O documento discute os cinco maiores arrependimentos de quem está morrendo de acordo com uma enfermeira, e também aborda a morte prematura, os sofrimentos dos espíritos inferiores e a crença no Espiritismo.
5. 21 – Quando a morte vem
ceifar em vossas famílias,
levando sem consideração os
jovens em lugar dos velhos,
dizeis frequentemente:
SANSÃO
Antigo membro da Sociedade Espírita de Paris, 1863
7. Deus tem a necessidade de se ocupar de cada um dos
nossos atos para nos recompensar ou nos punir? A
maioria desses atos não são para ele insignificantes?
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8. — Deus tem as suas leis, que
regulam todas as vossas ações. Se
as violardes, a culpa é vossa. Sem
dúvida, quando o homem comete
um excesso, Deus não estende um
julgamento para ele, dizendo-lhe,
por exemplo: Tu és um glutão e eu
te vou punir.
9. Mas ele traçou um limite; as
doenças e por vezes a morte são
consequências dos excessos:
eis a punição;
ela resulta da infração da lei.
Assim se passa em tudo.
10. ...pois sacrifica o que está
forte e com o futuro pela
frente, para conservar os que já
viveram longos anos,
carregados de decepções: leva
os que são úteis e deixa os que
não servem para nada mais;
11. fere um coração de mãe,
privando-o da inocente
criatura que era toda a sua
alegria”.
12. Em que se transforma a alma no
instante da morte?
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13. — Volta a ser Espírito,
ou seja, retorna ao
mundo dos Espíritos que
ela havia deixado
temporariamente.
21. — Nada mais que a
lembrança e o desejo de ir para
um mundo melhor. Essa
lembrança é cheia de doçura ou
de amargor, segundo o
emprego que tenha dado à
vida. Quanto mais pura para ela
for, mais compreenderá a
futilidade daquilo que deixou
na Terra.
22. ....Criaturas humanas, são nisto
que tendes necessidades de vos
elevar, para compreender que o
bem está muitas vezes onde
pensais ver a cega fatalidade.
Por que medir a justiça divina pela
medida da vossa?
23. Podeis pensar que o Senhor dos
Mundos queira, por um simples
capricho, infligir vos penas cruéis?
Nada se faz sem uma finalidade
inteligente, e tudo o que acontece
tem a sua razão de ser.
24. Se perscrutásseis melhor todas as
dores que vos atingem, sempre
encontraria nela a razão divina,
razão regeneradora, e vossos
miseráveis interesses
representariam umas
considerações secundárias, que
relegaríeis ao último plano.
25. De onde procede a crença, que se
encontra em todos os povos, nas penas e
recompensas futuras?
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26. — E sempre a mesma coisa:
pressentimento da realidade,
dado ao homem pelo seu Espírito.
Porque, ficai sabendo, não é em
vão que uma voz interior vos fala
e vosso mal está em não escutá-la
sempre. Se pensásseis bem nisso,
com a devida freqüência, vos
tornaríeis melhores.
27. No momento da morte, qual o sentimento
que domina a maioria dos homens: a dúvida,
o medo ou a esperança?
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28. — A dúvida para os
céticos endurecidos;
o medo para os culpados;
a esperança para os
homens de bem.
29. Uma enfermeira australiana, chamada Bronnie Ware,
trabalha tomando conta de pacientes em suas últimas
semanas de vida. Inspirada pelas histórias
que acompanhou, ela criou um blog em que registra
suas conversas com quem estava em seu leito da
morte.
O site fez tanto sucesso que virou um livro
chamado The Top Five Regrets of the Dying (Os cinco
maiores arrependimentos de quem está morrendo),
30. • 1. Queria ter aproveitado a vida do
meu jeito e não da forma que os
outros queriam.
O arrependimento mais comum de todos.
Segundo Bronnie, quando as pessoas
percebem que sua vida chegou ao fim, fica
mais fácil ver quantos sonhos elas deixaram
para trás. “A saúde traz uma liberdade que
poucos percebem que possuem, até que a
perdem”.
31. 2. Queria não ter trabalhado tanto.
Bronnie conta que esse desejo era comum
a todos os homens que ela atendeu.
Eles falam sobre sentir falta de ver as
crianças crescendo ou da companhia de
sua esposa.
Isso não quer dizer que as mulheres não
apresentem a mesma queixa – mas como a
maior parte das pacientes da enfermeira
são de uma geração mais antiga, nem
todas precisavam trabalhar para sustentar
a família.
32. 3. Queria ter falado mais sobre meus
sentimentos.
Para viver em paz com outras pessoas,
muita gente acaba suprimindo seus
próprios sentimentos.
De acordo com a enfermeira, alguns
de seus pacientes até desenvolveram
doenças por carregar esse rancor e
esse ressentimento e nunca falar sobre
o assunto.
33. 4. Não queria ter perdido contato
com meus amigos.
“Todos sentem falta dos amigos
quando estão morrendo”, afirma
Bronnie. Segundo ela, muitas
pessoas não percebem que sentem
saudades dos amigos até as
semanas que precedem sua
morte.
34. 5. Queria ter me permitido ser
feliz.
De acordo com Bronnie, muitas pessoas
só percebem no fim que a felicidade é, na
verdade, uma questão de escolha. “O
medo de mudar fez com que eles
fingissem para os outros e para eles
mesmos que eles estavam satisfeitos
quando, no fundo, tudo o que eles
queriam era rir e ter mais momentos
alegres”, conclui.
35. Comentário de Kardec:
A consequência da vida futura se
traduz na responsabilidade dos
nossos atos. A razão e a justiça nos
dizem que, na distribuição da
felicidade a que todos os homens
aspiram, os bons e os maus não
poderiam ser confundidos.
36. Deus não pode querer que uns
gozem dos bens sem trabalho e
outros só o alcancem com esforço
e perseverança.
A ideia que Deus nos dá de sua
justiça e de sua bondade, pela
sabedoria de suas leis,
37. ...não nos permite crer que o justo
e o mau estejam aos seus olhos no
mesmo plano, nem duvidar de que
não recebam, algum dia, um a
recompensa e outro o castigo pelo
bem e pelo mal que tiverem feito.
38. É por isso que o sentimento inato
da justiça nos dá a intuição das
penas e das recompensas futuras.
39. Acreditai no que vos digo: a
morte é preferível, mesmo numa
encarnação de vinte anos, a
esses desregramentos
vergonhosos que desolam as
famílias respeitáveis, ferem um
coração de mãe, e fazem
branquear antes do tempo os
cabelos dos pais.
40. A morte prematura é quase sempre
um grande benefício, que Deus
concede ao que se vai, sendo assim
preservado das misérias da vida, ou
das seduções que poderiam arrastá-
lo à perdição.
41. Aquele que morre na flor da idade
não é uma vítima da fatalidade, pois
Deus julga que não lhe será útil
permanecer maior tempo na Terra.
42. É uma terrível desgraça, dizeis, que
uma vida tão cheia de esperanças
seja cortada tão cedo! Mas de que
esperanças querem falar? Das
esperanças da Terra onde aquele
que se foi poderia brilhar, fazer sua
carreira e sua fortuna?
43. Sempre essa visão estreita, que
não consegue elevar-se acima da
matéria! Sabeis qual teria sido a
sorte dessa vida tão cheia de
esperanças, segundo entendeis?
Quem vos diz que ela não poderia
estar carregada de amarguras?
44. Considerais como nada as
esperanças da vida futura,
preferindo as da vida efêmera que
arrastais pela Terra? Pensais, então,
que mais vale um lugar entre os
homens que entre os Espíritos bem-
aventurados?
45. As penas e os gozos da alma após a morte
têm alguma coisa de material?
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46. — Não podem ser materiais,
desde que a alma não é de
matéria. O próprio bom senso o
diz. Essas penas e esses gozos
nada têm de carnal e por isso
mesmo são mil vezes mais vivos
do que os da Terra. O Espírito,
uma vez desprendido, é mais
impressionável: a matéria não
mais lhe enfraquece as
sensações.
47. Por que o homem faz ideias tão grosseiras e
absurdas das penas e dos gozos da vida
futura?
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48. — Inteligência ainda não
suficientemente desenvolvida. A
criança compreende da mesma
maneira que o adulto ? Aliás, isso
depende também do que se lhe
tenha ensinado: é nesse ponto
que há necessidade de uma
reforma. Vossa linguagem é muito
imperfeita para exprimir o que
existe além do vosso alcance.
49. Por isso, foi necessário fazer
comparações, sendo essas
imagens e figuras tomadas
como a própria realidade.
Mas à medida que o homem
se esclarece, seu pensamento
compreende as coisas que a
sua linguagem não pode
traduzir.
50. Regozijai-vos em vez de chorar,
quando apraz a Deus retirar um de
seus filhos deste vale de misérias.
Não é egoísmo desejar que ele
fique, para sofrer convosco? Ah!
essa dor se concebe entre os que
não tem fé, e que veem na morte a
separação eterna.
51. Mas vós, espíritas, sabeis que a
alma vive melhor quando livre de
seu invólucro corporal.
Mães, vós sabeis que vossos filhos
bem-aventurados estão perto de
vós; sim, eles estão bem perto:
52. seus corpos fluídicos vos envolvem,
seus pensamentos vos protegem,
vossa lembrança os inebria de
contentamento; mas também as
vossas dores sem razão os afligem,
porque revela uma falta de fé e
constituem uma revolta contra a
vontade de Deus.
53. Em que consistem os sofrimentos dos
Espíritos inferiores?
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54. — São tão variados quanto
as causas que os produzem
e proporcionais ao grau de
inferioridade, como os gozos
são proporcionais ao grau de
superioridade. Podemos
resumi-los assim:
55. cobiçar tudo o que lhes falta para
serem felizes, mas não poder obtê-lo;
ver a felicidade e não poder atingi-la;
mágoa, ciúme, raiva, desespero,
decorrentes de tudo o que os impede
de ser felizes,
remorsos e uma ansiedade moral
indefinível.
Desejam todos o gozos e não podem
satisfazê-los. É isso o que os tortura.
56. Comentário de Kardec: A crença
no Espiritismo ajuda o homem a se
melhorar ao lhe fixar as ideias
sobre determinados pontos do
futuro; ela apressa o adiantamento
dos indivíduos e das massas
porque permite considerarmos o
que seremos um dia: é, pois, um
ponto de apoio, uma luz que nos
guia.
57. O Espiritismo ensina a suportar
as provas com paciência e
resignação, desvia o homem da
prática dos atos que podem
retardar lhe a felicidade futura,
e é assim que contribui para a
sua felicidade. Mas nunca se
disse que sem ele não se possa
atingi-la.
59. 22 – Dizeis frequentemente,
ao falar de um malvado que
escapa a um perigo: Se fosse um
homem de bem, teria morrido. ..
60. ... ao dizer isso, estais com a
verdade, porque, efetivamente, Deus
concede muitas vezes, a um espírito
ainda jovem na senda do progresso,
uma prova mais longa que a um bom,
que receberá, em recompensa ao seu
mérito, o favor de uma prova tão
curta quanto possível. Assim, pois,
quando empregais este axioma, não
duvideis de que estais cometendo
uma blasfêmia.
61. Se morrer um homem de bem,
vizinho de um malvado, apressai-
vos a dizer: Seria bem melhor se
tivesse morrido aquele. ..
62. Cometeis então um grande erro,
porque aquele que parte terminou
a sua tarefa, e o que ficou talvez
nem a tenha começado.
Por que, então, quereis que o mau
não tenha tempo de acabá-la, e
que o outro continue preso à gleba
terrena?
63. Que diríeis de um prisioneiro que,
tendo concluído a sua pena,
continuasse na prisão, enquanto se
desse à liberdade a outro que não
tinha direito? Ficai sabendo, pois,
que a verdadeira liberdade está no
desprendimento dos laços
corporais, e que enquanto estais
na Terra, estais em cativeiro.
64. Habitue-vos a não censurar o que
não podeis compreender, e crede
que Deus é justo em todas as
coisas. Frequentemente, o que vos
parece um mal é um bem. Mas as
vossas faculdades são tão
limitadas, que o conjunto do
grande todo escapa aos vossos
sentidos obtusos.
65. Esforçai-vos por superar, pelo
pensamento, a vossa estreita
esfera, e à medida que vos
elevardes, a importância da vida
terrena diminuirá aos vossos olhos.
Porque, então, ela vos aparecerá
como um simples incidente, na
infinita duração da vossa existência
espiritual, a única verdadeira
existência.