O documento discute reações adversas a medicamentos e vasodilatadores diretos, listando suas indicações, mecanismos de ação, posologias e efeitos adversos. É descrito também os anti-inflamatórios não esteroidais, com suas classes, mecanismos de ação, indicações terapêuticas e efeitos adversos dos principais representantes.
2. REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTOS
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as
reações adversas a medicamentos são
“qualquer resposta prejudicial ou indesejável e não
intencional que ocorre com medicamentos em doses
normalmente utilizadas no homem para profilaxia,
diagnóstico, tratamento de doença ou para modificação de
funções fisiológicas”.
3. MOTIVOS
• Efeitos colaterais;
• Interação entre drogas - efeitos de um remédio são
alterados pela presença de outro fármaco, alimento ou
bebida já no sistema.
• Hipersensibilidade a alguma medicação;
• Alergia.
4. VASODILATADORES DIRETOS
• Vasodilatadores orais: hidralazina e minoxidil;
• Vasodilatadores parenterais: nitroprussiato de sódio, diazóxido e
fenoldopam.
MECANISMO DE AÇÃO
• Agem diretamente nos vasos sanguíneos, dilatando vasos e
diminuindo a resistência vascular periférica:
– liberando NO (menos Ca +2 relaxa músculo liso vascular)
– abrindo canais de K+ (hiperpolariza e relaxa músculo liso vascular)
– bloqueando canais de Ca+2 (menos Ca+2 relaxa músculo liso
vascular)
5. VASODILATADORES DIRETOS
HIDRALAZIINA
• A hidralazina é usada durante a gestação (pré-eclâmpsia) e associada a
outro hipotensor;
• Posologia: 40 mg a 200 mg/dia, de duas ou três vezes ao dia.
EFEITOS ADVERSOS:
• mais comuns: cefaleia, náusea, anorexia, palpitações, sudorese e rubor.
6. VASODILATADORES DIRETOS
MINOXIDIL
• O minoxidil é mais potente que a hidralazina;
• Deve ser reservado para tratar hipertensão grave e refratária;
• Posologia: 5 a 40 mg/dia. Máx 100mg/dia
EFEITOS ADVERSOS
• taquicardia, palpitação, angina, edema, retenção de sódio e água e
Hipertricose.
• Esse fármaco via tópica é usado como estimulante do crescimento
capilar para correção da calvície.
7. VASODILATADORES DIRETOS
NITROPRUSSIATO DE SÓDIO
• Complexo de ferro, cianetos e componente nitroso com ação poderosa como
vasodilatador usado pela via parenteral - usado em emergências hipertensivas
• Duração dos efeitos: minutos
• Uso: infusão contínua
• Posologia: 0,5 a 10 mcg/kg/min. (não utilizar a dose máxima por mais de 10
minutos)
EFEITOS ADVERSOS
• hipotensão grave, metemoglobinemia, intoxicação por cianeto. Pode causar
náuseas, vômitos, espasmo muscular, cefaleia, diaforese, taquicardia reflexa.
8. ANTAGONISTAS DOS CANAIS DE
CÁLCIO
• Diltiazem, verapamil, amlodipina, nifedipina.
• São usados na terapêutica para tratamento de anginas e arritmias, e
também dilatam as arteríolas, reduzindo a PA.
MECANISMO DE AÇÃO
• Inibição do influxo de cálcio nas células musc lisas arteriais
relaxamento do musc liso vascular vasodilatação redução da
resistência vascular periférica queda da PA.
9.
10. ANTAGONISTAS DOS CANAIS DE
CÁLCIO
POSOLOGIA:
• Diltiazem: 240 mg/dia (angina) e 240 a 360 mg/dia (hipertensão). Dose max 360mg/dia
• Verapamil: 80 a 120 mg, 3x/dia. Dose max 480mg/dia
• Anlodipina: 5mg/dia. Dose max 10mg/dia
• Nifedipina: 10 a 20mg, 2 a 3x/dia. Dose max 60mg/dia
• Cuidar interação: agentes hipolipemiantes, anticoagulantes, antagonistas H2, anti-
histamínicos, antiácidos e digitálicos
EFEITOS ADVERSOS
• Cefaléia e tontura, Rubor facial, Edema periférico, Hipertrofia gengival.
11. INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE
ANGIOTENSINA (IECA)
• Captopril, enalapril, ramipril, lisinopril, benazepril.
• São drogas de primeira escolha nos portadores de HAS associada com
hiperinsulinemia, diabetes, HVE e doença coronariana.
12. A angiotensina II tem uma potente atividade vasoconstritora e de retenção de
sódio, que é capaz de elevar a pressão arterial e estimular a liberação de
aldosterona.
13.
14. INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE
ANGIOTENSINA (IECA)
EFEITOS ADVERSOS
• Hipotensão na primeira dose: em especial nos pacientes em uso de
diuréticos
• Tosse seca: problema mais frequente (5-30%)
• Urticaria e angioedema
• Pode causar insuficiência renal
• Malformações fetais: não usar na gravidez
• Os inibidores de ECA podem aumentar os níveis séricos de potássio e
creatinina, especialmente em pacientes com insuficiência renal crônica e
naqueles que tomam diuréticos poupadores de potássio, suplementos
de potássio ou AINEs.
15. ANTI-INFLAMATÓRIOS
• A inflamação é uma resposta protetora
a uma lesão tecidual de diversas
origens, tal como um trauma físico e
químico.
• A lesão tecidual que ocorre na
inflamação é capaz de liberar diferentes
mediadores químicos, responsáveis
pela vasodilatação (aumento do fluxo
sanguíneo) e permeabilidade vascular.
16. MEDIADORES QUÍMICOS DA
INFLAMAÇÃO
• Histamina – pré-formada e armazenada em mastócitos, liga-se a
receptores H1 e H2. Na inflamação, a histamina promove aumento da
vascularização e da permeabilidade vascular.
• Bradicinina – liga-se aos receptores B1 e B2. Na inflamação promove
vasodilatação, estimulação das terminações nervosas, aumento da
permeabilidade vascular.
• Citocina – responsável por regular a ação das células inflamatórias como
quimiocininas, intérferons, interleucinas, fatores de necrose tumoral e
fatores de crescimento. Pode ter ação pró ou anti-inflamatória.
17. MEDIADORES QUÍMICOS DA
INFLAMAÇÃO
• Óxido nítrico – potente vasodilatador inflamatório que promove o aumento da
permeabilidade vascular, tem ação citotóxica com relação ao agente agressor, leva
ao aumento da produção de prostaglandinas (ação pró-inflamatória), inibe a
agregação plaquetária e ainda inibe adesão de células, como neutrófilos e
plaquetas (ações anti-inflamatórias).
• Fator de ativação plaquetária – liberado indiretamente pela atividade da fosfolipase
A2 (PLA2) em células como leucócitos, plaquetas e células endoteliais. Tem ação de
aumentar a permeabilidade vascular, vasodilatação, agregação plaquetária e
quimiotaxia para leucócitos (atrai essas células ao local da inflamação).
• Eicosanoides – prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos. Suas ações na
inflamação variam desde vasodilatação, hiperalgesia até aumento da
permeabilidade vascular.
18. FARMACOCINÉTICA DOS AINES
• Os anti-inflamatórios têm ação contra a inflamação, no caso de
analgesia, e ação antitérmica.
• Podem ser administrados via oral, intramuscular e via tópica, tendo
absorção rápida, com pico sérico de uma a quatro horas.
• A meia-vida dos anti-inflamatórios pode variar de duas a cinco horas,
com metabolismo predominantemente hepático e excreção renal.
19. MECANISMO DE AÇÃO DOS AINES
Os AINEs funcionam por
meio da inibição da função
da enzima ciclo-oxigenase
(COX) e, assim, reduzem a
produção de
prostaglandinas.
A aspirina é um inibidor
irreversível da COX.
Os AINEs restantes
funcionam de maneira
reversível.
21. AINES
INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS:
• Condições inflamatórias
• Doença crônica das articulações
• Dor musculoesquelética
• Cefaleia
EFEITOS ADVERSOS
• No uso contínuo: náuseas, vômitos, erupção cutânea, urticária e dor
gástrica.
• Pacientes que já têm gastrite, refluxo gastroesofágico, tendem a ter uma
exacerbação dos sintomas devido à maior secreção de ácido clorídrico
do estômago.
• Dor menstrual
• Dor de dente
• Dor pós-operatória leve a
moderada
22.
23. DIPIRONA
REAÇÕES ADVERSAS:
• Agranulocitose – 1 caso/milhão de usuários (rara),
independente de dose;
• Anafilaxia (prurido, ardor, rubor, urticária, edema);
• Síndrome de Stevens Johnson (reação alérgica
grave, envolvendo erupção cutânea na pele e
mucosas);
• Síndrome de Lyell (síndrome bolhosa rara e
grave, ocorre necrose na pele. Aspecto de grande
queimadura
PROIBIDO O USO NOS EUA
Para a FDA a dipirona causa choques anafiláticos com mais
frequência que seu concorrente.
Adulto (>15 anos): 500 - 1000 mg, até
4x/dia
Infantil (> 3 meses): 62,5 – 875 mg, até
4x/dia
Dose máxima
diária: 8 g
24. PARACETAMOL
• Não tem efeito anti-inflamatório, antitrombótico
ou irritante gástrico;
• Dose alta: lesão hepática
• Álcool (uso crônico) - indutor enzimático: ↑
conversão de paracetamol em metabólito tóxico -
↑ risco de hepatotoxicidade
> 12 anos: 500 - 1000 mg, a cada 4/6 h,
VO
< 12 anos: 10 – 15 mg/Kg/dose
Dose máxima diária:
4g
Dose fatal: 15g
25.
26. ÁCIDO ACETILSALICILICO
DOSES:
• Antiplaquetário: 81 a 325 mg, 1 vez/dia
• Dor e febre: 325 a 650 mg , a cada 4/6 h, VO
• Anti-inflamatório: adulto (>16 anos) 1 g, a cada 4/6 h
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA
• Em combinação com o varfarina → ↑ do risco de sangramento
27. DICLOFENACO
DOSES:
• 50 mg, a cada 8 h (3x/dia)
• 75 mg, a cada 12 h (2x/dia)
• Efeitos colaterais renais comuns em pacientes de alto risco (150 mg/dia);
• Elevação dos níveis séricos das aminotransferases (5 – 15%);
• Causa efeitos gastrintestinais (20 %).
Dose diária
máxima:
>14 anos - 150 mg
28. NIMESULIDA
DOSES:
• Adultos e crianças > 12 anos: 100 mg, 12/12h
• Hepatotoxicidade – vários relatos
• Cautela: doença hepática pré-existente, abuso de
álcool, associação com outros fármacos
hepatotóxicos, idosos
• Monitorar: manifestações clínicas –
icterícia, mal-estar, anorexia, náuseas, dor
abdominal, sintomas gripais e transaminases
Dose diária
máxima:
200 mg
29.
30. CETOPROFENO NAPROXENO
DOSES:
• Adolescentes e adultos: 50 mg, a cada 6/8 h
• Crianças > 1 ano: 1mg/Kg, a cada 6/8h
• Crianças 7-11 anos: 25mg, a cada 6/8h
! Segurança e eficácia não estabelecida
Dose diária
máxima:
300 mg
DOSES:
Adulto: 275 mg, 6/6 h, VO
550 mg, 12/12 h, VO
Criança (> 2 anos):
5mg/Kg/dose, 12/12h
Dose diária
máxima:
1100 mg
Mais seguro com relação aos
eventos cardiovasculares
31. IBUPROFENO
DOSES:
• Analgésico: 200 a 400 mg , a cada 4/6 h
• Anti-inflamatório: 300 mg, a cada 6/8 h
400 - 800 mg, a cada 6/8 h
• Dose pediátrica: 5-10 mg/kg/dose, 3-4x dia
• (> 6 meses)Dose máxima: 1200 mg /dia
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA:
• aumenta o efeito dos anticoagulantes orais
(heparina), a concentração sanguínea de lítio e
a atividade antiagregante plaquetária
Dose diária
máxima: 2400 mg
* Se necessário, pode
chegar até 3200 mg
(médico)
33. CELOCOXIBE
DOSES:
• 100 - 200 mg, a cada 12/ 24 h, VO
• Contra-indicação: hipersensibilidade a sulfonamidas
• Menor taxa de eventos gastrintestinais
• Uso crônico está correlacionado a eventos cardiovasculares
• Pacientes com comprometimento hepático moderado - ↓ 50 % da dose
Dose diária
máxima: 400 mg
Taxa de absorção
lenta – não é ideal
para dor aguda
34. FATORES QUE AUMENTAM O RISCO DE OCORRÊNCIA DE
COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS
1. História prévia de úlcera péptica;
2. Idade maior ou igual a 65 anos;
3. Alta dose de AINEs;
4. Uso de dois ou mais AINEs simultaneamente;
5. Uso concomitante de antiagregantes, anticoagulantes, glicocorticoides ou
inibidores seletivos de recaptação de serotonina;
6. Infecção por Helicobacter pylori;
7. Comorbidade grave;
8. Tabagismo e consumo de álcool
35. FATORES QUE AUMENTAM O RISCO DE OCORRÊNCIA
DE COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES
1. Angina instável;
2. Infarto do miocárdio;
3. Cirurgia de revascularização recente;
4. Alta doses de AINEs;
5. Hipertensão;
6. Insuficiência cardíaca.
36. CORTICOIDES
• Glicocorticoides são drogas amplamente usadas na terapêutica em função de
seus efeitos imunossupressores e anti-inflamatórios no tratamento de diversas
doenças, como reumatismo. Eles são liberados pelas glândulas adrenais,
especificamente na região do córtex, e se originam do colesterol.
37. CORTICOIDES
• Os corticoides são substâncias utilizadas para reduzir inflamações ou atividade do
sistema imunológico do corpo. Dessa forma, os efeitos do corticoide alteram a ação
do hormônio cortisol, influenciando no funcionamento de células da pele, tecido
gorduroso ou ossos.
Os corticoides podem ser divididos em seis grupos:
• Tópicos (hidrocortisona, betametasona, mometasona ou dexametasona)
• Orais (prednisona ou deflazacorte)
• Injetáveis (dexametasona, betametasona)
• Inalatórios (fluticasona, mometasona)
• Spray nasal
• Colírio (prednisolona ou dexametasona)
38.
39. PRINCIPAIS INDICAÇÕES
TERAPÊUTICAS
• Terapia de reposição:
• insuficiência suprarrenal (doença de Addison)
• Terapia anti-inflamatória e imunossupressora:
• na asma (por inalação, ou, nos casos graves, por via sistêmica)
• topicamente, em inflamação da pele, dos olhos, ouvidos e nariz
• hipersensibilidade (reações alérgicas graves a drogas ou insetos)
• doenças auto-imunes
• após transplante de órgãos
• Terapia de doenças neoplásicas:
• Em combinação com agentes citotóxicos (Doença de Hodgkin, leucemia linfocítica aguda)
• Edema cerebral em pacientes com tumores primários e metastásicos (dexametasona)
41. SÍNDROME DE CUSHING
• Consiste em uma constelação de
anormalidades clínicas causadas
por concentrações cronicamente
elevadas de cortisol ou
corticoides relacionados.
• Resulta de excesso de produção
do hormônio
adrenocorticotrófico (ACTH),
geralmente secundária a
adenoma hipofisário.
42. ATENÇÃO NO USO
• Pessoas com diabetes, hipertensão, osteoporose ou que estão na
menopausa, essa substância costuma alterar a glicemia e pressão
arterial, além de estar relacionada a uma propensão do aumento da
fragilidade óssea, agravando ou desenvolvendo a osteoporose.
• Crianças: uso por longos períodos pode causar um prejuízo no
desenvolvimento muscular e esquelético, prejudicando o crescimento
da criança.
• Pessoas idosas, considerar o metabolismo da pessoa
48. Um homem de 54 anos de idade
pergunta sobre a maneira de reduzir
o risco de infarto do miocárdio. Qual
dos seguintes medicamentos é o
mais eficaz na redução do risco de
infarto do miocárdio?
A. Paracetamol
B. Ácido acetilsalicílico
C. Celecoxibe
D. Ibuprofeno
Qual das seguintes alternativas é a
vantagem de inibidores específicos da
ciclo oxigenasse 2 (COX-2)?
A. Diminuição dos efeitos colaterais Gis
B. Diminuição da atividade
vasoconstritora
C. Aumento da atividade anti-
inflamatória
D. Aumento da inibição da agregação
plaquetária