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Os Ciclos Económicos                           2 de Dezembro de 2011



                            Escola Cooperativa de Vale S. Cosme



                            OS CICLOS ECONÓMICOS

                              Teoria e seus Fundadores




Fig.1-Grafico de um Ciclo                 Fig.2- O Mundo e os seus           Fig.3 – Recursos para
       Económico                            Recursos Monetários                    Economia




                                    Trabalho da disciplina de:

                                        ECONOMIA



                                       Realizado por:

                                       Ana Silva, 5270

                                     Fátima Sousa, 5297

                                      Tânia Silva, 5419

                                         Orientador:

                                Professor Francisco Carvalho




                                   VALE S. COSME

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                                 Índice:

Introdução……………………………………………………………………………....3

O que é um Ciclo Económico?………..………………………………………………..4

Ciclos de Kondratieff.…………………………………………………………………..7

Ciclos de Schumpeter…………………………………………………………………10

Ciclos de Keynes …………………………………………………………….………..15

César das Neves……………………………………………………….........................20

Um olhar por Portugal ……………………………………………..………………...21

Conclusão ……………………………………………….…………………………….23

Webgrafia……………………………….......................................................................24




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  1.              Introdução:



O nosso trabalho consiste no tema dos Ciclos Económicos e
tem como objectivo dar a conhecer aos nossos colegas o
que são os ciclos económicos e em que se baseiam para que
existam.

         Além disso, procuramos esclarece-los face às
consequências e aos motivos para que estes ciclos sejam
como todos os outros repetitivos num determinado tempo.                      Fig.4 – Variação de um Ciclo
                                                                                      Económico
         O conceito de ciclo económico corresponde a oscilações do produto, do
rendimento e do emprego, cuja duração se baseia geralmente a períodos de 2 a 10 anos,
sendo caracterizados pela expansão ou contracção generalizada na maioria dos sectores
económicos.

         Os ciclos económicos são, talvez, um dos fenómenos mais discutidos na
economia. O desejo dos governos para levarem a cabo políticas para reduzir as
flutuações da actividade económica, e a efectividade de cada um dos instrumentos na
prossecução desse objectivo tem sido alvo de aceso debate ao longo dos anos e motivo
de clivagem entre as principais escolas de pensamento. Dada a inexistência de
consensos, a actuação das autoridades económicas acaba por reflectir opções, cuja
                                                     discussão alimenta o debate político.


                                                         Fig.5 – Valor da Moeda




           Fig.6 – Imagem representativa de
                 um estudo económico


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  2.            O que é um ciclo económico?



         Um ciclo é um movimento periódico, oscilando para cima e para baixo na
produção, no emprego, no consumo, no investimento e outras variáveis económicas
relevantes. Estes são flutuações (medidas geralmente em termos de variação do produto
nacional- PIB ou PNB) da actividade económica agregada e não de uma maneira
variável específica, que ocorrem a longo prazo.

         Quando há expansões e contracções da actividade económica as variáveis
económicas mostram um co-movimento (apresentam padrões regulares e previsíveis ao
longo do ciclo), e não somente por um movimento de uma única variável, tal como o
PIB real.

   Os ciclos económicos dividem-se por fases: prosperidade, recessão, depressão e
expansão.

    A prosperidade, ponto alto ou auge refere-se a um período de ascensão
         económica e é caracterizada por uma tendência optimista para produtores e
         consumidores. O aumento do consumo leva a um aumento de produção, ou seja,
         ao crescimento económico.


    A recessão ou crise é uma fase de contracção do ciclo económico, isto é, de
         redução geral na actividade económica por um certo período de tempo, com
         queda a nível da produção, aumento de desemprego, diminuição na renda
         familiar, redução na taxa de lucro, aumento do número de falências e estagnação
         de preços (inflação diminui).



    A depressão ou ponto baixo inicia-se quando muitas empresas começam a
         entrar em falência, a taxa de desemprego aumenta a um nível acelerado, os


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         níveis de produção e investimento são baixos, produção do nível geral de preços,
         entre outros, causados pela recessão económica, arrastando-se para um longo
         período de tempo (uma versão atenuada de uma depressão económica é a
         recessão económica, a qual apresenta algumas das características da depressão
         embora com um grau mais reduzido).


    A expansão, retoma ou recuperação é a imagem simétrica da recessão, em que
         cada um dos factores referidos nas características de uma recessão funciona em
         sentido oposto, ou seja, quando uma economia se encontra em expansão ocorre
         um aumento do consumo, da produção, do investimento, as acções sobem e a
         inflação poderá aumentar.

                                                 Prosperidade
                   Depressão




                          Recessão
                                                 Expansão


                                       Fig.7 – Fases de um ciclo




         Os ciclos económicos podem-se dividir em internos e externos. Relativamente
aos primeiros, as teorias endógenas procura mecanismos do interior do próprio sistema
económico que dão origem aos ciclos económicos. Neste caso todas as expansões geram
recessões e todas as contracções geram crescimento, numa cadeia praticamente regular e
repetitiva e as teorias exógenas (externas) abordam os ciclos com base nas flutuações
dos factores exteriores ao sistema económico: revoluções, eleições, descobertas
científicas, inovações tecnológicas e guerras.



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            Quanto á sua duração, os ciclos económicos podem ser de curto prazo (Kitchin)
3 a 5 anos, médio prazo (Juglar) 7 a 11 anos ou de longo prazo (Kondratieff) de 40 a 60
anos.

            Os ciclos de longo prazo são os que estão associados a grandes mudanças
estruturais, como as revoluções industriais.

            Para muitos autores, hoje o mundo encontra-se no quinto ciclo de Kondratieff,
baseado na era da tecnologia e globalização. É visível entretanto que os países não têm
trajectórias semelhantes no que se refere ao nível de desenvolvimento económico, tendo
cada um as suas particularidades quanto á entrada e saída de ciclos económicos.




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          3.            Ciclos de Kondratieff

                 "A base dos ciclos longos é o desgaste, a reposição e o incremento do fundo de
      bens de capital básicos, cuja produção exige investimentos enormes. (…) A reposição e
      o incremento desse fundo não é um processo contínuo. Realiza-se por saltos".

                                                                                     Nikolai Kondratieff


                       Nikolai Dimitrievich Kondratieff, nasceu a 4 de Março de 1892 em Suzdal, Rússia.
        Frequentou a Universidade de São Petersburgo e anos mais tarde dedicou-se a especialização
                                                                                        em estatística.


                                      A 1930, Kondratieff é processado, afastado do seu cargo na
                               direcção do Instituto de Conjuntura, preso e condenado no Processo
                               dos Mencheviques (actividades anti-soviéticas).

                                      A 1923 surge na economia da Rússia, ou seja a antiga URSS,
Fig.8 – Nikolai Kondratieff    a primeira crise económica. Esta ficou conhecida como a Crise das
                               Tesouras, devido a um gráfico apresentado por um economista da
                               época, num debate público em que Kondratieff participou. Neste
      debate, surge as primeiras reflexões de Kondratieff relativamente as ondas longas,
      como lhe chamava, sobre os diferentes percursos que as económicas passavam de cada
      país, ou seja, existiam altos e baixos pontos o que formavam ondas, que por sua vez,
      formam ciclos.

                 Após todas as reflexões, cálculos e estatísticas de Kondratieff, este conclui que
      os movimentos dos Ciclos Económicos tinham uma duração em média de 50 anos, ou
      seja, entre um período de 40 a 60 anos. Estes apresentam duas fases distintas, isto é, a
      fase A que corresponde a fase ascendente e a fase B que corresponde a fase
      descendente.




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         Para além destas duas fases, ascendente e descendente, Kondratieff, refere que
os Ciclos Económicos são como as estações do ano, ou seja, as duas fases A e B são
subdivididas em 4 fases, sendo elas a primavera, ou seja, o investimento, o crescimento
e criação de riqueza, neste período as taxas de juros são baixas e as acções/imóveis são
os investimentos mais bem sucedidos; o verão, isto é, o limite do crescimento
“exponencial”, período de alta inflação, altas taxas de juros; - fase ascendente; - o
Outono, que significa a diminuição da prosperidade, ou seja, a diminuição das
poupanças, e um aumento das dívidas; e por fim o inverno, que simboliza a depressão e
o declínio da economia, período onde ocorre a crise bancária, falências e aumento de
execuções hipotecárias; - fase descendente.

         Com a junção de todas as suas teorias, Kondratieff publica entre 1922 e 1924 a
                                                           sua primeira obra, intitulada de “A
                                                           economia         mundial   e    sua
                                                           conjuntura durante e depois da
                                                           guerra”. E anos mais tarde em
                                                           1926 publica o seu segundo livro,
                                                           onde apresenta a sua teoria sobre as
                                                           ondas longas, intitulada "As ondas
                                                           longas da conjuntura".
         Fig.9 – Fases do Ciclo de Kondratieff

         Conforme os estudos deste economista, o primeiro ciclo deu-se de 1787 a 1842,
inicialmente a 1787 houve uma depressão com as Guerras Napoleónicas até 1827 e
depois uma recuperação com a Revolução Industrial até 1842, (55 anos); o segundo
ciclo deu-se de 1848 a 1896 com os caminhos-de-ferro e o carvão, isto é, inicialmente
houve um forte investimento e como tal crescimento nos caminhos-de-ferro, no entanto
este crescimento sofre uma pequena queda, tornando-se assim em recessão a 1857, e a
1870 torna-se em depressão, por volta de 1885 até 1896 dá-se a recuperação, (48 anos);
e o terceiro de 1898 a 1950 com a expansão da energia eléctrica e industria
automobilista, (52 anos); por último o quarto ciclo, ou a quarta onda, é referida por
alguns autores, que teve inicio a 1950 e a sua terminação deveria ser aproximadamente
em 2010, no entanto isto não se verificou devido a algumas baixas alterações nas
flutuações nos níveis de preços e das políticas. Sendo assim, o quarto ciclo, mantêm-se
ainda por resolver.
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         Segundo Kondratieff, cada novo ciclo tem como motor, no seu período de
crescimento, uma inovação tecnológica, em que esta irá ao longo do ciclo desenvolver-
se. Para além disso, os ciclos de Kondratieff são considerados ciclos de longa duração.

         "Cada nova fase do ciclo é pré-determinado com acúmulo de factores da fase
anterior, e cada novo ciclo está a seguir o precedente tão naturalmente como uma fase
de cada ciclo após o outro. No entanto, ele tem que ser entendido que cada novo ciclo
surge em novas condições históricas particulares, em um novo nível de
desenvolvimento das forças produtivas e, portanto, não é uma simples reiteração do
ciclo anterior "

                                                                         Nikolai Kondratieff


         A 1930, Kondratieff é processado, afastado do seu cargo na direcção do Instituto
de Conjuntura, preso e condenado no Processo dos Mencheviques (actividades anti-
soviéticas). Em 1938 Nikolai Dimitrievich Kondratieff é fuzilado numa prisão em
Moscovo.

         Kondratieff ficou conhecido como o primeiro economista a provar os
movimentos dos Ciclos Económicos, Kondratieff é o pai dos Ciclos Económicos.




                      As críticas e apreciações dos

                   contemporâneos a Kondratieff

         Ao longo dos anos, Kondratieff foi criticado por inúmeros economistas e
críticos, principalmente pela Oposição de Esquerda. Esta última referia que as reflexões
de Kondratieff e a validade das ondas longas eram duvidosas.

         Como crítico principal, é de referir o Oparin, o seu maior opositor a sua teoria.
Oparin reviu todos os procedimentos e refez todos os cálculos, indicando
inconsistências em muitas das opções metodológicas de Kondratieff.




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                                4.         Ciclos de Schumpeter




                              “[A]s inovações no sistema económico não aparecem, via de

                               regra, de tal maneira que primeiramente as novas
 Fig.10 – Joseph Schumpeter
                               necessidades surgem espontaneamente nos consumidores e
então o aparato produtivo se modifica sob sua pressão. Não negamos a presença desse
nexo. Entretanto, é o produtor que, igualmente, inicia a mudança económica, e os
consumidores são educados por ele, se necessário; são, por assim dizer, ensinados a
querer coisas novas, ou coisas que diferem em um aspecto ou outro daquelas que
tinham o hábito de usar. Portanto, apesar de ser permissível, e até mesmo necessário,
considerar as necessidades dos consumidores como uma força independente e, de fato,
fundamental na teoria do fluxo circular, devemos tomar uma atitude diferente quando
analisamos a mudança”

                                                                          Schumpeter, 1911


        Joseph Alois Schumpeter nasceu a 8 de Fevereiro de 1883 e morreu a 8 de Janeiro
de 1950. Em 1901, ingressou na faculdade de Direito da Universidade de Viena, onde
teve cursos de economia. Mais tarde, começou a leccionar antropologia, na
Universidade de Czernovitz (hoje na Ucrânia) e, a partir de 1911, na Universidade de
Graz, onde permaneceu até a Primeira Guerra Mundial.

        Em março de 1919, assumiu o posto de Ministro das Finanças da República
Austríaca, permanecendo por poucos meses nesta função. Em seguida, assumiu a
presidência de um banco privado, o Bidermann Bank de Viena, que faliu em 1924.

    Depois desta passagem desastrosa pela administração pública e pelo setor privado,
decidiu voltar a lecionar, desta vez na Universidade de Bonn, Alemanha, de 1925 a
1932.




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        Este foi um dos mais importantes economistas da primeira metade do século
XX.

        Apesar de Schumpeter ter encorajado vários jovens economistas matemáticos e
ter sido presidente-fundador da “Econometric Society” (1993), ele não foi matemático,
mas

  sim um economista que sempre foi um entusiasta da integração com a Sociologia
  para o melhor entendimento das suas teorias económicas.

        Na sua obra mais conhecida (A Teoria do Desenvolvimento Económico)
  explica de uma forma inédita as flutuações no crescimento económico,
  apresentando-as como parte de um processo coerente e dinâmico em que as forças
  económicas constituem as variáveis chave. Além desta obra, escreveu numerosos
  livros, de entre os quais se encontram “A Teoria do Desenvolvimento Económico”
  e “História da Análise Económica”.

        Schumpeter retomou a teoria dos ciclos económicos longos de Kondratieff.
Esses ciclos seriam perturbações do sistema económico relativamente a um estado de
equilíbrio (que seria um estado limite nunca atingido de fato) mas cujo conceito é
necessário à definição de sobreprodução e excesso de mão-de-obra (desemprego). Os
ciclos mais longos servem de linha de base, de proximidade ao equilíbrio, sobre a qual
se desenvolvem os outros ciclos mais curtos.


        O desenvolvimento económico resulta de três categorias de factores: factores
externos (como grandes encomendas da administração pública), factores de crescimento
gradual (actuado quotidianamente) e a inovação, que seria o factor dominante. A
inovação    será   o   factor   que   determina   a   evolução    económica,   actuando
descontinuamente e impulsionando os ciclos longos de Kondratieff.

        Para Schumpeter, a inovação não se restringe à invenção e patente, mas sim
admite outras formas como a descoberta de novas matérias-primas, a inovação de
mecanismos de tratamento e transporte de mercadorias e inovações organizativas nas
empresas ou no comércio. Mas para que as inovações se tornassem actuantes, a ponto de
influírem na evolução económica, elas teriam de se materializar (em equipamentos
renovados e/ou empresas novas ou reorganizadas e/ou processos produtivos ou

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procedimentos renovados e/ou novos produtos) e para tal requeriam uma componente
subjectiva, personificada num empreendedor que introduz a inovação e é depois seguido
por muitos outros, atraídos pelo exemplo de sucesso. Gera-se assim uma quantidade de
projectos inovadores, com repercussão na afluência de crédito para o sector económico
emergente, enquanto os sectores tradicionais são penalizados.

         Segue-se uma expansão económica, multiplicação de novas empresas, aumento
de crédito e investimento, de receitas e de emprego, e subida de preços. Atinge-se assim
a fase denominada de prosperidade.

         O conflito de sucessos acabará por conduzir à redução do investimento; a
previsão do sucesso torna-se duvidosa, as oportunidades oferecidas ao sector inovador
esgotam-se e a taxa de juro sobe. Inicia-se então uma outra fase do processo económico,
a recessão.

         Nesta fase, factores objectivos e subjectivos actuam no sentido da falência de
empresas; o investimento e as receitas reduzem-se, a poupança e o crédito contraem-se,
gera-se desemprego. Esta fase passa aquém do virtual estado estacionário, e entra-se na
depressão. Esta fase (depressão) continua enquanto houver investimento mal sucedido,
capacidade excessiva face ao nível de procura e até
que uma reaproximação ao estado de equilíbrio se
inicie, a expansão (experimentação de outras
inovações).

         A    sua   teoria   do   ciclo     económico   é

fundamental         para     a    ciência     económica
                                                             Fig.11 – Constituição dos ciclos

contemporânea. A razão, segundo o autor, para que a economia saia de um estado de
equilíbrio e entre num processo de expansão é o surgimento de alguma inovação, do
ponto de vista económico, que altere consideravelmente as condições prévias de
equilíbrio.

         Schumpeter tem concepções próprias em relação a alguns pontos da análise
económica, que o distinguem dos demais neoclássicos, como, por exemplo, a questão da
soberania do consumidor, dos determinantes do investimento e poupança (juros, lucros,


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salários), etc. Todavia, o que mais o distingue de seus colegas neoclássicos é a sua visão
mais "geral" do processo de desenvolvimento, bem como o fato de ter sido o primeiro
neoclássico a tentar uma explicação para o processo da variação económica. Por essas
formulações     revolucionárias     o    pensamento      schumpeteriano    tem    enorme
contemporaneidade, o que mostra a importância das suas reflexões para procurar
compreender os movimentos dos tempos modernos.
        Exemplos de inovações que alteram o estado de equilíbrio são: a introdução de
um novo bem no mercado, a descoberta de um novo método de produção ou de
comercialização de mercadorias, a conquista de novas fontes de matérias-primas ou
mesmo a alteração da estrutura de mercado vigente, como a quebra de um monopólio,
por exemplo.

        A introdução de uma inovação no sistema económico é chamada por
Schumpeter de “ato empreendedor”, realizada pelo “empresário empreendedor”,
visando a obtenção de lucro, que, segundo o autor, é o motor de toda a actividade
empreendedora. Quando fala de lucro, Schumpeter não se refere à remuneração usual do
capital investido, mas ao “lucro extraordinário”, isto é, o lucro acima da média do
mercado - que criaria novos investimentos e a transferência de capitais entre os
diferentes sectores da economia.

        Ainda de acordo com o economista, para que uma inovação seja realizada, é
necessário que três condições sejam cumpridas:

         Num determinado período, devem existir novas e mais vantajosas
           possibilidades do ponto de vista económico privado, na indústria ou num
           ramo da indústria;


         Deve haver acesso limitado a tais possibilidades, seja em razão das
           qualificações pessoais necessárias, seja por causa de circunstâncias
           exteriores;


         A situação económica tem de permitir o cálculo de custos e um planeamento
           razoavelmente confiável, isto é, que haja uma situação de equilíbrio
           económico.


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      Neste gráfico temos uma representação dos estudos de Schumpeter acerca
        da variação dos ciclos económicos.
      Para esse efeito, estudou as curvas de Juglar, Kondratieff, Kuznets… e
        assim definiu a sua própria curva.




                                Fig.12 – Curvas de Schumpeter




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  5.            Ciclos de Keynes



        "... as ideias dos economistas e dos filósofos políticos, tanto quando estão certos
como quando estão errados, são muito mais poderosas do que normalmente se imagina.
Na verdade, o mundo é governado quase que exclusivamente por elas. Homens
práticos, que se julgam imunes a quaisquer influências intelectuais, geralmente são
escravos de algum economista já falecido."

                                                                         John Maynard Keynes


                              John Maynard Keynes nasceu a 5 de Junho de 1883 em
                        Cambridge, no seio de uma família da elite intelectual da época.
                        Frequentou o “King’s College”, onde se distinguiu em Matemática
                        e em Economia.

                              Anos mais tarde, influenciado por Alfred Marshall, o seu
Fig.13 – Jonh Keynes
                        interesse pelas matemáticas diminuíram aumentando assim o
interesse pela política e pela economia, como tal no mesmo colégio onde tinha
frequentado, especializou-se no ensino dos Princípios Económicos de Marshall.

        Para além de ter sido economista, Keynes foi ainda funcionário público, um
defensor das artes, um director de um Banco em Inglaterra, um conselheiro de várias
instituições de caridade, um escritor, um investidor privado, um coleccionador de arte e
por último professor no King’s College.

        A 1930, depois da grande depressão, Kenyes apresenta as suas reflexões com o
intuito de resolver a questão do desemprego da época. Como consequência revoluciona
o pensamento económico existente, ou seja, a economia neoclássica.

        As principais ideias e "readaptes" ao capitalismo era mostrar a necessidade de
agir e desocupar uma política do “laissez faire”, (deixar fazer), da economia clássica -



   15                              Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
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que impedia a intervenção do estado na economia e no mercado - e iniciar uma
mudança na posição do estado face aos ciclos económicos.

         Para John o Estado devia de intervir na política económica, na qual os governos
de cada estado usavam medidas fiscais e monetárias para atrasar as três fases das quatro
dos Ciclos Económicos, ou seja: a recessão, a depressão e a prosperidade.

         O objectivo da intervenção do estado é apenas o aperfeiçoamento do sistema
capitalista de produção, de modo que se una os instintos do ganho individual (através da
livre iniciativa privada).

                 Segundo Keynes:

                       A situação de pleno emprego era uma situação especial da
         economia.


                       A moeda tem uma função especulativa dependendo a sua procura
         também da taxa de juro. (e não só um meio de troca, como para os clássicos).


                       A taxa de juro tem natureza monetária e não é um factor
         determinante da poupança.


                       Os investidores e os aforradores constituem grupos distintos.


                       O factor determinante de poupança é o rendimento e não a taxa de
         juro.


                       Quando o rendimento aumenta, a poupança aumenta também.
                       Os salários nominais são rígidos quanto ao movimento
         descendente.

         Quando Keynes fala de economia monetária, mostra que o capital tem 3 funções,
isto é, “meio de troca”; “unidade de conta” e “reserva de valor”. Esta última função, ou
seja, a poupança ou aplicações monetárias permite uma grande valorização do capital, o


    16                           Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
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que vai possibilitar a capacitação de recursos para que se tenha capital para ser
emprestado ao investidor.

        O investidor ao receber o empréstimo investe no aumento da sua produção que
acaba, por gerar uma maior quantidade de empregos, como tal as empresas aumentam o
seu número de funcionários e acaba por aumentar o número de consumidores
generalizados, pois o consumidor passa a ter um maior poder de compra.

        Para além da defesa na intervenção do Estado, um outro ponto importante para
na teoria Keynesiana deve-se as medidas tomadas na fase de depressão da economia,
isto é, ele defende as políticas anticíclicas, permitindo deficits para financiar obras
públicas produtivas (maior número de pessoal possível) durante as depressões e
salvando as     dívidas   nos   períodos de expansão. A Economia Keynesiana
(keynesianismo) é portanto uma teoria da despesa total da economia, (designada por
procura agregada) e dos seus efeitos na produção e na inflação.

        O investimento é uma das principais componentes da procura agregada na teoria
de Keynes. O investimento refere-se a acréscimos da existência de bens produtivos, de
equipamentos, edifícios, acréscimos nos inventários das empresas e despesas em
construções para habitação.

        Mais tarde, após a Segunda Guerra Mundial, o pensamento de Keynes foi
adoptado pelas principais economias do mundo ocidental.

        No entanto a 1970 a teoria Keynesiana decaiu nas políticas
económicas, devido aos críticos da altura como Milton Friedman, a
outros economistas neoliberais pessimistas e crise do dólar norte-
americano de 1971.

        As suas principais obras foram: “Treatise on Money” - (Tratado
sobre a moeda), em 1930; e por último “General theory of employment,
interest and Money” - (Teoria geral do emprego, do juro e da moeda),

em 1936. Esta última obra foi o ponto de partida para a
                                                                        Fig.14 – Livro de Keynes
“Revolução Keynesiana”.


   17                           Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
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          Relativamente ao “Treatise on Money” - (Tratado sobre a moeda), em 1930;
Keynes, pretende explicar a procura da moeda, em que esta acontece por 3 motivos, ou
seja, “transacção” que representa a manutenção dos saldos monetários, que resulta da
moeda ser o único activo aceite como meio de pagamento; “precaução”, isto é, os saldos
monetários detidos por este motivo servem para fazer os pagamentos inesperados as
incertezas e contingências do futuro; e “especulação” que é apresentada devido às
expectativas do comportamento dos preços no mercado de activos financeiros não
monetários (acções, obrigações, etc.) e das expectativas da variação das taxas de juro
(de grande importância para o rendimento destes activos.

        John Maynard Keynes morreu a 21 de Abril de 1946 em Tilton, East Sussex, um
Condado inglês junto ao canal da Mancha, devido a um ataque cardíaco.

        Keynes mostrou ser um homem de acção, e de competência, na defesa da
intervenção do estado em benefício da economia, pois inovou com uma nova visão, ou
seja, ensinou a analisar o global, a macroeconomia.

        Para finalizar o objectivo do keynesianismo é manter o crescimento da procura
em paridade com o aumento da capacidade produtiva da economia, de forma suficiente
para garantir o pleno emprego, mas sem excesso, pois isto provocaria um aumento da
inflação.

        "a longo prazo, estaremos todos mortos. Os economistas fixam para si próprios
uma tarefa demasiado fácil e sobremaneira pouco útil se, nas estações de tempestade,
só nos podem dizer que, quando a tempestade tiver passado, o oceano ficará novamente
calmo".

                                                                     John Maynard Keynes


        A Actualidade da Teoria Keynesiana

        Ao longo dos anos diversos economistas foram influenciados pela obra de
Keynes, desenvolvendo, aperfeiçoando e modernizando a teoria Keynesiana,
destacando-se Amartya Sem, Franco Modigliani, James Tobin, Joseph E. Stiglitz, Paul


   18                          Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
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Samuelson, Robert Solow e Wassily Leontief. Dentre estes, alguns foram galardoados
com Prémios de Ciências Económicas.

        Nos dias de hoje, com a crise económica global a economia Keynesiana
renasceu e contribui através da sua teoria soluções aos principais líderes das grandes
economias mundiais, como Barack Obama nos Estados Unidos da América. Essas
soluções foram aplicadas essencialmente na fase da recessão.

        Esta política económica permitiu as populações melhores padrões de vida.

        Os economistas keynesianos contemporâneos como Paul Davidson e Joseph
                                         Stiglitz, vêem o Estado como sendo um
                                         complemento do mercado.




                                         Fig.15 – Imagem ilustrativa de Keynes




   19                          Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
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  6.           César das Neves



        João Luís César das Neves nasceu em 1957 em Lisboa. É professor catedrático,
escritor e actualmente também desempenha o cargo de Presidente do Conselho
Cientifico da Faculdade de Ciências Económicas e Empresarias da Universidade
Católica Portuguesa.

                                          Além disso, este homem foi assessor do
                                   ministro das Finanças em 1990 e entre 1991 e 1995 foi
                                   assessor económico do primeiro-ministro.

                                          César das Neves não criou nenhuma teoria
                                   sobre ciclos económicos, como os que referimos até
      Fig.16 – César das   aqui, mas tem uma opinião acerca deste tempo. Para ele, há
            Neves          muito que não se começava um ciclo económico com tão pouca
boa vontade e a primeira causa para isso é a crise económica (termo aplicado a uma
variedade de situações nas quais instituições ou activos financeiros se desvalorizam
repentinamente, normalmente associados a períodos de recessão).

        No entanto, nos próximos três anos dominará a austeridade do plano de
emergência, o que elimina veleidades e esperanças. Mas não é só isso. Como Portugal é
um país socialista (Salazar chamava-lhe corporativo) onde ser de direita é insulto e de
esquerda honra. Em qualquer caso, um governo de intervencionistas ligeiramente
liberais seria sempre mal visto. Passos Coelho, o nosso actual primeiro-ministro não
conseguiu convencer e empolgar o povo. A sua vitória resulta mais de «voto útil» e mal
menor do que de convicção.

        Ou seja, no centro de tudo isto está o país, a precisar de uma forte dieta. A única
dúvida do novo ciclo está em saber até que ponto as populações percebem isso. Se não
aceitarem a austeridade, como a Grécia, o país afunda-se. Se entenderem a emergência
e, mesmo gemendo, assumirem-na como a Irlanda, salvam-se.



   20                             Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
Os Ciclos Económicos                            2 de Dezembro de 2011




  7.           Um olhar por Portugal

        Na macroeconomia, é útil distinguir dois horizontes temporais: um curto, ideal
para analisar os ciclos e as políticas de estabilização. E um longo, para analisar o
crescimento económico e a convergência.

        A Figura 17 ilustra a distinção, em que a linha vermelha descreve a evolução do
PIB em Portugal, ao longo de 1953-2005. Essa série apresenta uma tendência geral de
crescimento, que relacionamos com o longo prazo e flutuações cíclicas em torno dessa
tendência que relacionamos com o curto prazo.




                          Fig.17– Grafico da variação do PIB ao
                                    longo do tempo



        Os ciclos económicos em Portugal têm durado entre 7 e 10 anos, revelando
diversas amplitudes. Particularmente severos foram os ciclos que decorreram entre o
primeiro choque petrolífero (e revolução) e a adesão à Comunidade Económica
Europeia (CEE). Em contrapartida, os dois últimos ciclos terão sido mais suaves que os
anteriores. Uma explicação possível é o facto de Portugal estar hoje mais integrado na


   21                           Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
Os Ciclos Económicos                             2 de Dezembro de 2011



União Europeia. Havendo maior mobilidade de factores, nomeadamente do capital, os
portugueses têm hoje mais facilidade em atenuar o impacto das flutuações do




                         Fig.18 – Gráfico relativo à evolução da
                             conjuntura ao longo do tempo


rendimento nas suas despesas de consumo. Por outro lado, devido à disciplina
decorrente da participação na União Económica Monetária (UEM), Portugal está hoje
menos exposto às vicissitudes da política económica interna do que há uns anos atrás.

        A figura 18 descreve a evolução da conjuntura em Portugal e na Europa (UE 15)
ao longo das últimas quatro décadas. Observando a figura, duas conclusões se retiram:
primeiro, que não houve expansão em Portugal nos últimos 40 anos que não tivesse sido
precedida por uma expansão na Europa; segundo, que as tentativas de expansão da
Economia Portuguesa a contraciclo se revelaram efémeras.




   22                           Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
Os Ciclos Económicos                             2 de Dezembro de 2011




   8.            Conclusão



         Com este trabalho esclarecemo-nos acerca dos diferentes ciclos económicos e
das ideias defendidas pelos diferentes criadores desses mesmos.

         Como já referimos na nossa introdução, com a elaboração deste trabalho, nós
queríamos dar-vos uma noção mais simples e aprofundada daquela que tivemos nas
aulas de Economia sobre os ciclos económicos. Obviamente, tivemos partes que
gostamos mais de pesquisar e abordar que outras, das quais podemos destacar o estudo
das teorias de cada um dos autores e também do apanhado que fizemos sobre o nosso
país.

         Na nossa opinião, a teoria que se revela mais próxima dos dias de hoje é a de
Schumpeter, uma vez que Portugal está a viver um período de crise económica.

         No entanto, a recente história tem revelado uma grande habilidade da política
interna em ampliar as flutuações da actividade económica. Mas o certo é que a duração
dos ciclos económicos em Portugal tem sido muito semelhante à verificada no resto da
Europa.

         Deste modo, e para terminar só queríamos salientar que todos os autores que
referimos neste trabalho, têm as suas próprias teorias e opiniões sobre os ciclos
económicos e nós apenas os abordamos subtilmente, com isto não queremos dizer que
um está mais correcto que os outros, apenas como todos eles, também nós temos as
nossas opiniões e tal como nos foi pedido, partilhamo-las com vocês!




    Fig.19 e 20 – Imagens ilustrativas da
            Economia e o Mundo




    23                                Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
Os Ciclos Económicos                          2 de Dezembro de 2011




9.          Webgrafia



1.   http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Maynard_Keynes
2.   http://papaumbu.vilabol.uol.com.br/keynes/keynes.htm
3.   http://www.economiabr.net/teoria_escolas/teoria_keynesiana.html
4.   http://www.academiaeconomica.com/2008/05/teorias-keynesianas.html
5.   http://pt.wikipedia.org/wiki/Nikolai_Kondratiev
6.   http://www.dani2989.com/matiere1/kondratievoilpt.html
7.   http://www.rep.org.br/pdf/40-2.pdf
8.   http://www.ppge.ufrgs.br/giacomo/arquivos/eco02237/teoria-ciclos-economicos.pdf




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Os Ciclos Económicos: Teoria e Fundadores

  • 1. Os Ciclos Económicos 2 de Dezembro de 2011 Escola Cooperativa de Vale S. Cosme OS CICLOS ECONÓMICOS Teoria e seus Fundadores Fig.1-Grafico de um Ciclo Fig.2- O Mundo e os seus Fig.3 – Recursos para Económico Recursos Monetários Economia Trabalho da disciplina de: ECONOMIA Realizado por: Ana Silva, 5270 Fátima Sousa, 5297 Tânia Silva, 5419 Orientador: Professor Francisco Carvalho VALE S. COSME Dezembro 2011 1 Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
  • 2. Os Ciclos Económicos 2 de Dezembro de 2011 Índice: Introdução……………………………………………………………………………....3 O que é um Ciclo Económico?………..………………………………………………..4 Ciclos de Kondratieff.…………………………………………………………………..7 Ciclos de Schumpeter…………………………………………………………………10 Ciclos de Keynes …………………………………………………………….………..15 César das Neves……………………………………………………….........................20 Um olhar por Portugal ……………………………………………..………………...21 Conclusão ……………………………………………….…………………………….23 Webgrafia……………………………….......................................................................24 2 Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
  • 3. Os Ciclos Económicos 2 de Dezembro de 2011 1. Introdução: O nosso trabalho consiste no tema dos Ciclos Económicos e tem como objectivo dar a conhecer aos nossos colegas o que são os ciclos económicos e em que se baseiam para que existam. Além disso, procuramos esclarece-los face às consequências e aos motivos para que estes ciclos sejam como todos os outros repetitivos num determinado tempo. Fig.4 – Variação de um Ciclo Económico O conceito de ciclo económico corresponde a oscilações do produto, do rendimento e do emprego, cuja duração se baseia geralmente a períodos de 2 a 10 anos, sendo caracterizados pela expansão ou contracção generalizada na maioria dos sectores económicos. Os ciclos económicos são, talvez, um dos fenómenos mais discutidos na economia. O desejo dos governos para levarem a cabo políticas para reduzir as flutuações da actividade económica, e a efectividade de cada um dos instrumentos na prossecução desse objectivo tem sido alvo de aceso debate ao longo dos anos e motivo de clivagem entre as principais escolas de pensamento. Dada a inexistência de consensos, a actuação das autoridades económicas acaba por reflectir opções, cuja discussão alimenta o debate político. Fig.5 – Valor da Moeda Fig.6 – Imagem representativa de um estudo económico 3 Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
  • 4. Os Ciclos Económicos 2 de Dezembro de 2011 2. O que é um ciclo económico? Um ciclo é um movimento periódico, oscilando para cima e para baixo na produção, no emprego, no consumo, no investimento e outras variáveis económicas relevantes. Estes são flutuações (medidas geralmente em termos de variação do produto nacional- PIB ou PNB) da actividade económica agregada e não de uma maneira variável específica, que ocorrem a longo prazo. Quando há expansões e contracções da actividade económica as variáveis económicas mostram um co-movimento (apresentam padrões regulares e previsíveis ao longo do ciclo), e não somente por um movimento de uma única variável, tal como o PIB real. Os ciclos económicos dividem-se por fases: prosperidade, recessão, depressão e expansão.  A prosperidade, ponto alto ou auge refere-se a um período de ascensão económica e é caracterizada por uma tendência optimista para produtores e consumidores. O aumento do consumo leva a um aumento de produção, ou seja, ao crescimento económico.  A recessão ou crise é uma fase de contracção do ciclo económico, isto é, de redução geral na actividade económica por um certo período de tempo, com queda a nível da produção, aumento de desemprego, diminuição na renda familiar, redução na taxa de lucro, aumento do número de falências e estagnação de preços (inflação diminui).  A depressão ou ponto baixo inicia-se quando muitas empresas começam a entrar em falência, a taxa de desemprego aumenta a um nível acelerado, os 4 Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
  • 5. Os Ciclos Económicos 2 de Dezembro de 2011 níveis de produção e investimento são baixos, produção do nível geral de preços, entre outros, causados pela recessão económica, arrastando-se para um longo período de tempo (uma versão atenuada de uma depressão económica é a recessão económica, a qual apresenta algumas das características da depressão embora com um grau mais reduzido).  A expansão, retoma ou recuperação é a imagem simétrica da recessão, em que cada um dos factores referidos nas características de uma recessão funciona em sentido oposto, ou seja, quando uma economia se encontra em expansão ocorre um aumento do consumo, da produção, do investimento, as acções sobem e a inflação poderá aumentar. Prosperidade Depressão Recessão Expansão Fig.7 – Fases de um ciclo Os ciclos económicos podem-se dividir em internos e externos. Relativamente aos primeiros, as teorias endógenas procura mecanismos do interior do próprio sistema económico que dão origem aos ciclos económicos. Neste caso todas as expansões geram recessões e todas as contracções geram crescimento, numa cadeia praticamente regular e repetitiva e as teorias exógenas (externas) abordam os ciclos com base nas flutuações dos factores exteriores ao sistema económico: revoluções, eleições, descobertas científicas, inovações tecnológicas e guerras. 5 Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
  • 6. Os Ciclos Económicos 2 de Dezembro de 2011 Quanto á sua duração, os ciclos económicos podem ser de curto prazo (Kitchin) 3 a 5 anos, médio prazo (Juglar) 7 a 11 anos ou de longo prazo (Kondratieff) de 40 a 60 anos. Os ciclos de longo prazo são os que estão associados a grandes mudanças estruturais, como as revoluções industriais. Para muitos autores, hoje o mundo encontra-se no quinto ciclo de Kondratieff, baseado na era da tecnologia e globalização. É visível entretanto que os países não têm trajectórias semelhantes no que se refere ao nível de desenvolvimento económico, tendo cada um as suas particularidades quanto á entrada e saída de ciclos económicos. 6 Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
  • 7. Os Ciclos Económicos 2 de Dezembro de 2011 3. Ciclos de Kondratieff "A base dos ciclos longos é o desgaste, a reposição e o incremento do fundo de bens de capital básicos, cuja produção exige investimentos enormes. (…) A reposição e o incremento desse fundo não é um processo contínuo. Realiza-se por saltos". Nikolai Kondratieff Nikolai Dimitrievich Kondratieff, nasceu a 4 de Março de 1892 em Suzdal, Rússia. Frequentou a Universidade de São Petersburgo e anos mais tarde dedicou-se a especialização em estatística. A 1930, Kondratieff é processado, afastado do seu cargo na direcção do Instituto de Conjuntura, preso e condenado no Processo dos Mencheviques (actividades anti-soviéticas). A 1923 surge na economia da Rússia, ou seja a antiga URSS, Fig.8 – Nikolai Kondratieff a primeira crise económica. Esta ficou conhecida como a Crise das Tesouras, devido a um gráfico apresentado por um economista da época, num debate público em que Kondratieff participou. Neste debate, surge as primeiras reflexões de Kondratieff relativamente as ondas longas, como lhe chamava, sobre os diferentes percursos que as económicas passavam de cada país, ou seja, existiam altos e baixos pontos o que formavam ondas, que por sua vez, formam ciclos. Após todas as reflexões, cálculos e estatísticas de Kondratieff, este conclui que os movimentos dos Ciclos Económicos tinham uma duração em média de 50 anos, ou seja, entre um período de 40 a 60 anos. Estes apresentam duas fases distintas, isto é, a fase A que corresponde a fase ascendente e a fase B que corresponde a fase descendente. 7 Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
  • 8. Os Ciclos Económicos 2 de Dezembro de 2011 Para além destas duas fases, ascendente e descendente, Kondratieff, refere que os Ciclos Económicos são como as estações do ano, ou seja, as duas fases A e B são subdivididas em 4 fases, sendo elas a primavera, ou seja, o investimento, o crescimento e criação de riqueza, neste período as taxas de juros são baixas e as acções/imóveis são os investimentos mais bem sucedidos; o verão, isto é, o limite do crescimento “exponencial”, período de alta inflação, altas taxas de juros; - fase ascendente; - o Outono, que significa a diminuição da prosperidade, ou seja, a diminuição das poupanças, e um aumento das dívidas; e por fim o inverno, que simboliza a depressão e o declínio da economia, período onde ocorre a crise bancária, falências e aumento de execuções hipotecárias; - fase descendente. Com a junção de todas as suas teorias, Kondratieff publica entre 1922 e 1924 a sua primeira obra, intitulada de “A economia mundial e sua conjuntura durante e depois da guerra”. E anos mais tarde em 1926 publica o seu segundo livro, onde apresenta a sua teoria sobre as ondas longas, intitulada "As ondas longas da conjuntura". Fig.9 – Fases do Ciclo de Kondratieff Conforme os estudos deste economista, o primeiro ciclo deu-se de 1787 a 1842, inicialmente a 1787 houve uma depressão com as Guerras Napoleónicas até 1827 e depois uma recuperação com a Revolução Industrial até 1842, (55 anos); o segundo ciclo deu-se de 1848 a 1896 com os caminhos-de-ferro e o carvão, isto é, inicialmente houve um forte investimento e como tal crescimento nos caminhos-de-ferro, no entanto este crescimento sofre uma pequena queda, tornando-se assim em recessão a 1857, e a 1870 torna-se em depressão, por volta de 1885 até 1896 dá-se a recuperação, (48 anos); e o terceiro de 1898 a 1950 com a expansão da energia eléctrica e industria automobilista, (52 anos); por último o quarto ciclo, ou a quarta onda, é referida por alguns autores, que teve inicio a 1950 e a sua terminação deveria ser aproximadamente em 2010, no entanto isto não se verificou devido a algumas baixas alterações nas flutuações nos níveis de preços e das políticas. Sendo assim, o quarto ciclo, mantêm-se ainda por resolver. 8 Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
  • 9. Os Ciclos Económicos 2 de Dezembro de 2011 Segundo Kondratieff, cada novo ciclo tem como motor, no seu período de crescimento, uma inovação tecnológica, em que esta irá ao longo do ciclo desenvolver- se. Para além disso, os ciclos de Kondratieff são considerados ciclos de longa duração. "Cada nova fase do ciclo é pré-determinado com acúmulo de factores da fase anterior, e cada novo ciclo está a seguir o precedente tão naturalmente como uma fase de cada ciclo após o outro. No entanto, ele tem que ser entendido que cada novo ciclo surge em novas condições históricas particulares, em um novo nível de desenvolvimento das forças produtivas e, portanto, não é uma simples reiteração do ciclo anterior " Nikolai Kondratieff A 1930, Kondratieff é processado, afastado do seu cargo na direcção do Instituto de Conjuntura, preso e condenado no Processo dos Mencheviques (actividades anti- soviéticas). Em 1938 Nikolai Dimitrievich Kondratieff é fuzilado numa prisão em Moscovo. Kondratieff ficou conhecido como o primeiro economista a provar os movimentos dos Ciclos Económicos, Kondratieff é o pai dos Ciclos Económicos. As críticas e apreciações dos contemporâneos a Kondratieff Ao longo dos anos, Kondratieff foi criticado por inúmeros economistas e críticos, principalmente pela Oposição de Esquerda. Esta última referia que as reflexões de Kondratieff e a validade das ondas longas eram duvidosas. Como crítico principal, é de referir o Oparin, o seu maior opositor a sua teoria. Oparin reviu todos os procedimentos e refez todos os cálculos, indicando inconsistências em muitas das opções metodológicas de Kondratieff. 9 Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
  • 10. Os Ciclos Económicos 2 de Dezembro de 2011 4. Ciclos de Schumpeter “[A]s inovações no sistema económico não aparecem, via de regra, de tal maneira que primeiramente as novas Fig.10 – Joseph Schumpeter necessidades surgem espontaneamente nos consumidores e então o aparato produtivo se modifica sob sua pressão. Não negamos a presença desse nexo. Entretanto, é o produtor que, igualmente, inicia a mudança económica, e os consumidores são educados por ele, se necessário; são, por assim dizer, ensinados a querer coisas novas, ou coisas que diferem em um aspecto ou outro daquelas que tinham o hábito de usar. Portanto, apesar de ser permissível, e até mesmo necessário, considerar as necessidades dos consumidores como uma força independente e, de fato, fundamental na teoria do fluxo circular, devemos tomar uma atitude diferente quando analisamos a mudança” Schumpeter, 1911 Joseph Alois Schumpeter nasceu a 8 de Fevereiro de 1883 e morreu a 8 de Janeiro de 1950. Em 1901, ingressou na faculdade de Direito da Universidade de Viena, onde teve cursos de economia. Mais tarde, começou a leccionar antropologia, na Universidade de Czernovitz (hoje na Ucrânia) e, a partir de 1911, na Universidade de Graz, onde permaneceu até a Primeira Guerra Mundial. Em março de 1919, assumiu o posto de Ministro das Finanças da República Austríaca, permanecendo por poucos meses nesta função. Em seguida, assumiu a presidência de um banco privado, o Bidermann Bank de Viena, que faliu em 1924. Depois desta passagem desastrosa pela administração pública e pelo setor privado, decidiu voltar a lecionar, desta vez na Universidade de Bonn, Alemanha, de 1925 a 1932. 10 Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
  • 11. Os Ciclos Económicos 2 de Dezembro de 2011 Este foi um dos mais importantes economistas da primeira metade do século XX. Apesar de Schumpeter ter encorajado vários jovens economistas matemáticos e ter sido presidente-fundador da “Econometric Society” (1993), ele não foi matemático, mas sim um economista que sempre foi um entusiasta da integração com a Sociologia para o melhor entendimento das suas teorias económicas. Na sua obra mais conhecida (A Teoria do Desenvolvimento Económico) explica de uma forma inédita as flutuações no crescimento económico, apresentando-as como parte de um processo coerente e dinâmico em que as forças económicas constituem as variáveis chave. Além desta obra, escreveu numerosos livros, de entre os quais se encontram “A Teoria do Desenvolvimento Económico” e “História da Análise Económica”. Schumpeter retomou a teoria dos ciclos económicos longos de Kondratieff. Esses ciclos seriam perturbações do sistema económico relativamente a um estado de equilíbrio (que seria um estado limite nunca atingido de fato) mas cujo conceito é necessário à definição de sobreprodução e excesso de mão-de-obra (desemprego). Os ciclos mais longos servem de linha de base, de proximidade ao equilíbrio, sobre a qual se desenvolvem os outros ciclos mais curtos. O desenvolvimento económico resulta de três categorias de factores: factores externos (como grandes encomendas da administração pública), factores de crescimento gradual (actuado quotidianamente) e a inovação, que seria o factor dominante. A inovação será o factor que determina a evolução económica, actuando descontinuamente e impulsionando os ciclos longos de Kondratieff. Para Schumpeter, a inovação não se restringe à invenção e patente, mas sim admite outras formas como a descoberta de novas matérias-primas, a inovação de mecanismos de tratamento e transporte de mercadorias e inovações organizativas nas empresas ou no comércio. Mas para que as inovações se tornassem actuantes, a ponto de influírem na evolução económica, elas teriam de se materializar (em equipamentos renovados e/ou empresas novas ou reorganizadas e/ou processos produtivos ou 11 Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
  • 12. Os Ciclos Económicos 2 de Dezembro de 2011 procedimentos renovados e/ou novos produtos) e para tal requeriam uma componente subjectiva, personificada num empreendedor que introduz a inovação e é depois seguido por muitos outros, atraídos pelo exemplo de sucesso. Gera-se assim uma quantidade de projectos inovadores, com repercussão na afluência de crédito para o sector económico emergente, enquanto os sectores tradicionais são penalizados. Segue-se uma expansão económica, multiplicação de novas empresas, aumento de crédito e investimento, de receitas e de emprego, e subida de preços. Atinge-se assim a fase denominada de prosperidade. O conflito de sucessos acabará por conduzir à redução do investimento; a previsão do sucesso torna-se duvidosa, as oportunidades oferecidas ao sector inovador esgotam-se e a taxa de juro sobe. Inicia-se então uma outra fase do processo económico, a recessão. Nesta fase, factores objectivos e subjectivos actuam no sentido da falência de empresas; o investimento e as receitas reduzem-se, a poupança e o crédito contraem-se, gera-se desemprego. Esta fase passa aquém do virtual estado estacionário, e entra-se na depressão. Esta fase (depressão) continua enquanto houver investimento mal sucedido, capacidade excessiva face ao nível de procura e até que uma reaproximação ao estado de equilíbrio se inicie, a expansão (experimentação de outras inovações). A sua teoria do ciclo económico é fundamental para a ciência económica Fig.11 – Constituição dos ciclos contemporânea. A razão, segundo o autor, para que a economia saia de um estado de equilíbrio e entre num processo de expansão é o surgimento de alguma inovação, do ponto de vista económico, que altere consideravelmente as condições prévias de equilíbrio. Schumpeter tem concepções próprias em relação a alguns pontos da análise económica, que o distinguem dos demais neoclássicos, como, por exemplo, a questão da soberania do consumidor, dos determinantes do investimento e poupança (juros, lucros, 12 Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
  • 13. Os Ciclos Económicos 2 de Dezembro de 2011 salários), etc. Todavia, o que mais o distingue de seus colegas neoclássicos é a sua visão mais "geral" do processo de desenvolvimento, bem como o fato de ter sido o primeiro neoclássico a tentar uma explicação para o processo da variação económica. Por essas formulações revolucionárias o pensamento schumpeteriano tem enorme contemporaneidade, o que mostra a importância das suas reflexões para procurar compreender os movimentos dos tempos modernos. Exemplos de inovações que alteram o estado de equilíbrio são: a introdução de um novo bem no mercado, a descoberta de um novo método de produção ou de comercialização de mercadorias, a conquista de novas fontes de matérias-primas ou mesmo a alteração da estrutura de mercado vigente, como a quebra de um monopólio, por exemplo. A introdução de uma inovação no sistema económico é chamada por Schumpeter de “ato empreendedor”, realizada pelo “empresário empreendedor”, visando a obtenção de lucro, que, segundo o autor, é o motor de toda a actividade empreendedora. Quando fala de lucro, Schumpeter não se refere à remuneração usual do capital investido, mas ao “lucro extraordinário”, isto é, o lucro acima da média do mercado - que criaria novos investimentos e a transferência de capitais entre os diferentes sectores da economia. Ainda de acordo com o economista, para que uma inovação seja realizada, é necessário que três condições sejam cumpridas:  Num determinado período, devem existir novas e mais vantajosas possibilidades do ponto de vista económico privado, na indústria ou num ramo da indústria;  Deve haver acesso limitado a tais possibilidades, seja em razão das qualificações pessoais necessárias, seja por causa de circunstâncias exteriores;  A situação económica tem de permitir o cálculo de custos e um planeamento razoavelmente confiável, isto é, que haja uma situação de equilíbrio económico. 13 Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
  • 14. Os Ciclos Económicos 2 de Dezembro de 2011  Neste gráfico temos uma representação dos estudos de Schumpeter acerca da variação dos ciclos económicos.  Para esse efeito, estudou as curvas de Juglar, Kondratieff, Kuznets… e assim definiu a sua própria curva. Fig.12 – Curvas de Schumpeter 14 Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
  • 15. Os Ciclos Económicos 2 de Dezembro de 2011 5. Ciclos de Keynes "... as ideias dos economistas e dos filósofos políticos, tanto quando estão certos como quando estão errados, são muito mais poderosas do que normalmente se imagina. Na verdade, o mundo é governado quase que exclusivamente por elas. Homens práticos, que se julgam imunes a quaisquer influências intelectuais, geralmente são escravos de algum economista já falecido." John Maynard Keynes John Maynard Keynes nasceu a 5 de Junho de 1883 em Cambridge, no seio de uma família da elite intelectual da época. Frequentou o “King’s College”, onde se distinguiu em Matemática e em Economia. Anos mais tarde, influenciado por Alfred Marshall, o seu Fig.13 – Jonh Keynes interesse pelas matemáticas diminuíram aumentando assim o interesse pela política e pela economia, como tal no mesmo colégio onde tinha frequentado, especializou-se no ensino dos Princípios Económicos de Marshall. Para além de ter sido economista, Keynes foi ainda funcionário público, um defensor das artes, um director de um Banco em Inglaterra, um conselheiro de várias instituições de caridade, um escritor, um investidor privado, um coleccionador de arte e por último professor no King’s College. A 1930, depois da grande depressão, Kenyes apresenta as suas reflexões com o intuito de resolver a questão do desemprego da época. Como consequência revoluciona o pensamento económico existente, ou seja, a economia neoclássica. As principais ideias e "readaptes" ao capitalismo era mostrar a necessidade de agir e desocupar uma política do “laissez faire”, (deixar fazer), da economia clássica - 15 Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
  • 16. Os Ciclos Económicos 2 de Dezembro de 2011 que impedia a intervenção do estado na economia e no mercado - e iniciar uma mudança na posição do estado face aos ciclos económicos. Para John o Estado devia de intervir na política económica, na qual os governos de cada estado usavam medidas fiscais e monetárias para atrasar as três fases das quatro dos Ciclos Económicos, ou seja: a recessão, a depressão e a prosperidade. O objectivo da intervenção do estado é apenas o aperfeiçoamento do sistema capitalista de produção, de modo que se una os instintos do ganho individual (através da livre iniciativa privada). Segundo Keynes:  A situação de pleno emprego era uma situação especial da economia.  A moeda tem uma função especulativa dependendo a sua procura também da taxa de juro. (e não só um meio de troca, como para os clássicos).  A taxa de juro tem natureza monetária e não é um factor determinante da poupança.  Os investidores e os aforradores constituem grupos distintos.  O factor determinante de poupança é o rendimento e não a taxa de juro.  Quando o rendimento aumenta, a poupança aumenta também.  Os salários nominais são rígidos quanto ao movimento descendente. Quando Keynes fala de economia monetária, mostra que o capital tem 3 funções, isto é, “meio de troca”; “unidade de conta” e “reserva de valor”. Esta última função, ou seja, a poupança ou aplicações monetárias permite uma grande valorização do capital, o 16 Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
  • 17. Os Ciclos Económicos 2 de Dezembro de 2011 que vai possibilitar a capacitação de recursos para que se tenha capital para ser emprestado ao investidor. O investidor ao receber o empréstimo investe no aumento da sua produção que acaba, por gerar uma maior quantidade de empregos, como tal as empresas aumentam o seu número de funcionários e acaba por aumentar o número de consumidores generalizados, pois o consumidor passa a ter um maior poder de compra. Para além da defesa na intervenção do Estado, um outro ponto importante para na teoria Keynesiana deve-se as medidas tomadas na fase de depressão da economia, isto é, ele defende as políticas anticíclicas, permitindo deficits para financiar obras públicas produtivas (maior número de pessoal possível) durante as depressões e salvando as dívidas nos períodos de expansão. A Economia Keynesiana (keynesianismo) é portanto uma teoria da despesa total da economia, (designada por procura agregada) e dos seus efeitos na produção e na inflação. O investimento é uma das principais componentes da procura agregada na teoria de Keynes. O investimento refere-se a acréscimos da existência de bens produtivos, de equipamentos, edifícios, acréscimos nos inventários das empresas e despesas em construções para habitação. Mais tarde, após a Segunda Guerra Mundial, o pensamento de Keynes foi adoptado pelas principais economias do mundo ocidental. No entanto a 1970 a teoria Keynesiana decaiu nas políticas económicas, devido aos críticos da altura como Milton Friedman, a outros economistas neoliberais pessimistas e crise do dólar norte- americano de 1971. As suas principais obras foram: “Treatise on Money” - (Tratado sobre a moeda), em 1930; e por último “General theory of employment, interest and Money” - (Teoria geral do emprego, do juro e da moeda), em 1936. Esta última obra foi o ponto de partida para a Fig.14 – Livro de Keynes “Revolução Keynesiana”. 17 Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
  • 18. Os Ciclos Económicos 2 de Dezembro de 2011 Relativamente ao “Treatise on Money” - (Tratado sobre a moeda), em 1930; Keynes, pretende explicar a procura da moeda, em que esta acontece por 3 motivos, ou seja, “transacção” que representa a manutenção dos saldos monetários, que resulta da moeda ser o único activo aceite como meio de pagamento; “precaução”, isto é, os saldos monetários detidos por este motivo servem para fazer os pagamentos inesperados as incertezas e contingências do futuro; e “especulação” que é apresentada devido às expectativas do comportamento dos preços no mercado de activos financeiros não monetários (acções, obrigações, etc.) e das expectativas da variação das taxas de juro (de grande importância para o rendimento destes activos. John Maynard Keynes morreu a 21 de Abril de 1946 em Tilton, East Sussex, um Condado inglês junto ao canal da Mancha, devido a um ataque cardíaco. Keynes mostrou ser um homem de acção, e de competência, na defesa da intervenção do estado em benefício da economia, pois inovou com uma nova visão, ou seja, ensinou a analisar o global, a macroeconomia. Para finalizar o objectivo do keynesianismo é manter o crescimento da procura em paridade com o aumento da capacidade produtiva da economia, de forma suficiente para garantir o pleno emprego, mas sem excesso, pois isto provocaria um aumento da inflação. "a longo prazo, estaremos todos mortos. Os economistas fixam para si próprios uma tarefa demasiado fácil e sobremaneira pouco útil se, nas estações de tempestade, só nos podem dizer que, quando a tempestade tiver passado, o oceano ficará novamente calmo". John Maynard Keynes A Actualidade da Teoria Keynesiana Ao longo dos anos diversos economistas foram influenciados pela obra de Keynes, desenvolvendo, aperfeiçoando e modernizando a teoria Keynesiana, destacando-se Amartya Sem, Franco Modigliani, James Tobin, Joseph E. Stiglitz, Paul 18 Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
  • 19. Os Ciclos Económicos 2 de Dezembro de 2011 Samuelson, Robert Solow e Wassily Leontief. Dentre estes, alguns foram galardoados com Prémios de Ciências Económicas. Nos dias de hoje, com a crise económica global a economia Keynesiana renasceu e contribui através da sua teoria soluções aos principais líderes das grandes economias mundiais, como Barack Obama nos Estados Unidos da América. Essas soluções foram aplicadas essencialmente na fase da recessão. Esta política económica permitiu as populações melhores padrões de vida. Os economistas keynesianos contemporâneos como Paul Davidson e Joseph Stiglitz, vêem o Estado como sendo um complemento do mercado. Fig.15 – Imagem ilustrativa de Keynes 19 Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
  • 20. Os Ciclos Económicos 2 de Dezembro de 2011 6. César das Neves João Luís César das Neves nasceu em 1957 em Lisboa. É professor catedrático, escritor e actualmente também desempenha o cargo de Presidente do Conselho Cientifico da Faculdade de Ciências Económicas e Empresarias da Universidade Católica Portuguesa. Além disso, este homem foi assessor do ministro das Finanças em 1990 e entre 1991 e 1995 foi assessor económico do primeiro-ministro. César das Neves não criou nenhuma teoria sobre ciclos económicos, como os que referimos até Fig.16 – César das aqui, mas tem uma opinião acerca deste tempo. Para ele, há Neves muito que não se começava um ciclo económico com tão pouca boa vontade e a primeira causa para isso é a crise económica (termo aplicado a uma variedade de situações nas quais instituições ou activos financeiros se desvalorizam repentinamente, normalmente associados a períodos de recessão). No entanto, nos próximos três anos dominará a austeridade do plano de emergência, o que elimina veleidades e esperanças. Mas não é só isso. Como Portugal é um país socialista (Salazar chamava-lhe corporativo) onde ser de direita é insulto e de esquerda honra. Em qualquer caso, um governo de intervencionistas ligeiramente liberais seria sempre mal visto. Passos Coelho, o nosso actual primeiro-ministro não conseguiu convencer e empolgar o povo. A sua vitória resulta mais de «voto útil» e mal menor do que de convicção. Ou seja, no centro de tudo isto está o país, a precisar de uma forte dieta. A única dúvida do novo ciclo está em saber até que ponto as populações percebem isso. Se não aceitarem a austeridade, como a Grécia, o país afunda-se. Se entenderem a emergência e, mesmo gemendo, assumirem-na como a Irlanda, salvam-se. 20 Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
  • 21. Os Ciclos Económicos 2 de Dezembro de 2011 7. Um olhar por Portugal Na macroeconomia, é útil distinguir dois horizontes temporais: um curto, ideal para analisar os ciclos e as políticas de estabilização. E um longo, para analisar o crescimento económico e a convergência. A Figura 17 ilustra a distinção, em que a linha vermelha descreve a evolução do PIB em Portugal, ao longo de 1953-2005. Essa série apresenta uma tendência geral de crescimento, que relacionamos com o longo prazo e flutuações cíclicas em torno dessa tendência que relacionamos com o curto prazo. Fig.17– Grafico da variação do PIB ao longo do tempo Os ciclos económicos em Portugal têm durado entre 7 e 10 anos, revelando diversas amplitudes. Particularmente severos foram os ciclos que decorreram entre o primeiro choque petrolífero (e revolução) e a adesão à Comunidade Económica Europeia (CEE). Em contrapartida, os dois últimos ciclos terão sido mais suaves que os anteriores. Uma explicação possível é o facto de Portugal estar hoje mais integrado na 21 Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
  • 22. Os Ciclos Económicos 2 de Dezembro de 2011 União Europeia. Havendo maior mobilidade de factores, nomeadamente do capital, os portugueses têm hoje mais facilidade em atenuar o impacto das flutuações do Fig.18 – Gráfico relativo à evolução da conjuntura ao longo do tempo rendimento nas suas despesas de consumo. Por outro lado, devido à disciplina decorrente da participação na União Económica Monetária (UEM), Portugal está hoje menos exposto às vicissitudes da política económica interna do que há uns anos atrás. A figura 18 descreve a evolução da conjuntura em Portugal e na Europa (UE 15) ao longo das últimas quatro décadas. Observando a figura, duas conclusões se retiram: primeiro, que não houve expansão em Portugal nos últimos 40 anos que não tivesse sido precedida por uma expansão na Europa; segundo, que as tentativas de expansão da Economia Portuguesa a contraciclo se revelaram efémeras. 22 Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
  • 23. Os Ciclos Económicos 2 de Dezembro de 2011 8. Conclusão Com este trabalho esclarecemo-nos acerca dos diferentes ciclos económicos e das ideias defendidas pelos diferentes criadores desses mesmos. Como já referimos na nossa introdução, com a elaboração deste trabalho, nós queríamos dar-vos uma noção mais simples e aprofundada daquela que tivemos nas aulas de Economia sobre os ciclos económicos. Obviamente, tivemos partes que gostamos mais de pesquisar e abordar que outras, das quais podemos destacar o estudo das teorias de cada um dos autores e também do apanhado que fizemos sobre o nosso país. Na nossa opinião, a teoria que se revela mais próxima dos dias de hoje é a de Schumpeter, uma vez que Portugal está a viver um período de crise económica. No entanto, a recente história tem revelado uma grande habilidade da política interna em ampliar as flutuações da actividade económica. Mas o certo é que a duração dos ciclos económicos em Portugal tem sido muito semelhante à verificada no resto da Europa. Deste modo, e para terminar só queríamos salientar que todos os autores que referimos neste trabalho, têm as suas próprias teorias e opiniões sobre os ciclos económicos e nós apenas os abordamos subtilmente, com isto não queremos dizer que um está mais correcto que os outros, apenas como todos eles, também nós temos as nossas opiniões e tal como nos foi pedido, partilhamo-las com vocês! Fig.19 e 20 – Imagens ilustrativas da Economia e o Mundo 23 Escola Cooperativa Vale de S. Cosme
  • 24. Os Ciclos Económicos 2 de Dezembro de 2011 9. Webgrafia 1. http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Maynard_Keynes 2. http://papaumbu.vilabol.uol.com.br/keynes/keynes.htm 3. http://www.economiabr.net/teoria_escolas/teoria_keynesiana.html 4. http://www.academiaeconomica.com/2008/05/teorias-keynesianas.html 5. http://pt.wikipedia.org/wiki/Nikolai_Kondratiev 6. http://www.dani2989.com/matiere1/kondratievoilpt.html 7. http://www.rep.org.br/pdf/40-2.pdf 8. http://www.ppge.ufrgs.br/giacomo/arquivos/eco02237/teoria-ciclos-economicos.pdf 24 Escola Cooperativa Vale de S. Cosme