana, a produtividade é excelente e alcança 90 toneladas por hectare (a média levantada pela Orplana é de 80 toneladas/hectare). Quando questionados sobre a importância do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred os dois respondem juntos: “é o suporte que precisamos para trabalhar”. Marcelo se arrisca ainda mais. “O melhor banco que existe é a Cocred. As facilidades e comodidades que você encontra na Cocred acabam estimulando os cooperados a investirem cada vez mais. O retorno é excelente”, conclui. Na safra passada, os primos Ângelo Roberto Bachega e Marcelo Rodrigo Baccega (a diferença entre os sobrenomes é um erro de registro) plantaram cana, soja, amendoim e milho em Sertãozinho, Uberaba e Paulo de Faria num total de 540 hectares. “A principal cultura é a cana, as leguminosas são apenas em rotação de cultura”, explica Marcelo. Tudo a favor do Cooperado A Os primos fazem parte da quarta geração da família. “Meu avo, vindo da Itália, começou a trabalhar como funcionário de fazendeiros aqui no Brasil. Mas, graças a muito esforço, adquiriu terras e distribuiu aos seus sete filhos”, conta Ângelo. Aguinaldo de Almeida Prado, cooperado e produtor de cana-de-açúcar. 22 Revista Canavieiros - Julho de 2006 ntonio Eduardo Tonielo explica a evolução ocorrida nestes anos de existência e credita o sucesso a alguns fatores. “Primeiro há de se destacar que nós conhecemos bem e a fundo o nosso negócio. Depois, nós nos dedicamos inteiramente ao trabalho em defesa dos interesses dos nossos cooperados e associados. Nestes anos todos, é inegável que o patrimônio dos nossos cooperados cresceu muito. E só quem vive o negócio, como a Copercana, a Canaoeste e a Cocred estão vivendo, é que pode oferecer sempre o melhor ao produtor.” Apaixonados pela agricultura, eles não sabem se as próximas gerações darão continuidade ao negócio, mas não desanimam. Nem quando o setor passou por fases críticas os Bachega Outra razão do sucesso se deve à estrutura que é oferecida aos cooperados. “Aqui o cooperado sabe que sempre será valorizado na hora das vendas. Isto porque a nossa estrutura é
  • 23. Reportagem de Capa E por falar em Sertãozinho... N ão é por acaso que Sertãozinho é o maior pólo sucroalcooleiro do mundo. A cidade concentra cinco usinas de açúcar e álcool, duas destilarias e três engenhos de aguardente. A primeira vez que se ouviu falar em cana na pequena Sertãozinho foi por volta de 1.900, quando os agricultores da região cultivavam apenas café. Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana e Cocred. Tonielo também é proprietário de 3 usinas de açúcar e álcool diferente. Anualmente comercializamos cerca de 50 mil toneladas de soja, 1,8 milhões de sacas de amendoim e 120 mil toneladas de calcário, entre outros insumos”, finaliza Tonielo. De lá para cá a cana parece ter invadido Sertãozinho. A cidade transformou-se no centro da região mais forte e tradicional do Estado de São Paulo que, por sua vez, é o maior produtor de açúcar e álcool do mundo. Segundo a Secretaria de Agricultura do Estado, nesta safra serão produzidas 267 milhões de toneladas de cana. Desse total, 25% estão nas mãos de pequenos e médios produtores. De acordo com a Orplana, são cerca de 12.600 plantadores de cana em diferentes regiões do Estado e que cultivam, em média, 60 hectares. Noventa por cento deles entregaram até 10 mil toneladas na safra passada. É dentro deste perfil que se encaixam os cooperados do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. A Canaoeste é uma das mais importantes associações de produtores do mundo e, na safra passada, foi responsável por 5% de toda a cana produzida por fornecedores. Desempenho que se deve ao suporte e à assistência oferecidos ao produtor pelo sistema. Vista da Praça 21 de Abril, na região central de Sertãozinho. A cidade é considerada a capital do açúcar e do álcool. Revista Canavieiros - Julho de 2006 23
  • 24. Destaque Virálcool 2 entra em operação em Castilho Cristiane Barão Usina irá processar nesta safra 700 mil toneladas de cana; disponibilidade de área para cana foi fator decisivo O setor sucroalcooleiro está em franca expansão na região noroeste de São Paulo, conforme apontavam as perspectivas. No último dia 24 entrou em operação a usina Virálcool 2, em Castilho, na divisa entre São Paulo e Mato Grosso do Sul, e que irá moer já nesta safra 700 mil toneladas de cana com estimativa de processar 2,5 milhões de toneladas em 2010. A unidade de produção pertence aos irmãos Toniello, Antonio Eduardo, José Pedro, Renato e Waldemar, que investiram cerca de R$ 160 milhões na parte industrial e agrícola. De acordo com o diretor do grupo, Antonio Eduar- Região é a nova fronteira A região noroeste paulista, considerada a última fronteira para a cana no Estado, deverá abrigar 40 novas unidades de produção até 2010, Virálcool 2, unidade de Castilho. 24 Revista Canavieiros - Julho de 2006 Família Tonielo descerra a placa inaugural da Virálcool 2 do Tonielo, nesta primeira safra a indústria deverá produzir cerca de 60 milhões de litros de álcool. A usina terá 50% de cana própria, cultivada em uma área de 24 mil hectares, e o restante será de fornecedores. A Virálcool 2 irá gerar 1,1 mil empregos, número que será ampliado à medida em que a unidade aumentar sua produção. Até 2008, segundo o diretor do grupo, a intenção é iniciar a produção de açúcar. De acordo com Antonio Tonielo, o critério para a definição do local para a instalação da Virálcool 2 foi a disponibilidade de área para o cultivo de cana. “Na região de Ribeirão Preto, onde já temos duas unidades de produção, não há mais espaço para crescer e nesta região é possível, num raio de 20 km, colher até três milhões de toneladas”, afirmou. O Grupo Toniello foi fundado em 1965 e também é proprietário da usina Virálcool, em Pitangueiras, e da Destilaria Santa Inês, em Sertãozinho, que moem cerca de 2,8 milhões de toneladas. Quando a Virálcool 2 atingir sua capacidade total de processamento, o grupo irá processar 5,8 milhões de toneladas. de acordo com levantamento da Udop (União das Destilarias do Oeste Paulista). Na safra 2004/05, as 61 usinas em funcionamento processaram 82,6 milhões de toneladas de cana e a cultura ocupou 1,2 milhão de hectares na região. Para 2010, serão necessárias mais 80 milhões de toneladas e a estimativa é que a área ocupada pela cana alcance 2,6 milhões de hectares. O crescimento se dará sobre as áreas de pastagem com baixa tecnologia. O número de cabeças de gado por alqueire deverá crescer, aumentando a eficiência na pecuária e liberando áreas para a cana.
  • 25. Destaque Açúcar e álcool puxam exportações no semestre Cristiane Barão P uxadas pelos embarques de açúcar e álcool, papel e celulose, couros e seus produtos, cereais, farinhas e preparações, as exportações do agronegócio totalizaram US$ 21,358 bilhões no primeiro semestre deste ano. Esse valor é 5,7% acima do registrado em igual período de 2005 e um recorde para os períodos de janeiro a junho. O saldo comercial do setor nos primeiros seis meses de 2006 foi de US$ 18,375 bilhões. A balança do agronegócio foi divulgada pelo Ministério da Agricultura no último dia 5. Nos últimos 12 meses (julho de 2005 a junho de 2006), as exportações do setor somaram US$ 44,758 bilhões, com saldo de US$ 39,072 bilhões. Esse valor ficou 9,9% acima dos US$ 40,720 bilhões registrados em igual período anterior. Os grupos que mais contribuíram para as exportações do setor no primeiro semestre registraram os seguintes aumentos: açúcar e álcool mais 21,8% (de US$ 2 bilhões para US$ 2,5 bilhões); papel e celulose mais 17,7% (de US$ 1,6 bilhão para US$ 1,9 bilhão); couros e seus produtos mais 11,6% (de US$ 1,48 bilhão para US$ 1,65 bilhão); cereais, farinhas e preparações mais 59,7% (de US$ 197,9 milhões para US$ 316 milhões). No mês de junho, os produtos que tiveram maior crescimento em valores absolutos foram os seguintes: açúcar e álcool, com mais 57,9%; papel e celulose, com 20,6%; couros e seus produtos, com 12,8%; e fumo e tabaco, com 7,1%. Em São Paulo, de janeiro a junho, o agronegócio paulista também apresentou exportações crescentes, alcançando US$ 6,01 bilhões (9,3%). As importações somaram US$ 1,89 bilhão (13,2%), o que produziu um saldo comercial 7,6% maior que o de igual período do ano anterior, chegando a US$ 4,12 bilhões. Os índices de quantidade do comércio exterior do agronegócio mostram que, no Brasil, a quantidade exportada recuou 4,7% no primeiro semestre de 2006, quando comparada com a do mesmo período de 2005. Já no caso do Estado de São Paulo, a queda foi mais expressiva 12,2%. Entretanto, nos índices de preços, os comportamentos são inversos. Subiram 9,9% em nível nacional, patamar muito inferior aos 24,4% de aumento verificados no âmbito de São Paulo. Isto se deve basicamente aos preços internacionais do setor sucroalcooleiro, principalmente açúcar. Os cinco principais agregados de cadeias de produção nas exportações do agronegócio paulista, no primeiro semestre de 2006, foram: cana e sacarídeas (US$ 1,75 bilhão), bovídeos (US$ 1,23 bilhão); produtos florestais (US$ 0,77 bilhão), frutas (US$ 0,71 bilhão) e bens de capital e insumos (US$ 0,35 bilhão), que juntos perfazem 80,6% das exportações setoriais paulistas.
  • 26. Informações setoriais Chuvas de Junho e Prognósticos Climáticos A s chuvas do mês de junho de 2006, anotadas em vários postos meteorológicos na região de abrangência da CANAOESTE, são apresentadas no quadro abaixo. As chuvas de junho, em todos os locais acima, “ficou” abaixo das médias históricas e, até mesmo, aquém das previsões, a exemplo dos meses de abril e maio. Mapa 1:- Água Disponível no Solo no período de 15 a 18 de junho de 2006. Engº AGRÔNOMO OSWALDO ALONSO Consultor AgronômicoCANAOESTE O mapa 1, acima, mostra que o índice de Água Disponível no Solo, no período acima, encontrava-se como nível crítico em toda área canavieira do Estado de São Paulo. Está sendo muito benéfico para a maturação, operações de colheita e processamento de matérias primas mais ricas. Entretanto, na região de abrangência da CANAOESTE, as últimas chuvas que foram anotadas até meados de abril e muito pouco em maio e junho, causam preocupação aos produtores quanto às soqueiras recém-colhidas / brotadas, que já apresentam ataques de elasmo e, quanto aos plantios efetuados após meados de abril. 26 Revista Canavieiros - Julho de 2006
  • 27. Informações setoriais Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de junho de 2006. C om o fim de subsidiar em planejamentos de atividades futuras, o Departamento Técnico da CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre o Instituto Nacional de Meteorologia-INMET e Instituto Nacional de Pesquisas EspaciaisINPE, para os meses de julho e agosto de 2006, como se seguem: § Embora as temperaturas à Superfície do Oceano Pacífico Equatorial se encontrem próximos da neutralidade, ainda se nota efeito do fenômeno “La Niña”; Mapa 3:- Água Disponível no Solo ao final de junho de 2005. § mesmo que de média/baixa confiabilidade, os prognósticos de consenso INPE-INMET apontam que: · Na Região Centro-Sul, as temperaturas poderão ser próximas das médias históricas, com grande variação ao longo deste período. Não está descartada a possibilidade de “entradas” de massas polares (frias) mais intensas; · as chuvas poderão “ficar” próximas às precipitações históricas em toda Região Centro Sul. Comparando-se os mapas 2 e 3, observa-se que, ao final de junho de 2005 (mapa 3), o índice de Água Disponível no Solo encontrava-se entre médio a bom em todas as outras regiões canavieiras, com exceção de áreas críticas localizadas no extremo Noroeste e região Central do Estado e nas regiões de Franca, São João da Boa Vista, Sorocaba. Porém, ao final de junho deste ano (mapa 2), somente a região Sudoeste e alguns pontos isolados do Estado de São Paulo apresentava bom nível de umidade no solo, notando-se que o retrato climático é totalmente diferente dos anos anteriores mais recentes, pois, desde o final deste abril, os índices de Água Disponível no Solo mostravam-se aquém da média histórica em quase todo Estado de São Paulo. Com a finalidade de exemplificar, tomando-se a região de abrangência da CANAOESTE e normais anotadas pelo Centro Apta IAC - Ribeirão Preto, a chuvas poderão “ficar” ao redor de 20mm em cada um destes dois próximos meses. Revista Canavieiros - Julho de 2006 27
  • 28. Legislação Queima de Cana Não cabe aos municípios legislar sobre meio ambiente N o último mês de Junho, o Tribunal de Justiça de São Paulo, através de seu Órgão Especial, decidiu na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 125.132.0/4-00, ajuizada em desfavor de uma lei do município de Americana-SP. que proibia a queima da palha da cana em seu território, que referida proibição feria princípios constitucionais, na medida em que havia legislação federal e estadual já regulando a matéria. No âmbito federal o Decreto nº 2.991/98 e, no âmbito estadual, a Lei nº 10.547/ 2000, alterada pela Lei nº 11.241/2002, que traçam um cronograma de eliminação gradativa. De acordo com a referida decisão, só pode legislar em matéria ambiental a União, os Estados e o distrito Federal, 28 Revista Canavieiros - Julho de 2006 de forma concorrente, conforme estipulado expressamente no artigo 24, da Constituição Federal, estando o Município apto apenas a suplementar leis federais e/ou estaduais e não às torná-la ineficaz. Esta decisão, portanto, vai refletir nas demais ações contra outras leis municipais que vedam totalmente a prática da queima controlada da canade-açúcar, agindo assim em total descompasso com a legislação estadual, como ocorre nos municípios de Ribeirão Preto-SP., Paulínea e Limeira, assim como mostrará aos legisladores municipais que a tentativa de legislar nessa área, somente deverá ocorrer se observado os parâmetros da legislação estadual e federal existentes. Juliano Bortoloti Advogado da Canaoeste Reserva Florestal Legal F oi publicado no dia 27 de Junho de 2006, pelo então Governador Cláudio Lembo, o Decreto Estadual nº 50.889/2006, que regulamentou no Estado de São Paulo a questão da reserva florestal legal a ser averbada e constituída em cada propriedade rural, observando o mínimo de 20% em cada imóvel. Referido dispositivo normativo cria uma série de obrigações ao proprietário para a manutenção, recomposição e condução da regeneração natural ou compensação das áreas de reserva legal, dentro de um prazo máximo de 30 (trinta) anos e que estão sendo objeto de discussões por parte do setor produtivo, visando analisar os seus impactos para uma tomada de posição. Um reflexo imediato e prático deste decreto é o caráter vinculativo que provoca nos órgãos públicos estaduais, mormente os ambientais, que podem exigir a averbação de reserva florestal legal como condição de quaisquer outros licenciamentos de seu âmbito de atuação, como por exemplo, construção de indústrias na área rural, intervenção em área de preservação permanente, corte de árvores isoladas, exploração de várzea, regularização de diques e represas, dentre outros. Se isso ocorrer realmente, além de significar um engessamento do setor produtivo, certamente estará se cometendo um abuso de interpretação legal, pois averbar e constituir reserva florestal legal é, ao nosso ver, condição de desmatamento e, jamais, condição para quaisquer outros tipos de licenciamento ambiental, pois, neste último caso, falta norma legal que assim expressamente determine.
  • 29. Biblioteca “GENERAL ÁLVARO TAVARES CARMO” Cultura Cultivando a Língua Portuguesa Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português Outro dia ouvi de um cidadão: ...Futebol não é jogo de “PIMBOLIM”!!! O Dia Internacional do Cooperativismo, comemorado todo primeiro sábado de julho, foi instituído em 1923 pela Aliança Cooperativa Internacional com o intuito de demonstrar ao mundo a solidariedade dos cooperativistas, a eficácia de sua organização como meio de emancipação econômica e a garantia de paz para todo o mundo. Baseado nisso, a sugestão de leitura para a primeira edição da Revista CANAVIEIROS é a obra de Diva Benevides Pinho. Fazendo uma análise dos fatos que estão mudando o Cooperativismo brasileiro, no início do século XXI, a obra destaca a substituição da unicidade pela pluralidade de representação das cooperativas, a emergência da economia cooperativa solidária, as alterações introduzidas pelo novo Código Civil e, no ramo crédito, a abertura do Banco Central do Brasil ao microcredito cooperativo. O livro apresenta, na Parte I, o Cooperativismo brasileiro a partir das pré-cooperativas até às inovações do Século XXI; e na Parte II, sob a forma de verbetes, a Vertente Cooperativa Pioneira, cujas raízes estão no final do século XIX, mas que se consolida como sistema a partir de 1970; e a nova Vertente de Economia Solidária, embasada no crédito solidário como instrumento de concessão de pequenos empréstimos, sem burocracia e sem formalidades, a empreendimentos populares de pequeno porte, tendo em vista a potencialidade do negócio e o caráter do(s) empreendedor(es). Os interessados em conhecer a obra “O Cooperativismo no Brasil”, podem procurar a Biblioteca da Canaoeste que fica na Rua Augusto Zanini, nº 1461 em Sertãozinho ou pelo telefone (16) 3946 3300 Ramal 2016. Recordar é viver, frase caseira e famosa... Quantos amigos leitores já não jogaram PEBOLIM !!! Prezados amigos leitores,com certeza, futebol não é jogo de PEBOLIM...(escrita correta). “AOS DOMINGOS” reunimos a família para um grande almoço !!! Paz total... Muito bem!!! Nada melhor do que termos a família reunida AOS DOMINGOS em plena confraternização, sem brigas, discussões, mal-entendidos... Dica útil: quando algo se repete, nos dias da semana, usamos o nome do dia no plural, antes da preposição A. Exemplos corretos: Aos sábados vamos à fazenda.(ação que se repete—dia da semana no plural: sábados—preposição A+OS=AOS) Às terças-feiras eles vão ao cinema. Obs.: usar o acento grave(tópico gramatical—CRASE) antes das locuções adverbiais femininas que indicam TEMPO, MODO e LUGAR. Ex.: Às quartas-feiras almoçamos fora de casa. (quarta-feira——locução adverbial de tempo) Teimou “COM INSISTÊNCIA” e disse: —Não vou à palestra. Ficarei na fazenda descansando... Prezado amigo leitor, mesmo preferindo fazenda à palestra há redundância foi nítida na frase... Evite redundâncias na oralidade e na escrita. Quem TEIMA já procede com INSISTÊNCIA!!! CURIOSIDADE “A vida é como jogar bola na parede: Se for jogada uma bola azul, ela voltará azul; Se for jogada uma bola verde, ela voltará verde; Se a bola for jogada fraca, ela voltará fraca; Se a bola for jogada com força, ela voltará com força. Por isso, nunca jogue uma bola na vida de forma que você não esteja pronto para recebê-la. A vida não dá nem empresta; não se comove nem se apieda. Tudo o que ela faz é retribuir e transferir aquilo que nós lhe oferecemos.” ALBERT EINSTEIN RENATA CARONE SBORGIA Advogada e Prof.ª de Português e Inglês Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, MBA em Direito e Gestão Educacional, Escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras) com Miriam M. Grisolia Revista Canavieiros - Julho de 2006 29
  • 30. Pragas e Doenças Cigarrinha-das-Raízes uma praga que pode destruir 100% do CANAVIAL Carla Rossini A colheita mecanizada e sem queima é uma realidade que cresce cada vez mais no Brasil e, principalmente, no Estado de São Paulo. Até por exigência da legislação que pretende até 2.030 acabar com a queimada da palha da cana-de-açúcar, a pratica da colheita mecanizada vem aumentando. Essa evolução é ótima, mas algumas precauções devem ser tomadas. Uma das observações já constatada com a colheita mecanizada é o aumento de pragas que podem afetar os canaviais. O ataque de cigarrinha-dasraízes, por exemplo, tem ocasionado prejuízos aos produtores canavieiros. Cada vez mais freqüente e intensa, se não for controlada, essa praga pode destruir 100% dos canaviais alerta a engenheira agrônoma e doutora em nematologia e entomologia do Instituto Agronômico (IAC), Leila Luci Dinardo Miranda. “Dependendo da variedade e das populações de cigarrinha, pode ocorrer perda total da área, mas, geralmente, as reduções são da ordem de 8 a 10% da produtividade de açúcar para canaviais colhidos em início de safra (abril-maio) e de 50% para canaviais colhidos em final de safra (novembro)”, explica a pesquisadora. Os primeiros focos de cigarrinha no estado de São Paulo foram encontrados em áreas de colheita de cana crua, local onde a palha deixada no campo favorece o crescimento populacional porque propicia melhores condições de umidade. Atualmente, a cigarrinha é encontrada em altas populações no estado e causa problemas em áreas de cana queimada e até de cana planta. A cigarrinha-da-raízes é um inseto sugador que ataca os canaviais em duas fases. As ninfas sugam as raízes da cana, extraindo grande quantidade de água e nutrientes. Já os adultos sugam a seiva e as folhas. A doutora Leila ex30 Revista Canavieiros - Julho de 2006 plica que tanto as ninfas quanto os adultos, para sugar, injetam toxinas na planta, causando necrose nos tecidos foliares e radiculares. “Com o ataque dessa praga o processo de fotossíntese é reduzido e, como não ocorre a formação de açúcares nas folhas, não há acúmulo nos colmos tornando-os menores, mais finos e curtos”, diz Leila. Além da cana-de-açúcar, a cigarrinha-das-raízes é freqüentemente encontrada em diversos capins e gramas. Para identificar um canavial infestado é preciso observar se durante a estação chuvosa, há presença de “espumas” no pé da cana, afirma a pesquisadora. “Essa “espuma” é produzida pelas ninfas para proteção e é um sinal de presença de cigarrinhas na lavoura”, alerta. Em condições de ataque severo, os colmos apresentam-se desnutridos e desidratados, secando do topo para a base, as folhas se tornam de início amareladas e posteriormente secas, causando a morte da planta. O canavial fica completamente seco, com aspecto queimado. Segundo a Dr. Leila, “esses sintomas, que podem ser confundidos com seca, podem aparecer mesmo durante a estação chuvosa”. Para controlar a praga há métodos bastante eficientes, porém não existe prevenção. As recomendações, segundo a Dr. Leila, incluem levantamentos populacionais, que devem iniciar cerca de 15 a 20 dias depois das primeiras chuvas da primavera, quando as ninfas começam a eclodir dos ovos. A recomendação do IAC para manejo de áreas com problemas de cigarrinha é o uso do fungo Metarhizium anisopliae em áreas com pouca incidência de insetos. No entanto, se as populações estiverem muito elevadas (superiores a 4 insetos por metro quadrado em cana colhida a partir de agosto e maiores de 10 insetos em cana colhida de abril a julho), a recomendação da Dr Leila é para que se faça o uso de aplicações de inseticidas químicos. Ciclo de vida da Cigarrinhadas-Raízes A Dr. Leila explica que os adultos tem hábitos crepusculares, ou seja, são mais ativos no final do dia. Após acasalamento, as fêmeas ovipositam na palhada e, principalmente, na superfície do solo próximas à base das touceiras. Uma fêmea põe entre 310 a 380 ovos. Em condições de temperatura e umidade elevadas, as ninfas emergem os ovos cerca de 15 a 20 dias após a postura, dirigem-se às raízes, de onde sugam grande volume da seiva. Essas ninfas passam por cinco mudanças de pele, num período de 30 a 45 dias, e estão sempre envolvidas por uma espuma densa, bastante característica, que as protegem da dissecação. O ciclo evolutivo completo é de 45 a 60 dias. O nome vulgar, cigarrinhadas-raízes, está relacionado ao local de alimentação e desenvolvimento das ninfas, as raízes. Os insetos adultos medem aproximadamente 13mm de comprimento por 6,5mm de largura. Os machos são avermelhados com asas orladas de castanho escuro e com uma faixa longitudinal da mesma cor. As fêmeas normalmente são mais escuras, marrons avermelhadas, com faixas das asas quase pretas.
  • 31. Novas Tecnologias Centro de Cana inaugura Laboratório Cristiane Barão O Centro Apta Cana, com sede em Ribeirão Preto, inaugurou no início do mês o Laboratório de Biologia Molecular Cana IAC, que irá acelerar o processo para obtenção de novas variedades de cana-de-açúcar, além de possibilitar análises para o diagnóstico de doenças como o raquitismo da soqueira. Os equipamentos do laboratório foram adquiridos com investimentos de cerca de R$ 235 mil da Fapesp. São tecnologias destinadas ao aperfeiçoamento de pesquisas já em andamento no Centro de Cana IAC sobre mapeamento genético e identificação de genes relacionados a pragas, doenças e tolerância à seca. Na região de Ribeirão Preto não há outro laboratório desse tipo. Até então, o Centro de Cana IAC vinha produzindo variedades por meio do melhoramento tradicional. Nos últimos oito anos, o IAC disponibilizou 12 novas variedades de cana por meio do melhoramento convencional, que requer cerca de 10 anos de pesquisa até obter nova variedade. Com as novas ferramentas, espera-se reduzir o tempo necessário para o desenvolvimento de novos materiais e assim continuar a fortalecer o setor por meio da variabilidade genética, que evita grandes pre- juízos em caso de ocorrência de doenças. “As ferramentas da biologia molecular podem proporcionar a obtenção de variedades de cana em um período menor de tempo e, em casos específicos, com características que não poderiam ser obtidas por meio do melhoramento inteiramente convencional”, diz Luciana Rossini Pinto, pesquisadora do IAC. Ainda neste ano, o Centro de Cana do IAC irá colocar à disposição do setor produtivo a análise de diagnóstico para raquitismo da soqueira, importante doença da cana-de-açúcar que pode levar a perdas superiores a 50% em variedades suscetíveis. No Brasil, essa doença está disseminada na maioria das regiões de canavicultura e transmissão se dá durante o corte, quando o facão ou as lâminas das colheitadeiras cortam plantas doentes e, depois, plantas sadias. “Plantas contaminadas apresentam atraso no desenvolvimento e encurtamento dos colmos, e conseqüentemente, redução da produtividade”, explica Silvana Creste Dias de Souza. Daí a importância de realizar o diagnóstico. Segundo a pesquisadora, o objetivo do Centro de Cana é amplia o atendimento ao setor, oferecendo também serviços de diagnóstico para escaldadura das folhas e mosaico. Para isso, o Centro está buscando o financiamento de novos projetos de pesquisa. Variedades asseguram sustentabilidade A s variedades dão sustentabilidade ao mercado, reforçam a diversidade genética e isso redunda em uma estratégia de proteção das lavouras contra pragas e doenças. Quanto menor a variabilidade genética, maior suscetibilidade aos mesmos aos mesmos problemas fitossanitários. Na década de 70 e 80, quase 50% da cana cultivada em São Paulo era dominada por uma única variedade. Em 93, surgiu o amarelinho da cana-deaçúcar, que atingiu a variedade que ocupava mais de 30% da área, resultando em queda na produção de algumas usinas. O aparecimento da praga estimulou os programas de melhoramento.
  • 32. Culturas de Rotação O inimigo número 1 do amendoim Armazém de amendoim da Unidade de Grãos da Copercana. Marino Guerra Em toda cadeia produtiva do amendoim é preciso tomar cuidado para que o fungo não estrague o trabalho de uma safra inteira N a década de 60 avicultores ingleses identificaram que parte dos filhotes de Peru vieram a morrer por intoxicação devido a ingestão de ração que continham farelo de amendoim. Depois de pesquisas sobre o assunto foi identificada a causa da morte dos animais, a Aflatoxina, toxina liberada por diversos tipos de fungos que dentre outros produtos se instala com muita facilidade no amendoim. Aflatoxina no campo e para isso ele tem que se preocupar com o controle de insetos e fungos, rotação de culturas, nutrição das plantas, prevenção de estresse hídrico, prevenção de danos mecânicos, evitar o brotamento do amendoim e escolher de forma planejada a variedade que será plantada. Tomando esses cuidados dificilmente o amendoim entregue pelo produtor terá uma qualidade baixa”. Explica Augusto. O gerente da Unidade de Grãos da Copercana, Augusto César Strini Paixão, alerta os produtores da necessidade em se fazer o manuseio adequado, obter o conhecimento e buscar as técnicas apropriadas existentes para evitar o aparecimento dessa toxina. O gerente ainda explica o baixo valor de mercado do produto que chega para a armazenagem com um índice de aflatoxina acima do permitido, 20ppb (microgramas de aflatoxina por quilogramas do produto analisado) para o produto destinado a alimentação humana no mercado interno, podendo chegar até 4ppb dependendo do país que será exportado, e 50ppb para o “O produtor rural tem a responsabilidade de evitar o surgimento da 32 Revista Canavieiros - Julho de 2006 amendoim que será destinado para ração animal. “O amendoim contaminado com a Aflatoxina só poderá ser comercializado com as indústrias de óleo, perdendo as melhores fatias do mercado”. Alerta o gerente da Unidade de Grãos. Após a colheita a oleaginosa ainda não está livre da contaminação pelos fungos causadores da toxina, pois, ao chegar nas cooperativas para o armazenamento o produto precisa passar por um importante processo de limpeza, secagem (a aflatoxina se desenvolve quando a umidade do amendoim está acima de 8%) e armazenamento dos grãos. Para evitar o risco de contaminação a Copercana recebe o produto de
  • 33. Culturas de Rotação seus cooperados e utiliza um processo artificial de secagem e armazenamento em bags. Vale lembrar que toda a ação é rastreabilizada, ou seja, a cooperativa tem todo o controle das informações desde o campo até a entrega para a indústria de beneficiamento. Todo esse cuidado rendeu para a Copercana o índice de 98% do amendoim entregue pelos seus cooperados livre da Aflatoxina, ou seja, de 1 milhão de sacas recebidas, 990 mil foram classificadas de alta qualidade. Outro ponto da cadeia produtiva muito importante para se evitar a contaminação é na hora de transportar o produto, caso a carga venha a receber umidade depois de ter passado pelo processo de secagem, as chances do surgimento da Aflatoxina se tornam muito altas. Secadores de amendoim.
  • 34. Foto: Agência Brasil Repercutiu “Pedimos a Deus que não tenhamos mais crises nos próximos dois, três anos.” Do presidente Lula, “Sai tarde. Ele não conseguiu reverter o corte no orçamento, resolver a dívida do setor. Só perdemos.” “Não há calça jeans sem plantador de algodão, não há sapato e bolsa sem o pecuarista, não há etanol sem cana, não há pão sem trigo, óleo sem soja, manteiga sem leite, não há vida sem a agricultura e sem o agricultor.” Do ex-ministro Roberto Rodrigues, em seu discurso de despedida Foto: Divulgação Do deputado federal Ronaldo Caiado (PFL-GO), no caderno Dinheiro da Folha de S. Paulo do dia 29 de junho de 2006, sobre a saída do ministro Roberto Rodrigues 34 Revista Canavieiros - Julho de 2006 Foto: Agência Brasil durante a transmissão de cargo no Ministério da Agricultura, no dia 30 de junho. “Ele foi a pessoa certa que ocupou o ministério da agricultura no momento errado. As críticas à sua atuação à frente do ministério são injustas. Rodrigues enfrentou todas as conseqüências do corte de verbas, como ocorreu com a defesa sanitária, que teve os recursos destinados ao controle de febre aftosa retidos.” Presidente da Sociedade Rural Brasileira, João de Almeida Sampaio, em nota publicada no site da instituição.
  • 35. Agende-se Julho , Agosto , Setembro e Outubro de 2006 Julho/Agosto 31 de julho a 04 de agosto - III FERSUCRO (Feira de Exposição e Promoção Técnico-comercial de produtos, serviços e insumos para o setor sucroalcooleiro) – Maceió/AL Site: www.stlabeste.org.br Setembro 19 a 22 – 14ª FENASUCRO (Feira Internacional da Indústria Sucroalcooleira) – Sertãozinho/SP Informações: Múltiplus Eventos (16) 3623 8936 Site: www.fenasucro.com.br 19 a 22 – IV AGROCANA (Feira de Negócios e Tecnologia da Agricultura da Cana-de-Açúcar) – Sertãozinho/SP Informações: Múltiplus Eventos (16) 3623 8936 Site: www.fenasucro.com.br Outubro 25 a 27 – FATIA (Feira de Fornecedores e Atualização Tecnológica da Indústria de Alimentação) – Goiânia/GO Informações: Múltiplus Eventos (16) 3623 8936 Site: www.ffatia.com.br FENASUCRO E AGROCANA AMPLIAM ÁREA DE EXPOSIÇÃO E ENCERRAM COMERCIALIZAÇÃO DE ESPAÇOS De 19 a 22 de setembro, Sertãozinho sedia novamente o maior evento sucroalcooleiro do mundo, num recinto de exposições ainda maior, com número recorde de 550 expositores Em decorrência da grande procura por espaços e pelo alto índice de renovação dos expositores, a Fenasucro & Agrocana 2006 tiveram a necessidade de ampliar sua área de exposição. O mais novo Pavilhão terá uma área de 1.500 metros quadrados e abrigará 30 novos expositores com estandes de 25 metros quadrados cada um. A extensão, denominada de Pavilhão III, terá ar-condicionado e será interligada ao Pavilhão principal e ao Pavilhão II da Fenasucro. Ainda terá um auditório de 300 metros quadrados com capacidade para 300 pessoas, dirigido a palestras e eventos técnicos do setor. “O interesse crescente pelas Feiras resultou na necessidade de se investir na ampliação da área de exposição da Fenasucro porque muitas empresas importantes que estavam na lista de espera querem participar pela primeira vez do evento”, explica o diretor da Multiplus, Fernando Barbosa. A Agrocana, que reúne os principais fornecedores do setor agrícola canavieiro, está com 100% de sua área de exposição comercializada. Três me- ses antes de sua realização, o evento encontra-se totalmente vendido, apresenta crescimento no número de expositores e também se depara com uma fila de espera de empresas interessadas em participar da Feira, como acontece desde 2001 com a Fenasucro. O Centro de Eventos Zanini, que sedia pela segunda vez a Fenasucro & Agrocana e possui mais de 130 mil metros quadrados de área, terá, além do Pavilhão principal com 16 mil metros quadrados, outros espaços diferenciados para abrigar os mais de 550 expositores e 50 mil visitantes previstos. Revista Canavieiros - Julho de 2006 35
  • 36. Antes da Porteira Cooperados se inspiram em Ben-Hur e driblam o tempo Carla Rossini Apaixonados por corridas de bigas e quadrigas, cooperados praticam esporte e lazer em suas fazendas V ai ser dada a largada. De um lado estão Estrela Campeã, Jetbel, Possante e Amorzão. Do outro, os cavalos desafiantes são: Dominó, Capricho, Fama e Solidão. Em uma manhã de sexta-feira, eles estão treinando e se preparando para disputar a grande corrida. Pode parecer loucura, mas é apenas o jeito que o cooperado Carlos de Castro, 43 anos, de Jardinópolis encon- trou para se divertir nas horas em que não está trabalhando em suas plantações de cana-de-açúcar. Apaixonados por cavalos desde muito jovens, Carlos e seu primo Luiz Augusto Mei Alves de Oliveira, também cooperado e proprietário da Fazenda Estrela D’Oeste em São Simão deram um drible no tempo e trouxeram as bigas e quadrigas da época do Império Romano para o interior paulista. Inspirados no filme Ben-Hur, os pri- 36 Revista Canavieiros - Julho de 2006 mos Carlos e Luiz conseguiram fazer renascer a modalidade esportiva extinta há mais de 1.600 anos. Carlos conta que tudo começou por volta de 1995 quando o Luiz resolveu construir sua primeira biga. “No começo, ele correria entre os canaviais da fazenda, mas logo a emoção foi tomando conta e em 2001 foi construída a primeira pista”. Em São Simão e Jardinópolis ocorrem os treinos e as corridas de bigas (puxadas por dois cavalos) ou quadrigas (puxadas por quatro cava-
  • 37. Antes da Porteira los), bem ao estilo da época com direito a roupas típicas e troféus para os vencedores. As corridas são o passatempo dos agricultores. “Nossa meta agora é fazer com que as mulheres comecem a participar das corridas de bigas”, diverte-se Carlos. Na fazenda em Jardinópolis, Carlos tem uma mini pista oval, mas avisa que em breve a oficial será construída, ocupando 205 metros de cumprimento e 50 metros de largura. A corrida é disputada em sete voltas em sentido anti-horário. “A adrenalina é quando estamos a 60 quilômetros por hora”, afirma Carlos. Os cavalos devem ser da raça purosangue inglês, ou meio puro-sangue cruzada com mangalarga, quarto de milha ou árabe, pelo menos, que resultam em maior resistência e velocidade. A biga é feita de metal e adaptada a partir das imagens do filme Ben-Hur, desde a largura e o comprimento até a altura. As disputas de quadrigas ocorrem geralmente entre abril e setembro, no período de seca. As tropas de cavalos são cuidadosamente treinadas. “Cada cavalo precisa de pelo menos um ano para ficar pronto, mas o ideal é que treinem juntos durante dois anos”, explica Carlos. “É preciso que tenham o mesmo trote e galope”, completa. Geralmente os adversários são funcionários das fazendas, que treinam e adestram os animais. Em Jardinópolis, os funcionários Reginaldo Alves de Oliveira e Eliezer Gaspar Silva se empolgam ao falar do esporte. “Nós acabamos gostando do esporte e sempre ganhamos as corridas”, brinca Reginaldo. Para divulgar o esporte ainda des- conhecido, os primos criaram a Associação Brasileira dos Condutores de Corridas de Bigas e Quadrigas (ABCCBQ), fundada em 2002. “O Luiz é o presidente da associação e eu sou o vice”, explica Carlos. A idéia é que as pessoas se interessem pelo esporte criando suas arenas para competições e exibições, em circuito de provas e reunindo admiradores do esporte. “Estamos à disposição para ajudar os interessados em se adequar ao esporte. Estudamos, lemos muito sobre o assunto e podemos oferecer algumas dicas para quem gostar”, diz o animado produtor rural. Desta forma, os “aurigas” como eram chamados os corredores de bigas e quadrigas de antigamente vão driblando o tempo e satisfazendo suas emoções. “Minha família está nessas terras há 250 anos. Sempre fomos apaixonados por cavalos e quem sabe não seremos nós que construiremos o Coliseu da Região de Ribeirão Preto”, finaliza Carlos. O cooperado Carlos de Castro e seus funcionários Reginaldo Alves de Oliveira e Eliezer Gaspar Silva durante treino na fazenda em Jardinópolis. Revista Canavieiros - Julho de 2006 37
  • 38. 100 alq. de terra roxa próximo da Usina no Triângulo Mineiro 100 alq. de terra roxa próximo da Usina no Triangulo Mineiro, 1 km do asfalto, 100% plana formada em pasto. Existe interesse da Usina em arrendamento das terras. R$ 2.200.000,00-Metade à vista e R$ 1.100.000,00 em arrobas de boi com prazo de um ano. Em caso de interesse, entre em contato com o Sr. José Paulo Prado, pelo telefone:(019) 35415318 ou pelo e-mail: terraverdeimoveis@yahoo.com.br. Caminhão Canavieiro Vendo caminhão traçado MB 2213, ano 1982, R$ 52.000,00. Em caso de interesse, entre em contato com o Sr. Alexandre, pelo telefone:(14) 97140056 ou pelo e-mail: alexandrepaludetto@ig.com.br. Caminhão MB 1317, ano 86 Vendo caminhão truck MB 1317, cor Azul, ano 1986, carroceria. Rodoar, execelente estado de conservação, preço a negociar, com foto. Em caso de interesse, entre em contato com o Sr. Wemerson Queiroz, pelo telefone:(31) 9994-3999 ou pelo e-mail: wequeiroz@hotmail.com. Carregadeira de Cana Vendo carregadeira de cana Motocana acoplada em CBT 2105, ano 1986, R$ 25.000,00. Em caso de interesse, entre em contato com o Sr. Alexandre, pelo telefone:(14) 97140056 ou pelo e-mail: alexandrepaludetto@ig.com.br. Compro Compro 80 a 120 alqueires de terra, podendo estas estarem nos municipios de Viradouro, Terra Roxa, Jaborandi, 38 Revista Canavieiros - Julho de 2006 Colina, Bebedouro e Barretos. Pagamento à vista. Em caso de interesse, entre em contato com o Sr. Eduardo, pelo telefone:(17) 9718-5280 ou pelo e-mail: agroterrajb@yahoo.com.br. 143,5 alqueires – Região de Votuporanga - SP 143,5 alqueires, 8 km da usina, estruturada para pecuária, excelentes benfeitorias, sede nova, casas de colonos, armazém, barracões, currais concretados e de terra, rio, córrego, represa, implementos (grade Roma, trator MF 275 ano 95, forrageira CP 2000, carretas, resfriador de leite, entre outros). Venda de porteira fechada: R$ 5.000.000,00 à vista. Em caso de interesse, entre em contato com o Sr. Pedro Sanchez, pelo telefone:(11) 9277-8757 ou pelo email: sangelquimica@uol.com.br. Grupo gerador 60 kva Grupo gerador 60 kva 220/127 aberto com motor mercedes, o motor é retificado e o gerador é novo com garantia, acompanha painel de leitura e chave de proteção geral. Em caso de interesse, entre em contato com o Sr. Ulisses, pelo telefone:(17) 3342-2355 ou pelo e-mail: pavan@pop.com.br. Tator traçado 785 4x4 valtra Vendo trator traçado 785,4x4, Valtra, ano 2003, em ótimo estado de conservação, preço R$52.000,00. Em caso de interesse, entre em contato com o Sr. Edmilson Pavani, pelo telefone:(17) 3817-1074 ou pelo e-mail: edmilsonpavani@yahoo.com.br. Vendo caminhão Ford, 22000, 6X4, traçado, no chassi ano 85/85 Ford-22000, motor MWM, freio ar manecão; reduzido; turbo hidráulico. Cambio, motor e diferencial revisado, raiado, pneus bons, cor branco. Preço R$39.000,00 - Obs:Tenho fotos. Em caso de interesse, entre em contato com o Sr. Airtom, pelo telefone:(19) 9716-6201 OU 3541-4893 ou pelo email:abersan@ig.com.br. Vendo fábrica de aguardente 02 ternos de moenda 18/24, capacidade de moagem de 12 toneladas de cana por horas, 01 caldeira, 01 guindaste, 02 colunas para aguardente de 600 lts/h cada, 01 conjunto de esteira e jogo de facas, 01 conjunto de engrenagens e máquinas a vapor com a capacidade de produção total por hora de aguardente de 1200 litros. Em caso de interesse, entre em contato com o Sr. Márcio José Viana, pelo telefone:(31) 3881.1877 – (31) 9989.3470 ou pelo e-mail: marcio.mol.mol@bol.com.br. 120 alqueirão em Minas Gerais 120 alqueirão localizado em região canavieira a 10 Km da Usina, R$ 20 mil o alqueirão. Em caso de interesse, entre em contato com o Sr. José Paulo Prado, pelo telefone:(019) 3541-5318 ou 9758-4054 ou pelo e-mail: terraverdeimoveis@yahoo.com.br. Carregadeira de Cana Santal - Procuro (cbt ou valmet) Procuro carregadeira Em caso de interesse, entre em contato com o Sr. Dirceu do Carmo, pelo telefone:(16) 3659-9808 ou pelo e-mail: faz_tradicao@hotmail.com.