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DEUS ESTÁ PRESENTE NAS LUTAS DA COMUNIDADE
Pe. José Bortoline – Roteiros Homiléticos Anos A, B, C Festas e Solenidades - Paulos, 2007
* LIÇÃO DA SÉRIE: LECIONÁRIO DOMINICAL *
ANO: A – TEMPO LITÚRGICO: 19° DOMINGO TEMPO COMUM – COR: VERDE
I. INTRODUÇÃO GERAL
1. “Deus vem ao encontro do homem especialmente nos
momentos de necessidade… O Deus dos profetas e de Je-
sus é aquele que toma a defesa dos pobres e dos fracos. Ele
não está nos fenômenos naturais grandiosos e violentos,
mas no sopro leve da brisa, como que significando a espiri-
tualidade e intimidade das manifestações de Deus ao ho-
mem.
2. A comunidade cristã vive uma existência atormentada
pela hostilidade das forças adversas, que se manifestam nas
perseguições e dificuldades internas e externas. Unicamen-
te com suas forças, ela não chegaria ao fim do seu cami-
nho. Mas Jesus ressuscitado está presente no meio dos
seus; embora invisível, ele os assiste” (Missal Dominical,
Paulus, p. 769).
II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
1ª leitura (1Rs 19,9a.11-13a): Experimentar Deus nos
conflitos
3. Com o massacre dos profetas de Baal (1Rs 18) Elias
livrara o Reino de Israel da catástrofe nacional e da idola-
tria que sustentava e fomentava a exploração das massas
populares sob o reinado de Acab. Esse episódio, contudo,
fez explodir o furor de Jezabel, esposa do rei e patrocinado-
ra do culto a Baal, que decreta a morte de Elias.
4. O profeta foge rumo ao sul, atravessando o Reino de
Judá e entrando no deserto. Deseja morrer, mas Javé o
nutre com misterioso alimento, atraindo-o ao monte Horeb
(= Sinai), lugar da Aliança de Deus com seu povo.
5. A situação e experiência de Elias são semelhantes às de
Moisés, depois que o povo pecou (cf. Ex 32-33). Ambos
experimentam Deus em momentos de profundas crises no
seio do povo. A ambos Deus se mostra próximo e íntimo,
dialogando com eles.
6. A forma como Elias experimenta Deus é diferente da
de Moisés (cf. Ex 33,18-23): Javé não está no furacão que
racha as montanhas e quebra os rochedos, nem no terremo-
to ou no fogo, elementos ordinários das teofanias do Êxodo
(cf. também 2Sm 22,7-16; Is 29,6; Sl 50,3; 97,3-5), mas no
murmúrio de uma brisa suave, quase imperceptível.
7. Elias tem que fazer uma experiência nova de Deus, que
não mais se serve dos fenômenos espetaculares da natureza
para se manifestar. Por quê? Qual o sentido do novo nessa
experiência? Segundo as narrativas mitológicas de Ugarit,
Baal era o deus da tempestade, senhor do trovão e do raio,
diante dos quais a terra entrava em pânico (terremoto). A
vitória de Javé sobre Baal (cap. 18) não quer afirmar que
ele toma o lugar do deus da tempestade. Elias sente que a
experiência com Javé é totalmente diferente em relação às
anteriores: a majestade de Deus se manifesta nas coisas
quase imperceptíveis, como a brisa da manhã. Não é majes-
tade que apavora e espanta, mas cativa e transmite sereni-
dade. Aí reside a novidade da experiência de Deus. Ao
fazê-la, percebe-se que só Javé pode ser considerado Deus,
pois só ele “faz sair” da caverna para a comunhão e com-
promisso com ele.
8. Vento e fogo estão associados à vida de Elias, homem
impetuoso e fogoso por caráter. Sua missão anterior e pos-
terior a essa experiência o demonstra: era um demolidor.
Contudo, encontra Deus na solidão da montanha e no silên-
cio da brisa mansa, longe do tumulto. Ouvindo o vento
suave, ele cobre o rosto com o manto, pois aí percebe a
presença de Javé.
9. Esse texto serviu, erroneamente, para apoiar certa fuga
aos compromissos e lutas próprios do ser cristão. O episó-
dio de Elias no monte Horeb não é fuga ou subtração mais
ou menos velada às exigências da atitude profética. A ação
de Elias, antes e depois da experiência de Deus, o denota
muito bem. Basta ler essa experiência dentro do seu con-
texto para perceber que é uma refontização em vista da luta
pela justiça desejada por Deus. É a mística dos que enfren-
tam a idolatria, particularmente a do poder absolutista e
tirano.
Evangelho (Mt 14,22-33): Deus está presente nas lutas
da comunidade
10. No evangelho de Mateus, a seção 13,53 a 17,27 é a
parte narrativa do quarto livrinho, que pode ser sintetizado
assim: O seguimento do Mestre da justiça. O trecho de hoje
pertence a essa parte narrativa.
11. No trecho do domingo passado vimos Jesus inauguran-
do com os pobres e explorados uma nova humanidade,
onde o comércio é substituído pela partilha dos bens da
criação. A partilha é o grande milagre capaz de saciar a
todos. E a abundância do que sobra será capaz de matar a
fome de tantos outros.
12. O texto de hoje começa com uma afirmação estranha:
Jesus obriga os discípulos a entrar na barca e seguir à sua
frente, para o outro lado do mar (v. 22). Três coisas cha-
mam a atenção: 1. Jesus obriga os discípulos a embarcar (é
a única vez que o verbo obrigar aparece em Mateus). Jesus
mostrou, no episódio anterior, que a partilha é a regra de
ouro para o mundo novo. O ideal da partilha é confiado,
agora, aos que seguem a Jesus. Ele os obriga a continuar o
que acabou de fazer. 2. Os discípulos têm que atravessar o
mar. O texto sintetiza bem a situação de uma comunidade
em missão, em meio a dificuldades e tentativas de implan-
tação do projeto de Deus. 3. Os discípulos são mandados à
outra margem do lago, em território pagão, para semear as
sementes do mundo novo: é o aspecto universal da missão
da comunidade cristã.
13. Jesus passa a noite em oração (v. 23). No evangelho de
Mateus só há duas menções a Jesus que ora a sós (cf.
26,36ss). Não sabemos o conteúdo da oração de Jesus no
monte, mas certamente está relacionado com a missão dos
discípulos e os desafios da “travessia” missionária. De fato,
“a barca, já longe da terra, era batida pelas ondas, pois o
vento era contrário” (v. 24). O vento contrário são as resis-
tências ao projeto de Deus. A fragilidade da barca, a noite,
o vento contrário dão a dimensão exata da fragilidade, obs-
curidade e desafios enfrentados pelas comunidades cristãs,
sementes do Reino da justiça. O mar fala da dimensão iti-
nerante do cristianismo, abrindo caminhos desconhecidos.
14. Jesus vai ao encontro dos discípulos de madrugada,
andando sobre o mar (v. 25). Andar sobre o mar é prerroga-
tiva divina (cf. Jó 9,8; 38,16). E a menção à madrugada
pode ser entendida como referência à manhã da ressurrei-
ção. No evangelho de Mateus Jesus é o Deus-conosco (cf.
1,23) para sempre (cf. 28,20). A memória disso o torna
presente sobretudo nas horas difíceis da “travessia”.
15. Contudo, há sempre o risco de não captar sua presença
nos acontecimentos, considerando-o um fantasma (cf. v.
26). Jesus se dá a conhecer como Deus presente que liberta
das dificuldades: “Sou eu” (v. 27; em grego ego eimi, que
recorda a revelação do Nome divino em Ex 3,14). O conta-
to com sua Palavra dá coragem e afasta o temor. A expres-
são “coragem!” possui, no Novo Testamento, duas conota-
ções: 1. Tomar coragem depois de algo que assustou e fez
desfalecer (9,2.22; Mc 10,49); 2. Abastecer-se de coragem
em vista dos desafios futuros ou das perseguições (cf. Jo
16,33; At 23,11). O encorajamento de Jesus tem essas duas
dimensões.
16. Os vv. 28-31 são breve cena dentro do conjunto maior.
Aparece a figura de Pedro que, desejando andar sobre as
águas, retrata o anseio da comunidade cristã em participar
da condição divina de Jesus. Pedro o reconhece como Se-
nhor que tem poder de superar os desafios (v. 28). Mas
revela também a insegurança e inconstância dos que, dese-
jando superar os obstáculos, se detêm mais nas dificuldades
do que na força do apelo daquele que enviou e chama:
“Venha!” Demonstra, também, que nem ele nem os cristãos
chegaram ainda a compreender que participar da vida de
Jesus e do seu projeto é superar os desafios e obstáculos,
sem pretender que Jesus resolva tudo com um milagre. O
milagre é o de caminhar em meio aos desafios. O cristão se
torna filho de Deus e participa do seu plano em meio às
oposições e perseguições da sociedade que rejeita o projeto
de Deus.
17. A repreensão de Jesus vale, portanto, para todos: “Ho-
mem fraco na fé, por que você duvidou?” (v. 31). A dúvida
é o oposto ao risco ante os desafios. Não é o risco que faz
afundar, mas a dúvida paralisante: “Quem enfrenta os desa-
fios arrisca errar; quem não arrisca erra sempre!”
18. Os vv. 32-33 salientam dois aspectos importantes: 1.
Depois que Jesus subiu à barca o vento cessou, ou seja,
quando a comunidade cristã reconhece que Jesus caminha
com ela, nenhum desafio é maior que a força ou capacidade
de superá-lo. A memória da presença do Deus-conosco é
determinante para atravessar qualquer tempestade. 2. Essa
memória leva ao reconhecimento de quem é Jesus: ajoelha-
ram-se diante dele, dizendo: “De fato, tu és o Filho de
Deus”.
2ª leitura (Rm 9,1-5): O projeto de Deus sofre resistên-
cias
19. Rm 9-11 trata do tema da fidelidade de Deus e da in-
credulidade de Israel. A grande angústia que atormentou a
vida de Paulo foi a rejeição que seus irmãos na carne opu-
seram ao anúncio do Evangelho. De fato, desde a sua con-
versão até a estada em Roma, Paulo se esforçou por anun-
ciar o projeto de Deus aos de sua raça. Em troca recebeu
rejeições, acusações e perseguição sistemática.
20. Estando em Corinto, ele escreve aos romanos, fazendo-
os partilhar de sua angústia e dor. A rejeição do Evangelho
por parte dos parentes de Paulo “segundo a carne” criava
obstáculos à própria evangelização no meio dos pagãos.
21. Paulo inicia sua argumentação com plena consciência
de estar dizendo a verdade em Cristo, apelando para o tes-
temunho do Espírito Santo (v. 1). Ele não entende o porquê
da rejeição. E sua dor é tamanha (v. 2) que, para conduzi-
los a Cristo, desejaria ser amaldiçoado por Cristo (v. 3),
isto é, privado da comunhão com Jesus (cf. também Gl
1,9). É possível ver nesse gesto de Paulo a repetição do
pedido de Moisés, que põe em jogo a própria vida para
salvar o povo: “Agora, se perdoasses seu pecado… Se não,
risca-me, peço-te, do livro que escreveste” (Ex 32,32).
22. A seguir (vv. 4-5), são elencados oito privilégios dos
israelitas, como provas indiscutíveis do amor de Deus.
Nota-se um crescendo da fidelidade de Deus, que vai da
adoção de Israel como povo eleito até o fato do Cristo se-
gundo a carne ter nascido no meio dele: “a adoção filial, a
glória, as alianças, a lei, o culto e as promessas; a eles per-
tencem os patriarcas, e deles é o Cristo segundo a carne”
(vv. 4-5a).
23. Paulo constata que o projeto de Deus sofre resistências
exatamente por parte dos que receberam as maiores provas
da fidelidade de Deus. Contudo, sua preocupação não é a
de estimular a polêmica; pelo contrário, aceita inclusive ser
amaldiçoado por Cristo para que o impasse seja superado.
Sua vida não conta quando se trata de encontrar formas a
fim de que o projeto de Deus seja aceito por todos. Ele crê
firmemente que Deus não abandonou seu povo, pois a fide-
lidade divina permanece inalterada.
24. E o que dizer, hoje, quando o projeto de Deus encontra
resistências no seio das próprias comunidades cristãs, nas
legislações que não levam em conta o bem comum, a justi-
ça, a paz social? Não é um escândalo que cristãos rejeitem
Cristo nos necessitados? Não é escandaloso quando nos
dividimos em tantas Igrejas, sendo Cristo um só? Quem é
capaz de ter os sentimentos de Paulo?
III. PISTAS PARA REFLEXÃO
25. Com base na 1ª leitura (1Rs 19,9a.11-13a) pode-se refletir sobre a coragem dos profetas de ontem
e de hoje. Onde está o segredo de sua força e perseverança? Por que são capazes de experimentar a
presença de Deus nos acontecimentos novos e imprevistos?
26. O evangelho (Mt 14,22-33) nos convida à avaliação da “travessia” da comunidade: quais são as
resistências (vento contrário)? Por que é tão difícil levar o ideal de partilha à “outra margem”? Cremos
que Jesus obriga também a nós a “embarcar”? Recordar exemplos positivos que estimulem a comuni-
dade.
27. Paulo é figura do cristão autêntico (Rm 9,1-5). Ele percebe que o projeto de Deus sofre resistên-
cias, e por isso sofre. Mas sua dor não é passiva. Está disposto a perder a própria vida e ser amaldiço-
ado, a fim de que o projeto de Deus seja aceito por todos.

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Comentário: 19º Domingo Tempo Comum - Ano A

  • 1. DEUS ESTÁ PRESENTE NAS LUTAS DA COMUNIDADE Pe. José Bortoline – Roteiros Homiléticos Anos A, B, C Festas e Solenidades - Paulos, 2007 * LIÇÃO DA SÉRIE: LECIONÁRIO DOMINICAL * ANO: A – TEMPO LITÚRGICO: 19° DOMINGO TEMPO COMUM – COR: VERDE I. INTRODUÇÃO GERAL 1. “Deus vem ao encontro do homem especialmente nos momentos de necessidade… O Deus dos profetas e de Je- sus é aquele que toma a defesa dos pobres e dos fracos. Ele não está nos fenômenos naturais grandiosos e violentos, mas no sopro leve da brisa, como que significando a espiri- tualidade e intimidade das manifestações de Deus ao ho- mem. 2. A comunidade cristã vive uma existência atormentada pela hostilidade das forças adversas, que se manifestam nas perseguições e dificuldades internas e externas. Unicamen- te com suas forças, ela não chegaria ao fim do seu cami- nho. Mas Jesus ressuscitado está presente no meio dos seus; embora invisível, ele os assiste” (Missal Dominical, Paulus, p. 769). II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS 1ª leitura (1Rs 19,9a.11-13a): Experimentar Deus nos conflitos 3. Com o massacre dos profetas de Baal (1Rs 18) Elias livrara o Reino de Israel da catástrofe nacional e da idola- tria que sustentava e fomentava a exploração das massas populares sob o reinado de Acab. Esse episódio, contudo, fez explodir o furor de Jezabel, esposa do rei e patrocinado- ra do culto a Baal, que decreta a morte de Elias. 4. O profeta foge rumo ao sul, atravessando o Reino de Judá e entrando no deserto. Deseja morrer, mas Javé o nutre com misterioso alimento, atraindo-o ao monte Horeb (= Sinai), lugar da Aliança de Deus com seu povo. 5. A situação e experiência de Elias são semelhantes às de Moisés, depois que o povo pecou (cf. Ex 32-33). Ambos experimentam Deus em momentos de profundas crises no seio do povo. A ambos Deus se mostra próximo e íntimo, dialogando com eles. 6. A forma como Elias experimenta Deus é diferente da de Moisés (cf. Ex 33,18-23): Javé não está no furacão que racha as montanhas e quebra os rochedos, nem no terremo- to ou no fogo, elementos ordinários das teofanias do Êxodo (cf. também 2Sm 22,7-16; Is 29,6; Sl 50,3; 97,3-5), mas no murmúrio de uma brisa suave, quase imperceptível. 7. Elias tem que fazer uma experiência nova de Deus, que não mais se serve dos fenômenos espetaculares da natureza para se manifestar. Por quê? Qual o sentido do novo nessa experiência? Segundo as narrativas mitológicas de Ugarit, Baal era o deus da tempestade, senhor do trovão e do raio, diante dos quais a terra entrava em pânico (terremoto). A vitória de Javé sobre Baal (cap. 18) não quer afirmar que ele toma o lugar do deus da tempestade. Elias sente que a experiência com Javé é totalmente diferente em relação às anteriores: a majestade de Deus se manifesta nas coisas quase imperceptíveis, como a brisa da manhã. Não é majes- tade que apavora e espanta, mas cativa e transmite sereni- dade. Aí reside a novidade da experiência de Deus. Ao fazê-la, percebe-se que só Javé pode ser considerado Deus, pois só ele “faz sair” da caverna para a comunhão e com- promisso com ele. 8. Vento e fogo estão associados à vida de Elias, homem impetuoso e fogoso por caráter. Sua missão anterior e pos- terior a essa experiência o demonstra: era um demolidor. Contudo, encontra Deus na solidão da montanha e no silên- cio da brisa mansa, longe do tumulto. Ouvindo o vento suave, ele cobre o rosto com o manto, pois aí percebe a presença de Javé. 9. Esse texto serviu, erroneamente, para apoiar certa fuga aos compromissos e lutas próprios do ser cristão. O episó- dio de Elias no monte Horeb não é fuga ou subtração mais ou menos velada às exigências da atitude profética. A ação de Elias, antes e depois da experiência de Deus, o denota muito bem. Basta ler essa experiência dentro do seu con- texto para perceber que é uma refontização em vista da luta pela justiça desejada por Deus. É a mística dos que enfren- tam a idolatria, particularmente a do poder absolutista e tirano. Evangelho (Mt 14,22-33): Deus está presente nas lutas da comunidade 10. No evangelho de Mateus, a seção 13,53 a 17,27 é a parte narrativa do quarto livrinho, que pode ser sintetizado assim: O seguimento do Mestre da justiça. O trecho de hoje pertence a essa parte narrativa. 11. No trecho do domingo passado vimos Jesus inauguran- do com os pobres e explorados uma nova humanidade, onde o comércio é substituído pela partilha dos bens da criação. A partilha é o grande milagre capaz de saciar a todos. E a abundância do que sobra será capaz de matar a fome de tantos outros. 12. O texto de hoje começa com uma afirmação estranha: Jesus obriga os discípulos a entrar na barca e seguir à sua frente, para o outro lado do mar (v. 22). Três coisas cha- mam a atenção: 1. Jesus obriga os discípulos a embarcar (é a única vez que o verbo obrigar aparece em Mateus). Jesus mostrou, no episódio anterior, que a partilha é a regra de ouro para o mundo novo. O ideal da partilha é confiado, agora, aos que seguem a Jesus. Ele os obriga a continuar o que acabou de fazer. 2. Os discípulos têm que atravessar o mar. O texto sintetiza bem a situação de uma comunidade em missão, em meio a dificuldades e tentativas de implan- tação do projeto de Deus. 3. Os discípulos são mandados à outra margem do lago, em território pagão, para semear as sementes do mundo novo: é o aspecto universal da missão da comunidade cristã. 13. Jesus passa a noite em oração (v. 23). No evangelho de Mateus só há duas menções a Jesus que ora a sós (cf. 26,36ss). Não sabemos o conteúdo da oração de Jesus no monte, mas certamente está relacionado com a missão dos discípulos e os desafios da “travessia” missionária. De fato, “a barca, já longe da terra, era batida pelas ondas, pois o vento era contrário” (v. 24). O vento contrário são as resis- tências ao projeto de Deus. A fragilidade da barca, a noite, o vento contrário dão a dimensão exata da fragilidade, obs- curidade e desafios enfrentados pelas comunidades cristãs, sementes do Reino da justiça. O mar fala da dimensão iti- nerante do cristianismo, abrindo caminhos desconhecidos. 14. Jesus vai ao encontro dos discípulos de madrugada, andando sobre o mar (v. 25). Andar sobre o mar é prerroga- tiva divina (cf. Jó 9,8; 38,16). E a menção à madrugada pode ser entendida como referência à manhã da ressurrei-
  • 2. ção. No evangelho de Mateus Jesus é o Deus-conosco (cf. 1,23) para sempre (cf. 28,20). A memória disso o torna presente sobretudo nas horas difíceis da “travessia”. 15. Contudo, há sempre o risco de não captar sua presença nos acontecimentos, considerando-o um fantasma (cf. v. 26). Jesus se dá a conhecer como Deus presente que liberta das dificuldades: “Sou eu” (v. 27; em grego ego eimi, que recorda a revelação do Nome divino em Ex 3,14). O conta- to com sua Palavra dá coragem e afasta o temor. A expres- são “coragem!” possui, no Novo Testamento, duas conota- ções: 1. Tomar coragem depois de algo que assustou e fez desfalecer (9,2.22; Mc 10,49); 2. Abastecer-se de coragem em vista dos desafios futuros ou das perseguições (cf. Jo 16,33; At 23,11). O encorajamento de Jesus tem essas duas dimensões. 16. Os vv. 28-31 são breve cena dentro do conjunto maior. Aparece a figura de Pedro que, desejando andar sobre as águas, retrata o anseio da comunidade cristã em participar da condição divina de Jesus. Pedro o reconhece como Se- nhor que tem poder de superar os desafios (v. 28). Mas revela também a insegurança e inconstância dos que, dese- jando superar os obstáculos, se detêm mais nas dificuldades do que na força do apelo daquele que enviou e chama: “Venha!” Demonstra, também, que nem ele nem os cristãos chegaram ainda a compreender que participar da vida de Jesus e do seu projeto é superar os desafios e obstáculos, sem pretender que Jesus resolva tudo com um milagre. O milagre é o de caminhar em meio aos desafios. O cristão se torna filho de Deus e participa do seu plano em meio às oposições e perseguições da sociedade que rejeita o projeto de Deus. 17. A repreensão de Jesus vale, portanto, para todos: “Ho- mem fraco na fé, por que você duvidou?” (v. 31). A dúvida é o oposto ao risco ante os desafios. Não é o risco que faz afundar, mas a dúvida paralisante: “Quem enfrenta os desa- fios arrisca errar; quem não arrisca erra sempre!” 18. Os vv. 32-33 salientam dois aspectos importantes: 1. Depois que Jesus subiu à barca o vento cessou, ou seja, quando a comunidade cristã reconhece que Jesus caminha com ela, nenhum desafio é maior que a força ou capacidade de superá-lo. A memória da presença do Deus-conosco é determinante para atravessar qualquer tempestade. 2. Essa memória leva ao reconhecimento de quem é Jesus: ajoelha- ram-se diante dele, dizendo: “De fato, tu és o Filho de Deus”. 2ª leitura (Rm 9,1-5): O projeto de Deus sofre resistên- cias 19. Rm 9-11 trata do tema da fidelidade de Deus e da in- credulidade de Israel. A grande angústia que atormentou a vida de Paulo foi a rejeição que seus irmãos na carne opu- seram ao anúncio do Evangelho. De fato, desde a sua con- versão até a estada em Roma, Paulo se esforçou por anun- ciar o projeto de Deus aos de sua raça. Em troca recebeu rejeições, acusações e perseguição sistemática. 20. Estando em Corinto, ele escreve aos romanos, fazendo- os partilhar de sua angústia e dor. A rejeição do Evangelho por parte dos parentes de Paulo “segundo a carne” criava obstáculos à própria evangelização no meio dos pagãos. 21. Paulo inicia sua argumentação com plena consciência de estar dizendo a verdade em Cristo, apelando para o tes- temunho do Espírito Santo (v. 1). Ele não entende o porquê da rejeição. E sua dor é tamanha (v. 2) que, para conduzi- los a Cristo, desejaria ser amaldiçoado por Cristo (v. 3), isto é, privado da comunhão com Jesus (cf. também Gl 1,9). É possível ver nesse gesto de Paulo a repetição do pedido de Moisés, que põe em jogo a própria vida para salvar o povo: “Agora, se perdoasses seu pecado… Se não, risca-me, peço-te, do livro que escreveste” (Ex 32,32). 22. A seguir (vv. 4-5), são elencados oito privilégios dos israelitas, como provas indiscutíveis do amor de Deus. Nota-se um crescendo da fidelidade de Deus, que vai da adoção de Israel como povo eleito até o fato do Cristo se- gundo a carne ter nascido no meio dele: “a adoção filial, a glória, as alianças, a lei, o culto e as promessas; a eles per- tencem os patriarcas, e deles é o Cristo segundo a carne” (vv. 4-5a). 23. Paulo constata que o projeto de Deus sofre resistências exatamente por parte dos que receberam as maiores provas da fidelidade de Deus. Contudo, sua preocupação não é a de estimular a polêmica; pelo contrário, aceita inclusive ser amaldiçoado por Cristo para que o impasse seja superado. Sua vida não conta quando se trata de encontrar formas a fim de que o projeto de Deus seja aceito por todos. Ele crê firmemente que Deus não abandonou seu povo, pois a fide- lidade divina permanece inalterada. 24. E o que dizer, hoje, quando o projeto de Deus encontra resistências no seio das próprias comunidades cristãs, nas legislações que não levam em conta o bem comum, a justi- ça, a paz social? Não é um escândalo que cristãos rejeitem Cristo nos necessitados? Não é escandaloso quando nos dividimos em tantas Igrejas, sendo Cristo um só? Quem é capaz de ter os sentimentos de Paulo? III. PISTAS PARA REFLEXÃO 25. Com base na 1ª leitura (1Rs 19,9a.11-13a) pode-se refletir sobre a coragem dos profetas de ontem e de hoje. Onde está o segredo de sua força e perseverança? Por que são capazes de experimentar a presença de Deus nos acontecimentos novos e imprevistos? 26. O evangelho (Mt 14,22-33) nos convida à avaliação da “travessia” da comunidade: quais são as resistências (vento contrário)? Por que é tão difícil levar o ideal de partilha à “outra margem”? Cremos que Jesus obriga também a nós a “embarcar”? Recordar exemplos positivos que estimulem a comuni- dade. 27. Paulo é figura do cristão autêntico (Rm 9,1-5). Ele percebe que o projeto de Deus sofre resistên- cias, e por isso sofre. Mas sua dor não é passiva. Está disposto a perder a própria vida e ser amaldiço- ado, a fim de que o projeto de Deus seja aceito por todos.