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Grupo 6 Limitações do apenas ensinar – Juliana Floes
No “ensinar” cabe menos o desafio da emancipação
com base em pesquisa do que a imposição
domesticadora que leva a reproduzir discípulos.
A sala de aula, lugar em si, privilegiado para
processos emancipatórios através da formação
educativa, torna-se prisão da criatividade cerceada, à
medida que se instala um ambiente meramente
transmissivo e imitativo de informações de segunda
mão.
Vale afirmar que o problema mais agudo da escola
não é o aluno, por ser pobre, inculto, mas o professor,
que ainda é apenas “aluno”.
Para se falar da importância da educação é mister
saber dos seus limites. Seria “pedagogismo” inventar
impactos facilmente transformadores, em ambiente tão
precário na maioria das vezes.
Para além da crítica, é fundamental perguntar por
pistas de atuação alternativa.
A primeira preocupação é repensar o “professor” e na
verdade recriá-lo.
A amplitude da aplicação do conceito de pesquisa deve ser
modificada de acordo com as funções na escola, levando-se
em conta a sua desmistificação, mas sem jamais afastar-se do
compromisso de elaboração própria, de questionamento
criativo, de desdobramento do senso pela descoberta e pela
criação, chegando-se ao seu núcleo político de atuação social
consciente.
O “professor” (com aspas), para tornar-se PROFESSOR
(sem aspas e com maiúsculas), carece de investir-se da atitude
do pesquisador e, para tanto, perseguir estratégias adequadas.
… é preciso reconhecer que a dignidade do professor só
pode ser elaboração própria, conquista própria.
Desafio concreto será que o professor passe a “elaborar”
suas aulas, com mão própria,...
Um dia, será possível apresentar aos alunos texto próprio de
geografia, interpretação própria de obra literária, exercício
próprio de matemática
… o professor não sai da condição de intermediário parasita:
destituído de conteúdo próprio, sobrevive de empréstimo.
Torna-se mal a aula que só é aula, principalmente quando se
torna o único instrumento didático.
É essencial impregnar a convivência com os alunos com
estratégias de pesquisa, através das quais são motivados a toda
hora e pelo menos digerir o que escutam através de exercícios
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Limitações do apenas ensinar e a necessidade de pesquisa do professor

  • 1. Grupo 6 Limitações do apenas ensinar – Juliana Floes No “ensinar” cabe menos o desafio da emancipação com base em pesquisa do que a imposição domesticadora que leva a reproduzir discípulos. A sala de aula, lugar em si, privilegiado para processos emancipatórios através da formação educativa, torna-se prisão da criatividade cerceada, à medida que se instala um ambiente meramente transmissivo e imitativo de informações de segunda mão. Vale afirmar que o problema mais agudo da escola não é o aluno, por ser pobre, inculto, mas o professor, que ainda é apenas “aluno”. Para se falar da importância da educação é mister saber dos seus limites. Seria “pedagogismo” inventar impactos facilmente transformadores, em ambiente tão precário na maioria das vezes. Para além da crítica, é fundamental perguntar por pistas de atuação alternativa.
  • 2. A primeira preocupação é repensar o “professor” e na verdade recriá-lo. A amplitude da aplicação do conceito de pesquisa deve ser modificada de acordo com as funções na escola, levando-se em conta a sua desmistificação, mas sem jamais afastar-se do compromisso de elaboração própria, de questionamento criativo, de desdobramento do senso pela descoberta e pela criação, chegando-se ao seu núcleo político de atuação social consciente. O “professor” (com aspas), para tornar-se PROFESSOR (sem aspas e com maiúsculas), carece de investir-se da atitude do pesquisador e, para tanto, perseguir estratégias adequadas. … é preciso reconhecer que a dignidade do professor só pode ser elaboração própria, conquista própria. Desafio concreto será que o professor passe a “elaborar” suas aulas, com mão própria,...
  • 3. Um dia, será possível apresentar aos alunos texto próprio de geografia, interpretação própria de obra literária, exercício próprio de matemática … o professor não sai da condição de intermediário parasita: destituído de conteúdo próprio, sobrevive de empréstimo. Torna-se mal a aula que só é aula, principalmente quando se torna o único instrumento didático. É essencial impregnar a convivência com os alunos com estratégias de pesquisa, através das quais são motivados a toda hora e pelo menos digerir o que escutam através de exercícios pessoais.