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O “BIG BROTHER” DE ROMA
Mary Schultze, 2003
Prefácio
Este livro foi escrito a partir de uma pesquisa realizada nos livros dos seguintes autores: Dr. Ronald Cooke, Dr. Ian Paisley, Prof.
Arthur Noble, Barão Avro Manhattan, Eric Jon Phelps, T. A. MacMahon, ex-freira Mary Ann Collins, Júlio Carrancho e Thomas F.
Heize.
Sempre que leio mil páginas sobre a Igreja Católica Romana (ICR) – história e doutrina - sinto-me na obrigação de escrever
sobre esta Igreja, a fim de alertar os cristãos a não se engajarem na mesma, pois ela tem usado e abusado do Nome Santo do
nosso Salvador e Senhor Jesus Cristo, durante mais de 16 séculos, a fim de perseguir e matar pessoas inocentes, com o objetivo
específico de aumentar a sua riqueza monumental, o seu prestígio político mundial e a escravidão religiosa dos seus membros.
Fui católica durante 48 anos de minha vida e salva em 01/05/1978, após ler o Novo Testamento e Salmos da Trinitariana.
Nunca fui uma pessoa censurável em meu procedimento social e moral. Contudo estava engajada numa Igreja que prega
mentiras e superstições e, por isso, jamais tive tempo de olhar exclusivamente para Jesus, desviando a vista para Maria e os
“santos”, o que iria me render o inferno eterno.
Agora, salva pela graça da fé em Jesus Cristo e confiando inteiramente no Seu sacrifício vicário na cruz (único e jamais
repetível), dou graças a Deus por tão grande salvação e desejo que todos os meus leitores possam encontrar a mesma VERDADE
que encontrei nas páginas da Bíblia, libertando-se da mentira religiosa em que todos nós estamos imersos, antes de
conhecermos o verdadeiro Evangelho do único Senhor e Mediador entre Deus e os homens – Jesus Cristo.
Capítulo 1
Falsas Credenciais
Mary Ann Collins, em seu livro “The Spirit of Roman Catholicism” (por mim traduzido), diz o seguinte: “A ICR afirma que os
primeiros cristãos eram católicos romanos e que (sem considerar a Igreja Ortodoxa), todos os cristãos eram seus membros, até
chegar a Reforma Protestante. Ela afirma também que o apóstolo Pedro foi o seu primeiro papa, tendo governado a partir de
Roma.”
Mas será que essas afirmações conseguem passar no teste da história, ou são apenas falsas credenciais?
Constantino
Em 28/10/0312, o imperador romano Constantino encontrou-se com o Bispo Milcíades (Mais tarde os católicos romanos iriam
referir-se ao mesmo como o papa Milcíades de Roma). Milcíades era assistido por Silvestre, um romano que falava o Latim
clássico e lhe servia de intérprete. No dia anterior, Constantino tinha visto um sinal nos céus. Uma cruz na frente do sol. Foi
quando ele escutou uma voz que lhe dizia: "Com este sinal vencerás". Mandou que se pintassem cruzes nos escudos dos seus
soldados. Constantino ganhou uma batalha importante e ficou convencido de que fora por causa do poder daquele sinal que
havia visto no céu. Pediu dois dos cravos usados na crucificação de Jesus. Um dos cravos ele mandou colocar nas rédeas do seu
cavalo e o outro foi usado para fazer parte de sua coroa, significando que iria governar o Império Romano em nome de
Cristo. (Malachi Martin, “The Keys of This Blood”, ps. 32-33).
O fato de Constantino ter visto a cruz e o sol em conjunto pode ser explicado pelo fato de que ele adorava o deus sol,
conquanto, ao mesmo tempo, professasse ser cristão. Depois de sua "conversão", ele construiu um Arco do Triunfo,
representando o deus sol (o invicto sol). Suas moedas apresentavam a efígie do sol. Ele mandou fazer, para a sua nova cidade,
Constantinopla, uma estatua do deus sol, tendo nela mandado esculpir o seu próprio rosto. Escolheu o domingo, dia do deus sol,
para o ser o dia de descanso, durante o qual ficou proibido trabalhar (Paul Johnson, ps. 67-68).
Constantino declarou que um medalhão do deus sol (cavalgando numa carruagem) representava Jesus Cristo. Durante o seu
reinado, muitos cristãos aderiram à adoração ao deus sol e à religião de Constantino. Eles oravam de joelhos na direção do
Oriente (ao nascer do sol). Diziam que Jesus Cristo conduzia sua carruagem através do firmamento (como o rei sol). Faziam o seu
culto religioso aos domingos, honrando o deus sol. Celebravam o dia do nascimento de Jesus em 25 de dezembro, quando os
adoradores do deus sol celebravam o nascimento do sol, no solstício do inverno (Malachi Martin, p.23. Paulo Johnson, p. 67).
Os historiadores discordam quanto ao fato de Constantino ter-se tornado cristão. O seu caráter certamente não refletia os
ensinos de Cristo. Ele era venal, violento e supersticioso. Seu procedimento "ecumênico" de adorar, ao mesmo tempo, o Deus
dos cristãos e o deus sol deve ter sido uma tentativa de jogar em dois times (um espírito que pode ser visto em alguns
americanos ricos, que financiam dois candidatos opostos, ao mesmo tempo. Não lhes importa quem se torne o vencedor nas
eleições. O que lhes interessa é ganhar o favor do candidato vencedor).
Constantino tinha pouco respeito pela vida humana. Era conhecido pelos assassinatos em massa que fazia em suas
campanhas militares. Obrigava os prisioneiros de guerra a lutar com as feras, em troca de suas próprias vidas. Fez com que
vários membros de sua família (inclusive a segunda esposa) fossem executados por motivos duvidosos. Esperou até o momento
em que estava morrendo para receber o batismo (Paul Johnson, já citado, ps. 68-69).
Constantino queria uma igreja estatal, com os hierarcas cristãos agindo como seus servidores civis. Ele se auto-intitulava
bispo, dizendo ser o intérprete da Palavra de Deus, a voz que declara o que é verdadeiro e sagrado.
Como diz o historiador católico, Paul Johnson, já citado, Constantino se considerava um importante agente de salvação, ao
mesmo nível dos apóstolos.
Bispo Eusébio, encomiasta de Constantino, relata que ele mandou construir a igreja dos apóstolos com a intenção de que o seu
corpo fosse ali guardado, junto aos corpos dos apóstolos. Seu esquife deveria ficar no centro (o lugar de honra), com seis
apóstolos de cada lado.
Ele esperava que as devoções e honrarias aos apóstolos fossem realizadas na igreja e que ele pudesse compartilhar do título e
das honrarias aos mesmos. (Paul Johnson, já mencionado, p. 69).
Constantino disse ao Bispo Milcíades que desejava construir duas basílicas, uma dedicada ao apóstolo Pedro e outra ao
apóstolo Paulo. Ofereceu um grande e magnífico palácio a Milcíades e seus sucessores, porém este recusou a oferta. Milcíades
não tolerava a idéia de ver o Cristianismo promovido pelo Império Romano. (Malachi Martin, já citado, ps. 33-34).
Constantino foi para a guerra e quando regressou, em 314 d.C., Milcíades havia falecido. O Bispo Silvestre foi o sucessor de
Milcíades. Silvestre estava ansioso para ver a Igreja se espalhar, usando as estradas romanas, a riqueza romana, o poder romano
e a força militar de Roma. Constantino aprovou que Silvestre sucedesse Milcíades. Em seguida, providenciou a cerimônia da
coroação do novo bispo, coroando-o como um príncipe terreno. Nenhum bispo havia sido coroado antes (Malachi Martin, ps. 34-
35). As ações de Constantino dão a impressão de que ele acreditava ter autoridade sobre a Igreja.
Antes da "conversão" de Constantino, os cristãos eram perseguidos. Agora, em vez de sofrer perseguição, o Bispo Silvestre
passou a viver no maior luxo.
Ele possuía um belo palácio com móveis requintados e objetos de arte. Vestia roupas de seda e brocado. Tinha criados para
servi-lo. Junto ao palácio ficava a basílica que servia de catedral. Este luxuoso edifício possuía sete altares de ouro, uma
cobertura de prata maciça sobre o altar principal e 50 candelabros. O sistema postal e o de transporte do império foram
colocados à sua disposição. Agora seria possível convocar concílios eclesiásticos no mundo inteiro. (James G. McCarthy, ex-
católico. "The Gospel According Rome", Eugene, Oregon, Harvest House Publishers, 1995, ps. 231-232).
Leiam o Livro de Atos e as Epístolas e comparem a igreja ali apresentada com a igreja do Bispo Silvestre. Aqui temos o
Apóstolo Paulo descrevendo os tipos de obstáculos que ele foi obrigado a enfrentar, conforme a 2 Coríntios 11:24-27:
"Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três
vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de
salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos
no mar, em perigos entre os falsos irmãos; em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas
vezes, em frio e nudez".
Após a conversão de Constantino a Igreja foi radicalmente transformada. De repente tornar-se cristão resultava em poder,
prestígio e promoção [O mesmo tem acontecido ultimamente em muitas igreja protestantes, com a chamada Teologia da
Prosperidade], enquanto antes resultava em perseguição. De repente, por decreto do Imperador, o Cristianismo tornou-se
"politicamente correto". Desse modo, as pessoas ambiciosas se filiavam à Igreja por razões terrenas. O Bispo de Roma era
sustentado pela força política, pelo poder militar e pela riqueza do imperador romano. Concílios mundiais eram convocados.
Foi este o nascimento da Igreja Católica Romana (ICR). Ela nasceu no Ano 314 d.C., com o Imperador Constantino e o Bispo
Silvestre.
A História de Dois Bispos
O grau de mudanças que Constantino realizou na Igreja pode ser ilustrado quando examinamos as vidas de dois bispos de
Roma. Voltemos 100 anos no tempo, em relação à fundação da ICR, antes do Cristianismo ter-se tornado "politicamente correto",
para ver a vida do Bispo Porciano. Em seguida, vamos comparar a vida do Bispo Porciano com a do Bispo Silvestre, o qual viveu
no tempo do Imperador Constantino. As informações sobre Porciano estão nas páginas 19-38 do livro de Malachi Martin (ex-padre
católico romano e erudito do Vaticano), "The Decline and Fall of the Roman Church", já mencionado várias vezes neste trabalho.
Porciano tornou-se Bispo de Roma no Ano 230 d.C. Foi feito bispo, repentina e inesperadamente, logo depois da prisão e
assassinato do seu antecessor pelas autoridades romanas.
Em 27/09/0235, o Imperador Maximiliano decretou que todos os líderes cristãos fossem aprisionados.
Os edifícios cristãos foram incendiados, os cemitérios cristãos foram fechados e os bens materiais dos cristãos foram
confiscados. O Bispo Porciano foi preso, no mesmo dia. Foi enviado para a prisão Mamertina, onde foi torturado por dez dias e em
seguida enviado para as minas de chumbo da Sardenha.
Quando os prisioneiros chegaram à Sardenha, seu olho esquerdo foi vazado e um número de identificação foi colocado na
testa de cada um. Correntes de ferro foram soldadas em seus tornozelos, ligadas a correntes de seis polegadas, as quais os
impediam de andar direito. Havia mais uma corrente de segurança ao redor dos pulsos, ligada à cintura, de tal modo que eram
forçados a ficarem encurvados.
Os prisioneiros trabalhavam durante 20 horas diárias, com quatro intervalos de uma hora cada, quando lhes era permitido
dormir. Como refeição diária recebiam apenas pão e água. Muitos deles faleciam dentro de seis a quatorze meses, vítimas de
exaustão, subnutrição, doenças, pancadas, infecção e violência. Alguns enlouqueciam e cometiam suicídio. [Coisa idêntica vai
nos acontecer, quando Vaticano voltar governar o mundo, pois os papas são os sucessores dos césares e não dos apóstolos.]
Porciano durou apenas 4 meses. Em janeiro do ano 236 d.C. ele faleceu e o seu corpo foi atirado numa fossa.
O que aconteceu a Porciano não era fora do comum. Muitos cristãos foram enviados às minas de chumbo da Sardenha, ou
perseguidos de outras maneiras. Quando um homem aceitava a posição de líder cristão, a partir daquele momento sua vida seria
breve e penosa. Houve 14 bispos romanos entre Porciano e Silvestre.
Então veio Constantino. Em 314 d.C., Constantino coroou Silvestre como Bispo de Roma. Este viveu no luxo, com criados
servindo-o. Constantino confessava-lhe os pecados e lhe pedia conselhos. Silvestre presidia os concílios mundiais da Igreja. Tinha
um esplêndido palácio e uma suntuosa catedral. Tinha poder, prestígio, riqueza, pompa e a proteção do imperador.
Os clérigos usavam roupas de púrpura, refletindo a púrpura da corte de Constantino. Foi essa a mudança exterior. Contudo, a
mudança mais importante foi a interior. A Igreja adotou a mentalidade de Roma. Sob a liderança de Silvestre, a estrutura interna
da Igreja tomou a forma da prática e da pompa de Roma.
Silvestre faleceu em dezembro de 336 d.C. Morreu placidamente, numa cama limpa e confortável, no Palácio de Latrão, em
Roma. Faleceu rodeado de bispos bem vestidos e assistido pela guarda romana. Seu corpo foi vestido de roupas cerimoniais,
colocado num caixão elegante e carregado através das ruas de Roma, em solene procissão. Foi sepultado com honrarias e
cerimônias, assistido pela nata da sociedade romana e pelo povo romano.
É compreensível que muitos cristãos tenham preferido um status oficialmente aprovado para a Igreja. Mas qual foi o resultado
disso?
Antes de Constantino a Igreja era constituída de uma plêiade de homens e mulheres tão engajados na obra de Jesus Cristo que
suportavam quaisquer provações. Após 314 d.C., a Igreja tornou-se infiltrada de oportunistas, os quais nela buscavam poder e
vantagens políticas. Os líderes da Igreja já não corriam o perigo da perseguição. Pelo contrário, gozavam de todas as armadilhas
do poder e do luxo.
O historiador (católico) Paul Johnson indaga: "Será que o Império foi conquistado pelo Cristianismo ou o Cristianismo se
prostituiu com o Império?" (Paul Johnson, p. 69). A tentação de uma aliança profana com Roma sempre foi muito forte. Mas, a que
preço?
A Religião Estatal
Em 380 d.C., o Imperador Teodósio publicou um edito exigindo que todos os romanos professassem a fé do Bispo de Roma. Os
que recusavam eram considerados "hereges". Os judeus, pagãos e "hereges" eram sujeitos a severas punições. Em 390 d.C., o
Bispo Ambrósio excomungou o Imperador Teodósio, exigindo dele uma pena de oito meses, até ser restaurado pela Igreja.
Teodósio concordou. (Teodósio foi proibido de entrar na Catedral de Milão e de receber os sacramentos. Esse é o tipo de
excomunhão que corta a pessoa da Igreja. Teodósio foi obrigado a se arrepender, a fim de ser restaurado). Os artigos sobre este
assunto estão na Internet, nos endereços abaixo:
"Ambrose, Saint” - "The Columbia Electronic Encyclopedia, sixth edition, copyright 2000.
"St. Ambrose Humiliates Theodosius the Great'”.
Christopher S. Mackay - "Theodosius" - Section "Theodosius in the Thrall of Ambrose".
É estranho quanto poder a ICR tenha conseguido em menos de um século. Constantino havia promovido a Igreja, concedendo-
lhe favores especiais. Mas Teodósio forçou as pessoas a se tornarem católicas, impondo severas punições a quem desagradasse o
Bispo de Roma. Constantino havia pedido conselhos ao Bispo Silvestre. Contudo, Teodósio tinha de obedecer às ordens do Bispo
Ambrósio.
O Catolicismo Romano era agora a religião estatal do Império Romano. A ICR, que havia nascido com o Imperador Constantino,
agora havia se tornado tão poderosa que já podia dar ordens ao próprio imperador romano!
De Mártires a Caçadores de Hereges
O Imperador Constantino e o Bispo Silvestre criaram a ICR, no Ano 314 d.C. Quarenta anos mais tarde nasceu Agostinho. Ele se
tornou bispo e "Doutor da Igreja". Viveu até o Ano 430 d.C.
Agostinho insistia em que era legal e necessário usar a força para realizar a unidade entre os cristãos. Ele disse que os
"hereges" não deveriam apenas ser expulsos da Igreja. De preferência, deveriam ser obrigados a denunciar suas crenças e
conformar-se à "ortodoxia", ou então ser destruídos.
Isso veio a se tornar a base da Inquisição e da matança de "hereges", através da história da Igreja. (Paul Johnson, ps. 113-119).
Durante o século seguinte, depois de Constantino, a Igreja foi passando por uma assombrosa transformação. Os católicos se
transformaram em caçadores de "hereges", passando a matar as pessoas que deles discordavam.
Na Idade Média a ICR queimava pessoas na estaca por traduzir a Bíblia na língua do povo comum. Queimava até mesmo as
pessoas que liam a Bíblia em Latim (Ver o capítulo sobre "Hereges").
O Livro de Atos 5:38-39 conta como o Sumo Sacerdote e os líderes judeus aprisionaram os apóstolos porque eles falavam de
Jesus. Gamaliel, um respeitável rabino, advertiu-os a não perseguirem os cristãos, dizendo:
"E agora digo-vos: Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará, mas,
se é de Deus, não podereis desfazê-la; para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus".
Jim Jones mostrou que Gamaliel estava certo. Ele e seus seguidores se autodestruíram. Os homens que traduziram a Bíblia na
língua do povo comum também demonstraram que Gamaliel estava certo. A ICR foi incapaz de suprimir as traduções da Bíblia.
Daí por que pessoas como nós, que não somos eruditos em Latim, podemos ler a Bíblia, hoje.
Como se pode comparar a perseguição aos "hereges" com a descrição de Jesus apresentada nos Evangelhos? Será que Jesus
forçava as pessoas a concordarem com os seus ensinos?
Com admirável paciência, Jesus continuou ensinando multidões, curando enfermos e demonstrando o amor e o poder de Deus.
Quando os discípulos não entendiam os seus ensinos, Ele lhos explicava (Lucas 8:5-15). Quando o jovem rico Lhe deu as costas,
Jesus não o censurou nem ameaçou. Deixou-o partir (Mateus 19:16-22).
Em João 6:48-68, Jesus deu um ensino que desagradou o povo. Muitos dos seus discípulos o abandonaram, deixando de segui-
lo. Então disse Jesus aos Doze: "Quereis vós também retirar-vos?" (João 6:67).
Ele não os ameaçou nem censurou. Não tentou forçá-los a crer no que Ele ensinava. Deixou-os livres para crer ou não crer,
para permanecer com Ele ou partir.
Será que Pedro foi papa?
Pedro não se descreve como sendo um alto e poderoso papa, com autoridade total sobre a Igreja. Ao contrário, ele se
autodenominou "um servo" (2 Pedro 1:1), referindo-se a si mesmo como um companheiro "presbítero". (1 Pedro 5:1). Em vez de
exigir autoridade especial para si mesmo, Pedro diz que todos os crentes são "sacerdócio real" (1 Pedro 2:9). Diz aos líderes
cristãos que não devem governar sobre os outros cristãos, nem ambicionar riquezas (lucros duvidosos) (1 Pedro 5:2-3).
"Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe
ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho" (1
Pedro 5:2-3).
"Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que
vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz." (1 Pedro 2:9).
No Livro de Apocalipse João confirma a declaração de Pedro de que todos os cristãos verdadeiros são sacerdotes (Apocalipse
1:5-6; 5:9-10 e 20:6).
Como poderia Pedro, conforme retratado na Bíblia, ser comparado com o papa, que se assenta num trono, é carregado nos
ombros de homens, sobre uma liteira, igual a um rei oriental?
Como líder da ICR o papa controla imensa riqueza, com investimentos espalhados pelo mundo inteiro. A riqueza do Vaticano é
assombrosa. [Quem quiser saber tudo sobre essa riqueza monumental, leia “The Vatican Billions”, de Avro Manhattan]. (As
finanças do Vaticano são o tema principal do livro de David Yallop "Em Nome de Deus": Uma séria investigação sobre o
assassinato do papa João Paulo I. Este livro é bem escrito, inteiramente bibliografado e convincente. Não se deve começar o ler o
mesmo antes de ir para a cama. Pode ser que se passe a noite inteira lendo-o. O pessoal do Vaticano pediu que Yallop
investigasse a morte do papa, achando que ele havia sido assassinado. Yallop fez o dever de casa. Entrevistou os gângsteres da
Máfia e os moradores do Vaticano).
Os teólogos católicos afirmam que Jesus fundou a ICR sobre o apóstolo Pedro. Eles constroem essa afirmação em Mateus
16:18, quando Jesus disse a Pedro: "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja..." Uma doutrina gigantesca foi
construída sobre este simples versinho. A pergunta é: Será que a Rocha sobre a qual a Igreja foi fundada é Pedro ou ela
representa Jesus Cristo?
O próprio Pedro responde esta pergunta, quando diz que Jesus é a pedra viva (1 Pedro 2:4). O apóstolo Paulo afirma que Jesus
é a nossa pedra espiritual (1 Coríntios 10:4). Em Romanos 9:31-33, Paulo diz que Jesus é a pedra de tropeço para os israelitas,
que tentavam ser salvos pelas obras da lei, em vez da fé.
No Novo Testamento há três palavras para "pedra": "lithos", que significa pedra de moinho ou pedra de tropeço. As outras
duas são "petra" e "petros". O Dicionário Expositor de Vine" diz que "petra" significa uma rocha maciça. Define "petros" como
um fragmento de pedra ou seixo, o qual pode ser lançado ou facilmente removido.
Em Mateus 16:18 a palavra para Pedro é "petros", um fragmento de pedra ou um seixo facilmente removível. A palavra para a
"Rocha" sobre a qual a Igreja foi construída é "petra", uma rocha maciça. Outros exemplos da palavra "petra" falam do homem
que construiu sua casa sobre a rocha, ao contrário daquele que a construiu sobre a areia (Mateus 4:24-27). Ao falar do túmulo
onde o corpo de Jesus foi sepultado, o qual fora escavado numa rocha, o autor sacro usa a palavra "petra". (Mateus 27:60).
Será que Pedro agia como se fosse o líder da Igreja? No Livro de Atos, Paulo fala de uma controvérsia sobre se os gentios
convertidos ao Cristianismo deveriam ou não ser circuncidados e seguir as leis judaicas. Paulo e Barnabé foram a Jerusalém para
conferenciar com os apóstolos sobre isso. (Atos 15:2-4). Pedro e outras pessoas ali falaram (Atos 15:7-13). Depois de um período
de silêncio, foi Tiago, e não Pedro, quem deu a decisão final sobre o assunto. Ele chamou isso de "sentença". Segundo a
Concordância de Strong, a palavra significa "sentença judicial", decreto ou julgamento.
"E, havendo-se eles calado, tomou Tiago a palavra, dizendo: Homens irmãos, ouvi-me... Por isso julgo que não se deve perturbar
aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus. Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da
prostituição, do que é sufocado e do sangue". (Atos 15:13,19,20).
O Livro de Atos nos conta a história da igreja primitiva, até alguns anos antes da morte de Pedro. Nele não consta ter sido
Pedro uma autoridade sobre toda a igreja. Também não mostra conexão alguma de Pedro com Roma.
Em Atos 38:14-15, lemos que Paulo se encontrou com os irmãos em Roma e ali não é mencionado o nome de Pedro. Como já
vimos, Paulo se encontrou com Pedro em Jerusalém, onde ele foi identificado pelo nome. Em Atos 2:14 e Atos 8:14, lemos que
Pedro esteve em Jerusalém. No capítulo 10 de Atos, vemos Pedro em Jope. Atos 11:2 diz que Paulo regressou a Jerusalém. Jope
fica a trinta milhas de Jerusalém. Se o Livro de Atos registra detalhadamente a visita de Pedro a uma cidade vizinha, não teria
contado se Pedro houvesse feito o caminho para Roma, particularmente, visto como ele nos conta que Paulo foi para Roma? Atos
15:1-20 conta como Paulo e Barnabé foram a Jerusalém e lá se encontraram com Pedro, Tiago e outros apóstolos. Gálatas 1:18-
19 diz que Paulo foi para Jerusalém encontrar-se com Pedro e Tiago.
O Livro de Romanos foi escrito pelo Apóstolo Paulo "A todos os santos que estavam em Roma, amados de Deus, chamados
santos..." (Romanos 1:7). Em Romanos 16:1-15 Paulo saúda 26 pessoas pelo nome, mas não menciona Pedro. Se Pedro fosse de
fato o líder da Igreja em Roma, por que, então, Paulo não o mencionou?
Paulo escreveu cinco cartas da prisão em Roma (Efésios, Filipenses, Colossenses, 2 Timóteo e Filemom) e nunca mencionou
Pedro. O homem que ficou ao seu lado, encorajando-o em Roma, foi Lucas e não Pedro. (Colossenses 4:14 e 2 Timóteo 4:11).
Paulo menciona Pedro em apenas uma de suas epístolas (Gálatas). Em Gálatas 1:18-19, ele diz que foi a Jerusalém para
encontrar Pedro e Tiago. Em Gálatas 2:8 Paulo diz que pregou aos gentios e Pedro pregou aos judeus (da circuncisão). Em Gálatas
2:11-21, Paulo conta como corrigiu e censurou Pedro, por não ter ele sido correto. Evidentemente, a censura pública de Paulo a
Pedro não causou problema algum entre eles. Pedro amava e respeitava Paulo como um irmão e exortou a igreja a acatar a
sabedoria de Paulo, conforme a 2 Pedro 3:15:
"E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a
sabedoria que lhe foi dada".
Capítulo 2
Como a ICR se tornou herdeira do antigo Império Romano
Nos capítulos 3 e 4 do livro “The Vatican Billions”, o grande historiador britânico, Barão Avro Manhattan, que dedicou 50 anos
de sua vida à pesquisa do Vaticano, nos conta como isso aconteceu.
O estabelecimento dos Estados Papais concedeu à ICR uma base territorial e jurídica de imensa importância. A partir daí esse
estabelecimento possibilitou-a a deslanchar a promoção de uma política ainda mais audaciosa, no sentido de acelerar a aquisição
de mais terras, mais ouro, mais status, com o prestígio e o poder que daí provinham.
O Imperador Carlos Magno não tinha de fato voltado a Roma, após reconhecer a doação de Pepino, mas o Papa Adriano I, em
774 d.C. presenteou-o com uma cópia da Doação de Constantino. Esta foi reputada como concessão, feita por Constantino, de
imensas possessões e vastos territórios à Igreja. Era outra falsificação papal. Enquanto a Carta de Pedro tinha sido uma
falsificação feita pelo Papa Estevão, a Doação de Constantino foi uma falsificação do Papa Adriano I.
A Doação de Constantino teve uma influência tremenda sobre a aquisição territorial e as exigências do papado e uma rápida
olhada em sua origem, conteúdo e significação testamentária ajudam a elucidar a sua importância.
A Doação foi precedida e seguida de vários documentos forjados pelo papado, ao mesmo nível da missiva do Bendito Pedro.
Como a última, o seu objetivo específico era dar poder, território e riqueza aos papas. Assim, logo após a morte de Pepino, por
exemplo, surgiu em cena um documento que era uma narrativa detalhada, atribuída oralmente ao próprio falecido Pepino. Nela
Pepino relatava, num Latim um tanto extravagante, o que se havia passado entre ele e o papa, “o sucessor do Porteiro do Céu, o
Bendito Pedro”. Sua revelação foi aceita como prova de que ele doara ao papa, não apenas Roma e os Estados Papais já
mencionados, mas também Istria, Veneza e, realmente, toda a Itália.
Não satisfeito com os Estados Papais e as novas regiões adquiridas, os papas passaram a exigir cada vez mais, provando
assim a exatidão do antigo provérbio de que o apetite aumenta com o comer. Eles se empenharam em expandir ainda mais a sua
propriedade de territórios adicionais, concluindo que os recém-nascidos Estados Papais, embora de considerável tamanho, eram
pequenos demais para o papa, representante do Bendito Pedro. Esses territórios tinham de ser estendidos no sentido de fazer jus
ao império espiritual de Pedro, fato indiscutível, através do qual aos papas seria inequivocamente concedida a possessão de
todos os reinos e impérios do mundo. Isso, portanto, havia se tornado uma necessidade. [Esse desejo continua cada vez mais
forte, à medida que os séculos têm passado]
Nesse ponto, a mais espetacular de todas as falsificações fez o seu aparecimento oficial: a Doação de Constantino.
Pressupondo ter sido escrita pelo próprio Imperador Constantino, ela agora emergia, não se sabe de onde. O documento, com um
golpe de mestre, colocava os papas acima dos reis, imperadores e nações, tornando-os herdeiros legais de todo o Império
Romano que lhe fora doado, concedendo a São Pedro – ou melhor a São Silvestre e seus sucessores – todas as terras ao ocidente
e além deste, em verdade todas as terras do planeta.
O documento era a soma de todas as falsificações anteriores, mas, ao contrário das fabricações passadas, ele era decisivo,
preciso e falava em termos claros da supremacia espiritual e política concedida aos papas, como um direito inalienável. A
significação e as conseqüências do seu aparecimento foram portentosas para todo o mundo ocidental. A estrutura social e
política da Idade Média foi moldada e baseada em seu conteúdo. Com ela o papado, tendo feito a sua tentativa mais audaciosa
de domínio mundial, teve sucesso em colocar-se acima das autoridades civis da Europa, afirmando ser a fonte de todo o poder
eclesiástico e secular, bem como o legítimo proprietário das terras governadas pelos potentados ocidentais, e o supremo árbitro
da vida política de toda a cristandade.
Em vista das profundas repercussões dessa famosa falsificação, a mais espetacular nos anais do Cristianismo, seria útil dar
uma olhada em suas cláusulas principais:
1) Constantino deseja promover o Trono de Pedro sobre o império e também sobre a terra, ao conferir sobre ele poder absoluto e
honra imperial.
2) O Trono de Pedro terá suprema autoridade sobre todas as igrejas do mundo.
3) Será juiz em tudo que diz respeito ao serviço de Deus e de toda a fé cristã.
4) Em vez do diadema que o imperador desejava colocar sobre a cabeça do papa, o qual ele mesmo havia recusado, Constantino
deu a ele e aos seus sucessores a phrygium, isto é, a tiara e o lorum que adornava o pescoço do imperador, bem como as demais
vestes suntuosas e a insígnia da dignidade imperial.
5) O Clero Romano gozará dos altos privilégios do Senado Imperial, sendo elegível à dignidade de patrício e tendo o direito de
usar as condecorações dos nobres do império.
6) Os ofícios de cubicularii, ostiarii e excubitae pertencerão exclusivamente à Igreja Romana.
7) Os clérigos romanos montarão sobre cavalos selados com selas brancas e, como o Senado, usarão sandálias brancas.
8) Se um membro do Senado desejar tomar as ordens e o papa consentir ninguém o impedirá.
9) Constantino desiste de permanecer na soberania de Roma e províncias, cidades e cidadezinhas de toda a Itália, ou das regiões
orientais, em favor do Papa Silvestre e de seus sucessores.
Com a primeira cláusula, o papa já se tornara legalmente o sucessor de Constantino, isto é, o herdeiro do Império Romano.
Com a segunda, tornou-se a cabeça absoluta de toda a cristandade no Oriente e no Ocidente e, em verdade, de todas as igrejas
do mundo. Com a terceira, tornou-se o único juiz de todas as crenças cristãs. Desse modo, qualquer pessoa ou igreja que dele
discordasse tornava-se herege com todas as horríveis conseqüências espirituais e temporais daí resultantes. Com a quarta, o
papa rodeava-se de esplendor e recebia a insígnia do ofício imperial, como representação exterior do seu status imperial. Com a
quinta, todo o clero romano foi colocado no mesmo nível dos senadores, patrícios e nobres do império. Pelo poder desta cláusula,
o clero romano recebeu por direito o mais alto título honorífico que os imperadores concediam a certos membros preeminentes
da aristocracia civil e militar, sendo as classes de patrício e cônsul, naquele tempo, as mais altas que a ambição podia aspirar. A
sexta e sétima cláusulas, aparentemente irrelevantes, eram muito importantes. Pois os papas, exigindo ser atendidos por
cavalheiros e camareiros, porteiros e guardas pessoais (cubicularii, ostiarii, etc.), enfatizavam sua paridade com os imperadores,
pois antes somente os últimos tinham esse direito. O mesmo se aplicava à exigência de que o clero romano tivesse o privilégio
de cavalgar seus animais com paramentos brancos, o que, no século 8, constituía um privilégio de extraordinária importância.
A oitava cláusula simplesmente colocou o Senado à mercê do papa. Finalmente a nona, a mais importante e de maiores
conseqüências na história do Ocidente, tornou o papa soberano de Roma, Itália e regiões do Ocidente, ou seja, de todo o império
de Constantino, o qual englobava a França, a Espanha e a Bretanha, e de fato todo o território da Europa e alhures.
Em virtude da Doação de Constantino, portanto, o Império Romano se tornou um feudo do papado, enquanto os imperadores
se transformaram em vassalos e os papas em soberanos. Seu antigo sonho, o domínio romano, tornou-se realidade, mas uma
realidade na qual os vigários já não eram súditos do imperador, mas os imperadores, súditos dos “Vigários de Cristo”. [Isso está
sendo conseguido novamente, a partir da criação da União Européia pelo Vaticano].
O primeiro resultado concreto da Doação, foi dar uma base legal às aquisições territoriais dos papas, a eles concedidas por
Pepino e Carlos Magno. Enquanto Pepino e Carlos Magno os haviam estabelecido como soberanos de facto, a Doação de
Constantino os havia tornado soberanosde jure, uma distinção especialmente importante na exigência de futuras possessões
territoriais.
É muito significativo que foi depois do aparecimento da Doação, sob o Papa Adriano (774 d.C.), que a chancelaria papal cessou
de datar documentos e cartas pelos anos de reinado dos Imperadores de Constantinopla, substituindo aqueles pelos do
pontificado de Adriano.
Embora não haja provas de que o documento foi fabricado pelo próprio papa, contudo é indiscutível que o estilo da Doação é o
da chancelaria papal, nos meados do século 8. Além do mais, o fato de que o documento apareceu primeiro na Abadia de São
Denis, onde o Papa Estevão passou o inverno de 754, é uma prova adicional de que o papa esteve pessoalmente implicado em
sua fabricação. De fato, embora novamente, não haja aqui, evidência concreta, supõe-se que a Doação foi forjada lá pelo ano de
753, e foi trazida pelo Papa Estevão II à corte de Pepino, em 754, a fim de persuadir aquele monarca a agraciar os papas com as
suas primeiras possessões territoriais. Uma vez que os Estados Papais viessem à existência, o documento seria guardado, até
que pudesse ser usado com o seu filho Carlos Magno, o qual sucedeu o pai.
A primeira materialização espetacular da Doação foi vista, não muitos anos depois de sua primeira aparição, quando Carlos
Magno, o mais poderoso monarca da Idade Média, concedeu territórios adicionais aos Estados Papais e seguiu para Roma, a fim
de ser solenemente coroado naBasílica de São Pedro pelo Papa Leão III, como o primeiro imperador do Sacro Império Romano, no
ano 800 d.C. Os grandes sonhos papais: (a) o reconhecimento da supremacia espiritual dos papas sobre os imperadores e (b) a
ressurreição do Império Romano, finalmente se tornavam realidade. A subjugação da Coroa Imperial não foi, contudo, o bastante.
Assim como é verdade que isso estabeleceu a fonte de toda a autoridade civil – isto é, o imperador – sob o domínio do papa, é
também verdade que as províncias distantes não podiam ou não deviam seguir o exemplo imperial. A melhor maneira de fazê-los
obedecer era pelo controle da administração civil nas províncias, como fora feito em seu centro com o imperador. Como o papa
havia transformado o imperador num vassalo seu, assim igualmente os bispos teriam de transformar em vassalos as autoridades
civis em suas dioceses. Ao fazer isso, em cega obediência ao papa, a máquina hierárquica podia controlar à vontade a
administração civil de todo o império.
Foi para colocar tal esquema em efeito que apareceu mais uma falsificação complementando a Doação, quase meio século
mais tarde, novamente não se sabe de onde. Em 850 os pseudo-Decretos de Isidoro [agora o padroeiro da Internet] mais
conhecidos como “Falsos Decretos” fizeram sua primeira aparição oficial. Eles são uma coleção heterogênea de antigos decretos
dos concílios e papas. Seu propósito aparente era dar uma base legal às exigências do clero no império, apelando a Roma contra
os mal feitos dos altos prelados ou das autoridades civis. Embora parte do conteúdo dos Decretos fosse genuína, uma colossal
proporção dos mesmos era confusa, forjada e distorcida, senão inteiramente fabricada. Isso foi feito para se atingir o seu real
objetivo, que era o de conseguir mais poder para o papa, ao dar aos abades, bispos e clérigos em geral autoridade sobre a
jurisdição civil, em todas as províncias, estabelecendo, assim, uma base legal para se evadirem das ordens dos governantes
seculares provinciais.
O resultado foi que a ICR obteve importantes privilégios e, dentre estes, a imunidade às operações da lei secular, o que a
colocava fora da jurisdição de todos os tribunais seculares. Desse modo, o clero adquiriu, não apenas uma santidade especial que
o colocava acima do povo comum, mas uma inviolabilidade pessoal que lhe concedia enorme vantagem em todos os assuntos ou
disputas com o poder civil.
E assim, graças a uma série de fabricações, falsificações e distorções, levadas a efeito ao longo de vários séculos, e das quais
a Doação de Constantino foi a mais espetacular, os papas obtiveram, não apenas um vantajoso campo de incalculável valor, a
partir do qual puderam ampliar o seu poder espiritual e temporal, como ainda os fez permanecer praticamente independentes de
toda a autoridade secular. Mais ainda, eles cuidaram para que os estatutos dos imperadores e reis, não menos que a lei civil das
nações, fossem minados, grandemente enfraquecidos e de fato obliterados pela recém adquirida onipotência.
A Igreja exige a propriedade sobre o mundo ocidental
Uma vez enraizada na tradição e fortalecida pela credulidade dos tempos, a dúbia sementeira da Doação transformou-se em
poderoso carvalho, à sombra do qual, o autoritarismo papal floresceu. A partir do nascimento do Império Carolingiano, do ano
800 em diante, os presentes de Pepino, a Doação de Constantino e os Falsos Decretos foram assiduamente usados pelos
pontífices a fim de consolidar o seu poder. Isso eles fizeram até que com falsificações adicionais e o exercício arbitrário de poder
espiritual e temporal, esses documentos se tornaram a formidável pedra angular sobre a qual eles iriam eventualmente edificar
suas exigências políticas e territoriais, sobre cuja rocha foi edificada toda a estrutura papal na Idade Média.
À Doação, foram dadas cada vez mais significações pelas sucessivas gerações de teólogos. Sem levar em conta os disparates
de suas visões, todos eles concordavam numa interpretação fundamental: a Doação dava ao papado o poder e a autoridade mais
amplos possíveis. Assim, por exemplo, enquanto o Papa Adriano I declarou que Constantino havia “dado o domínio nestas regiões
do Ocidente” à Igreja de Roma, Enéas, bispo de Paris, afirmou, no ano de 868 que, como Constantino havia declarado que dois
imperadores, um do império, outro da Igreja, não podiam reinar na mesma cidade, ele havia se mudado para Constantinopla,
colocando o território romano “e vasto número de diversas províncias” sob o governo da Sé Apostólica, após conferir poder real
aos sucessores de Pedro.
Os papas se aproveitaram, usando esse argumento como uma base para aumentar o seu controle territorial, com a
conseqüente acumulação de riqueza que o acompanhava. Gregório VII (1073) dirigiu todas as suas energias nesse sentido. Ele
concentrou a jurisdição espiritual e política em si mesmo, para melhor administrar o Império Ocidental como um feudo do
papado. Isso implicava na extensão do seu domínio temporal sobre os reis e reinos da terra e, portanto, sobre as suas riquezas
temporais.
De fato, Gregório não tinha escrúpulo algum em afirmar abertamente sua supremacia sobre todo o Império Bizantino, incluindo
a África e a Ásia. Ele foi até mais longe, declarando que o seu objetivo final era simplesmente o estabelecimento do domínio
temporal universal de São Pedro. Daí o seu contínuo exercício para tomar posse, em adição a Roma e Itália, de todas as coroas da
Europa, muitas das quais ele teve sucesso em colocar sob a sua direta vassalagem.
Embora o seu vasto esquema só parcialmente tivesse se materializado durante o seu reinado, seus sucessores continuaram
essa obra. O Papa Urbano II, seguindo suas pisadas, decidiu colocar em sujeição as igrejas de Jerusalém, Antioquia, Alexandria e
Constantinopla, com todas as terrasonde estas floresceram. Sob o pretexto de libertar o túmulo de Cristo, ele simplesmente
mobilizou todo o mundo ocidental num exército irresistível, o qual deixando as regiões costeiras da Europa, avançou pela Ásia
Menor como um tornado, criando a maior comoção militar, política e econômica em ambos os continentes.
A captura de Jerusalém e o sucesso dessa Primeira Cruzada deram incalculável prestígio aos pontífices. Enquanto as nações da
Europa atribuíam essa vitória a um poder sobrenatural manifesto, os pontífices romanos se apressavam em transformar os
grandes movimentos marciais dos cruzados em poderosos instrumentos a serem usados para expandir o seu domínio espiritual e
temporal. Isso foi feito empregando-os como pivôs militares e políticos, jamais cessando de auferir vantagens territoriais e
financeiras através de toda a Idade Média.
Tais políticas foram mais longe, quando, baseando as exigências papais sobre interpretações cada vez mais ousadas
da Doação, ficou estabelecido que os governantes seculares deveriam ser obrigados a pagar tributo ao papado. Um veemente
advogado disso foi Otto de Freisingen, o qual em sua obra Crônicas, composta em 1143-46, não hesitou em declarar que como
Constantino, após conferir a insígnia imperial ao pontífice, havia se mudado para Bizâncio, a fim de deixar o império para São
Pedro, então os outros reis e imperadores deveriam pagar tributo aos papas.
Por essa razão, a ICR assevera que os reinos ocidentais foram-lhe dados como possessão por Constantino e exige tributo deles
até hoje, com exceção dos dois reinos dos Francos (isto é, França e Alemanha).
Tal exigência tornou-se possível porque, apenas um século antes, em 1054, o Papa Leão IX havia declarado ao patriarca
Michael Celularius que a Doação de Constantino significava realmente a doação “do império terreno e celestial ao Sacerdócio
Real do Trono de Pedro”.
De tudo isso resultou que logo a Lombárdia, a Itália e a Alemanha começaram a ser computadas, aos olhos de Roma, como
“feudos papais”, com os papas declarando, cada vez mais ousadamente, que os reis da Alemanha haviam possuído o Império
Romano, bem como o Reino Italiano, apenas como um presente dos pontífices. Tais exigências, certamente, não ficaram sem
confronto e muitas vezes causaram a mais profunda comoção política – como por exemplo – a que rebentou na Alemanha em
1157, quando uma carta do Papa Adriano a Frederico Barbaroxa falava dos “benefícios”, que ele tinha concedido ao imperador ou
poderia ainda conceder e expressamente chamava a coroa imperial de beneficium isto é, um feudo, conforme foi entendido na
corte imperial. Adriano disse, para reforçar o fato, que tinha sido ele quem havia colocado a coroa na cabeça do imperador e que
o papa era o verdadeiro proprietário da Alemanha.
Não foram somente os príncipes que se rebelaram contra as pretensões papais. Homens de certo modo devotados a esse
sistema religioso falaram em palavras claras contra o avanço papal sobre o poder civil. Provost Gerhoh de Reigsburg, por
exemplo, satirizou o imposto do imperador (o qual, sem dúvida se apoiava na Doação de Constantino), sustentando as esporas
de ouro do papa, imposto esse que havia levado os Romanos a pintar aqueles quadros ofensivos, nos quais os reis ou
imperadores eram representados como vassalos dos papas, concluindo que este, além de causar sentimentos de amargura nos
governantes temporais, iam também de encontro à ordem divina ao permitir que os papas exigissem ser imperadores e senhores
dos imperadores.
Alguns anos mais tarde Gottfried, um alemão educado em Bamburg, capelão e secretário de três soberanos Hohenstaufen,
Conrado, Frederico e Henrique IV, apoiando-se sobre o que Enéas, Bispo de Paris, já havia dito, foi um pouco mais longe do que o
Papa Adriano e incluiu a França naDoação. Em seu “Panteon”, que ele dedicou ao Papa Urbano III em 1886, ele declarou que, a
fim de assegurar uma paz maior para a Igreja, Constantino, havendo se retirado com toda a pompa para Bizâncio, além de
conceder aos papas privilégios reais, tinha lhes dado o domínio sobre Roma, Itália e Gália, com todas as riquezas incluídas.
Com o passar dos séculos, os papas, em vez de diminuírem as suas exigências, continuaram a aumentá-las, declarando que,
em virtude da Doação, os imperadores eram imperadores simplesmente porque eles (os papas) lhes permitiam isso e que o único
governante em assuntos espirituais etemporais, em realidade, era o próprio pontífice.
Tais pretensões não se confinaram apenas ao campo teórico. Foram dirigidas a concretos objetivos territoriais, políticos e
financeiros, os quais eram perseguidos pelos pontífices com infatigável pertinácia. O Papa Inocêncio II (1198-1216), o mais
enérgico campeão da supremacia papal, trovejava, incessantemente para toda a Europa, que exigia supremacia temporal sobre
todas as coroas da Cristandade, pois como sucessor de São Pedro, ele era simultaneamente o líder supremo da verdadeira
religião e o soberano temporal do universo. Suas incansáveis exigências foram no sentido de que o governo papal fosse
estendido sobre várias terras e reinos. Ao final do seu reinado, de fato, o Vaticano havia se tornado o governante temporal de
Nápoles, das Ilhas da Sicília e da Sardenha, e de quase todos os estados da Península Ibérica, tais como Castela, Leão, Navarro,
Aragão e Portugal, de todas as terras da Escandinávia, do reino da Hungria, do Estado Eslavo da Boêmia, Sérvia, Bósnia, Bulgária
e Polônia. Uma lista considerável! [Lista que ainda está na mira do papado com a criação da União Européia].
Ele se tornou também o soberano verdadeiro de facto e de jure da Inglaterra, após haver compelido o Rei João à completa
submissão. Durante os últimos anos do reinado desse rei e os poucos primeiros do de Henrique III, Inocêncio governou
efetivamente a Ilha através dos seus legados. Isso, contudo, não foi o bastante, pois Inocêncio se proclamou o governante
temporal dos estados cristãos fundados na Síria pelos cruzados. De fato, ele foi até mais longe. Tomando vantagem da Cruzada
Franco-Veneziana de 1202, ele planejou a anexação do Império Bizantino. Um Império Latino veio à existência no Oriente e,
enquanto os Bizantinos se tornaram vassalos temporais do papa, a Igreja Ortodoxa Grega foi obrigada a reconhecer a supremacia
de Roma. Mais tarde esse imenso domínio foi ampliado pelos seus sucessores, através da conversão dos pagãos do Báltico ao
Catolicismo Romano.
Nesse tempo, como no passado, um país mais que qualquer outro se opunha à irresistível absorção eclesiástica - o poderoso
Império Germânico. Mas o papa, apesar de muitos revezes, jamais reconheceu a Alemanha como estando fora do formidável
império papal, baseado na assertiva familiar de que ela fazia parte do patrimônio de São Pedro.
Não contente com a Doação de Constantino, Inocêncio IV afirmava que o que Constantino dera à Igreja não lhe pertencia de
modo algum, pois a Europa havia sempre pertencido à Igreja. Numa encíclica publicada, logo após o encerramento do Concílio de
Lyon, em 1245, Inocêncio declarou expressamente:
É errado mostrar ignorância sobre a origem das coisas e imaginar que o governo da Sé Apostólica sobre assuntos seculares
data de Constantino. Antes dele, este poder já era da Santa Sé. Constantino simplesmente restituiu às mãos da Igreja um poder
que ele usava ilegalmente, enquanto se achava fora de sua fronteira. Uma vez admitido à Igreja, ele obteve, por concessão do
Vigário de Cristo, a autoridade que somente então se tornou legítima.
Após o que, na mesma encíclica, Inocêncio prazerosamente ficou com a idéia de que a aceitação da Doação de
Constantino pelo papa foi apenas um sinal visível do seu domínio soberano sobre o mundo inteiro e, conseqüentemente, de toda
a riqueza que fosse encontrada na terra. A crença na Doação, e na vasta extensão de território que Constantino nela incluiu,
cresceu ainda mais. O próprio Graciano não a incluiu; ela foi logo inserida como palea e assim deu entrada em todas as escolas
de jurisprudência canônica, de modo que a partir desse tempo, os advogados eram os mais influentes publicadores e defensores
dessa ficção. A linguagem dos papas tornou-se daí em diante, cada vez mais confiante.
“Omne regnum Occidentis ei (Silvestre) tradidit et divisit “- disse Inocêncio III (1198-1216).
Gregório IX (1227-1241) levou isso até às últimas conseqüências, de um modo que ultrapassou tudo o que havia sido feito
antes, quando ele determinou, diante do Imperador Frederico II, que Constantino havia, junto com a insígnia imperial, doado
Roma, com o ducado e o império, aos cuidados eternos dos papas. Daí por que os papas, sem diminuir qualquer grau na sua
jurisdição, estabeleceram o tribunal do império, transferiram-no aos alemães e ficaram acostumados a conceder o poder da
espada aos imperadores em sua coroação.
Por enquanto, isso era o mesmo que dizer que essa autoridade imperial tinha sua origem única nos papas, podia ser
aumentada ou diminuída a seu bel prazer, e que o papa podia exigir de cada imperador que lhe prestasse contas pelo uso do
poder e das riquezas a ele confiadas.
Porém o elo mais alto da estrutura hierárquica ainda não havia sido alcançado. Ele foi conseguido primeiro pelo sucessor de
Gregório, Inocêncio IV, quando o Sínodo de Lyon resultou na deposição de Frederico, em cujo ato este papa foi além de todos os
seus predecessores, no aumento de exigência na ampliação da autoridade de Roma.
O dominicano Tolomeo de Lucca, autor dos dois últimos livros da obra De Regimini Principum, cujos dois primeiros livros eram
de Tomás de Aquino, foi mais longe ainda e explicou a Doação como uma final abdicação de Constantino em favor de Silvestre.
Anexando esta a outras circunstâncias históricas, que eram invenções ou concepções erradas, ele então chegou à conclusão de
que o poder e a riqueza de todos os príncipes temporais derivavam sua força e eficácia unicamente do poder espiritual dos
papas. Não havia possibilidade de meio termo e, imediatamente depois, na controvérsia de Bonifácio VIII com Filipe de França, o
frade agostiniano Egídio Colonna de Roma, o qual havia sido nomeado pelo papa como Arcebispo de Bourges, chegou a essa
conclusão natural, sem o menor disfarce, numa obra que ele dedicou ao seu patrocinador.
Os demais teólogos da corte papal, Agostino de Trionfo e Álvaro Pelayo, ultrapassaram todas as exigências anteriores,
declarando que se um imperador como Constantino havia dado possessão temporal a Silvestre, isso era apenas uma restituição
do que havia sido furtado [da Santa Sé] de maneira injusta. Os reis eram muitas vezes obrigados, não apenas a aceitar tais
exigências como verdadeiras, mas a jurar que defenderiam os papas com as suas espadas. Vamos citar apenas um exemplo: o
pacto que o Imperador Henrique VII teve de fazer antes de sua coroação. O Papa Clemente V fez este monarca jurar que
protegeria e sustentaria todos os direitos que os imperadores, a partir de Constantino, haviam concedido à Igreja Romana, sem
declarar, contudo, quais eram esses direitos.
O poder conferido pela Doação à ICR tornou-se cada vez mais ampliado pelo poder inerente ao próprio papado. Como
sucessores diretos de Pedro, os papas eram os únicos herdeiros do poder da Igreja e, a partir daí, de qualquer coisa ou pessoa
sob a sua autoridade. A teoria assim deslizava:
Cristo é o Senhor do mundo inteiro. Quando partiu, ele deixou esse domínio aos seus representantes, Pedro e os seus
sucessores. Desse modo, a totalidade do poder espiritual e temporal e a união de todos os direitos e privilégios, repousam nas
mãos do papa. Cada monarca, mesmo o mais poderoso, possui apenas tanto poder e território conforme lhe fora transferido pelo
papa ou que este ache por bem lhe permitir possuir.
Esta teoria foi apoiada pela maior parte dos teólogos medievais. Ela se tornou a firme crença dos próprios papas. Em 1245, por
exemplo, o Papa Inocêncio IV expôs essa doutrina ao próprio Imperador Frederico, afirmando que, como fora Cristo quem confiara
a Pedro e aos seus sucessores, tanto o poder sacerdotal como o real, os reinados destes dois reinos, o celestial e o terreno,
pertenciam a ele, o papa, o que significava que o domínio espiritual do papado teria a sua contrapartida, também, no domínio
papal sobre todas as terras, territórios e riquezas do mundo inteiro.
Nem mesmo o imperador mais ambicioso do Império Romano jamais se atrevera a exigir tal coisa.
Capítulo 3
A Inquisição
No capítulo 4 do seu livro "Antichrist and Optimism", o Dr. Ronald Cooke nos fala sobre a Inquisição da ICR, movimento que o
Vaticano tem se esforçado ao máximo para apagar da história mundial. Vamos dar-lhe a palavra:
No dia 16/02/1568 uma sentença do Santo Ofício da Inquisição condenou à morte, como hereges, todos os habitantes da
Holanda.
Dessa condenação generalizada escaparam apenas algumas pessoas especialmente escolhidas. Uma proclamação do Rei,
datada de dez dias mais tarde, confirmou esse decreto da Inquisição, ordenando que o mesmo fosse imediatamente executado,
sem distinção de sexo, idade ou condição. Esse foi sem duvida o mais completo extermínio que aconteceu no século XVI, quando
três milhões de pessoas - homens, mulheres e crianças - foram sentenciados à forca, em três filas...
A partir desse decreto essa "indústria do sangue" jamais poderia nos parecer supérflua... Homens das mais altas às mais
humildes posições eram diariamente amarados às estacas. Alva, numa só carta a Philip, calculou friamente o número de
execuções que deveriam ser feitas, após a semana santa, "em oitocentas pessoas".
Para evitar os distúrbios causados pelas vítimas a caminho da forca, um novo tipo de mordaça foi inventado. A língua de cada
prisioneiro era colocada numa argola de aço, a qual era aquecida com um ferro em brasa. A inchação e inflamação, que eram o
resultado imediato, impediam a língua de sair da argola, neutralizando, imediatamente, toda a possibilidade do prisioneiro
falar. (John Le Mothey, "The Rise of Dutch Republic", Londres, 1913, Vol. II, ps. 144-145).
É difícil encontrar na literatura moderna qualquer referência aos mais intensivos e abrangentes movimentos da história da
Igreja - a Inquisição, a Reforma e a Contra Reforma. Nos livros que tratam da Nova Ordem Mundial não se encontra menção
alguma desses três movimentos. [Os jesuítas obrigam os editores a deletar nos livros históricos toda menção que desabone a
ICR, reescrevendo, assim, a história geral].
Pat Robertson, cuja obra foi tão louvada, conforme as palavras abaixo, nem sequer menciona qualquer um desses três
movimentos.
"A pesquisa neste livro é incrível. Eu sabia que havia algo acontecendo, mas não tinha idéia. Pessoa alguma jamais havia
colocado tanta descrição conjunta, para mim tão convincente".
Como pode alguém imaginar que está escrevendo sobre as forças que estão em vias de subjugar o mundo inteiro sem atentar
para alguns esforços já realizados antes, por essas mesmas forças, a fim de subjugar o mundo?
J. R. Church finalmente se dispõe a mencionar a Inquisição, muito concisamente, alegando, porém, que a razão pela qual a
mesma foi fundada era reduzir o poder e a influência dos Cavaleiros Templários, especialmente a dinastia dos Merovingianos, que
pairava como uma nuvem negra sobre a ICR. (J. R. Church, "Guardians of the Holy Grail", Profecy Publ., Oklahoma City, 1991, p.
25).
Depois ele admite que em razão de terem os Cavaleiros Templários se espalhado por toda a Europa e se fixado na Escócia,
a Ordem Maçônica do Rito Escocês se levantou na Escócia, o que simplesmente não é verdade.
A Inquisição teve razões muito mais amplas para existir do que uma hostilidade contra os Cavaleiros Templários. A verdade é
que os maçons entraram em conflito com Roma porque a ICR queria governar toda a Europa com mão de ferro.
Então, desobedecer às leis da ICR significava morte certa. [Isso voltará a acontecer, com o estabelecimento da nova religião
mundial (sincretismo religioso de Catolicismo e Nova Era) liderada pelo governante mundial]. A única maneira de neutralizar a
presença letal da ICR na vida das pessoas foi fundar as sociedades secretas, nas quais os homens se uniam através de pactos de
sangue, a fim de combater os agentes secretos (cães de Deus) que se espalhavam por toda as partes da Europa. Claro que um
dissidente protestante preferia cair nas mãos da maçonaria do que nas afiadas presas dos "cães de Deus".
A Inquisição logo se transformou numa grande fonte de lucro (pelo confisco das propriedades de todos os "hereges"),
possibilitando ao papado estender a sua sangrenta rede sobre as nações da Europa, com excelentes resultados financeiros,
rotulando todos os dissidentes e protestantes, onde quer que estes representassem uma ameaça às aspirações mundiais do
papado.
Como pode alguém escrever sobre os feudos e sociedades secretas da Idade Média, sem enxergar a Inquisição, como o fez Pat
Robertson, quando deixou de mencioná-la? Ali se encontrava a máquina do poder máximo, gerado pelo sigilo e levado a efeito
pelo mais agudo fanatismo, visando o controle absoluto do mundo.
Contudo, Robertson não é o único a ter agido desse modo, pois dificilmente existe um escritor moderno, o qual, ao escrever
sobre o Reino de Deus e dos demônios que o confrontam, dedique à Inquisição mais do que uma linha, a título de completo
exame. A Revolução Francesa tem sido apontada como a única ameaça ao Cristianismo bíblico, nos tempos passados.
O consenso geral é que o papado pode ser equacionado ao Reino de Deus, isso quando não se admite ser ele o próprio Reino
de Deus [pensamento quase generalizado nos últimos 20 anos, desde que o Papa JP2 começou a cativar os povos com o seu
sorriso amistoso, exibido durantes as suas andanças pelo mundo], evitando-se, desse modo, uma palavra sequer de crítica ao
papado, sem que a pessoa que a expressa seja considerada odiosa.
A Inquisição foi um reinado de terror, diante do qual a Revolução Francesa foi apenas um piquenique. A Revolução
Francesa perdurou 10 anos, enquanto a Inquisição perdurou 500 anos. A Revolução Francesa foi o castigo divino sobre a França
por causa do seu massacre aos huguenotes, na Noite de São Bartolomeu (24/08/1572), durante a Guerra dos Trinta Anos (1562-
1598), e de fato marcou o tempo em que esta nação começou a declinar no cenário mundial.
Como podem os homens escrever livros sobre a Revolução Francesa e jamais mencionar a Inquisição, a qual operou em toda a
Europa e partes da América Latina? [A explicação é que a ICR - promotora da Inquisição - comprou as consciências modernas,
enquanto a Revolução Francesafoi um acontecimento histórico, o qual veio beneficiar o mundo com liberdade, igualdade e
fraternidade e, por isso, não poderia comprar as consciências].
Uma geração inteira tem crescido sem ficar a par desse tenebroso órgão de tortura e perseguição dirigido pela ICR. John B.
Wilder escreveu:
Eu me graduei em História Geral, num colégio estadual e numa grande universidade. Contudo não me lembro de ter ouvido
falar do assunto da Inquisição uma só vez. Contudo, esse horror histórico continua importante no pano de fundo da civilização,
como nenhum outro movimento que tenha cruzado a trilha humana... Mesmo assim, homens e mulheres graduados em escolas
secundárias e faculdades são jogados na vida profissional com escassos conhecimentos da Inquisição Católica Romana, uma
instituição que, provavelmente, custou mais vidas humanas do que todas as guerras, exceto a II Guerra Mundial. (John B.
Wilder, "The Shadow of Rome", Zondervan, Grand Rapids, Michigan, 1960, p.86). [Esse método jesuíta de reescrever a história,
apagando tudo que venha prejudicar os interesses do papado, tem sido usado em todos os países, a fim de fortalecer o poder da
ICR. A Ordem de Loyola é sócia majoritária em todos os grandes empreendimentos econômicos, desde as multinacionais até o
Federal Reserve Bank, o Bank of America, e todas as editoras importantes do país. Pelo que nos consta, grande parte da
Zondervan já pertence aos jesuítas, de modo que nenhum livro jamais será publicado, fazendo qualquer crítica à ICR].
Podemos corroborar o que Wilder diz, visto como também nos formamos em História Geral numa faculdade e não conseguimos
nos lembrar de ter ouvido a Inquisição ser mencionada, por nenhum dos nossos professores. Também estudamos História da
Igreja num seminário teológico e aInquisição jamais foi mencionada ali. Como Wilder observa, existe uma boa razão para isso:
Os professores de todos os níveis da educação, bem com as editoras dos livros textos, além dos escritórios e trustes
universitários, iriam demitir os professores, sem falar na ruína financeira das firmas publicadoras, com intermináveis problemas
com os trustes (Ibid, p. 86).
Teodósio, o Grande (382), foi o primeiro Bispo de Roma a reforçar a pena de morte para o crime de heresia. Mais tarde, no
século VI, o direito dos eclesiásticos de exterminar a heresia foi mais firmemente ampliado, com o estabelecimento das cortes
sinodais. Contudo, somente no século XII foi que a Inquisição se tornou uma instituição da ICR. A Inquisição foi estabelecida na
França, durante o Sínodo de Verona, em 1184. O IV Concílio de Latrão, em 1215, transformou a perseguição aos “hereges” no
principal objetivo das cortes sinodais. Gregório IX nomeou os dominicanos como inquisidores permanentes, em 1223, em toda a
Alemanha, Aragônia, Áustria e Lombárdia, bem como no sul da França.
Os dominicanos passaram a ser conhecidos como os "cães de Deus", por causa do seu zelo na caça aos “hereges”, e porque
"Domini = Senhor e "canis" = cão, em Latim. [Existe uma lenda contando que a mãe de S. Domingos, o fundador da Ordem
Dominicana, sonhou que ia dar à luz esse filho com focinho de cão. Não sabemos se é verdadeira].
Claro que a ICR se salvaguardava da culpa do sangue derramado, fazendo com que as autoridades seculares executassem os
“hereges” [Autoridades que eram completamente dominadas pela ICR e, em caso de desobediência, seriam elas mesmas
condenadas à morte].
Os castigos aos "hereges" consistiam de três tipos: 1. - Várias penalidades, com a expropriação de todas as suas posses
materiais. 2. - Prisão perpétua. 3. - Morte por estrangulamento - para quem dissesse que estava morrendo dentro da Igreja Mãe,
e morte na fogueira (estaca) - para quem dissesse que estava morrendo fora da Igreja Mãe. [Isso quer dizer que todos os
protestantes fiéis, assassinados aos milhões, foram queimados na estaca. Que nos preparemos todos os crentes bíblicos, porque
talvez tenhamos de passar brevemente pela mesma experiência].
A Inquisição foi particularmente cruel na Holanda, porém atingiu o seu ponto máximo na Espanha. Por isso ficou mais
conhecida como "Inquisição Espanhola". Inocêncio IV em sua bula papal "De Extirpanda", emitida em 1252, ordenou que as
pessoas acusadas poderiam ser torturadas, não apenas para serem induzidas à confissão de sua própria "heresia", mas da
"heresia" de outras pessoas. [Que os meus amigos, os santos de Jesus, se cuidem, pois... quem sabe... poderei fraquejar na hora
"H" e...] À medida que o tempo corria, máquinas de tortura eram inventadas, a fim de obrigar os "hereges" a confessar e
também acusar. Havia uma tortura que esticava as partes do corpo, até quebrar os ossos. Havia também o esmagador do
polegar, a bota de ferro e a roupa de ferro para mulheres, todas elas usadas e abusadas, não pelos revolucionários franceses,
nem pelos comunistas, nem pelos maçons, nem pelos humanistas seculares, mas exclusivamente pelos inquisidores da ICR. [Vi
muitas dessas máquinas no Museu do Crime, em Rottenburg, Alemanha, em junho de 1999, quando pesquisava a obra de Lutero.
Quando falei para a jovem alemã que me acompanhava: "Um dia esses instrumentos ainda serão usados", ela riu na minha cara,
garantindo, inocentemente, que jamais haveria outra guerra, ou qualquer tipo de tortura, em nosso mundo civilizado!]
Houve muitas perseguições violentas, antes da Reforma Protestante, entre 1184 e 1517 (portanto 333 anos antes da mesma),
conforme a obra do escritor católico moderno, Zoe Oldenburg, "O Massacre de Montsegur". Essas perseguições foram feitas pelo
papado, tendo prosseguido contra os huguenotes, holandeses, presbiterianos e irlandeses, após a Reforma de Lutero e Calvino.
A Inquisição espalhou os seus tentáculos sobre todos os países da Europa, menos sobre a Inglaterra. Contudo, Bloody Mary iria
tirar o atraso, no seu reinado de apenas cinco anos (1553-1558), o qual, felizmente, foi seguido pelo da rainha protestante,
Elizabeth I. A Inquisição se estendeu até mesmo sobre o Novo Mundo, onde os jesuítas executavam os "hereges" nos países por
eles dominados, como o México, o Brasil e outros países da América do Sul. Durante os dezesseis anos do inquisidor Tomás
Torquemada (1483-1498), o número de vitimas, conforme Llorente, repórter oficial da Inquisição, foi de 9.000, pessoas
queimadas na estaca; 6.500 queimadas em efígie; 90.000 sujeitas a diversas penalidades, inclusive a prisão perpétua. O
sucessor deste, Diego Deza (1499-1506), registrou 1.600 casos de execução e um terceiro inquisidor, Francisco Ximenes, mesmo
sendo um erudito intelectual, trabalhou na Inquisição, tendo registrado 2.536 pessoas queimadas na estaca, ou estranguladas, e
47.263 castigadas por outros métodos, entre os anos de 1507 a 1517. Llorente também registrou que entre os anos de 1478 a
1517 (antes de Torquemada e até o final de Ximenes), um total de 13.000 pessoas foram queimadas e 160.000 foram torturadas
pela ICR.
Na Espanha a máquina do anticristianismo foi bem sucedida em silenciar o testemunho dos protestantes por meio do fogo, da
espada, do estrangulamento, da tortura e da perseguição. Quando os homens modernos tentam desculpar os excessos
da Inquisição, afirmando que apenas alguns milhares de pessoas foram realmente mortas, eles se esquecem de que a VERDADE
FOI PREJUDICADA e não apenas homens e mulheres. O Diabo foi capaz de silenciar a VERDADE DO EVANGELHO durante muitas
gerações, em terras como a Espanha e o México.
Ora, existe ampla evidência de que muitos milhões sofreram sob o jugo dos cruéis inquisidores da ICR. Durante os cinco
séculos de horror e terror patrocinados pela ICR, estima-se que "50 a 68 milhões de seres humanos foram assassinados,
sofreram torturas, perderam suas posses, ou foram devorados de outro modo pela ICR" (Ibid, p. 87). Somente na Espanha,
"300.000 vítimas foram imoladas nas piras flamejantes da Inquisição" (Ibid, p. 88).
MacKinley Ash declara: “Calcula-se que os papas de Roma, direta ou indiretamente, assassinaram, por conta de sua fé, 50
milhões de mártires. Foram 50 milhões de homens e mulheres que se recusaram a aceitar a idolatria romana, mantendo a
afirmação de que a Bíblia é a Palavra de Deus, pessoas que não amaram suas vidas, enfrentando a morte por amor do seu
Senhor. (McKinley Ash, "Antichrist, Past, Present and Future", Blackwood, N.J., 1967, p. 122).
O verdadeiro número de mártires jamais será conhecido. Mas certamente centenas de milhares foram sacrificados durante os
500 anos da Inquisição, sofrendo pela sua fé nas mãos dos inquisidores católicos romanos.
Michael Schwarz, diretor executivo da Liga Católica dos Direitos Religiosos e Civis, clama que as narrativas da Inquisição são
absurdamente exageradas. Contudo, mesmo que se tome a mais baixa computação das narrativas, o número de pessoas mortas
por Roma chega a centenas de milhares.
Os homens até brigam por causa dos números, quando desejam massacrar e assassinar, a ponto de se tornarem ridículos.
Alguns afirmam que Hitler não matou 6 milhões de judeus, mas APENAS 300.000. No massacre dos escoceses/irlandeses pelos
irlandeses católicos romanos, Sir John Temple calculou que foram mortos 300.000, enquanto os escritores católicos romanos
garantem que foram APENAS 40.000.
Quando o Duque de Alva tentou dizimar uma nação inteira com um reinado de terror, embora não constando o total de suas
vítimas nos anais da história "civilizada", novamente gritos de protesto foram ouvidos sobre o "exagero". Contudo, ele mesmo se
gabava de ter executado 18.000 homens. A esse número devem ser acrescentados milhares de mulheres e crianças que foram
sacrificadas impiedosamente. Também o número de pessoas afogadas em Zutphen, onde 500 foram amarradas pelas costas e
atiradas ao rio Yssel, mais 200 afogadas no Harlem, além das matanças feitas em vários outros lugares. Mr. McClintock e Strong
afirmam ser impossível computar as cifras exatas.
O número de sérvios ortodoxos assassinados pela Ustashi de Ante Pavelic foi computado em 1.200.000 pela Igreja Ortodoxa
Sérvia, no seu exílio em Londres. Contudo, o Vaticano garante que isso é um exagero e que APENAS 500.000 sérvios, 30.000
judeus e 40.000 ciganos foram mortos, sob as bênçãos do Cardeal Stepinac. [Esse massacre de um milhão e duzentos mil
inocentes foi patrocinado por Pio XII, com quem o cardeal croata estava em constante contato, do mesmo modo como Hitler e
Mussolini também estavam, na II Guerra Mundial, segundo consta no livro "The Vatican Holocaust", de Avro Manhattan]. Quando
o notório matador da Ustashi, Ante Vrban, estava sendo julgado pela vergonhosa matança de centenas de crianças, ele protestou
dizendo que havia matado APENAS 63.
Um historiador moderno escrevendo sobre Claverhouse, o homem responsável por caçar e matar os "Covenanters" na Escócia,
afirma que o número de sua matança foi exagerado e que ele havia assassinado APENAS duas pessoas. Isso é de fato uma
abominável tolice, pois mesmo considerando-se apenas uma pessoa, de qualquer modo ele foi um assassino a sangue frio. O
assassinato de uma única pessoa já é um ato diabólico, para o qual não existe qualquer desculpa. [Na sociedade moderna os
"serial killers", maníacos sexuais e até parricidas, estão em voga e se tornam depressa famosos, visto como as pessoas, sem o
conhecimento da Palavra de Deus, se empolgam com as novidades, mesmo quando se trata de assassinos em série, vampiros,
traficantes de drogas e terroristas. Quanto à Inquisição, mesmo não conhecendo o número exato dos milhões de pessoas que a
ICR dizimou, sabemos que esta organização política e religiosa tem as mãos completamente manchadas de sangue inocente]. A
ICR permitiu e abençoou os massacres na Croácia, entre 1941-1944, e continua derramando sangue em Ulster, no México, no
Peru, etc., até os dias atuais. [Seus rios de sangue correm todos para o mar da iniqüidade e, por isso, jamais poderão ser detidos
por muito tempo, até que a ICR seja destruída pelo sopro da boca do Cordeiro que foi morto.]
A Inquisição foi uma máquina de tortura e morte. Nenhuma linguagem dobre usada pelos escritores modernos poderá mitigar
o completo horror dessa máquina diabólica, não construída por ateus ou comunistas, mas por aqueles que se autoproclamam
representantes de Deus na terra. Quando Malachi Martin (historiador católico moderno do Vaticano) escreve que o papa é o
legítimo sucessor de Pedro e o único representante legítimo de Cristo na terra, ele está apenas repetindo as palavras do Concílio
de Trento, antes declaradas por Lanez, o jesuíta, há quase cinco séculos, ou seja: Estas coisas, isto é, ser o detentor das chaves e
o pastor, como ofícios perpétuos, devem ser conferidas sobre uma pessoa perpétua, a qual não somente está sobre o primeiro
(quer dizer, Pedro), porém sobre toda a sua sucessão. Desse modo, o Bispo de Roma, de Pedro até o final dos tempos, é o
legítimo monarca. (Baron Porcelli, "The Antichrist", Blackwood, N.J., 1971, p. 89).
Roma não muda os seus objetivos. Ela apenas muda de tática. Tanto que Malachi Martin declara: “ Então ele (o papa JP2) tem
demonstrado que pretendia assumir e realmente exercer mais uma vez o papel internacional que havia sido central na tradição
de Roma e o exato mandato que os católicos afirmam ter sido conferido por Cristo a Pedro e a cada sucessor do mesmo na
terra.” (Malachi Martin, "The Keys of This Blood", Simon & Schuster, N.Y., N.Y., 1990, p. 22).
Os escritores católicos costumam afirmar que os protestantes fizeram tantas perseguições e mortes quanto os romanistas. Jon
Zens até garante, sem qualquer documentação, que os protestantes foram piores do que os católicos romanos, quando
perseguiram os anabatistas. Contudo, William R. Estep em seu livro "The Anabaptists Story", Eerdmans, Publ. Co., Grand Rapids,
Mich., 1975, p. 37), fala de um trabalho recente de Claus-Peter Clasen - Anabaptism: A Social History, 1525-1618" - no qual ele
apresenta a seguinte estatística: “Parece-nos, pelos estudos de Clausen, que os governos da ICR foram responsáveis por 84%
das execuções, enquanto os governos protestantes, ou os seus simpatizantes, por apenas 16%".
É verdade que os protestantes fizeram algumas perseguições, porém jamais pensaram em colocar em operação uma
organização como o Santo Ofício da Inquisição. Também os protestantes jamais fizeram declarações como as que o papa de
Roma tem feito e continua fazendo, mesmo após todos os horrores da Inquisição, de serem os únicos sucessores de Pedro e
vigários de Cristo na terra. [Isso porque todo protestante sabe que o único Vigário de Cristo na terra é o Espírito Santo.] Quanto
se atenta para os massacres e martírios executados sob o comando direto de alguns papas, "vigários do mal" ser-lhes-ia um
título muito mais apropriado!!!
O Auto de Fé era o capítulo final do processo inquisitorial. Quando um "herege" era apanhado, ele era julgado e todos os seus
amigos e parentes deveriam considerá-lo um marginal. Não lhe era permitido provar a sua inocência. Seus haveres eram todos
confiscados, especialmente quaisquer livros ou escritos, pois não lhe era permitido, de modo algum, disseminar a verdade.
Se ele persistisse em declarar-se inocente, era torturado com açoites, a fim de que se extraísse dele a confissão desejada. Se
isso não funcionasse, queimavam-lhe certas partes do corpo. Todas essas torturas eram executadas sob a direção dos
inquisidores e do bispo diocesano. Se o prisioneiro "confessasse", era torturado pela segunda vez, a fim de declarar os seus
motivos e, em seguida, era torturado pela terceira vez, a fim de declarar os nomes dos seus "cúmplices" [O Comunismo
aprendeu suas táticas de tortura com a ICR] Todos os que confessavam eram obrigados a usar o "sanbenito", um hábito sem
mangas, com a cruz vermelha de Sto. André, no peito e nas costas. Depois de completar a sua pena, o "sanbenito" era
pendurado na Igreja, com um cartão contendo o nome do pecador e uma declaração do seu pecado. Qualquer recaída na antiga
"heresia" era passível de morte.
Se falhassem as três torturas no sentido de obter a confissão, o acusado era colocado numa prisão pior, a fim de aguardar
outros castigos. Mesmo que ele morresse, enquanto estava aguardando julgamento, o seu caso ainda teria de ser levado ao Auto
de Fé, a fim de ser julgado, de qualquer maneira. Mesmo que se passassem 40 anos, se os seus restos mortais fossem
encontrados, ele seria julgado à revelia, seus ossos eram queimados e jogados na água ou no vento. Se estes não fossem
localizados, ele seria queimado em efígie. [A diferença entre a Inquisição e o inferno é que daquela ninguém escapava, nem vivo
nem morto, enquanto no inferno só se chega depois de morto]. John Wycliff foi o "herege" mais importante a ser tratado assim.
Ele morreu em 1384. Seus ossos foram exumados em 1428, 44 anos mais tarde. Foram incinerados e arremessados no Rio Swift,
depois que suas doutrinas foram condenadas no Concílio de Constança. [Esse mesmo concílio julgou e condenou a uma pena
leve o papa João XXIII (o primeiro), mesmo sendo ele acusado de pelo menos 54 crimes, alguns dos quais, hediondos).
Todos os inquisidores eram obrigados a fazer um pacto de sangue secreto. Alguns acreditam que os maçons adotaram isso
da Inquisição. Os maçons e outros dissidentes não podiam sequer confiar nos membros de sua própria família, temendo que os
traíssem ao Santo Ofício da Inquisição. Desse modo, os pactos eram feitos para que os dissidentes não corressem o risco de
detenção, tortura e martírio.
Quando todas as torturas não produziam uma confissão ou renúncia, o pecador era trazido, finalmente, ao Auto de Fé. Esse
era um local de execução freqüentado geralmente pelos bispos e outros homens importantes da ICR, os quais vinham todos
testemunhar a queima dos "hereges". Uma data favorita para os Autos de Fé era o Dia de Todos os Santos, mais conhecido como
o Halloween. A procissão era liderada pelos "cães de Deus", os quais portavam uma bandeira louvando a Inquisição. Logo atrás
destes, separados por um grande crucifixo, vinham os condenados à morte. Em geral estavam vestidos com estranhos e bizarros
tipos de vestuário, com os pés descalços e as cabeças cobertas por chapéus altos, nos quais estavam pintados demônios e
chamas. Finalmente, vinham as efígies dos que haviam escapado e, em seguida, os trabalhadores carregando caixões para os
"hereges" a serem executados. Os caixões também continham pinturas de demônios e chamas. O encerramento da procissão era
decidido pelos padres de Roma, que a acompanhavam até uma "igreja", onde era pregado um sermão de fé. (Práticas idênticas
foram executadas nas campanhas da Ustashi, na Croácia (1941-1944), e também nas conversões forçadas e nas execuções de
Franco, na Espanha, (nos anos 1930).
Os acusados eram levados a uma alta corte, onde lhes indagavam em qual religião prefeririam morrer. Os que diziam, na ICR,
eram estrangulados, e os que preferiam morrer fora da ICR eram queimados na estaca. Dois padres acompanhavam a pessoa a
ser queimada na estaca, pressionando-a a fazer as pazes com a ICR. Quando não conseguiam convencê-la, então a consignavam
ao Diabo.
Os "hereges" perdoados, depois das três torturas, eram restaurados aos seus antigos lugares, depois de jurar que jamais iriam
revelar o que havia acontecido durante o julgamento. Pactos eram extraídos até mesmo dos torturados, muitos dos quais não
eram culpados de coisa alguma, mas apenas vítimas da falsa acusação de algum inimigo.
O Auto de Fé era um instrumento tremendamente aterrorizador. A simples menção do mesmo era suficiente para que os
homens mais fortes tremessem de pavor. Ele fazia parte do arsenal da ICR contra os "hereges" e dissidentes, durante alguns
séculos. Alguns acreditam que os Autos de Féeram executados clandestinamente em determinados países, quando os governos
seculares assim decidiam, em relação aos que eles considerassem marginais. A Inquisição foi abolida em 1808 por Joseph
Napoleão. Contudo, o Santo Ofício da Inquisição continua existindo [agora com o nome de Congregação Para a Doutrina da Fé,
sob a liderança do cardeal ex-nazista, Joseph Ratzinger. O seu "prefeito" na década de 1970 era o cardeal brasileiro Agnello Rossi,
o mesmo que "sugeriu" que o Arcebispo de são Paulo mandasse liquidar o ex-padre Aníbal Reis, o maior pesquisador de
Catolicismo Romano em nosso país].
Grattan Guiness nos conta em seu livro que os inquisidores de Roma esgotaram toda a arte de causar a dor, de modo que
seria difícil descobrir ou inventar um novo tipo de tortura que eles não tivessem praticado contra os "hereges". Estes eram
fuzilados, furados, apedrejados, degolados, enforcados, retalhados, esquartejados, queimados, sepultados vivos, assados em
espetos, assados em fornos, atirados em fornalhas, atirados do alto em precipícios, do alto de torres, afogados em pântanos,
deixados à inanição, pendurados em árvores, suspensos pelos cabelos, suspensos pelos pés e mãos, explodidos com pólvora,
retalhados com espadas, atados em caudas de cavalos, quebrados em rodas, tendo os intestinos extraídos, as ancas açoitadas,
queimados com ferros em brasa, rasgados com pinças incandescentes, retalhados com facas, amassados, espetados com garfos,
atingidos com água, lixo e excrementos, com pedaços do próprio corpo atirados sobre eles, gargantas cortadas, amarrados em
estacas, crucificados em árvores, atormentados com fósforos acesos, óleo e lama escaldantes, chumbo derretido, etc. Muitos
tiveram os seus olhos vazados, as unhas extraídas, orelhas, lábios, línguas, seios e membros cortados, como um esporte comum
aos carniceiros católicos. Crianças novinhas eram exterminadas, levadas à inanição, afogadas, queimadas para morrer, atiradas
contra árvores, rasgadas de ponta a ponta, jogadas para cima e aparadas em pontas de espadas, arremessadas aos cães e
suínos, conforme McKinley Ash, nas ps. 113-114 do seu livro. [Vi muitos desses instrumentos de tortura no Museu do Crime, em
Rottenburg, Alemanha. Os inquisidores eram piores do que os mais sádicos vampiros da literatura de horror.]
A bula papal "In Coena Domini" diz assim, numa de suas cláusulas: “Excomungamos e anatemizamos em nome de Deus Todo
Poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo, pela autoridade dos benditos apóstolos Pedro e Paulo, e pela nossa própria, todos os
hussitas, "Wycliffitas", luteranos, zwinglianos, calvinistas, anabatistas, huguenotes, trinitarianos, todos os apóstatas da fé e todos
os hereges, qualquer que seja o seu nome e qualquer que seja a sua seita, bem como os seus membros, anfitriões,
favorecedores e em geral defensores dos mesmos”. (McKinley Ash, p. 112).
Quando consideramos que a Inquisição foi apenas um esforço da ICR de aniquilar o evangelho, começamos a verificar o seu
contínuo e determinado esforço, ao longo dos séculos, no sentido de esmagar toda a oposição ao seu autoproclamado direito de
governar o mundo. Os demais massacres monstruosos e genocidas executados contra os valdenses, os huguenotes, os
anabatistas, os holandeses, os escoceses, os irlandeses e piedmonteses fazem parte da história sangrenta da ICR [Também,
segundo Avro Manhattan e Eric Jon Phelps, todas as guerras, inclusive as duas Grandes Guerras.]
Desse modo, o silêncio dos modernos escritores evangélicos é nada menos que uma TRAIÇÃO. Por que esse profundo silêncio
continua existindo com referência a Roma, da parte daqueles que supostamente estão escrevendo a respeito de suas
conspirações e do seu desejo secreto de governar o mundo? Podemos afirmar com segurança que, não importa quais sejam as
desculpas apresentadas pela ICR quanto às sangrentas cruzadas contra os valdenses, as guerras contra os holandeses feitas pelo
Duque de Alva, o massacre contra os huguenotes, os presbiterianos, os escoceses/holandeses e o genocídio dos albigenses em
Montsegur, através do maligno Santo Ofício da Inquisição, não podemos aceitá-las.
É impossível ignorar que Roma jamais retrocedeu diante de pessoa alguma, nem de qualquer ideologia, em seu objetivo de
colocar o mundo sob o tacão do papa, o homem que os valdenses, os "wycliffitas", os hussitas, os reformadores, os anabatistas,
os presbiterianos, os puritanos, os separatistas, os não conformistas, os metodistas e os batistas têm chamado - ao longo dos
séculos - o ANTICRISTO!
[Eles assim se referiam ao papado somente até os anos 50 do século passado, quando os protestantes deixaram de protestar e
começaram a amolecer diante dos falsos protestos de amor da ICR, através do Ecumenismo, que passamos a chamar de
"EUCOMOMESMO"!
[Segundo Eric Jon Phelps, no seu livro “Vatican Assassins”, A Inquisição da ICR continua em pleno vigor, a cargo dos jesuítas,
os quais assumiram, em 1825, o propósito de conseguir, a qualquer preço, o mundo inteiro de volta para o papa, no prazo
máximo de 200 anos. Todas as guerras do planeta, a partir dessa data, foram feitas com esse objetivo, não importa quantos
milhões de pessoas tenham perecido, a fim de satisfazer a sede de sangue e de poder da ICR. A próxima Inquisição será a mais
tenebrosa de todas, pois sendo agora informatizada, ninguém mais poderá escapar dos olhos desse terrível "Big Brother",
conforme a "profecia" de Orwell.]
Capítulo 4
A Reforma Protestante e o Anticristo
No Capítulo 6 do seu livro "Antichrist and Optimism", o Dr. Ronald Cooke nos apresenta a conexão do papado com o Anticristo,
segundo a opinião de alguns santos dos séculos 16, 17 e 20. Vamos dar-lhe a palavra:
O Chanceler de Treves, orador da dieta de Worms, falou, indignado: "Não respondestes a pergunta que vos fiz. Não fostes
convocados até aqui, a fim de colocar em cheque as decisões dos concílios. Deveis dar uma resposta clara e objetiva. Ides ou não
retratar-vos?" A isso respondeu Lutero, sem hesitação: "Visto como Vossa Serena Majestade e Vossa Alta Grandeza exigem de
mim uma resposta clara e objetiva, vou dar-vos uma, que é a seguinte: Não posso submeter a minha fé ao papa nem aos
concílios, pois está meridianamente claro que têm errado freqüentemente, contradizendo um ao outro. Portanto, a não ser que
eu me convença, segundo a Escritura ou pelo mais claro raciocínio... a não ser que eu seja persuadido através das passagens
citadas por mim... e a não ser que elas me levem cativo à Palavra de Deus, não posso e jamais irei me retratar. Não é seguro
para um cristão falar contra a sua consciência". Em seguida, olhando ao redor, para a assembléia, a qual tinha nas mãos a sua
vida, Lutero completou: "Nada posso fazer e que Deus me ajude, Amém!" (J. H. Merle D´Aubigne, "Martin Luther" - Moody Press,
Chicago, 1978, p. 433).
"Não consigo imaginar como possa haver paz entre nós e os papistas, pois em nada concordamos. É uma guerra eterna,
exatamente como a que existe entre a semente da mulher e a velha serpente. Quando os reis temporais estão exaustos da
guerra, eles fazem uma trégua mais ou menos suportável. Em nosso caso, porém, não pode haver concessões. Não podemos nos
afastar do Evangelho, assim como eles não desistem da sua idolatria e blasfêmia. O diabo não tolera que os seus pés sejam
desviados, assim como Cristo não permite que a pregação de Sua Palavra seja impedida. Desse modo, não posso ver
possibilidade alguma de trégua ou paz entre Cristo e Belial". (Martinho Lutero, "Talk Table", (Conversa de Mesa), ps. 201-202).
Vamos falar sobre os reformadores e o Anticristo: Charles Hodge certamente não exagerou quando escreveu que os
reformadores fizeram, em uníssono, uma conexão entre o papado e a Babilônia de Apocalipse 17-18. Não há exceção alguma
nesse ponto de vista entre os reformadores protestantes.
Martinho Lutero
Claro que Lutero foi um grande porta-voz da crítica ao papado. Talvez ele conhecesse melhor do que a maioria dos
reformadores a natureza do sistema contra o qual lutava pessoalmente. Sobre o Anticristo ele declara a sua opinião, sem
qualquer compunção: "Não compartilho a sua visão. Pelo contrário, conforme diz o apóstolo João (Apocalipse 17:1-2), deveríamos
fazer transbordar o cálice da prostituta escarlate com a qual os reis e príncipes têm cometido e continuam cometendo fornicação.
E deveríamos infligir-lhe tantas dores e sofrimentos quanto ela tem gozado de prazer e poder, até que seja calcada aos pés,
como a lama das ruas, pois não existe coisa mais desprezível neste mundo do que essa Jezabel sedenta de sangue". (M. Evald
Plass, "What Luther Says", Concordia Publ. House, St. Louis. MO, 1959, Vol. 2, ps. 1017-1018).
Aqui Lutero estava se dirigindo a alguns dos seus contemporâneos, que o consideravam severo demais em suas denúncias
contra a ICR. Certamente, ninguém poderia acusá-lo de palavras delicadas. Ele sempre gostou de dizer claramente a verdade,
conforme veremos abaixo:
"Sabendo que o papa é o Anticristo, considero-o um diabo encarnado... Realmente, o reinado do papa é um enorme desafio ao
poder de Deus e é contra a humanidade... É uma blasfêmia monstruosa uma criatura humana presumir exaltar-se na Igreja acima
de Deus". (Martinho Lutero, "Talk Table" (Conversa de Mesa). H. G. Bohn, Londres, 1857, p. 195)
João Calvino
Também falava claramente. Vejamos o que ele falou sobre o Anticristo: “Não estamos com o Nome de Deus, mas com a
própria majestade e adoração e em geral, com tudo que Ele possa expressar. A verdadeira religião é aquela pela qual somente o
verdadeiro Deus é adorado. E é esta que o filho da perdição transfere para si mesmo.”
“Então, qualquer pessoa que tenha aprendido da Escritura quais são as coisas particularmente pertencentes a Deus e, por
outro lado, considere incorreto que o papa as usurpe para si mesmo, não terá dificuldade alguma em reconhecer que ele é o
Anticristo, mesmo que se trate de um garoto de 10 anos de idade. A Escritura declara que Deus é o único Doador da Lei, O qual
pode salvar e destruir. Que Ele é o único Rei, cujo ofício é governar a alma humana através da Sua Palavra. Ele se apresenta
como o Autor de todas as observâncias sagradas. Ele ensina que a justificação e a salvação só devem ser embasadas em Cristo,
oferecendo os meios e o método. Não existe uma só dessas coisas que o papa não declare ser prerrogativa dele. Ele se gaba de
ter o direito de escravizar as consciências humanas com tais leis, segundo o seu desejo, e que pode enviá-las para o castigo
eterno. Com respeito aos sacramentos, ele até instituiu novos, a seu bel prazer, ou então corrompeu e rebaixou os que Cristo
havia instituído... Ele inventa meios de se obter a salvação em total desacordo com os ensinos da Escritura. Em resumo, ele não
hesita em alterar toda a religião, conforme lhe apraz... Então eu pergunto: isso não significa elevar-se acima de tudo que é
considerado divino e não é exatamente o que o papa está fazendo?" (João Calvino, Comentário do Novo Testamento, Eerdmans,
Grand Rapids, Mich., reedição, vol. 8, p. 401)
Noutra parte do mesmo capítulo, Calvino diz: "Para se reconhecer o Anticristo basta que o coloquemos diametralmente em
oposição a Cristo" (Ibid, p. 400). Ele declara ainda, contrariando a posição reconstrucionista, que "o dia de Cristo não virá, até
que o mundo tenha descambado na apostasia e a Igreja tenha sido dominada pelo governo do Anticristo" (Ibid, p. 398). Outra
observação que ele faz sobre o Anticristo: "Paulo coloca o Anticristo exatamente no santuário de Deus. Ele não é um inimigo de
fora, mas do meio da fé e a Cristo se opõe em o Nome de Cristo." (Ibid, p. 402). Calvino associa o "homem do pecado"
mencionado na 2 Tessalonicenses 2:3 com os anticristos da 1 João 2:18-19 e a Babilônia Mistério de Apocalipse 17.
McClintock e Strong fazem uma lista daqueles que equacionam o papado com o Anticristo: “Que o papa e o seu sistema são o
Anticristo foi ensinado por Lutero, Calvino, Melâncton, Bucer, Beza, Calisto, Bengel e quase todos os escritores protestantes do
continente (europeu)...”(McClintock e Strong, "Encyclopedia of Religion Knowledge", p. 258). Em seguida, na mesma página, eles
citam outros nomes que equacionam o papado com o Anticristo: “Notavelmente, Bullinger, Christaeus, Aretius, Foxe, Napier,
Cranmer, Latimer, Ridley, Hooper, Hutchinson, Tyndale, Sandys, Philpot, Jewell, Rogers, Fulk e Bradford também observam essa
conexão.”
Tal opinião não ficou confinada a esses divinos do século 16, os quais supõe-se terem se colocado especialmente contra o
papado. O Rei Tiago também era da mesma opinião, tanto quanto Elizabeth I e os teólogos do século 17. (p. 259).
Somente quando a Igreja da Inglaterra começou a perder o seu caráter evangélico foi que os seus líderes começaram a se
desviar dessa visão. McClintock e Strong concluem esta seção sobre o Anticristo declarando que embora alguns estivessem
abandonando a visão dos reformadores no século 17, "alguns dos melhores intérpretes na Igreja, bem como outros ramos do
Protestantismo mantinham ainda a antiga interpretação." (Mesma página)
Portanto, existe praticamente uma unanimidade entre os intérpretes protestantes, tanto da Europa como da Inglaterra,
durante os primeiros 200 anos após a Reforma. Todos eles equacionaram o papado com o Anticristo.
Convém notar que os eruditos católicos romanos, quase todos posmilenistas em sua escatologia, e universalistas em sua
soteriologia, não apenas detestavam a Reforma porque esta prejudicava a sua "Igreja", mas também porque ela destruía a sua
esperança reconstrucionista de que o mundo poderia ser ganho pela "Igreja". Aelred Graham, o brilhante frade britânico,
escreveu em seu livro "The Final Victory" (Vitória Final): “A tragédia da Reforma foi que ela frustrou o que de outro modo poderia
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O big brother de roma

  • 1. O “BIG BROTHER” DE ROMA Mary Schultze, 2003 Prefácio Este livro foi escrito a partir de uma pesquisa realizada nos livros dos seguintes autores: Dr. Ronald Cooke, Dr. Ian Paisley, Prof. Arthur Noble, Barão Avro Manhattan, Eric Jon Phelps, T. A. MacMahon, ex-freira Mary Ann Collins, Júlio Carrancho e Thomas F. Heize. Sempre que leio mil páginas sobre a Igreja Católica Romana (ICR) – história e doutrina - sinto-me na obrigação de escrever sobre esta Igreja, a fim de alertar os cristãos a não se engajarem na mesma, pois ela tem usado e abusado do Nome Santo do nosso Salvador e Senhor Jesus Cristo, durante mais de 16 séculos, a fim de perseguir e matar pessoas inocentes, com o objetivo específico de aumentar a sua riqueza monumental, o seu prestígio político mundial e a escravidão religiosa dos seus membros. Fui católica durante 48 anos de minha vida e salva em 01/05/1978, após ler o Novo Testamento e Salmos da Trinitariana. Nunca fui uma pessoa censurável em meu procedimento social e moral. Contudo estava engajada numa Igreja que prega mentiras e superstições e, por isso, jamais tive tempo de olhar exclusivamente para Jesus, desviando a vista para Maria e os “santos”, o que iria me render o inferno eterno. Agora, salva pela graça da fé em Jesus Cristo e confiando inteiramente no Seu sacrifício vicário na cruz (único e jamais repetível), dou graças a Deus por tão grande salvação e desejo que todos os meus leitores possam encontrar a mesma VERDADE que encontrei nas páginas da Bíblia, libertando-se da mentira religiosa em que todos nós estamos imersos, antes de conhecermos o verdadeiro Evangelho do único Senhor e Mediador entre Deus e os homens – Jesus Cristo. Capítulo 1 Falsas Credenciais Mary Ann Collins, em seu livro “The Spirit of Roman Catholicism” (por mim traduzido), diz o seguinte: “A ICR afirma que os primeiros cristãos eram católicos romanos e que (sem considerar a Igreja Ortodoxa), todos os cristãos eram seus membros, até chegar a Reforma Protestante. Ela afirma também que o apóstolo Pedro foi o seu primeiro papa, tendo governado a partir de Roma.” Mas será que essas afirmações conseguem passar no teste da história, ou são apenas falsas credenciais? Constantino Em 28/10/0312, o imperador romano Constantino encontrou-se com o Bispo Milcíades (Mais tarde os católicos romanos iriam referir-se ao mesmo como o papa Milcíades de Roma). Milcíades era assistido por Silvestre, um romano que falava o Latim clássico e lhe servia de intérprete. No dia anterior, Constantino tinha visto um sinal nos céus. Uma cruz na frente do sol. Foi quando ele escutou uma voz que lhe dizia: "Com este sinal vencerás". Mandou que se pintassem cruzes nos escudos dos seus soldados. Constantino ganhou uma batalha importante e ficou convencido de que fora por causa do poder daquele sinal que havia visto no céu. Pediu dois dos cravos usados na crucificação de Jesus. Um dos cravos ele mandou colocar nas rédeas do seu cavalo e o outro foi usado para fazer parte de sua coroa, significando que iria governar o Império Romano em nome de Cristo. (Malachi Martin, “The Keys of This Blood”, ps. 32-33). O fato de Constantino ter visto a cruz e o sol em conjunto pode ser explicado pelo fato de que ele adorava o deus sol, conquanto, ao mesmo tempo, professasse ser cristão. Depois de sua "conversão", ele construiu um Arco do Triunfo, representando o deus sol (o invicto sol). Suas moedas apresentavam a efígie do sol. Ele mandou fazer, para a sua nova cidade, Constantinopla, uma estatua do deus sol, tendo nela mandado esculpir o seu próprio rosto. Escolheu o domingo, dia do deus sol, para o ser o dia de descanso, durante o qual ficou proibido trabalhar (Paul Johnson, ps. 67-68). Constantino declarou que um medalhão do deus sol (cavalgando numa carruagem) representava Jesus Cristo. Durante o seu reinado, muitos cristãos aderiram à adoração ao deus sol e à religião de Constantino. Eles oravam de joelhos na direção do Oriente (ao nascer do sol). Diziam que Jesus Cristo conduzia sua carruagem através do firmamento (como o rei sol). Faziam o seu culto religioso aos domingos, honrando o deus sol. Celebravam o dia do nascimento de Jesus em 25 de dezembro, quando os adoradores do deus sol celebravam o nascimento do sol, no solstício do inverno (Malachi Martin, p.23. Paulo Johnson, p. 67). Os historiadores discordam quanto ao fato de Constantino ter-se tornado cristão. O seu caráter certamente não refletia os ensinos de Cristo. Ele era venal, violento e supersticioso. Seu procedimento "ecumênico" de adorar, ao mesmo tempo, o Deus dos cristãos e o deus sol deve ter sido uma tentativa de jogar em dois times (um espírito que pode ser visto em alguns americanos ricos, que financiam dois candidatos opostos, ao mesmo tempo. Não lhes importa quem se torne o vencedor nas eleições. O que lhes interessa é ganhar o favor do candidato vencedor). Constantino tinha pouco respeito pela vida humana. Era conhecido pelos assassinatos em massa que fazia em suas campanhas militares. Obrigava os prisioneiros de guerra a lutar com as feras, em troca de suas próprias vidas. Fez com que vários membros de sua família (inclusive a segunda esposa) fossem executados por motivos duvidosos. Esperou até o momento em que estava morrendo para receber o batismo (Paul Johnson, já citado, ps. 68-69). Constantino queria uma igreja estatal, com os hierarcas cristãos agindo como seus servidores civis. Ele se auto-intitulava bispo, dizendo ser o intérprete da Palavra de Deus, a voz que declara o que é verdadeiro e sagrado. Como diz o historiador católico, Paul Johnson, já citado, Constantino se considerava um importante agente de salvação, ao mesmo nível dos apóstolos. Bispo Eusébio, encomiasta de Constantino, relata que ele mandou construir a igreja dos apóstolos com a intenção de que o seu corpo fosse ali guardado, junto aos corpos dos apóstolos. Seu esquife deveria ficar no centro (o lugar de honra), com seis apóstolos de cada lado. Ele esperava que as devoções e honrarias aos apóstolos fossem realizadas na igreja e que ele pudesse compartilhar do título e das honrarias aos mesmos. (Paul Johnson, já mencionado, p. 69). Constantino disse ao Bispo Milcíades que desejava construir duas basílicas, uma dedicada ao apóstolo Pedro e outra ao apóstolo Paulo. Ofereceu um grande e magnífico palácio a Milcíades e seus sucessores, porém este recusou a oferta. Milcíades não tolerava a idéia de ver o Cristianismo promovido pelo Império Romano. (Malachi Martin, já citado, ps. 33-34). Constantino foi para a guerra e quando regressou, em 314 d.C., Milcíades havia falecido. O Bispo Silvestre foi o sucessor de Milcíades. Silvestre estava ansioso para ver a Igreja se espalhar, usando as estradas romanas, a riqueza romana, o poder romano e a força militar de Roma. Constantino aprovou que Silvestre sucedesse Milcíades. Em seguida, providenciou a cerimônia da coroação do novo bispo, coroando-o como um príncipe terreno. Nenhum bispo havia sido coroado antes (Malachi Martin, ps. 34- 35). As ações de Constantino dão a impressão de que ele acreditava ter autoridade sobre a Igreja. Antes da "conversão" de Constantino, os cristãos eram perseguidos. Agora, em vez de sofrer perseguição, o Bispo Silvestre passou a viver no maior luxo.
  • 2. Ele possuía um belo palácio com móveis requintados e objetos de arte. Vestia roupas de seda e brocado. Tinha criados para servi-lo. Junto ao palácio ficava a basílica que servia de catedral. Este luxuoso edifício possuía sete altares de ouro, uma cobertura de prata maciça sobre o altar principal e 50 candelabros. O sistema postal e o de transporte do império foram colocados à sua disposição. Agora seria possível convocar concílios eclesiásticos no mundo inteiro. (James G. McCarthy, ex- católico. "The Gospel According Rome", Eugene, Oregon, Harvest House Publishers, 1995, ps. 231-232). Leiam o Livro de Atos e as Epístolas e comparem a igreja ali apresentada com a igreja do Bispo Silvestre. Aqui temos o Apóstolo Paulo descrevendo os tipos de obstáculos que ele foi obrigado a enfrentar, conforme a 2 Coríntios 11:24-27: "Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez". Após a conversão de Constantino a Igreja foi radicalmente transformada. De repente tornar-se cristão resultava em poder, prestígio e promoção [O mesmo tem acontecido ultimamente em muitas igreja protestantes, com a chamada Teologia da Prosperidade], enquanto antes resultava em perseguição. De repente, por decreto do Imperador, o Cristianismo tornou-se "politicamente correto". Desse modo, as pessoas ambiciosas se filiavam à Igreja por razões terrenas. O Bispo de Roma era sustentado pela força política, pelo poder militar e pela riqueza do imperador romano. Concílios mundiais eram convocados. Foi este o nascimento da Igreja Católica Romana (ICR). Ela nasceu no Ano 314 d.C., com o Imperador Constantino e o Bispo Silvestre. A História de Dois Bispos O grau de mudanças que Constantino realizou na Igreja pode ser ilustrado quando examinamos as vidas de dois bispos de Roma. Voltemos 100 anos no tempo, em relação à fundação da ICR, antes do Cristianismo ter-se tornado "politicamente correto", para ver a vida do Bispo Porciano. Em seguida, vamos comparar a vida do Bispo Porciano com a do Bispo Silvestre, o qual viveu no tempo do Imperador Constantino. As informações sobre Porciano estão nas páginas 19-38 do livro de Malachi Martin (ex-padre católico romano e erudito do Vaticano), "The Decline and Fall of the Roman Church", já mencionado várias vezes neste trabalho. Porciano tornou-se Bispo de Roma no Ano 230 d.C. Foi feito bispo, repentina e inesperadamente, logo depois da prisão e assassinato do seu antecessor pelas autoridades romanas. Em 27/09/0235, o Imperador Maximiliano decretou que todos os líderes cristãos fossem aprisionados. Os edifícios cristãos foram incendiados, os cemitérios cristãos foram fechados e os bens materiais dos cristãos foram confiscados. O Bispo Porciano foi preso, no mesmo dia. Foi enviado para a prisão Mamertina, onde foi torturado por dez dias e em seguida enviado para as minas de chumbo da Sardenha. Quando os prisioneiros chegaram à Sardenha, seu olho esquerdo foi vazado e um número de identificação foi colocado na testa de cada um. Correntes de ferro foram soldadas em seus tornozelos, ligadas a correntes de seis polegadas, as quais os impediam de andar direito. Havia mais uma corrente de segurança ao redor dos pulsos, ligada à cintura, de tal modo que eram forçados a ficarem encurvados. Os prisioneiros trabalhavam durante 20 horas diárias, com quatro intervalos de uma hora cada, quando lhes era permitido dormir. Como refeição diária recebiam apenas pão e água. Muitos deles faleciam dentro de seis a quatorze meses, vítimas de exaustão, subnutrição, doenças, pancadas, infecção e violência. Alguns enlouqueciam e cometiam suicídio. [Coisa idêntica vai nos acontecer, quando Vaticano voltar governar o mundo, pois os papas são os sucessores dos césares e não dos apóstolos.] Porciano durou apenas 4 meses. Em janeiro do ano 236 d.C. ele faleceu e o seu corpo foi atirado numa fossa. O que aconteceu a Porciano não era fora do comum. Muitos cristãos foram enviados às minas de chumbo da Sardenha, ou perseguidos de outras maneiras. Quando um homem aceitava a posição de líder cristão, a partir daquele momento sua vida seria breve e penosa. Houve 14 bispos romanos entre Porciano e Silvestre. Então veio Constantino. Em 314 d.C., Constantino coroou Silvestre como Bispo de Roma. Este viveu no luxo, com criados servindo-o. Constantino confessava-lhe os pecados e lhe pedia conselhos. Silvestre presidia os concílios mundiais da Igreja. Tinha um esplêndido palácio e uma suntuosa catedral. Tinha poder, prestígio, riqueza, pompa e a proteção do imperador. Os clérigos usavam roupas de púrpura, refletindo a púrpura da corte de Constantino. Foi essa a mudança exterior. Contudo, a mudança mais importante foi a interior. A Igreja adotou a mentalidade de Roma. Sob a liderança de Silvestre, a estrutura interna da Igreja tomou a forma da prática e da pompa de Roma. Silvestre faleceu em dezembro de 336 d.C. Morreu placidamente, numa cama limpa e confortável, no Palácio de Latrão, em Roma. Faleceu rodeado de bispos bem vestidos e assistido pela guarda romana. Seu corpo foi vestido de roupas cerimoniais, colocado num caixão elegante e carregado através das ruas de Roma, em solene procissão. Foi sepultado com honrarias e cerimônias, assistido pela nata da sociedade romana e pelo povo romano. É compreensível que muitos cristãos tenham preferido um status oficialmente aprovado para a Igreja. Mas qual foi o resultado disso? Antes de Constantino a Igreja era constituída de uma plêiade de homens e mulheres tão engajados na obra de Jesus Cristo que suportavam quaisquer provações. Após 314 d.C., a Igreja tornou-se infiltrada de oportunistas, os quais nela buscavam poder e vantagens políticas. Os líderes da Igreja já não corriam o perigo da perseguição. Pelo contrário, gozavam de todas as armadilhas do poder e do luxo. O historiador (católico) Paul Johnson indaga: "Será que o Império foi conquistado pelo Cristianismo ou o Cristianismo se prostituiu com o Império?" (Paul Johnson, p. 69). A tentação de uma aliança profana com Roma sempre foi muito forte. Mas, a que preço? A Religião Estatal Em 380 d.C., o Imperador Teodósio publicou um edito exigindo que todos os romanos professassem a fé do Bispo de Roma. Os que recusavam eram considerados "hereges". Os judeus, pagãos e "hereges" eram sujeitos a severas punições. Em 390 d.C., o Bispo Ambrósio excomungou o Imperador Teodósio, exigindo dele uma pena de oito meses, até ser restaurado pela Igreja. Teodósio concordou. (Teodósio foi proibido de entrar na Catedral de Milão e de receber os sacramentos. Esse é o tipo de excomunhão que corta a pessoa da Igreja. Teodósio foi obrigado a se arrepender, a fim de ser restaurado). Os artigos sobre este assunto estão na Internet, nos endereços abaixo: "Ambrose, Saint” - "The Columbia Electronic Encyclopedia, sixth edition, copyright 2000. "St. Ambrose Humiliates Theodosius the Great'”. Christopher S. Mackay - "Theodosius" - Section "Theodosius in the Thrall of Ambrose". É estranho quanto poder a ICR tenha conseguido em menos de um século. Constantino havia promovido a Igreja, concedendo- lhe favores especiais. Mas Teodósio forçou as pessoas a se tornarem católicas, impondo severas punições a quem desagradasse o Bispo de Roma. Constantino havia pedido conselhos ao Bispo Silvestre. Contudo, Teodósio tinha de obedecer às ordens do Bispo Ambrósio. O Catolicismo Romano era agora a religião estatal do Império Romano. A ICR, que havia nascido com o Imperador Constantino, agora havia se tornado tão poderosa que já podia dar ordens ao próprio imperador romano!
  • 3. De Mártires a Caçadores de Hereges O Imperador Constantino e o Bispo Silvestre criaram a ICR, no Ano 314 d.C. Quarenta anos mais tarde nasceu Agostinho. Ele se tornou bispo e "Doutor da Igreja". Viveu até o Ano 430 d.C. Agostinho insistia em que era legal e necessário usar a força para realizar a unidade entre os cristãos. Ele disse que os "hereges" não deveriam apenas ser expulsos da Igreja. De preferência, deveriam ser obrigados a denunciar suas crenças e conformar-se à "ortodoxia", ou então ser destruídos. Isso veio a se tornar a base da Inquisição e da matança de "hereges", através da história da Igreja. (Paul Johnson, ps. 113-119). Durante o século seguinte, depois de Constantino, a Igreja foi passando por uma assombrosa transformação. Os católicos se transformaram em caçadores de "hereges", passando a matar as pessoas que deles discordavam. Na Idade Média a ICR queimava pessoas na estaca por traduzir a Bíblia na língua do povo comum. Queimava até mesmo as pessoas que liam a Bíblia em Latim (Ver o capítulo sobre "Hereges"). O Livro de Atos 5:38-39 conta como o Sumo Sacerdote e os líderes judeus aprisionaram os apóstolos porque eles falavam de Jesus. Gamaliel, um respeitável rabino, advertiu-os a não perseguirem os cristãos, dizendo: "E agora digo-vos: Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará, mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la; para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus". Jim Jones mostrou que Gamaliel estava certo. Ele e seus seguidores se autodestruíram. Os homens que traduziram a Bíblia na língua do povo comum também demonstraram que Gamaliel estava certo. A ICR foi incapaz de suprimir as traduções da Bíblia. Daí por que pessoas como nós, que não somos eruditos em Latim, podemos ler a Bíblia, hoje. Como se pode comparar a perseguição aos "hereges" com a descrição de Jesus apresentada nos Evangelhos? Será que Jesus forçava as pessoas a concordarem com os seus ensinos? Com admirável paciência, Jesus continuou ensinando multidões, curando enfermos e demonstrando o amor e o poder de Deus. Quando os discípulos não entendiam os seus ensinos, Ele lhos explicava (Lucas 8:5-15). Quando o jovem rico Lhe deu as costas, Jesus não o censurou nem ameaçou. Deixou-o partir (Mateus 19:16-22). Em João 6:48-68, Jesus deu um ensino que desagradou o povo. Muitos dos seus discípulos o abandonaram, deixando de segui- lo. Então disse Jesus aos Doze: "Quereis vós também retirar-vos?" (João 6:67). Ele não os ameaçou nem censurou. Não tentou forçá-los a crer no que Ele ensinava. Deixou-os livres para crer ou não crer, para permanecer com Ele ou partir. Será que Pedro foi papa? Pedro não se descreve como sendo um alto e poderoso papa, com autoridade total sobre a Igreja. Ao contrário, ele se autodenominou "um servo" (2 Pedro 1:1), referindo-se a si mesmo como um companheiro "presbítero". (1 Pedro 5:1). Em vez de exigir autoridade especial para si mesmo, Pedro diz que todos os crentes são "sacerdócio real" (1 Pedro 2:9). Diz aos líderes cristãos que não devem governar sobre os outros cristãos, nem ambicionar riquezas (lucros duvidosos) (1 Pedro 5:2-3). "Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho" (1 Pedro 5:2-3). "Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz." (1 Pedro 2:9). No Livro de Apocalipse João confirma a declaração de Pedro de que todos os cristãos verdadeiros são sacerdotes (Apocalipse 1:5-6; 5:9-10 e 20:6). Como poderia Pedro, conforme retratado na Bíblia, ser comparado com o papa, que se assenta num trono, é carregado nos ombros de homens, sobre uma liteira, igual a um rei oriental? Como líder da ICR o papa controla imensa riqueza, com investimentos espalhados pelo mundo inteiro. A riqueza do Vaticano é assombrosa. [Quem quiser saber tudo sobre essa riqueza monumental, leia “The Vatican Billions”, de Avro Manhattan]. (As finanças do Vaticano são o tema principal do livro de David Yallop "Em Nome de Deus": Uma séria investigação sobre o assassinato do papa João Paulo I. Este livro é bem escrito, inteiramente bibliografado e convincente. Não se deve começar o ler o mesmo antes de ir para a cama. Pode ser que se passe a noite inteira lendo-o. O pessoal do Vaticano pediu que Yallop investigasse a morte do papa, achando que ele havia sido assassinado. Yallop fez o dever de casa. Entrevistou os gângsteres da Máfia e os moradores do Vaticano). Os teólogos católicos afirmam que Jesus fundou a ICR sobre o apóstolo Pedro. Eles constroem essa afirmação em Mateus 16:18, quando Jesus disse a Pedro: "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja..." Uma doutrina gigantesca foi construída sobre este simples versinho. A pergunta é: Será que a Rocha sobre a qual a Igreja foi fundada é Pedro ou ela representa Jesus Cristo? O próprio Pedro responde esta pergunta, quando diz que Jesus é a pedra viva (1 Pedro 2:4). O apóstolo Paulo afirma que Jesus é a nossa pedra espiritual (1 Coríntios 10:4). Em Romanos 9:31-33, Paulo diz que Jesus é a pedra de tropeço para os israelitas, que tentavam ser salvos pelas obras da lei, em vez da fé. No Novo Testamento há três palavras para "pedra": "lithos", que significa pedra de moinho ou pedra de tropeço. As outras duas são "petra" e "petros". O Dicionário Expositor de Vine" diz que "petra" significa uma rocha maciça. Define "petros" como um fragmento de pedra ou seixo, o qual pode ser lançado ou facilmente removido. Em Mateus 16:18 a palavra para Pedro é "petros", um fragmento de pedra ou um seixo facilmente removível. A palavra para a "Rocha" sobre a qual a Igreja foi construída é "petra", uma rocha maciça. Outros exemplos da palavra "petra" falam do homem que construiu sua casa sobre a rocha, ao contrário daquele que a construiu sobre a areia (Mateus 4:24-27). Ao falar do túmulo onde o corpo de Jesus foi sepultado, o qual fora escavado numa rocha, o autor sacro usa a palavra "petra". (Mateus 27:60). Será que Pedro agia como se fosse o líder da Igreja? No Livro de Atos, Paulo fala de uma controvérsia sobre se os gentios convertidos ao Cristianismo deveriam ou não ser circuncidados e seguir as leis judaicas. Paulo e Barnabé foram a Jerusalém para conferenciar com os apóstolos sobre isso. (Atos 15:2-4). Pedro e outras pessoas ali falaram (Atos 15:7-13). Depois de um período de silêncio, foi Tiago, e não Pedro, quem deu a decisão final sobre o assunto. Ele chamou isso de "sentença". Segundo a Concordância de Strong, a palavra significa "sentença judicial", decreto ou julgamento. "E, havendo-se eles calado, tomou Tiago a palavra, dizendo: Homens irmãos, ouvi-me... Por isso julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus. Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue". (Atos 15:13,19,20). O Livro de Atos nos conta a história da igreja primitiva, até alguns anos antes da morte de Pedro. Nele não consta ter sido Pedro uma autoridade sobre toda a igreja. Também não mostra conexão alguma de Pedro com Roma. Em Atos 38:14-15, lemos que Paulo se encontrou com os irmãos em Roma e ali não é mencionado o nome de Pedro. Como já vimos, Paulo se encontrou com Pedro em Jerusalém, onde ele foi identificado pelo nome. Em Atos 2:14 e Atos 8:14, lemos que Pedro esteve em Jerusalém. No capítulo 10 de Atos, vemos Pedro em Jope. Atos 11:2 diz que Paulo regressou a Jerusalém. Jope fica a trinta milhas de Jerusalém. Se o Livro de Atos registra detalhadamente a visita de Pedro a uma cidade vizinha, não teria contado se Pedro houvesse feito o caminho para Roma, particularmente, visto como ele nos conta que Paulo foi para Roma? Atos
  • 4. 15:1-20 conta como Paulo e Barnabé foram a Jerusalém e lá se encontraram com Pedro, Tiago e outros apóstolos. Gálatas 1:18- 19 diz que Paulo foi para Jerusalém encontrar-se com Pedro e Tiago. O Livro de Romanos foi escrito pelo Apóstolo Paulo "A todos os santos que estavam em Roma, amados de Deus, chamados santos..." (Romanos 1:7). Em Romanos 16:1-15 Paulo saúda 26 pessoas pelo nome, mas não menciona Pedro. Se Pedro fosse de fato o líder da Igreja em Roma, por que, então, Paulo não o mencionou? Paulo escreveu cinco cartas da prisão em Roma (Efésios, Filipenses, Colossenses, 2 Timóteo e Filemom) e nunca mencionou Pedro. O homem que ficou ao seu lado, encorajando-o em Roma, foi Lucas e não Pedro. (Colossenses 4:14 e 2 Timóteo 4:11). Paulo menciona Pedro em apenas uma de suas epístolas (Gálatas). Em Gálatas 1:18-19, ele diz que foi a Jerusalém para encontrar Pedro e Tiago. Em Gálatas 2:8 Paulo diz que pregou aos gentios e Pedro pregou aos judeus (da circuncisão). Em Gálatas 2:11-21, Paulo conta como corrigiu e censurou Pedro, por não ter ele sido correto. Evidentemente, a censura pública de Paulo a Pedro não causou problema algum entre eles. Pedro amava e respeitava Paulo como um irmão e exortou a igreja a acatar a sabedoria de Paulo, conforme a 2 Pedro 3:15: "E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada". Capítulo 2 Como a ICR se tornou herdeira do antigo Império Romano Nos capítulos 3 e 4 do livro “The Vatican Billions”, o grande historiador britânico, Barão Avro Manhattan, que dedicou 50 anos de sua vida à pesquisa do Vaticano, nos conta como isso aconteceu. O estabelecimento dos Estados Papais concedeu à ICR uma base territorial e jurídica de imensa importância. A partir daí esse estabelecimento possibilitou-a a deslanchar a promoção de uma política ainda mais audaciosa, no sentido de acelerar a aquisição de mais terras, mais ouro, mais status, com o prestígio e o poder que daí provinham. O Imperador Carlos Magno não tinha de fato voltado a Roma, após reconhecer a doação de Pepino, mas o Papa Adriano I, em 774 d.C. presenteou-o com uma cópia da Doação de Constantino. Esta foi reputada como concessão, feita por Constantino, de imensas possessões e vastos territórios à Igreja. Era outra falsificação papal. Enquanto a Carta de Pedro tinha sido uma falsificação feita pelo Papa Estevão, a Doação de Constantino foi uma falsificação do Papa Adriano I. A Doação de Constantino teve uma influência tremenda sobre a aquisição territorial e as exigências do papado e uma rápida olhada em sua origem, conteúdo e significação testamentária ajudam a elucidar a sua importância. A Doação foi precedida e seguida de vários documentos forjados pelo papado, ao mesmo nível da missiva do Bendito Pedro. Como a última, o seu objetivo específico era dar poder, território e riqueza aos papas. Assim, logo após a morte de Pepino, por exemplo, surgiu em cena um documento que era uma narrativa detalhada, atribuída oralmente ao próprio falecido Pepino. Nela Pepino relatava, num Latim um tanto extravagante, o que se havia passado entre ele e o papa, “o sucessor do Porteiro do Céu, o Bendito Pedro”. Sua revelação foi aceita como prova de que ele doara ao papa, não apenas Roma e os Estados Papais já mencionados, mas também Istria, Veneza e, realmente, toda a Itália. Não satisfeito com os Estados Papais e as novas regiões adquiridas, os papas passaram a exigir cada vez mais, provando assim a exatidão do antigo provérbio de que o apetite aumenta com o comer. Eles se empenharam em expandir ainda mais a sua propriedade de territórios adicionais, concluindo que os recém-nascidos Estados Papais, embora de considerável tamanho, eram pequenos demais para o papa, representante do Bendito Pedro. Esses territórios tinham de ser estendidos no sentido de fazer jus ao império espiritual de Pedro, fato indiscutível, através do qual aos papas seria inequivocamente concedida a possessão de todos os reinos e impérios do mundo. Isso, portanto, havia se tornado uma necessidade. [Esse desejo continua cada vez mais forte, à medida que os séculos têm passado] Nesse ponto, a mais espetacular de todas as falsificações fez o seu aparecimento oficial: a Doação de Constantino. Pressupondo ter sido escrita pelo próprio Imperador Constantino, ela agora emergia, não se sabe de onde. O documento, com um golpe de mestre, colocava os papas acima dos reis, imperadores e nações, tornando-os herdeiros legais de todo o Império Romano que lhe fora doado, concedendo a São Pedro – ou melhor a São Silvestre e seus sucessores – todas as terras ao ocidente e além deste, em verdade todas as terras do planeta. O documento era a soma de todas as falsificações anteriores, mas, ao contrário das fabricações passadas, ele era decisivo, preciso e falava em termos claros da supremacia espiritual e política concedida aos papas, como um direito inalienável. A significação e as conseqüências do seu aparecimento foram portentosas para todo o mundo ocidental. A estrutura social e política da Idade Média foi moldada e baseada em seu conteúdo. Com ela o papado, tendo feito a sua tentativa mais audaciosa de domínio mundial, teve sucesso em colocar-se acima das autoridades civis da Europa, afirmando ser a fonte de todo o poder eclesiástico e secular, bem como o legítimo proprietário das terras governadas pelos potentados ocidentais, e o supremo árbitro da vida política de toda a cristandade. Em vista das profundas repercussões dessa famosa falsificação, a mais espetacular nos anais do Cristianismo, seria útil dar uma olhada em suas cláusulas principais: 1) Constantino deseja promover o Trono de Pedro sobre o império e também sobre a terra, ao conferir sobre ele poder absoluto e honra imperial. 2) O Trono de Pedro terá suprema autoridade sobre todas as igrejas do mundo. 3) Será juiz em tudo que diz respeito ao serviço de Deus e de toda a fé cristã. 4) Em vez do diadema que o imperador desejava colocar sobre a cabeça do papa, o qual ele mesmo havia recusado, Constantino deu a ele e aos seus sucessores a phrygium, isto é, a tiara e o lorum que adornava o pescoço do imperador, bem como as demais vestes suntuosas e a insígnia da dignidade imperial. 5) O Clero Romano gozará dos altos privilégios do Senado Imperial, sendo elegível à dignidade de patrício e tendo o direito de usar as condecorações dos nobres do império. 6) Os ofícios de cubicularii, ostiarii e excubitae pertencerão exclusivamente à Igreja Romana. 7) Os clérigos romanos montarão sobre cavalos selados com selas brancas e, como o Senado, usarão sandálias brancas. 8) Se um membro do Senado desejar tomar as ordens e o papa consentir ninguém o impedirá. 9) Constantino desiste de permanecer na soberania de Roma e províncias, cidades e cidadezinhas de toda a Itália, ou das regiões orientais, em favor do Papa Silvestre e de seus sucessores. Com a primeira cláusula, o papa já se tornara legalmente o sucessor de Constantino, isto é, o herdeiro do Império Romano. Com a segunda, tornou-se a cabeça absoluta de toda a cristandade no Oriente e no Ocidente e, em verdade, de todas as igrejas do mundo. Com a terceira, tornou-se o único juiz de todas as crenças cristãs. Desse modo, qualquer pessoa ou igreja que dele discordasse tornava-se herege com todas as horríveis conseqüências espirituais e temporais daí resultantes. Com a quarta, o papa rodeava-se de esplendor e recebia a insígnia do ofício imperial, como representação exterior do seu status imperial. Com a quinta, todo o clero romano foi colocado no mesmo nível dos senadores, patrícios e nobres do império. Pelo poder desta cláusula, o clero romano recebeu por direito o mais alto título honorífico que os imperadores concediam a certos membros preeminentes da aristocracia civil e militar, sendo as classes de patrício e cônsul, naquele tempo, as mais altas que a ambição podia aspirar. A
  • 5. sexta e sétima cláusulas, aparentemente irrelevantes, eram muito importantes. Pois os papas, exigindo ser atendidos por cavalheiros e camareiros, porteiros e guardas pessoais (cubicularii, ostiarii, etc.), enfatizavam sua paridade com os imperadores, pois antes somente os últimos tinham esse direito. O mesmo se aplicava à exigência de que o clero romano tivesse o privilégio de cavalgar seus animais com paramentos brancos, o que, no século 8, constituía um privilégio de extraordinária importância. A oitava cláusula simplesmente colocou o Senado à mercê do papa. Finalmente a nona, a mais importante e de maiores conseqüências na história do Ocidente, tornou o papa soberano de Roma, Itália e regiões do Ocidente, ou seja, de todo o império de Constantino, o qual englobava a França, a Espanha e a Bretanha, e de fato todo o território da Europa e alhures. Em virtude da Doação de Constantino, portanto, o Império Romano se tornou um feudo do papado, enquanto os imperadores se transformaram em vassalos e os papas em soberanos. Seu antigo sonho, o domínio romano, tornou-se realidade, mas uma realidade na qual os vigários já não eram súditos do imperador, mas os imperadores, súditos dos “Vigários de Cristo”. [Isso está sendo conseguido novamente, a partir da criação da União Européia pelo Vaticano]. O primeiro resultado concreto da Doação, foi dar uma base legal às aquisições territoriais dos papas, a eles concedidas por Pepino e Carlos Magno. Enquanto Pepino e Carlos Magno os haviam estabelecido como soberanos de facto, a Doação de Constantino os havia tornado soberanosde jure, uma distinção especialmente importante na exigência de futuras possessões territoriais. É muito significativo que foi depois do aparecimento da Doação, sob o Papa Adriano (774 d.C.), que a chancelaria papal cessou de datar documentos e cartas pelos anos de reinado dos Imperadores de Constantinopla, substituindo aqueles pelos do pontificado de Adriano. Embora não haja provas de que o documento foi fabricado pelo próprio papa, contudo é indiscutível que o estilo da Doação é o da chancelaria papal, nos meados do século 8. Além do mais, o fato de que o documento apareceu primeiro na Abadia de São Denis, onde o Papa Estevão passou o inverno de 754, é uma prova adicional de que o papa esteve pessoalmente implicado em sua fabricação. De fato, embora novamente, não haja aqui, evidência concreta, supõe-se que a Doação foi forjada lá pelo ano de 753, e foi trazida pelo Papa Estevão II à corte de Pepino, em 754, a fim de persuadir aquele monarca a agraciar os papas com as suas primeiras possessões territoriais. Uma vez que os Estados Papais viessem à existência, o documento seria guardado, até que pudesse ser usado com o seu filho Carlos Magno, o qual sucedeu o pai. A primeira materialização espetacular da Doação foi vista, não muitos anos depois de sua primeira aparição, quando Carlos Magno, o mais poderoso monarca da Idade Média, concedeu territórios adicionais aos Estados Papais e seguiu para Roma, a fim de ser solenemente coroado naBasílica de São Pedro pelo Papa Leão III, como o primeiro imperador do Sacro Império Romano, no ano 800 d.C. Os grandes sonhos papais: (a) o reconhecimento da supremacia espiritual dos papas sobre os imperadores e (b) a ressurreição do Império Romano, finalmente se tornavam realidade. A subjugação da Coroa Imperial não foi, contudo, o bastante. Assim como é verdade que isso estabeleceu a fonte de toda a autoridade civil – isto é, o imperador – sob o domínio do papa, é também verdade que as províncias distantes não podiam ou não deviam seguir o exemplo imperial. A melhor maneira de fazê-los obedecer era pelo controle da administração civil nas províncias, como fora feito em seu centro com o imperador. Como o papa havia transformado o imperador num vassalo seu, assim igualmente os bispos teriam de transformar em vassalos as autoridades civis em suas dioceses. Ao fazer isso, em cega obediência ao papa, a máquina hierárquica podia controlar à vontade a administração civil de todo o império. Foi para colocar tal esquema em efeito que apareceu mais uma falsificação complementando a Doação, quase meio século mais tarde, novamente não se sabe de onde. Em 850 os pseudo-Decretos de Isidoro [agora o padroeiro da Internet] mais conhecidos como “Falsos Decretos” fizeram sua primeira aparição oficial. Eles são uma coleção heterogênea de antigos decretos dos concílios e papas. Seu propósito aparente era dar uma base legal às exigências do clero no império, apelando a Roma contra os mal feitos dos altos prelados ou das autoridades civis. Embora parte do conteúdo dos Decretos fosse genuína, uma colossal proporção dos mesmos era confusa, forjada e distorcida, senão inteiramente fabricada. Isso foi feito para se atingir o seu real objetivo, que era o de conseguir mais poder para o papa, ao dar aos abades, bispos e clérigos em geral autoridade sobre a jurisdição civil, em todas as províncias, estabelecendo, assim, uma base legal para se evadirem das ordens dos governantes seculares provinciais. O resultado foi que a ICR obteve importantes privilégios e, dentre estes, a imunidade às operações da lei secular, o que a colocava fora da jurisdição de todos os tribunais seculares. Desse modo, o clero adquiriu, não apenas uma santidade especial que o colocava acima do povo comum, mas uma inviolabilidade pessoal que lhe concedia enorme vantagem em todos os assuntos ou disputas com o poder civil. E assim, graças a uma série de fabricações, falsificações e distorções, levadas a efeito ao longo de vários séculos, e das quais a Doação de Constantino foi a mais espetacular, os papas obtiveram, não apenas um vantajoso campo de incalculável valor, a partir do qual puderam ampliar o seu poder espiritual e temporal, como ainda os fez permanecer praticamente independentes de toda a autoridade secular. Mais ainda, eles cuidaram para que os estatutos dos imperadores e reis, não menos que a lei civil das nações, fossem minados, grandemente enfraquecidos e de fato obliterados pela recém adquirida onipotência. A Igreja exige a propriedade sobre o mundo ocidental Uma vez enraizada na tradição e fortalecida pela credulidade dos tempos, a dúbia sementeira da Doação transformou-se em poderoso carvalho, à sombra do qual, o autoritarismo papal floresceu. A partir do nascimento do Império Carolingiano, do ano 800 em diante, os presentes de Pepino, a Doação de Constantino e os Falsos Decretos foram assiduamente usados pelos pontífices a fim de consolidar o seu poder. Isso eles fizeram até que com falsificações adicionais e o exercício arbitrário de poder espiritual e temporal, esses documentos se tornaram a formidável pedra angular sobre a qual eles iriam eventualmente edificar suas exigências políticas e territoriais, sobre cuja rocha foi edificada toda a estrutura papal na Idade Média. À Doação, foram dadas cada vez mais significações pelas sucessivas gerações de teólogos. Sem levar em conta os disparates de suas visões, todos eles concordavam numa interpretação fundamental: a Doação dava ao papado o poder e a autoridade mais amplos possíveis. Assim, por exemplo, enquanto o Papa Adriano I declarou que Constantino havia “dado o domínio nestas regiões do Ocidente” à Igreja de Roma, Enéas, bispo de Paris, afirmou, no ano de 868 que, como Constantino havia declarado que dois imperadores, um do império, outro da Igreja, não podiam reinar na mesma cidade, ele havia se mudado para Constantinopla, colocando o território romano “e vasto número de diversas províncias” sob o governo da Sé Apostólica, após conferir poder real aos sucessores de Pedro. Os papas se aproveitaram, usando esse argumento como uma base para aumentar o seu controle territorial, com a conseqüente acumulação de riqueza que o acompanhava. Gregório VII (1073) dirigiu todas as suas energias nesse sentido. Ele concentrou a jurisdição espiritual e política em si mesmo, para melhor administrar o Império Ocidental como um feudo do papado. Isso implicava na extensão do seu domínio temporal sobre os reis e reinos da terra e, portanto, sobre as suas riquezas temporais. De fato, Gregório não tinha escrúpulo algum em afirmar abertamente sua supremacia sobre todo o Império Bizantino, incluindo a África e a Ásia. Ele foi até mais longe, declarando que o seu objetivo final era simplesmente o estabelecimento do domínio temporal universal de São Pedro. Daí o seu contínuo exercício para tomar posse, em adição a Roma e Itália, de todas as coroas da Europa, muitas das quais ele teve sucesso em colocar sob a sua direta vassalagem.
  • 6. Embora o seu vasto esquema só parcialmente tivesse se materializado durante o seu reinado, seus sucessores continuaram essa obra. O Papa Urbano II, seguindo suas pisadas, decidiu colocar em sujeição as igrejas de Jerusalém, Antioquia, Alexandria e Constantinopla, com todas as terrasonde estas floresceram. Sob o pretexto de libertar o túmulo de Cristo, ele simplesmente mobilizou todo o mundo ocidental num exército irresistível, o qual deixando as regiões costeiras da Europa, avançou pela Ásia Menor como um tornado, criando a maior comoção militar, política e econômica em ambos os continentes. A captura de Jerusalém e o sucesso dessa Primeira Cruzada deram incalculável prestígio aos pontífices. Enquanto as nações da Europa atribuíam essa vitória a um poder sobrenatural manifesto, os pontífices romanos se apressavam em transformar os grandes movimentos marciais dos cruzados em poderosos instrumentos a serem usados para expandir o seu domínio espiritual e temporal. Isso foi feito empregando-os como pivôs militares e políticos, jamais cessando de auferir vantagens territoriais e financeiras através de toda a Idade Média. Tais políticas foram mais longe, quando, baseando as exigências papais sobre interpretações cada vez mais ousadas da Doação, ficou estabelecido que os governantes seculares deveriam ser obrigados a pagar tributo ao papado. Um veemente advogado disso foi Otto de Freisingen, o qual em sua obra Crônicas, composta em 1143-46, não hesitou em declarar que como Constantino, após conferir a insígnia imperial ao pontífice, havia se mudado para Bizâncio, a fim de deixar o império para São Pedro, então os outros reis e imperadores deveriam pagar tributo aos papas. Por essa razão, a ICR assevera que os reinos ocidentais foram-lhe dados como possessão por Constantino e exige tributo deles até hoje, com exceção dos dois reinos dos Francos (isto é, França e Alemanha). Tal exigência tornou-se possível porque, apenas um século antes, em 1054, o Papa Leão IX havia declarado ao patriarca Michael Celularius que a Doação de Constantino significava realmente a doação “do império terreno e celestial ao Sacerdócio Real do Trono de Pedro”. De tudo isso resultou que logo a Lombárdia, a Itália e a Alemanha começaram a ser computadas, aos olhos de Roma, como “feudos papais”, com os papas declarando, cada vez mais ousadamente, que os reis da Alemanha haviam possuído o Império Romano, bem como o Reino Italiano, apenas como um presente dos pontífices. Tais exigências, certamente, não ficaram sem confronto e muitas vezes causaram a mais profunda comoção política – como por exemplo – a que rebentou na Alemanha em 1157, quando uma carta do Papa Adriano a Frederico Barbaroxa falava dos “benefícios”, que ele tinha concedido ao imperador ou poderia ainda conceder e expressamente chamava a coroa imperial de beneficium isto é, um feudo, conforme foi entendido na corte imperial. Adriano disse, para reforçar o fato, que tinha sido ele quem havia colocado a coroa na cabeça do imperador e que o papa era o verdadeiro proprietário da Alemanha. Não foram somente os príncipes que se rebelaram contra as pretensões papais. Homens de certo modo devotados a esse sistema religioso falaram em palavras claras contra o avanço papal sobre o poder civil. Provost Gerhoh de Reigsburg, por exemplo, satirizou o imposto do imperador (o qual, sem dúvida se apoiava na Doação de Constantino), sustentando as esporas de ouro do papa, imposto esse que havia levado os Romanos a pintar aqueles quadros ofensivos, nos quais os reis ou imperadores eram representados como vassalos dos papas, concluindo que este, além de causar sentimentos de amargura nos governantes temporais, iam também de encontro à ordem divina ao permitir que os papas exigissem ser imperadores e senhores dos imperadores. Alguns anos mais tarde Gottfried, um alemão educado em Bamburg, capelão e secretário de três soberanos Hohenstaufen, Conrado, Frederico e Henrique IV, apoiando-se sobre o que Enéas, Bispo de Paris, já havia dito, foi um pouco mais longe do que o Papa Adriano e incluiu a França naDoação. Em seu “Panteon”, que ele dedicou ao Papa Urbano III em 1886, ele declarou que, a fim de assegurar uma paz maior para a Igreja, Constantino, havendo se retirado com toda a pompa para Bizâncio, além de conceder aos papas privilégios reais, tinha lhes dado o domínio sobre Roma, Itália e Gália, com todas as riquezas incluídas. Com o passar dos séculos, os papas, em vez de diminuírem as suas exigências, continuaram a aumentá-las, declarando que, em virtude da Doação, os imperadores eram imperadores simplesmente porque eles (os papas) lhes permitiam isso e que o único governante em assuntos espirituais etemporais, em realidade, era o próprio pontífice. Tais pretensões não se confinaram apenas ao campo teórico. Foram dirigidas a concretos objetivos territoriais, políticos e financeiros, os quais eram perseguidos pelos pontífices com infatigável pertinácia. O Papa Inocêncio II (1198-1216), o mais enérgico campeão da supremacia papal, trovejava, incessantemente para toda a Europa, que exigia supremacia temporal sobre todas as coroas da Cristandade, pois como sucessor de São Pedro, ele era simultaneamente o líder supremo da verdadeira religião e o soberano temporal do universo. Suas incansáveis exigências foram no sentido de que o governo papal fosse estendido sobre várias terras e reinos. Ao final do seu reinado, de fato, o Vaticano havia se tornado o governante temporal de Nápoles, das Ilhas da Sicília e da Sardenha, e de quase todos os estados da Península Ibérica, tais como Castela, Leão, Navarro, Aragão e Portugal, de todas as terras da Escandinávia, do reino da Hungria, do Estado Eslavo da Boêmia, Sérvia, Bósnia, Bulgária e Polônia. Uma lista considerável! [Lista que ainda está na mira do papado com a criação da União Européia]. Ele se tornou também o soberano verdadeiro de facto e de jure da Inglaterra, após haver compelido o Rei João à completa submissão. Durante os últimos anos do reinado desse rei e os poucos primeiros do de Henrique III, Inocêncio governou efetivamente a Ilha através dos seus legados. Isso, contudo, não foi o bastante, pois Inocêncio se proclamou o governante temporal dos estados cristãos fundados na Síria pelos cruzados. De fato, ele foi até mais longe. Tomando vantagem da Cruzada Franco-Veneziana de 1202, ele planejou a anexação do Império Bizantino. Um Império Latino veio à existência no Oriente e, enquanto os Bizantinos se tornaram vassalos temporais do papa, a Igreja Ortodoxa Grega foi obrigada a reconhecer a supremacia de Roma. Mais tarde esse imenso domínio foi ampliado pelos seus sucessores, através da conversão dos pagãos do Báltico ao Catolicismo Romano. Nesse tempo, como no passado, um país mais que qualquer outro se opunha à irresistível absorção eclesiástica - o poderoso Império Germânico. Mas o papa, apesar de muitos revezes, jamais reconheceu a Alemanha como estando fora do formidável império papal, baseado na assertiva familiar de que ela fazia parte do patrimônio de São Pedro. Não contente com a Doação de Constantino, Inocêncio IV afirmava que o que Constantino dera à Igreja não lhe pertencia de modo algum, pois a Europa havia sempre pertencido à Igreja. Numa encíclica publicada, logo após o encerramento do Concílio de Lyon, em 1245, Inocêncio declarou expressamente: É errado mostrar ignorância sobre a origem das coisas e imaginar que o governo da Sé Apostólica sobre assuntos seculares data de Constantino. Antes dele, este poder já era da Santa Sé. Constantino simplesmente restituiu às mãos da Igreja um poder que ele usava ilegalmente, enquanto se achava fora de sua fronteira. Uma vez admitido à Igreja, ele obteve, por concessão do Vigário de Cristo, a autoridade que somente então se tornou legítima. Após o que, na mesma encíclica, Inocêncio prazerosamente ficou com a idéia de que a aceitação da Doação de Constantino pelo papa foi apenas um sinal visível do seu domínio soberano sobre o mundo inteiro e, conseqüentemente, de toda a riqueza que fosse encontrada na terra. A crença na Doação, e na vasta extensão de território que Constantino nela incluiu, cresceu ainda mais. O próprio Graciano não a incluiu; ela foi logo inserida como palea e assim deu entrada em todas as escolas de jurisprudência canônica, de modo que a partir desse tempo, os advogados eram os mais influentes publicadores e defensores dessa ficção. A linguagem dos papas tornou-se daí em diante, cada vez mais confiante. “Omne regnum Occidentis ei (Silvestre) tradidit et divisit “- disse Inocêncio III (1198-1216). Gregório IX (1227-1241) levou isso até às últimas conseqüências, de um modo que ultrapassou tudo o que havia sido feito antes, quando ele determinou, diante do Imperador Frederico II, que Constantino havia, junto com a insígnia imperial, doado Roma, com o ducado e o império, aos cuidados eternos dos papas. Daí por que os papas, sem diminuir qualquer grau na sua jurisdição, estabeleceram o tribunal do império, transferiram-no aos alemães e ficaram acostumados a conceder o poder da espada aos imperadores em sua coroação.
  • 7. Por enquanto, isso era o mesmo que dizer que essa autoridade imperial tinha sua origem única nos papas, podia ser aumentada ou diminuída a seu bel prazer, e que o papa podia exigir de cada imperador que lhe prestasse contas pelo uso do poder e das riquezas a ele confiadas. Porém o elo mais alto da estrutura hierárquica ainda não havia sido alcançado. Ele foi conseguido primeiro pelo sucessor de Gregório, Inocêncio IV, quando o Sínodo de Lyon resultou na deposição de Frederico, em cujo ato este papa foi além de todos os seus predecessores, no aumento de exigência na ampliação da autoridade de Roma. O dominicano Tolomeo de Lucca, autor dos dois últimos livros da obra De Regimini Principum, cujos dois primeiros livros eram de Tomás de Aquino, foi mais longe ainda e explicou a Doação como uma final abdicação de Constantino em favor de Silvestre. Anexando esta a outras circunstâncias históricas, que eram invenções ou concepções erradas, ele então chegou à conclusão de que o poder e a riqueza de todos os príncipes temporais derivavam sua força e eficácia unicamente do poder espiritual dos papas. Não havia possibilidade de meio termo e, imediatamente depois, na controvérsia de Bonifácio VIII com Filipe de França, o frade agostiniano Egídio Colonna de Roma, o qual havia sido nomeado pelo papa como Arcebispo de Bourges, chegou a essa conclusão natural, sem o menor disfarce, numa obra que ele dedicou ao seu patrocinador. Os demais teólogos da corte papal, Agostino de Trionfo e Álvaro Pelayo, ultrapassaram todas as exigências anteriores, declarando que se um imperador como Constantino havia dado possessão temporal a Silvestre, isso era apenas uma restituição do que havia sido furtado [da Santa Sé] de maneira injusta. Os reis eram muitas vezes obrigados, não apenas a aceitar tais exigências como verdadeiras, mas a jurar que defenderiam os papas com as suas espadas. Vamos citar apenas um exemplo: o pacto que o Imperador Henrique VII teve de fazer antes de sua coroação. O Papa Clemente V fez este monarca jurar que protegeria e sustentaria todos os direitos que os imperadores, a partir de Constantino, haviam concedido à Igreja Romana, sem declarar, contudo, quais eram esses direitos. O poder conferido pela Doação à ICR tornou-se cada vez mais ampliado pelo poder inerente ao próprio papado. Como sucessores diretos de Pedro, os papas eram os únicos herdeiros do poder da Igreja e, a partir daí, de qualquer coisa ou pessoa sob a sua autoridade. A teoria assim deslizava: Cristo é o Senhor do mundo inteiro. Quando partiu, ele deixou esse domínio aos seus representantes, Pedro e os seus sucessores. Desse modo, a totalidade do poder espiritual e temporal e a união de todos os direitos e privilégios, repousam nas mãos do papa. Cada monarca, mesmo o mais poderoso, possui apenas tanto poder e território conforme lhe fora transferido pelo papa ou que este ache por bem lhe permitir possuir. Esta teoria foi apoiada pela maior parte dos teólogos medievais. Ela se tornou a firme crença dos próprios papas. Em 1245, por exemplo, o Papa Inocêncio IV expôs essa doutrina ao próprio Imperador Frederico, afirmando que, como fora Cristo quem confiara a Pedro e aos seus sucessores, tanto o poder sacerdotal como o real, os reinados destes dois reinos, o celestial e o terreno, pertenciam a ele, o papa, o que significava que o domínio espiritual do papado teria a sua contrapartida, também, no domínio papal sobre todas as terras, territórios e riquezas do mundo inteiro. Nem mesmo o imperador mais ambicioso do Império Romano jamais se atrevera a exigir tal coisa. Capítulo 3 A Inquisição No capítulo 4 do seu livro "Antichrist and Optimism", o Dr. Ronald Cooke nos fala sobre a Inquisição da ICR, movimento que o Vaticano tem se esforçado ao máximo para apagar da história mundial. Vamos dar-lhe a palavra: No dia 16/02/1568 uma sentença do Santo Ofício da Inquisição condenou à morte, como hereges, todos os habitantes da Holanda. Dessa condenação generalizada escaparam apenas algumas pessoas especialmente escolhidas. Uma proclamação do Rei, datada de dez dias mais tarde, confirmou esse decreto da Inquisição, ordenando que o mesmo fosse imediatamente executado, sem distinção de sexo, idade ou condição. Esse foi sem duvida o mais completo extermínio que aconteceu no século XVI, quando três milhões de pessoas - homens, mulheres e crianças - foram sentenciados à forca, em três filas... A partir desse decreto essa "indústria do sangue" jamais poderia nos parecer supérflua... Homens das mais altas às mais humildes posições eram diariamente amarados às estacas. Alva, numa só carta a Philip, calculou friamente o número de execuções que deveriam ser feitas, após a semana santa, "em oitocentas pessoas". Para evitar os distúrbios causados pelas vítimas a caminho da forca, um novo tipo de mordaça foi inventado. A língua de cada prisioneiro era colocada numa argola de aço, a qual era aquecida com um ferro em brasa. A inchação e inflamação, que eram o resultado imediato, impediam a língua de sair da argola, neutralizando, imediatamente, toda a possibilidade do prisioneiro falar. (John Le Mothey, "The Rise of Dutch Republic", Londres, 1913, Vol. II, ps. 144-145). É difícil encontrar na literatura moderna qualquer referência aos mais intensivos e abrangentes movimentos da história da Igreja - a Inquisição, a Reforma e a Contra Reforma. Nos livros que tratam da Nova Ordem Mundial não se encontra menção alguma desses três movimentos. [Os jesuítas obrigam os editores a deletar nos livros históricos toda menção que desabone a ICR, reescrevendo, assim, a história geral]. Pat Robertson, cuja obra foi tão louvada, conforme as palavras abaixo, nem sequer menciona qualquer um desses três movimentos. "A pesquisa neste livro é incrível. Eu sabia que havia algo acontecendo, mas não tinha idéia. Pessoa alguma jamais havia colocado tanta descrição conjunta, para mim tão convincente". Como pode alguém imaginar que está escrevendo sobre as forças que estão em vias de subjugar o mundo inteiro sem atentar para alguns esforços já realizados antes, por essas mesmas forças, a fim de subjugar o mundo? J. R. Church finalmente se dispõe a mencionar a Inquisição, muito concisamente, alegando, porém, que a razão pela qual a mesma foi fundada era reduzir o poder e a influência dos Cavaleiros Templários, especialmente a dinastia dos Merovingianos, que pairava como uma nuvem negra sobre a ICR. (J. R. Church, "Guardians of the Holy Grail", Profecy Publ., Oklahoma City, 1991, p. 25). Depois ele admite que em razão de terem os Cavaleiros Templários se espalhado por toda a Europa e se fixado na Escócia, a Ordem Maçônica do Rito Escocês se levantou na Escócia, o que simplesmente não é verdade. A Inquisição teve razões muito mais amplas para existir do que uma hostilidade contra os Cavaleiros Templários. A verdade é que os maçons entraram em conflito com Roma porque a ICR queria governar toda a Europa com mão de ferro. Então, desobedecer às leis da ICR significava morte certa. [Isso voltará a acontecer, com o estabelecimento da nova religião mundial (sincretismo religioso de Catolicismo e Nova Era) liderada pelo governante mundial]. A única maneira de neutralizar a presença letal da ICR na vida das pessoas foi fundar as sociedades secretas, nas quais os homens se uniam através de pactos de sangue, a fim de combater os agentes secretos (cães de Deus) que se espalhavam por toda as partes da Europa. Claro que um dissidente protestante preferia cair nas mãos da maçonaria do que nas afiadas presas dos "cães de Deus". A Inquisição logo se transformou numa grande fonte de lucro (pelo confisco das propriedades de todos os "hereges"), possibilitando ao papado estender a sua sangrenta rede sobre as nações da Europa, com excelentes resultados financeiros, rotulando todos os dissidentes e protestantes, onde quer que estes representassem uma ameaça às aspirações mundiais do papado.
  • 8. Como pode alguém escrever sobre os feudos e sociedades secretas da Idade Média, sem enxergar a Inquisição, como o fez Pat Robertson, quando deixou de mencioná-la? Ali se encontrava a máquina do poder máximo, gerado pelo sigilo e levado a efeito pelo mais agudo fanatismo, visando o controle absoluto do mundo. Contudo, Robertson não é o único a ter agido desse modo, pois dificilmente existe um escritor moderno, o qual, ao escrever sobre o Reino de Deus e dos demônios que o confrontam, dedique à Inquisição mais do que uma linha, a título de completo exame. A Revolução Francesa tem sido apontada como a única ameaça ao Cristianismo bíblico, nos tempos passados. O consenso geral é que o papado pode ser equacionado ao Reino de Deus, isso quando não se admite ser ele o próprio Reino de Deus [pensamento quase generalizado nos últimos 20 anos, desde que o Papa JP2 começou a cativar os povos com o seu sorriso amistoso, exibido durantes as suas andanças pelo mundo], evitando-se, desse modo, uma palavra sequer de crítica ao papado, sem que a pessoa que a expressa seja considerada odiosa. A Inquisição foi um reinado de terror, diante do qual a Revolução Francesa foi apenas um piquenique. A Revolução Francesa perdurou 10 anos, enquanto a Inquisição perdurou 500 anos. A Revolução Francesa foi o castigo divino sobre a França por causa do seu massacre aos huguenotes, na Noite de São Bartolomeu (24/08/1572), durante a Guerra dos Trinta Anos (1562- 1598), e de fato marcou o tempo em que esta nação começou a declinar no cenário mundial. Como podem os homens escrever livros sobre a Revolução Francesa e jamais mencionar a Inquisição, a qual operou em toda a Europa e partes da América Latina? [A explicação é que a ICR - promotora da Inquisição - comprou as consciências modernas, enquanto a Revolução Francesafoi um acontecimento histórico, o qual veio beneficiar o mundo com liberdade, igualdade e fraternidade e, por isso, não poderia comprar as consciências]. Uma geração inteira tem crescido sem ficar a par desse tenebroso órgão de tortura e perseguição dirigido pela ICR. John B. Wilder escreveu: Eu me graduei em História Geral, num colégio estadual e numa grande universidade. Contudo não me lembro de ter ouvido falar do assunto da Inquisição uma só vez. Contudo, esse horror histórico continua importante no pano de fundo da civilização, como nenhum outro movimento que tenha cruzado a trilha humana... Mesmo assim, homens e mulheres graduados em escolas secundárias e faculdades são jogados na vida profissional com escassos conhecimentos da Inquisição Católica Romana, uma instituição que, provavelmente, custou mais vidas humanas do que todas as guerras, exceto a II Guerra Mundial. (John B. Wilder, "The Shadow of Rome", Zondervan, Grand Rapids, Michigan, 1960, p.86). [Esse método jesuíta de reescrever a história, apagando tudo que venha prejudicar os interesses do papado, tem sido usado em todos os países, a fim de fortalecer o poder da ICR. A Ordem de Loyola é sócia majoritária em todos os grandes empreendimentos econômicos, desde as multinacionais até o Federal Reserve Bank, o Bank of America, e todas as editoras importantes do país. Pelo que nos consta, grande parte da Zondervan já pertence aos jesuítas, de modo que nenhum livro jamais será publicado, fazendo qualquer crítica à ICR]. Podemos corroborar o que Wilder diz, visto como também nos formamos em História Geral numa faculdade e não conseguimos nos lembrar de ter ouvido a Inquisição ser mencionada, por nenhum dos nossos professores. Também estudamos História da Igreja num seminário teológico e aInquisição jamais foi mencionada ali. Como Wilder observa, existe uma boa razão para isso: Os professores de todos os níveis da educação, bem com as editoras dos livros textos, além dos escritórios e trustes universitários, iriam demitir os professores, sem falar na ruína financeira das firmas publicadoras, com intermináveis problemas com os trustes (Ibid, p. 86). Teodósio, o Grande (382), foi o primeiro Bispo de Roma a reforçar a pena de morte para o crime de heresia. Mais tarde, no século VI, o direito dos eclesiásticos de exterminar a heresia foi mais firmemente ampliado, com o estabelecimento das cortes sinodais. Contudo, somente no século XII foi que a Inquisição se tornou uma instituição da ICR. A Inquisição foi estabelecida na França, durante o Sínodo de Verona, em 1184. O IV Concílio de Latrão, em 1215, transformou a perseguição aos “hereges” no principal objetivo das cortes sinodais. Gregório IX nomeou os dominicanos como inquisidores permanentes, em 1223, em toda a Alemanha, Aragônia, Áustria e Lombárdia, bem como no sul da França. Os dominicanos passaram a ser conhecidos como os "cães de Deus", por causa do seu zelo na caça aos “hereges”, e porque "Domini = Senhor e "canis" = cão, em Latim. [Existe uma lenda contando que a mãe de S. Domingos, o fundador da Ordem Dominicana, sonhou que ia dar à luz esse filho com focinho de cão. Não sabemos se é verdadeira]. Claro que a ICR se salvaguardava da culpa do sangue derramado, fazendo com que as autoridades seculares executassem os “hereges” [Autoridades que eram completamente dominadas pela ICR e, em caso de desobediência, seriam elas mesmas condenadas à morte]. Os castigos aos "hereges" consistiam de três tipos: 1. - Várias penalidades, com a expropriação de todas as suas posses materiais. 2. - Prisão perpétua. 3. - Morte por estrangulamento - para quem dissesse que estava morrendo dentro da Igreja Mãe, e morte na fogueira (estaca) - para quem dissesse que estava morrendo fora da Igreja Mãe. [Isso quer dizer que todos os protestantes fiéis, assassinados aos milhões, foram queimados na estaca. Que nos preparemos todos os crentes bíblicos, porque talvez tenhamos de passar brevemente pela mesma experiência]. A Inquisição foi particularmente cruel na Holanda, porém atingiu o seu ponto máximo na Espanha. Por isso ficou mais conhecida como "Inquisição Espanhola". Inocêncio IV em sua bula papal "De Extirpanda", emitida em 1252, ordenou que as pessoas acusadas poderiam ser torturadas, não apenas para serem induzidas à confissão de sua própria "heresia", mas da "heresia" de outras pessoas. [Que os meus amigos, os santos de Jesus, se cuidem, pois... quem sabe... poderei fraquejar na hora "H" e...] À medida que o tempo corria, máquinas de tortura eram inventadas, a fim de obrigar os "hereges" a confessar e também acusar. Havia uma tortura que esticava as partes do corpo, até quebrar os ossos. Havia também o esmagador do polegar, a bota de ferro e a roupa de ferro para mulheres, todas elas usadas e abusadas, não pelos revolucionários franceses, nem pelos comunistas, nem pelos maçons, nem pelos humanistas seculares, mas exclusivamente pelos inquisidores da ICR. [Vi muitas dessas máquinas no Museu do Crime, em Rottenburg, Alemanha, em junho de 1999, quando pesquisava a obra de Lutero. Quando falei para a jovem alemã que me acompanhava: "Um dia esses instrumentos ainda serão usados", ela riu na minha cara, garantindo, inocentemente, que jamais haveria outra guerra, ou qualquer tipo de tortura, em nosso mundo civilizado!] Houve muitas perseguições violentas, antes da Reforma Protestante, entre 1184 e 1517 (portanto 333 anos antes da mesma), conforme a obra do escritor católico moderno, Zoe Oldenburg, "O Massacre de Montsegur". Essas perseguições foram feitas pelo papado, tendo prosseguido contra os huguenotes, holandeses, presbiterianos e irlandeses, após a Reforma de Lutero e Calvino. A Inquisição espalhou os seus tentáculos sobre todos os países da Europa, menos sobre a Inglaterra. Contudo, Bloody Mary iria tirar o atraso, no seu reinado de apenas cinco anos (1553-1558), o qual, felizmente, foi seguido pelo da rainha protestante, Elizabeth I. A Inquisição se estendeu até mesmo sobre o Novo Mundo, onde os jesuítas executavam os "hereges" nos países por eles dominados, como o México, o Brasil e outros países da América do Sul. Durante os dezesseis anos do inquisidor Tomás Torquemada (1483-1498), o número de vitimas, conforme Llorente, repórter oficial da Inquisição, foi de 9.000, pessoas queimadas na estaca; 6.500 queimadas em efígie; 90.000 sujeitas a diversas penalidades, inclusive a prisão perpétua. O sucessor deste, Diego Deza (1499-1506), registrou 1.600 casos de execução e um terceiro inquisidor, Francisco Ximenes, mesmo sendo um erudito intelectual, trabalhou na Inquisição, tendo registrado 2.536 pessoas queimadas na estaca, ou estranguladas, e 47.263 castigadas por outros métodos, entre os anos de 1507 a 1517. Llorente também registrou que entre os anos de 1478 a 1517 (antes de Torquemada e até o final de Ximenes), um total de 13.000 pessoas foram queimadas e 160.000 foram torturadas pela ICR. Na Espanha a máquina do anticristianismo foi bem sucedida em silenciar o testemunho dos protestantes por meio do fogo, da espada, do estrangulamento, da tortura e da perseguição. Quando os homens modernos tentam desculpar os excessos da Inquisição, afirmando que apenas alguns milhares de pessoas foram realmente mortas, eles se esquecem de que a VERDADE
  • 9. FOI PREJUDICADA e não apenas homens e mulheres. O Diabo foi capaz de silenciar a VERDADE DO EVANGELHO durante muitas gerações, em terras como a Espanha e o México. Ora, existe ampla evidência de que muitos milhões sofreram sob o jugo dos cruéis inquisidores da ICR. Durante os cinco séculos de horror e terror patrocinados pela ICR, estima-se que "50 a 68 milhões de seres humanos foram assassinados, sofreram torturas, perderam suas posses, ou foram devorados de outro modo pela ICR" (Ibid, p. 87). Somente na Espanha, "300.000 vítimas foram imoladas nas piras flamejantes da Inquisição" (Ibid, p. 88). MacKinley Ash declara: “Calcula-se que os papas de Roma, direta ou indiretamente, assassinaram, por conta de sua fé, 50 milhões de mártires. Foram 50 milhões de homens e mulheres que se recusaram a aceitar a idolatria romana, mantendo a afirmação de que a Bíblia é a Palavra de Deus, pessoas que não amaram suas vidas, enfrentando a morte por amor do seu Senhor. (McKinley Ash, "Antichrist, Past, Present and Future", Blackwood, N.J., 1967, p. 122). O verdadeiro número de mártires jamais será conhecido. Mas certamente centenas de milhares foram sacrificados durante os 500 anos da Inquisição, sofrendo pela sua fé nas mãos dos inquisidores católicos romanos. Michael Schwarz, diretor executivo da Liga Católica dos Direitos Religiosos e Civis, clama que as narrativas da Inquisição são absurdamente exageradas. Contudo, mesmo que se tome a mais baixa computação das narrativas, o número de pessoas mortas por Roma chega a centenas de milhares. Os homens até brigam por causa dos números, quando desejam massacrar e assassinar, a ponto de se tornarem ridículos. Alguns afirmam que Hitler não matou 6 milhões de judeus, mas APENAS 300.000. No massacre dos escoceses/irlandeses pelos irlandeses católicos romanos, Sir John Temple calculou que foram mortos 300.000, enquanto os escritores católicos romanos garantem que foram APENAS 40.000. Quando o Duque de Alva tentou dizimar uma nação inteira com um reinado de terror, embora não constando o total de suas vítimas nos anais da história "civilizada", novamente gritos de protesto foram ouvidos sobre o "exagero". Contudo, ele mesmo se gabava de ter executado 18.000 homens. A esse número devem ser acrescentados milhares de mulheres e crianças que foram sacrificadas impiedosamente. Também o número de pessoas afogadas em Zutphen, onde 500 foram amarradas pelas costas e atiradas ao rio Yssel, mais 200 afogadas no Harlem, além das matanças feitas em vários outros lugares. Mr. McClintock e Strong afirmam ser impossível computar as cifras exatas. O número de sérvios ortodoxos assassinados pela Ustashi de Ante Pavelic foi computado em 1.200.000 pela Igreja Ortodoxa Sérvia, no seu exílio em Londres. Contudo, o Vaticano garante que isso é um exagero e que APENAS 500.000 sérvios, 30.000 judeus e 40.000 ciganos foram mortos, sob as bênçãos do Cardeal Stepinac. [Esse massacre de um milhão e duzentos mil inocentes foi patrocinado por Pio XII, com quem o cardeal croata estava em constante contato, do mesmo modo como Hitler e Mussolini também estavam, na II Guerra Mundial, segundo consta no livro "The Vatican Holocaust", de Avro Manhattan]. Quando o notório matador da Ustashi, Ante Vrban, estava sendo julgado pela vergonhosa matança de centenas de crianças, ele protestou dizendo que havia matado APENAS 63. Um historiador moderno escrevendo sobre Claverhouse, o homem responsável por caçar e matar os "Covenanters" na Escócia, afirma que o número de sua matança foi exagerado e que ele havia assassinado APENAS duas pessoas. Isso é de fato uma abominável tolice, pois mesmo considerando-se apenas uma pessoa, de qualquer modo ele foi um assassino a sangue frio. O assassinato de uma única pessoa já é um ato diabólico, para o qual não existe qualquer desculpa. [Na sociedade moderna os "serial killers", maníacos sexuais e até parricidas, estão em voga e se tornam depressa famosos, visto como as pessoas, sem o conhecimento da Palavra de Deus, se empolgam com as novidades, mesmo quando se trata de assassinos em série, vampiros, traficantes de drogas e terroristas. Quanto à Inquisição, mesmo não conhecendo o número exato dos milhões de pessoas que a ICR dizimou, sabemos que esta organização política e religiosa tem as mãos completamente manchadas de sangue inocente]. A ICR permitiu e abençoou os massacres na Croácia, entre 1941-1944, e continua derramando sangue em Ulster, no México, no Peru, etc., até os dias atuais. [Seus rios de sangue correm todos para o mar da iniqüidade e, por isso, jamais poderão ser detidos por muito tempo, até que a ICR seja destruída pelo sopro da boca do Cordeiro que foi morto.] A Inquisição foi uma máquina de tortura e morte. Nenhuma linguagem dobre usada pelos escritores modernos poderá mitigar o completo horror dessa máquina diabólica, não construída por ateus ou comunistas, mas por aqueles que se autoproclamam representantes de Deus na terra. Quando Malachi Martin (historiador católico moderno do Vaticano) escreve que o papa é o legítimo sucessor de Pedro e o único representante legítimo de Cristo na terra, ele está apenas repetindo as palavras do Concílio de Trento, antes declaradas por Lanez, o jesuíta, há quase cinco séculos, ou seja: Estas coisas, isto é, ser o detentor das chaves e o pastor, como ofícios perpétuos, devem ser conferidas sobre uma pessoa perpétua, a qual não somente está sobre o primeiro (quer dizer, Pedro), porém sobre toda a sua sucessão. Desse modo, o Bispo de Roma, de Pedro até o final dos tempos, é o legítimo monarca. (Baron Porcelli, "The Antichrist", Blackwood, N.J., 1971, p. 89). Roma não muda os seus objetivos. Ela apenas muda de tática. Tanto que Malachi Martin declara: “ Então ele (o papa JP2) tem demonstrado que pretendia assumir e realmente exercer mais uma vez o papel internacional que havia sido central na tradição de Roma e o exato mandato que os católicos afirmam ter sido conferido por Cristo a Pedro e a cada sucessor do mesmo na terra.” (Malachi Martin, "The Keys of This Blood", Simon & Schuster, N.Y., N.Y., 1990, p. 22). Os escritores católicos costumam afirmar que os protestantes fizeram tantas perseguições e mortes quanto os romanistas. Jon Zens até garante, sem qualquer documentação, que os protestantes foram piores do que os católicos romanos, quando perseguiram os anabatistas. Contudo, William R. Estep em seu livro "The Anabaptists Story", Eerdmans, Publ. Co., Grand Rapids, Mich., 1975, p. 37), fala de um trabalho recente de Claus-Peter Clasen - Anabaptism: A Social History, 1525-1618" - no qual ele apresenta a seguinte estatística: “Parece-nos, pelos estudos de Clausen, que os governos da ICR foram responsáveis por 84% das execuções, enquanto os governos protestantes, ou os seus simpatizantes, por apenas 16%". É verdade que os protestantes fizeram algumas perseguições, porém jamais pensaram em colocar em operação uma organização como o Santo Ofício da Inquisição. Também os protestantes jamais fizeram declarações como as que o papa de Roma tem feito e continua fazendo, mesmo após todos os horrores da Inquisição, de serem os únicos sucessores de Pedro e vigários de Cristo na terra. [Isso porque todo protestante sabe que o único Vigário de Cristo na terra é o Espírito Santo.] Quanto se atenta para os massacres e martírios executados sob o comando direto de alguns papas, "vigários do mal" ser-lhes-ia um título muito mais apropriado!!! O Auto de Fé era o capítulo final do processo inquisitorial. Quando um "herege" era apanhado, ele era julgado e todos os seus amigos e parentes deveriam considerá-lo um marginal. Não lhe era permitido provar a sua inocência. Seus haveres eram todos confiscados, especialmente quaisquer livros ou escritos, pois não lhe era permitido, de modo algum, disseminar a verdade. Se ele persistisse em declarar-se inocente, era torturado com açoites, a fim de que se extraísse dele a confissão desejada. Se isso não funcionasse, queimavam-lhe certas partes do corpo. Todas essas torturas eram executadas sob a direção dos inquisidores e do bispo diocesano. Se o prisioneiro "confessasse", era torturado pela segunda vez, a fim de declarar os seus motivos e, em seguida, era torturado pela terceira vez, a fim de declarar os nomes dos seus "cúmplices" [O Comunismo aprendeu suas táticas de tortura com a ICR] Todos os que confessavam eram obrigados a usar o "sanbenito", um hábito sem mangas, com a cruz vermelha de Sto. André, no peito e nas costas. Depois de completar a sua pena, o "sanbenito" era pendurado na Igreja, com um cartão contendo o nome do pecador e uma declaração do seu pecado. Qualquer recaída na antiga "heresia" era passível de morte. Se falhassem as três torturas no sentido de obter a confissão, o acusado era colocado numa prisão pior, a fim de aguardar outros castigos. Mesmo que ele morresse, enquanto estava aguardando julgamento, o seu caso ainda teria de ser levado ao Auto de Fé, a fim de ser julgado, de qualquer maneira. Mesmo que se passassem 40 anos, se os seus restos mortais fossem encontrados, ele seria julgado à revelia, seus ossos eram queimados e jogados na água ou no vento. Se estes não fossem
  • 10. localizados, ele seria queimado em efígie. [A diferença entre a Inquisição e o inferno é que daquela ninguém escapava, nem vivo nem morto, enquanto no inferno só se chega depois de morto]. John Wycliff foi o "herege" mais importante a ser tratado assim. Ele morreu em 1384. Seus ossos foram exumados em 1428, 44 anos mais tarde. Foram incinerados e arremessados no Rio Swift, depois que suas doutrinas foram condenadas no Concílio de Constança. [Esse mesmo concílio julgou e condenou a uma pena leve o papa João XXIII (o primeiro), mesmo sendo ele acusado de pelo menos 54 crimes, alguns dos quais, hediondos). Todos os inquisidores eram obrigados a fazer um pacto de sangue secreto. Alguns acreditam que os maçons adotaram isso da Inquisição. Os maçons e outros dissidentes não podiam sequer confiar nos membros de sua própria família, temendo que os traíssem ao Santo Ofício da Inquisição. Desse modo, os pactos eram feitos para que os dissidentes não corressem o risco de detenção, tortura e martírio. Quando todas as torturas não produziam uma confissão ou renúncia, o pecador era trazido, finalmente, ao Auto de Fé. Esse era um local de execução freqüentado geralmente pelos bispos e outros homens importantes da ICR, os quais vinham todos testemunhar a queima dos "hereges". Uma data favorita para os Autos de Fé era o Dia de Todos os Santos, mais conhecido como o Halloween. A procissão era liderada pelos "cães de Deus", os quais portavam uma bandeira louvando a Inquisição. Logo atrás destes, separados por um grande crucifixo, vinham os condenados à morte. Em geral estavam vestidos com estranhos e bizarros tipos de vestuário, com os pés descalços e as cabeças cobertas por chapéus altos, nos quais estavam pintados demônios e chamas. Finalmente, vinham as efígies dos que haviam escapado e, em seguida, os trabalhadores carregando caixões para os "hereges" a serem executados. Os caixões também continham pinturas de demônios e chamas. O encerramento da procissão era decidido pelos padres de Roma, que a acompanhavam até uma "igreja", onde era pregado um sermão de fé. (Práticas idênticas foram executadas nas campanhas da Ustashi, na Croácia (1941-1944), e também nas conversões forçadas e nas execuções de Franco, na Espanha, (nos anos 1930). Os acusados eram levados a uma alta corte, onde lhes indagavam em qual religião prefeririam morrer. Os que diziam, na ICR, eram estrangulados, e os que preferiam morrer fora da ICR eram queimados na estaca. Dois padres acompanhavam a pessoa a ser queimada na estaca, pressionando-a a fazer as pazes com a ICR. Quando não conseguiam convencê-la, então a consignavam ao Diabo. Os "hereges" perdoados, depois das três torturas, eram restaurados aos seus antigos lugares, depois de jurar que jamais iriam revelar o que havia acontecido durante o julgamento. Pactos eram extraídos até mesmo dos torturados, muitos dos quais não eram culpados de coisa alguma, mas apenas vítimas da falsa acusação de algum inimigo. O Auto de Fé era um instrumento tremendamente aterrorizador. A simples menção do mesmo era suficiente para que os homens mais fortes tremessem de pavor. Ele fazia parte do arsenal da ICR contra os "hereges" e dissidentes, durante alguns séculos. Alguns acreditam que os Autos de Féeram executados clandestinamente em determinados países, quando os governos seculares assim decidiam, em relação aos que eles considerassem marginais. A Inquisição foi abolida em 1808 por Joseph Napoleão. Contudo, o Santo Ofício da Inquisição continua existindo [agora com o nome de Congregação Para a Doutrina da Fé, sob a liderança do cardeal ex-nazista, Joseph Ratzinger. O seu "prefeito" na década de 1970 era o cardeal brasileiro Agnello Rossi, o mesmo que "sugeriu" que o Arcebispo de são Paulo mandasse liquidar o ex-padre Aníbal Reis, o maior pesquisador de Catolicismo Romano em nosso país]. Grattan Guiness nos conta em seu livro que os inquisidores de Roma esgotaram toda a arte de causar a dor, de modo que seria difícil descobrir ou inventar um novo tipo de tortura que eles não tivessem praticado contra os "hereges". Estes eram fuzilados, furados, apedrejados, degolados, enforcados, retalhados, esquartejados, queimados, sepultados vivos, assados em espetos, assados em fornos, atirados em fornalhas, atirados do alto em precipícios, do alto de torres, afogados em pântanos, deixados à inanição, pendurados em árvores, suspensos pelos cabelos, suspensos pelos pés e mãos, explodidos com pólvora, retalhados com espadas, atados em caudas de cavalos, quebrados em rodas, tendo os intestinos extraídos, as ancas açoitadas, queimados com ferros em brasa, rasgados com pinças incandescentes, retalhados com facas, amassados, espetados com garfos, atingidos com água, lixo e excrementos, com pedaços do próprio corpo atirados sobre eles, gargantas cortadas, amarrados em estacas, crucificados em árvores, atormentados com fósforos acesos, óleo e lama escaldantes, chumbo derretido, etc. Muitos tiveram os seus olhos vazados, as unhas extraídas, orelhas, lábios, línguas, seios e membros cortados, como um esporte comum aos carniceiros católicos. Crianças novinhas eram exterminadas, levadas à inanição, afogadas, queimadas para morrer, atiradas contra árvores, rasgadas de ponta a ponta, jogadas para cima e aparadas em pontas de espadas, arremessadas aos cães e suínos, conforme McKinley Ash, nas ps. 113-114 do seu livro. [Vi muitos desses instrumentos de tortura no Museu do Crime, em Rottenburg, Alemanha. Os inquisidores eram piores do que os mais sádicos vampiros da literatura de horror.] A bula papal "In Coena Domini" diz assim, numa de suas cláusulas: “Excomungamos e anatemizamos em nome de Deus Todo Poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo, pela autoridade dos benditos apóstolos Pedro e Paulo, e pela nossa própria, todos os hussitas, "Wycliffitas", luteranos, zwinglianos, calvinistas, anabatistas, huguenotes, trinitarianos, todos os apóstatas da fé e todos os hereges, qualquer que seja o seu nome e qualquer que seja a sua seita, bem como os seus membros, anfitriões, favorecedores e em geral defensores dos mesmos”. (McKinley Ash, p. 112). Quando consideramos que a Inquisição foi apenas um esforço da ICR de aniquilar o evangelho, começamos a verificar o seu contínuo e determinado esforço, ao longo dos séculos, no sentido de esmagar toda a oposição ao seu autoproclamado direito de governar o mundo. Os demais massacres monstruosos e genocidas executados contra os valdenses, os huguenotes, os anabatistas, os holandeses, os escoceses, os irlandeses e piedmonteses fazem parte da história sangrenta da ICR [Também, segundo Avro Manhattan e Eric Jon Phelps, todas as guerras, inclusive as duas Grandes Guerras.] Desse modo, o silêncio dos modernos escritores evangélicos é nada menos que uma TRAIÇÃO. Por que esse profundo silêncio continua existindo com referência a Roma, da parte daqueles que supostamente estão escrevendo a respeito de suas conspirações e do seu desejo secreto de governar o mundo? Podemos afirmar com segurança que, não importa quais sejam as desculpas apresentadas pela ICR quanto às sangrentas cruzadas contra os valdenses, as guerras contra os holandeses feitas pelo Duque de Alva, o massacre contra os huguenotes, os presbiterianos, os escoceses/holandeses e o genocídio dos albigenses em Montsegur, através do maligno Santo Ofício da Inquisição, não podemos aceitá-las. É impossível ignorar que Roma jamais retrocedeu diante de pessoa alguma, nem de qualquer ideologia, em seu objetivo de colocar o mundo sob o tacão do papa, o homem que os valdenses, os "wycliffitas", os hussitas, os reformadores, os anabatistas, os presbiterianos, os puritanos, os separatistas, os não conformistas, os metodistas e os batistas têm chamado - ao longo dos séculos - o ANTICRISTO! [Eles assim se referiam ao papado somente até os anos 50 do século passado, quando os protestantes deixaram de protestar e começaram a amolecer diante dos falsos protestos de amor da ICR, através do Ecumenismo, que passamos a chamar de "EUCOMOMESMO"! [Segundo Eric Jon Phelps, no seu livro “Vatican Assassins”, A Inquisição da ICR continua em pleno vigor, a cargo dos jesuítas, os quais assumiram, em 1825, o propósito de conseguir, a qualquer preço, o mundo inteiro de volta para o papa, no prazo máximo de 200 anos. Todas as guerras do planeta, a partir dessa data, foram feitas com esse objetivo, não importa quantos milhões de pessoas tenham perecido, a fim de satisfazer a sede de sangue e de poder da ICR. A próxima Inquisição será a mais tenebrosa de todas, pois sendo agora informatizada, ninguém mais poderá escapar dos olhos desse terrível "Big Brother", conforme a "profecia" de Orwell.] Capítulo 4 A Reforma Protestante e o Anticristo
  • 11. No Capítulo 6 do seu livro "Antichrist and Optimism", o Dr. Ronald Cooke nos apresenta a conexão do papado com o Anticristo, segundo a opinião de alguns santos dos séculos 16, 17 e 20. Vamos dar-lhe a palavra: O Chanceler de Treves, orador da dieta de Worms, falou, indignado: "Não respondestes a pergunta que vos fiz. Não fostes convocados até aqui, a fim de colocar em cheque as decisões dos concílios. Deveis dar uma resposta clara e objetiva. Ides ou não retratar-vos?" A isso respondeu Lutero, sem hesitação: "Visto como Vossa Serena Majestade e Vossa Alta Grandeza exigem de mim uma resposta clara e objetiva, vou dar-vos uma, que é a seguinte: Não posso submeter a minha fé ao papa nem aos concílios, pois está meridianamente claro que têm errado freqüentemente, contradizendo um ao outro. Portanto, a não ser que eu me convença, segundo a Escritura ou pelo mais claro raciocínio... a não ser que eu seja persuadido através das passagens citadas por mim... e a não ser que elas me levem cativo à Palavra de Deus, não posso e jamais irei me retratar. Não é seguro para um cristão falar contra a sua consciência". Em seguida, olhando ao redor, para a assembléia, a qual tinha nas mãos a sua vida, Lutero completou: "Nada posso fazer e que Deus me ajude, Amém!" (J. H. Merle D´Aubigne, "Martin Luther" - Moody Press, Chicago, 1978, p. 433). "Não consigo imaginar como possa haver paz entre nós e os papistas, pois em nada concordamos. É uma guerra eterna, exatamente como a que existe entre a semente da mulher e a velha serpente. Quando os reis temporais estão exaustos da guerra, eles fazem uma trégua mais ou menos suportável. Em nosso caso, porém, não pode haver concessões. Não podemos nos afastar do Evangelho, assim como eles não desistem da sua idolatria e blasfêmia. O diabo não tolera que os seus pés sejam desviados, assim como Cristo não permite que a pregação de Sua Palavra seja impedida. Desse modo, não posso ver possibilidade alguma de trégua ou paz entre Cristo e Belial". (Martinho Lutero, "Talk Table", (Conversa de Mesa), ps. 201-202). Vamos falar sobre os reformadores e o Anticristo: Charles Hodge certamente não exagerou quando escreveu que os reformadores fizeram, em uníssono, uma conexão entre o papado e a Babilônia de Apocalipse 17-18. Não há exceção alguma nesse ponto de vista entre os reformadores protestantes. Martinho Lutero Claro que Lutero foi um grande porta-voz da crítica ao papado. Talvez ele conhecesse melhor do que a maioria dos reformadores a natureza do sistema contra o qual lutava pessoalmente. Sobre o Anticristo ele declara a sua opinião, sem qualquer compunção: "Não compartilho a sua visão. Pelo contrário, conforme diz o apóstolo João (Apocalipse 17:1-2), deveríamos fazer transbordar o cálice da prostituta escarlate com a qual os reis e príncipes têm cometido e continuam cometendo fornicação. E deveríamos infligir-lhe tantas dores e sofrimentos quanto ela tem gozado de prazer e poder, até que seja calcada aos pés, como a lama das ruas, pois não existe coisa mais desprezível neste mundo do que essa Jezabel sedenta de sangue". (M. Evald Plass, "What Luther Says", Concordia Publ. House, St. Louis. MO, 1959, Vol. 2, ps. 1017-1018). Aqui Lutero estava se dirigindo a alguns dos seus contemporâneos, que o consideravam severo demais em suas denúncias contra a ICR. Certamente, ninguém poderia acusá-lo de palavras delicadas. Ele sempre gostou de dizer claramente a verdade, conforme veremos abaixo: "Sabendo que o papa é o Anticristo, considero-o um diabo encarnado... Realmente, o reinado do papa é um enorme desafio ao poder de Deus e é contra a humanidade... É uma blasfêmia monstruosa uma criatura humana presumir exaltar-se na Igreja acima de Deus". (Martinho Lutero, "Talk Table" (Conversa de Mesa). H. G. Bohn, Londres, 1857, p. 195) João Calvino Também falava claramente. Vejamos o que ele falou sobre o Anticristo: “Não estamos com o Nome de Deus, mas com a própria majestade e adoração e em geral, com tudo que Ele possa expressar. A verdadeira religião é aquela pela qual somente o verdadeiro Deus é adorado. E é esta que o filho da perdição transfere para si mesmo.” “Então, qualquer pessoa que tenha aprendido da Escritura quais são as coisas particularmente pertencentes a Deus e, por outro lado, considere incorreto que o papa as usurpe para si mesmo, não terá dificuldade alguma em reconhecer que ele é o Anticristo, mesmo que se trate de um garoto de 10 anos de idade. A Escritura declara que Deus é o único Doador da Lei, O qual pode salvar e destruir. Que Ele é o único Rei, cujo ofício é governar a alma humana através da Sua Palavra. Ele se apresenta como o Autor de todas as observâncias sagradas. Ele ensina que a justificação e a salvação só devem ser embasadas em Cristo, oferecendo os meios e o método. Não existe uma só dessas coisas que o papa não declare ser prerrogativa dele. Ele se gaba de ter o direito de escravizar as consciências humanas com tais leis, segundo o seu desejo, e que pode enviá-las para o castigo eterno. Com respeito aos sacramentos, ele até instituiu novos, a seu bel prazer, ou então corrompeu e rebaixou os que Cristo havia instituído... Ele inventa meios de se obter a salvação em total desacordo com os ensinos da Escritura. Em resumo, ele não hesita em alterar toda a religião, conforme lhe apraz... Então eu pergunto: isso não significa elevar-se acima de tudo que é considerado divino e não é exatamente o que o papa está fazendo?" (João Calvino, Comentário do Novo Testamento, Eerdmans, Grand Rapids, Mich., reedição, vol. 8, p. 401) Noutra parte do mesmo capítulo, Calvino diz: "Para se reconhecer o Anticristo basta que o coloquemos diametralmente em oposição a Cristo" (Ibid, p. 400). Ele declara ainda, contrariando a posição reconstrucionista, que "o dia de Cristo não virá, até que o mundo tenha descambado na apostasia e a Igreja tenha sido dominada pelo governo do Anticristo" (Ibid, p. 398). Outra observação que ele faz sobre o Anticristo: "Paulo coloca o Anticristo exatamente no santuário de Deus. Ele não é um inimigo de fora, mas do meio da fé e a Cristo se opõe em o Nome de Cristo." (Ibid, p. 402). Calvino associa o "homem do pecado" mencionado na 2 Tessalonicenses 2:3 com os anticristos da 1 João 2:18-19 e a Babilônia Mistério de Apocalipse 17. McClintock e Strong fazem uma lista daqueles que equacionam o papado com o Anticristo: “Que o papa e o seu sistema são o Anticristo foi ensinado por Lutero, Calvino, Melâncton, Bucer, Beza, Calisto, Bengel e quase todos os escritores protestantes do continente (europeu)...”(McClintock e Strong, "Encyclopedia of Religion Knowledge", p. 258). Em seguida, na mesma página, eles citam outros nomes que equacionam o papado com o Anticristo: “Notavelmente, Bullinger, Christaeus, Aretius, Foxe, Napier, Cranmer, Latimer, Ridley, Hooper, Hutchinson, Tyndale, Sandys, Philpot, Jewell, Rogers, Fulk e Bradford também observam essa conexão.” Tal opinião não ficou confinada a esses divinos do século 16, os quais supõe-se terem se colocado especialmente contra o papado. O Rei Tiago também era da mesma opinião, tanto quanto Elizabeth I e os teólogos do século 17. (p. 259). Somente quando a Igreja da Inglaterra começou a perder o seu caráter evangélico foi que os seus líderes começaram a se desviar dessa visão. McClintock e Strong concluem esta seção sobre o Anticristo declarando que embora alguns estivessem abandonando a visão dos reformadores no século 17, "alguns dos melhores intérpretes na Igreja, bem como outros ramos do Protestantismo mantinham ainda a antiga interpretação." (Mesma página) Portanto, existe praticamente uma unanimidade entre os intérpretes protestantes, tanto da Europa como da Inglaterra, durante os primeiros 200 anos após a Reforma. Todos eles equacionaram o papado com o Anticristo. Convém notar que os eruditos católicos romanos, quase todos posmilenistas em sua escatologia, e universalistas em sua soteriologia, não apenas detestavam a Reforma porque esta prejudicava a sua "Igreja", mas também porque ela destruía a sua esperança reconstrucionista de que o mundo poderia ser ganho pela "Igreja". Aelred Graham, o brilhante frade britânico, escreveu em seu livro "The Final Victory" (Vitória Final): “A tragédia da Reforma foi que ela frustrou o que de outro modo poderia