O documento discute diferentes classes de anti-inflamatórios utilizados em odontologia, incluindo AINES, corticosteroides e ibuprofeno. Detalha informações sobre a ação, apresentações, doses e efeitos colaterais de medicamentos como ácido acetil salicílico, paracetamol, ibuprofeno, nimesulida e dexametasona.
4. FORMAÇÃO DOS MEDIADORES
QUÍMICOS
FOSFOLIPÍDEOS
ÁCIDO ARAQUIDÔNICO
CICLOXIGENASES
Fosfolipase A2Histamina e Bradicinina
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5. AINES
Representa as drogas mais usadas pelos cirurgiões-
dentistas no Brasil
Atua nas cicloxigenases:
Cicloxigenase tipo 1 (COX-1) é denominada constitutiva.
6. AINES
Cicloxigenase tipo 2 (COX-2) é denominada induzida.
Participa da prevenção de trombose vascular, pois participa
da produção de prostaciclina;
7. PRINCIPAIS GRUPOS
DE AINES
INIBIDORES NÃO-
SELETIVOS (ATUAM
EM COX-1 E COX-2)
INIBIDORES
SELETIVOS (ATUAM
PREFERENCIALMENT
E EM COX-2)
INIBIDORES
ESPECÍFICOS (ATUAM
QUASE
EXCLUSIVAMENTE EM
COX-2)
Ácido acetil salicílico Meloxican Celecoxib
Paracetamol Nimesulida Etericoxib
Ibuprofeno --- ---
Dicoflenaco --- ---
Cetorolaco --- ---
(FONTOURA, 2013)
8. ÁCIDO ACETIL
SALICÍLICO
AÇÃO Atua em COX-1 e COX-2
EFEITO Efetivo como droga analgésica, antipirética e anti-
inflamatória. É anti-agregante plaquetário
REAÇÕES
ADVERSAS
Pode provocar irritação da mucosa gástrica e
sangramento digestivo , diminuição da função renal
sobretudo em dose alta e tratamento prolongado.
APRESENTAÇÕES
USUAIS
Comprimido adulto 500 mg. Embalagem com 20, 200,
500 comprimidos.
Comprimido infantil 100mg. Embalagem com 30, 120
ou 200 comprimidos
POSOLOGIA Adulto – 500 mg a 1g, podendo repetir a dose a cada
4 ou 6 horas
DOSE MÁXIMA 4000 mg por dia
9. ÁCIDO ACETIL
SALICÍLICO
Efeitos colaterais
Hipersensibilidade ao ácido acetil salicílico
Portadores de úlcera péptica e doença
infiltratriva no trato gastrointestinal
Emprego deve ser evitado nos pacientes
portadores de lesão hepática grave, em
hemofílicos e naqueles que estejam fazendo uso
de anticoagulantes.
Pacientes com doenças no estômago, fígado e
rins.
Contra-indicações Pacientes portadores de asma, úlcera gástrica e
duodenal, gastrites, problemas hepáticos ou renais,
em pacientes hemofílicos e no primeiro trimestre
de gravidez.
10. PARACETAMOL
AÇÃO ATUA EM COX-1 E COX-2
EFEITO Eficaz analgésico e antipirético. Fraco efeito
anti-inflamatório.
REAÇÕES ADVERSAS Relacionados a superdosagem aguda,
sendo a hepatotoxicidade a manifestação
mais grave.
APRESENTAÇÕES
USUAIS
Adulto- Comprimidos de 500 mg e
Comprimidos revestidos de 750 mg
Gotas: 100mg/ml e 200mg/ml
POSOLOGIA 1 comprimido a cada 6 horas
CONTRA-INDICAÇÃO Pacientes reconhecidamente hipersensíveis
ao paracetamol ou aos outros componentes
da fórmula
DOSE MÁXIMA 4000 mg em 24 horas
11. PARACETAMOL
INTERAÇÃO
MEDICAMENTOSA
A administração de paracetamol conjuntamente
com alimentos retarda sua absorção;
A hepatoxicidade potencial do paracetamol pode
ser aumentada com a ingestão crônica e excessiva
de álcool;
AINES, ácido acetil salicílico e outros salicilatos
com administração crônica aumenta o risco de
aparecimento de nefropatia, necrose papilarrenal,
enfermidade renal terminal e câncer de rim ou
de bexiga produzidos por analgésicos
12. IBUPROFENO
AÇÃO Atua em COX-1 e COX-2
EFEITO Boa ação anti-inflamatória em doses de 600mg. Em
doses de 300mg a 400mg predominam seus efeitos
analgésicos e antipiréticos.
REAÇÕES ADVERSAS Mais comuns são de origem gastrintestinal (náusea,
vômito, dor epigástrica, desconforto abdominal,
diarreia, constipação intestinal).
APRESENTAÇÕES
USUAIS
Comprimido: 200, 300 , 400 e 600 mg
Gotas: 200 m/ml
Drágeas: 600mg
POSOLOGIA Pode variar de 200 a 800 mg
Exemplo: 600mg a cada 6h
DOSE MÁXIMA 3200mg em 24 horas
13. IBUPROFENO
CONTRA-INDICAÇÕES
Hipersensibilidade prévia ao ibuprofeno ou a
qualquer componente da formulação. Não utilizar
em indivíduos com úlcera péptica ativa,
sangramento gastrintestinal. Não deve ser usado
durante os últimos 3 meses
de gravidez
INTERAÇÕES
MEDICAMENTOSAS
Ácido acetilsalicílico, paracetamol, outros anti-
inflamatórios não-esteróides,
Corticosteróides e glicocorticóides,
Hipoglicemiantes orais ou insulina,
anti-hipertensivos e diuréticos,
Agentes anticoagulantes ou trombolíticos, inibidores
de agregação plaquetária.
OBS: Interação com alimentos: a taxa de absorção
do ibuprofeno pode ser retardada
14. NIMESULIDA
AÇÃO ATUA PREFERENCIALMENTE EM COX-2
EFEITO Excelente ação anti-inflamatória, analgésica
e antipirética.
REAÇÕES ADVERSAS Podem ocorrer febre, náuseas, dor no
estômago e cefaleias, geralmente leves e
transitórias.
APRESENTAÇÕES USUAIS Comprimido: 100mg
Gotas: 50mg/ml
POSOLOGIA 100mg de 12 em 12 horas
INTERAÇÕES
MEDICAMENTOSAS
O uso de dois ou mais AINEs, incluindo o
ácido acetilsalicílico, pode levar a um
aumento dos efeitos adversos
gastrointestinais.
15. NIMESULIDA
CONTRA-INDICAÇÕES
Hipersensibilidade individual ao produto, ao ácido
acetilsalicílico ou a outros fármacos AINES
Hemorragias gastrointestinais e
úlcera péptica em fase ativa,
Disfunção hepática de moderada a grave,
Disfunção renal grave,
O uso de AINES até o final da gravidez está
associado a uma incidência maior de distócia
(dificuldade na evolução do trabalho de parto) e
atonia uterina (útero não consegue efetivar a
contração de suas fibras musculares, causando
hemorragia intensa).
16. DICOFLENACO SÓDICO
AÇÕES ATUA EM COX-1 E COX-2
EFEITO Boa ação analgésica, antipirética e anti-inflamatória
Boa ação analgésica mesmo após sensibilização
dos nociceptores (dicoflenaco de potássio),
REAÇÕES ADVERSAS Podem ocorrer náusea, vômito, diarreia, cólicas
abdominais, flatulência, anorexia, cefaleia, tontura,
vertigem, erupções cutâneas, perda do apetite,
indigestão.
APRESENTAÇÕES
USUAIS
Comprimido: 50 e 100mg
CONTRA-INDICAÇÕES Crianças, hipersensibilidade ao medicamento e
portadores de úlcera péptica.
DOSE MÁXIMA 200 mg em 24 horas
17. DICOFLENACO SÓDICO
POSOLOGIA Comprimidos de 50mg: a dose usual
é de 100 a 150 mg diárias, porém, no
uso clínico em odontologia, a melhor
posologia é a de 12 em 12 horas
(100mg diários)
INTERAÇÕES
MEDICAMENTOSAS
A administração concomitante de AINEs
sistêmicos pode aumentar a frequência
de reações adversas.
Diuréticos - assim como outros AINEs,
pode inibir a atividade de diuréticos
Anticoagulantes podem elevar o risco
de hemorragia, quando usados
juntamente com o dicoflenaco sódico.
18. ANTI-INFLAMATÓRIOS
ESTEROIDAIS
Grupo representado pelos corticosteroides
Atuam diretamente sobre a fosfolipase A2
A dexametasona e a betametasona são os fármacos de
escolha para o uso odontológico por via sistêmica por
apresentarem potência 25 vezes maior que a hidrocortisona
(droga padrão ouro do grupo) e maior meia-vida plasmática
(36 a 54 horas).
19. ANTI-INFLAMATÓRIOS
ESTEROIDAIS
Seu emprego deverá ser realizado em dose única pré-
operatória,
Em odontologia, os corticóides estão indicados,
geralmente, no controle de processos inflamatórios agudos,
tais como traumas pós cirúrgicos, ulcerações bucais auto-
imunes, entre outros.
20. DEXAMETASONA
AÇÃO INIBEM A AÇÃO DA FOSFOLIPASE A2
EFEITO
São, geralmente, atribuídos à supressão dos
múltiplos mecanismos envolvidos na resposta
inflamatória, levando a uma diminuição dos níveis
de mediadores químicos pró-inflamatórios no local
da injúria
POSOLOGIA 4 mg em dose única, 1hora antes do procedimento
CONTRA-INDICAÇÕES
Infecções fúngicas sistêmicas, herpes simples
ocular, pacientes com histórico de doenças
psicóticas, portadores de tuberculose ativa
hipersensibilidade a sulfitos ou a qualquer outro
componente do medicamento
USO COM PRECAUÇÃO
Gestantes, cardiopatas, hipertensos, paciente
imunodeprimidos e portadores de úlcera péptica
21. DEXAMETASONA
REAÇÕES ADVERSAS
POR
USO CRÔNICO
DISTÚRBIOS LÍQUIDOS E ELETROLÍTICOS:
RETENÇÃO DE SÓDIO, RETENÇÃO DE
LÍQUIDO, INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
CONGESTIVA EM PACIENTES SUSCETÍVEIS,
HIPERTENSÃO
MÚSCULO-ESQUELÉTICAS: FRAQUEZA
MUSCULAR, PERDA DE MASSA MUSCULAR,
OSTEOPOROSE, FRATURAS POR
COMPRESSÃO VERTEBRAL, NECROSE
ASSÉPTICA DAS CABEÇAS FEMORAIS E
UMERAIS, FRATURA PATOLÓGICA DOS
OSSOS LONGOS, RUPTURA DE TENDÃO.
DERMATOLÓGICOS: RETARDO NA
CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS,
ADELGAÇAMENTO E FRAGILIDADE DA PELE,
PETÉQUIAS E EQUIMOSES, ERITEMA,
22. DEXAMETASONA
REAÇÕES ADVERSAS
POR
USO CRÔNICO
NEUROLÓGICOS:CONVULSÕES,
AUMENTO DA PRESSÃO
INTRACRANIANA, VERTIGEM, CEFALÉIA,
DISTÚRBIOS PSÍQUICOS.
ENDÓCRINOS: IRREGULARIDADES
MENSTRUAIS, DESENVOLVIMENTO DE
ESTADO CUSHINGÓIDE, SUPRESSÃO DO
CRESCIMENTO DA CRIANÇA,
MANIFESTAÇÃO DO DIABETE MELITO
LATENTE, AUMENTO DAS NECESSIDADES
DE INSULINA OU DE AGENTES
HIPOGLICEMIANTES ORAIS EM
DIABÉTICOS
OFTÁLMICOS: CATARATA SUBCAPSULAR
POSTERIOR, AUMENTO DA PRESSÃO
INTRA-OCULAR, GLAUCOMA E
23. DEXAMETASONA
REAÇÕES ADVERSAS
POR
USO CRÔNICO
CARDIOVASCULARES: RUPTURA DO
MIOCÁRDIO APÓS INFARTO RECENTE
DO MIOCÁRDIO
OUTROS: HIPERSENSIBILIDADE,
TROMBOEMBOLIA, AUMENTO DE PESO,
AUMENTO DE APETITE, NÁUSEA, MAL-
ESTAR E SOLUÇOS.
GASTRINTESTINAIS: ÚLCERA PÉPTICA
COM EVENTUAL PERFURAÇÃO E
HEMORRAGIA SUBSEQUENTES,
PERFURAÇÃO DE INTESTINO GROSSO
E DELGADO, PARTICULARMENTE EM
PACIENTES COM DOENÇA INTESTINAL
INFLAMATÓRIA, PANCREATITE,
DISTENSÃO ABDOMINAL E ESOFAGITE
ULCERATIVA.
25. REFERÊNCIAS
ANDRADE, E. D. Terapêutica Medicamentosa em
odontologia. 2° ed. Artes Médicas: São Paulo 2006.
FONTOURA, R. A. Terapêutica e Protocolos Medicamentosos
em Odontologia. Napoleão: São Paulo, 2013.
http://www.bulas.med.br/