1) A Fenasucro deste ano espera movimentar R$ 2,2 bilhões em negócios, mesmo valor de 2013, apesar das instabilidades do setor sucroenergético.
2) Sertãozinho, cidade onde é realizada a Fenasucro, vem perdendo empregos, especialmente na indústria, afetando a economia local.
3) A crise no setor sucroenergético, causada por endividamento, aumento de custos e preços não compensadores, espalhou-se para outros setores em Sert
Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?
Fenasucro contra dilemas do setor sucroenergético
1. 1REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 2014
Ribeirão Preto SP
Agosto - 2014
Ano 7 - Nº 74
R$ 16,90
ENTREVISTA: Antonio Eduardo Tonielo Filho, presidente do CEISE Br
Apesar das instabilidades do setor, organizadores esperam que
Fenasucro movimente R$ 2,2 bi em negócios, mesmo faturamento de 2013
CADERNO TERRA & CIA: Cinturão Verde agrega tecnologia e consegue alta produtividade
OTIMISMOOTIMISMO
Feira do
Prêmio Andef é da CanaMix:
revista foi reconhecida com
especial de sustentabilidade
Em alta: levedura usada na
fermentação da cana garante
bons resultados na pecuária
Energias: setor de petróleo
e gás usa simuladores para
treinamento dos trabalhadores
3. 3REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 2014
E
ste ano de 2014 reserva mais uma prova de fogo para Fenasucro. A feira, que se tornou a
maior do mundo em tecnologia voltada para o setor sucroenergético, aproveitando a pu-
jança da economia canavieira, tem, de alguns anos para cá, o imenso desafio de se man-
ter atraente mesmo em meio a um cenário delicado que afeta a cidade onde é realizada. Ser-
tãozinho, que era vista no Brasil como o lugar dos empregos, do crescimento farto em setores
como imóveis, comércio varejista e serviços, em função da onda de trabalhadores que chega-
vam atraídos pelas novas oportunidades de colocação no mercado, hoje é palco de severas
instabilidades.
Levantamentos recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged),
do Ministério do Trabalho, apontam que a cidade vem perdendo postos de trabalho, justamente
em um momento em que as indústrias metalúrgicas deveriam estar absorvendo mão de obra. Só
no último mês de junho, Sertãozinho perdeu 364 vagas. Com isso, ficou classificada em 655º lu-
gar, de um total de 670 municípios paulistas pesquisados. Uma realidade inacreditável até pou-
co tempo atrás. No período de janeiro a junho de 2014, foram fechadas mais de mil vagas na in-
dústria sertanezina e mais de duas mil em toda a cidade, um sinal de que a crise que envolve o
setor sucroenergético não prejudica o andamento apenas dos negócios diretos da cana-de-açú-
car, mas se espalha como por tentáculos, provocando uma reação em cadeia.
Em recentes entrevistas, o secretário da Indústria e Comércio de Sertãozinho, Carlos Li-
boni, tem explicado os principais motivos da estagnação. Segundo ele, sem novos projetos em
andamento para a construção de usinas, não há encomendas para as metalúrgicas, que, num
passado distante, montaram uma estrutura grande, porque acreditavam na continuidade dos in-
vestimentos. Agora, sem necessidade de tantos trabalhadores, o jeito é demitir.
Uma conjunção de fatores foi a responsável, de acordo com especialistas, para que o se-
tor sucroenergético enfrentasse a atual situação, classificada como a pior dos últimos 30 anos.
Endividamento de alguns dos principais grupos de empresários, aliado ao aumento dos custos
de produção e preços que não acabam sendo recompensadores, nem para o açúcar no mer-
cado internacional nem para o etanol no mercado interno, por causa da política adotada para a
gasolina, estão entre os principais. Reverter esse quadro, portanto, demanda tempo, já que exi-
ge uma nova conjunção de fatores. O setor entendeu que o fortalecimento de medidas para re-
duzir custos deve ser constante, como programas de pesquisas e inovação tecnológica, visan-
do sempre ao aumento de produtividade, além de abrir todos os canais possíveis de conversa
com as lideranças políticas.
Mas é preciso mais, como, por exemplo, fazer produtos antes considerados alternativos,
como a bioeletricidade, virarem carros-chefes, para que o rendimen-
to compense as dificuldades do açúcar e do etanol. Que esta Fena-
sucro seja, diante disso, a força que sucroenergia precisava para
transformar dilemas em respostas seguras às adversidades, um oá-
sis que emerge na terra dura.
Expediente
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Carta ao leitor
Igor Savenhago, editor
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Uma Fenasucro contra os dilemas
Divulgação/Fenasucro
Público se movimenta pela feira em 2013, quando foram gerados
R$ 2,2 bi em negócios, mesmo valor esperado para este ano
8. Sumário
10
16
18
21
28
32
40
44
46
52
56
62
68
Portal CanaMix
- Microrregião de Ribeirão Preto, SP,
perde espaço no cultivo de cana
- CTC inicia operação da Planta
de Demonstração de Etanol 2G
- Guarani orientou agricultores na
Feira de Agronegócios Coopercitrus
- Grupo Aralco apresenta nova
proposta a fornecedores de cana
- Tonon Bioenergia leva RH ao
campo e realiza Feira de Benefícios
Marketing Canavieiro
- CTC e Benson Hill firmam parceria para
aumentar rendimento dos canaviais
- Agricultura de precisão da
New Holland recebe Prêmio REI
- Na Fenasucro, PTI apresenta
sistema de monitoramento VIBMAXI
- MWM International apoia iniciativas
e antecipa testes com biodiesel
- Yara adquire participação
majoritária da Galvani
- VAULT registra crescimento de
30% no primeiro semestre de 2014
Hortaliças
- Mecanização e resultados
Opinião
- Seguro Rural: uma questão
de quebra de paradigmas
- O sucesso da substituição
do grão de milho pelo milheto
Eventos
- Rumos para o agronegócio
Marketing Rural
- Novidades, tendências e destaques
86
88
98
100
102
104
Entrevista
- Antonio Eduardo Tonielo Filho,
presidente do CEISE Br
Espaço Datagro
- Colômbia registra maior
moagem de cana em 2014
Gestão de Negócios
- Financiamento de fornecedores
de cana: como reduzir riscos
e melhorar o relacionamento
Caderno Energias
- Petróleo & Gás: capacitação doméstica
Espaço TI
- Software para fornecedores
Capa
- Fenasucro: sem crise
Imprensa
- CanaMix vence Prêmio Andef
Nordeste em Foco
- Adversidades e oportunidades
de negócios no Nordeste
Informes Publicitários
- Soluções inovadoras que garantem
redução de custos e maior produtividade
às usinas serão apresentadas na
Fenasucro pela Quimatic Tapmatic
- Prêmio INOVA
Gestão Industrial
- Leveduras em alta
Tecnologia Industrial
- Reaproveitar é tendência
Gestão de Pessoas
- Salário não é tudo
Eventos
- Sucroeste: debate ampliado
- I Fórum do Agronegócio: Expansão x Crise
- INSECTSHOW: Sphenophorus roubou a cena
- Ethanol and Sugar Summit:
projeções para a safra
- Fementec: inovação e integração
ArquivoCanaMix
10. REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 201410 REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 201410
Entrevista – Antonio Eduardo Tonielo Filho, presidente do CEISE Br
Igor Savenhago
O
presidente do Centro Nacional das
Indústrias do Setor Sucroenergéti-
co e Biocombustíveis (CEISE Br),
realizador da maior feira de tecnologia ca-
navieira do planeta, a Fenasucro, que será
realizada no Centro de Eventos Zanini, em
Sertãozinho, SP, de 26 a 29 de agosto, não
perde o otimismo quando o assunto é a re-
cuperação dos negócios envolvendo a ca-
na-de-açúcar. Antonio Eduardo Tonielo Fi-
lho acredita, inclusive, que a feira deste
ano será em um momento oportuno, pois
medidas para garantir produtividade e re-
dução nos custos de produção e transfor-
“É na crise que enxergamos e encaramos
a necessidade de investimentos”
mar o cenário de crise que afeta o setor
precisam ser discutidas.
Outro fator favorável é a proximidade
das eleições de outubro, oportunidade em
que os empresários podem se aproximar
dos candidatos. E estes, por sua vez, cos-
tumam vir ao encontro das reivindicações.
Deles, independente de quem seja eleito,
Tonielo Filho espera providências urgentes
para reaver a competitividade do etanol e
abrir novos canais para estimular a produ-
ção de bioeletricidade a partir da queima de
resíduos, como o bagaço da cana.
Nesta entrevista exclusiva à Cana-
Mix, o presidente do CEISE Br falou mais
das expectativas para a Fenasucro 2014,
do diálogo com a esfera governamental e
com os candidatos à Presidência da Repú-
blica e das posturas a serem adotadas pelo
setor sucroenergético de olho na retomada
do crescimento.
CanaMix: A Fenasucro deste ano é
realizada em meio a uma situação deli-
cada do setor sucroenergético, que tem
provocado bastantes demissões inclusi-
ve na cidade onde é realizada, Sertãozi-
nho. Mesmo assim, a expectativa é po-
sitiva, com previsão de negócios nos
mesmos valores do ano passado. Que fa-
tores levam a essa expectativa?
Antonio Eduardo Tonielo Filho: O
Divulgação/CEISEBr
11. 11REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 2014 11REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 2014
setor realmente vem passando por um
momento delicado, mas ele não para.
Os investimentos em inovações visan-
do ao aumento de produtividade e eficiên-
cia são uma busca constante das empre-
sas do setor. A Fenasucro, além de ser a
maior vitrine de tecnologias avançadas do
mundo, viabiliza contatos de fornecedores
com visitantes e compradores em poten-
cial, de mais de 40 diferentes países. A fei-
ra também recebe nesta edição, para re-
forçar seu propósito de geração de novos
negócios, caravanas de diversas regiões
do país, produtoras de cana-de-açúcar e/
ou ligadas ao setor sucroenergético, crian-
do um ambiente de interesses e transa-
ções ainda mais reais, através da presença
de representantes com poder de compra,
de decisão.
CanaMix: Até que ponto a Fenasu-
cro deste ano pode ajudar no processo
de retomada do setor? Qual será a im-
portância dela?
Tonielo Filho: A Fenasucro é o
maior evento do mundo voltado ao setor
sucroenergético, expondo tecnologias e
inovações de todas as áreas da agroindús-
tria da cana, desde o plantio até o desti-
no final dos produtos e subprodutos. Ela
acontece em um momento oportuno, pois
precisamos discutir melhorias sobre pro-
dução e produtividade e alternativas para
desbancar o atual cenário desfavorável do
setor. É na crise que enxergamos e encara-
mos a necessidade de investimentos, para
que, então, o mercado volte a ser um atra-
tivo e as empresas retornem ao plano da
competitividade.
CanaMix: Fala-se muito que, en-
tre os produtos do setor, a bioeletricida-
de estará em destaque. Como avalia este
cenário? A energia elétrica gerada pelo
setor é um dos caminhos possíveis para
a recuperação?
Tonielo Filho: O governo tem en-
xergado melhor a bioeletricidade, pelo que
realmente representa: energia limpa e re-
novável, gerada a partir da biomassa de
subprodutos da cana-de-açúcar – baga-
ço e palha –, para produção do etanol. Tal
perspectiva inspira à determinação efeti-
va do papel do etanol e da própria biomas-
sa na matriz energética do país. Contudo,
isso tem que deixar de ser uma ideia e se
tornar realidade. A indústria de base do se-
tor sucroenergético, principalmente as em-
presas de Sertãozinho, principal polo for-
necedor às usinas, está focada na geração
de energia. Muitas indústrias estão inves-
tindo em tecnologias para aumentar a pro-
dução e a produtividade das usinas, asso-
ciadas à eficiência energética e a um baixo
custo. Esta inclinação manifesta-se como
um dos caminhos rumo à retomada do
setor.
CanaMix: O que falta para que a
bioeletricidade também seja um dos car-
ros-chefes do setor, como o açúcar e o
etanol?
Tonielo Filho: Para ser atrativa, ge-
rar resultados positivos, a bioeletricidade
necessita ser inserida na matriz energética
brasileira, de ser blindada por uma política
setorial de longo prazo, com participação
em leilões específicos e regionais.
CanaMix: Que outras saídas você
enxerga para que o setor volte a crescer?
Tonielo Filho: A indústria de base
depende da recuperação de investimentos
das usinas e destilarias. O setor sucroe-
nergético amarga os efeitos da indefinição
de um marco regulatório e, consequente-
mente, da falta de condições de planeja-
mento a médio e longo prazos. A retoma-
da do setor urge uma melhor remuneração
ao etanol, visando ao aumento da atrativi-
dade para investimentos. Demanda con-
dições de planejamento no longo prazo,
sem que haja interferências governamen-
tais que prejudiquem a compensação dos
““
A Fenasucro é
o maior evento
do mundo
voltado ao setor
sucroenergético,
expondo tecnologias
e inovações de
todas as áreas
da agroindústria
da cana, desde o
plantio até o destino
final dos produtos
e subprodutos
bens produzidos pela cadeia. A normaliza-
ção do ICMS [Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços] a 12% nos de-
mais estados, além de São Paulo, e a cria-
ção de condições para que os preços pra-
ticados remunerem o investidor, também
são medidas que precisam ser conside-
radas. São fundamentais, ainda, investi-
mentos em pesquisas para a melhoria da
produtividade da cana-de-açúcar e em ino-
vações em equipamentos de processa-
mento – maior eficiência a um menor cus-
to –, sem se esquecer da estocagem e do
transporte e logística dos produtos bruto e
final, elementos responsáveis por 30% do
custo de produção.
CanaMix: Na Fenasucro do ano
12. REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 201412 REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 201412
de transporte e logística também influen-
ciou muito nesses custos. De 2013 para
cá, por exemplo, as despesas com o frete
aumentaram, em média, 8,6%, passando
de US$ 53,7 por tonelada para US$ 58,31.
Não podemos deixar de acrescentar os fa-
tores climáticos, que influenciaram na que-
da de produtividade.
CanaMix: Por que o setor tem en-
Entrevista – Antonio Eduardo Tonielo Filho, presidente do CEISE Br
projeções para o futuro do setor? A recu-
peração deve ser a curto, médio ou lon-
go prazo?
Tonielo Filho: Acredito que, no mé-
dio prazo, algumas medidas de incentivo
ao setor serão tomadas, como flexibiliza-
ção de crédito e disponibilização de recur-
sos financeiros, gerando possibilidades de
novos investimentos e, consequentemen-
te, criando condições para a retomada do
crescimento de toda a cadeia produtiva su-
croenergética. Porém, a principal expecta-
tiva é a criação de condições para plane-
jamento de longo prazo e que os preços
dos produtos correlatos – energia – não
sofram intervenções de políticas de gover-
no. A retomada também encontrará fôlego
na valorização da energia cogerada a par-
tir do bagaço da cana, como fonte limpa e
mais barata em relação às de origem hídri-
ca e eólica.
CanaMix: Nesse processo de reto-
mada, o que depende do governo e o que
depende do setor? Qual o papel de cada
um?
Tonielo Filho: O governo precisa
aplicar ações de incentivo, de valorização
do etanol e da bioeletricidade já citadas.
Em contrapartida, o setor precisa inves-
tir em melhorias, em tecnologias e inova-
ções dos processos da cadeia, que visem
ao aumento de produtividade e eficiência
a um menor custo, sem se esquecer das
certificações de qualidade que garantem a
competitividade de mercado.
CanaMix: Houve uma época em
que o preço do etanol na bomba era R$
1,00/R$ 1,10 e, mesmo assim, as usinas
não iam mal. Agora, na nossa região,
gira em torno de R$ 1,80. Por que, mes-
mo com esse preço, o combustível não
consegue reimpulsionar o setor?
Tonielo Filho: Os custos de produ-
ção aumentaram muito nos últimos anos,
começando pela mecanização. A questão
passado, o setor organizou um ato no Te-
atro Municipal de Sertãozinho para co-
brar medidas do Governo Federal. Você
acredita que houve resultados? Como
está o diálogo com o governo hoje? Du-
rante a Fenasucro deste ano, deve haver
novas reivindicações?
Tonielo Filho: A partir do ato, foi
criada a Frente Parlamentar pela Valoriza-
ção do Setor Sucroenergético, sob a co-
ordenação do deputado federal Arnaldo
Jardim, com apoio do também deputado
federal Newton Lima, presidente da Fren-
te Parlamentar em Defesa da Indústria Na-
cional. Com isso, houve uma maior apro-
ximação com o Governo Federal. Nesta
Fenasucro, acredito que as reivindicações
serão feitas de maneira diferente, mais di-
retas, com possíveis visitas dos candida-
tos à Presidência.
CanaMix: Como está sendo o diálo-
go do setor com os presidenciáveis?
Tonielo Filho: O setor sempre foi
pauta dos candidatos à Presidência. Nes-
sas eleições, porém, o cenário é ainda
mais delicado. A cadeia sucroenergética
necessita de medidas urgentes, que preci-
sarão ser tomadas por quem quer que seja
eleito.
CanaMix: Um dos assuntos na co-
letiva de apresentação da Fenasucro foi
que o setor deve começar um proces-
so mais intenso de recuperação após as
eleições. O que faz o setor crer nisso?
Tonielo Filho: A inviabilidade da prá-
tica de preço atual da gasolina, com sub-
sídio de 17,7% pelo governo, por conta da
diferença cambial e como estratégia para
segurar a inflação. E uma crise sinalizada
no setor de energia. São fatores que incli-
nam iniciativas a favor o etanol como úni-
ca saída, além da valorização da biomassa
como energia limpa e renovável.
CanaMix: Diante disso, quais suas
““
Muitas indústrias
estão investindo em
tecnologias para
aumentar a produção
e a produtividade das
usinas, associadas
à eficiência
energética e a um
baixo custo. Esta
inclinação manifesta-
se como um dos
caminhos rumo à
retomada do setor
contrado dificuldades para baixar os cus-
tos de produção?
Tonielo Filho: Porque não há políticas
públicas de incentivo. Para reduzir os custos
de produção e aumentar a rentabilidade, as
empresas precisam investir em tecnologias,
inovações que gerem maior eficiência e pro-
dutividade, mas tudo isso custa muito caro e
a grande maioria está alavancada, endivida-
da, sem qualquer condição de fazê-lo.
16. REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 201416
Colômbia registra maior
moagem de cana em 2014
*Plínio Nastari
A
moagem de cana na Colômbia,
décimo maior produtor de açúcar
do mundo, totalizou 7,74 milhões
de toneladas entre os meses de janeiro
e abril de 2014, um aumento de 32,22%
sobre igual período do ano passado e
alta de 8,3% em relação ao mesmo in-
tervalo de 2012. As condições climáticas
voltaram ao normal, o que deve permi-
tir recuperação da produção colombiana.
Em 2011, fortes chuvas atingiram as re-
giões canavieiras, danificando os cana-
viais, mas, no final do ano 2012 e início
de 2013, uma forte seca atingiu as regi-
ões produtoras, causando efeitos negati-
vos na safra.
Nessa temporada, além da maior
concentração de sacarose na cana, há
sinais de aumento da produtividade agrí-
cola, saindo de 95 toneladas para apro-
ximadamente 110 toneladas por hectare.
A previsão é de que a Colômbia produza
2,3 milhões de toneladas de açúcar em
2014, contra 2,13 milhões de toneladas
em 2013.
A produção de açúcar cresceu
32,52% no acumulado de janeiro a abril,
para 740.604 toneladas. Diante do au-
mento da oferta, as exportações atingi-
ram 222.103 toneladas nos quatro pri-
meiros meses do ano, contra 112.265
toneladas no mesmo intervalo de 2013,
aumento de 97,84%. Pelo mesmo moti-
vo, as importações caíram 62,26%, al-
cançando somente 50.525 toneladas.
Apesar do saldo positivo, existem
preocupações sobre a entrada do açúcar
boliviano no país. Com preço e qualida-
de inferiores ao do açúcar colombiano,
a Bolívia, nos últimos dois anos, expor-
tou quase 300 mil toneladas de açúcar, o
que representa 45% das exportações de
açúcar da Colômbia. Como resposta, a
Associação de Produtores de Açúcar da
Colômbia (Asocaña) resolveu enviar um
pedido ao governo colombiano para que
tome medidas de “salvaguardas” contra
as importações.
Essas medidas de salvaguardas
são reguladas pela Organização Mundial
do Comércio (OMC) e têm como objetivo
proteger indústrias específicas contra au-
mentos súbitos e imprevistos de importa-
ções que ameacem esses setores.
Já a produção de etanol atingiu
131,487 milhões de litros, aumento de
8,11% sobre igual período de 2013. Nes-
te ritmo, a produção de etanol será mais
do que o suficiente para atender à mistu-
ra obrigatória de 8% na gasolina, o que
pode levar a Colômbia a exportar o exce-
dente para os EUA.
*Presidente da Datagro
18. REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 201418
Gestão de Negócios
Luiz Albino Barbosa, coordenador
do Centro PwC de Inteligência
em Agronegócio, mestre em
Agroenergia pela Esalq-USP/
Embrapa/FGV e bacharel em
Relações Internacionais pela FAAP
Conrado Carvalho,
analista do Centro PwC
de Inteligência em
Agronegócio e bacharel em
Engenharia Agronômica
pela Esalq-USP
Financiamento de fornecedores de cana:
como reduzir riscos e melhorar o relacionamento
D
e acordo com a Confederação Na-
cional da Agricultura (CNA), a ofer-
ta de crédito para a agricultura segui-
rá estável neste ano de 2014, considerando
os R$ 136 bilhões em crédito incluídos no
Plano Safra 2013/14 para a agricultura em-
presarial. Nos últimos dez anos, o volume
de crédito contratado pelo agronegócio au-
mentou 342%, levando-se em considera-
ção a evolução do Plano Safra 2002/03 ao
2012/13.
De julho a novembro de 2013, os fi-
nanciamentos para a agricultura empresa-
rial atingiram mais de R$ 72 bilhões, um
aumento de 55% em relação ao mesmo pe-
ríodo do ano anterior. Destacaram-se, nesse
cenário, os programas Pronamp (Programa
Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural),
PSI-BK (Programa de Sustentação de Inves-
timentos) e PCA (Programa de Construção e
Ampliação de Armazéns).
No caso do setor sucroenergético,
são diversas as instituições financeiras, pú-
blicas e privadas, que oferecem opções de
20. REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 201420
Gestão de Negócios
linhas de crédito agrícola a usinas e fornece-
dores de cana. Atualmente, muitas usinas fi-
nanciam os seus fornecedores de cana em
operações como preparo de solo, plantio e
trato cultural, entre outras atividades. Muitas
vezes, isso pode ser um risco desnecessá-
rio tomado pela usina, cujo retorno pode não
valer a pena em tempos de incertezas.
Por outro lado, o que tem se obser-
vado, em alguns casos, é a opção pela
parceria das usinas com as instituições fi-
nanceiras para liberação de crédito a seus
fornecedores. A usina indica os fornecedo-
res de cana para o banco e pode ou não en-
trar como avalista da operação.
No caso da usina ser avalista, a análi-
se de risco realizada pelo banco é feita ape-
nas sobre a usina e, se esta não oferecer ris-
co à operação, o recurso é logo liberado.
Após receber a cana do fornecedor, a usina
faz o pagamento, descontando o valor do fi-
nanciamento e direcionando-o direto para o
banco, conforme o esquema na página 24.
As principais vantagens deste
sistema para as usinas são:
1. Mitigação de riscos financeiros e
regulatórios;
2. Redução de conflitos com os
fornecedores;
3. Melhoria do relacionamento com
os fornecedores (fidelização);
4. Diferencial perante usinas concor-
rentes de área;
5. Melhoria na qualidade e rendimento
da matéria-prima, já que seus for-
necedoresterãomaisrecursospara
investir na melhoria da qualidade e
do rendimento da produção.
Já para os fornecedores, o crédito ru-
ral possibilita agilidade e segurança na aqui-
sição de insumos e máquinas, que permiti-
rão a produção e a garantia de compra da
produção por parte de sua usina parceira.
É claro que, para que este projeto
seja possível, é necessário um amplo tra-
balho de relacionamento com os fornecedo-
res e o banco. Além disso, é preciso anali-
sarqualéamelhorinstituiçãofinanceirapara
servir como parceira do projeto. Na maioria
dos casos, o projeto deve ser personalizado,
atendendo aos anseios da usina e seus for-
necedores e respeitando as singularidades
da região e da cultura da empresa, construí-
da durante anos ao lado dos seus parceiros.
O crédito agrícola é fundamental
para garantir a sustentabilidade econômi-
ca do agronegócio. Os juros ainda são bai-
xos,quandocomparadosaoutrasatividades
econômicas, e o foco nesta e nas próximas
safras deve estar voltado para a redução de
custos, incluindo custos financeiros.
22. REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 201422
Petróleo & Gás
Capacitação doméstica
Investimento tecnológico em treinamentos que eram feitos no exterior
permite economia de R$ 18 milhões e viabiliza expansão da Petrobras
Raquel Med Andrade
raquelmedandrade@gmail.com
A
exploração dos recursos do pré-
-sal até o ano de 2020 terá seu bra-
ço operacional organizado através
de treinamentos providos por simulado-
res, viabilizados pelo sistema Firjan/Senai-
-RJ, em ação conjunta com a Petrobras. O
implemento já representou uma economia
de, pelo menos, US$ 18 milhões em oito
anos. O resultado é fruto da otimização,
desburocratização e barateamento do trei-
namento de pessoal, que era enviado ao
exterior para aprender mais sobre proces-
sos offshore e até contornar emergências
que podem ocorrer no do dia a dia.
Antes realizada em Aberdeen, na
Escócia, a capacitação é disponibilizada
agora no Rio de Janeiro mesmo, no bair-
ro de Benfica, onde foi implantado o Cen-
tro de Tecnologia do Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial (Senai), com
equipamentos físicos e virtuais para auto-
mação e simulação, tanto industrial como
mecânica, aplicada às operações de pe-
tróleo e gás.
A transferência de conhecimento
gerou dispensa de investimento per capita
de US$ 12 mil por ano e empregou robus-
tez e independência às tecnologias utiliza-
das pelo setor. Pelos simuladores, já pas-
saram mais de quatro mil empregados da
Petrobras, desde 2006. O centro de trei-
namento operacional offshore, compos-
to pelo Simulador de Lastro, o de Plan-
ta de Processamento Primário e o Centro
de Treinamento em Atmosferas Explosi-
vas, configura-se como o maior da Amé-
rica Latina.
As conquistas partem do Progra-
ma de Mobilização da Indústria Nacional
de Petróleo e Gás Natural (Prominp), que
já atendeu 13,2 mil empresas em todo o
país, sendo 11,7 mil delas micro e pe-
quenas, segundo a Petrobras. Para o di-
retor de Exploração e Produção da estatal,
José Formigli, é importante que se forme
mão de obra qualificada, que consiga tri-
pular todas as sondas, plataformas e em-
barcações da empresa, sejam próprias ou
fretadas. “Os simuladores são importan-
tes nos quesitos de segurança e confia-
bilidade das operações e se caracterizam
como mais um capítulo na história de su-
cesso da relação entre Petrobras e o siste-
ma Firjan/Senai”.
AgênciaPetrobras
Simulador de plataformas
da Petrobras: antes,
o treinamento dos
operadores era
feito no exterior, em
Aberdeen, na Escócia
24. REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 201424
Opinião
Petróleo e a transferência de
conhecimentos para o Brasil
AgênciaPetrobras
*Ziney Dias Marques
E
stamos em um momento em que o
segmento de petróleo e gás tem sido
a principal âncora da economia bra-
sileira, gerando empregos de maior valor
agregado e ampliando mercado para as
empresas. Com a descoberta do pré-sal, fi-
cou evidente e contingencial a necessidade
de um esforço nacional em busca das me-
lhores práticas gerenciais e tecnológicas
para que se enfrentem os pesados desafios
inerentes ao desenvolvimento das novas ja-
zidas. Essa constatação repercute pratica-
mente em toda a cadeia produtiva.
O compromisso do Governo Federal,
de se comprar o máximo possível do Brasil
(conteúdo local), obrigou a todos os atores
a repensar rapidamente e investir em novos
conhecimentos, inclusive buscando parce-
rias com empresas estrangeiras, no esta-
do da arte ou com conhecimento dos quais
não dispomos no Brasil. Diversas medidas
foram tomadas, tendo a Petrobras como
coordenadora da mais importante iniciativa
para o setor de que se tem notícia: o Pro-
grama de Mobilização da Indústria Nacional
de Petróleo e Gás (Prominp).
Como desdobramento desse progra-
ma, foi criado outro, o Prointer (Programa
de Internacionalização das Pequenas Em-
presas), coordenado pelo Sebrae-RJ, para
auxiliar diretamente as pequenas empre-
sas a se incluírem competitivamente nes-
se desafio.
Os encontros de negócios com em-
presas estrangeiras sempre focaram trazer
para o Brasil projetos de sucesso desenvol-
vidos nos países contatados. As parcerias
firmadas continham, em seus escopos, a
vinda para cá de especialistas para que a
transferência de conhecimentos ocorres-
se. Essa medida trouxe a redução de cus-
tos em diversos aspectos (práticas, equi-
pamentos, treinamentos e pesquisas),
uma vez que o que era importado passaria
a ser realizado no Brasil. Como exemplos
de transferência de conhecimentos e eco-
nomia de divisas, os Simulares de Lastro,
Processo e Áreas Classificadas (Atmosfe-
ras Explosivas) contribuíram de forma rele-
vante com essa premissa.
Somente em relação ao Simulador
de Lastro e Emergências, o envio de opera-
dores para treinamentos no exterior girava
(custo per capita) em torno de US$ 12 mil
e tinha que ser feito. Não há outra manei-
ra de se desestabilizar uma plataforma para
treinamentos, promovendo “não conformi-
dades” no seu posicionamento. Hoje, esse
trabalho é realizado pelo sistema Firjan/Se-
nai, no bairro de Benfica, no Rio de Janeiro,
e, somente para os cerca de quatro mil tra-
balhadores já capacitados aqui, estimamos
que a economia de divisas seja superior a
R$ 18 milhões.
A parceria com a Escócia é exemplo
de sucesso, em que ambas as partes fo-
ram atendidas e o Brasil passou a dispor de
simuladores considerados os mais moder-
nos do mundo. Foram construídos aqui e
a transferência de conhecimentos fez parte
do acordo. Naturalmente, a Petrobras teve
no sistema Firjan o parceiro ideal e que,
atualmente, conta com diversos simulares,
dos quais podemos destacar os que se en-
contram nos centros de tecnologias (CTSs)
de soldagem e de automação e simulação.
Esse modelo tem dado tão certo que
a Petrobras e o sistema Firjan/Senai adota-
ram o uso de simulares também para ou-
tras disciplinas, em função do pré-sal e,
para tal, está sendo construído um prédio
dedicado a abrigar, no CTS de automação
e simulação, além dos três atuais, mais 11
novos simuladores. Todos esses treina-
mentos, quando realizados no Brasil, irão
permitir a ampliação da economia de di-
visas até então obtidas com os primeiros
simuladores.
*Engenheiro, foi gerente de
relacionamento da área de
Petróleo e Gás do Senai
Descoberta
do pré-sal
motivou acordos
internacionais
para capacitação
de funcionários
que trabalham
nas plataformas
brasileiras
28. REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 201428
Software para fornecedores
Espaço TI
GATUA oferece o iCampo, programa que pode ser replicado aos
produtores de cana e facilita o contato entre usinas e seus parceiros
Coordenação do GATUA
O
GATUA inova mais uma vez, ofe-
recendo o acesso a um sistema
ERP completo, fornecido de forma
subsidiada, a todas as usinas associadas,
para que elas possam dotar, de controles
informatizados e de ferramentas de ges-
tão de propriedades rurais, seus fornece-
dores de cana e parceiros agrícolas, po-
dendo, com isso, fidelizá-los e também
implantar um novo padrão de relaciona-
mento em relação à matéria-prima.
O software se chama GATUA –
iCampo. A ideia é disseminar, de forma
prática e economicamente viável, o aces-
so às ferramentas de TI para todos os
produtores rurais, permitindo a eles o total
controle de suas propriedades através de
um sistema totalmente WEB – que pode
ser acessado de qualquer lugar do mun-
do, bastando um link internet.
As usinas compram a licença com-
pleta do GATUA – iCampo por um valor
já bastante subsidiado (existem dois pre-
ços: um para usinas associadas contri-
buintes e outro para usinas associadas
não contribuintes), mas poderão repassá-
-lo a todos os seus fornecedores de cana
gratuitamente. Uma equipe da usina rece-
berá treinamento técnico e operacional, já
incluso no valor de licença, e poderá se
tornar replicadora, para instalação, con-
figuração e treinamento dos produtores
que estiverem interessados em utilizar o
software.
O sistema é totalmente modular, e
o produtor utiliza o(s) módulo(s) que qui-
ser, ativando-o(s) a qualquer momento. O
GATUA manterá uma hot line para supor-
te a todas as usinas, em caso de dúvi-
das operacionais ou problemas técnicos.
O único custo que o produtor assume é
um valor mensal por propriedade rural, a
Divulgação/MBFAgribusiness
Divulgação/GATUA
Carlos Barros, o Bill: “O grande anseio do gestor é conseguir
obter o feedback de quem já utiliza o que está sendo prospectado”
Participantes da primeira reunião do Grupo
de Controladoria do setor sucroenergético:
criação foi inspirada no GATUA
29. 29REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 2014
título de manutenção legal e tecnológica
do produto, para garantir a sua evolução
no tempo.
A usina, por sua vez, poderá solici-
tar que seja desenvolvida a interface en-
tre o GATUA – iCampo e o seu ERP cor-
porativo, eliminando a burocracia hoje
existente no contato entre ela e o produ-
tor, fortalecendo a parceria e fidelizando
o fornecedor de matéria-prima. A solici-
tação dará origem a um pequeno projeto,
com escopo combinado e custo também
subsidiado, sempre privilegiando as usi-
nas associadas contribuintes.
É o GATUA aumentando seu por-
tfólio de serviços e potencializando ainda
mais o uso dos recursos da Tecnologia
da Informação para o setor sucroenergé-
tico brasileiro. As usinas que quiserem
conhecer o GATUA – iCampo podem so-
licitar uma demonstração pelo e-mail ga-
tua@grutibrasil.com.br ou pelos telefo-
nes (16) 3329-4281 e (16) 98145.0445.
Benefícios do GATUA – O GATUA –
Grupo das Áreas de Tecnologia das Usi-
nas de Açúcar, Etanol e Energia – chegou
a dez anos de vida com um vasto históri-
co de trabalhos em prol de todas as suas
associadas. O uso de recursos de TI pe-
las usinas constitui uma grande oportuni-
dade de melhorar os resultados de todos
os seus departamentos, processos e con-
troles internos.
Nesse sentido, o grupo possui uma
gama de iniciativas com grandes benefí-
cios às usinas, como as suas reuniões
bimestrais, nas quais são apresentadas
soluções que emergem como inovado-
ras. Realiza, também, uma vez por ano, o
Congresso GATUA, sempre acompanha-
do da FeiGATUA, feira de tecnologia na
qual as empresas do mercado fornecedor
aproveitam para apresentar seus produ-
tos e serviços. Neste ano de 2014, esses
eventos serão realizados nos dias 25, 26
e 27 de novembro, em Ribeirão Preto, SP.
O GATUA já é constituído por 286
usinas. Está presente em 225 municípios
de 20 estados brasileiros, congregando
em torno de 600 profissionais de TI.
Novos rumos – Com a profissiona-
lização do GATUA, foi implantado oficial-
mente, em outubro de 2013, o Programa
“SGQ – Selo GATUA de Qualidade”, que
nasceu como instrumento de mediação
entre a demanda (necessidades constan-
tes das usinas) e a oferta (inúmeras solu-
ções trazidas pelos fornecedores de TI).
“O grande anseio de todo gestor ou toma-
dor de decisão, quando do atendimento
a uma necessidade em sua usina, é con-
seguir obter o feedback de quem já utiliza
o que está sendo prospectado. Lembra-
mos que toda usina é, por natureza, isola-
da, fixada invariavelmente na zona rural e
carente de referências próximas”, afirma
Carlos Barros, o Bill, coordenador nacio-
nal do GATUA.
O GATUA não é e nem será uma
entidade certificadora. Esse programa
faz, com metodologia e critérios científi-
cos amplamente elaborados, a coleta do
sentimento (feeling) de quem já é clien-
te de um produto ou serviço e o transfor-
ma em uma nota equivalente a um selo
– bronze, prata ou ouro. Depois disso, re-
torna ao fornecedor desse produto ou ser-
viço um relatório minucioso com todos os
desconfortos e pontos de melhorias de-
Selo do iCampo, software lançado
pelo GATUA que permite aproximar as
usinas de seus fornecedores de cana
30. REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 201430
tectados junto aos seus próprios clientes.
A “entrega” desse relatório, junto à
nota e os respectivos selos, não é o final
do nosso trabalho, mas sim o começo.
Ao relatar esses pontos de desconforto, o
GATUA se coloca à disposição para aju-
dar na reversão de todos eles. Em outras
palavras, passa a “monitorar” o compor-
tamento do fornecedor a partir de então.
Referência – O trabalho do GATUA
se tornou referência para a formação de
outros grupos, tendo em vista os benefí-
cios alcançados nessas experiências. Re-
centemente, houve a reunião inaugural do
Grupo de Controladoria das empresas de
agronegócio, para a qual o GATUA foi o
modelo maior.
Com o advento do Grupo de Usuá-
rios de Tecnologia da Informação (GRU-
TI Brasil), sob o qual o GATUA se situa
como a vertical para o setor sucroener-
gético, dois novos grupos já estão sen-
do geridos, ainda na fase de contatos ini-
ciais para as suas formações: o Grupo
das Áreas de Tecnologia das Transporta-
doras (GATRANS) e o Grupo das Áreas
de Tecnologia das Indústrias Calçadistas
(GATIC). Os dois têm como modelo o tra-
balho do GATUA.
Para saber mais detalhes sobre es-
sas iniciativas, visitem a página do GATUA
na internet (www.gatua.com.br) ou a do
GRUTI Brasil (www.grutibrasil.com.br).
D
esde o último dia 1º de junho, foi ativado o site www.congresso.ga-
tua.com.br, pelo qual as usinas interessadas podem fazer suas re-
servas de participação no 10º Congresso Anual do GATUA, que será
realizado nos dias 25, 26 e 27 de novembro, em Ribeirão Preto, SP.
Segundo a organização do congresso, a cargo do GATUA e do GRUTI
Brasil – Grupo de Usuários de TI –, metade dos espaços disponíveis em sua
grade de atividades (Feira de Tecnologia, palestras, rodadas de negócios e
sala para Meeting Table) já foi reservada por empresas que atuam no mer-
cado brasileiro e mundial de TI.
No congresso deste ano, o GATUA trará uma inovação importante: além
de apresentar como está o seu Programa “SGQ – Selo GATUA de Qualidade”,
após um ano de seu lançamento oficial, será também possível a visita ao con-
gresso de empresas de outros segmentos da economia nacional, não só usi-
nas de açúcar, pois o GATUA quer mostrar sua experiência vitoriosa no traba-
lho de criar um espaço para aproximação de profissionais de TI, na troca de
informações e no compartilhamento de conhecimento e experiências.
O GRUTI Brasil está trabalhando para o surgimento de novos grupos,
em outros setores da economia brasileira. O 10º Congresso Anual será uma
oportunidade para que esses setores conheçam o trabalho do GATUA em
prol das usinas associadas. Na página www.gatua.com.br, poderá ser en-
contrado o convite oficial do congresso.
SERVIÇO:
10º Congresso Anual GATUA 2014
Centro de Convenções TAIWAN
Ribeirão Preto, SP
Dias 25, 26 e 27 de novembro de 2014
Informações e inscrições no site www.congresso.gatua.com.br
Espaço TI
GATUA abre inscrições para
seu 10º Congresso Anual
Selo GATUA de Qualidade, categoria Ouro:
classificação é dada a partir de uma
nota baseada na opinião dos clientes
32. REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 201432
Capa
Sem crise
Organizadores da Fenasucro acreditam que instabilidades
do setor não irão atrapalhar volume de negócios, previsto
para R$ 2,2 bi, mesmo faturamento do ano passado
Igor Savenhago
É
com a infraestrutura revitalizada
que a 22ª edição da Feira Interna-
cional de Tecnologia Sucroener-
gética (Fenasucro) deverá receber cer-
ca de 33 mil visitantes e gerar negócios
da ordem de R$ 2,2 bilhões, mesmo va-
lor de 2013. Apesar do momento delica-
do vivido pelo setor da cana-de-açúcar,
os organizadores apostam no poten-
cial de negócios da feira, que deve rece-
ber grandes compradores. Pelo menos,
tudo vem sendo programado para isso.
O pré-credenciamento online apresenta-
va, já durante a coletiva de apresentação
do evento, no dia 31 de julho, aumento
de 200% na comparação com o mes-
mo período do ano passado. Do mon-
tante, 64% possuem cargos de lideran-
ça nas empresas que representam e 20%
têm poder de compra que ultrapassa R$
1 milhão. “Estamos com boas expectati-
vas quando à intenção de compras e, por
isso, esperamos manter os negócios em
R$ 2,2 bilhões”, diz Gabriel Godoy, dire-
tor da Fenasucro.
A movimentação deverá ser impul-
sionada por visitantes de cidades próxi-
mas, além de estrangeiros, que virão de
pelo menos 28 países, e caravanas, de
São Paulo e outros estados, que levarão
à feira mais de 1.500 pessoas de 40 usi-
Fotos:Divulgação
33. 33REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 2014
nas. Eles conhecerão as novidades em
tecnologia expostas por 550 empresas
nacionais e internacionais. Serão mais de
mil marcas em destaque, numa área de
75 mil metros quadrados, mais que o do-
bro em relação ao ano passado, quando
foi de 35 mil metros quadrados.
Como em 2013, a Fenasucro será
dividida em setores, para facilitar a locali-
zação dos produtos pelos visitantes. São
quatro áreas: Agrocana, que apresenta
equipamentos e insumos voltados para
preparo de solo, tratos culturais, plantio
e colheita; Forind, que agrega fornece-
dores industriais; Indústria, que oferece
o que há de mais moderno em tecnolo-
gia em máquinas, implementos e ser-
viços para a produção de derivados da
cana; e Transporte e Logística, com novi-
dades em aviação, transporte rodoviário,
programas de computador e suprimentos
para facilitar o deslocamento de produ-
tos do setor. Para a atual edição, essa úl-
tima divisão ganhou subsetores inéditos,
como Armazenamento, Equipamentos de
Proteção Individual e Automação.
Outra novidade fica por conta dos
programas Premium Club e VIP, que de-
vem receber 1.500 compradores e têm
como meta, segundo Godoy, impulsio-
nar os negócios, atendendo, “de forma
diferenciada”, visitantes com alto poder
aquisitivo. “É uma forma de estreitar re-
lacionamentos e trazer um público re-
almente especializado para a feira”. Os
participantes desses programas terão, à
disposição, credencial especial, entrada
exclusiva, estacionamento para um dia
de evento, acesso privilegiado à abertu-
ra da feira, internet e áreas de descan-
so com acesso a serviços de alimentos
e bebidas.
Para Antonio Eduardo Tonielo Fi-
lho, presidente do Centro Nacional das
Indústrias do Setor Sucroenergético e
Biocombustíveis (CEISE Br), entidade
Área da feira em 2013 era de 35
mil metros; agora, em 2014, subiu
para 75 mil metros quadrados,
com novidades na infraestrutura
Coletiva de apresentação da feira, no dia 31 de julho, divulgou números preliminares
de credenciamento: otimismo com a presença de grandes compradores
Máquinas expostas na edição de 2013, quando os negócios
movimentaram R$ 2,2 bilhões: organizadores esperam repetir desempenho
34. REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 201434
que realiza a Fenasucro em parceria com
a Reed Exhibitions Alcantara Machado,
que responde pela organização, apesar
do cenário de crise, a Fenasucro será re-
alizada em bom momento, já que a ne-
cessidade de aumento de eficiência nas
Dourados
organiza missão
A
Fenasucro não motiva ape-
nas a oferta de novas tec-
nologias, mas serve como
vitrine também para eventos. A Pre-
feitura de Dourados, MS, por exem-
plo, vai organizar uma missão para
lançar, em Sertãozinho, a 4ª Fei-
ra Agrometal do Mato Grosso do
Sul, que será realizada de 22 a 24
de outubro, no Pavilhão de Even-
tos Dom Teodardo Leitz. A carava-
na parte de Dourados no dia 26, às
8h, com retorno previsto para o dia
28, ao meio-dia. No dia 27, a Agro-
metal será divulgada num almoço
com empresários e representan-
tes de entidades do estado de São
Paulo e de Dourados.
Durante os três dias em que
permanecerão na Fenasucro, técni-
cos sul-mato-grossenses percorre-
rão os corredores do evento para
falar sobre a Agrometal, tida como
uma das melhores feiras industriais
e de serviços da região Centro-Oes-
te do país, que, para este ano, será
ampliada para atender aos seg-
mentos de alimentos, construção
civil, petróleo e gás e papel e celu-
lose. A Prefeitura também preten-
de convidar empresários paulistas
a montar estandes na Agrometal.
Capa
33 mil visitantes, entre brasileiros e de 28 países, são esperados
para o maior evento sucroenergético do mundo, em Sertãozinho, SP
Feira apresenta tecnologia de última geração para operações agrícolas,
industriais e de transporte e logística para a cana-de-açúcar
36. REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 201436
26 de agosto
8h às 13h: 3ª Conferência Datagro CEISE Br
8h às 14h: Reunião Gerhai
8h às 13h: 2ª Congresso de Automação e Inovação
Tecnológica Sucroenergética 2014
12h30: Abertura Oficial
13h às 20h: Exposição e Visitação
20h: Fechamento
27 de agosto
8h às 13h: 2ª Congresso de Automação e Inovação
Tecnológica Sucroenergética 2014
8h às 13h: Seminário Agroindustrial STAB
13h às 20h: Exposição e Visitação
20h: Fechamento
28 de agosto
8h às 13h: Seminário Agroindustrial STAB
8h às 13h: Seminário GEGIS
13h30 às 19h30: 1º Encontro Cana
Substantivo Feminino
13h às 20h: Exposição e Visitação
20h: Fechamento
29 de agosto
8h às 13h: Encontro de Produtores Canaoeste/Orplana
8h às 13h: 2º Seminário de Transporte
e Logística ESALQ Log
13h às 20h: Exposição e Visitação
20h: Fechamento
Cronograma
unidades produtoras precisa ser discuti-
da. Um dos assuntos em evidência, se-
gundo ele, será a geração de energia elé-
trica a partir de resíduos, como o bagaço
da cana.
Estrutura – As maiores novidades
irão aparecer na infraestrutura da feira. A
praça de alimentação, por exemplo, ga-
nhou sete novas marcas e contará com
layout reformulado e wi-fi gratuito. O sis-
tema hídrico também teve melhorias,
como a capacidade dobrada de armaze-
namento de água. No estacionamento,
foram criados acessos específicos para
expositores e visitantes.
Diferente de anos anteriores, quan-
do a Conferência Datagro CEISE Br, um
dos principais eventos paralelos à feira,
era realizada no Teatro Municipal de Ser-
tãozinho, os debates e discussões fo-
ram todos concentrados num único lu-
gar, construído exclusivamente para esta
finalidade. O Espaço de Conferências Fe-
nasucro será palco de reuniões em que
serão discutidos assuntos de interesse
Capa
Máquinas e implementos são expostos em galpões e áreas externas,
onde profissionais do setor interagem e trocam experiências
38. REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 201438
Com informações da assessoria de imprensa
U
m dos eventos que vem se tornando tradicionais durante a Fenasucro é
a Rodada Internacional de Negócios APLA/Apex-Brasil, que deverá reu-
nir 50 empresas brasileiras e 20 compradores estrangeiros. A expecta-
tiva é que o volume de negócios ultrapasse a marca do ano passado, quando
as vendas chegaram a US$ 1,6 milhão, além de terem sido levantadas oportu-
nidades de investimentos na faixa de US$ 375 milhões.
“A rodada de negócios tem como principais metas estabelecer relação
de médio e longo prazo com convidados internacionais e suas empresas, além
de buscar desenvolver um trabalho de inteligência comercial, levantando com
esses países dados e informações sobre os mercados onde eles estão loca-
lizados”, explica Flavio Castelar, diretor executivo do APLA (Arranjo Produtivo
Local do Álcool).
Nas reuniões, são ofertadas
soluções completas para produção
e processamento de cana-de-açúcar,
como máquinas e outros equipamen-
tos agrícolas e industriais. Em 2013,
as rodadas reuniram representan-
tes de dez países, que resultaram em
463 contatos comerciais nos quatro
dias de feira.
Rodada APLA/Apex espera
movimentar mais de US$ 1,6 mi
No ano passado, rodada APLA/Apex reuniu dez países
e volume de negócios chegou a R$ 1,6 milhão
Flavio Castelar, diretor executivo
do APLA, diz que rodadas de
negócios visam desenvolver
trabalho de inteligência comercial
DivulgaçãoAPLA/ApexDivulgaçãoAPLA/Apex
do setor sucroenergético. Além dos con-
vidados da Datagro CEISE Br, o local irá
abrigar, de acordo com a assessoria de
imprensa da feira, a Reunião do Gerhai,
o Seminário Agroindustrial STAB, o Se-
minário do GEGIS, o 2º Congresso de
Automação e Inovação Tecnológica Su-
croenergética, o Encontro Canaoeste/Or-
plana, aa Rodadas de Negócios APLA/
Apex e FIESP/Sebrae e o Seminário de
Transporte e Logística ESALQ Log. Para
isso, dispõe de área VIP, banheiros e es-
trutura para coffee break. Os eventos no
Espaço das Conferências serão todos os
dias, das 8h às 13h.
Outros espaços também prometem
chamar a atenção do público, como o Or-
quídeas, que receberá convidados da fei-
ra e indicados por parceiros, o Estande
das Novidades, onde poderão ser encon-
tradas informações e imagens dos lan-
çamentos das empresas expositoras, e
o Museu da Cana, que contará um pou-
co da história da cana-de-açúcar na re-
gião de Ribeirão Preto, por meio de uma
ação do Instituto Cultural Engenho Cen-
tral, localizado na Fazenda Vassoural, en-
tre Pontal e Sertãozinho.
Dezesseis micro e pequenas em-
presas terão uma área exclusiva para ex-
por seus produtos e serviços. A partici-
pação delas é garantida por uma parceria
entre o Sebrae-SP e os organizadores da
Fenasucro. A iniciativa, que existe desde
a primeira edição da feira, tem custo bai-
xo para as empresas – já que parte dos
custos é subsidiada pelo Sebrae – e visa
favorecer a integração delas com gran-
des fornecedores e compradores.
SERVIÇO
Fenasucro – Feira Internacional
de Tecnologia Sucroenergética
Realização:26a29deagostode2014
Horário: das 13h às 20h
Local: Centro de Eventos Zanini
Marginal João Olézio Marques,
3.563, Sertãozinho, SP
Capa
40. REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 201440
Imprensa
CanaMix vence Prêmio Andef
Reportagens especiais sobre sustentabilidade, do repórter Leonardo Ruiz,
publicadas em novembro e dezembro, foram campeãs na categoria revista
Igor Savenhago
D
uas reportagens especiais so-
bre sustentabilidade no setor su-
croenergético deram à CanaMix
o Prêmio Andef, conhecido como “Os-
car da Agricultura”, na categoria revis-
ta. O troféu foi entregue ao repórter Leo-
nardo Ruiz, autor das matérias, no último
dia 21 de julho, na sede do Esporte Clu-
be Sírio, em São Paulo, SP, em cerimô-
nia apresentada pela jornalista Fabiana
Scaranzi e que contou com cerca de 500
convidados.
As reportagens, que venceram ou-
tras de revistas de peso no cenário nacio-
nal, como Globo Rural e Dinheiro Rural,
foram publicadas nas edições de novem-
bro e dezembro de 2013 na CanaMix. Elas
foram capas das respectivas edições. A
primeira, “Os caminhos da sustentabilida-
de”, apresentou as práticas consideradas
necessárias para que as áreas agrícola e
industrial das usinas sejam sinônimos de
responsabilidade ambiental. Empresários,
gerentes e outros funcionários das com-
panhias foram ouvidos, além de associa-
ções e entidades, para que traçassem as
rotas da sustentabilidade no século XXI e
o preço que é necessário para por elas
para que o setor consolide alguns merca-
dos e abra novos.
A segunda reportagem da série, “A
sustentabilidade na prática”, abordou as
medidas adotadas, efetivamente, para
que os caminhos apontados na matéria
Momento do anúncio do prêmio conquistado pela Revista Canamix, na sede do Esporte Clube Sírio, na capital paulista
Divulgação/Andef
41. 41REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 2014
anterior sejam cumpridos e quais serão
os próximos passos, as dificuldades a
serem enfrentadas para sua implantação
e as perspectivas para os próximos anos.
Para Ruiz, a sensação de vencer
o prêmio, o primeiro da carreira – deta-
lhe, ele ainda é estudante do quarto ano
de Jornalismo –, foi indescritível. “Fiquei
muito feliz, em especial por ser a profis-
são que amo e por não atuar por tanto
tempo na área. Esse prêmio é a prova de
que novos repórteres podem fazer jorna-
lismo sério e de qualidade”.
Falar sobre sustentabilidade em
duas reportagens especiais foi, para o
repórter, uma experiência que represen-
tou grande aprendizado. “Sustentabilida-
de não significa, unicamente, evitar des-
perdícios ou prejuízos. Tem a ver com a
iniciativa de ‘responder’ aos questiona-
mentos dos consumidores em qualquer
parte do planeta, de forma firme e con-
victa, atendendo e superando as expec-
tativas. Em minha opinião, poder chamar
a atenção da sociedade para esse tema
foi um dos aspectos mais positivos do
trabalho”.
Para o diretor da CanaMix, Plínio
O repórter Leonardo Ruiz com o troféu,
ao lado do ministro da Agricultura,
Neri Geller (esq.), a secretária de
Estado da Agricultura de SP, Mônika
Bergamaschi, e Laercio Giampani,
presidente do Conselho Diretor da Andef
Telão mostra os concorrentes:
CanaMix venceu seis adversários,
entre eles as Revistas Globo
Rural e Dinheiro Rural
Prêmio Andef é considerado o
“Oscar da Agricultura” e valoriza
jornalistas que despertam para o
ensino e a informação atualizada
LeonardoRuiz
LeonardoRuiz
Divulgação/Andef
42. REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 201442
Jornalismo
Revista
Leonardo Ruiz, Revista CanaMix/SP
Especial “Os caminhos da sustentabilidade” e “A sustentabili-
dade na prática”
Jornal
Anna Carolina Papp Silva, O Estado de S. Paulo/SP
Matéria: Robôs e drones chegam ao campo
Televisão
Wendel Rodrigues, TV Correio/PB (Afiliada da Rede Record)
Matéria: Ouro Verde
Fotografia
Ricardo Rafael da Silva, O Popular/GO
Ações de Cooperativas
Natália Canevazzi, Coopercitrus Revista Agropecuária/SP
Matéria: Maracujá e seringueira – implantação em cafezais de
baixa produção
Profissionais
Clodoaldo Dutra Flaitt, ArystaLifeScience
Eduardo Constantino, DuPont
Eric Pasqualli Nunes, Syngenta
Gustavo Martins, Dow AgroSciences
Jeverson de Oliveira, FMC
Jorge Luiz Fernandes Parras, Monsanto
Nilson Liasch Júnior, Basf
Rodrigo Begale, Bayer CropScience
Campo Limpo
CEARPA – Nova Mutum/MT
FAFRAM – Ituverava/SP
ARAGO – Goianésia/GO
ARANAV – Naviraí/MS
Distribuidores
Boas Práticas Agrícolas
Agro Amazônia/MT: Projeto Vida Saudável
Responsabilidade Social
Agrológica/MT: Horta Espaço Prima Jovem
Responsabilidade Ambiental
Alvorada/MT: Reflorestando e Preservando Área Degradada
Cooperativismo
Boas Práticas Agrícolas
COOPERCITRUS/SP: Uso Correto e Seguro dos Defensivos
Agrícolas
Responsabilidade Social
COOXUPÉ/MG: Escola Consciente
Responsabilidade Ambiental
COPLANA/SP: Córrego Vivo e Reflorestando as Nascentes
Ensino
CEFET/RJ: Agroprata
Produtor Rural
Jonas Marques, produtor de café conillon e pimenta do reino em
São Mateus/ES.
Vencedores do
Prêmio Andef 2014
César, a conquista representa reconhe-
cimento ao trabalho feito pela equipe da
revista, o que a coloca, cada vez mais,
como uma das mais importantes do país
nos segmentos agrícola e canavieiro.
“Ganhar um prêmio da importância do
Andef é, sem dúvida, um estímulo para
que o Grupo AgroBrasil, do qual faz parte
a CanaMix, continue trilhando um cami-
nho de sucesso, oferecendo informação
de qualidade para agricultores, empresá-
rios e todas as outras pessoas que se in-
teressam pelo agronegócio”.
O Prêmio – Esta foi a 17ª edição
do prêmio, promovido pela Associa-
ção Nacional de Defesa Vegetal (Andef)
e que teve como tema “Educando para
um novo tempo”. A proposta, segundo
a associação, é valorizar constantemen-
te profissionais envolvidos nas cadeias
produtivas do agronegócio e que ajudem,
com suas reportagens, a despertar para o
ensino e a informação atualizada, permi-
tindo ao agricultor entender e trocar con-
ceitos de boas práticas no campo.
“Nosso objetivo é promover a sus-
tentabilidade do agronegócio brasileiro,
mas seria impossível sem colaborarmos
com o educador do campo. Ele faz a co-
nexão com outro importante personagem
que é o produtor rural, responsável pelo
nosso alimento”, explica Fábio Kagi, ge-
rente de educação da Andef.
Imprensa
44. REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 201444
Atrevida, nome da máquina desenvolvida pelo Grupo nordestino EQM e lançada na Norcana,
em 2013: a inovação reduz os custos com o corte da cana de R$ 25 para R$ 2 por tonelada
Nordeste em Foco
Adversidades e oportunidades
de negócios no Nordeste
*Alexandre Andrade Lima
A
safra nordestina 2014/15 deve
produzir algo em torno de 52 mi-
lhões de toneladas de cana. Uma
redução de, aproximadamente, 5% em
relação à safra anterior. Mesmo assim,
diante das adversidades, em função da
grave crise que assola o setor sucroe-
nergético nacional como um todo, além
dos efeitos da maior seca dos últimos
50 anos no Nordeste, há um mercado
regional que demanda, e muito, produ-
tos, equipamentos e máquinas para to-
car a atual produção. Dentro desse con-
texto, pelo terceiro ano consecutivo, no
intuito de baixar os custos de produção
da cana nordestina, volta a ser realiza-
da no Recife, PE, uma experiência ímpar
de negócios direcionada exclusivamente
ao segmento canavieiro. Desde 2012, a
tor dos produtores nordestinos de cana,
a Norcana.
O evento, que tem sido realizado
sempre no mês de setembro, já passou
a compor o calendário agrícola das prin-
cipais feiras de negócios regional. A evo-
lução do evento está incorporada ao prin-
cipal objetivo da Norcana: contribuir para
baixar os custos de produção do agricul-
tor – condição ideal para estimular os ca-
navieiros a continuar investindo na cul-
tura da cana, mesmo diante de uma das
maiores crises do segmento sucroener-
gético nacional. Neste sentido, a Norca-
na negocia com as fábricas de insumos,
fertilizantes, utensílios, ferramentas, má-
quinas e outros produtos do gênero, esti-
mulando, assim, a respectiva comerciali-
zação a preços mais competitivos do que
o praticado geralmente no mercado.
A Norcana acaba contribuindo para
estimular o produtor a movimentar e man-
Associação dos Fornecedores de Cana
de Pernambuco (AFCP) promove a úni-
ca feira regional de negócios para o se-
Fotos:Divulgação/Norcana
Alexandre Andrade Lima, falando na abertura da Norcana, em 2013,
em que antecipou as palestras que seriam realizadas na feira
45. 45REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 2014
ter ativo o setor canavieiro regional, pois,
mesmo diante da crise atual, é preciso to-
car as plantações e, para isso, há um mer-
cado operante de produtos, equipamen-
tos e máquinas específicas. A estratégia
tem sido exitosa. Nas edições anteriores
da feira, além de enfrentar questões re-
ferentes à novidade do evento, havia um
problema ainda maior: a descapitalização
dos agricultores em função do auge da
maior seca dos últimos 50 anos no Nor-
deste. Mas, ainda assim, os agricultores
dos principais estados produtores da re-
gião compareceram. Neste ano, a Norca-
na será realizada nos dias 17, 18 e 19 de
setembro, no Recife, na AFCP.
Contudo, devido aos efeitos negati-
vos da seca na mobilidade financeira do
plantador de cana, além dos altos cus-
tos de produção e da falta de uma po-
lítica pública a respeito, é bem verdade
que há um cenário atual bastante pessi-
mista no setor. Todavia, a realização da
terceira edição da Norcana está em sin-
tonia com melhores perspectivas por vir
em um curto prazo de tempo. Está para
chegar ao mercado da cana do Nordes-
te um crédito de R$ 170 milhões para os
produtores independentes e mais R$ 400
milhões para os produtores de etanol, re-
lativos à nova subvenção do Governo Fe-
deral. Além desse fator, a Câmara dos
Deputados aprovou a elevação do etanol
anidro de 25% para 27,5% na composi-
ção da gasolina, faltando agora a avalia-
ção do Senado.
Tudo isso ocorre em um período
que, tão breve, entre outubro e novem-
bro, chegará ao fim a colheita da cana do
Centro-Sul do Brasil, por conta da ante-
cipação da safra. É quando, justamen-
te, começa a safra nordestina. Além dis-
so, a 3ª edição da Norcana será realizada
numa época que antecede a eleição pre-
sidencial. Ou seja, a feira exclusiva dos
produtores de cana acontece em um pe-
ríodo que suscita no setor sucroenergé-
tico uma maior cobrança e, simultane-
amente, esperança no implemento de
uma nova política nacional voltada para
o combustível renovável e limpo (etanol).
Diante de todo exposto, é pertinen-
te ressaltar que a Norcana manterá o for-
mato das suas edições anteriores. Por-
tanto, haverá um salão de estandes com
as indústrias e representantes comerciais
dos principais produtos, equipamentos e
máquinas voltadas ao setor canavieiro.
Neste ambiente, é oportunizado ao agri-
cultor um local atrativo de negócios e di-
álogos para eles, mas também entre os
parceiros, industriais, órgãos de classe e
autoridades do setor privado e público li-
gados ao setor sucroenergético regional.
Também será mantido um ciclo de pales-
tras técnicas e especializadas correspon-
dentes ao interesse da classe. Com isso,
promovem-se também tecnologias e o
intercâmbio de informações sobre ações
e manejo nos canaviais.
Entre as tecnologias a serem ex-
postas na 3ª Norcana, será exibida uma
máquina capaz de fazer o corte da cana
em áreas com declive. O equipamento
foi desenvolvido pela Usina Olho D’água
e produzido pela Centracana – empresa
paulista fabricante de máquinas do ramo.
O equipamento vem sendo utilizado nos
canaviais da unidade industrial. A rele-
vância desse maquinário é indispensável
para reduzir os custos do produtor regio-
nal de cana, porque 61% dos canaviais
do Nordeste estão em terrenos com re-
levo acidentado. A abertura da Norcana,
em 17 de setembro, ficará sob o coman-
do do agrônomo e professor da Univer-
sidade de São Paulo Marcos Fava Ne-
ves. O docente falará sobre os desafios
e oportunidades do setor sucroenergéti-
co nordestino.
*Presidente da União Nordestina dos
Produtores de Cana (Unida) e da AFCP
46. REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 201446
Informe Publicitário
Soluções inovadoras que garantem redução de
custos e maior produtividade às usinas serão
apresentadas na Fenasucro pela Quimatic Tapmatic
Empresa lança oficialmente no evento o Protetivo Agro, apresenta
o novo desengraxante Quimatic ED Solv e expõe as vantagens da
linha Plasteel, que ajuda usinas a economizar até 80% ao substituir
a compra de novos equipamentos pela recuperação e manutenção
A
o investir na manutenção de
suas máquinas e equipamen-
tos – e deixar a compra de no-
vos modelos para quando for realmen-
te necessário –, as usinas e demais
companhias do setor sucroenergético
podem alcançar uma economia de até
80% ao mesmo tempo em que man-
têm sua produtividade em alta.
Apresentar aos profissionais
da área estas e outras vantagens é o
grande objetivo da Quimatic Tapma-
tic durante a Fenasucro 2014, maior
evento mundial do setor sucroenergé-
tico, que acontecerá entre os dias 26
e 29 de agosto, em Sertãozinho, SP.
Repleto de atrações, o estande
da Quimatic Tapmatic na feira conta-
rá com três grandes destaques: o lan-
çamento oficial do Protetivo Agro,
anticorrosivo desenvolvido especial-
mente para o setor agrícola; a apre-
sentação do desengraxante Quimatic
ED Solv, com nova fórmula ainda mais
eficaz e com odor mais suave; e a ex-
posição da linha Plasteel de revesti-
mentos epóxi bicomponentes voltados
para recuperar e proteger equipamen-
tos e máquinas sujeitos a corrosão e
abrasão.
Maior fabricante de especialida-
des químicas do país, a Quimatic Ta-
pmatic vem obtendo crescimento mé-
dio de 20% ao ano na prestação de
serviços para usinas de todas as regi-
ões brasileiras. “Temos o compromis-
so de abastecer o setor sucroenergéti-
co com soluções inovadoras, capazes
de garantir redução de custos e maior
praticidade e produtividade”, enfatiza
Walter Strebinger, diretor da Quimatic
Tapmatic.
Este é o caso da linha Plaste-
el, que, além de proteger máquinas
e equipamentos de forma preventiva,
também é utilizada para recuperar ma-
quinários já danificados pela corrosão
e abrasão presentes no processo de
moagem, garantindo uma nova e re-
sistente superfície que irá necessitar
de manutenção somente a cada duas
safras.
Ao recuperar e proteger as má-
quinas e equipamentos com Plaste-
el, ao invés de sucatear, forma muitas
vezes desnecessária e prematura, as
usinas conquistam uma economia de
até 80% em relação à compra de mo-
delos novos.
Para esclarecer os diferenciais
de seu portfólio, a Quimatic Tapmatic
contará com uma equipe de profissio-
nais altamente qualificada na Fenasu-
cro 2014. O estande da empresa será
o de número BG14.
Destaques na exposição:
Lançamento oficial do Proteti-
vo Agro - A Fenasucro é o palco para
o lançamento oficial do Protetivo Agro.
Desenvolvido especialmente para o se-
tor agrícola, o produto difere de ou-
tros protetivos existentes no mercado
por formar uma película cerosa anties-
47. 47REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 2014
tática mais seca, o que ajuda a repe-
lir de maneira mais eficiente a poeira e
a garantir proteção contra a corrosão
por longos períodos, mesmo quando
os equipamentos e máquinas são ar-
mazenados em ambientes abertos, su-
jeitos a altas temperaturas ou chuvas
fortes. Como resultado, tratores, ara-
dos, colheitadeiras, ferramentas e ou-
tros implementos conquistam uma vida
útil maior e estão sempre prontos para
uso. Ecologicamente correto, o lança-
mento não contém substâncias tóxi-
cas ou metais pesados em sua formu-
lação, evitando assim contaminação
da colheita e do solo. Para mais infor-
mações sobre o Protetivo Agro, aces-
se: www.quimatic.com.br/produtos/
protetivos-lubrificantes/protetivo-agro/
Novo desengraxante Quimatic
ED Solv - A empresa também expõe du-
rante o evento o desengraxante Quima-
tic ED Solv, que em 2014 ganhou uma
nova fórmula ainda mais eficiente. O
produto agora age 10% mais rápido e
tem odor mais suave. Além disso, con-
tinua com atrativos que fizeram da ver-
são anterior um grande sucesso, como
o uso de aditivo ED – Extremo Desengra-
xe – e uma formulação ecologicamente
correta, à base de água, biodegradável,
atóxica e não inflamável. Indicada para
situações de difícil desengraxe e limpe-
za, a novidade é ideal para uso em má-
quinas, tanques, carenagens, estruturas
de ferro ou aço e muito mais. Para mais
informações sobre Quimatic ED Solv,
acesse: http://www.quimatic.com.br/
produtos/desengraxantes-industriais/
quimatic-ed-solv/
Linha Plasteel – As usinas po-
dem economizar até 80% ao substi-
tuir a compra de equipamentos novos
pela recuperação e manutenção com
os revestimentos epóxi bicomponentes
da linha Plasteel. A Quimatic Tapmatic
destaca no evento Plasteel Diamanta-
do, um revestimento reforçado com mi-
croesferas inertes especiais de altíssi-
ma dureza, que confere à superfície em
que for aplicado dureza e resistência à
abrasão semelhante a do diamante; e
Plasteel Cerâmico Pintável Azul, que
promove principalmente proteção con-
tra o ataque químico e corrosão. O seu
acabamento liso e vitrificado melho-
ra o fluxo e aumenta o rendimento me-
cânico em bombas e tubulações. Isen-
tos de compostos orgânicos voláteis,
os produtos são ecologicamente corre-
tos, fáceis de aplicar e estão disponí-
veis em revendas de todo o país. Para
mais informações sobre a linha Plas-
teel, acesse: http://www.quimatic.com.
br/produtos/revestimentos-epoxi/
Sobre a Quimatic Tapmatic do
Brasil – Há mais de 30 anos no mer-
cado, a Quimatic Tapmatic é a maior
fabricante de especialidades químicas
do País. A companhia 100% nacional
possui certificação ISO 9001 e é liga-
da à Tapmatic Corporation, dos Esta-
dos Unidos, e Tapmatic International
Corporation, da Suíça. Líder mundial
na fabricação de Fluidos de Corte e
com qualidade reconhecida no Brasil
e exterior, a Quimatic Tapmatic ofere-
ce produtos de elevado desempenho,
atua com total responsabilidade so-
cioambiental e recebeu recentemente
o selo da Fundação Abrinq de empre-
sa amiga da criança.
QUIMATIC TAPMATIC
Tel: (11) 3312-9999
E-mail: quimatic@quimatic.com.br
Site: www.quimatic.com.br
50. REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 201450
Informe Publicitário
Prêmio INOVA
O
CTC - Centro de Tecnologia Ca-
navieira – investe, desde 1969,
em pesquisa e desenvolvimento
de tecnologias que visam ampliar a capa-
cidade produtiva do setor sucroenergéti-
co. Comprometido em desenvolver solu-
ções para todos os elos dessa cadeia, é
na produtividade agrícola que o CTC dis-
pende grandes esforços para desenvol-
ver variedades de cana-de-açúcar uti-
lizando o que há de mais moderno em
ferramentas de seleção destes materiais.
Com a intenção de destacar as uni-
dades produtoras que adotam as varieda-
des mais modernas, acreditando no futu-
ro promissor deste setor, o CTC criou em
2012 o Prêmio INOVA. Para a criação des-
te prêmio o CTC analisou o mercado su-
croenergético, buscando usinas com perfil
inovador, que investem em novas tecnolo-
gias, melhoramento genético, sustentabi-
lidade e que possuem foco na qualidade
e no aumento constante de produtividade.
O INOVA premia a unidade produto-
ra com menor Índice de Atualização Va-
rietal (IAV) em cada uma das seis regi-
ões produtoras do estado de São Paulo
Histórico do Índice de atualização Varietal na região Centro-Sul nos últimos 23 anos
51. 51REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 2014
e, também, nos principais estados da re-
gião Centro-Sul. Esse índice representa a
média da idade do plantel de cada usina,
de modo que, quanto menor for o valor
do IAV, mais modernas serão as varieda-
des adotadas pela unidade produtora ou
região estudada.
O IAV é obtido pela somatória das
diferenças entre o ano atual e o ano do
cruzamento das variedades, ponderado
pela porcentagem de utilização dessas
variedades, subtraindo 20 anos. Optou-
-se por extrair vinte anos, do valor obtido
pela somatória, em função desse ser o
número de anos que, em média, uma va-
riedade percorre entre o seu ano de cru-
zamento e sua participação máxima no
censo varietal.
Assim, esse índice é calculado a
partir da seguinte fórmula:
IAV = Somai
[(ano atual – ano de
cruzamento da variedadei
) x % da
área cultivada da variedadei
] – 20,
onde i varia de 1 até o número de
variedades cultivadas no plantel
O histórico do IAV para a região
Centro-Sul, apresentado na figura da pá-
gina anterior, mostra que após 11 anos
consecutivos de aumento desse índice,
no ano de 2013 houve uma pequena re-
dução, o que indica que os produtores
começaram a se preocupar com a subs-
tituição de suas variedades visando obter
maiores ganhos em produtividade.
A partir da análise dos resultados
históricos de IAV entre os produtores, foi
possível chegar a uma classificação que
permite identificar em níveis a situação
do plantel varietal de usinas ou regiões
de acordo com a adoção de tecnologia:
Utilizando essa classificação como
base, para realizar a construção do Prê-
mio INOVA, foram definidos os seguintes
critérios:
1. Ter enviado o censo de varieda-
des para o CTC referente à safra
que esta sendo avaliada.
2. Possuir área cultivada superior a
10 mil hectares (informada por
meio do censo).
3. Ter o menor Índice de Atualiza-
ção Varietal (IAV) na região.
4. Ter IAV inferior a cinco anos, li-
mite para o nível satisfatório na
classificação desse índice.
Assim, considerando os critérios
adotados, as usinas selecionadas para
receberem o Prêmio INOVA referente ao
ano de 2013 foram:
Divulgação/CTC
IAV Nível
Menor que 5 anos Satisfatório
Entre 5 e 7 anos Intermediário
Maior que 7 anos Não recomendado
Região Unidade Produtora I.A.V.
SP - Araçatuba Raízen - Destivale 3,31
SP - Assis Raízen - Ipaussu 3,61
SP - Piracicaba Santa Maria 1,70
SP - Ribeirão Preto Pedra - Da Pedra 3,43
SP - São Carlos Santa Fé 3,58
SP - São José do Rio Preto Guarani - Olímpia 4,51
GO Jalles Machado - Otávio Lage 3,12
MG e ES Coruripe - Iturama 3,71
PR Santa Terezinha 1 - Iguatemi 3,84
No último ano, nenhuma unida-
de dos estados de Mato Grosso e Mato
Grosso do Sul alcançou um IAV menor
que cinco anos e, seguindo os critérios
adotados para a entrega desse prêmio,
não foi possível contemplar nenhuma
unidade desses estados.
Na maioria das regiões, as uni-
dades ganhadoras do prêmio foram as
mesmas nos dois anos analisados, mos-
trando a preocupação em estar sempre
inovando com o uso de variedades cada
vez mais modernas, produtivas e ajusta-
das aos seus ambientes de produção. A
Raízen Ipaussu e a Santa Fé passaram
a figurar o quadro a partir desta safra.
O destaque dessa seleção fica por con-
ta da unidade Santa Maria, que apresen-
tou o menor IAV tanto em 2012 como em
2013.
O CTC parabeniza a todos os ga-
nhadores desta edição do Prêmio INO-
VA, reforçando a importância do uso de
material genético produtivo para a manu-
tenção da segurança sucroenergética do
país.
É na produtividade agrícola que o
CTC dispende grandes esforços para
desenvolver variedades de cana-de-açúcar
52. REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 201452
Gestão Industrial
Leveduras em alta
Wolfgang Pistori
N
o início do ano, o Ministério de
Agricultura anunciou a instituição
do Plano Mais Pecuária, um pro-
grama de incentivo à pecuária bovina. O
objetivo é aumentar a produção e a quali-
dade da carne e do leite brasileiros e que
os resultados efetivos apareçam em uma
década de trabalho. A maioria das metas
ainda parece distante, mas uma delas já
é colocada em prática há algum tempo: a
utilização de levedura de cana-de-açúcar
na alimentação de animais.
A levedura de cana (Saccha-
Fungo utilizado na produção de etanol serve como aditivo alimentar para
ruminantes, mas precisa de qualificação profissional e dose certa para ser eficaz
romyces cerevisiae) é um produto to-
talmente natural, obtido no processo de
fermentação para a produção de etanol.
Se dosada na quantidade exata, melhora
significativamente os índices zootécnicos
dos animais, por se tratar de uma ótima
fonte de proteína. Apresenta, também,
entre suas principais características, um
bom balanceamento de aminoácidos –
em que os níveis de lisina e metionina se
sobressaem em relação a outras fontes
proteicas – e se destaca pelas vitaminas
de complexo B, principalmente Tiamina,
Riboflavina, Niacina e Ácido Pantotênico,
e por uma quantidade razoável de ergos-
terol, o que a torna excelente fonte de vi-
tamina D.
Para entender melhor a eficiência
da levedura como aditivo na alimenta-
ção de ruminantes, é preciso voltar aos
anos 1970, quando o Programa Nacio-
nal do Álcool (Proálcool) foi implanta-
do pelo governo e estimulou a produção
em larga escala. Não à toa, o Brasil se
tornou o principal produtor de cana-de-
-açúcar e, consequentemente, de etanol
no mundo.
Nos 20 anos seguintes, a levedu-
ra foi colocada como boa fonte de proteí-
nas, mas seus altos preços inviabilizaram
O confinamento da Usina Estiva, em Novo Horizonte, SP, foi criado para integrar produção da cana-de-açúcar com a pecuária
Divulgação/UsinaEstiva
53. 53REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 2014
a popularização. A tendência de investimentos em produção
sustentável, porém, principalmente na Europa, fez com que as
pesquisas avançassem. A levedura usada atualmente no pro-
cessamento da cana reforça o sistema imunológico, prevenin-
do doenças, e tem alta capacidade de melhorar o desempenho
dos animais.
Alimento eficaz – A produção de leveduras a partir do
processo de obtenção do etanol no Brasil ultrapassa a casa de
60 mil toneladas por ano, sendo que 45% disso são exportados
para, aproximadamente, 50 países.
Produtores comemoram a obtenção de alimento mais efi-
caz. Esperam obter os resultados prometidos pelo Plano Mais
Pecuária e aumentar a produção atual de leite e de carne em
40% até 2024.
Segundo a pesquisadora Lúcia de Fátima Araújo, da Uni-
versidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a utilização
de aditivos é uma tendência mundial. “A produção desse tipo
de proteína é independente de efeitos climáticos e alterações
ambientais. Entretanto, tais processos requerem investimentos
substanciais de capital e devem ser operados com a máxima
eficiência”.
Segundo o Ministério da Agricultura, a população brasilei-
ra, composta por cerca de 201 milhões de habitantes, consome
cerca de 7,6 milhões de toneladas de carne bovina por ano, mé-
dia de 37,9 quilos por habitante. A ideia é que, em 2023, o con-
sumo interno anual atinja 50 quilos por habitante, um aumento
de 35%. E a utilização de aditivos, como a levedura, é essencial
para que haja crescimento no setor, afinal, é com alimentação o
principal custo dos produtores de carne e leite do país.
“As leveduras, em quantidades apropriadas e com uma
ração de qualidade, promovem o estimulo das bactérias celulo-
líticas, aumentam a população microbiana do rúmen, aumentam
a utilização de lactato, aumentam a utilização de amônia, equi-
libram o pH, acentuam o ganho de peso e a produção de leite
na média em 5%, além de aumentar a digestão de fibras”, enu-
mera Lúcia.
A recomendação do Instituto de Zootecnia do Estado de
São Paulo é que a levedura seja acrescentada em pequenas por-
ções, de 1% a 4% da ração. O custo inicial é elevado, mas, em
longo prazo, a economia pode ser vista como investimento em
biossegurança, pois este aditivo diminui os riscos de proble-
mas com aflatoxina e com bactérias patogênicas, melhorando
as condições intestinais do animal.
Outro fator importante é que, apesar da produção ser sa-
zonal, concentrada entre os meses de maio e novembro, algu-
mas usinas passaram a garantir o fornecimento de leveduras
durante os 12 meses do ano. Um exemplo dessa união com a
pecuária é o da Usina Estiva, em Novo Horizonte, SP, que tra-
54. REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 201454
balha de forma a aproveitar praticamente
todo o material orgânico utilizado no pro-
cesso de produção de etanol para a ali-
mentação dos animais.
O braço da empresa, o Confinamen-
to Estiva, “foi criado com a diretriz princi-
pal de integrar os sistemas de produção
de cana-de-açúcar e pecuária, ambas já
exercidas pelo grupo. A alimentação do
gado utiliza todos os subprodutos da usi-
na. Cerca de 50% da dieta são compostos
pelo bagaço cru, bagaço hidrolisado, me-
laço e levedura líquidos”, informa a usina.
Há também o processo contrário.
O aproveitamento de resíduos do confi-
namento na cultura de cana-de-açúcar. O
esterco retirado dos currais, com capaci-
dade para 11 mil animais, é utilizado, de-
pois de um processo de melhoramento,
como fertilizante para as lavouras.
Aperfeiçoamento – Apesar de ser
um dos maiores produtores e exportado-
res de carne do mundo, o Brasil, de for-
ma geral, ainda apresenta baixo nível tec-
nológico em sua produção. Junto a um
investimento maciço em tecnologia, uma
das promessas do governo é a capacita-
ção de técnicos e produtores.
Diversas ações neste sentido já
são aplicadas em faculdades públicas
que oferecem cursos de zootecnia. A am-
pliação do programa permitirá que, nos
próximos dez anos, cinco mil técnicos
sejam treinados (500 ao ano) e que pelo
menos 200 mil produtores e trabalhado-
res recebam cursos (20 mil por ano).
A Rehagro, por exemplo, é uma es-
cola especializada em cursos técnicos de
pós-graduação em agropecuária. Um de-
les é o de Nutrição de Bovinos Leiteiros,
no qual o aluno é qualificado para alimen-
tar desde criações pequenas, familiares,
até grandes rebanhos.
O engenheiro agrônomo Otávio
Romanini, que também é pecuarista em
Nova Alvorada, RS, acha o aperfeiçoa-
mento fundamental. “Tive uma nova vi-
são da minha propriedade a partir do cur-
so. Fazendo a nutrição correta, aumentei
a produtividade e o ganho financeiro da
fazenda. A média do rebanho passou de
28 litros para 35 litros de leite por dia
para cada vaca durante o curso”.
ArquivoCanaMix
Gado alimentado com levedura tem melhores condições intestinais,
segundo o Instituto de Zootecnia do Estado de São Paulo
Divulgação/UsinaEstiva
Usina Estiva trabalha de forma a aproveitar praticamente todo o material orgânico utilizado no processo de produção de etanol
56. REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 201456
Tecnologia Industrial
Reaproveitar é tendência
Dezenas de opção são oferecidas para melhorar o desempenho da produção
nas usinas e reutilizar o máximo de material utilizado no processo
Wolfgang Pistori
I
magine se reutilizássemos a maior
parte da água que dispensamos para
tomar banho, lavar o carro ou a rou-
pa. Provavelmente, o problema de escas-
sez do recurso que o país enfrenta, prin-
cipalmente o estado de São Paulo, seria
bem menor. Sabemos, no entanto, que a
conscientização da população é um tra-
balho de formiguinha. Exceto em alguns
setores, em que os resultados começa-
ram a aparecer já há alguns anos. As usi-
nas de derivados da cana-de-açúcar são
um exemplo. A modernização dos lava-
dores (ou sopradores) de fuligem e o
consequente reaproveitamento da água
utilizada na lavagem de gases da caldeira
é parte indispensável no trabalho de uni-
dades produtoras.
Há cerca de uma década, o setor
sucroenergético decidiu investir na reuti-
lização e o resultado é, não só, o da eco-
nomia de água, mas o de aumento na
produção. O material sólido também é
reciclado como adubo nos canaviais. “É
rico em nutrientes”, afirma Elton Magri,
gerente de marketing da VLC, especiali-
zada no tratamento de água utilizada em
caldeiras de usinas, que, com 65 instala-
ções, trata por hora 38 milhões de litros,
segundo dados da própria empresa.
Para que a água possa ser reapro-
veitada, é preciso que o material sólido, a
fuligem e o depósito formados na super-
fície externa da zona de convecção das
caldeiras sejam removidos. Um traba-
lho que cabe aos sopradores de fuligem,
hoje populares no mercado. Além de me-
lhorar o desempenho das caldeiras, eles
se tornaram sinônimos de sustentabilida-
de. Mas o engenheiro mecânico Renon
Divulgação/VLC
Sistema de fuligem da empresa VLC, aplicada em usinas de açúcar e etanol, que faz o reaproveitamento da água proveniente da lavagem de gases
57. 57REVISTA CANAMIX | AGOSTO | 2014
Steinbach Carvalho, do Instituto Federal
Catarinense, alerta para a importância da
manutenção desses equipamentos. “É
requerida devido, principalmente, ao des-
gaste por erosão e corrosão dos tubos de
parede de caldeira”.
Os sopradores são tubos providos
de orifícios, inseridos transversalmen-
te aos tubos das serpentinas, em diver-
sos locais da caldeira. São ligados, exter-
namente à caldeira, ao sistema de vapor.
Durante a operação da caldeira, há depo-
sição de fuligem nos tubos, o que dificul-
ta a transferência de calor. De tempos em
tempos, então, é injetado vapor através
deste sistema com a finalidade de remo-
ver a fuligem. Para melhorar a operação,
os sopradores geralmente têm movi-
mento de rotação, atuando, assim, em
maior área. Mais de 80 peças compõem
o complexo sistema de um soprador de
ar. De parafusos a rolamentos, passando
por anéis de segurança.
A história desse processo de “so-
prar” as fuligens na caldeira é antiga. Nos
anos 1970, pesquisadores perceberam
que a fuligem, ao aderir às tubagens, di-
ficultava a transmissão do calor, baixando
o rendimento da caldeira em até 10%. Os
sopradores surgiram, então, com a fun-
ção de retirar a fuligem resultante dos pro-
dutos da combustão e que se acumulava
na caldeira. Eles injetavam vapor retirado
da própria caldeira. Ao passar por agulhe-
tas, o vapor se expandia e alcançava ve-
locidades elevadas, arrastando a fuligem
depositada nos tubos. A operação de “so-
pragem à caldeira” era executada manual-
mente pelos fogueiros uma vez por turno,
atuando num sistema de válvula rotativa
manuseada através de um volante aciona-
do por corrente de transmissão.
Os tipos de sopradores mais usa-
dos são os rotativos fixos e os retrá-
teis. Os sopradores rotativos fixos, pelo
fato de ter uma lança constantemente
em contato com os gases de combus-
tão, são especificados para fornos quei-
mando combustíveis sem ou com baixo
teor de vanádio. Para fornos queimando
combustíveis com alto teor de vanádio,
limita-se seu uso a regiões de baixa tem-
peratura dos gases de combustão. Para
seções de convecção com larguras mui-
to grandes, não se recomenda o uso des-
se tipo de soprador.
Já o soprador rotativo retrátil não
tem restrições. Neste tipo, após o ciclo
de sopragem, a lança é retraída para fora
da seção de convecção. O único percal-
ço neste tipo de equipamento é o pre-
ço, que costuma ser bem superior ao do
rotativo.