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Contents
1 2014 5
1.1 November . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
O legado dos Jesuítas no Brasil (2014-11-06 19:01) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico (2014-11-06 19:08) . . . . . . . . . . . . 8
A Gênese da Predes nação na História da Teologia (2014-11-06 19:13) . . . . . . . . . . . . . . . . 18
A visão pentecostal clássica concernente a profecia (2014-11-06 19:17) . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Projeto Mudas de Igreja (2014-11-06 19:20) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
As heresias de Joseph Prince (2014-11-06 19:26) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Qual é significado dos números em Apocalipse? (2014-11-06 19:31) . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Conhecendo o Arminianismo (parte 4) – Graça preveniente (2014-11-06 19:35) . . . . . . . . . . . 45
Cronologia Escatológica (2014-11-06 19:44) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
VOCÊ PRECISA ESTUDAR TEOLOGIA (2014-11-13 17:30) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
Arqueólogos encontram imagem de Baal em escavação (2014-11-14 11:46) . . . . . . . . . . . . . 71
Bacharelado em Teologia (2014-11-14 11:54) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
Curso de Capelania Evangélica (2014-11-14 12:09) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
Curso de Pastor (2014-11-14 12:36) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
Bacharelado em Teologia Sistemá ca (2014-11-17 17:07) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
Curso de Psicanálise Clínica (2014-11-21 13:17) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
3
4
1. 2014
1.1 November
O legado dos Jesuítas no Brasil (2014-11-06 19:01)
Certa jovem está trabalhando em uma loja, vendendo roupas como de costume, quando é abordada por um homem
que a chama no canto, a fim de lhe falar em par cular:
– Moça, com licença. Sou pastor evangélico e preciso entregar uma revelação a você. Fizeram uma obra de fei çaria
contra sua família. Pagaram R $ 1.000,00 para acabar com seu casamento.
A moça ficou assustada com aquelas palavras e logo tratou de buscar uma forma de quebrar aquelas maldições, afinal,
sua família está em jogo. Ligou a TV e viu outro pastor fazendo uma oração forte. Em seguida, o tele evangelista pediu
que o telespectador colocasse um copo com água sobre o aparelho de televisão, pois iria orar repreendendo todos
os pos de demônios, cujos nomes são os mais variados.
Ela bebeu a água benta do pastor e depois decidiu fazer uma visita na campanha das causas impossíveis daquela
denominação do universo neopentecostal do Reino de Deus. Chegando lá, a sessão de descarrego pegou fogo e os
espíritos malignos nham oportunidade de contar seus obje vos antes de serem expulsos. Depois desse fogo, o que
pegou fogo foi a fogueira de dinheiro. Parecia a sarça que Moisés viu. Ardia em chamas, mas não se consumia.
A mensagem foi muito emocionante. A par r de agora a moça estava determinada a determinar. O desfecho daquela
reunião de poder foi realizado com a proposta de que as pessoas levassem uma rosa ungida, pois este objeto protege-
ria a família e sugaria todos os maus espíritos e maus olhados daquela casa. A moça, mais do que depressa pegou a
sua, pois nha certeza que seria mais eficaz que o galho de arruda de sua avó. Ela estava se agendando para par cipar
da próxima reunião, pois o pastor havia avisado que iria ungir os celulares para que cessassem as cobranças de cartão
de crédito.
Esse caso é baseado em fatos reais e num primeiro momento pode surgir o seguinte ques onamento: o que ele tem
a ver com o legado dos jesuítas? Somente obteremos a resposta para essa pergunta voltando alguns anos na história.
A origem dos Jesuítas
Os Jesuítas fazem parte de uma ordem religiosa da Igreja Católica chamada “Companhia de Jesus”. Esta ordem foi
fundada em 1534 por sete estudantes da Universidade de Paris, os quais visavam desenvolver um trabalho de acom-
panhamento hospitalar e missionário, sob os votos de pobreza e cas dade.
Além disso, a Companhia de Jesus foi um movimento oriundo da contrarreforma, cujo um dos principais obje vos
era o de impedir o avanço da Reforma Protestante. Este grupo de sete estudantes liderados por Inácio de Loyola, or-
ganizou esta ordem com caracterís cas de muita disciplina e rigidez, dando ênfase à absoluta abnegação, conforme
já vimos anteriormente e à obediência total ao papa e às doutrinas católicas. Essa postura an protestante pode ser
vista nas famosas palavras de Inácio de Loyola em sua obra Exercícios Espirituais: “Acredito que o branco que eu vejo
5
é negro, se a hierarquia da igreja assim o ver determinado.” [1]
O Papa Paulo III confirmou a nova ordem em 1540, sendo a mesma reconhecida por bula papal. Inácio de Loyola
foi escolhido como primeiro superior geral, enviou seus companheiros e missionários para vários países, primeira-
mente entre os europeus e em seguida entre os asiá cos, africanos e americanos, com o intuito de criar escolas e
seminários.[2] Quando Inácio de Loyola morreu em 1556, já havia aproximadamente mil jesuítas em vários países da
Europa e missionários na África, Índia, China, Japão, Paraguai e Brasil.
A Companhia de Jesus nasceu em um período muito fér l, pois a Europa estava vivendo o ápice da “Era dos descobri-
mentos” em busca de novas rotas comerciais para as Índias. As explorações marí mas pioneiras (Portugal e Espanha)
levavam consigo equipes de desbravadores, representantes da Igreja Católica e posteriormente os missionários jesuí-
tas.
Os primórdios da colonização
Em 22 de Abril de 1500 chegava a tripulação portuguesa com cerca de 1.350 homens e oito franciscanos liderados
pelo frei Dom Henrique Soares de Coimbra, totalizando nove capelães, um para cada cento e cinquenta tripulantes.
O capitão-mor das dez naus e das três caravelas fazia parte de outra ordem religiosa e militar, a Ordem de Cristo. Esta
ordem foi criada em 1319 pelo Papa João XXII e foi através dela que a expedição portuguesa foi financiada.
Na véspera da par da da expedição de Cabral, houve uma cerimônia religiosa. Num Domingo, 8 de Março de 1500,
o Bispo Diogo Or z benzeu a bandeira da Ordem de Cristo. A bandeira foi passada para Dom Manuel I e em seguida
para o descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral.
No primeiro Domingo em solo brasileiro, dia 26 de Abril, os portugueses celebraram a também primeira missa, di-
rigida pelo Frei Henrique. Na primeira Sexta-feira da paixão, dia 01 de Maio, frei Henrique celebrou a segunda missa,
a qual foi precedida por uma procissão. Par ciparam desta cerimônia mais de mil portugueses e aproximadamente
cento e cinquenta na vos.
Pero Vaz de Caminha, escrivão da armada de Cabral, escreveu sua famosa carta, datada de 1° de Maio de 1500, con-
tando as coisas que viu em solo brasileiro. Caminha conta que durante a segunda missa, os na vos ajudaram a carregar
a cruz para o local designado, ajoelharam-se, colocaram-se de pé e ergueram suas mãos imitando os portugueses em
seus o cios religiosos:
“Ali disse missa o Padre Frei Henrique, a qual foi cantada e oficiada por esses já ditos. Ali es veram conosco, assis ndo
a ela, perto de cinquenta ou sessenta deles, assentados todos de joelhos, assim como nós. E quando se chegou ao
Evangelho, ao nos erguermos todos em pé com as mãos levantadas, eles se levantaram conosco e alçaram as mãos,
estando assim até se chegar ao fim; e então tornaram a assentar-se, como nós. E quando levantaram a Deus, que nos
pusemos de joelhos, eles se puseram todos assim como nós estávamos, com as mãos levantadas, e em tal maneira
sossegados que cer fico a Vossa Alteza que nos fez muita devoção.” [3]
Com esse episódio Caminha ficou entusiasmado e solicitou ao rei D. Manuel I que enviasse missionários para a terra,
a fim de ba zá-los o mais depressa possível: “O melhor fruto que nela se pode fazer, me parece que será salvar essa
gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.”[4]
6
Havia mais de um milhão e meio de habitantes divididos em mais de mil etnias. Dentre esses habitantes, estavam
os aimorés, apinajés, caetés, botocudos, caipós, tupinambás, canelas, tupiniquins, cariris, tabajaras, goitacazes, gua-
ianazes, guaranis e tupis.
A solicitação de Caminha para o envio de missionários não foi atendida e sua carta esteve arquivada por quase trezen-
tos anos, tendo sido encontrada na Torre do Tombo em Lisboa pelo historiador espanhol Juan Bau sta Muñoz no ano
de 1793.[5]
Nubia Maria (2014-11-07 04:28:01)
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Rafael Camillo (2014-11-06 19:20:19)
Venha debater .. seja homem !! Seu Homofóbico
SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:02:27)
O legado dos Jesuítas no Brasil h p://t.co/Imv0GHkVly
SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:02:23)
NO #MAISCRUZ O legado dos Jesuítas no Brasil: Certa jovem está trabalhando em uma loja, vend... h p://t.co/TAlXRptOug VIA
@SIGAMAISCRUZ
Rafael Camillo (2014-11-06 19:07:58)
HOMOFOBICO
Edivan Ferreira (2014-11-06 19:19:39)
Babacao tu es um doido que nao sabes o que fala!
igamaliel (2014-11-06 19:03:46)
O legado dos Jesuítas no Brasil: Certa jovem está trabalhando em uma loja, vendendo roupas como de costume,...
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igamaliel (2014-11-06 19:04:19)
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igamaliel (2014-11-06 19:04:17)
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igamaliel (2014-11-06 19:04:15)
O legado dos Jesuítas no Brasil: Certa jovem está trabalhando em uma loja, vendendo roupas como de costume,...
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igamaliel (2014-11-06 19:05:43)
O legado dos Jesuítas no Brasil h p://t.co/LbIxGmUaOW
igamaliel (2014-11-06 19:05:20)
O legado dos Jesuítas no Brasil - h p://t.co/K3rMhCNrJz h p://t.co/gcVplsj3j6
igamaliel (2014-11-06 19:05:11)
O legado dos Jesuítas no Brasil h p://t.co/X8lKpOk6Al
Ana Silva (2014-11-08 00:58:02)
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Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico (2014-11-06 19:08)
Um amigo nos pediu para escrever algo sobre o grande teólogo Suíço Karl Barth, um de nossos escritores preferidos,
com um detalhe, de modo que mesmo alguém que não conhece ou estuda teologia possa entender os pontos princi-
pais de sua cosmovisão, o que se traduz em uma árdua tarefa.
Barth era um brilhante erudito e escrevia com erudição ímpar, usando muitos termos e expressões do mundo
teológico, nomes de doutrinas que foram objetos de disputas na história da igreja, além do uso de expressões em
la m, grego e outros, o que dificulta a leitura e uma compreensão imediata. Outro complicador é que ele se ex-
pressava de modo como se todos e qualquer pessoal fosse capaz de captar os seus pensamentos e vesse a exata
compreensão de tudo o quanto dizia. Não sei se isto se configura em virtude ou defeito, mas assim Karl Barth falava
e escrevia.
A obra de Barth é muito extensa com poucas (em relação ao conjunto) obras em português, contudo aprendi (e
aprendo) muito o chamado “pai da neo-ortodoxia” e com as obras que temos. Então creio que posso falar daquilo
que tenho aprendido, um pouco de sua visão geral.
Quero adiantar que não temos como nos estender nos comentários, bem que gostaria, mas são muitos pontos impor-
tantes e que precisam ser trabalhados um a um. Iremos abordar neste estudo, rapidamente, alguns deles, iniciando
com sua história pessoal e destacando o que consideramos como o principal ou o melhor deste teólogo.
Cumpre-nos apresentar o autor: O homem e teólogo Karl Barth
8
“Nasceu na Basileia, no dia 10 de maio de 1886, no seio de uma grande família profundamente dedicada à teologia
e à pregação. Passou a juventude em Bern, onde seu pai lecionava teologia. Seus estudos o levaram a universidade,
em Bern, às universidade alemãs de Tübingen, Marburg e Berlim. Depois de uma experiência crucial como pastor na
aldeia de Safenwil, na Suiça, Barth lecionou teologia nas universidade alemãs de Gö ngen, Münster e Bonn. Expulso
desta úl ma por se recusas a jurar liberdade a Hitler, voltou à Basileia onde ensinou teologia de 1935 até se aposentar,
em 1962. Jamais concluiu um doutorado, embora fosse posteriormente agraciado com numerosos tulos honorários.
Barth era um homem robusto e bem-humorado, mas nha em geral um ar muito sério. [...] Morreu em 1968, aos 82
anos.” [1]
O pastor suíço ganhou repercussão mundial com o seu livro Carta aos Romanos de 1922, e ainda por sua perspec va
dogmá ca da fé, da revelação e da igreja. Viveu durante o período das duas grandes guerras mundiais, o que (tam-
bém) influenciou as suas exposições. Um ponto auto de sua história foi quando se negou fazer o cumprimento nazista
nas aulas da universidade alemã em que lecionava, sendo, por causa disto, expulso daquele país.
Começando pelo nome como sua teologia é conhecida, NEO-ORTODOXIA – ou teologia da crise, entre o divino e o
humano, representou um retorno, em tempos de teologia liberal, à teologia da reforma, com reflexões e, por que
não, com algumas correções as doutrinas dos reformadores.
Definição de neo-ortodoxia, segundo Erickson (2011, p. 134): “Sistema de teologia associado a Karl Barth, Emil Brun-
ner e Reinhold Niebuhr. Embora aceitasse o cri cismo bíblico e certa quan dade de pensamento existencial, o movi-
mento enfa zou a transcendência divina, assim como a pecaminosidade e a necessidade humanas. Representou um
retorno a formas modificadas de doutrinas ortodoxas em contraste com o abandono de tais doutrinas realizado pelos
liberais.” [2]
Outra nome dado a sua teologia é “TEOLOGIA DA DIALÉTICA”, a teologia do sim e do não, da reflexão, como dito,
voltava-se a transcendência divina. Segundo Gonzalez (2005, p. 93), Dialé ca tem origem: “Na Filosofia grega, Platão
9
escreveu diálogos nos quis buscava encontrar a verdade mediante a conversação e, por isso os historiadores se ref-
erem ao método de Platão como “dialé co”. Na idade Média, o uso da razão na inves gação teológica frequente-
mente era chamado de “dialé ca”, porque a razão se move de maneira semelhante a um diálogo interno [...] Hegel
(1770-1831) desenvolveu uma “dialé ca” que era toda uma filosofia da História como desenvolvimento do pensa-
mento da mente universal [...] Mais tarde, Karl Max (1818-83) opôs-se ao idealismo de Hegel, mas reteve muito
de sua dialé ca, chegando assim ao que chamou de “materialismo dialé co (marxismo). No começo do século XX,
quando a neo-ortodoxia começava a desenvolver-se, alguns a chamaram de “teologia dialé ca” – ainda que não ex-
atamente, visto que era uma teologia do paradoxo antes de uma na qual as tensões se resolviam em uma síntese
superior.” [3]
A ênfase de sua teologia “A revelação de Deus” e a encarnação do verbo.
Teologia fundamentalmente cristocêntrica. Por Cristo, a par r Dele e para Ele.
Este é o ponto que mais admiro em Barth, sua ênfase CRISTOCÊNTRICA. Isto é, tudo tem explicação, sen do, origem
em Cristo, no propósito de Deus no Filho. A chave hermenêu ca e a resposta para todos os enigmas e anseios hu-
manos têm resposta Nele, verdadeiro Deus, verdadeiro homem de Deus, verdadeiro Deus-homem. Jonh Sto co-
menta:
“A cristologia, insis a ele, é a chave da doutrina da reconciliação. E cristologia significa confessar que Jesus Cristo, o
Mediador, repe u ele várias vezes “é o próprio Deus, o próprio homem, e o próprio Deus-Homem.” Há pois “três
aspectos cristológicos” ou “três perspec vas” para a compreensão da expiação. O primeiro é que “em Jesus Cristo
temos de ver com o próprio Deus. A reconciliação do homem com Deus acontece quando o próprio Deus a vamente
intervém.” O segundo é que “em Jesus Cristo temos de ver com o verdadeiro homem [...]. É assim que Ele se torna
o reconciliador entre Deus e o homem”. O terceiro é que, embora sendo o próprio Deus e o próprio homem, “Jesus
Cristo é um. Ele é o Deus-homem”. Somente quando se afirma esse relato bíblico de Jesus Cristo, pode-se compreen-
der a singularidade do seu sacri cio expiador. A inicia va está “Com o próprio Deus eterno, que se deu a si mesmo
em seu Filho para ser homem, e, como homem, tomar sobre si esta paixão humana [...]. É o juiz que nesta paixão
toma o lugar daqueles que deviam ser julgados, que nesta paixão permite ser julgados em lugar deles”. “A paixão de
Jesus Cristo é o juízo de Deus, no qual o próprio Juiz foi julgado.” [4] (grifo nosso).
Outra caracterís ca, dentro deste aspecto cristocêntrico, é que para Barth todo o conhecimento de Deus vem da
revelação, parte do encontro do homem com o Deus do homem, que revela-se a Si mesmo. O homem só conhece a
Deus plenamente na pessoa de Jesus Cristo, em sua encarnação, como Ele é agora, Cristo foi, como Cristo foi Ele é.
Só podemos entender algo sobre Deus a par r da pessoa do Filho. As doutrinas da eleição, da expiação e da predes-
nação, que para Barth é sempre dupla (não no sen do tradicional deste termo – como pensam os calvinistas, mas
de outro modo), tais doutrinas, tendo a cruz como o centro, têm par cular tratamento, o autor afirma que se Deus
não vesse, por pura graça, decidido se revelar aos homens nós jamais poderíamos conhecê-Lo.
A revelação
E o que vem ser “revelação” para Barth?
A grosso modo seria, por um aspecto, a encarnação de Cristo, isto é, Deus manifestando-se na forma de um homem
aos homens, e por outro, o encontro do imortal com o mortal, do Deus Santo com o homem pecador, do atemporal
com o temporal, do impossível com o possível, de Deus com homem, do encontro de cada homem com Deus, pela
graça, pela ação do Espírito, graças a aliança proposta pelo Pai, feita no Filho, garan da pelo Espírito, penhor da nossa
10
herança.
“Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta”. Jesus respondeu: “Você não me conhece, Filipe, mesmo
depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Que me vê, vê o Pai, como você pode dizer: ‘Mostra-nos o
Pai’?” Jo 14.8-9
Quando comecei a ler Bath, minha perspec va de Jo 14 se ampliou, me deparei com uma perspec va totalmente
nova do que seja a revelação, como bem asseverou sobre o que é revelação para o teólogo suíço o Prof. Ricardo
Quadros Gouvêia, segue:
“Deus revelando-se a Si mesmo aos homens, não apenas algo divino, não algo semelhante a Deus, não algo que vem
de Deus, não algo sobre Deus, mas, Deus, Ele mesmo é o conteúdo da revelação”’ [5]
Entendi porque o cris anismo é superior a qualquer outra forma de crer, não porque pensasse diferente disto, mas
porque não nha instrumentos(além de minha própria fé) para sustentar o porquê da questão. O cris anismo tem o
privilégio da revelação, superior a qualquer outra religião, ou tenta va de buscar ou forma de conhecer a Deus por
meios naturais, meios reflexos. E, por que com certeza podemos afirmar isto? Porque na Bíblia e na encarnação de
Cristo o próprio Deus se revela aos homens, Sua forma (santa, pura, misericordiosa, que se compadece), o seu caráter,
o próprio Deus é aquele que se compadece e é o parceiro superior da aliança em Cristo, o salvador dos homens, é Ele
que nos pega pelas mãos, aquele que sabe o que sen mos, isto porque Ele experimentou a humanidade (mas sem
pecado, Hb 2.17-18; 4.15), e em sua humanidade, isto é, em uma forma compreensível a nós, não como algo mís co
e impossível, mas como algo humano, como o pão e água da vida, podemos então conhecê-Lo. O Mediador é Deus.
“A verdadeira e única divindade nos é revelada plenamente em Cristo Jesus, da mesma forma que a verdadeira hu-
manidade nos é revelada também em Cristo Jesus! Em Jesus nos ganhamos a plenitude do que significa: “Deus para
o mundo, Deus para a humanidade, o céu para a terra.”! [6]
“A revelação é uma automanifestação de Deus, Ele se dá a conhecer a si mesmo. A revelação apresenta ao homem,
como suposto e confirmação, o fato de que as tenta vas humanas para conhecer a Deus por seus próprios meios são
vãs. Na revelação Deus diz ao homem que é Deus e que, com tal, Senhor do homem. Com isto a revelação diz ao
homem algo completamente novo. Algo que sem a revelação, não pode nem saber, nem dizer aos outros. Que o
homem possa conhecer a Deus, somente pode afirmá-lo com verdade na revelação.” [7]
Karl Barth era um defensor da Dogmá ca, tendo escrito sua obra mais volumosa com este nome “Dogmá ca Ecle-
siás ca” que ficou inacabada. Dogmá ca – significa uma dedicação ao estudo das doutrinas ou aos dogmas da igreja,
antes da construção de sistemas especula vos ou próprios. Barth compreendia a fé como um salto, uma razão supe-
rior, que se origina na revelação, uma herança da influência de Soren Kierkegaard.
Fé significa conhecer, experimentar, ser objeto da auto-revelação de Deus. A fé é também uma decisão.
“Crer significa isto: reconhecer o próprio pecado, abandonando-se à infinita e benevolente jus ça de Deus exercida
sobre o pecado. Concretamente, crer é reconhecer que nos opomos à graça aderindo-nos a ela, que se opõe a nossas
oposições e resistências com poder infinito. Neste reconhecimento da graça, no reconhecimento que jus fica o ímpio,
que também é graça para o inimigo da graça, é onde a fé cristã reconhece a verdade da religião cristã.” [8]
“Descobre-se e conhece-se a Deus quando Ele se dá a conhecer a si mesmo, dentro da sua inteira liberdade”. [9]
11
SIM e NÃO – Um ponto pouco exposto de sua teologia é o aspecto do Sim e não – acredito que pela necessidade de
uma grande explanação que este aspecto demanda, mas vou tentar resumir.
Para Barth Deus diz sim ao homem, ao decidir criar a humanidade, ao decidir ser Ele mesmo o objeto, no Filho, e a
garan a da aliança, no Espírito, entre Deus e o homem, ao passo que, ao mesmo tempo, ele rejeitou a humanidade
caída, e a prova disto é o sofrimento e a maldição a que Cristo se submeteu para a redenção da humanidade. (Is 53;
II Co 5.19-20; Gl 3.13)
De outro modo, também podemos considerar que Deus diz sim a tudo o que é aliança, fé, san dade, amor, graça
e paz, e rejeita tudo o que está fora dela, tudo o que não está ligado a Cristo, ao que diz não a incredulidade, ao
mal, a morte e o pecado, a jus ça própria, a al vez, a insubmissão, a rebeldia, diz não pecador (isto é, a seu estado),
que precisa assimilar o não de Deus, reconhecendo a sua condição deplorável, o seu não poder, sua total impotência
salvífica e a sua rebelião, e aceitando o Seu não, então é possível, pela ação da livre graça de Deus, receber o Seu sim.
“Não podemos reconhecer nossa eleição em Jesus Cristo sem reconhecer primeiro e antes de mais nada a nossa re-
jeição, e isto mais uma vez também em n´Ele.” [10]
Sobre o que é o mal, dentro da perspec va do sim e não: “É a queda dentro do nada. Poderia ser diferente? Se
abordo esse tema, é unicamente para mostrar que esse vasto domínio que nós chamamos o mal, a morte, o pecado,
o diabo e o inferno, não é criação de Deus, mas, ao contrário, é o que está excluído pela própria criação, aquilo para
o que Deus diz não.” [11]
A eleição revela a liberdade de Deus e da Graça. Deus é livre – escolheu ser Deus e Senhor do homem. Em seus livros
podemos encontrar frases que caracterizam bem isto, sobre Deus: “Aquele que ama em liberdade”, sobre a Graça:
“É a livre graça de Deus que elege”.
A PALAVRA/BÍBLIA – para Barth a palavra tem o real sen do do logos, e se refere a uma das três coisas (a depender
do contexto) ou a todas em conjunto, ou seja, a Jesus Cristo, as Escrituras e a pregação do evangelho.
“Não é o correto pensamento humano sobre Deus que forma o conteúdo da Bíblia, mas o correto pensamento divino
sobre os homens. A Bíblia não nos conta como nós devemos falar para Deus, mas o que Ele diz para nós; não como
encontramos o caminho para ele; mas como Ele tem visto e encontrado o caminho para nós; não a correta relação
na qual nos devemos situar a nós mesmos com relação a Ele, mas o pacto que ele fez com todos os que são filhos
espirituais de Abraão e que selou de uma vez por todas em Jesus Cristo. É isto que está na Bíblia, a Palavra de Deus
está na Bíblia.” [12] (grifo nosso)
Este úl mo grifo talvez seja o ponto de maior crí ca à obra deste autor. Os crí cos (normalmente os calvinistas de-
fensores da TULIP) afirmam que ele sugeria que a Bíblia poderia possuir falhas (não do conteúdo, mas ortográficas,
geográficas, históricas e outros) e que abandonou o conceito ortodoxo (que também defendemos) de que a Bíblia é a
palavra de Deus e não “contem”, mas é, a Palavra. Mas isto, sobre o abandono a ortodoxia por Barth, não considero
verdadeiro, muitas vezes ele defendeu a Bíblia como sendo a palavra de Deus, como superior a qualquer outra forma
ou expressão, pois por meio das Escrituras Deus se revela aos homens. Mas para Barth a palavra também tem o
sen do da revelação de Cristo, o logos divino, quando Jesus declara “são elas que dão testemunho de mim”, é neste
sen do que Barth diz que a Bíblia contém a palavra, no sen do que por meio das Escrituras o homem tem um en-
contro pessoal com Deus, com o logos divino, enfa zando que Cristo (Deus) é ainda superior à própria Palavra, que
é a revelação de Deus aos homens, porque a Palavra vêm de Cristo e não Cristo da palavra. (não sei se consigo ser
suficiente claro neste ponto, mas é isto). Barth enfa za que Deus está além da letra, assim como está além da melhor
12
perspec va humana a respeito Dele. O que Barth sugere (ou como entendemos este ponto) é que, por exemplo, duas
pessoas leem a Bíblia, uma, pela ação do Espírito Santo, a compreende e tem um encontro real com Deus e outro, a
quem Deus não se revelou (por razões que só Ele conhece), jamais poderá conhecer a Deus, sem a ação do Espírito,
simplesmente pela letra. Quantos leem a bíblia e não creem? Certamente muitos. Neste sen do, a palavra de Deus,
o logos, a revelação de Deus ao homem, está na Bíblia. De todo modo, longe da polêmica, a melhor e mais simples
forma de entender isto é compreender que a Bíblia é a Palavra de Deus (e ponto), saiu do coração Dele, divina inspi-
rada, inerrante, aos homens.
“A história Bíblica no An go e no Novo Testamento não é absolutamente história, mas vista de cima é uma série de
atos livres divinos e vista debaixo uma série de tenta vas infru feras do empreender algo em si impossível.” [13]
Crí ca a religião
Como toda a escola reformada, assim se considera e ele mesmo se considerava, Barth cri cou toda tenta va humana
de jus ficação, tratando esta conduta como um pecado, uma rebelião. Segue uma de suas definições do ato religioso:
“Como já vimos as duas formas primi vas, por assim dizer, normais de toda a religião são a formação de uma ideia
de divindade e o cumprimento de uma lei. A urgência religiosa do homem busca apaixonadamente sa sfazer-se por
intermédio desses duas figuras: uma ideia de divindade, uma norma de comportamento.” [14]
Em busca de jus ficar-se, tornar-se aceitável diante de Deus, o homem religioso cria um conjunto de regras exteriores
para cumpri-las, além disto, forma uma ideia e conceito próprio e par cular sobre Deus, que se seja adequada a si
mesmo.
ELEIÇÃO – Eleitos em Cristo e para Cristo.
Ponto de grande destaque é a doutrina da eleição. Neste tema Karl Barth se aprofundou como nenhum outro teólogo
antes dele. Escreveu sobre este tema com muita propriedade e dizia que a doutrina da eleição não produz a insegu-
rança da incerteza, de estar ou não estar em Cristo, nem a eterna dúvida do decreto mecânico, eleito ou não eleito,
como pregou e prega a escola Calvinista, NÃO, mas de uma forma que produz paz, conforto, certeza e segurança, sem
injus ça, sem produzir acepção de pessoas sem nenhum mo vo.
“Quando nós perguntamos a Bíblia o que ela tem a nos oferecer, ela responde colocando-nos o fato da eleição.” [15]
“Sobre Jesus Cristo, nada sabemos com maior certeza e exa dão do que isto: em livre obediência a Seu Pai, Ele escol-
heu ser homem, e como homem, fazer a vontade de Deus. Se Deus nos elege igualmente, essa nossa eleição se dá na
eleição de Jesus Cristo e por meio dela, neste ato de livre obediência e por meio dele, por obra de Sue Filho[...] É nele
que a eleição eterna se converte imediata e diretamente na promessa da nossa eleição, decretada que foi no tempo
do nosso chamado, ou vocação, para a fé, do consen mento por nós concedido para a intervenção a nosso favor, da
revelação de nós mesmos como filhos de Deus.” [16]
O Dr. Roger Olson, em Teologia Arminiana, mitos e realidades, diz que não é possível um híbrido entre calvinismo e
arminianismo, ou estamos de um lado ou de outro, no que tange a soteriologia. Em parte discordo. Sobre a eleição e
predes nação a teologia de Barth não é um hibrido de Calvino e Armínio, na realidade ele está em uma perspec va
totalmente diferente, um modo de pensar diverso, de maneira que hora coincide com algum ponto, que diríamos es-
tar ligado a teologia calvinista (Ex: escolha de Deus, determinação de Deus), ora em um ponto que consideraríamos
claramente arminiano (ênfase na necessidade decisão individual frente a ação da graça; escolha humana a respeito do
13
sacri cio divino, a liberdade derrama sobre os homens), então, em alguns momentos ele tece crí cas as duas escolas,
em certo momento as duas ao mesmo tempo, como veremos mais adiante no ponto predes nação.
“O que acontece é que a igreja e os filhos de Deus sempre são tentados a inverter a ordem da eleição divina, colocando
em primeiro lugar sua fé, seu amor, seu testemunho, sua tradição e sua esperança e, imaginando que podem livre-
mente decidir-se por Jesus Cristo, não se apercebem que nisso revelam que já não sabem o que esse nome significa.”
[17]
“[a graça] em primeiro lugar ela sublinha o fato muito simples, mas que nunca foi nem será suficientemente consider-
ado: de que a graça é graça de Deus, ato seu, obra sua, vontade sua e reino seu. Isso também significa, em todos os
casos, que ela não só é uma determinação, mas uma predeterminação, predes nação da nossa existência humana;
que perante ela estamos lidando apenas com uma instância a deparar-se conosco, mas com uma instância superior
a nós, de uma superioridade fundamental e qualita va. Quando nós decidimos perante ela, então sempre já está
decidido sobre nós mesmos: Desde o princípio (2 Ts 2.13), “antes da criação do mundo”, (Ef 1.4), portanto antes de
tomarmos conhecimento dela ou de nem sequer necessitarmos dela, independentemente (e entenda-se bem, inde-
pendentemente no próprio Deus) da concre zação e de toda a formação pecaminosa ou justa de nossa existência”.
[18]
“Outra coisa também não pode significar mais especificamente o conceito da eleição: O que ela ressalta é a liberdade
da graça. [...] Sempre já em si mesmo graça quando uma pessoa pode aceitar graça. [...] também a decisão humana
frente à decisão do Deus misericordioso (a qual, entretanto, precisa ser tomada) sucede baseada em decisão prévia
de Deus” [19]
“Jesus Cristo é a realidade da aliança entre Deus e o homem”. [20]
Poderíamos falar muito, porque Barth falou bastante a respeito da doutrina da eleição e porque a par r do confronto
das várias perspec vas teológicas, e especialmente a dele, construímos a nossa própria perspec va deste mistério,
de antes da fundação do mundo, revelado em Cristo. A eleição de Deus em Cristo.
Predes nação
Neste tema ele cri ca as duas escolas soteriológicas tradicionais, calvinismo e arminianismo, propondo uma mudança
de perspec va. Mas isto é um assunto no qual necessitaríamos escrever muito mais do que pretendemos neste pe-
queno ar go. Leiamos, então, o próprio Barth:
“Portanto a doutrina da predes nação não é porventura religiosa do determinismo, nem tampouco aquela forma do
mesmo, que deduz a par r da experiência religiosa. Pelo contrário: Ela nega tanto o determinismo quanto o inde-
terminismo. Ao proclamar a liberdade e senhorio de Deus, ela está tão distante daqueles que colocam o conceito
da necessidade no topo do seu sistema e o propalam como princípio do universo, quanto daqueles que atribuem ao
conceito da liberdade esta mesma posição. Não se pode negar que a doutrina da predes nação, tanto a de Calvino
quanto a de Lutero na época do “Servo Arbítrio” (de Zwinglio então, nem se fala) sofreu muita influência do deter-
minismo; isto trouxe consequências funestas, e precisamos ter a hombridade de não ir atrás deles neste ponto.” [21]
(grifo nosso)
A ênfase da doutrina da eleição, e consequente predes nação, consiste em uma palavra “NELE”. Ef 1.4-13. Sinte zada
na frase abaixo:
14
“Eleitos em Cristo” evidentemente quer dizer em primeiro lugar: Não em nós mesmos.” [22] (grifo nosso)
Dupla predes nação (não no formato calvinista)
Para Barth, falar deste assunto é falar sobre duas perspec vas, uma divina, fora do espaço-tempo, incondicional (em
muitos sen dos, mas não se referente à escolha do individuo A e/ou B para perdição ou salvação), e outra a per-
spec va humana, dentro do espaço-tempo. Uma, a visão de cima para baixo e outra, divina, e outra a de baixo para
cima, e que para o homem é impossível compreender/considerar ambas ao mesmo tempo, e por isto tanta polêmica
e controvérsias a respeito do tema predes nação. (textos base: Rm 8.29-30; Ef 1.4-11, I Pe 1.2). Para o Suíço, em
certo sen do, a eleição e a predes nação são sempre dupla, vejamos:
“Olhando da perspec va do eleito, eleição significa um ato de liberdade e senhorio; olhando para os eleitos, significa
um ato de escolha e dis nção. Não existe eleição se não houver também não-eleição, preterição, repúdio. Por esta
razão a doutrina da predes nação forçosamente é doutrina da dupla predes nação. É desta forma que ela também
se encontra, sem dúvida, na escritura sagrada: “Muitos são chamados, mas poucos escolhidos” (Mt 22.14). “Amei a
Jacó, porém me aborreci de Esaú” (Rm 9.13). “Naquela noite dois estarão numa cama; um será tomado, e deixado o
outros; duas mulheres estarão juntas moendo; uma será tomada, e deixada a outra; dois estarão no campo, um será
tomado, e o outro deixado (Lc 17.34s)”. [23]
Caro leitor, muita atenção, para não confundir a dupla-predes nação que Barth afirma com o fatalismo calvinista,
pois não há qualquer relação entre elas. O que o teólogo suíço enfa za é que “onde há eleição, há rejeição”, se eu
escolho algo, entre muitos ou alguns, por consequência eu rejeito algo, inevitável. A pergunta que fica é “o que Deus
rejeitou e rejeita”? Mas esta explicação deixaremos para aprofundamento em algum outro momento.
“Não podemos reconhecer nossa eleição em Jesus Cristo sem reconhecer primeiro e antes de mais nada a nossa re-
jeição, e isto mais uma vez também em n´Ele”. [24]
“Entenda-se bem: Precisamente Jesus Cristo na cruz é, afinal, o eleito de Deus.” [25]
Jesus como o eleito de Deus… outro ponto daqueles em que é impossível escrever algo em algumas poucas linhas.
Crí ca a predes nação calvinista
Sobre a interpretação calvinista de Romanos 9.10-23:
“Aqueles capítulos não dizem que a humanidade está dividida desta ou daquela forma, que há predes nados neste
ou naquele sen do, assim como há homens e mulheres, brancos e negros. Neste ponto a doutrina clássica da pre-
des nação, numa funesta consequência de outros de erros seus, representava uma antropologização, mecanização e
estabilização ilícitas da majestosa alterna va divina sob a qual estamos colocados em Jesus Cristo e cujo testemunho
é o sen do da doutrina bíblica da predes nação.” [26]
Eleitos estamos ao dizer sim a Cristo: “Eleitos estamos nós ao dizermos sim à nossa eleição em Jesus Cristo, e assim
justamente ao dizermos sim também para a nossa rejeição, porém para a nossa rejeição carregada e anulada por
Jesus Cristo, e somente então sobretudo para a nossa eleição.” [27]
15
“Afinal a pessoa humana em sua livre decisão é objeto da prévia decisão divina.” [28]
A humanidade de Deus
Karl Barth não teve receio de falar no aspecto da humanidade de Cristo. Muito de fala em Cristo, em seu aspecto
divino, como alguém que está longe, quando Ele é o Emanuel. Muito se fala na rejeição do homem por Deus, por
causa da queda de Adão, mas pouca sobre a escolha de Deus pela humanidade, criar a humanidade, encarnar em
Cristo, e ser parceiro superior da aliança e Deus do homem. Barth ousou tratar sobre isto.
“Sim, e este é o ponto para trás do qual não se pode mais retroceder: Deus está ao lado do ser humano. Isso é sober-
anamente fundamentado nele mesmo, e unicamente por ele mesmo determinado, delimitado e ordenado. Assim,
e não de outra maneira, ele se torna acontecimento e se torna conhecível. Trata-se, porém, de que Deus realmente
está ao lado do ser humano. Quem é Deus e o que ele é em sua divindade, isso ele demonstra e revela não no espaço
vazio de um ser-para-si divino, mas, de modo autên co, justamente no fato de exis r, falar e agir como parceiro (por
certo pura e simplesmente superior) do ser humano. Aquele que faz isso, esse é o Deus vivo. E sua divindade é a
liberdade na qual ele faz isso. Ela é a divindade que, como tal, também tem o caráter de humanidade. Somente
desta forma e afirmação da divindade de Deus devia e deve ser contraposta àquela teologia do passado: em forma
de recepção posi va, não de rejeição irrefle da da par cula veri que de modo algum lhe pode ser negada, mesmo
quando se descobre radicalmente sua fraqueza. Justamente a divindade de Deus, corretamente compreendida, inclui
sua humanidade.”[29]
“No espelho da humanidade de Jesus Cristo revela-se a humanidade de Deus, incluída em sua divindade. Deus é as-
sim com ele. Assim diz seu sim ao homem. Assim ele par cipa do ser humano. Assim ele se engaja em favor do ser
humano.” [30]
O homem
O que é o homem? “O homem é um enigma e nada mais, e seu universo jamais será tão vivamente visto e sen do,
é uma questão. Deus con nua em contraste com o homem como o impossível em contraste com o possível, como
a morte em contraste com a vida, como a eternidade em contraste com o tempo. A solução do enigma, a resposta
à questão, a sa sfação da nossa necessidade é absolutamente o novo evento pelo qual o impossível torna-se por si
mesmo possível, a morte torna-se vida, a eternidade tempo, e Deus homem.” [31]
“O homem nem é capaz de reconhecer por si mesmo sua inquietude e seu pecado. É-lhe necessário primeiro conhecer
Jesus Cristo: é em sua luz que nós vemos a luz que nos revela nossas próprias trevas.” [32]
ESPAÇO-TEMPO, o dilema, o que gera dificuldades interpreta vas, é a falta de compreensão desta diferença, entre o
que é temporal e Deus que está fora do tempo. Desejamos a sa sfação dos nossos interesses, propondo o foco de
Deus a nós, a nossa escolha pessoal ou a nossa decisão, e não o foco Nele, no que Ele deseja, escolheu, planejou.
“Confundimos a eternidade com temporalidade. Esta é nossa falta de respeito no relacionamento com Deus. Sec-
retamente, nesse modo de proceder, somos nós os senhores. Para nós não se trata de Deus, porém das nossas
necessidades [de nossos desejos e conveniência] pelas quais queremos que Deus se oriente.” [33]
“É preciso considerar-se em conjunto, no mesmo momento, a eternidade e o tempo, Deus e o homem, para compreen-
der o que realmente significa o nome de Jesus Cristo! Jesus Cristo é a realidade da aliança entre Deus e o homem”.
16
[34]
Aliança eterna em Cristo
“Ora, o Deus de paz, que pelo sangue da aliança eterna tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande
pastor das ovelhas”. Hb 13.20
Este ponto é di cil de tratar, porque é o ponto que gostamos muito. Mas Barth trata e explica o que vem ser a aliança
que Deus propôs, antes da fundação do mundo (Mt 25.34; Ef 1.4; I Pe 1.20; Ap 13.8). A minha própria teologia se
origina e se desdobra sobre este propósito e aliança, Cristo, porque a Bíblia fala disto, da aliança entre Deus e os
homens (aqueles que creem) por meio de Jesus Cristo. Mas vamos colar, pelo menos, a definição do que seria esta
eterna aliança em sua teologia. Segue:
“Em sua palavra Deus revela o seu agir no horizonte de sua aliança com o ser humano; e na história da cons tuição,
manutenção, realização e conclusão desta aliança ele se revela a si mesmo. Revela sua san dade, mas revela também
a sua misericórdia – misericórdia de pai, de irmão, de amigo. Revela também seu poder e sua majestade como senhor
e juiz do ser humano; revela, portando, a si mesmo como o primeiro parceiro dessa aliança , a si mesmo como o Deus
do ser humano. Mas em sua palavra revela também o ser humano como criatura, como seu devedor insolvente, como
ser perdido sob seu juízo. Mas também revela-o como criatura man da e salva por sua graça, como ser humano lib-
ertado para Deus, posto a seu serviço. Revela o ser humano como seu filho e servo, como amado por Ele e, portanto,
como segundo parceiro da aliança; em síntese: revela o ser humano como o ser humano de Deus.” [...] A aliança é a
união de Deus com esse povo, dentro de sua história comum. Ela fala, de maneira estranhamente contraditória, mas
inequívoca, do encontro jamais interrompido, do diálogo, da comunhão entre o Deus santo e fiel e um povo que não
é santo e nem fiel. Assim ela fala simultaneamente da presença constante e fiel do parceiro divino, e do falhar de seu
parceiro humano, des nado a ser-lhe conforme, a corresponder à sua san dade, a responder com fidelidade à sua
fidelidade divina. Assim ela revela a plenitude divina da aliança – não a humana. Neste sen do ela ainda não fala da
aliança em sua plenitude consumada. É assim que, transcendo a si mesma, aponta para uma consumação que nela
tende a realizar-se, que, no entanto, ainda não chega a ser realidade”. [35] (assim fala da aliança entre Deus e Israel,
como figura da aliança eterna em Cristo, entre este e a sua esposa).
“Em vista desse seu Filho, que devia tornar-se homem e portador dos pecados dos homens, Deus amou o homem e,
com o homem, todo o mundo desde a eternidade, antes ainda de criá-los”, [36]
Muitos outros pontos, que também não podem ser ditos menores que principias, ficaram de fora deste nosso pe-
queno comentário, como “Deus, o totalmente outro”, que trata do aspecto da transcendência divina, “Analogia da
Fé”, a contemplação e impossibilidade de captura do objeto da teologia (Deus), o papel da teologia, a própria doutrina
da eleição que pode ser objeto de muitos outros estudos, mas ficaremos por aqui.
Espero que tenham gostado e esclarecido alguns pontos da teologia deste brilhante autor, que certamente, inde-
pendente de qualquer coisa, e é admirado até mesmo pelos católicos, é impossível passar a história do pensamento
teológico sem citá-lo, e se porventura formos listar os maiores nomes da história da teologia, certamente Karl Barth
estará entre eles. Graça e paz a todos.
17
igamaliel (2014-11-06 19:10:06)
Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico: Um amigo nos pediu para escrever algo sobre o grande...
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igamaliel (2014-11-06 19:09:51)
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SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:09:22)
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A Gênese da Predes nação na História da Teologia (2014-11-06 19:13)
A história da eleição e predes nação, enquanto doutrinas da igreja de Cristo, têm atraído os mais diversos estudiosos
e também leigos que amam as Escrituras e a história do Cris anismo. Deste modo, quero recomendar um excelente
livro que li recentemente, de um amigo, o Pr. Thiago Ti llo, e compar lhar, com autorização do autor, um capítulo,
a introdução de “A Gênese da Predes nação na História da Teologia Cristã.” Boa leitura.
INTRODUÇÃO
O filósofo existencialista francês Jean Paul Sartre disse que o homem “está condenado a ser livre”.[1] Todavia, os con-
ceitos de condenação e liberdade não se complementam. Mas o paradoxo permanece: até que ponto o homem é
livre e em que sen do essa liberdade é limitada por circunstâncias internas e externas?
Agos nho, bispo de Hipona e doutor da Igreja, buscou responder essas questões em sua vasta obra. No decurso das
controvérsias maniqueísta, dona sta e pelagiana, ele desenvolveu seu pensamento sobre o pecado e a graça, e seus
desdobramentos extensivos ao livre-arbítrio humano e à predes nação divina.
Mas será que o pensamento de Agos nho sobre o pecado e a graça representa fielmente o ensinamento que ele
recebeu da Igreja através dos mestres que o precederam? Ou as demandas em que se viu envolvido o desviaram do
18
ensino comum da Igreja acerca dessas questões?
Por muito tempo defendi que o monergismo ensinado por Agos nho e resgatado pela Reforma através de Mar nho
Lutero, Ulrich Zuínglio e João Calvino, era a verdadeira doutrina transmi da por Cristo e seus apóstolos aos primeiros
líderes da Igreja que os sucederam, tendo no bispo de Hipona a mente que sistema zou o pensamento já existente
de forma embrionária nos primevos pais.[2] Após o abandono da doutrina por quase toda a Idade Média, a mesma
fora redescoberta pelo monge agos niano que incendiou a Alemanha, e grande parte da Europa, com suas ideias re-
formistas expostas nas noventa e cinco teses que foram afixadas na porta do Castelo de Wi enberg em 31 de outubro
de 1517, véspera do “dia de todos os santos”.
Norman Geisler, em Eleitos, mas livres (2001), afirma haver uma diferença doutrinária entre o “Agos nho jovem” e
o “Agos nho velho”. Essa mudança se deu em função da controvérsia pelagiana, embora a crise dona stas já a pre-
nunciasse. Antes disso, porém, Agos nho seguiu os ensinos dos pais da Igreja que vieram antes dele.[3]
No entanto, devido ao propósito da obra, Geisler não trabalhou as mudanças polí cas do império romano que con-
tribuíram para o surgimento do par do dona sta. É nesse contexto que o uso da força estatal em favor da Igreja
Católica recebe o apoio de Agos nho, preparando o caminho para sua mudança de concepção acerca das doutrinas
do pecado e da graça. A forma como bispo norte-africano lida com essa nova realidade em seu fazer teológico recebe
especial atenção nessa obra.
É fato que nenhum grande pensador constrói seu sistema de crenças sem passar por períodos de ajustes e mudanças.
Agos nho não foi exceção. Nesse trabalho, serão observadas as etapas que culminaram na maturidade teológica do
pensamento de Agos nho, pontuando as implicações que cada momento teve na construção do seu edi cio teológico.
Para tanto, os tratados e obras do mais destacado pai da igreja ocidental são imprescindíveis.[4]Autores como Peter
Brown (2011), biógrafo moderno de Agos nho, e os historiadores Dale T. Irvin e Sco W. Sunquist (2004) foram de
grande auxílio, principalmente na reconstrução do cenário polí co-social do período no qual o bispo hiponense se
empenhou em combater os cismá cos dona stas. Na área da teologia histórica, autores como Roger Olson (2001), R.
C. Sproul (2001), Henry Be enson (2007) e Heinrich Denzinger (2007) contribuíram com suas obras para a produção
da pesquisa que resultou neste livro.[5]
Para atender ao propósito geral, a obra se divide em quatro partes. Na primeira, são apresentados os termos-chaves
que aparecerão no decorrer do livro: predes nação e livre-arbítrio, pecado e graça, monergismo e sinergismo.
A segunda parte trabalhará os sistemas teológicos em disputa na controvérsia sobre o pecado e a graça, a saber, o
pelagianismo, o agos nianismo e o semipelagianismo.
A terceira parte trata especificamente da teologia agos niana. Apresenta o seu desenvolvimento doutrinário acerca
do pecado e da graça, e em quais circunstâncias o bispo de Hipona foi forjando seu pensamento durante os novos
desafios demandados pelos debates com os maniqueus, dona stas e pelagianos. É justamente em meio à formulação
do pensamento sobre o pecado e a graça que Agos nho toca na questão do livre-arbítrio e da predes nação.
Por fim, a quarta e úl ma parte analisa a proposta doutrinal de Agos nho em relação à doutrina comum da Igreja, e
o legado de suas ideias à fé cristã ocidental. Primeiramente, é feito um levantamento do pensamento de seis pais da
Igreja anteriores a Agos nho sobre o pecado e a graça: três da igreja oriental – Jus no, Ireneu e Orígenes –, e três da
igreja ocidental – Tertuliano, Cipriano e Ambrósio. Tal levantamento permite observar quais elementos Agos nho ab-
sorveu de seus antecessores, e qual o ponto de distanciamento entre eles. Depois, aborda-se o tratamento dado pela
Igreja às controvérsias entre Agos nho e os par dos pelagiano e semipelagiano. Os cânones e resoluções sinodais e
19
conciliares são analisados – em especial, o Concílio de Éfeso (431) e o Sínodo de Orange (529) –, a fim de iden ficar
as marcas permanentes do pensamento agos niano na igreja ocidental.
A relevância desta pesquisa ganha força diante do quadro crí co em que se encontra a igreja evangélica brasileira: de-
sconhece os tesouros que lhe fora legado pela tradição cristã bi-milenar, ignorando a fé que confessam, e o trabalho
daqueles que dedicaram suas vidas a fim de extrair o precioso minério das Escrituras.
Haykin enumera quatro mo vos para o desinteresse dos evangélicos contemporâneos pelos pais da Igreja: 1) a
oposição ao catolicismo romano e suas tradições; 2) o fundamentalismo an -intelectual; 3) a esquisi ce de muitos
da época da igreja an ga; 4) o desejo intenso de ser uma “pessoa do Livro”.[6] No cenário brasileiro a situação não é
diferente. Embora esse cenário esteja mudando, a maioria dos textos publicados sobre os pais da Igreja ainda fazem
parte do catálogo de editoras católicas.
Ao considerar a verdade de que os principais dogmas da religião cristã começaram a brotar da mente desses an gos
teólogos, deve-se, sem negligenciar a Bíblia – que é a “lâmpada para os pés” na jornada em defesa da verdade –,
atentar para os esforços dos mestres que ensinaram esta mesma Palavra (Hb 13.7). E Agos nho, certamente, figura
entre esses grandes mestres da Igreja que merecem atenção especial.
Sua influência sobre a cristandade ocidental é notável. Ela “flui para dentro de movimentos religiosos radicais de
oposição. Agos nho é apreciado como um dos maiores pais da Igreja Católica Romana. Contudo, foi ele que ‘nos
deu a Reforma”’.[7] Assim como sua eclesiologia fora dada a Roma, sua antropologia e soteriologia foram entregues
a Wi enberg e Genebra. João Calvino, um dos líderes do movimento de Reforma, escreveu: Augus nus totus noster
est.[8]
Franklin Ferreira diz adequadamente que “poucos teólogos são tão relevantes para nossa época como Agos nho”.[9]
Conhecer o pensamento de Agos nho é essencial para entender a fundamentação intelectual do cris anismo. Con-
hecer os fatores que contribuíram para a formação do seu pensamento é descobrir o porquê das principais doutrinas
que norteiam a Igreja – seja católica ou protestante – nos úl mos 1600 anos.
A civilização ocidental foi grandemente moldada pelo pensamento cristão an go, e a contribuição de Agos nho nesse
arcabouço é inegável: “Todo desenvolvimento da vida ocidental, em todas as suas fases, foi poderosamente afetado
pelo seu ensino”.[10]
Hoje, mais do que nunca, a Igreja deve estar preparada para enfrentar novos desafios. Mas isso só será possível se
ela entender a razão de suas crenças e prá cas hodiernas, razão esta que se encontra num passado remoto.
Desconhecer o passado impossibilita uma correta compreensão do presente. Se a Igreja não ver uma boa com-
preensão da sua história, assemelhar-se-á a uma pessoa desmemoriada, e, portanto, incapaz de usufruir uma vida
com qualidade. Somente o conhecimento da verdade histórica torna possível entender o tempo presente e vislumbrar
um futuro glorioso para a Igreja. E foi o próprio Senhor Jesus que afirmou ser o conhecimento da verdade libertador
(Jo 8.32).
20
SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:14:55)
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SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:14:49)
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@SIGAMAISCRUZ
Rafael Camillo (2014-11-06 19:18:26)
Seja homem .. e venha debater, eu te desafio
igamaliel (2014-11-06 19:15:12)
A Gênese da Predes nação na História da Teologia : A história da eleição e predes nação, enquanto doutrinas da...
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igamaliel (2014-11-06 19:15:16)
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igamaliel (2014-11-06 19:15:23)
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igamaliel (2014-11-06 19:15:29)
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igamaliel (2014-11-06 19:16:04)
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igamaliel (2014-11-06 19:16:08)
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igamaliel (2014-11-06 19:16:07)
A Gênese da Predes nação na História da Teologia h p://t.co/s3fY7XB9Xb
igamaliel (2014-11-06 19:16:15)
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A visão pentecostal clássica concernente a profecia (2014-11-06 19:17)
A profecia e o movimento profé co ocupam lugar de destaque no estudo das Escrituras, variando de perspec va en-
tre o Primeiro e o Segundo Testamento. Não obstante, analisaremos de modo breve e sucinto suas variantes, tendo
em vista que no An go Testamento ela desenvolve-se de modo dis nto daquele sob o qual se apresenta no contexto
neotestamentário, sendo que, no primeiro caso ocorre sob a condição de ministério profé co com funcionalidades
específicas, já no segundo, sob a qualificação de dom concedido a igreja para o serviço de exortação, consolação e
edificação (1Corín os 14.3).
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A profecia no contexto veterotestamentário
A profecia no contexto veterotestamentário está indissociavelmente ligada a pessoa do profeta. Logo, a conotação
que se atribui a este, por vezes se torna equivocada, pois, o termo “profeta” por descuido se tornou um equivalente
sinonímico de “vidente”, isto é, aquele que se restringe a fazer previsões a respeito do futuro ou que simplesmente
revela coisas ocultas, porém, este é um conceito equivocado adotado por nós ocidentais e tal ideia se deve a influên-
cia exercida pela cultura grega, inclusive, sobre o pensamento não oriental.
A palavra profeta, por sua vez, lança suas raízes sobre o vocábulo hebraico “nâbhî”, o qual significa nada mais nada
menos que “aquele que anuncia a mensagem de outrem”. Portanto, o profeta no contexto veterotestamentário era
considerado o porta voz oficial do próprio Deus, a quem compe a a responsabilidade de anunciar a Palavra e a Von-
tade do Todo-Poderoso ao povo. Deste modo, o profeta era a pessoa escolhida e usada por Deus para transmi r sua
mensagem e seus desígnios, isto é, a profecia em foco.
Todavia, sobre a profecia no An go Testamento compete dizer que consis a não somente em mensagens relacionadas
ao tempo futuro, mas também e principalmente, a cerca daquilo que estava acontecendo na realidade presente em
que vivia o profeta, obje vando então trazer arrependimento e mudança para o contexto que se desenvolvia naquela
época, seja nas esferas da polí ca, da economia ou da religião.
Destarte, os profetas, em nome de Deus e na condição de seu representante, denunciavam a aparente “espirituali-
dade” pra cada pelo pseudomoralismo da religião de sua época (Jeremias 6.13-21; 7.8-11), condenavam os abusos
dos reis e poderosos sobre a massa de oprimidos, bem como, a idolatria polí ca, cultual e religiosa (Oséias 4.12-13;
Ezequiel 22.1-12; Zacarias 7.8-10; Malaquias 3.5). Enfim, os profetas refle am a preocupação e o agir de Deus em
favor do povo, obje vando a transformação não somente no âmago da religião, mas também na estrutura social de
seu tempo.
A profecia no contexto neotestamentário
A profecia no contexto neotestamentário adota um enfoque diferenciado, e, portanto, será elencada entre a relação
dos dons espirituais (1Corín os 12.7-10), e está qualificada no grupo dos dons ditos de
“inspiração”, pois a pessoa que recebe este dom é inspirada pelo Espírito Santo ao ponto de falar aos homens,
entregando-lhes uma mensagem da parte de Deus para dentro da própria realidade humana.
Destarte, perceba que a profecia relacionada entre os dons do Espírito Santo consiste em bene cio específico para
a igreja, e não a nge as questões propriamente polí cas e sociais a exemplo do que ocorria no contexto veterotes-
tamentário. Logo, a profecia foi concedida por Deus aos cristãos com o único intuito de atender as finalidades de
edificação, exortação e consolação (1Corín os 14.3) do povo de Deus. Portanto, quando uma suposta profecia não
se enquadrar a nenhum destes três aspectos, deve ser sem qualquer receio, rejeitada.
Compete ainda destacar que dentre os dons do Espírito Santo, a profecia é aquele dom sobre o qual a Bíblia nos induz
a análise e
julgamento (1 Corín os 14.29), visto que, ela pode ser de ordens ou origens dis ntas, dentre as quais, destacamos:
divina, humana e maligna. Portanto, compete ao cristão, analisar cada profecia a luz do contexto bíblico, sobre o qual
ela precisa estar terminantemente de acordo.
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Profecia de Origem Divina
A profecia de origem divina é aquela cuja mensagem anunciada por determinada pessoa concorda com a Palavra de
Deus e com os ensinamentos de Jesus Cristo, pois, em Apocalipse 19.10 encontramos menção ao fato de que o teste-
munho de Jesus é o espírito da profecia.
Vejamos o que está escrito em 2 Pedro 1.20,21 a respeito da maior de todas as profecias a nós anunciada, a infalível
e inerrante Palavra de Deus (Bíblia):
“Sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de par cular elucidação; porque nunca
jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movi-
dos pelo Espírito Santo”.
Logo, em decorrência disso, toda e qualquer mensagem que não encontre respaldo bíblico, ou que venha contra qual-
quer doutrina das Escrituras, deve ser veementemente rejeitada. Inclusive, o apóstolo Paulo nos exorta que, mesmo
que um anjo do céu nos anuncie outro evangelho diferente daquele que tem sido anunciado, que seja considerado
anátema (Gálatas 1.8).
Assim, a prova real de que uma profecia tem sua origem em Deus, é sua submissão as Escrituras e seu consequente
cumprimento. Caso ela não se cumpra ou as informações nela con da não sejam condizentes com a Palavra de Deus
e com a realidade vivida pela pessoa que foi alvo da aludida mensagem, deve ser desconsiderada, pois, neste caso
não emana de Deus.
Profecia de origem humana
É aquele po de profecia onde o emissário profere uma mensagem com respaldo em sua própria emoção ou em vir-
tude de alguma razão oculta em seu intelecto. Não são pessoas propriamente mal intencionadas, e comumente até
existe a boa intenção de ajudar e mo var o des natário, entretanto, neste afago, movido pelas emoções e sen men-
tos do seu próprio coração, terminantemente confundidos, produzem um resultado diverso da vontade e direção div-
ina através da transmissão de uma mensagem não condizente e inverídica, tanto em relação à esfera espiritual quanto
a verdade dos fatos que se manifestam na realidade terrena. Logo, será uma profecia que não terá seu cumprimento
efe vado, visto que sua origem não está em Deus. Inclusive, a Bíblia registra o seguinte texto que precisa ser obser-
vado:
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” (Jeremias 17.9).
Todavia, mesmo que impulsionado por boas intenções, é um perigo falar profe camente em nome de Deus sem que
ele tenha de fato nos comunicado algo(Ezequiel 13.1-3;6-9).
Muito embora, o texto anteriormente citado retrate a exortação de Deus concernente a profecia no contexto vet-
erotestamentario, está em evidência um princípio geral que ampara a seriedade que envolve o ato de se proferir
qualquer mensagem que seja em nome de Deus, e por mensagem aqui se entenda a profecia, pois, quando esta
mensagem é meramente humana e não de ordem divina, resultará em engano, e por fim irá gerar falsas expecta vas
sobre a pessoa a quem ela se des na, e que por não se cumprir pode gerar muitos males, desde o induzimento a
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tomada de a tudes não só precipitadas como também equivocadas, bem como ao estabelecimento de um estado de
frustração e decepção com o próprio Deus, em virtude do não cumprimento daquilo que lhe foi prome do em seu
nome.
É fato consagrado que Deus defini vamente usa homens e mulheres conforme lhe apraz, e a profecia tem sua genuína
fundamentação na Bíblia, conforme já abordado, pois existem pessoas fiéis a Deus e compromissadas com a Bíblia
Sagrada que realmente são usadas por Ele para comunicar profe camente a mensagem divina no intento de trazer
edificação, consolação e exortação (1 Corín os 14.3). Entretanto, existem pessoas equivocadas falando em nome de
Deus, quando ele não falou; por isso compete à igreja buscar em Deus o discernimento espiritual e inves gar na sua
Palavra fundamentação no tocante a estas questões.
Além disso, embora existam pessoas que não são mal intencionadas naquilo que tange o ato de profe zar, outras
o fazem por imaturidade espiritual, no vislumbre de externarem um falso conceito de espiritualidade. Além destas,
existem aquelas que profe zam a par r de um conhecimento prévio de acontecimentos per nentes e por questões
de lógica, cujo obje vo resume-se tão somente a validar sua credibilidade diante dos outros.
Vejamos um exemplo de profecia humana aplicada por questões lógicas (estas costumam ser genéricas e nada especí-
ficas): “…..se você orar, buscar a Deus, jejuar e se dedicar na leitura Bíblica, Deus vai lhe usar!”. Isto é evidentemente
óbvio, portanto, é lógico, que se os passos anteriormente citados forem devidamente observados com seriedade, o
resultado não vai ser outro, senão de fato sermos usados por Deus com eficácia em sua obra. Este é um simples
exemplo que serve para retratar quão genéricas e humanas algumas profecias tem se cons tuído. Aliás, para se fazer
tal afirmação, como a do exemplo citado, não é necessário nenhum po de “revelação divina”, mas apenas o uso da
lógica.
Não obstante, apesar de exis rem profecias de origem humana e maligna (sobre a qual falaremos adiante) não deve
haver em nós a dúvida quanto à realidade das profecias de origem divina. Destarte, destacamos e cremos que Deus
ainda hoje usa verdadeiros profetas em sua igreja, e para tanto, fica o respaldo bíblico:
“Segui o amor e procurai, com zelo, os dons espirituais, mas principalmente que profe zeis (…) Mas o que profe za fala
aos homens, edificando, exortando e consolando (…) o que profe za edifica a igreja. Porém, se todos profe zarem,
e entrar algum incrédulo ou indouto, é ele por todos convencido e por todos julgado; tornam-se-lhe manifestos os
segredos do coração, e, assim, prostrando-se com a face em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está, de
fato, no meio de vós. Portanto, meus irmãos, procurai com zelo o dom de profe zar e não proibais o falar em outras
línguas. Tudo, porém, seja feito com decência e ordem.” (1 Corín os 14.1,3,4,24,25,39,40).
Profecia de Origem Maligna
A profecia maligna é aquela que tem sua origem em satanás, sendo que, este agente onde repousa toda a malignidade
também usa pessoas no intuito de transmi r e agir em favor de seus tenebrosos intentos, que se cons tuem na mais
satânica INVERDADE. Satanás é o próprio pai da men ra (João 8.44).
Não se engane, assim como Deus usa seus servos, satanás também encontra espaço para operar através de todo
aquele que lhe dá lugar, podendo leva-los inclusive, a profe zar. Portanto, toda e qualquer profecia que induza o
homem a percorrer caminhos que o afaste da san ficação e da comunhão com Deus, que negue a divindade da pes-
soa bendita de Jesus Cristo, além da negação das doutrinas centrais da fé cristã, deve ser terminantemente rejeitada
e repreendida, pois não provem de Deus nem dos intentos meramente humanos, mas do próprio agente da malig-
nidade – satanás (Atos 13.6-10).
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Nubia Maria (2014-11-07 01:13:10)
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Projeto Mudas de Igreja (2014-11-06 19:20)
Inegavelmente, o que determina a sucessão de uma lavoura ou de um pomar, é o replan o periódico. É de fundamen-
tal importância ter um viveiro para reabastecer o campo com mudas saudáveis que garantam o futuro da espécie e a
sobrevivência da plantação. Mas alguns cuidados precisam ser tomados quanto a isso. Se não tomarmos as medidas
cabíveis neste processo tão sério, corremos o risco de vermos nossos pomares pouco a pouco se tornando inférteis
e, consequentemente, perdendo o obje vo pelo qual ele foi plantado. Por essa razão precisamos ter mudas prontas
para serem transplantadas e plantadas num local defini vo. Da mesma forma ocorre com relação ao plan o de igre-
jas, mudas precisam ser cul vadas e no devido tempo plantadas nos campos defini vos, ou seja, nas comunidades
ainda não alcançadas pelo evangelho da graça de Deus. Quando essas mudas não são cul vadas povos e nações
inteiras perecem sem jamais ouvir o evangelho da salvação, isto é, sem nunca receberem as sementes da poderosa
manifestação da bondade de Deus. Mas por outro lado, não é o bastante nós termos ‘mudas’ disponíveis e prontas
para serem inseridas nos campos, precisamos que essas mudas sejam saudáveis e que tenham sido originadas em
sementes de boa espécie e excelente qualidade. Quando temos mudas, mas que não se encontram aptas para serem
plantadas nos vastos campos do mundo não alcançado por não serem originadas da boa semente, é melhor não
plantarmos para não corrermos o risco de comprometermos o campo. Passemos a analisar os fatores que envolvem
diretamente esse processo de plan o, colheita de mudas e replan o.
O QUE É UMA MUDA DE IGREJA?
Uma muda de igreja é uma equipe ministerial que se engajou na missão de plantar igrejas. Pessoas que são voca-
cionadas por Deus para o ministério e que decidiram doar seu tempo e sua vida para o serviço do Reino de Deus.
Essas pessoas estão aptas a doarem suor (trabalho árduo e perseverante), sangue (isto é, estão dispostas a fazerem
sacri cios por mais desconfortáveis que eles sejam) e lágrimas (fervoroso clamor e dependência de Deus) para que
o progresso do reino ocorra sem qualquer interferência. Para que a igreja que será plantada seja de fato, saudável
é importante que a equipe ministerial seja formada não apenas por pessoas vocacionadas e preparadas, mas é fun-
damental que a equipe formada tenha como integrantes pessoas envolvidas nas seguintes áreas: pregação, ensino e
discipulado, área musical, ministério infan l, e noções básicas de projeto social. Isso não quer dizer que essa equipe
deva ser formada apenas por pessoas que possuem ensino superior ou coisa do po, mas é importante que os mem-
bros do grupo estejam aptos para exercerem as funções cruciais da missão sem nenhuma deficiência.
A QUALIDADE DA SEMENTE
O primeiro passo para que um viveiro possa cons tuir um empreendimento de sucesso, é a atenção especial na es-
colha das sementes. Um viveiro precisa ter a prioridade de semear apenas sementes de boa qualidade. É melhor nem
semear do que correr o risco de plantar sementes ruins. O futuro da planta e a qualidade dos frutos que mais tarde
ela produzirá serão determinados pela qualidade da semente que lançamos em terra. Assim também as pessoas que
serão inseridas no processo de capacitação ministerial precisam ser pessoas de cujo caráter cristão e moral seja, de
fato, sadio e apto para resplandecer a san dade de Cristo. A igreja deve ter nos seus líderes o exemplo de fé e de
boas obras. Portanto os plantadores de igreja devem tornar-se pessoalmente padrão para os fieis. Assim como uma
muda de planta não pode ser transplantada de um lugar para outros antes mesmo de nascer, assim também se os
obreiros não forem pessoas que nasceram de novo, jamais poderão compor uma equipe de plantação de igrejas.
Outra caracterís ca fundamental nos candidatos ao processo de capacitação para o plan o de novas igrejas é a vo-
cação. Nada pode ser visto como subs tuto para ela. Sem vocação os talentos são de valor irrisório, pois quem valida
os talentos e dons é a vocação.
A implantação do viveiro deve ser feita após uma análise cuidadosa, tendo-se em conta diferentes aspectos que, ajus-
tados entre si, formarão as condições de um bom desenvolvimento. Do mesmo modo a equipe que será a muda de
igreja deverá ser bem organizada, fruto de muita oração, estudo e preparo afim de que possa crescer em graça e em
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conhecimento de modo que traga um futuro promissor para a igreja que será implantada.
O local onde a muda será inserida a principio é determinante para o seu desenvolvimento no futuro, por essa razão
deve-se observar muito cuidadosamente esse fator antes de iniciar o plan o da muda. A muda é um projeto de ár-
vore, por essa razão, é fundamental que seja bem planejada. Uma vez comprome da a muda, o futuro da árvore
pode ser irremediavelmente comprome do, quem erra no planejamento, erra na ação. Trazendo para o lado min-
isterial, destacamos a importância de um ambiente totalmente preparado para promover uma formação ministerial
adequada. Esse ambiente nem sempre será um seminário teológico. Muitos dos seminários teológicos da atualidade
mais preparam os candidatos a serem péssimos ministros do que serem ministros zelosos e de valor.
O historiador e escritor Justus Gonzalez em seu livro ‘Ministério: Vocação ou profissão?’ levanta um estudo histórico
da palavra seminário. Dizendo que essa expressão era usada originalmente como metáfora para designar a ideia
das escolas que eram consideradas sementeiras que preparavam as mudinhas e quando elas estavam prontas, eram
transplantadas para o local onde permaneceriam defini vamente dando frutos e produzindo sombra por toda a sua
existência. Mas infelizmente essa ideia foi derrubada quando os seminários ambicionaram para si compe r com as
ins tuições seculares de ensino e formação. Os debates tornaram-se acirrados e a espiritualidade foi, aos poucos,
deixada de lado. Hoje muitos desses seminários se abriram para o ateísmo e para seus derivados: deísmo aberto,
teologia liberal, teologia da libertação, teologia da prosperidade, teologia neopentecostal, etc.
O EMPENHO DO COORDENADOR DA EQUIPE
Do mesmo modo que um agrônomo ou um proprietário não se lança às cegas no projeto de cul var mudas embri-
onárias para posterior plan o, assim também o coordenador da equipe ministerial precisa saber o que realmente
quer ao montar sua equipe. O coordenador da equipe ministerial precisa ser alguém com metas claras e alvos obje-
vos. Ele deve saber quando, como e onde começar e terminar os treinamentos; precisa ser gente de visão, alguém
em quem sua equipe possa confiar e seguir. Deve não apenas ser um visionário inveterado, mas alguém que sabe
contagiar os demais com sua visão ministerial. Esse líder precisa saber cuidar da sua equipe, pastoreá-la, amá-la e
prepara-la para que tenha grandes rendimentos na obra de Deus.
Tal como um agricultor de um viveiro rega diariamente suas pequenas mudas, providencia para que as situações
climá cas não matem e nem fragilizem as plan nhas, e se preocupa com o bem estar do seu trabalho, da mesma forma
o coordenador da equipe deve metódica e diligentemente acompanhar o crescimento de sua equipe e assegurar-se
de que ela está apta para ser transplantada quando o tempo chegar.
Todos esses cuidados são vitais para o sucesso do plan o, sem esses detalhes o fracasso do plano é a única coisa que
se pode esperar. Mas se houver diligencia, oração, estudo comprome do e acima de todos os métodos, dependência
de Deus certamente essa ferramenta estratégica será de grande valor e causará um notório impacto aonde quer que
seja implantada.
Ester Argolo (2014-11-07 01:13:11)
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As heresias de Joseph Prince (2014-11-06 19:26)
E logo, de noite, os irmãos enviaram Paulo e Silas para Beréia; tendo eles ali chegado, foram à sinagoga dos judeus.
Ora, estes eram mais nobres do que os de Tessalônica, porque receberam a palavra com toda avidez, examinando
diariamente as Escrituras para ver se estas coisas eram assim” (At 17.10,11).
Nossa proposta neste ar go é fazer como os irmãos bereanos, os quais examinavam os ensinos de Paulo e Silas antes
de acatarem-no como ortodoxo. Isto posto, faremos um exame dos ensinos do pregador cingapuriano Joseph Prince
con dos no livro “Des ned to Reign” (Des nados a Reinar).
A origem de seus ensinos
Joseph Prince, nascido em 15 de Maio de 1963 em Cingapura, é pastor sênior e um dos fundadores da mega igreja
New Crea on. Filho de um sacerdote indiano Sikh[1] e de uma mulher chinesa, tornou-se um preletor conhecido
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internacionalmente em função do Best-seller “Des nados a Reinar”. Ele possui, ainda, um programa de TV, homôn-
imo do livro citado, que é transmi do em mais de 150 países. Seus principais ensinos se baseiam num entendimento
adquirido em revelações sobre a graça de Deus, conforme ele mesmo conta:
“Tudo começou em 1997, quando eu (…) ouvi dis ntamente a voz do Senhor dentro de mim. Não era uma impressão
do Espírito. Era uma voz, e eu ouvi claramente Deus me dizer: ‘Filho, você não está pregando a graça.’ Eu disse:
‘Como assim, Senhor? Isso é um golpe baixo. Isso é um verdadeiro golpe baixo!’ E acrescentei: ‘Eu sou um pregador
da graça. Tenho sido um pregador da graça durante anos e, assim como muitos pregadores, prego que somos salvos
pela graça!’ Deus disse: ‘Não. Toda vez que você prega a graça, você a apresenta misturada com a lei. Você se esforça
para contrabalançar a graça com a lei como muitos pregadores, e no momento em que equilibra a graça, você a neu-
traliza. Não se pode colocar vinho novo em odres velhos. Você não pode colocar a graça e a lei juntas’. Ele prosseguiu:
‘Filho, muitos pregadores não estão pregando a graça do modo como o apóstolo Paulo o fazia’.”[2]
Nestes novos entendimentos, Prince acaba mexendo em algumas doutrinas essenciais do cris anismo, fazendo con-
fusão sobre a Graça, Jus ficação, San ficação e alguns atributos divinos como a jus ça e a soberania. Vejamos a
seguir alguns desses pontos controver dos.
A Graça de Deus
Prince entende que a Graça de Deus nos perdoa de todos os pecados do passado, do presente e do futuro e que desta
forma não somos mais responsabilizados por eles[3]. Assim sendo, sob a Nova Aliança “não precisamos ficar pedindo
ao Senhor (…) perdão porque Ele já nos perdoou.”[4]
O grande risco desse ensino é gerar nas pessoas uma falsa segurança, como se a san ficação fosse algo desnecessário,
uma vez que “todos” pecados já estão perdoados e que não temos responsabilidade sobre eles. Isso leva a uma
doutrina an nomiana, que despreza inconscientemente a san ficação, sob uma falsa ideia triunfalista do perdão dos
pecados.
Sobre pedir perdão, a Bíblia fala por si só:
• Jesus nos ensinou a orar assim: (Mt 6.9-15);
• Simão, o que quis comprar o dom de Deus é instruído a pedir perdão a Deus (At 8.17-24);
• As conversões em Éfeso foram marcadas por queima de livros de magia e confissão de pecados (At 19.17-19);
• Quando confessamos nossos pecados uns aos outros e oramos uns pelos outros somos perdoados (Tg 5.14-16);
• Se confessarmos nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar (1 Jo 1.9);
• O que não confessa o pecado a Deus não prospera, mas o que confessa e deixa alcança misericórdia (Pv 28.13);
• Enquanto Davi não confessou seus pecados, seus ossos (sua vida espiritual) se consumiam, a mão de Deus
pesava sobre ele e seu humor ficava seco e ríspido (Sl 32.3-5);
• As parábolas das 100 ovelhas, da dracma perdida e do filho pródigo mostram a necessidade de arrependimento
diante do Senhor que estará sempre de braços abertos para nos receber (Lc 15);
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• Arrependimento produz frutos visíveis, dentre os quais está o abandono dos pecados (At 26.19,20);
• Quando pecamos, Deus nos contrista por tal prá ca através do Espírito Santo, levando-nos ao arrependimento
(Rm 2.3,4);
• A tristeza de Deus produz arrependimento para a salvação (2 Co 7.8-10);
• Paulo temia que ao voltar em Corinto encontrasse pessoas que não haviam se arrependido do pecado, isto é,
que não haviam abandonado prá cas impuras, lascivas e de pros tuição (2 Co 12.20,21);
• Devemos corrigir com mansidão e ter esperança que Deus conceda arrependimento às pessoas para que
cheguem ao pleno conhecimento da verdade, isto é, da Palavra (2 Tm 2.24-26);
• As igrejas da Ásia são aconselhadas a arrependerem-se (Ap 2.5,16,20-22; 3.3,19);
• Não devemos pecar, mas se isso acontecer acidentalmente, temos um Advogado junto ao Pai (2 Jo 2.1).
• A confissão de pecados era uma prá ca comum entre grandes homens piedosos do A.T. (Ne 1.1-11; Dn 9.2-6;
Jó 1.5; Sl 38.17,18).
A Igreja é exortada a vencer o pecado
A necessidade de vencer o pecado é uma doutrina completamente bíblica e faz parte das exortações às igrejas em
todas as epístolas. Uma mensagem que cobre do cristão essa postura de san ficação é encarada por Prince como
legalismo:
“Eles pregam que o pecado não tem domínio sobre você quando você está cumprindo a lei! Isso, meu amigo, é como
adicionar lenha ao fogo, porque a força do pecado é a lei. O pecado é fortalecido quando mais lei é pregada! Mas o
poder de ter domínio sobre o pecado é transmi do quando mais graça é pregada!”[5]
Na versão em inglês, o início da citação toma uma conotação um pouco diferente: “Então, quando eles [os pregadores]
veem pecado, pregam mais da lei. Isso, meu amigo…” (p. 26). Essa diferença na tradução muda completamente o
sen do expresso originalmente pelo autor, uma vez que não ouvimos ninguém pregando que o cumprimento da Lei
nos afasta do pecado.
O problema de Prince nessa afirmação é duplo: 1) enxergar como legalista uma mensagem de confronto contra o
pecado e 2) confundir exortação à san ficação com apologia à Lei. Não sei o que faremos com textos da Bíblia que
nos exortam a vencer o pecado, já que se nos basearmos neles, seremos pregadores legalistas. Sem contar textos
vetrotestamentários, os Evangelhos e o livro de Atos, vejamos como nós, cristãos, somos exortados a vencer o pecado
e vivermos em san dade ao Senhor:
• Os romanos são exortados a se tornarem servos da jus ça para a san ficação (Rm 6.19);
• Os corín os são adver dos a não pra carem obras como devassidão, idolatria, adultério, homossexualismo,
furtos, avareza, bebedice e maledicência, pois foram lavados, san ficados e jus ficados em Cristo (1 Co 6.9-11).
Assim sendo, eles deveriam se aperfeiçoar no processo de san ficação (2 Co 7.1);
• Os gálatas foram prevenidos sobre uma série de obras carnais que não deveriam pra car (Gl 5.19-21);
30
• Os efésios foram instruídos a se reves rem do novo homem que foi criado para san dade, deixando, portanto,
uma série de obras pecaminosas (Ef 4.20-31);
• Os filipenses foram aconselhados a se tornarem irrepreensíveis, sinceros e imaculados (Fp 2.14,15);
• Os colossenses deveriam exterminar as inclinações carnais. E a lista não era pequena (Cl 3.5-10);
• Os tessalonicenses foram no ficados de que deveriam cumprir a vontade de Deus: a san ficação. Quem re-
jeitasse essa doutrina estava rejeitando o próprio Deus (1 Ts 4.1-8). A conduta deles não deveria ser desorde-
nada, mas segundo a tradição de san dade que receberam (2 Ts 3.6,7);
• Timóteo foi instruído a seguir a caminhada cristã sem mácula e irrepreensível (1 Tm 6.13,14), afastando-se da
injus ça (2 Tm 2.19);
• Tito recebeu uma verdadeira revelação: a de que a Graça de Deus se manifestou ensinando-nos que devemos
renunciar à impiedade e às paixões mundanas, a fim de esperarmos o aparecimento da glória de Deus (Tt 2.11-
13).
• Filemom deveria esquecer-se das mágoas passadas e Paulo sabia que ele obedeceria essa direção fazendo ainda
mais do que era pedido (Fm 1.21);
• Os hebreus deviam deixar todo pecado e resis -lo com todas as suas forças (até o sangue), afinal, sem san dade
ninguém verá o Senhor (Hb 12.1,4,14);
• Tiago mostra a necessidade de suportarmos as provações e diz que somos tentados segundo nossas próprias
concupiscências. Sendo assim, precisamos ser vigilantes, caso contrário, essas cobiças inerentes de nossa na-
tureza caída podem consumar o pecado, gerando morte (Tg 1.12-15);
• Pedro diz que os crentes não devem se conformar com as concupiscências da vida passada, mas que devemos
ser santos em todo o nosso procedimento, pois quem nos chamou é Santo (1 Pe 1.13-16). Ele diz, ainda, que
alguns irmãos não haviam buscado com diligência as virtudes do Espírito, esquecendo-se da purificação dos
seus an gos pecados (2 Pe 1.5-9);
• João disse que todos nós pecamos. Entretanto, isso não quer dizer que o pecado é habitual, mas acidental,
pois aquele que é nascido de Deus não pode con nuar pecando. Se pecarmos acidentalmente, temos um
Advogado Fiel e Justo que nos perdoa e purifica dos pecados e de toda injus ça (1 Jo 1.9,10; 2.1; 3.1-9); Na
segunda epístola, ele diz que quem vai além do ensino de Cristo não é de Deus. Originalmente ele se referia
aos gnós cos. Mas a passagem pode abranger mais situações dos nossos dias. Se alguém vai além do ensino
de san dade ao Senhor, induzindo a igreja ao pecado, obviamente o tal não é de Deus (2 Jo 9). Em sua terceira
carta ele diz a Gaio que não imite as obras do mal, mas as de Deus, fazendo o bem (3 Jo 11);
• Judas lembra das palavras dos Apóstolos sobre os homens dos úl mos tempos: escarnecedores, de ímpia con-
cupiscência, que causam divisões, são sensuais e sem o Espírito. Mas os crentes deveriam se conservar no
amor de Deus, confiando nAquele que é poderoso para guarda-los de tropeçar e para mantê-los imaculados e
jubilosos (Jd 17-24);
• João disse em Apocalipse que ficarão de fora os cães, os fei ceiros, os adúlteros, os homicidas, os idólatras e
todo o que ama e pra ca a men ra (Ap 22.15).
Jus ficação pela fé
Prince confunde jus ficação com san ficação. A jus ficação é um ato judicial de Deus e acontece instantaneamente e
junto com a regeneração e a san ficação inicial. O Dr. Orton Wiley definiu a jus ficação como um ato “declara vo de
Deus pelo qual considera os que, com fé, aceitam a oferta propiciatória de Jesus Cristo, como absolvidos dos pecados,
31
libertados da pena e aceitos como justos diante de Deus”[6]. Em contrapar da, Prince entende equivocadamente
que os pregadores ortodoxos ensinam uma jus ficação pelas obras:
“(…) dizem que Deus dá a você a dádiva da jus ça, sob a condição de que você guarde os Dez Mandamentos pelo
resto de sua vida, para manter a jus ça. Agora, isso é mesmo um presente? Ora, vamos – quando Deus deu a você a
dádiva da jus ça, foi um presente real. Pare de tentar alcançá-lo com suas próprias obras. Os presentes de Deus para
nós são incondicionais!”[7]
A regeneração, a jus ficação e a san ficação inicial são o ponto de par da e não a linha de chegada. Mas a confusão
de Prince sobre esse assunto é grave, pois jamais veremos um pregador ortodoxo ensinando que nossa obediência
nos trará jus ficação, pois somos jus ficados pela fé através do sacri cio de Cristo (Rm 5.1,8,9).
Embora nossas obras não sejam suficientes para sa sfazer a ira de Deus e nos jus ficar do pecado, isso não quer dizer
que não tenhamos que produzi-las. Vejamos o que diz o texto clássico sobre salvação pela graça:
“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém
se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para
que andássemos nelas” (Ef 2.8-10 – grifos meus).
Embora nossa salvação não seja pelas nossas obras, Deus nos preparou de antemão para que andemos em boas obras,
afinal, a fé sem obras é morta e não excede à fé dos demônios (Tg 2.14-20). Obras não salvam, mas todo salvo deve
produzir obras.
A jus ficação na visão de Prince
O ensino de Prince sobre a jus ficação é perigoso, pois gera uma falsa expecta va nas pessoas acerca da salvação e
necessidade de san ficação. Vejamos o que ele pensa:
“Meu amigo, a jus ça é um dom por causa do que Jesus conquistou na cruz para você. Todos os nossos pecados – pas-
sados, presentes e futuros – foram lavados por Seu precioso sangue. Você está completamente perdoado, e a par r
do momento em que recebeu Jesus em sua vida, nunca mais será aprisionado (responsabilizado) por seus pecados
novamente.”[8]
Analisemos duas passagens a seguir:
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que
está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profe zamos nós em teu nome? e em teu nome
não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos
conheci; apartai-vos de mim, vós que pra cais a iniquidade.” (Mt 7.21-23 – grifos meus).
“Porque esta é a vontade de Deus, a saber, a vossa san ficação (…) Porque Deus não nos chamou para a imundícia,
mas para a san ficação. Portanto, quem rejeita isso não rejeita ao homem, mas sim a Deus, que vos dá o seu Espírito
Santo.” (1 Ts 4.3,7,8 – grifos meus).
Aqueles falsos profetas não faziam a vontade do Senhor e são apontados por pra carem con nuamente atos iníquos.
Uma das vontades de Deus para o homem é que nos aperfeiçoemos na san ficação. Todo o que tem esperança em
32
Cristo “purifica-se a si mesmo, assim como ele é puro. Todo aquele que vive habitualmente no pecado também vive
na rebeldia, pois o pecado é rebeldia (…) Aquele que é nascido de Deus não peca habitualmente; porque a semente
de Deus permanece nele, e não pode con nuar no pecado, porque é nascido de Deus” (1 Jo 3.3,4,9).
“Ora, amados, visto que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aper-
feiçoando a san dade no temor de Deus.” (2 Co 7.1)
“… onde o pecado abundou, superabundou a graça (…) Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que
abunde a graça? De modo nenhum. Nós, que já morremos para o pecado, como viveremos ainda nele?” (Rm 5.20;
6.1,2).
“Segui a paz com todos, e a san ficação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).
Se não há mais responsabilidade por nossos pecados, por que nos preocuparmos com uma vida santa e piedosa? Que
propósito há na san ficação?
A jus ça e a imutabilidade de Deus
Prince ensina que, “aqueles que acreditam que Deus algumas vezes fica zangado com eles ainda estão vivendo sob
a an ga aliança da lei, e não sob a nova aliança da graça”[9]. Dando sequencia nesse pensamento ele diz que “o
ensino esquizofrênico que diz que Deus algumas vezes está zangado e outras está feliz com você de acordo com o
seu desempenho, não é um ensinamento bíblico e fará de você um crente esquizofrênico”[10]. Com um conceito
equivocado da Graça, ele acaba distorcendo também a Jus ça de Deus e diz que nunca encontraremos “um exemplo
de Deus punindo um crente por seus pecados na nova aliança”[11].
O equívoco teontológico de Prince sobre a Graça transforma a Deus em um ser bobo, que não liga para o que fazemos
e que não nos responsabiliza por nossos atos, que passa a mão em nossas cabeças e não nos chama ao arrependi-
mento. O Espírito Santo se torna alguém inú l no convencimento do pecado, pois se erramos, podemos manter nossa
“paz psicológica” com Deus.
Dizer que Deus não nos responsabiliza pelo pecado é dizer que Ele é indiferente com nossa san ficação. Sabemos
que pelo ato gracioso de Deus em Cristo, “onde o pecado abundou, superabundou a graça” (Rm 5.20). Mas, “que
diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que abunde a graça? De modo nenhum” (Rm 6.1,2).
Devemos resis r ao pecado até o sangue (Hb 12.4), mas se pecarmos, podemos confessa-lo a Deus pois Ele é fiel e
justo para nos perdoar e nos purificar (1 Jo 1.9). Quando pecamos, somos contristados por Deus para o arrependi-
mento (2 Co 7.8-10). É Ele quem nos conduz à confissão.
Dizer que Deus é indiferente com nosso pecado é uma tremenda heresia, caso contrário, por que nos conduziria ao
arrependimento? É verdade que não somos destruídos por causa de Sua infinita misericórdia (Lm 3.22), mas também
é verdade que Ele é tardio em irar-se (Êx 34.6; Ne 9.17; Sl 103.8-14). Joel declarou: “rasgai o vosso coração, e não as
vossas vestes; e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é misericordioso e compassivo, tardio em irar-se e
grande em benignidade, e se arrepende do mal” (Jl 2.13).
Berkhof disse que a jus ça de Deus
33
“se manifesta especialmente em dar a cada homem o que lhe é devido, em trata-lo de acordo com os seus mereci-
mentos. A inerente re dão de Deus é naturalmente básica para a re dão que Ele revela no trato de Suas criaturas,
mas é especialmente esta úl ma, também denominada jus ça de Deus, que requer especial consideração aqui. Os
termos hebraicos para “justo” e “jus ça” são tsaddik, tsedhek e tsedhakah, e os termos gregos correspondentes são
dikaios e dikaiosyne, todos os quais contêm a ideia de conformidade a um padrão. Esta perfeição é repe damente
atribuída a Deus na Escritura, Ed 9.15; Ne 9.8; Sl 119.137; 145.17; Jr 12.1; Lm 1.18, Dn 9.14; Jo 17.25; 2 Tm 4.8; 1 Jo
2.29; 3.7; Ap 16.5”.[12]
João disse essas verdades quando se referia à confissão dos nossos pecados: Ele é fiel e justo (1 Jo 1.9). Como Deus
perdoará alguém que não se arrependeu? Antes, atuará com jus ça. Lemos em Jo 1.14 que, “o Verbo se fez carne, e
habitou entre nós, cheio de graça e de verdade”.
Graça foi a maneira como Jesus agiu para com a mulher adúltera, perdoando-a de seus pecados. Verdade foi a forma
como a abordou na sequencia: “vá e não peques mais” (Jo 8.11).
Se não há responsabilidade pelos nossos pecados futuros, por que “vá e não peques mais”? Onde abundou o pecado
dela, superabundou a Graça de Cristo. Por que não con nuar adulterando? Não haveria mais Graça abundante? De
modo nenhum (Rm 6.1,2).
Deus não pune na Nova Aliança?
A figura teontológica de um Deus extremamente gracioso, que deixa os pecadores na impunidade é an -bíblica. Jesus
curou o paralí co que ficava próximo ao tanque de Betesda e depois lhe disse: “Olha, já estás curado; não peques
mais, para que não te suceda coisa pior.” (Jo 5.1-9,14).
Paulo disse que não podemos nos enganar, pois “Deus não se deixa escarnecer; tudo o que o homem semear, isso
também ceifará” (Gl 6.7).
Paulo disse aos romanos que eles deveriam se esforçar para ter paz com todos os homens e que não deviam buscar
vingança, mas deixar todas as coisas no controle de Deus: “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à
ira de Deus, porque está escrito: Minha é a vingança, eu retribuirei, diz o Senhor” (Rm 12.19).
O autor da carta aos hebreus disse que, “se voluntariamente con nuarmos no pecado, depois de termos recebido o
pleno conhecimento da verdade, já não resta mais sacri cio pelos pecados mas uma expectação terrível de juízo, e
um ardor de fogo que há de devorar os adversários.” Em seguida, ele lembra que, se pela Lei a pessoa morria “sem
misericórdia, pela palavra de duas ou três testemunhas”, com maior cas go “será julgado merecedor aquele que pisar
o Filho de Deus, e ver por profano o sangue do pacto, com que foi san ficado, e ultrajar ao Espírito da graça”. Ele
relembra que a vingança é do Senhor e conclui esse tema dizendo que “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo”
(Hb 10.26-31).
Jesus disse à igreja em Laodicéia: “Eu repreendo e cas go a todos quantos amo: sê pois zeloso, e arrepende-te.” (Ap
3.19).
Em Corinto havia crentes com a condição espiritual muito debilitada por par ciparem da Ceia do Senhor indigna-
mente, por isso Paulo os alertou: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice.
Porque quem come e bebe, come e bebe para sua própria condenação, se não discernir o corpo do Senhor. Por causa
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  • 1. Low resolu on pictures From Blog to Book. www.ins tutogamaliel.com/portaldateologia
  • 2. 2
  • 3. Contents 1 2014 5 1.1 November . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 O legado dos Jesuítas no Brasil (2014-11-06 19:01) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico (2014-11-06 19:08) . . . . . . . . . . . . 8 A Gênese da Predes nação na História da Teologia (2014-11-06 19:13) . . . . . . . . . . . . . . . . 18 A visão pentecostal clássica concernente a profecia (2014-11-06 19:17) . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Projeto Mudas de Igreja (2014-11-06 19:20) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 As heresias de Joseph Prince (2014-11-06 19:26) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 Qual é significado dos números em Apocalipse? (2014-11-06 19:31) . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Conhecendo o Arminianismo (parte 4) – Graça preveniente (2014-11-06 19:35) . . . . . . . . . . . 45 Cronologia Escatológica (2014-11-06 19:44) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 VOCÊ PRECISA ESTUDAR TEOLOGIA (2014-11-13 17:30) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 Arqueólogos encontram imagem de Baal em escavação (2014-11-14 11:46) . . . . . . . . . . . . . 71 Bacharelado em Teologia (2014-11-14 11:54) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74 Curso de Capelania Evangélica (2014-11-14 12:09) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 Curso de Pastor (2014-11-14 12:36) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 Bacharelado em Teologia Sistemá ca (2014-11-17 17:07) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92 Curso de Psicanálise Clínica (2014-11-21 13:17) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97 3
  • 4. 4
  • 5. 1. 2014 1.1 November O legado dos Jesuítas no Brasil (2014-11-06 19:01) Certa jovem está trabalhando em uma loja, vendendo roupas como de costume, quando é abordada por um homem que a chama no canto, a fim de lhe falar em par cular: – Moça, com licença. Sou pastor evangélico e preciso entregar uma revelação a você. Fizeram uma obra de fei çaria contra sua família. Pagaram R $ 1.000,00 para acabar com seu casamento. A moça ficou assustada com aquelas palavras e logo tratou de buscar uma forma de quebrar aquelas maldições, afinal, sua família está em jogo. Ligou a TV e viu outro pastor fazendo uma oração forte. Em seguida, o tele evangelista pediu que o telespectador colocasse um copo com água sobre o aparelho de televisão, pois iria orar repreendendo todos os pos de demônios, cujos nomes são os mais variados. Ela bebeu a água benta do pastor e depois decidiu fazer uma visita na campanha das causas impossíveis daquela denominação do universo neopentecostal do Reino de Deus. Chegando lá, a sessão de descarrego pegou fogo e os espíritos malignos nham oportunidade de contar seus obje vos antes de serem expulsos. Depois desse fogo, o que pegou fogo foi a fogueira de dinheiro. Parecia a sarça que Moisés viu. Ardia em chamas, mas não se consumia. A mensagem foi muito emocionante. A par r de agora a moça estava determinada a determinar. O desfecho daquela reunião de poder foi realizado com a proposta de que as pessoas levassem uma rosa ungida, pois este objeto protege- ria a família e sugaria todos os maus espíritos e maus olhados daquela casa. A moça, mais do que depressa pegou a sua, pois nha certeza que seria mais eficaz que o galho de arruda de sua avó. Ela estava se agendando para par cipar da próxima reunião, pois o pastor havia avisado que iria ungir os celulares para que cessassem as cobranças de cartão de crédito. Esse caso é baseado em fatos reais e num primeiro momento pode surgir o seguinte ques onamento: o que ele tem a ver com o legado dos jesuítas? Somente obteremos a resposta para essa pergunta voltando alguns anos na história. A origem dos Jesuítas Os Jesuítas fazem parte de uma ordem religiosa da Igreja Católica chamada “Companhia de Jesus”. Esta ordem foi fundada em 1534 por sete estudantes da Universidade de Paris, os quais visavam desenvolver um trabalho de acom- panhamento hospitalar e missionário, sob os votos de pobreza e cas dade. Além disso, a Companhia de Jesus foi um movimento oriundo da contrarreforma, cujo um dos principais obje vos era o de impedir o avanço da Reforma Protestante. Este grupo de sete estudantes liderados por Inácio de Loyola, or- ganizou esta ordem com caracterís cas de muita disciplina e rigidez, dando ênfase à absoluta abnegação, conforme já vimos anteriormente e à obediência total ao papa e às doutrinas católicas. Essa postura an protestante pode ser vista nas famosas palavras de Inácio de Loyola em sua obra Exercícios Espirituais: “Acredito que o branco que eu vejo 5
  • 6. é negro, se a hierarquia da igreja assim o ver determinado.” [1] O Papa Paulo III confirmou a nova ordem em 1540, sendo a mesma reconhecida por bula papal. Inácio de Loyola foi escolhido como primeiro superior geral, enviou seus companheiros e missionários para vários países, primeira- mente entre os europeus e em seguida entre os asiá cos, africanos e americanos, com o intuito de criar escolas e seminários.[2] Quando Inácio de Loyola morreu em 1556, já havia aproximadamente mil jesuítas em vários países da Europa e missionários na África, Índia, China, Japão, Paraguai e Brasil. A Companhia de Jesus nasceu em um período muito fér l, pois a Europa estava vivendo o ápice da “Era dos descobri- mentos” em busca de novas rotas comerciais para as Índias. As explorações marí mas pioneiras (Portugal e Espanha) levavam consigo equipes de desbravadores, representantes da Igreja Católica e posteriormente os missionários jesuí- tas. Os primórdios da colonização Em 22 de Abril de 1500 chegava a tripulação portuguesa com cerca de 1.350 homens e oito franciscanos liderados pelo frei Dom Henrique Soares de Coimbra, totalizando nove capelães, um para cada cento e cinquenta tripulantes. O capitão-mor das dez naus e das três caravelas fazia parte de outra ordem religiosa e militar, a Ordem de Cristo. Esta ordem foi criada em 1319 pelo Papa João XXII e foi através dela que a expedição portuguesa foi financiada. Na véspera da par da da expedição de Cabral, houve uma cerimônia religiosa. Num Domingo, 8 de Março de 1500, o Bispo Diogo Or z benzeu a bandeira da Ordem de Cristo. A bandeira foi passada para Dom Manuel I e em seguida para o descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral. No primeiro Domingo em solo brasileiro, dia 26 de Abril, os portugueses celebraram a também primeira missa, di- rigida pelo Frei Henrique. Na primeira Sexta-feira da paixão, dia 01 de Maio, frei Henrique celebrou a segunda missa, a qual foi precedida por uma procissão. Par ciparam desta cerimônia mais de mil portugueses e aproximadamente cento e cinquenta na vos. Pero Vaz de Caminha, escrivão da armada de Cabral, escreveu sua famosa carta, datada de 1° de Maio de 1500, con- tando as coisas que viu em solo brasileiro. Caminha conta que durante a segunda missa, os na vos ajudaram a carregar a cruz para o local designado, ajoelharam-se, colocaram-se de pé e ergueram suas mãos imitando os portugueses em seus o cios religiosos: “Ali disse missa o Padre Frei Henrique, a qual foi cantada e oficiada por esses já ditos. Ali es veram conosco, assis ndo a ela, perto de cinquenta ou sessenta deles, assentados todos de joelhos, assim como nós. E quando se chegou ao Evangelho, ao nos erguermos todos em pé com as mãos levantadas, eles se levantaram conosco e alçaram as mãos, estando assim até se chegar ao fim; e então tornaram a assentar-se, como nós. E quando levantaram a Deus, que nos pusemos de joelhos, eles se puseram todos assim como nós estávamos, com as mãos levantadas, e em tal maneira sossegados que cer fico a Vossa Alteza que nos fez muita devoção.” [3] Com esse episódio Caminha ficou entusiasmado e solicitou ao rei D. Manuel I que enviasse missionários para a terra, a fim de ba zá-los o mais depressa possível: “O melhor fruto que nela se pode fazer, me parece que será salvar essa gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.”[4] 6
  • 7. Havia mais de um milhão e meio de habitantes divididos em mais de mil etnias. Dentre esses habitantes, estavam os aimorés, apinajés, caetés, botocudos, caipós, tupinambás, canelas, tupiniquins, cariris, tabajaras, goitacazes, gua- ianazes, guaranis e tupis. A solicitação de Caminha para o envio de missionários não foi atendida e sua carta esteve arquivada por quase trezen- tos anos, tendo sido encontrada na Torre do Tombo em Lisboa pelo historiador espanhol Juan Bau sta Muñoz no ano de 1793.[5] Nubia Maria (2014-11-07 04:28:01) [1]Nubia Maria liked this on Facebook. 1. https://facebook.com/profile.php?id=100005008516793 Rafael Camillo (2014-11-06 19:20:19) Venha debater .. seja homem !! Seu Homofóbico SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:02:27) O legado dos Jesuítas no Brasil h p://t.co/Imv0GHkVly SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:02:23) NO #MAISCRUZ O legado dos Jesuítas no Brasil: Certa jovem está trabalhando em uma loja, vend... h p://t.co/TAlXRptOug VIA @SIGAMAISCRUZ Rafael Camillo (2014-11-06 19:07:58) HOMOFOBICO Edivan Ferreira (2014-11-06 19:19:39) Babacao tu es um doido que nao sabes o que fala! igamaliel (2014-11-06 19:03:46) O legado dos Jesuítas no Brasil: Certa jovem está trabalhando em uma loja, vendendo roupas como de costume,... h p://t.co/WPKsW97emy igamaliel (2014-11-06 19:04:19) O legado dos Jesuítas no Brasil: Certa jovem está trabalhando em uma loja, vendendo roupas como de costume,... h p://t.co/QtrDkZ4RdY igamaliel (2014-11-06 19:04:17) O legado dos Jesuítas no Brasil: Certa jovem está trabalhando em uma loja, vendendo roupas como de costume,... h p://t.co/JzORRo0mYw igamaliel (2014-11-06 19:04:15) O legado dos Jesuítas no Brasil: Certa jovem está trabalhando em uma loja, vendendo roupas como de costume,... h p://t.co/tbpKwUPtdV 7
  • 8. igamaliel (2014-11-06 19:05:43) O legado dos Jesuítas no Brasil h p://t.co/LbIxGmUaOW igamaliel (2014-11-06 19:05:20) O legado dos Jesuítas no Brasil - h p://t.co/K3rMhCNrJz h p://t.co/gcVplsj3j6 igamaliel (2014-11-06 19:05:11) O legado dos Jesuítas no Brasil h p://t.co/X8lKpOk6Al Ana Silva (2014-11-08 00:58:02) [1]Ana Silva liked this on Facebook. 1. https://facebook.com/profile.php?id=100007845882753 Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico (2014-11-06 19:08) Um amigo nos pediu para escrever algo sobre o grande teólogo Suíço Karl Barth, um de nossos escritores preferidos, com um detalhe, de modo que mesmo alguém que não conhece ou estuda teologia possa entender os pontos princi- pais de sua cosmovisão, o que se traduz em uma árdua tarefa. Barth era um brilhante erudito e escrevia com erudição ímpar, usando muitos termos e expressões do mundo teológico, nomes de doutrinas que foram objetos de disputas na história da igreja, além do uso de expressões em la m, grego e outros, o que dificulta a leitura e uma compreensão imediata. Outro complicador é que ele se ex- pressava de modo como se todos e qualquer pessoal fosse capaz de captar os seus pensamentos e vesse a exata compreensão de tudo o quanto dizia. Não sei se isto se configura em virtude ou defeito, mas assim Karl Barth falava e escrevia. A obra de Barth é muito extensa com poucas (em relação ao conjunto) obras em português, contudo aprendi (e aprendo) muito o chamado “pai da neo-ortodoxia” e com as obras que temos. Então creio que posso falar daquilo que tenho aprendido, um pouco de sua visão geral. Quero adiantar que não temos como nos estender nos comentários, bem que gostaria, mas são muitos pontos impor- tantes e que precisam ser trabalhados um a um. Iremos abordar neste estudo, rapidamente, alguns deles, iniciando com sua história pessoal e destacando o que consideramos como o principal ou o melhor deste teólogo. Cumpre-nos apresentar o autor: O homem e teólogo Karl Barth 8
  • 9. “Nasceu na Basileia, no dia 10 de maio de 1886, no seio de uma grande família profundamente dedicada à teologia e à pregação. Passou a juventude em Bern, onde seu pai lecionava teologia. Seus estudos o levaram a universidade, em Bern, às universidade alemãs de Tübingen, Marburg e Berlim. Depois de uma experiência crucial como pastor na aldeia de Safenwil, na Suiça, Barth lecionou teologia nas universidade alemãs de Gö ngen, Münster e Bonn. Expulso desta úl ma por se recusas a jurar liberdade a Hitler, voltou à Basileia onde ensinou teologia de 1935 até se aposentar, em 1962. Jamais concluiu um doutorado, embora fosse posteriormente agraciado com numerosos tulos honorários. Barth era um homem robusto e bem-humorado, mas nha em geral um ar muito sério. [...] Morreu em 1968, aos 82 anos.” [1] O pastor suíço ganhou repercussão mundial com o seu livro Carta aos Romanos de 1922, e ainda por sua perspec va dogmá ca da fé, da revelação e da igreja. Viveu durante o período das duas grandes guerras mundiais, o que (tam- bém) influenciou as suas exposições. Um ponto auto de sua história foi quando se negou fazer o cumprimento nazista nas aulas da universidade alemã em que lecionava, sendo, por causa disto, expulso daquele país. Começando pelo nome como sua teologia é conhecida, NEO-ORTODOXIA – ou teologia da crise, entre o divino e o humano, representou um retorno, em tempos de teologia liberal, à teologia da reforma, com reflexões e, por que não, com algumas correções as doutrinas dos reformadores. Definição de neo-ortodoxia, segundo Erickson (2011, p. 134): “Sistema de teologia associado a Karl Barth, Emil Brun- ner e Reinhold Niebuhr. Embora aceitasse o cri cismo bíblico e certa quan dade de pensamento existencial, o movi- mento enfa zou a transcendência divina, assim como a pecaminosidade e a necessidade humanas. Representou um retorno a formas modificadas de doutrinas ortodoxas em contraste com o abandono de tais doutrinas realizado pelos liberais.” [2] Outra nome dado a sua teologia é “TEOLOGIA DA DIALÉTICA”, a teologia do sim e do não, da reflexão, como dito, voltava-se a transcendência divina. Segundo Gonzalez (2005, p. 93), Dialé ca tem origem: “Na Filosofia grega, Platão 9
  • 10. escreveu diálogos nos quis buscava encontrar a verdade mediante a conversação e, por isso os historiadores se ref- erem ao método de Platão como “dialé co”. Na idade Média, o uso da razão na inves gação teológica frequente- mente era chamado de “dialé ca”, porque a razão se move de maneira semelhante a um diálogo interno [...] Hegel (1770-1831) desenvolveu uma “dialé ca” que era toda uma filosofia da História como desenvolvimento do pensa- mento da mente universal [...] Mais tarde, Karl Max (1818-83) opôs-se ao idealismo de Hegel, mas reteve muito de sua dialé ca, chegando assim ao que chamou de “materialismo dialé co (marxismo). No começo do século XX, quando a neo-ortodoxia começava a desenvolver-se, alguns a chamaram de “teologia dialé ca” – ainda que não ex- atamente, visto que era uma teologia do paradoxo antes de uma na qual as tensões se resolviam em uma síntese superior.” [3] A ênfase de sua teologia “A revelação de Deus” e a encarnação do verbo. Teologia fundamentalmente cristocêntrica. Por Cristo, a par r Dele e para Ele. Este é o ponto que mais admiro em Barth, sua ênfase CRISTOCÊNTRICA. Isto é, tudo tem explicação, sen do, origem em Cristo, no propósito de Deus no Filho. A chave hermenêu ca e a resposta para todos os enigmas e anseios hu- manos têm resposta Nele, verdadeiro Deus, verdadeiro homem de Deus, verdadeiro Deus-homem. Jonh Sto co- menta: “A cristologia, insis a ele, é a chave da doutrina da reconciliação. E cristologia significa confessar que Jesus Cristo, o Mediador, repe u ele várias vezes “é o próprio Deus, o próprio homem, e o próprio Deus-Homem.” Há pois “três aspectos cristológicos” ou “três perspec vas” para a compreensão da expiação. O primeiro é que “em Jesus Cristo temos de ver com o próprio Deus. A reconciliação do homem com Deus acontece quando o próprio Deus a vamente intervém.” O segundo é que “em Jesus Cristo temos de ver com o verdadeiro homem [...]. É assim que Ele se torna o reconciliador entre Deus e o homem”. O terceiro é que, embora sendo o próprio Deus e o próprio homem, “Jesus Cristo é um. Ele é o Deus-homem”. Somente quando se afirma esse relato bíblico de Jesus Cristo, pode-se compreen- der a singularidade do seu sacri cio expiador. A inicia va está “Com o próprio Deus eterno, que se deu a si mesmo em seu Filho para ser homem, e, como homem, tomar sobre si esta paixão humana [...]. É o juiz que nesta paixão toma o lugar daqueles que deviam ser julgados, que nesta paixão permite ser julgados em lugar deles”. “A paixão de Jesus Cristo é o juízo de Deus, no qual o próprio Juiz foi julgado.” [4] (grifo nosso). Outra caracterís ca, dentro deste aspecto cristocêntrico, é que para Barth todo o conhecimento de Deus vem da revelação, parte do encontro do homem com o Deus do homem, que revela-se a Si mesmo. O homem só conhece a Deus plenamente na pessoa de Jesus Cristo, em sua encarnação, como Ele é agora, Cristo foi, como Cristo foi Ele é. Só podemos entender algo sobre Deus a par r da pessoa do Filho. As doutrinas da eleição, da expiação e da predes- nação, que para Barth é sempre dupla (não no sen do tradicional deste termo – como pensam os calvinistas, mas de outro modo), tais doutrinas, tendo a cruz como o centro, têm par cular tratamento, o autor afirma que se Deus não vesse, por pura graça, decidido se revelar aos homens nós jamais poderíamos conhecê-Lo. A revelação E o que vem ser “revelação” para Barth? A grosso modo seria, por um aspecto, a encarnação de Cristo, isto é, Deus manifestando-se na forma de um homem aos homens, e por outro, o encontro do imortal com o mortal, do Deus Santo com o homem pecador, do atemporal com o temporal, do impossível com o possível, de Deus com homem, do encontro de cada homem com Deus, pela graça, pela ação do Espírito, graças a aliança proposta pelo Pai, feita no Filho, garan da pelo Espírito, penhor da nossa 10
  • 11. herança. “Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta”. Jesus respondeu: “Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Que me vê, vê o Pai, como você pode dizer: ‘Mostra-nos o Pai’?” Jo 14.8-9 Quando comecei a ler Bath, minha perspec va de Jo 14 se ampliou, me deparei com uma perspec va totalmente nova do que seja a revelação, como bem asseverou sobre o que é revelação para o teólogo suíço o Prof. Ricardo Quadros Gouvêia, segue: “Deus revelando-se a Si mesmo aos homens, não apenas algo divino, não algo semelhante a Deus, não algo que vem de Deus, não algo sobre Deus, mas, Deus, Ele mesmo é o conteúdo da revelação”’ [5] Entendi porque o cris anismo é superior a qualquer outra forma de crer, não porque pensasse diferente disto, mas porque não nha instrumentos(além de minha própria fé) para sustentar o porquê da questão. O cris anismo tem o privilégio da revelação, superior a qualquer outra religião, ou tenta va de buscar ou forma de conhecer a Deus por meios naturais, meios reflexos. E, por que com certeza podemos afirmar isto? Porque na Bíblia e na encarnação de Cristo o próprio Deus se revela aos homens, Sua forma (santa, pura, misericordiosa, que se compadece), o seu caráter, o próprio Deus é aquele que se compadece e é o parceiro superior da aliança em Cristo, o salvador dos homens, é Ele que nos pega pelas mãos, aquele que sabe o que sen mos, isto porque Ele experimentou a humanidade (mas sem pecado, Hb 2.17-18; 4.15), e em sua humanidade, isto é, em uma forma compreensível a nós, não como algo mís co e impossível, mas como algo humano, como o pão e água da vida, podemos então conhecê-Lo. O Mediador é Deus. “A verdadeira e única divindade nos é revelada plenamente em Cristo Jesus, da mesma forma que a verdadeira hu- manidade nos é revelada também em Cristo Jesus! Em Jesus nos ganhamos a plenitude do que significa: “Deus para o mundo, Deus para a humanidade, o céu para a terra.”! [6] “A revelação é uma automanifestação de Deus, Ele se dá a conhecer a si mesmo. A revelação apresenta ao homem, como suposto e confirmação, o fato de que as tenta vas humanas para conhecer a Deus por seus próprios meios são vãs. Na revelação Deus diz ao homem que é Deus e que, com tal, Senhor do homem. Com isto a revelação diz ao homem algo completamente novo. Algo que sem a revelação, não pode nem saber, nem dizer aos outros. Que o homem possa conhecer a Deus, somente pode afirmá-lo com verdade na revelação.” [7] Karl Barth era um defensor da Dogmá ca, tendo escrito sua obra mais volumosa com este nome “Dogmá ca Ecle- siás ca” que ficou inacabada. Dogmá ca – significa uma dedicação ao estudo das doutrinas ou aos dogmas da igreja, antes da construção de sistemas especula vos ou próprios. Barth compreendia a fé como um salto, uma razão supe- rior, que se origina na revelação, uma herança da influência de Soren Kierkegaard. Fé significa conhecer, experimentar, ser objeto da auto-revelação de Deus. A fé é também uma decisão. “Crer significa isto: reconhecer o próprio pecado, abandonando-se à infinita e benevolente jus ça de Deus exercida sobre o pecado. Concretamente, crer é reconhecer que nos opomos à graça aderindo-nos a ela, que se opõe a nossas oposições e resistências com poder infinito. Neste reconhecimento da graça, no reconhecimento que jus fica o ímpio, que também é graça para o inimigo da graça, é onde a fé cristã reconhece a verdade da religião cristã.” [8] “Descobre-se e conhece-se a Deus quando Ele se dá a conhecer a si mesmo, dentro da sua inteira liberdade”. [9] 11
  • 12. SIM e NÃO – Um ponto pouco exposto de sua teologia é o aspecto do Sim e não – acredito que pela necessidade de uma grande explanação que este aspecto demanda, mas vou tentar resumir. Para Barth Deus diz sim ao homem, ao decidir criar a humanidade, ao decidir ser Ele mesmo o objeto, no Filho, e a garan a da aliança, no Espírito, entre Deus e o homem, ao passo que, ao mesmo tempo, ele rejeitou a humanidade caída, e a prova disto é o sofrimento e a maldição a que Cristo se submeteu para a redenção da humanidade. (Is 53; II Co 5.19-20; Gl 3.13) De outro modo, também podemos considerar que Deus diz sim a tudo o que é aliança, fé, san dade, amor, graça e paz, e rejeita tudo o que está fora dela, tudo o que não está ligado a Cristo, ao que diz não a incredulidade, ao mal, a morte e o pecado, a jus ça própria, a al vez, a insubmissão, a rebeldia, diz não pecador (isto é, a seu estado), que precisa assimilar o não de Deus, reconhecendo a sua condição deplorável, o seu não poder, sua total impotência salvífica e a sua rebelião, e aceitando o Seu não, então é possível, pela ação da livre graça de Deus, receber o Seu sim. “Não podemos reconhecer nossa eleição em Jesus Cristo sem reconhecer primeiro e antes de mais nada a nossa re- jeição, e isto mais uma vez também em n´Ele.” [10] Sobre o que é o mal, dentro da perspec va do sim e não: “É a queda dentro do nada. Poderia ser diferente? Se abordo esse tema, é unicamente para mostrar que esse vasto domínio que nós chamamos o mal, a morte, o pecado, o diabo e o inferno, não é criação de Deus, mas, ao contrário, é o que está excluído pela própria criação, aquilo para o que Deus diz não.” [11] A eleição revela a liberdade de Deus e da Graça. Deus é livre – escolheu ser Deus e Senhor do homem. Em seus livros podemos encontrar frases que caracterizam bem isto, sobre Deus: “Aquele que ama em liberdade”, sobre a Graça: “É a livre graça de Deus que elege”. A PALAVRA/BÍBLIA – para Barth a palavra tem o real sen do do logos, e se refere a uma das três coisas (a depender do contexto) ou a todas em conjunto, ou seja, a Jesus Cristo, as Escrituras e a pregação do evangelho. “Não é o correto pensamento humano sobre Deus que forma o conteúdo da Bíblia, mas o correto pensamento divino sobre os homens. A Bíblia não nos conta como nós devemos falar para Deus, mas o que Ele diz para nós; não como encontramos o caminho para ele; mas como Ele tem visto e encontrado o caminho para nós; não a correta relação na qual nos devemos situar a nós mesmos com relação a Ele, mas o pacto que ele fez com todos os que são filhos espirituais de Abraão e que selou de uma vez por todas em Jesus Cristo. É isto que está na Bíblia, a Palavra de Deus está na Bíblia.” [12] (grifo nosso) Este úl mo grifo talvez seja o ponto de maior crí ca à obra deste autor. Os crí cos (normalmente os calvinistas de- fensores da TULIP) afirmam que ele sugeria que a Bíblia poderia possuir falhas (não do conteúdo, mas ortográficas, geográficas, históricas e outros) e que abandonou o conceito ortodoxo (que também defendemos) de que a Bíblia é a palavra de Deus e não “contem”, mas é, a Palavra. Mas isto, sobre o abandono a ortodoxia por Barth, não considero verdadeiro, muitas vezes ele defendeu a Bíblia como sendo a palavra de Deus, como superior a qualquer outra forma ou expressão, pois por meio das Escrituras Deus se revela aos homens. Mas para Barth a palavra também tem o sen do da revelação de Cristo, o logos divino, quando Jesus declara “são elas que dão testemunho de mim”, é neste sen do que Barth diz que a Bíblia contém a palavra, no sen do que por meio das Escrituras o homem tem um en- contro pessoal com Deus, com o logos divino, enfa zando que Cristo (Deus) é ainda superior à própria Palavra, que é a revelação de Deus aos homens, porque a Palavra vêm de Cristo e não Cristo da palavra. (não sei se consigo ser suficiente claro neste ponto, mas é isto). Barth enfa za que Deus está além da letra, assim como está além da melhor 12
  • 13. perspec va humana a respeito Dele. O que Barth sugere (ou como entendemos este ponto) é que, por exemplo, duas pessoas leem a Bíblia, uma, pela ação do Espírito Santo, a compreende e tem um encontro real com Deus e outro, a quem Deus não se revelou (por razões que só Ele conhece), jamais poderá conhecer a Deus, sem a ação do Espírito, simplesmente pela letra. Quantos leem a bíblia e não creem? Certamente muitos. Neste sen do, a palavra de Deus, o logos, a revelação de Deus ao homem, está na Bíblia. De todo modo, longe da polêmica, a melhor e mais simples forma de entender isto é compreender que a Bíblia é a Palavra de Deus (e ponto), saiu do coração Dele, divina inspi- rada, inerrante, aos homens. “A história Bíblica no An go e no Novo Testamento não é absolutamente história, mas vista de cima é uma série de atos livres divinos e vista debaixo uma série de tenta vas infru feras do empreender algo em si impossível.” [13] Crí ca a religião Como toda a escola reformada, assim se considera e ele mesmo se considerava, Barth cri cou toda tenta va humana de jus ficação, tratando esta conduta como um pecado, uma rebelião. Segue uma de suas definições do ato religioso: “Como já vimos as duas formas primi vas, por assim dizer, normais de toda a religião são a formação de uma ideia de divindade e o cumprimento de uma lei. A urgência religiosa do homem busca apaixonadamente sa sfazer-se por intermédio desses duas figuras: uma ideia de divindade, uma norma de comportamento.” [14] Em busca de jus ficar-se, tornar-se aceitável diante de Deus, o homem religioso cria um conjunto de regras exteriores para cumpri-las, além disto, forma uma ideia e conceito próprio e par cular sobre Deus, que se seja adequada a si mesmo. ELEIÇÃO – Eleitos em Cristo e para Cristo. Ponto de grande destaque é a doutrina da eleição. Neste tema Karl Barth se aprofundou como nenhum outro teólogo antes dele. Escreveu sobre este tema com muita propriedade e dizia que a doutrina da eleição não produz a insegu- rança da incerteza, de estar ou não estar em Cristo, nem a eterna dúvida do decreto mecânico, eleito ou não eleito, como pregou e prega a escola Calvinista, NÃO, mas de uma forma que produz paz, conforto, certeza e segurança, sem injus ça, sem produzir acepção de pessoas sem nenhum mo vo. “Quando nós perguntamos a Bíblia o que ela tem a nos oferecer, ela responde colocando-nos o fato da eleição.” [15] “Sobre Jesus Cristo, nada sabemos com maior certeza e exa dão do que isto: em livre obediência a Seu Pai, Ele escol- heu ser homem, e como homem, fazer a vontade de Deus. Se Deus nos elege igualmente, essa nossa eleição se dá na eleição de Jesus Cristo e por meio dela, neste ato de livre obediência e por meio dele, por obra de Sue Filho[...] É nele que a eleição eterna se converte imediata e diretamente na promessa da nossa eleição, decretada que foi no tempo do nosso chamado, ou vocação, para a fé, do consen mento por nós concedido para a intervenção a nosso favor, da revelação de nós mesmos como filhos de Deus.” [16] O Dr. Roger Olson, em Teologia Arminiana, mitos e realidades, diz que não é possível um híbrido entre calvinismo e arminianismo, ou estamos de um lado ou de outro, no que tange a soteriologia. Em parte discordo. Sobre a eleição e predes nação a teologia de Barth não é um hibrido de Calvino e Armínio, na realidade ele está em uma perspec va totalmente diferente, um modo de pensar diverso, de maneira que hora coincide com algum ponto, que diríamos es- tar ligado a teologia calvinista (Ex: escolha de Deus, determinação de Deus), ora em um ponto que consideraríamos claramente arminiano (ênfase na necessidade decisão individual frente a ação da graça; escolha humana a respeito do 13
  • 14. sacri cio divino, a liberdade derrama sobre os homens), então, em alguns momentos ele tece crí cas as duas escolas, em certo momento as duas ao mesmo tempo, como veremos mais adiante no ponto predes nação. “O que acontece é que a igreja e os filhos de Deus sempre são tentados a inverter a ordem da eleição divina, colocando em primeiro lugar sua fé, seu amor, seu testemunho, sua tradição e sua esperança e, imaginando que podem livre- mente decidir-se por Jesus Cristo, não se apercebem que nisso revelam que já não sabem o que esse nome significa.” [17] “[a graça] em primeiro lugar ela sublinha o fato muito simples, mas que nunca foi nem será suficientemente consider- ado: de que a graça é graça de Deus, ato seu, obra sua, vontade sua e reino seu. Isso também significa, em todos os casos, que ela não só é uma determinação, mas uma predeterminação, predes nação da nossa existência humana; que perante ela estamos lidando apenas com uma instância a deparar-se conosco, mas com uma instância superior a nós, de uma superioridade fundamental e qualita va. Quando nós decidimos perante ela, então sempre já está decidido sobre nós mesmos: Desde o princípio (2 Ts 2.13), “antes da criação do mundo”, (Ef 1.4), portanto antes de tomarmos conhecimento dela ou de nem sequer necessitarmos dela, independentemente (e entenda-se bem, inde- pendentemente no próprio Deus) da concre zação e de toda a formação pecaminosa ou justa de nossa existência”. [18] “Outra coisa também não pode significar mais especificamente o conceito da eleição: O que ela ressalta é a liberdade da graça. [...] Sempre já em si mesmo graça quando uma pessoa pode aceitar graça. [...] também a decisão humana frente à decisão do Deus misericordioso (a qual, entretanto, precisa ser tomada) sucede baseada em decisão prévia de Deus” [19] “Jesus Cristo é a realidade da aliança entre Deus e o homem”. [20] Poderíamos falar muito, porque Barth falou bastante a respeito da doutrina da eleição e porque a par r do confronto das várias perspec vas teológicas, e especialmente a dele, construímos a nossa própria perspec va deste mistério, de antes da fundação do mundo, revelado em Cristo. A eleição de Deus em Cristo. Predes nação Neste tema ele cri ca as duas escolas soteriológicas tradicionais, calvinismo e arminianismo, propondo uma mudança de perspec va. Mas isto é um assunto no qual necessitaríamos escrever muito mais do que pretendemos neste pe- queno ar go. Leiamos, então, o próprio Barth: “Portanto a doutrina da predes nação não é porventura religiosa do determinismo, nem tampouco aquela forma do mesmo, que deduz a par r da experiência religiosa. Pelo contrário: Ela nega tanto o determinismo quanto o inde- terminismo. Ao proclamar a liberdade e senhorio de Deus, ela está tão distante daqueles que colocam o conceito da necessidade no topo do seu sistema e o propalam como princípio do universo, quanto daqueles que atribuem ao conceito da liberdade esta mesma posição. Não se pode negar que a doutrina da predes nação, tanto a de Calvino quanto a de Lutero na época do “Servo Arbítrio” (de Zwinglio então, nem se fala) sofreu muita influência do deter- minismo; isto trouxe consequências funestas, e precisamos ter a hombridade de não ir atrás deles neste ponto.” [21] (grifo nosso) A ênfase da doutrina da eleição, e consequente predes nação, consiste em uma palavra “NELE”. Ef 1.4-13. Sinte zada na frase abaixo: 14
  • 15. “Eleitos em Cristo” evidentemente quer dizer em primeiro lugar: Não em nós mesmos.” [22] (grifo nosso) Dupla predes nação (não no formato calvinista) Para Barth, falar deste assunto é falar sobre duas perspec vas, uma divina, fora do espaço-tempo, incondicional (em muitos sen dos, mas não se referente à escolha do individuo A e/ou B para perdição ou salvação), e outra a per- spec va humana, dentro do espaço-tempo. Uma, a visão de cima para baixo e outra, divina, e outra a de baixo para cima, e que para o homem é impossível compreender/considerar ambas ao mesmo tempo, e por isto tanta polêmica e controvérsias a respeito do tema predes nação. (textos base: Rm 8.29-30; Ef 1.4-11, I Pe 1.2). Para o Suíço, em certo sen do, a eleição e a predes nação são sempre dupla, vejamos: “Olhando da perspec va do eleito, eleição significa um ato de liberdade e senhorio; olhando para os eleitos, significa um ato de escolha e dis nção. Não existe eleição se não houver também não-eleição, preterição, repúdio. Por esta razão a doutrina da predes nação forçosamente é doutrina da dupla predes nação. É desta forma que ela também se encontra, sem dúvida, na escritura sagrada: “Muitos são chamados, mas poucos escolhidos” (Mt 22.14). “Amei a Jacó, porém me aborreci de Esaú” (Rm 9.13). “Naquela noite dois estarão numa cama; um será tomado, e deixado o outros; duas mulheres estarão juntas moendo; uma será tomada, e deixada a outra; dois estarão no campo, um será tomado, e o outro deixado (Lc 17.34s)”. [23] Caro leitor, muita atenção, para não confundir a dupla-predes nação que Barth afirma com o fatalismo calvinista, pois não há qualquer relação entre elas. O que o teólogo suíço enfa za é que “onde há eleição, há rejeição”, se eu escolho algo, entre muitos ou alguns, por consequência eu rejeito algo, inevitável. A pergunta que fica é “o que Deus rejeitou e rejeita”? Mas esta explicação deixaremos para aprofundamento em algum outro momento. “Não podemos reconhecer nossa eleição em Jesus Cristo sem reconhecer primeiro e antes de mais nada a nossa re- jeição, e isto mais uma vez também em n´Ele”. [24] “Entenda-se bem: Precisamente Jesus Cristo na cruz é, afinal, o eleito de Deus.” [25] Jesus como o eleito de Deus… outro ponto daqueles em que é impossível escrever algo em algumas poucas linhas. Crí ca a predes nação calvinista Sobre a interpretação calvinista de Romanos 9.10-23: “Aqueles capítulos não dizem que a humanidade está dividida desta ou daquela forma, que há predes nados neste ou naquele sen do, assim como há homens e mulheres, brancos e negros. Neste ponto a doutrina clássica da pre- des nação, numa funesta consequência de outros de erros seus, representava uma antropologização, mecanização e estabilização ilícitas da majestosa alterna va divina sob a qual estamos colocados em Jesus Cristo e cujo testemunho é o sen do da doutrina bíblica da predes nação.” [26] Eleitos estamos ao dizer sim a Cristo: “Eleitos estamos nós ao dizermos sim à nossa eleição em Jesus Cristo, e assim justamente ao dizermos sim também para a nossa rejeição, porém para a nossa rejeição carregada e anulada por Jesus Cristo, e somente então sobretudo para a nossa eleição.” [27] 15
  • 16. “Afinal a pessoa humana em sua livre decisão é objeto da prévia decisão divina.” [28] A humanidade de Deus Karl Barth não teve receio de falar no aspecto da humanidade de Cristo. Muito de fala em Cristo, em seu aspecto divino, como alguém que está longe, quando Ele é o Emanuel. Muito se fala na rejeição do homem por Deus, por causa da queda de Adão, mas pouca sobre a escolha de Deus pela humanidade, criar a humanidade, encarnar em Cristo, e ser parceiro superior da aliança e Deus do homem. Barth ousou tratar sobre isto. “Sim, e este é o ponto para trás do qual não se pode mais retroceder: Deus está ao lado do ser humano. Isso é sober- anamente fundamentado nele mesmo, e unicamente por ele mesmo determinado, delimitado e ordenado. Assim, e não de outra maneira, ele se torna acontecimento e se torna conhecível. Trata-se, porém, de que Deus realmente está ao lado do ser humano. Quem é Deus e o que ele é em sua divindade, isso ele demonstra e revela não no espaço vazio de um ser-para-si divino, mas, de modo autên co, justamente no fato de exis r, falar e agir como parceiro (por certo pura e simplesmente superior) do ser humano. Aquele que faz isso, esse é o Deus vivo. E sua divindade é a liberdade na qual ele faz isso. Ela é a divindade que, como tal, também tem o caráter de humanidade. Somente desta forma e afirmação da divindade de Deus devia e deve ser contraposta àquela teologia do passado: em forma de recepção posi va, não de rejeição irrefle da da par cula veri que de modo algum lhe pode ser negada, mesmo quando se descobre radicalmente sua fraqueza. Justamente a divindade de Deus, corretamente compreendida, inclui sua humanidade.”[29] “No espelho da humanidade de Jesus Cristo revela-se a humanidade de Deus, incluída em sua divindade. Deus é as- sim com ele. Assim diz seu sim ao homem. Assim ele par cipa do ser humano. Assim ele se engaja em favor do ser humano.” [30] O homem O que é o homem? “O homem é um enigma e nada mais, e seu universo jamais será tão vivamente visto e sen do, é uma questão. Deus con nua em contraste com o homem como o impossível em contraste com o possível, como a morte em contraste com a vida, como a eternidade em contraste com o tempo. A solução do enigma, a resposta à questão, a sa sfação da nossa necessidade é absolutamente o novo evento pelo qual o impossível torna-se por si mesmo possível, a morte torna-se vida, a eternidade tempo, e Deus homem.” [31] “O homem nem é capaz de reconhecer por si mesmo sua inquietude e seu pecado. É-lhe necessário primeiro conhecer Jesus Cristo: é em sua luz que nós vemos a luz que nos revela nossas próprias trevas.” [32] ESPAÇO-TEMPO, o dilema, o que gera dificuldades interpreta vas, é a falta de compreensão desta diferença, entre o que é temporal e Deus que está fora do tempo. Desejamos a sa sfação dos nossos interesses, propondo o foco de Deus a nós, a nossa escolha pessoal ou a nossa decisão, e não o foco Nele, no que Ele deseja, escolheu, planejou. “Confundimos a eternidade com temporalidade. Esta é nossa falta de respeito no relacionamento com Deus. Sec- retamente, nesse modo de proceder, somos nós os senhores. Para nós não se trata de Deus, porém das nossas necessidades [de nossos desejos e conveniência] pelas quais queremos que Deus se oriente.” [33] “É preciso considerar-se em conjunto, no mesmo momento, a eternidade e o tempo, Deus e o homem, para compreen- der o que realmente significa o nome de Jesus Cristo! Jesus Cristo é a realidade da aliança entre Deus e o homem”. 16
  • 17. [34] Aliança eterna em Cristo “Ora, o Deus de paz, que pelo sangue da aliança eterna tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande pastor das ovelhas”. Hb 13.20 Este ponto é di cil de tratar, porque é o ponto que gostamos muito. Mas Barth trata e explica o que vem ser a aliança que Deus propôs, antes da fundação do mundo (Mt 25.34; Ef 1.4; I Pe 1.20; Ap 13.8). A minha própria teologia se origina e se desdobra sobre este propósito e aliança, Cristo, porque a Bíblia fala disto, da aliança entre Deus e os homens (aqueles que creem) por meio de Jesus Cristo. Mas vamos colar, pelo menos, a definição do que seria esta eterna aliança em sua teologia. Segue: “Em sua palavra Deus revela o seu agir no horizonte de sua aliança com o ser humano; e na história da cons tuição, manutenção, realização e conclusão desta aliança ele se revela a si mesmo. Revela sua san dade, mas revela também a sua misericórdia – misericórdia de pai, de irmão, de amigo. Revela também seu poder e sua majestade como senhor e juiz do ser humano; revela, portando, a si mesmo como o primeiro parceiro dessa aliança , a si mesmo como o Deus do ser humano. Mas em sua palavra revela também o ser humano como criatura, como seu devedor insolvente, como ser perdido sob seu juízo. Mas também revela-o como criatura man da e salva por sua graça, como ser humano lib- ertado para Deus, posto a seu serviço. Revela o ser humano como seu filho e servo, como amado por Ele e, portanto, como segundo parceiro da aliança; em síntese: revela o ser humano como o ser humano de Deus.” [...] A aliança é a união de Deus com esse povo, dentro de sua história comum. Ela fala, de maneira estranhamente contraditória, mas inequívoca, do encontro jamais interrompido, do diálogo, da comunhão entre o Deus santo e fiel e um povo que não é santo e nem fiel. Assim ela fala simultaneamente da presença constante e fiel do parceiro divino, e do falhar de seu parceiro humano, des nado a ser-lhe conforme, a corresponder à sua san dade, a responder com fidelidade à sua fidelidade divina. Assim ela revela a plenitude divina da aliança – não a humana. Neste sen do ela ainda não fala da aliança em sua plenitude consumada. É assim que, transcendo a si mesma, aponta para uma consumação que nela tende a realizar-se, que, no entanto, ainda não chega a ser realidade”. [35] (assim fala da aliança entre Deus e Israel, como figura da aliança eterna em Cristo, entre este e a sua esposa). “Em vista desse seu Filho, que devia tornar-se homem e portador dos pecados dos homens, Deus amou o homem e, com o homem, todo o mundo desde a eternidade, antes ainda de criá-los”, [36] Muitos outros pontos, que também não podem ser ditos menores que principias, ficaram de fora deste nosso pe- queno comentário, como “Deus, o totalmente outro”, que trata do aspecto da transcendência divina, “Analogia da Fé”, a contemplação e impossibilidade de captura do objeto da teologia (Deus), o papel da teologia, a própria doutrina da eleição que pode ser objeto de muitos outros estudos, mas ficaremos por aqui. Espero que tenham gostado e esclarecido alguns pontos da teologia deste brilhante autor, que certamente, inde- pendente de qualquer coisa, e é admirado até mesmo pelos católicos, é impossível passar a história do pensamento teológico sem citá-lo, e se porventura formos listar os maiores nomes da história da teologia, certamente Karl Barth estará entre eles. Graça e paz a todos. 17
  • 18. igamaliel (2014-11-06 19:10:06) Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico: Um amigo nos pediu para escrever algo sobre o grande... h p://t.co/EOhypFWT9F igamaliel (2014-11-06 19:09:51) Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico: Um amigo nos pediu para escrever algo sobre o grande... h p://t.co/S8Bu2HDneW SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:09:22) Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico h p://t.co/KtaKfLVwtC SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:09:16) NO #MAISCRUZ Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico: Um amigo nos pediu pa... h p://t.co/vyJHeqqz8Y VIA @SIGAMAISCRUZ igamaliel (2014-11-06 19:11:17) Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico - h p://t.co/7KQUYet19m h p://t.co/AjxLbp3cTs igamaliel (2014-11-06 19:10:01) Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico: Um amigo nos pediu para escrever algo sobre o grande... h p://t.co/Qdi0kLRtzN igamaliel (2014-11-06 19:11:29) Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico h p://t.co/nT169li0A1 igamaliel (2014-11-06 19:11:23) Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico h p://t.co/nxOrBVHyc9 igamaliel (2014-11-06 19:11:33) Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico h p://t.co/YeHnakAXYa A Gênese da Predes nação na História da Teologia (2014-11-06 19:13) A história da eleição e predes nação, enquanto doutrinas da igreja de Cristo, têm atraído os mais diversos estudiosos e também leigos que amam as Escrituras e a história do Cris anismo. Deste modo, quero recomendar um excelente livro que li recentemente, de um amigo, o Pr. Thiago Ti llo, e compar lhar, com autorização do autor, um capítulo, a introdução de “A Gênese da Predes nação na História da Teologia Cristã.” Boa leitura. INTRODUÇÃO O filósofo existencialista francês Jean Paul Sartre disse que o homem “está condenado a ser livre”.[1] Todavia, os con- ceitos de condenação e liberdade não se complementam. Mas o paradoxo permanece: até que ponto o homem é livre e em que sen do essa liberdade é limitada por circunstâncias internas e externas? Agos nho, bispo de Hipona e doutor da Igreja, buscou responder essas questões em sua vasta obra. No decurso das controvérsias maniqueísta, dona sta e pelagiana, ele desenvolveu seu pensamento sobre o pecado e a graça, e seus desdobramentos extensivos ao livre-arbítrio humano e à predes nação divina. Mas será que o pensamento de Agos nho sobre o pecado e a graça representa fielmente o ensinamento que ele recebeu da Igreja através dos mestres que o precederam? Ou as demandas em que se viu envolvido o desviaram do 18
  • 19. ensino comum da Igreja acerca dessas questões? Por muito tempo defendi que o monergismo ensinado por Agos nho e resgatado pela Reforma através de Mar nho Lutero, Ulrich Zuínglio e João Calvino, era a verdadeira doutrina transmi da por Cristo e seus apóstolos aos primeiros líderes da Igreja que os sucederam, tendo no bispo de Hipona a mente que sistema zou o pensamento já existente de forma embrionária nos primevos pais.[2] Após o abandono da doutrina por quase toda a Idade Média, a mesma fora redescoberta pelo monge agos niano que incendiou a Alemanha, e grande parte da Europa, com suas ideias re- formistas expostas nas noventa e cinco teses que foram afixadas na porta do Castelo de Wi enberg em 31 de outubro de 1517, véspera do “dia de todos os santos”. Norman Geisler, em Eleitos, mas livres (2001), afirma haver uma diferença doutrinária entre o “Agos nho jovem” e o “Agos nho velho”. Essa mudança se deu em função da controvérsia pelagiana, embora a crise dona stas já a pre- nunciasse. Antes disso, porém, Agos nho seguiu os ensinos dos pais da Igreja que vieram antes dele.[3] No entanto, devido ao propósito da obra, Geisler não trabalhou as mudanças polí cas do império romano que con- tribuíram para o surgimento do par do dona sta. É nesse contexto que o uso da força estatal em favor da Igreja Católica recebe o apoio de Agos nho, preparando o caminho para sua mudança de concepção acerca das doutrinas do pecado e da graça. A forma como bispo norte-africano lida com essa nova realidade em seu fazer teológico recebe especial atenção nessa obra. É fato que nenhum grande pensador constrói seu sistema de crenças sem passar por períodos de ajustes e mudanças. Agos nho não foi exceção. Nesse trabalho, serão observadas as etapas que culminaram na maturidade teológica do pensamento de Agos nho, pontuando as implicações que cada momento teve na construção do seu edi cio teológico. Para tanto, os tratados e obras do mais destacado pai da igreja ocidental são imprescindíveis.[4]Autores como Peter Brown (2011), biógrafo moderno de Agos nho, e os historiadores Dale T. Irvin e Sco W. Sunquist (2004) foram de grande auxílio, principalmente na reconstrução do cenário polí co-social do período no qual o bispo hiponense se empenhou em combater os cismá cos dona stas. Na área da teologia histórica, autores como Roger Olson (2001), R. C. Sproul (2001), Henry Be enson (2007) e Heinrich Denzinger (2007) contribuíram com suas obras para a produção da pesquisa que resultou neste livro.[5] Para atender ao propósito geral, a obra se divide em quatro partes. Na primeira, são apresentados os termos-chaves que aparecerão no decorrer do livro: predes nação e livre-arbítrio, pecado e graça, monergismo e sinergismo. A segunda parte trabalhará os sistemas teológicos em disputa na controvérsia sobre o pecado e a graça, a saber, o pelagianismo, o agos nianismo e o semipelagianismo. A terceira parte trata especificamente da teologia agos niana. Apresenta o seu desenvolvimento doutrinário acerca do pecado e da graça, e em quais circunstâncias o bispo de Hipona foi forjando seu pensamento durante os novos desafios demandados pelos debates com os maniqueus, dona stas e pelagianos. É justamente em meio à formulação do pensamento sobre o pecado e a graça que Agos nho toca na questão do livre-arbítrio e da predes nação. Por fim, a quarta e úl ma parte analisa a proposta doutrinal de Agos nho em relação à doutrina comum da Igreja, e o legado de suas ideias à fé cristã ocidental. Primeiramente, é feito um levantamento do pensamento de seis pais da Igreja anteriores a Agos nho sobre o pecado e a graça: três da igreja oriental – Jus no, Ireneu e Orígenes –, e três da igreja ocidental – Tertuliano, Cipriano e Ambrósio. Tal levantamento permite observar quais elementos Agos nho ab- sorveu de seus antecessores, e qual o ponto de distanciamento entre eles. Depois, aborda-se o tratamento dado pela Igreja às controvérsias entre Agos nho e os par dos pelagiano e semipelagiano. Os cânones e resoluções sinodais e 19
  • 20. conciliares são analisados – em especial, o Concílio de Éfeso (431) e o Sínodo de Orange (529) –, a fim de iden ficar as marcas permanentes do pensamento agos niano na igreja ocidental. A relevância desta pesquisa ganha força diante do quadro crí co em que se encontra a igreja evangélica brasileira: de- sconhece os tesouros que lhe fora legado pela tradição cristã bi-milenar, ignorando a fé que confessam, e o trabalho daqueles que dedicaram suas vidas a fim de extrair o precioso minério das Escrituras. Haykin enumera quatro mo vos para o desinteresse dos evangélicos contemporâneos pelos pais da Igreja: 1) a oposição ao catolicismo romano e suas tradições; 2) o fundamentalismo an -intelectual; 3) a esquisi ce de muitos da época da igreja an ga; 4) o desejo intenso de ser uma “pessoa do Livro”.[6] No cenário brasileiro a situação não é diferente. Embora esse cenário esteja mudando, a maioria dos textos publicados sobre os pais da Igreja ainda fazem parte do catálogo de editoras católicas. Ao considerar a verdade de que os principais dogmas da religião cristã começaram a brotar da mente desses an gos teólogos, deve-se, sem negligenciar a Bíblia – que é a “lâmpada para os pés” na jornada em defesa da verdade –, atentar para os esforços dos mestres que ensinaram esta mesma Palavra (Hb 13.7). E Agos nho, certamente, figura entre esses grandes mestres da Igreja que merecem atenção especial. Sua influência sobre a cristandade ocidental é notável. Ela “flui para dentro de movimentos religiosos radicais de oposição. Agos nho é apreciado como um dos maiores pais da Igreja Católica Romana. Contudo, foi ele que ‘nos deu a Reforma”’.[7] Assim como sua eclesiologia fora dada a Roma, sua antropologia e soteriologia foram entregues a Wi enberg e Genebra. João Calvino, um dos líderes do movimento de Reforma, escreveu: Augus nus totus noster est.[8] Franklin Ferreira diz adequadamente que “poucos teólogos são tão relevantes para nossa época como Agos nho”.[9] Conhecer o pensamento de Agos nho é essencial para entender a fundamentação intelectual do cris anismo. Con- hecer os fatores que contribuíram para a formação do seu pensamento é descobrir o porquê das principais doutrinas que norteiam a Igreja – seja católica ou protestante – nos úl mos 1600 anos. A civilização ocidental foi grandemente moldada pelo pensamento cristão an go, e a contribuição de Agos nho nesse arcabouço é inegável: “Todo desenvolvimento da vida ocidental, em todas as suas fases, foi poderosamente afetado pelo seu ensino”.[10] Hoje, mais do que nunca, a Igreja deve estar preparada para enfrentar novos desafios. Mas isso só será possível se ela entender a razão de suas crenças e prá cas hodiernas, razão esta que se encontra num passado remoto. Desconhecer o passado impossibilita uma correta compreensão do presente. Se a Igreja não ver uma boa com- preensão da sua história, assemelhar-se-á a uma pessoa desmemoriada, e, portanto, incapaz de usufruir uma vida com qualidade. Somente o conhecimento da verdade histórica torna possível entender o tempo presente e vislumbrar um futuro glorioso para a Igreja. E foi o próprio Senhor Jesus que afirmou ser o conhecimento da verdade libertador (Jo 8.32). 20
  • 21. SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:14:55) A Gênese da Predes nação na História da Teologia h p://t.co/qWQcONdxGv SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:14:49) NO #MAISCRUZ A Gênese da Predes nação na História da Teologia: A história da eleição e pred... h p://t.co/g8EERvHkJ9 VIA @SIGAMAISCRUZ Rafael Camillo (2014-11-06 19:18:26) Seja homem .. e venha debater, eu te desafio igamaliel (2014-11-06 19:15:12) A Gênese da Predes nação na História da Teologia : A história da eleição e predes nação, enquanto doutrinas da... h p://t.co/1MaUbiL9 igamaliel (2014-11-06 19:15:16) A Gênese da Predes nação na História da Teologia : A história da eleição e predes nação, enquanto doutrinas da... h p://t.co/Sn6jg8MMbq igamaliel (2014-11-06 19:15:23) A Gênese da Predes nação na História da Teologia : A história da eleição e predes nação, enquanto doutrinas da... h p://t.co/lZtvhUu7DW igamaliel (2014-11-06 19:15:29) A Gênese da Predes nação na História da Teologia : A história da eleição e predes nação, enquanto doutrinas da... h p://t.co/MkMXxnD54N igamaliel (2014-11-06 19:16:04) A Gênese da Predes nação na História da Teologia - h p://t.co/X4Am6V4B4B h p://t.co/Qa1TlmGNnK igamaliel (2014-11-06 19:16:08) A Gênese da Predes nação na História da Teologia h p://t.co/P08mDQOPgm igamaliel (2014-11-06 19:16:07) A Gênese da Predes nação na História da Teologia h p://t.co/s3fY7XB9Xb igamaliel (2014-11-06 19:16:15) A Gênese da Predes nação na História da Teologia h p://t.co/dYLOPayhdw A visão pentecostal clássica concernente a profecia (2014-11-06 19:17) A profecia e o movimento profé co ocupam lugar de destaque no estudo das Escrituras, variando de perspec va en- tre o Primeiro e o Segundo Testamento. Não obstante, analisaremos de modo breve e sucinto suas variantes, tendo em vista que no An go Testamento ela desenvolve-se de modo dis nto daquele sob o qual se apresenta no contexto neotestamentário, sendo que, no primeiro caso ocorre sob a condição de ministério profé co com funcionalidades específicas, já no segundo, sob a qualificação de dom concedido a igreja para o serviço de exortação, consolação e edificação (1Corín os 14.3). 21
  • 22. A profecia no contexto veterotestamentário A profecia no contexto veterotestamentário está indissociavelmente ligada a pessoa do profeta. Logo, a conotação que se atribui a este, por vezes se torna equivocada, pois, o termo “profeta” por descuido se tornou um equivalente sinonímico de “vidente”, isto é, aquele que se restringe a fazer previsões a respeito do futuro ou que simplesmente revela coisas ocultas, porém, este é um conceito equivocado adotado por nós ocidentais e tal ideia se deve a influên- cia exercida pela cultura grega, inclusive, sobre o pensamento não oriental. A palavra profeta, por sua vez, lança suas raízes sobre o vocábulo hebraico “nâbhî”, o qual significa nada mais nada menos que “aquele que anuncia a mensagem de outrem”. Portanto, o profeta no contexto veterotestamentário era considerado o porta voz oficial do próprio Deus, a quem compe a a responsabilidade de anunciar a Palavra e a Von- tade do Todo-Poderoso ao povo. Deste modo, o profeta era a pessoa escolhida e usada por Deus para transmi r sua mensagem e seus desígnios, isto é, a profecia em foco. Todavia, sobre a profecia no An go Testamento compete dizer que consis a não somente em mensagens relacionadas ao tempo futuro, mas também e principalmente, a cerca daquilo que estava acontecendo na realidade presente em que vivia o profeta, obje vando então trazer arrependimento e mudança para o contexto que se desenvolvia naquela época, seja nas esferas da polí ca, da economia ou da religião. Destarte, os profetas, em nome de Deus e na condição de seu representante, denunciavam a aparente “espirituali- dade” pra cada pelo pseudomoralismo da religião de sua época (Jeremias 6.13-21; 7.8-11), condenavam os abusos dos reis e poderosos sobre a massa de oprimidos, bem como, a idolatria polí ca, cultual e religiosa (Oséias 4.12-13; Ezequiel 22.1-12; Zacarias 7.8-10; Malaquias 3.5). Enfim, os profetas refle am a preocupação e o agir de Deus em favor do povo, obje vando a transformação não somente no âmago da religião, mas também na estrutura social de seu tempo. A profecia no contexto neotestamentário A profecia no contexto neotestamentário adota um enfoque diferenciado, e, portanto, será elencada entre a relação dos dons espirituais (1Corín os 12.7-10), e está qualificada no grupo dos dons ditos de “inspiração”, pois a pessoa que recebe este dom é inspirada pelo Espírito Santo ao ponto de falar aos homens, entregando-lhes uma mensagem da parte de Deus para dentro da própria realidade humana. Destarte, perceba que a profecia relacionada entre os dons do Espírito Santo consiste em bene cio específico para a igreja, e não a nge as questões propriamente polí cas e sociais a exemplo do que ocorria no contexto veterotes- tamentário. Logo, a profecia foi concedida por Deus aos cristãos com o único intuito de atender as finalidades de edificação, exortação e consolação (1Corín os 14.3) do povo de Deus. Portanto, quando uma suposta profecia não se enquadrar a nenhum destes três aspectos, deve ser sem qualquer receio, rejeitada. Compete ainda destacar que dentre os dons do Espírito Santo, a profecia é aquele dom sobre o qual a Bíblia nos induz a análise e julgamento (1 Corín os 14.29), visto que, ela pode ser de ordens ou origens dis ntas, dentre as quais, destacamos: divina, humana e maligna. Portanto, compete ao cristão, analisar cada profecia a luz do contexto bíblico, sobre o qual ela precisa estar terminantemente de acordo. 22
  • 23. Profecia de Origem Divina A profecia de origem divina é aquela cuja mensagem anunciada por determinada pessoa concorda com a Palavra de Deus e com os ensinamentos de Jesus Cristo, pois, em Apocalipse 19.10 encontramos menção ao fato de que o teste- munho de Jesus é o espírito da profecia. Vejamos o que está escrito em 2 Pedro 1.20,21 a respeito da maior de todas as profecias a nós anunciada, a infalível e inerrante Palavra de Deus (Bíblia): “Sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de par cular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movi- dos pelo Espírito Santo”. Logo, em decorrência disso, toda e qualquer mensagem que não encontre respaldo bíblico, ou que venha contra qual- quer doutrina das Escrituras, deve ser veementemente rejeitada. Inclusive, o apóstolo Paulo nos exorta que, mesmo que um anjo do céu nos anuncie outro evangelho diferente daquele que tem sido anunciado, que seja considerado anátema (Gálatas 1.8). Assim, a prova real de que uma profecia tem sua origem em Deus, é sua submissão as Escrituras e seu consequente cumprimento. Caso ela não se cumpra ou as informações nela con da não sejam condizentes com a Palavra de Deus e com a realidade vivida pela pessoa que foi alvo da aludida mensagem, deve ser desconsiderada, pois, neste caso não emana de Deus. Profecia de origem humana É aquele po de profecia onde o emissário profere uma mensagem com respaldo em sua própria emoção ou em vir- tude de alguma razão oculta em seu intelecto. Não são pessoas propriamente mal intencionadas, e comumente até existe a boa intenção de ajudar e mo var o des natário, entretanto, neste afago, movido pelas emoções e sen men- tos do seu próprio coração, terminantemente confundidos, produzem um resultado diverso da vontade e direção div- ina através da transmissão de uma mensagem não condizente e inverídica, tanto em relação à esfera espiritual quanto a verdade dos fatos que se manifestam na realidade terrena. Logo, será uma profecia que não terá seu cumprimento efe vado, visto que sua origem não está em Deus. Inclusive, a Bíblia registra o seguinte texto que precisa ser obser- vado: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” (Jeremias 17.9). Todavia, mesmo que impulsionado por boas intenções, é um perigo falar profe camente em nome de Deus sem que ele tenha de fato nos comunicado algo(Ezequiel 13.1-3;6-9). Muito embora, o texto anteriormente citado retrate a exortação de Deus concernente a profecia no contexto vet- erotestamentario, está em evidência um princípio geral que ampara a seriedade que envolve o ato de se proferir qualquer mensagem que seja em nome de Deus, e por mensagem aqui se entenda a profecia, pois, quando esta mensagem é meramente humana e não de ordem divina, resultará em engano, e por fim irá gerar falsas expecta vas sobre a pessoa a quem ela se des na, e que por não se cumprir pode gerar muitos males, desde o induzimento a 23
  • 24. tomada de a tudes não só precipitadas como também equivocadas, bem como ao estabelecimento de um estado de frustração e decepção com o próprio Deus, em virtude do não cumprimento daquilo que lhe foi prome do em seu nome. É fato consagrado que Deus defini vamente usa homens e mulheres conforme lhe apraz, e a profecia tem sua genuína fundamentação na Bíblia, conforme já abordado, pois existem pessoas fiéis a Deus e compromissadas com a Bíblia Sagrada que realmente são usadas por Ele para comunicar profe camente a mensagem divina no intento de trazer edificação, consolação e exortação (1 Corín os 14.3). Entretanto, existem pessoas equivocadas falando em nome de Deus, quando ele não falou; por isso compete à igreja buscar em Deus o discernimento espiritual e inves gar na sua Palavra fundamentação no tocante a estas questões. Além disso, embora existam pessoas que não são mal intencionadas naquilo que tange o ato de profe zar, outras o fazem por imaturidade espiritual, no vislumbre de externarem um falso conceito de espiritualidade. Além destas, existem aquelas que profe zam a par r de um conhecimento prévio de acontecimentos per nentes e por questões de lógica, cujo obje vo resume-se tão somente a validar sua credibilidade diante dos outros. Vejamos um exemplo de profecia humana aplicada por questões lógicas (estas costumam ser genéricas e nada especí- ficas): “…..se você orar, buscar a Deus, jejuar e se dedicar na leitura Bíblica, Deus vai lhe usar!”. Isto é evidentemente óbvio, portanto, é lógico, que se os passos anteriormente citados forem devidamente observados com seriedade, o resultado não vai ser outro, senão de fato sermos usados por Deus com eficácia em sua obra. Este é um simples exemplo que serve para retratar quão genéricas e humanas algumas profecias tem se cons tuído. Aliás, para se fazer tal afirmação, como a do exemplo citado, não é necessário nenhum po de “revelação divina”, mas apenas o uso da lógica. Não obstante, apesar de exis rem profecias de origem humana e maligna (sobre a qual falaremos adiante) não deve haver em nós a dúvida quanto à realidade das profecias de origem divina. Destarte, destacamos e cremos que Deus ainda hoje usa verdadeiros profetas em sua igreja, e para tanto, fica o respaldo bíblico: “Segui o amor e procurai, com zelo, os dons espirituais, mas principalmente que profe zeis (…) Mas o que profe za fala aos homens, edificando, exortando e consolando (…) o que profe za edifica a igreja. Porém, se todos profe zarem, e entrar algum incrédulo ou indouto, é ele por todos convencido e por todos julgado; tornam-se-lhe manifestos os segredos do coração, e, assim, prostrando-se com a face em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está, de fato, no meio de vós. Portanto, meus irmãos, procurai com zelo o dom de profe zar e não proibais o falar em outras línguas. Tudo, porém, seja feito com decência e ordem.” (1 Corín os 14.1,3,4,24,25,39,40). Profecia de Origem Maligna A profecia maligna é aquela que tem sua origem em satanás, sendo que, este agente onde repousa toda a malignidade também usa pessoas no intuito de transmi r e agir em favor de seus tenebrosos intentos, que se cons tuem na mais satânica INVERDADE. Satanás é o próprio pai da men ra (João 8.44). Não se engane, assim como Deus usa seus servos, satanás também encontra espaço para operar através de todo aquele que lhe dá lugar, podendo leva-los inclusive, a profe zar. Portanto, toda e qualquer profecia que induza o homem a percorrer caminhos que o afaste da san ficação e da comunhão com Deus, que negue a divindade da pes- soa bendita de Jesus Cristo, além da negação das doutrinas centrais da fé cristã, deve ser terminantemente rejeitada e repreendida, pois não provem de Deus nem dos intentos meramente humanos, mas do próprio agente da malig- nidade – satanás (Atos 13.6-10). 24
  • 25. Nubia Maria (2014-11-07 01:13:10) [1]Nubia Maria liked this on Facebook. 1. https://facebook.com/profile.php?id=100005008516793 SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:18:53) A visão pentecostal clássica concernente a profecia h p://t.co/bXxeeydCbT igamaliel (2014-11-06 19:18:51) A visão pentecostal clássica concernente a profecia: A profecia e o movimento profé co ocupam lugar de destaque... h p://t.co/b2LWYx37mO SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:18:47) NO #MAISCRUZ A visão pentecostal clássica concernente a profecia: A profecia e o movimento p... h p://t.co/dDytgTNlaD VIA @SIGAMAISCRUZ igamaliel (2014-11-06 19:18:47) A visão pentecostal clássica concernente a profecia: A profecia e o movimento profé co ocupam lugar de destaque... h p://t.co/JUYEz2LSkW igamaliel (2014-11-06 19:18:57) A visão pentecostal clássica concernente a profecia: A profecia e o movimento profé co ocupam lugar de destaque... h p://t.co/jtvIREG9tV igamaliel (2014-11-06 19:19:04) A visão pentecostal clássica concernente a profecia: A profecia e o movimento profé co ocupam lugar de destaque... h p://t.co/gG K3d2W9 igamaliel (2014-11-06 19:20:15) A visão pentecostal clássica concernente a profecia h p://t.co/7UThh52YRm igamaliel (2014-11-06 19:20:17) A visão pentecostal clássica concernente a profecia - h p://t.co/0NKwMkmuOz h p://t.co/cGg1bMykOn igamaliel (2014-11-06 19:20:26) A visão pentecostal clássica concernente a profecia h p://t.co/VCVeuNWePv igamaliel (2014-11-06 19:20:19) A visão pentecostal clássica concernente a profecia h p://t.co/QK4gg4L9cK 25
  • 26. Projeto Mudas de Igreja (2014-11-06 19:20) Inegavelmente, o que determina a sucessão de uma lavoura ou de um pomar, é o replan o periódico. É de fundamen- tal importância ter um viveiro para reabastecer o campo com mudas saudáveis que garantam o futuro da espécie e a sobrevivência da plantação. Mas alguns cuidados precisam ser tomados quanto a isso. Se não tomarmos as medidas cabíveis neste processo tão sério, corremos o risco de vermos nossos pomares pouco a pouco se tornando inférteis e, consequentemente, perdendo o obje vo pelo qual ele foi plantado. Por essa razão precisamos ter mudas prontas para serem transplantadas e plantadas num local defini vo. Da mesma forma ocorre com relação ao plan o de igre- jas, mudas precisam ser cul vadas e no devido tempo plantadas nos campos defini vos, ou seja, nas comunidades ainda não alcançadas pelo evangelho da graça de Deus. Quando essas mudas não são cul vadas povos e nações inteiras perecem sem jamais ouvir o evangelho da salvação, isto é, sem nunca receberem as sementes da poderosa manifestação da bondade de Deus. Mas por outro lado, não é o bastante nós termos ‘mudas’ disponíveis e prontas para serem inseridas nos campos, precisamos que essas mudas sejam saudáveis e que tenham sido originadas em sementes de boa espécie e excelente qualidade. Quando temos mudas, mas que não se encontram aptas para serem plantadas nos vastos campos do mundo não alcançado por não serem originadas da boa semente, é melhor não plantarmos para não corrermos o risco de comprometermos o campo. Passemos a analisar os fatores que envolvem diretamente esse processo de plan o, colheita de mudas e replan o. O QUE É UMA MUDA DE IGREJA? Uma muda de igreja é uma equipe ministerial que se engajou na missão de plantar igrejas. Pessoas que são voca- cionadas por Deus para o ministério e que decidiram doar seu tempo e sua vida para o serviço do Reino de Deus. Essas pessoas estão aptas a doarem suor (trabalho árduo e perseverante), sangue (isto é, estão dispostas a fazerem sacri cios por mais desconfortáveis que eles sejam) e lágrimas (fervoroso clamor e dependência de Deus) para que o progresso do reino ocorra sem qualquer interferência. Para que a igreja que será plantada seja de fato, saudável é importante que a equipe ministerial seja formada não apenas por pessoas vocacionadas e preparadas, mas é fun- damental que a equipe formada tenha como integrantes pessoas envolvidas nas seguintes áreas: pregação, ensino e discipulado, área musical, ministério infan l, e noções básicas de projeto social. Isso não quer dizer que essa equipe deva ser formada apenas por pessoas que possuem ensino superior ou coisa do po, mas é importante que os mem- bros do grupo estejam aptos para exercerem as funções cruciais da missão sem nenhuma deficiência. A QUALIDADE DA SEMENTE O primeiro passo para que um viveiro possa cons tuir um empreendimento de sucesso, é a atenção especial na es- colha das sementes. Um viveiro precisa ter a prioridade de semear apenas sementes de boa qualidade. É melhor nem semear do que correr o risco de plantar sementes ruins. O futuro da planta e a qualidade dos frutos que mais tarde ela produzirá serão determinados pela qualidade da semente que lançamos em terra. Assim também as pessoas que serão inseridas no processo de capacitação ministerial precisam ser pessoas de cujo caráter cristão e moral seja, de fato, sadio e apto para resplandecer a san dade de Cristo. A igreja deve ter nos seus líderes o exemplo de fé e de boas obras. Portanto os plantadores de igreja devem tornar-se pessoalmente padrão para os fieis. Assim como uma muda de planta não pode ser transplantada de um lugar para outros antes mesmo de nascer, assim também se os obreiros não forem pessoas que nasceram de novo, jamais poderão compor uma equipe de plantação de igrejas. Outra caracterís ca fundamental nos candidatos ao processo de capacitação para o plan o de novas igrejas é a vo- cação. Nada pode ser visto como subs tuto para ela. Sem vocação os talentos são de valor irrisório, pois quem valida os talentos e dons é a vocação. A implantação do viveiro deve ser feita após uma análise cuidadosa, tendo-se em conta diferentes aspectos que, ajus- tados entre si, formarão as condições de um bom desenvolvimento. Do mesmo modo a equipe que será a muda de igreja deverá ser bem organizada, fruto de muita oração, estudo e preparo afim de que possa crescer em graça e em 26
  • 27. conhecimento de modo que traga um futuro promissor para a igreja que será implantada. O local onde a muda será inserida a principio é determinante para o seu desenvolvimento no futuro, por essa razão deve-se observar muito cuidadosamente esse fator antes de iniciar o plan o da muda. A muda é um projeto de ár- vore, por essa razão, é fundamental que seja bem planejada. Uma vez comprome da a muda, o futuro da árvore pode ser irremediavelmente comprome do, quem erra no planejamento, erra na ação. Trazendo para o lado min- isterial, destacamos a importância de um ambiente totalmente preparado para promover uma formação ministerial adequada. Esse ambiente nem sempre será um seminário teológico. Muitos dos seminários teológicos da atualidade mais preparam os candidatos a serem péssimos ministros do que serem ministros zelosos e de valor. O historiador e escritor Justus Gonzalez em seu livro ‘Ministério: Vocação ou profissão?’ levanta um estudo histórico da palavra seminário. Dizendo que essa expressão era usada originalmente como metáfora para designar a ideia das escolas que eram consideradas sementeiras que preparavam as mudinhas e quando elas estavam prontas, eram transplantadas para o local onde permaneceriam defini vamente dando frutos e produzindo sombra por toda a sua existência. Mas infelizmente essa ideia foi derrubada quando os seminários ambicionaram para si compe r com as ins tuições seculares de ensino e formação. Os debates tornaram-se acirrados e a espiritualidade foi, aos poucos, deixada de lado. Hoje muitos desses seminários se abriram para o ateísmo e para seus derivados: deísmo aberto, teologia liberal, teologia da libertação, teologia da prosperidade, teologia neopentecostal, etc. O EMPENHO DO COORDENADOR DA EQUIPE Do mesmo modo que um agrônomo ou um proprietário não se lança às cegas no projeto de cul var mudas embri- onárias para posterior plan o, assim também o coordenador da equipe ministerial precisa saber o que realmente quer ao montar sua equipe. O coordenador da equipe ministerial precisa ser alguém com metas claras e alvos obje- vos. Ele deve saber quando, como e onde começar e terminar os treinamentos; precisa ser gente de visão, alguém em quem sua equipe possa confiar e seguir. Deve não apenas ser um visionário inveterado, mas alguém que sabe contagiar os demais com sua visão ministerial. Esse líder precisa saber cuidar da sua equipe, pastoreá-la, amá-la e prepara-la para que tenha grandes rendimentos na obra de Deus. Tal como um agricultor de um viveiro rega diariamente suas pequenas mudas, providencia para que as situações climá cas não matem e nem fragilizem as plan nhas, e se preocupa com o bem estar do seu trabalho, da mesma forma o coordenador da equipe deve metódica e diligentemente acompanhar o crescimento de sua equipe e assegurar-se de que ela está apta para ser transplantada quando o tempo chegar. Todos esses cuidados são vitais para o sucesso do plan o, sem esses detalhes o fracasso do plano é a única coisa que se pode esperar. Mas se houver diligencia, oração, estudo comprome do e acima de todos os métodos, dependência de Deus certamente essa ferramenta estratégica será de grande valor e causará um notório impacto aonde quer que seja implantada. Ester Argolo (2014-11-07 01:13:11) [1]Ester Argolo liked this on Facebook. 1. https://facebook.com/profile.php?id=100006825192786 SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:22:00) Projeto Mudas de Igreja h p://t.co/sFLE8ujrK2 27
  • 28. SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:21:53) NO #MAISCRUZ Projeto Mudas de Igreja: Inegavelmente, o que determina a sucessão de uma lavou... h p://t.co/byctRuaOj1 VIA @SIGAMAISCRUZ igamaliel (2014-11-06 19:22:41) Projeto Mudas de Igreja: Inegavelmente, o que determina a sucessão de uma lavoura ou de um pomar, é o replan o... h p://t.co/TPoPOyIDrF igamaliel (2014-11-06 19:22:29) Projeto Mudas de Igreja: Inegavelmente, o que determina a sucessão de uma lavoura ou de um pomar, é o replan o... h p://t.co/zFouYmQxG3 igamaliel (2014-11-06 19:22:27) Projeto Mudas de Igreja: Inegavelmente, o que determina a sucessão de uma lavoura ou de um pomar, é o replan o... h p://t.co/Vun98ZRBZT igamaliel (2014-11-06 19:22:49) Projeto Mudas de Igreja: Inegavelmente, o que determina a sucessão de uma lavoura ou de um pomar, é o replan o... h p://t.co/UhBW5gplpI igamaliel (2014-11-06 19:23:02) Projeto Mudas de Igreja - h p://t.co/8QIJhw0kHQ h p://t.co/ilvxEedq5T igamaliel (2014-11-06 19:23:06) Projeto Mudas de Igreja h p://t.co/Nf35A7YnCb igamaliel (2014-11-06 19:23:08) Projeto Mudas de Igreja h p://t.co/VFTY9wQJ1g igamaliel (2014-11-06 19:23:10) Projeto Mudas de Igreja h p://t.co/291nZiglba As heresias de Joseph Prince (2014-11-06 19:26) E logo, de noite, os irmãos enviaram Paulo e Silas para Beréia; tendo eles ali chegado, foram à sinagoga dos judeus. Ora, estes eram mais nobres do que os de Tessalônica, porque receberam a palavra com toda avidez, examinando diariamente as Escrituras para ver se estas coisas eram assim” (At 17.10,11). Nossa proposta neste ar go é fazer como os irmãos bereanos, os quais examinavam os ensinos de Paulo e Silas antes de acatarem-no como ortodoxo. Isto posto, faremos um exame dos ensinos do pregador cingapuriano Joseph Prince con dos no livro “Des ned to Reign” (Des nados a Reinar). A origem de seus ensinos Joseph Prince, nascido em 15 de Maio de 1963 em Cingapura, é pastor sênior e um dos fundadores da mega igreja New Crea on. Filho de um sacerdote indiano Sikh[1] e de uma mulher chinesa, tornou-se um preletor conhecido 28
  • 29. internacionalmente em função do Best-seller “Des nados a Reinar”. Ele possui, ainda, um programa de TV, homôn- imo do livro citado, que é transmi do em mais de 150 países. Seus principais ensinos se baseiam num entendimento adquirido em revelações sobre a graça de Deus, conforme ele mesmo conta: “Tudo começou em 1997, quando eu (…) ouvi dis ntamente a voz do Senhor dentro de mim. Não era uma impressão do Espírito. Era uma voz, e eu ouvi claramente Deus me dizer: ‘Filho, você não está pregando a graça.’ Eu disse: ‘Como assim, Senhor? Isso é um golpe baixo. Isso é um verdadeiro golpe baixo!’ E acrescentei: ‘Eu sou um pregador da graça. Tenho sido um pregador da graça durante anos e, assim como muitos pregadores, prego que somos salvos pela graça!’ Deus disse: ‘Não. Toda vez que você prega a graça, você a apresenta misturada com a lei. Você se esforça para contrabalançar a graça com a lei como muitos pregadores, e no momento em que equilibra a graça, você a neu- traliza. Não se pode colocar vinho novo em odres velhos. Você não pode colocar a graça e a lei juntas’. Ele prosseguiu: ‘Filho, muitos pregadores não estão pregando a graça do modo como o apóstolo Paulo o fazia’.”[2] Nestes novos entendimentos, Prince acaba mexendo em algumas doutrinas essenciais do cris anismo, fazendo con- fusão sobre a Graça, Jus ficação, San ficação e alguns atributos divinos como a jus ça e a soberania. Vejamos a seguir alguns desses pontos controver dos. A Graça de Deus Prince entende que a Graça de Deus nos perdoa de todos os pecados do passado, do presente e do futuro e que desta forma não somos mais responsabilizados por eles[3]. Assim sendo, sob a Nova Aliança “não precisamos ficar pedindo ao Senhor (…) perdão porque Ele já nos perdoou.”[4] O grande risco desse ensino é gerar nas pessoas uma falsa segurança, como se a san ficação fosse algo desnecessário, uma vez que “todos” pecados já estão perdoados e que não temos responsabilidade sobre eles. Isso leva a uma doutrina an nomiana, que despreza inconscientemente a san ficação, sob uma falsa ideia triunfalista do perdão dos pecados. Sobre pedir perdão, a Bíblia fala por si só: • Jesus nos ensinou a orar assim: (Mt 6.9-15); • Simão, o que quis comprar o dom de Deus é instruído a pedir perdão a Deus (At 8.17-24); • As conversões em Éfeso foram marcadas por queima de livros de magia e confissão de pecados (At 19.17-19); • Quando confessamos nossos pecados uns aos outros e oramos uns pelos outros somos perdoados (Tg 5.14-16); • Se confessarmos nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar (1 Jo 1.9); • O que não confessa o pecado a Deus não prospera, mas o que confessa e deixa alcança misericórdia (Pv 28.13); • Enquanto Davi não confessou seus pecados, seus ossos (sua vida espiritual) se consumiam, a mão de Deus pesava sobre ele e seu humor ficava seco e ríspido (Sl 32.3-5); • As parábolas das 100 ovelhas, da dracma perdida e do filho pródigo mostram a necessidade de arrependimento diante do Senhor que estará sempre de braços abertos para nos receber (Lc 15); 29
  • 30. • Arrependimento produz frutos visíveis, dentre os quais está o abandono dos pecados (At 26.19,20); • Quando pecamos, Deus nos contrista por tal prá ca através do Espírito Santo, levando-nos ao arrependimento (Rm 2.3,4); • A tristeza de Deus produz arrependimento para a salvação (2 Co 7.8-10); • Paulo temia que ao voltar em Corinto encontrasse pessoas que não haviam se arrependido do pecado, isto é, que não haviam abandonado prá cas impuras, lascivas e de pros tuição (2 Co 12.20,21); • Devemos corrigir com mansidão e ter esperança que Deus conceda arrependimento às pessoas para que cheguem ao pleno conhecimento da verdade, isto é, da Palavra (2 Tm 2.24-26); • As igrejas da Ásia são aconselhadas a arrependerem-se (Ap 2.5,16,20-22; 3.3,19); • Não devemos pecar, mas se isso acontecer acidentalmente, temos um Advogado junto ao Pai (2 Jo 2.1). • A confissão de pecados era uma prá ca comum entre grandes homens piedosos do A.T. (Ne 1.1-11; Dn 9.2-6; Jó 1.5; Sl 38.17,18). A Igreja é exortada a vencer o pecado A necessidade de vencer o pecado é uma doutrina completamente bíblica e faz parte das exortações às igrejas em todas as epístolas. Uma mensagem que cobre do cristão essa postura de san ficação é encarada por Prince como legalismo: “Eles pregam que o pecado não tem domínio sobre você quando você está cumprindo a lei! Isso, meu amigo, é como adicionar lenha ao fogo, porque a força do pecado é a lei. O pecado é fortalecido quando mais lei é pregada! Mas o poder de ter domínio sobre o pecado é transmi do quando mais graça é pregada!”[5] Na versão em inglês, o início da citação toma uma conotação um pouco diferente: “Então, quando eles [os pregadores] veem pecado, pregam mais da lei. Isso, meu amigo…” (p. 26). Essa diferença na tradução muda completamente o sen do expresso originalmente pelo autor, uma vez que não ouvimos ninguém pregando que o cumprimento da Lei nos afasta do pecado. O problema de Prince nessa afirmação é duplo: 1) enxergar como legalista uma mensagem de confronto contra o pecado e 2) confundir exortação à san ficação com apologia à Lei. Não sei o que faremos com textos da Bíblia que nos exortam a vencer o pecado, já que se nos basearmos neles, seremos pregadores legalistas. Sem contar textos vetrotestamentários, os Evangelhos e o livro de Atos, vejamos como nós, cristãos, somos exortados a vencer o pecado e vivermos em san dade ao Senhor: • Os romanos são exortados a se tornarem servos da jus ça para a san ficação (Rm 6.19); • Os corín os são adver dos a não pra carem obras como devassidão, idolatria, adultério, homossexualismo, furtos, avareza, bebedice e maledicência, pois foram lavados, san ficados e jus ficados em Cristo (1 Co 6.9-11). Assim sendo, eles deveriam se aperfeiçoar no processo de san ficação (2 Co 7.1); • Os gálatas foram prevenidos sobre uma série de obras carnais que não deveriam pra car (Gl 5.19-21); 30
  • 31. • Os efésios foram instruídos a se reves rem do novo homem que foi criado para san dade, deixando, portanto, uma série de obras pecaminosas (Ef 4.20-31); • Os filipenses foram aconselhados a se tornarem irrepreensíveis, sinceros e imaculados (Fp 2.14,15); • Os colossenses deveriam exterminar as inclinações carnais. E a lista não era pequena (Cl 3.5-10); • Os tessalonicenses foram no ficados de que deveriam cumprir a vontade de Deus: a san ficação. Quem re- jeitasse essa doutrina estava rejeitando o próprio Deus (1 Ts 4.1-8). A conduta deles não deveria ser desorde- nada, mas segundo a tradição de san dade que receberam (2 Ts 3.6,7); • Timóteo foi instruído a seguir a caminhada cristã sem mácula e irrepreensível (1 Tm 6.13,14), afastando-se da injus ça (2 Tm 2.19); • Tito recebeu uma verdadeira revelação: a de que a Graça de Deus se manifestou ensinando-nos que devemos renunciar à impiedade e às paixões mundanas, a fim de esperarmos o aparecimento da glória de Deus (Tt 2.11- 13). • Filemom deveria esquecer-se das mágoas passadas e Paulo sabia que ele obedeceria essa direção fazendo ainda mais do que era pedido (Fm 1.21); • Os hebreus deviam deixar todo pecado e resis -lo com todas as suas forças (até o sangue), afinal, sem san dade ninguém verá o Senhor (Hb 12.1,4,14); • Tiago mostra a necessidade de suportarmos as provações e diz que somos tentados segundo nossas próprias concupiscências. Sendo assim, precisamos ser vigilantes, caso contrário, essas cobiças inerentes de nossa na- tureza caída podem consumar o pecado, gerando morte (Tg 1.12-15); • Pedro diz que os crentes não devem se conformar com as concupiscências da vida passada, mas que devemos ser santos em todo o nosso procedimento, pois quem nos chamou é Santo (1 Pe 1.13-16). Ele diz, ainda, que alguns irmãos não haviam buscado com diligência as virtudes do Espírito, esquecendo-se da purificação dos seus an gos pecados (2 Pe 1.5-9); • João disse que todos nós pecamos. Entretanto, isso não quer dizer que o pecado é habitual, mas acidental, pois aquele que é nascido de Deus não pode con nuar pecando. Se pecarmos acidentalmente, temos um Advogado Fiel e Justo que nos perdoa e purifica dos pecados e de toda injus ça (1 Jo 1.9,10; 2.1; 3.1-9); Na segunda epístola, ele diz que quem vai além do ensino de Cristo não é de Deus. Originalmente ele se referia aos gnós cos. Mas a passagem pode abranger mais situações dos nossos dias. Se alguém vai além do ensino de san dade ao Senhor, induzindo a igreja ao pecado, obviamente o tal não é de Deus (2 Jo 9). Em sua terceira carta ele diz a Gaio que não imite as obras do mal, mas as de Deus, fazendo o bem (3 Jo 11); • Judas lembra das palavras dos Apóstolos sobre os homens dos úl mos tempos: escarnecedores, de ímpia con- cupiscência, que causam divisões, são sensuais e sem o Espírito. Mas os crentes deveriam se conservar no amor de Deus, confiando nAquele que é poderoso para guarda-los de tropeçar e para mantê-los imaculados e jubilosos (Jd 17-24); • João disse em Apocalipse que ficarão de fora os cães, os fei ceiros, os adúlteros, os homicidas, os idólatras e todo o que ama e pra ca a men ra (Ap 22.15). Jus ficação pela fé Prince confunde jus ficação com san ficação. A jus ficação é um ato judicial de Deus e acontece instantaneamente e junto com a regeneração e a san ficação inicial. O Dr. Orton Wiley definiu a jus ficação como um ato “declara vo de Deus pelo qual considera os que, com fé, aceitam a oferta propiciatória de Jesus Cristo, como absolvidos dos pecados, 31
  • 32. libertados da pena e aceitos como justos diante de Deus”[6]. Em contrapar da, Prince entende equivocadamente que os pregadores ortodoxos ensinam uma jus ficação pelas obras: “(…) dizem que Deus dá a você a dádiva da jus ça, sob a condição de que você guarde os Dez Mandamentos pelo resto de sua vida, para manter a jus ça. Agora, isso é mesmo um presente? Ora, vamos – quando Deus deu a você a dádiva da jus ça, foi um presente real. Pare de tentar alcançá-lo com suas próprias obras. Os presentes de Deus para nós são incondicionais!”[7] A regeneração, a jus ficação e a san ficação inicial são o ponto de par da e não a linha de chegada. Mas a confusão de Prince sobre esse assunto é grave, pois jamais veremos um pregador ortodoxo ensinando que nossa obediência nos trará jus ficação, pois somos jus ficados pela fé através do sacri cio de Cristo (Rm 5.1,8,9). Embora nossas obras não sejam suficientes para sa sfazer a ira de Deus e nos jus ficar do pecado, isso não quer dizer que não tenhamos que produzi-las. Vejamos o que diz o texto clássico sobre salvação pela graça: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.8-10 – grifos meus). Embora nossa salvação não seja pelas nossas obras, Deus nos preparou de antemão para que andemos em boas obras, afinal, a fé sem obras é morta e não excede à fé dos demônios (Tg 2.14-20). Obras não salvam, mas todo salvo deve produzir obras. A jus ficação na visão de Prince O ensino de Prince sobre a jus ficação é perigoso, pois gera uma falsa expecta va nas pessoas acerca da salvação e necessidade de san ficação. Vejamos o que ele pensa: “Meu amigo, a jus ça é um dom por causa do que Jesus conquistou na cruz para você. Todos os nossos pecados – pas- sados, presentes e futuros – foram lavados por Seu precioso sangue. Você está completamente perdoado, e a par r do momento em que recebeu Jesus em sua vida, nunca mais será aprisionado (responsabilizado) por seus pecados novamente.”[8] Analisemos duas passagens a seguir: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profe zamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que pra cais a iniquidade.” (Mt 7.21-23 – grifos meus). “Porque esta é a vontade de Deus, a saber, a vossa san ficação (…) Porque Deus não nos chamou para a imundícia, mas para a san ficação. Portanto, quem rejeita isso não rejeita ao homem, mas sim a Deus, que vos dá o seu Espírito Santo.” (1 Ts 4.3,7,8 – grifos meus). Aqueles falsos profetas não faziam a vontade do Senhor e são apontados por pra carem con nuamente atos iníquos. Uma das vontades de Deus para o homem é que nos aperfeiçoemos na san ficação. Todo o que tem esperança em 32
  • 33. Cristo “purifica-se a si mesmo, assim como ele é puro. Todo aquele que vive habitualmente no pecado também vive na rebeldia, pois o pecado é rebeldia (…) Aquele que é nascido de Deus não peca habitualmente; porque a semente de Deus permanece nele, e não pode con nuar no pecado, porque é nascido de Deus” (1 Jo 3.3,4,9). “Ora, amados, visto que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aper- feiçoando a san dade no temor de Deus.” (2 Co 7.1) “… onde o pecado abundou, superabundou a graça (…) Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que abunde a graça? De modo nenhum. Nós, que já morremos para o pecado, como viveremos ainda nele?” (Rm 5.20; 6.1,2). “Segui a paz com todos, e a san ficação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). Se não há mais responsabilidade por nossos pecados, por que nos preocuparmos com uma vida santa e piedosa? Que propósito há na san ficação? A jus ça e a imutabilidade de Deus Prince ensina que, “aqueles que acreditam que Deus algumas vezes fica zangado com eles ainda estão vivendo sob a an ga aliança da lei, e não sob a nova aliança da graça”[9]. Dando sequencia nesse pensamento ele diz que “o ensino esquizofrênico que diz que Deus algumas vezes está zangado e outras está feliz com você de acordo com o seu desempenho, não é um ensinamento bíblico e fará de você um crente esquizofrênico”[10]. Com um conceito equivocado da Graça, ele acaba distorcendo também a Jus ça de Deus e diz que nunca encontraremos “um exemplo de Deus punindo um crente por seus pecados na nova aliança”[11]. O equívoco teontológico de Prince sobre a Graça transforma a Deus em um ser bobo, que não liga para o que fazemos e que não nos responsabiliza por nossos atos, que passa a mão em nossas cabeças e não nos chama ao arrependi- mento. O Espírito Santo se torna alguém inú l no convencimento do pecado, pois se erramos, podemos manter nossa “paz psicológica” com Deus. Dizer que Deus não nos responsabiliza pelo pecado é dizer que Ele é indiferente com nossa san ficação. Sabemos que pelo ato gracioso de Deus em Cristo, “onde o pecado abundou, superabundou a graça” (Rm 5.20). Mas, “que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que abunde a graça? De modo nenhum” (Rm 6.1,2). Devemos resis r ao pecado até o sangue (Hb 12.4), mas se pecarmos, podemos confessa-lo a Deus pois Ele é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar (1 Jo 1.9). Quando pecamos, somos contristados por Deus para o arrependi- mento (2 Co 7.8-10). É Ele quem nos conduz à confissão. Dizer que Deus é indiferente com nosso pecado é uma tremenda heresia, caso contrário, por que nos conduziria ao arrependimento? É verdade que não somos destruídos por causa de Sua infinita misericórdia (Lm 3.22), mas também é verdade que Ele é tardio em irar-se (Êx 34.6; Ne 9.17; Sl 103.8-14). Joel declarou: “rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes; e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é misericordioso e compassivo, tardio em irar-se e grande em benignidade, e se arrepende do mal” (Jl 2.13). Berkhof disse que a jus ça de Deus 33
  • 34. “se manifesta especialmente em dar a cada homem o que lhe é devido, em trata-lo de acordo com os seus mereci- mentos. A inerente re dão de Deus é naturalmente básica para a re dão que Ele revela no trato de Suas criaturas, mas é especialmente esta úl ma, também denominada jus ça de Deus, que requer especial consideração aqui. Os termos hebraicos para “justo” e “jus ça” são tsaddik, tsedhek e tsedhakah, e os termos gregos correspondentes são dikaios e dikaiosyne, todos os quais contêm a ideia de conformidade a um padrão. Esta perfeição é repe damente atribuída a Deus na Escritura, Ed 9.15; Ne 9.8; Sl 119.137; 145.17; Jr 12.1; Lm 1.18, Dn 9.14; Jo 17.25; 2 Tm 4.8; 1 Jo 2.29; 3.7; Ap 16.5”.[12] João disse essas verdades quando se referia à confissão dos nossos pecados: Ele é fiel e justo (1 Jo 1.9). Como Deus perdoará alguém que não se arrependeu? Antes, atuará com jus ça. Lemos em Jo 1.14 que, “o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade”. Graça foi a maneira como Jesus agiu para com a mulher adúltera, perdoando-a de seus pecados. Verdade foi a forma como a abordou na sequencia: “vá e não peques mais” (Jo 8.11). Se não há responsabilidade pelos nossos pecados futuros, por que “vá e não peques mais”? Onde abundou o pecado dela, superabundou a Graça de Cristo. Por que não con nuar adulterando? Não haveria mais Graça abundante? De modo nenhum (Rm 6.1,2). Deus não pune na Nova Aliança? A figura teontológica de um Deus extremamente gracioso, que deixa os pecadores na impunidade é an -bíblica. Jesus curou o paralí co que ficava próximo ao tanque de Betesda e depois lhe disse: “Olha, já estás curado; não peques mais, para que não te suceda coisa pior.” (Jo 5.1-9,14). Paulo disse que não podemos nos enganar, pois “Deus não se deixa escarnecer; tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7). Paulo disse aos romanos que eles deveriam se esforçar para ter paz com todos os homens e que não deviam buscar vingança, mas deixar todas as coisas no controle de Deus: “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira de Deus, porque está escrito: Minha é a vingança, eu retribuirei, diz o Senhor” (Rm 12.19). O autor da carta aos hebreus disse que, “se voluntariamente con nuarmos no pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta mais sacri cio pelos pecados mas uma expectação terrível de juízo, e um ardor de fogo que há de devorar os adversários.” Em seguida, ele lembra que, se pela Lei a pessoa morria “sem misericórdia, pela palavra de duas ou três testemunhas”, com maior cas go “será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e ver por profano o sangue do pacto, com que foi san ficado, e ultrajar ao Espírito da graça”. Ele relembra que a vingança é do Senhor e conclui esse tema dizendo que “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.26-31). Jesus disse à igreja em Laodicéia: “Eu repreendo e cas go a todos quantos amo: sê pois zeloso, e arrepende-te.” (Ap 3.19). Em Corinto havia crentes com a condição espiritual muito debilitada por par ciparem da Ceia do Senhor indigna- mente, por isso Paulo os alertou: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice. Porque quem come e bebe, come e bebe para sua própria condenação, se não discernir o corpo do Senhor. Por causa 34