apresentação das principais ideias sobre o que Brian Street pensa a respeitos e eventos e práticas de letramento

1. Eventos de letramento e
práticas de letramento
STREET, B. Eventos de letramento e práticas de letramento: teoria e
prática nos novos estudos de letramento. In. MAGALHÃES, I. (org.)
Discursos e práticas de letramento. Campinas, Mercado de Letras, 2012.
Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS
Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada
Seminário de Estudos – TÓPICOS EM ESTUDOS DE LETRAMENTO
Joseane Matias e Sueli G. Temóteo

2. Que termos são usados em relação ao
letramento?
 Eventos de letramento;
 Atividades de letramento;
 Padrões de letramento;
 Estratégias de letramento;
 Situações de letramento.

3. Como ligar teoricamente relatos sobre
eventos de letramento e relatos sobre
práticas de letramento?
 O que você quer dizer com eventos de letramento e práticas de letramento?
 Como você usa os conceitos em sua própria pesquisa?
 Quais são os conceitos que você achou úteis na coleta, na descrição e na
análise dos dados de sua pesquisa?
 Como e por que pesquisadores e pesquisadoras do letramento decidiram usar
determinado conceito?
 O que ele significa para autores/autoras e leitores/leitoras?
 Qual a contribuição do conceito?
 Quais os problemas que ele aponta quando se tenta construir sentido nessa
área complexa?
p. 70 e 71

4. MÚLTIPLOS LETRAMENTOS x MULTILETRAMENTOS
 Oposição ao letramento
autônomo.
 Termo associado a culturas
diferentes (crítica: 1 letramento=1
cultura)
 Armadilha da reificação: “A
cultura é um processo que é
contestado, não um inventário
dado de características” (p. 72).
 Formas múltiplas de letramentos
 Termo associado a canais e
modos (digital, visual, etc.)
 Kress(1997) critica o uso do termo
enquanto metáfora para
competência (política,
emocional)
 “As práticas de letramento
envolvendo leitura e escrita são
apenas parte do que as pessoas
terão que aprender para serem
letradas” (p. 73)
Problema comum: DETERMINISMO
Deixa-se de levar em conta as práticas sociais ligadas à construção,
aos usos e aos significados do letramento no contexto.

5. “São as práticas sociais que
atribuem significados e
conduzem a efeitos e não o
canal em si mesmo”.
p. 74

6. EVENTOS DE LETRAMENTO
X
PRÁTICAS DE LETRAMENTO
DESCREVER
ANALISAR

7. Eventos de letramento
 Barton: termo deriva de “evento de fala” (sociolinguística)
 Anderson, Teale e Estrada: “ocasião durante a qual o indivíduo ‘tenta
compreender os signos gráficos’”
 Heath: ocasião em que o fragmento da escrita é integral à natureza das
interações entre os participantes e de seus processos interpretativos
 “Focar em uma situação particular onde as coisas estão acontecendo,
vê-las enquanto acontecem” (p.75)

8. Práticas de letramento
 Street: práticas + concepções sociais da leitura e da escrita
 Lidar com os eventos e ligá-los ao contexto social
 Dar significado ao evento
 Concepção cultural mais ampla, realização da leitura e da escrita em
contextos culturais
 Oposição ao modelo autônomo de letramento
 “É a abordagem do letramento como prática social que fornece um
modo de construir significados do letramento nesses contextos e não a
confiança nas noções vazias de habilidades, taxas e níveis de letramento
que dominam o discurso contemporâneo sobre o letramento” (p. 77)

9. Debates e conflitos de letramento: o papel
dos Novos Estudos de Letramento
 Antropologia
 Desenvolvimento
 Letramento de adultos
 Escolarização

10. Debates e conflitos de letramento:
o papel dos Novos Estudos de Letramento
 Antropologia
 Desenvolvimento
 Letramento de adultos
 Escolarização

11. Antropologia
Divisão entre sociedades pré-letradas e letradas
Pessoas com pouco ou nenhum letramento
podem desempenhar complexos processos
cognitivos, atingir a consciência metalinguística e
realizar as operações lógicas que Goody,Ong e
Olson atribuíram à sociedade letradas

12. Desenvolvimento
Projetos modernistas de desenvolvimento, no pós-
guerra, voltados para a educação, alguns com
foco especial nas mulheres, desenvolvidos por
agências como a Unesco, agencias nacionais
governamentais e não governamentais, baseiam-se
em estatísticas de analfabetismo.

13. As novas abordagens lidam com letramentos
concretos, participativo e possibilitadores de
empoderamento, numa perspectiva socialmente
orientada, focalizada mais precisamente nas
condições locais.

14. Letramento de adultos
Abordagens ‘sociais’centradas no aprendiz e na
comunidade, com suporte freireano, mas
apresentando discursos verticalizados sobre
analfabetismo.
Os Novos Estudos do Letramento ajudam a
articular e legitimar um movimento já desenvolvido
que era considerado, muitas vezes,
antiacadêmico, cujo papel é expor as bases
conceituais da mudança e propor alternativas.

15. Escolarização
Maior área de interesse popular e preocupação
do governo.
O modelo dominante é o da instrução autonôma,
baseada em habilidades.
É a concepção de letramento articulada pela
mídia, pelo governo e por agências correlatas.
Divulgação de dados sobre ‘queda de padrões’,
‘deficit’, ‘analfabetismo’, habilidades ou a sua
falta e quase nada sobre abordagens mais
sociais.

16. *Importante
Resistência ao discurso dominante.
Abordagem ‘socialmente sensível’, menos
baseada em habilidades.
Influência de freire e do letramento crítico.
Consciência Linguística Crítica (CLC)
Estudos da Mídia e Estudos Culturais evitam
modelo ‘autônomo’

17. Fatores possibilitadores de alternativas
O aumento da expectativa sobre o letramento e a
‘queda de padrões’ dos governos no Reino Unido e
nos EUA.
A histeria da mídia sobre o letramento

18. Questões desafiadoras
Os pesquisadores e pesquisadoras do NEL estariam
prontos para aproveitar o momento?
O que preparam com relação às aplicações
práticas e à mediação da teoria na prática para
dar conta das demandas que serão feitas a
pesquisadores, pesquisadoras e praticantes do
letramento, se o atual turno de intervenções for mal
sucedido?