2. A Igreja vive num campo minado pelo Inimigo. A jornada rumo à
glória não é uma estrada reta, espaçosa e confortável, mas um
caminho sinuoso, cheio de perigos e espinhos. Embora a caminhada
seja difícil e os inimigos sejam muitos, a chegada ao destino é certa!
Algumas verdades são destacadas no trecho que lemos. Vamos ver
quais são.
AS MARCAS DE UMA IGREJA VERDADEIRA – VS. 04-07
Vamos destacar cinco marcas conforme o texto do apóstolo Paulo à
Igreja de Colossos. Vejamos em primeiro lugar o que diz o apóstolo
no versículo 05:
3. Era uma Igreja disciplinada – Paulo manifesta sua alegria ao verificar
que aqueles irmãos viviam em ordem e firmados na fé. A palavra
grega “táxis” é traduzida por “fileiras ordenadas” como em um
exército ou “em perfeita disposição”. A Igreja deve se assemelhar a
um exército, com cada “soldado” em seu devido posto, aguardando
a ordem de seu comandante. Os cristãos devem avançar com
disciplina e obediência como fazem soldados em um campo de
batalha.
4. Em segundo lugar: Verso 06 – Uma igreja verdadeira manifesta um
firme propósito com o Senhorio de Jesus Cristo. É uma Igreja que
vive para Cristo e Nele. A vida cristã só é possível se estiver debaixo
do senhorio de Jesus Cristo. Um dos resultados da conversão é a
submissão completa de nossa vida a Jesus. Somente no Novo
Testamento Jesus é tratado como Salvador 22 vezes e como Senhor
por 650 vezes. Há uma grande ênfase do N.T de testemunhar este
senhorio absoluto!
Terceiro lugar: também no verso 06 – Uma igreja verdadeira se
dispõe a seguir Cristo! É andar como Ele andou! O cristão verdadeiro
é aquele que caminha com Cristo, vive no Espírito e faz as mesmas
coisas que Cristo fez. Uma igreja verdadeira fará tudo o que estiver
ao seu alcance para servir a Cristo e praticar Seus ensinos!
5. Em quarto lugar: Vs. 07 – Uma Igreja verdadeira evidencia uma
inabalável firmeza em Cristo! Paulo utiliza algumas metáforas para
mostrar esta verdade. A primeira delas é a expressão “enraizados”.
Isto sugere que o cristão verdadeiro tem a estabilidade igual de uma
enorme árvore cujas raízes estão absolutamente firmes no solo e
nem o vento nem a chuva podem arrancá-la ou movê-la.
6. A segunda figura que Paulo utiliza é a de uma edificação. É uma
figura da arquitetura e revela que nós devemos ser como edifícios
cujo fundamento é o Senhor. Devemos ser como a casa edificada
sobre a rocha. Jesus é a pedra sobre a qual a Igreja deve estar
edificada, fortemente construída. Jesus é o sustentador da Igreja!
7. Em quinto lugar: Uma Igreja verdadeira manifesta grande gratidão a
Deus (Vs.07). Paulo utiliza a palavra “transbordando” para falar da
alegria da Igreja verdadeira. Quando cremos em Jesus uma fonte de
alegria jorra em nossos corações. O cristão é alguém que se enche
de gratidão todos os dias e não de murmuração. Ele sempre se
volta para Deus, a fonte de todo bem, com a alma em festa e com o
coração cheio de gratidão.
8. Os perigos enfrentados pela Igreja verdadeira
Em primeiro lugar: (vs. 04) – Ser enganada por falsos raciocínios ou
falas ideias. Os falsos mestres tinham chegado a Colossos e a Igreja
começou a correr sérios riscos. Com palavras persuasivas e
mentirosas, aqueles homens estavam tentando enganar os santos. A
Igreja deve estar atenta a toda forma de engano de Satanás. A Igreja
verdadeira não dá ouvidos a pessoas sedutoras e suas ideias sempre
“modernas” ou traiçoeiramente contrárias à Bíblia. O Diabo nunca
fez tantos ataques a Igreja como em nossos dias. Portanto, muito
cuidado!
9. Em segundo lugar: (vs.08) – A Igreja corre grande perigo quando dá
ouvidos a vãs filosofias. Falsas filosofias, em especial o gnosticismo
tinham invadido a cidade de Colossos. Havia naquele lugar uma
marcante presença de pessoas hereges e falsas. O próprio
gnosticismo era assim, uma filosofia que estava distorcendo as
verdades do ensino de Cristo. Eles não negavam diretamente a
pessoa e a Obra de Cristo, mas, negavam Sua Supremacia e poder.
Eles olhavam para Jesus apenas como mais um mediador entre os
homens e Deus. Na verdade Jesus não passava de apenas uma
emanação (aparição espiritual) de Deus. Eles estavam tentando
destruir a Glória do Senhor Jesus. Eles baseavam seus conceitos em
adivinhações, astrologias, elementos da filosofia grega e deuses do
panteão grego. Não se baseavam na Palavra de Deus e faziam uso
de vários recursos humanos para tentar enganar as pessoas.
10. As armas de defesa da Igreja verdadeira – 09 e 10
Paula defendeu o uso de duas armas de defesa para a Igreja
verdadeira:
Primeira: (09) – Os gnósticos ensinavam que Jesus não tinha a
Divindade de Deus e que era mais um mediador. Eram homens que
tinham uma visão distorcida de quem é Jesus. A resposta de Paulo é
fulminante – Cristo não é uma revelação ou emanação de Deus, mas
o próprio Deus em toda a Sua plenitude. Jesus é Deus e
perfeitamente Divino. Nele habita toda a Glória de Deus! Note a
diferença: nenhum ser criado pode ter a plenitude de Deus. Se em
Cristo habita toda a plenitude, Jesus é Deus Emanuel. Nele habita
toda a eternidade de Deus e Seu Infinito Poder!
11. Segunda arma: (Vs.10) - Jesus é o “cabeça”, o dono de todo poder
de Deus. Jesus é o governador Supremo de todas as coisas, de
modo que todos os anjos do céu O louvam e O obedecem! Este é o
Cristo revelado ao mundo, este é o Cristo que recebemos em nossas
vidas!
O que Cristo fez pela Igreja verdadeira – 11 ao 15
Paulo fala de cinco obras grandiosas
12. 1ª - Transformação interior em lugar de exterior – Os falsos mestres
em Colossos aliados aos judaizantes diziam que a fé em Cristo não
era suficiente para a salvação, os homens deveriam também fazer a
circuncisão para serem salvos. Sabemos que a circuncisão era um
sinal da aliança de Deus com o povo de Israel, mas nada tinha de
espiritual, era apenas uma marca externa. Uma simples mudança no
corpo nunca poderia salvar alguém. A circuncisão era apenas uma
marca do homem consagrado a Deus (como o batismo nos dias de
hoje). Os falsos mestres fizeram uma leitura errada do A.T e
começaram a ensinar que a circuncisão era sinal de salvação eterna.
Uma mentira que a Bíblia nunca ensinou. A circuncisão que Cristo
faz é bem diferente da tradição judaica! A de Cristo é no coração! A
judaica era feita por mãos humanas a de Cristo pelo Espírito Santo!
A judaica não podia ajudar as pessoas espiritualmente, mas a de
Cristo capacita o homem a vencer o pecado!
13. 2º - Uma vida radicalmente nova (12,13A). Paulo usa aqui a figura do
batismo como nossa identificação com Cristo. Quando Cristo morreu
nós morremos com Ele. Quando Cristo ressuscitou nós
ressuscitamos com Ele. Temos vida em Cristo! E uma NOVA VIDA! As
coisas velhas ficaram para trás...
3º - O perdão definitivo dos pecados (02:13b) – O perdão de Deus é
gratuito, generoso e fundamental para nós. Uma das melhores
experiências que temos com Deus é o perdão real de nossos
pecados! “Uma consciência atormentada pelo peso da culpa é uma
das maiores tragédias espirituais da Humanidade “ – Hernandes
Dias Lopes. Mas Jesus derramou Seu sangue precioso para uma
completa remissão de nossos pecados. Deus apaga nossas
transgressões em Cristo e não se lembra mais deles - Isaias 43:45.
14. 4º lugar – O cancelamento total da dívida (02:14) – Jesus não
somente levou nossos pecados sobre a cruz, mas cancelou a dívida
que tínhamos para com Deus por causa de nossos pecados! Que
dívida é esta? Quando falamos em dívida falamos em um preço que
estamos devendo. Qual seria o preço justo que deveríamos pagar por
tamanha salvação? Quanto custa nossa salvação eterna? O preço não
pode ser mensurado, mas há um preço! Portanto esta “dívida” foi
paga por Jesus em seu lugar! Deus anulou nossa dívida por meio da
morte de Cristo! O preço já foi pago! A palavra grega “exaleifein”
traduzida significa “remover”, “anular” ou “inutilizar”. Deus anulou
todas as dívidas que tínhamos, cancelou nosso débito impagável! Em
Sua imensa misericórdia o Senhor destruiu, eliminou todos os
registros das nossas dívidas! Jesus tornou-se o nosso fiador espiritual
e pagou tudo aquilo que devíamos! Quando Cristo foi à cruz, Deus
lançou sobre Ele a iniquidade de todos nós. Por isso Jesus bradou no
topo da cruz: “Está consumado!” – João 19:30.
15. 5º lugar – O triunfo final sobre o mal e suas potestades (02:15) –
Jesus não somente lidou com o pecado na cruz, mas também com
Satanás. Jesus despojou os principados e potestades, triunfando
sobre todos os poderes satânicos. Jesus quebrou de uma vez e para
sempre o poder das trevas. A vitória final de Jesus alcançou todo o
Universo! As trevas foram derrotadas não apenas na Terra, mas em
todo o Universo! A cruz foi o golpe definitivo contra o mal e agora
os salvos não precisam mais ter medo desses “agentes malignos”.
Paulo já havia dito sobre esta liberdade – Col. 01:13. Não é Cristo o
Cabeça de todo poder e autoridade? (02:10). Não foi Cristo quem
amarrou o valente? (Mateus 12:29). A cruz exibiu publicamente a
vergonha dos poderes malignos, triunfando sobre eles!
16. Dr. Russel Shedd
Doutor em
Teologia, Pastor, fundador
da “Edições Vida Nova” e
filho de missionários
Batistas americanos.
“Cristo venceu os principados e potestades
ao
vencer
todas
as
tentações
satânicas,
vivendo
uma
vida
absolutamente
sem
pecado.
Mas
ainda, Cristo os venceu pela morte. Os
poderes do mal tentaram destruir Jesus
publicamente, pela rejeição do povo que
gritava: Crucifica-O! - e pelo poder dos
políticos e líderes israelitas com a
concordância de Roma. Justamente na
tentativa da maior vitória das trevas sobre
o Senhor da Glória, Ele rompeu os grilhões
da morte, demonstrando Sua vitória sobre
as trevas e o poder do pecado em Sua
expiação na cruz e por sua ressurreição”.
17. Pastor Warren
Wiersbe
Doutor e
professor em
Seminários nos
EUA
“Jesus conquistou três vitórias na cruz:
1) Jesus despojou os principados e
potestades, tirando de Satanás e seu
exército todas as suas armas. 2) Jesus
publicamente os expôs à vergonha e à
derrota. 3) Jesus triunfou sobre todas as
hostes do mal! Jesus Cristo conquistou
uma vitória absoluta, voltando à Glória
em um grande cortejo triunfal” – Efésios
04:08.