Aula 2- CME - Central de Material Esterelizado - Parte 1.pdf
Técnicas básicas para o exame físico
1. TÉCNICAS BÁSICAS PARA O EXAME
FÍSICO
Métodos Propedêuticos
Enfª Jéssica Miranda de Souza
Disciplina: Fundamentos Semiológicos de Enfermagem
2. Objetivos de aprendizagem
1. Identificar os métodos propedêuticos utilizados para
realização de um exame físico de qualidade;.
2. Conhecer as variações dos métodos propedêuticos,
inspeção estática e dinâmica, palpação superficial e
profunda, percussão e os sons identificáveis e locais
de ausculta.
3. Conhecer as principais manobras específicos para
confirmação diagnóstica.
3. I. Inspeção,
II. palpação,
III. percussão
IV. ausculta.
O exame físico compreende:
Utiliza-se os sentidos,
sobretudo a visão, o tato e a
audição.
Além desses, o olfato é considerado
também um sentido importante
para buscar dados que subsidiem o
raciocínio clínico de enfermagem.
Certifique-se de que haja iluminação adequada,
direta ou
tangencial.
• Utilize uma fonte de iluminação direta (p. ex.,
uma lanterna de
bolso ou uma lâmpada) para inspecionar as
cavidades do corpo.
4. Inspeção
A inspeção é o ato de observar e
inspecionar.
Avaliação do aspectos como:
a) cor,
b) forma,
c) tamanho e
d) movimento das diversas áreas corporais.
Ela deve ser panorâmica e localizada, investigando-se as
partes mais acessíveis das cavidades em contato com o
exterior.
5. Tipos de inspeção
• INSPEÇÃO ESPECÍFICA
A inspeção específica é
realizada no exame dos diversos
aparelhos.
• INSPEÇÃO GERAL
No primeiro contato com o
paciente faz-se uma inspeção
geral, observando:
a. Estado aparente de saúde,
b. Nível de consciência,
c. Estado nutricional e de
d. Hidratação,
e. Estatura,
f. Postura,
g. Atividade motora,
h. Cor da pele,
i. Higiene pessoal,
j. Humor e
k. Tipo de fala.
6. CLASSIFICAÇÃO
Observa-se os
movimentos corporais do
paciente e as alterações
decorrentes dos mesmos,
centrado nos movimentos
próprios do segmento
inspecionado.
Ex: caracterização da amplitude
dos movimentos respiratórios.
Realizada com o
paciente em repouso
observando os contornos
anatômicos.
Ex: a observação da forma
do tórax.
Inspeção Estática Inspeção Dinâmica
7. Inspeção tangencial
É a técnica correta para se
pesquisar movimentos
mínimos na superfície
corporal, como:
1. pulsações,
2. abaulamentos,
3. retrações,
4. ondulações.
Inspeção frontal
É como se designa a
técnica de olhar frente a
frente a região a ser
examinada. Esta é
considerada o modelo
padrão do procedimento;
8. RECURSOS
- iluminação adequada, de preferência com luz natural;
- para a inspeção de cavidades, usar pequena lanterna;
- expor apenas no segmento do corpo a ser
inspecionado;
• Obs: Todo o paciente deve ser inspecionado, atendo-se à região de maior queixa.
9. Palpação
A palpação é uma técnica que permite a obtenção do
dado através do tato e da pressão.
I. O sentido do tato leva à
obtenção das impressões
táteis da parte mais
superficial do corpo humano
–deprimindo a pele de 1 a 2 cm
palpação superficial.
II. Enquanto que a pressão
permite a obtenção destas
impressões de regiões mais
profundas do corpo –
deprimindo a pele de 3 a 5 cm
palpação profunda.
10. OBSERVAÇÕES - Palpação
a. Lavar as mãos a cada exame;
b. Aquecer as mãos, esfregando-as uma contra a
outra;
c. Ter as unhas cortadas e tratadas, evitando
traumatismo no paciente- cliente;
11. TÉCNICAS de Palpação
• Palpação com a mão
espalmada, usando-se
toda a palma de uma mão
ou ambas as mãos;
• Ex: exame mamas; nodulos; dor;
sinais flogistico...
• Palpação com uma das
mãos sobrepondo-se à
outra;
• Ex: palpação profunda; pressão...
12. Palpação com a
mão espalmada,
usando-se apenas as
polpas digitais e a
parte ventral dos
dedos.
Ex: sensibilidade dolorosa; tecido
cavernoso...
13. • Palpação em pinça:
usando-se o polegar e o
indicador, formando
uma pinça;
Ex:
• nódulos,
• turgir pele,
• mamilos...
• Palpação com o dorso
dos dedos e das mãos.
• Ex:
• avaliar temperatura.
14. • Dígito-pressão: realizada
com a polpa do polegar ou
do indicador, consiste na
compressão de uma área,
Ex:
• dor,
• detectar edema e/ou
• avaliar circulação cutânea.
15. • Puntipressão:
utiliza-se um objeto
pontiagudo, não cortante,
num ponto do corpo, para
avaliar sensibilidade
dolorosa
• Ex: Hanseniase
• Fricção com algodão:
sensibilidade tátil
• Ex: Hanseniase ; traumas...
• Palpação bimanual (uma
das mãos aproxima a
estrutura a ser examinada e
a outra realiza a palpação).
• Ex: Avaliacoes de orgãos: fígado,
baço, pãncreas....
16. Percussão
1. delimitar órgãos,
2. detectar coleções de líquido ou ar e
3. perceber formações fibrosas teciduais.
• O SOM É INFLUENCIADO PELA:
• espessura da parede e
• natureza das estruturas subjacentes.
O princípio da percussão baseia-se nas vibrações
originadas através de pequenos golpes realizados em
determinada superfície do organismo.
17. TIPOS DE SONS NA PERCUSSÃO
• MACIÇO: obtém-se percutindo regiões
desprovidas de ar (músculo, fígado,
coração). Sensação de dureza e
resistência.
• SUBMACIÇO: variação do maciço, é a
presença de ar em pequena quantidade
(região de transição entre o
parênquima pulmonar e um órgão
sólido).
• TIMPÂNICO: obtido em regiões que
contenham ar, recobertas por membrana
flexível, como o estômago.
• CLARO PULMONAR: obtém-se quando
se percute especificamente a área dos
pulmões.
18. Percussão direta
• È realizada golpeando-se
diretamente com as
pontas dos dedos e da
região-alvo.
• Os dedos devem estar
fletidos, imitando a
forma de um martelo, e
os movimentos de golpear
são feitos pela articulação
do punho.
19. Percussão dígito-digital
• É realizada golpeando-se
com um dedo a borda
ungueal ou a superfície
dorsal da segunda
falange do dedo médio
ou indicador da outra
mão, que encontra-se
espalmada e apoiada na
região de interesse.
20. Punho-percussão e percussão com a
borda da mão
• São utilizadas com o objetivo de
buscar sensação dolorosa nos rins.
Os golpes são dados na área de
projeção deste órgão, nas regiões
lombares.
1) PUNHO-PERCUSSÃO,
a mão deve ser mantida fechada;
golpeia-se a área com a borda
cubital.
2) PERCUSSÃO COM A BORDA
DA MÃO,
os dedos ficam estendidos e
unidos; golpeia-se a região
desejada com a borda ulnar.
21. Percussão por piparote
É utilizada para
pesquisar ascite.
com uma das mãos, o
examinador golpeia o
abdome com piparotes,
enquanto que a outra mão,
espalmada na região
contralateral, capta ondas
líquidas que se chocam
com a parede abdominal.
Ex: Ascite...
É positivo na ascite de GRANDE
volume;
22. Ausculta
• Consiste na aplicação do sentido da audição para ouvir sons ou
ruídos produzidos pelos órgãos.
Esses sons são decorrentes da vibração das estruturas
entre sua origem e a superfície corporal.
• utiliza-se um estetoscópio
• Ausculta direta: vibração sonora captada diretamente pelo
ouvido.
• Ausculta indireta: vibração sonora captada pelo estetoscópio.
a. Intensidade
b. Tom
c. Duração
d. Qualidade
24. TIPOS DE SONS - NA AUSCULTA
1. Pulmões: murmúrio
vesiculares, roncos, sibilos ou
ruídos adventícios;
2. Coração: bulhas cardíacas e
suas alterações, para
reconhecer sopros ou outros
ruídos.
3. Vasos sanguíneos: sopros.
4. Intestino: murmurio
vesicular, ruídos hidroaéreos;
25. OBSERVAÇÕES
1) Deve ser realizada em ambiente silencioso;
2) O paciente deve estar relaxado na posição recomendada
(deitado, para ausculta do trato gastrintestinal, sentado ou
em pé para ausculta do tórax);
3) A área a ser auscultada deve estar descoberta ou
coberta com tecido fino para evitar ruídos adventícios;
4) Comparar as regiões simétricas e, após uma ausculta
geral, focalizar nos locais de sinais auscultatórios
anormais;
5) Na ausculta pulmonar, especificamente, o paciente deve
respirar com a boca entreaberta, sem produzir ruídos
audíveis e com movimentos respiratórios regulares e de
mesma amplitude inspiratória e expiratória.
28. 6 a 12cm
da linha
hemiclavic
ular
4 a 8 cm da linha
média esternal
HEPATOMETRICA Técnica de Lemos Torres
Uma mão do
examinador é utilizada na
tração anterior enquanto a
outra palpa, buscando a borda
hepática.
29. Técnica de Mathieu - mão em
garra
Com as mãos paralelas e
os dedos “em garra”, o examinador
avalia desde a fossa ilíaca direita, a
borda inferior do fígado durante as
inspirações.
30. Sinal de Murphy
É positivo quando há parada
brusca da inspiração durante a
compressão do ponto cístico.
palpação profunda da vesícula
biliar
Pede-se para o paciente
inspirar profundamente.
Ao inspirar, o diafragma
faz com que o fígado desça e
assim a vesícula biliar possa
ser palpada pela mão.
Se houver a presença de
colecistite o paciente ao inspirar
sente muita dor e acaba
expirando.
32. Sinal de Jobert
Sons timpânicos ao invés de
maciços, durante a percussão da
região de projeção do fígado,
observado em pneumoperitôneo.
33. Sinal de Giordano
Dor à percussão na região lombar,
indica
acometimento renal;
Positivo em pielonefrite aguda.
34. Sinal de Blumberg
Manobra da descompressão súbita
que gera dor à descompressão;
Indica irritação peritoneal.
Sinal de Rovsing
DOR
palpação
35. Sinal de Cullen e de Grey Turner
Equimose periumbilical e nos
flancos;
Ambos causados por hemorragia
peritoneal.
(pancreatite aguda grave).
Sinal de Cullen Grey Turner
36. Manobra de Schuster
Paciente em decúbito lateral
direito com as pernas fletidas;
OBS: O baço é palpável somente
quando aumentado.
37. BIBLIOGRAFIA
•
• BEVILACQUA, Fernando; BENSOUSSAN, Eddy; JANSEN,
José Manoel; SPÍNOLA E CASTRO, Fernando. Manual do
Exame Clínico. 12 ed. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2001.
• POSSO, Maria Belén Salazar. Semiologia e Semiotécnica de
Enfermagem. São Paulo: Atheneu, 2003.
• POTTER, Patrícia A; PERRY, Anne G. Enfermagem Prática.
3 ed. São Paulo: Santos, 1998.