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“ORFEU REBELDE”
A N A R I TA M A G A L H Ã E S • I N Ê S D E O L I V E I R A • J O S É A L E X A N D R E
M I G U E L T O R G A
ÍNDICE
1. Introdução
1.1. Breve biografia do autor
1.2. Apresentação do poema
2. Mito de Orfeu
3. Caracterização do sujeito poético como um “Orfeu rebelde”
4. Recursos expressivos
5. Conceção de poesia
6. Análise interna
7. Análise formal
8. Conclusão
9. Bibliografia
O AUTOR – MIGUEL TORGA [1907-1995]
 Adolfo Correia da Rocha
(Miguel Torga) nasceu a 12
de Agosto de 1907, em Vila
Real;
 Morreu a 17 de Janeiro de
1995 em Coimbra, com 85
anos;
 Foi poeta, médico e escritor
escritor
 Destacou-se em obras
Nihil Sibi (poesia), Contos
da Montanha (prosa) e O
Paraíso (texto dramático)
 Ganhou o Prémio Morgado
de Mateus (1980), o Prémio
Montaigne (1981), o Prémio
Camões (1989), entre
“ORFEU REBELDE”
Orfeu rebelde, canto como sou:
Canto como um possesso
Que na casca do tempo, a canivete,
Gravasse a fúria de cada momento;
Canto, a ver se o meu canto compromete
A eternidade no meu sofrimento.
Outros, felizes, sejam rouxinóis…
Eu ergo a voz assim, num desafio:
Que o céu e a terra, pedras conjugadas
Do moinho cruel que me tritura,
Saibam que há gritos como há nortadas,
Violências famintas de ternura.
Bicho instintivo que adivinha a morte
No corpo de um poeta que a recusa,
Canto como quem usa
Os versos em legítima defesa.
Canto, sem perguntar à Musa
Se o canto é de terror ou de beleza.
1
5
10
15
MITO DE ORFEU
Orfeu é o cantor, o
músico, o poeta.
As suas melodias
são suaves e
encantam
qualquer ser da
natureza.
Orfeu desloca-se
até ao Inferno e
seduz os monstros,
o deus do
submundo – Hades
– e Perséfone.
Hades e Perséfone,
seduzidos pela lira e
pelo canto, cedem à
vontade de Orfeu e
devolvem-lhe
Eurídice.
Orfeu sai do
Inferno rumo ao
mundo dos
humanos.
Orfeu retorna ao
mundo humano,
sem Eurídice, por
ter cometido o
erro crasso de
olhar para ela.
CARACTERIZAÇÃO DO “EU” POÉTICO
COMO UM “ORFEU REBELDE”
Suave
Harmonioso
Deleitante
Gracioso
Encantatório
Intenso
Forte
Rebelde
Revoltado
Inquieto
“possesso” (v. 2)
“fúria” (v. 4)
“desafio” (v. 8)
“gritos” (v. 11)
“violências” (v. 12)
RECURSOS EXPRESSIVOS
Orfeu rebelde, canto como sou:
Canto como um possesso
Que na casca do tempo, a canivete,
Gravasse a fúria de cada momento;
Canto, a ver se o meu canto compromete
A eternidade no meu sofrimento.
Outros, felizes, sejam rouxinóis…
Eu ergo a voz assim, num desafio:
Que o céu e a terra, pedras conjugadas
Do moinho cruel que me tritura,
Saibam que há gritos como há nortadas,
Violências famintas de ternura.
Bicho instintivo que adivinha a morte
No corpo de um poeta que a recusa,
Canto como quem usa
Os versos em legítima defesa.
Canto, sem perguntar à Musa
Se o canto é de terror ou de beleza.
CONCEÇÃO DE POESIA
 Função intervencionista: " Canto, a ver se o
meu canto compromete a eternidade
do meu sofrimento“;
 A escrita como um modo de
expressão "canto como quem usa os
versos em legítima defesa“;
 Função catártica.
ANÁLISE INTERNA
Orfeu rebelde, canto como sou:
Canto como um possesso
Que na casca do tempo, a canivete,
Gravasse a fúria de cada momento;
Canto, a ver se o meu canto compromete
A eternidade no meu sofrimento.
Outros, felizes, sejam rouxinóis…
Eu ergo a voz assim, num desafio:
Que o céu e a terra, pedras conjugadas
Do moinho cruel que me tritura,
Saibam que há gritos como há nortadas,
Violências famintas de ternura.
Bicho instintivo que adivinha a morte
No corpo de um poeta que a recusa,
Canto como quem usa
Os versos em legítima defesa.
Canto, sem perguntar à Musa
Se o canto é de terror ou de beleza.
1ª
parte
Auto-
caracte
-
rização
2ª parte
eu
vs.
outros
3ª parte
Poesia
interventiv
a
ANÁLISE FORMAL
Orfeu rebelde, canto como sou:
Canto como um possesso
Que na casca do tempo, a canivete,
Gravasse a fúria de cada momento;
Canto, a ver se o meu canto compromete
A eternidade no meu sofrimento.
Outros, felizes, sejam rouxinóis…
Eu ergo a voz assim, num desafio:
Que o céu e a terra, pedras conjugadas
Do moinho cruel que me tritura,
Saibam que há gritos como há nortadas,
Violências famintas de ternura.
Bicho instintivo que adivinha a morte
No corpo de um poeta que a recusa,
Canto como quem usa
Os versos em legítima defesa.
Canto, sem perguntar à Musa
Se o canto é de terror ou de beleza.
o Três sextilhas.
o Métrica Irregular (predominância de
versos decassilábicos).
o Rima cruzada vv. 3-6; vv. 9-12; vv.16
e 18;
Rima emparelhada vv. 14 e15;
Versos brancos nos restantes.
o Rima rica e rima pobre.
CONCLUSÃO
 O desespero humanista. O poeta problematiza a nossa
criação e as limitações que nos são inerentes, como o
tempo e a morte.
 O sentimento telúrico. A terra é o lugar de concretização do
homem, é nesta que encontramos esperança ou vontade
para combater a frustração proveniente do desespero
humanista.
BIBLIOGRAFIA
• GRIMAL, Pierre, 1992. “Orfeu”. Dicionário da Mitologia Grega e Romana. Lisboa: Difel.
• https://educacao.uol.com.br/disciplinas/artes/orfeu-e-euridice-mitos-inspiram-a-
arte.htm
• https://www.sinonimos.com.br
• https://www.infopedia.pt/
• https://www.wikipedia.org/

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  • 1. “ORFEU REBELDE” A N A R I TA M A G A L H Ã E S • I N Ê S D E O L I V E I R A • J O S É A L E X A N D R E M I G U E L T O R G A
  • 2. ÍNDICE 1. Introdução 1.1. Breve biografia do autor 1.2. Apresentação do poema 2. Mito de Orfeu 3. Caracterização do sujeito poético como um “Orfeu rebelde” 4. Recursos expressivos 5. Conceção de poesia 6. Análise interna 7. Análise formal 8. Conclusão 9. Bibliografia
  • 3. O AUTOR – MIGUEL TORGA [1907-1995]  Adolfo Correia da Rocha (Miguel Torga) nasceu a 12 de Agosto de 1907, em Vila Real;  Morreu a 17 de Janeiro de 1995 em Coimbra, com 85 anos;  Foi poeta, médico e escritor escritor  Destacou-se em obras Nihil Sibi (poesia), Contos da Montanha (prosa) e O Paraíso (texto dramático)  Ganhou o Prémio Morgado de Mateus (1980), o Prémio Montaigne (1981), o Prémio Camões (1989), entre
  • 4. “ORFEU REBELDE” Orfeu rebelde, canto como sou: Canto como um possesso Que na casca do tempo, a canivete, Gravasse a fúria de cada momento; Canto, a ver se o meu canto compromete A eternidade no meu sofrimento. Outros, felizes, sejam rouxinóis… Eu ergo a voz assim, num desafio: Que o céu e a terra, pedras conjugadas Do moinho cruel que me tritura, Saibam que há gritos como há nortadas, Violências famintas de ternura. Bicho instintivo que adivinha a morte No corpo de um poeta que a recusa, Canto como quem usa Os versos em legítima defesa. Canto, sem perguntar à Musa Se o canto é de terror ou de beleza. 1 5 10 15
  • 5. MITO DE ORFEU Orfeu é o cantor, o músico, o poeta. As suas melodias são suaves e encantam qualquer ser da natureza. Orfeu desloca-se até ao Inferno e seduz os monstros, o deus do submundo – Hades – e Perséfone. Hades e Perséfone, seduzidos pela lira e pelo canto, cedem à vontade de Orfeu e devolvem-lhe Eurídice. Orfeu sai do Inferno rumo ao mundo dos humanos. Orfeu retorna ao mundo humano, sem Eurídice, por ter cometido o erro crasso de olhar para ela.
  • 6. CARACTERIZAÇÃO DO “EU” POÉTICO COMO UM “ORFEU REBELDE” Suave Harmonioso Deleitante Gracioso Encantatório Intenso Forte Rebelde Revoltado Inquieto “possesso” (v. 2) “fúria” (v. 4) “desafio” (v. 8) “gritos” (v. 11) “violências” (v. 12)
  • 7. RECURSOS EXPRESSIVOS Orfeu rebelde, canto como sou: Canto como um possesso Que na casca do tempo, a canivete, Gravasse a fúria de cada momento; Canto, a ver se o meu canto compromete A eternidade no meu sofrimento. Outros, felizes, sejam rouxinóis… Eu ergo a voz assim, num desafio: Que o céu e a terra, pedras conjugadas Do moinho cruel que me tritura, Saibam que há gritos como há nortadas, Violências famintas de ternura. Bicho instintivo que adivinha a morte No corpo de um poeta que a recusa, Canto como quem usa Os versos em legítima defesa. Canto, sem perguntar à Musa Se o canto é de terror ou de beleza.
  • 8. CONCEÇÃO DE POESIA  Função intervencionista: " Canto, a ver se o meu canto compromete a eternidade do meu sofrimento“;  A escrita como um modo de expressão "canto como quem usa os versos em legítima defesa“;  Função catártica.
  • 9. ANÁLISE INTERNA Orfeu rebelde, canto como sou: Canto como um possesso Que na casca do tempo, a canivete, Gravasse a fúria de cada momento; Canto, a ver se o meu canto compromete A eternidade no meu sofrimento. Outros, felizes, sejam rouxinóis… Eu ergo a voz assim, num desafio: Que o céu e a terra, pedras conjugadas Do moinho cruel que me tritura, Saibam que há gritos como há nortadas, Violências famintas de ternura. Bicho instintivo que adivinha a morte No corpo de um poeta que a recusa, Canto como quem usa Os versos em legítima defesa. Canto, sem perguntar à Musa Se o canto é de terror ou de beleza. 1ª parte Auto- caracte - rização 2ª parte eu vs. outros 3ª parte Poesia interventiv a
  • 10. ANÁLISE FORMAL Orfeu rebelde, canto como sou: Canto como um possesso Que na casca do tempo, a canivete, Gravasse a fúria de cada momento; Canto, a ver se o meu canto compromete A eternidade no meu sofrimento. Outros, felizes, sejam rouxinóis… Eu ergo a voz assim, num desafio: Que o céu e a terra, pedras conjugadas Do moinho cruel que me tritura, Saibam que há gritos como há nortadas, Violências famintas de ternura. Bicho instintivo que adivinha a morte No corpo de um poeta que a recusa, Canto como quem usa Os versos em legítima defesa. Canto, sem perguntar à Musa Se o canto é de terror ou de beleza. o Três sextilhas. o Métrica Irregular (predominância de versos decassilábicos). o Rima cruzada vv. 3-6; vv. 9-12; vv.16 e 18; Rima emparelhada vv. 14 e15; Versos brancos nos restantes. o Rima rica e rima pobre.
  • 11. CONCLUSÃO  O desespero humanista. O poeta problematiza a nossa criação e as limitações que nos são inerentes, como o tempo e a morte.  O sentimento telúrico. A terra é o lugar de concretização do homem, é nesta que encontramos esperança ou vontade para combater a frustração proveniente do desespero humanista.
  • 12. BIBLIOGRAFIA • GRIMAL, Pierre, 1992. “Orfeu”. Dicionário da Mitologia Grega e Romana. Lisboa: Difel. • https://educacao.uol.com.br/disciplinas/artes/orfeu-e-euridice-mitos-inspiram-a- arte.htm • https://www.sinonimos.com.br • https://www.infopedia.pt/ • https://www.wikipedia.org/