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2014
2014 - 11
O legado dos Jesuítas no Brasil - 2014-11-06 19:01
Certa jovem está trabalhando em uma loja, vendendo roupas como de costume, quando é
abordada por um homem que a chama no canto, a fim de lhe falar em particular:
– Moça, com licença. Sou pastor evangélico e preciso entregar uma revelação a você. Fizeram
uma obra de feitiçaria contra sua família. Pagaram R$ 1.000,00 para acabar com seu casamento.
A moça ficou assustada com aquelas palavras e logo tratou de buscar uma forma de quebrar
aquelas maldições, afinal, sua família está em jogo. Ligou a TV e viu outro pastor fazendo uma
oração forte. Em seguida, o tele evangelista pediu que o telespectador colocasse um copo com
água sobre o aparelho de televisão, pois iria orar repreendendo todos os tipos de demônios, cujos
nomes são os mais variados.
Ela bebeu a água benta do pastor e depois decidiu fazer uma visita na campanha das causas
impossíveis daquela denominação do universo neopentecostal do Reino de Deus. Chegando lá, a
sessão de descarrego pegou fogo e os espíritos malignos tinham oportunidade de contar seus
objetivos antes de serem expulsos. Depois desse fogo, o que pegou fogo foi a fogueira de
dinheiro. Parecia a sarça que Moisés viu. Ardia em chamas, mas não se consumia.
A mensagem foi muito emocionante. A partir de agora a moça estava determinada a determinar.
O desfecho daquela reunião de poder foi realizado com a proposta de que as pessoas levassem
uma rosa ungida, pois este objeto protegeria a família e sugaria todos os maus espíritos e maus
olhados daquela casa. A moça, mais do que depressa pegou a sua, pois tinha certeza que seria
mais eficaz que o galho de arruda de sua avó. Ela estava se agendando para participar da próxima
reunião, pois o pastor havia avisado que iria ungir os celulares para que cessassem as cobranças
de cartão de crédito.
Esse caso é baseado em fatos reais e num primeiro momento pode surgir o seguinte
questionamento: o que ele tem a ver com o legado dos jesuítas? Somente obteremos a resposta
para essa pergunta voltando alguns anos na história.
A origem dos Jesuítas
Os Jesuítas fazem parte de uma ordem religiosa da Igreja Católica chamada “Companhia de
Jesus”. Esta ordem foi fundada em 1534 por sete estudantes da Universidade de Paris, os quais
visavam desenvolver um trabalho de acompanhamento hospitalar e missionário, sob os votos de
pobreza e castidade.
Além disso, a Companhia de Jesus foi um movimento oriundo da contrarreforma, cujo um dos
principais objetivos era o de impedir o avanço da Reforma Protestante. Este grupo de sete
estudantes liderados por Inácio de Loyola, organizou esta ordem com características de muita
disciplina e rigidez, dando ênfase à absoluta abnegação, conforme já vimos anteriormente e à
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obediência total ao papa e às doutrinas católicas. Essa postura antiprotestante pode ser vista nas
famosas palavras de Inácio de Loyola em sua obra Exercícios Espirituais: “Acredito que o
branco que eu vejo é negro, se a hierarquia da igreja assim o tiver determinado.” [1]
O Papa Paulo III confirmou a nova ordem em 1540, sendo a mesma reconhecida por bula papal.
Inácio de Loyola foi escolhido como primeiro superior geral, enviou seus companheiros e
missionários para vários países, primeiramente entre os europeus e em seguida entre os asiáticos,
africanos e americanos, com o intuito de criar escolas e seminários.[2] Quando Inácio de Loyola
morreu em 1556, já havia aproximadamente mil jesuítas em vários países da Europa e
missionários na África, Índia, China, Japão, Paraguai e Brasil.
A Companhia de Jesus nasceu em um período muito fértil, pois a Europa estava vivendo o ápice
da “Era dos descobrimentos” em busca de novas rotas comerciais para as Índias. As explorações
marítimas pioneiras (Portugal e Espanha) levavam consigo equipes de desbravadores,
representantes da Igreja Católica e posteriormente os missionários jesuítas.
Os primórdios da colonização
Em 22 de Abril de 1500 chegava a tripulação portuguesa com cerca de 1.350 homens e oito
franciscanos liderados pelo frei Dom Henrique Soares de Coimbra, totalizando nove capelães,
um para cada cento e cinquenta tripulantes. O capitão-mor das dez naus e das três caravelas fazia
parte de outra ordem religiosa e militar, a Ordem de Cristo. Esta ordem foi criada em 1319 pelo
Papa João XXII e foi através dela que a expedição portuguesa foi financiada.
Na véspera da partida da expedição de Cabral, houve uma cerimônia religiosa. Num Domingo, 8
de Março de 1500, o Bispo Diogo Ortiz benzeu a bandeira da Ordem de Cristo. A bandeira foi
passada para Dom Manuel I e em seguida para o descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral.
No primeiro Domingo em solo brasileiro, dia 26 de Abril, os portugueses celebraram a também
primeira missa, dirigida pelo Frei Henrique. Na primeira Sexta-feira da paixão, dia 01 de Maio,
frei Henrique celebrou a segunda missa, a qual foi precedida por uma procissão. Participaram
desta cerimônia mais de mil portugueses e aproximadamente cento e cinquenta nativos.
Pero Vaz de Caminha, escrivão da armada de Cabral, escreveu sua famosa carta, datada de 1° de
Maio de 1500, contando as coisas que viu em solo brasileiro. Caminha conta que durante a
segunda missa, os nativos ajudaram a carregar a cruz para o local designado, ajoelharam-se,
colocaram-se de pé e ergueram suas mãos imitando os portugueses em seus ofícios religiosos:
“Ali disse missa o Padre Frei Henrique, a qual foi cantada e oficiada por esses já ditos. Ali
estiveram conosco, assistindo a ela, perto de cinquenta ou sessenta deles, assentados todos de
joelhos, assim como nós. E quando se chegou ao Evangelho, ao nos erguermos todos em pé com
as mãos levantadas, eles se levantaram conosco e alçaram as mãos, estando assim até se chegar
ao fim; e então tornaram a assentar-se, como nós. E quando levantaram a Deus, que nos
pusemos de joelhos, eles se puseram todos assim como nós estávamos, com as mãos levantadas,
e em tal maneira sossegados que certifico a Vossa Alteza que nos fez muita devoção.” [3]
Com esse episódio Caminha ficou entusiasmado e solicitou ao rei D. Manuel I que enviasse
missionários para a terra, a fim de batizá-los o mais depressa possível: “O melhor fruto que nela
se pode fazer, me parece que será salvar essa gente. E esta deve ser a principal semente que
Vossa Alteza em ela deve lançar.”[4]
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Havia mais de um milhão e meio de habitantes divididos em mais de mil etnias. Dentre esses
habitantes, estavam os aimorés, apinajés, caetés, botocudos, caipós, tupinambás, canelas,
tupiniquins, cariris, tabajaras, goitacazes, guaianazes, guaranis e tupis.
A solicitação de Caminha para o envio de missionários não foi atendida e sua carta esteve
arquivada por quase trezentos anos, tendo sido encontrada na Torre do Tombo em Lisboa pelo
historiador espanhol Juan Bautista Muñoz no ano de 1793.[5]
Nubia Maria (2014-11-07 04:28:01)Nubia Maria liked this on Facebook.
Rafael Camillotti (2014-11-06 19:20:19)
Venha debater .. seja homem !! Seu Homofóbico
SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:02:27)
O legado dos Jesuítas no Brasil http://t.co/Imv0GHkVly
SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:02:23)
NO #MAISCRUZ O legado dos Jesuítas no Brasil: Certa jovem está trabalhando em uma loja,
vend... http://t.co/TAlXRptOug VIA @SIGAMAISCRUZ
Rafael Camillotti (2014-11-06 19:07:58)
HOMOFOBICO
Edivan Ferreira (2014-11-06 19:19:39)
Babacao tu es um doido que nao sabes o que fala!
igamaliel (2014-11-06 19:03:46)
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igamaliel (2014-11-06 19:05:43)
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Ana Silva (2014-11-08 00:58:02)Ana Silva liked this on Facebook.
Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico - 2014-11-
06 19:08
Um amigo nos pediu para escrever algo sobre o grande teólogo Suíço Karl Barth, um de nossos
escritores preferidos, com um detalhe, de modo que mesmo alguém que não conhece ou estuda
teologia possa entender os pontos principais de sua cosmovisão, o que se traduz em uma árdua
tarefa.
Barth era um brilhante erudito e escrevia com erudição ímpar, usando muitos termos e
expressões do mundo teológico, nomes de doutrinas que foram objetos de disputas na história da
igreja, além do uso de expressões em latim, grego e outros, o que dificulta a leitura e uma
compreensão imediata. Outro complicador é que ele se expressava de modo como se todos e
qualquer pessoal fosse capaz de captar os seus pensamentos e tivesse a exata compreensão de
tudo o quanto dizia. Não sei se isto se configura em virtude ou defeito, mas assim Karl Barth
falava e escrevia.
A obra de Barth é muito extensa com poucas (em relação ao conjunto) obras em português,
contudo aprendi (e aprendo) muito o chamado “pai da neo-ortodoxia” e com as obras que temos.
Então creio que posso falar daquilo que tenho aprendido, um pouco de sua visão geral.
Quero adiantar que não temos como nos estender nos comentários, bem que gostaria, mas são
muitos pontos importantes e que precisam ser trabalhados um a um. Iremos abordar neste estudo,
rapidamente, alguns deles, iniciando com sua história pessoal e destacando o que consideramos
como o principal ou o melhor deste teólogo.
Cumpre-nos apresentar o autor: O homem e teólogo Karl Barth
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“Nasceu na Basileia, no dia 10 de maio de 1886, no seio de uma grande família profundamente
dedicada à teologia e à pregação. Passou a juventude em Bern, onde seu pai lecionava teologia.
Seus estudos o levaram a universidade, em Bern, às universidade alemãs de Tübingen, Marburg
e Berlim. Depois de uma experiência crucial como pastor na aldeia de Safenwil, na Suiça, Barth
lecionou teologia nas universidade alemãs de Göttingen, Münster e Bonn. Expulso desta última
por se recusas a jurar liberdade a Hitler, voltou à Basileia onde ensinou teologia de 1935 até se
aposentar, em 1962. Jamais concluiu um doutorado, embora fosse posteriormente agraciado
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com numerosos títulos honorários. Barth era um homem robusto e bem-humorado, mas tinha em
geral um ar muito sério. [...] Morreu em 1968, aos 82 anos.” [1]
O pastor suíço ganhou repercussão mundial com o seu livro Carta aos Romanos de 1922, e ainda
por sua perspectiva dogmática da fé, da revelação e da igreja. Viveu durante o período das duas
grandes guerras mundiais, o que (também) influenciou as suas exposições. Um ponto auto de sua
história foi quando se negou fazer o cumprimento nazista nas aulas da universidade alemã em
que lecionava, sendo, por causa disto, expulso daquele país.
Começando pelo nome como sua teologia é conhecida, NEO-ORTODOXIA – ou teologia da
crise, entre o divino e o humano, representou um retorno, em tempos de teologia liberal, à
teologia da reforma, com reflexões e, por que não, com algumas correções as doutrinas dos
reformadores.
Definição de neo-ortodoxia, segundo Erickson (2011, p. 134): “Sistema de teologia associado a
Karl Barth, Emil Brunner e Reinhold Niebuhr. Embora aceitasse o criticismo bíblico e certa
quantidade de pensamento existencial, o movimento enfatizou a transcendência divina, assim
como a pecaminosidade e a necessidade humanas. Representou um retorno a formas
modificadas de doutrinas ortodoxas em contraste com o abandono de tais doutrinas realizado
pelos liberais.” [2]
Outra nome dado a sua teologia é “TEOLOGIA DA DIALÉTICA”, a teologia do sim e do não,
da reflexão, como dito, voltava-se a transcendência divina. Segundo Gonzalez (2005, p. 93),
Dialética tem origem: “Na Filosofia grega, Platão escreveu diálogos nos quis buscava encontrar
a verdade mediante a conversação e, por isso os historiadores se referem ao método de Platão
como “dialético”. Na idade Média, o uso da razão na investigação teológica frequentemente era
chamado de “dialética”, porque a razão se move de maneira semelhante a um diálogo interno
[...] Hegel (1770-1831) desenvolveu uma “dialética” que era toda uma filosofia da História
como desenvolvimento do pensamento da mente universal [...] Mais tarde, Karl Max (1818-83)
opôs-se ao idealismo de Hegel, mas reteve muito de sua dialética, chegando assim ao que
chamou de “materialismo dialético (marxismo). No começo do século XX, quando a neo-
ortodoxia começava a desenvolver-se, alguns a chamaram de “teologia dialética” – ainda que
não exatamente, visto que era uma teologia do paradoxo antes de uma na qual as tensões se
resolviam em uma síntese superior.” [3]
A ênfase de sua teologia “A revelação de Deus” e a encarnação do verbo.
Teologia fundamentalmente cristocêntrica. Por Cristo, a partir Dele e para Ele.
Este é o ponto que mais admiro em Barth, sua ênfase CRISTOCÊNTRICA. Isto é, tudo tem
explicação, sentido, origem em Cristo, no propósito de Deus no Filho. A chave hermenêutica e a
resposta para todos os enigmas e anseios humanos têm resposta Nele, verdadeiro Deus,
verdadeiro homem de Deus, verdadeiro Deus-homem. Jonh Stott comenta:
“A cristologia, insistia ele, é a chave da doutrina da reconciliação. E cristologia significa
confessar que Jesus Cristo, o Mediador, repetiu ele várias vezes “é o próprio Deus, o próprio
homem, e o próprio Deus-Homem.” Há pois “três aspectos cristológicos” ou “três
perspectivas” para a compreensão da expiação. O primeiro é que “em Jesus Cristo temos de ver
com o próprio Deus. A reconciliação do homem com Deus acontece quando o próprio Deus
ativamente intervém.” O segundo é que “em Jesus Cristo temos de ver com o verdadeiro homem
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[...]. É assim que Ele se torna o reconciliador entre Deus e o homem”. O terceiro é que, embora
sendo o próprio Deus e o próprio homem, “Jesus Cristo é um. Ele é o Deus-homem”. Somente
quando se afirma esse relato bíblico de Jesus Cristo, pode-se compreender a singularidade do
seu sacrifício expiador. A iniciativa está “Com o próprio Deus eterno, que se deu a si mesmo em
seu Filho para ser homem, e, como homem, tomar sobre si esta paixão humana [...]. É o juiz que
nesta paixão toma o lugar daqueles que deviam ser julgados, que nesta paixão permite ser
julgados em lugar deles”. “A paixão de Jesus Cristo é o juízo de Deus, no qual o próprio Juiz
foi julgado.” [4] (grifo nosso).
Outra característica, dentro deste aspecto cristocêntrico, é que para Barth todo o conhecimento
de Deus vem da revelação, parte do encontro do homem com o Deus do homem, que revela-se a
Si mesmo. O homem só conhece a Deus plenamente na pessoa de Jesus Cristo, em sua
encarnação, como Ele é agora, Cristo foi, como Cristo foi Ele é. Só podemos entender algo sobre
Deus a partir da pessoa do Filho. As doutrinas da eleição, da expiação e da predestinação, que
para Barth é sempre dupla (não no sentido tradicional deste termo – como pensam os calvinistas,
mas de outro modo), tais doutrinas, tendo a cruz como o centro, têm particular tratamento, o
autor afirma que se Deus não tivesse, por pura graça, decidido se revelar aos homens nós jamais
poderíamos conhecê-Lo.
A revelação
E o que vem ser “revelação” para Barth?
A grosso modo seria, por um aspecto, a encarnação de Cristo, isto é, Deus manifestando-se na
forma de um homem aos homens, e por outro, o encontro do imortal com o mortal, do Deus
Santo com o homem pecador, do atemporal com o temporal, do impossível com o possível, de
Deus com homem, do encontro de cada homem com Deus, pela graça, pela ação do Espírito,
graças a aliança proposta pelo Pai, feita no Filho, garantida pelo Espírito, penhor da nossa
herança.
“Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta”. Jesus respondeu: “Você não me
conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Que me vê, vê o
Pai, como você pode dizer: ‘Mostra-nos o Pai’?” Jo 14.8-9
Quando comecei a ler Bath, minha perspectiva de Jo 14 se ampliou, me deparei com uma
perspectiva totalmente nova do que seja a revelação, como bem asseverou sobre o que é
revelação para o teólogo suíço o Prof. Ricardo Quadros Gouvêia, segue:
“Deus revelando-se a Si mesmo aos homens, não apenas algo divino, não algo semelhante a
Deus, não algo que vem de Deus, não algo sobre Deus, mas, Deus, Ele mesmo é o conteúdo da
revelação”’ [5]
Entendi porque o cristianismo é superior a qualquer outra forma de crer, não porque pensasse
diferente disto, mas porque não tinha instrumentos(além de minha própria fé) para sustentar o
porquê da questão. O cristianismo tem o privilégio da revelação, superior a qualquer outra
religião, ou tentativa de buscar ou forma de conhecer a Deus por meios naturais, meios reflexos.
E, por que com certeza podemos afirmar isto? Porque na Bíblia e na encarnação de Cristo o
próprio Deus se revela aos homens, Sua forma (santa, pura, misericordiosa, que se compadece),
o seu caráter, o próprio Deus é aquele que se compadece e é o parceiro superior da aliança em
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Cristo, o salvador dos homens, é Ele que nos pega pelas mãos, aquele que sabe o que sentimos,
isto porque Ele experimentou a humanidade (mas sem pecado, Hb 2.17-18; 4.15), e em sua
humanidade, isto é, em uma forma compreensível a nós, não como algo místico e impossível,
mas como algo humano, como o pão e água da vida, podemos então conhecê-Lo. O Mediador é
Deus.
“A verdadeira e única divindade nos é revelada plenamente em Cristo Jesus, da mesma forma
que a verdadeira humanidade nos é revelada também em Cristo Jesus! Em Jesus nos ganhamos
a plenitude do que significa: “Deus para o mundo, Deus para a humanidade, o céu para a
terra.”! [6]
“A revelação é uma automanifestação de Deus, Ele se dá a conhecer a si mesmo. A revelação
apresenta ao homem, como suposto e confirmação, o fato de que as tentativas humanas para
conhecer a Deus por seus próprios meios são vãs. Na revelação Deus diz ao homem que é Deus
e que, com tal, Senhor do homem. Com isto a revelação diz ao homem algo completamente novo.
Algo que sem a revelação, não pode nem saber, nem dizer aos outros. Que o homem possa
conhecer a Deus, somente pode afirmá-lo com verdade na revelação.” [7]
Karl Barth era um defensor da Dogmática, tendo escrito sua obra mais volumosa com este nome
“Dogmática Eclesiástica” que ficou inacabada. Dogmática – significa uma dedicação ao estudo
das doutrinas ou aos dogmas da igreja, antes da construção de sistemas especulativos ou
próprios. Barth compreendia a fé como um salto, uma razão superior, que se origina na
revelação, uma herança da influência de Soren Kierkegaard.
Fé significa conhecer, experimentar, ser objeto da auto-revelação de Deus. A fé é também uma
decisão.
“Crer significa isto: reconhecer o próprio pecado, abandonando-se à infinita e benevolente
justiça de Deus exercida sobre o pecado. Concretamente, crer é reconhecer que nos opomos à
graça aderindo-nos a ela, que se opõe a nossas oposições e resistências com poder infinito.
Neste reconhecimento da graça, no reconhecimento que justifica o ímpio, que também é graça
para o inimigo da graça, é onde a fé cristã reconhece a verdade da religião cristã.” [8]
“Descobre-se e conhece-se a Deus quando Ele se dá a conhecer a si mesmo, dentro da sua
inteira liberdade”. [9]
SIM e NÃO – Um ponto pouco exposto de sua teologia é o aspecto do Sim e não – acredito que
pela necessidade de uma grande explanação que este aspecto demanda, mas vou tentar resumir.
Para Barth Deus diz sim ao homem, ao decidir criar a humanidade, ao decidir ser Ele mesmo o
objeto, no Filho, e a garantia da aliança, no Espírito, entre Deus e o homem, ao passo que, ao
mesmo tempo, ele rejeitou a humanidade caída, e a prova disto é o sofrimento e a maldição a que
Cristo se submeteu para a redenção da humanidade. (Is 53; II Co 5.19-20; Gl 3.13)
De outro modo, também podemos considerar que Deus diz sim a tudo o que é aliança, fé,
santidade, amor, graça e paz, e rejeita tudo o que está fora dela, tudo o que não está ligado a
Cristo, ao que diz não a incredulidade, ao mal, a morte e o pecado, a justiça própria, a altivez, a
insubmissão, a rebeldia, diz não pecador (isto é, a seu estado), que precisa assimilar o não de
Deus, reconhecendo a sua condição deplorável, o seu não poder, sua total impotência salvífica e
a sua rebelião, e aceitando o Seu não, então é possível, pela ação da livre graça de Deus, receber
o Seu sim.
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“Não podemos reconhecer nossa eleição em Jesus Cristo sem reconhecer primeiro e antes de
mais nada a nossa rejeição, e isto mais uma vez também em n´Ele.” [10]
Sobre o que é o mal, dentro da perspectiva do sim e não: “É a queda dentro do nada. Poderia
ser diferente? Se abordo esse tema, é unicamente para mostrar que esse vasto domínio que nós
chamamos o mal, a morte, o pecado, o diabo e o inferno, não é criação de Deus, mas, ao
contrário, é o que está excluído pela própria criação, aquilo para o que Deus diz não.” [11]
A eleição revela a liberdade de Deus e da Graça. Deus é livre – escolheu ser Deus e Senhor do
homem. Em seus livros podemos encontrar frases que caracterizam bem isto, sobre Deus:
“Aquele que ama em liberdade”, sobre a Graça: “É a livre graça de Deus que elege”.
A PALAVRA/BÍBLIA – para Barth a palavra tem o real sentido do logos, e se refere a uma das
três coisas (a depender do contexto) ou a todas em conjunto, ou seja, a Jesus Cristo, as Escrituras
e a pregação do evangelho.
“Não é o correto pensamento humano sobre Deus que forma o conteúdo da Bíblia, mas o
correto pensamento divino sobre os homens. A Bíblia não nos conta como nós devemos falar
para Deus, mas o que Ele diz para nós; não como encontramos o caminho para ele; mas como
Ele tem visto e encontrado o caminho para nós; não a correta relação na qual nos devemos
situar a nós mesmos com relação a Ele, mas o pacto que ele fez com todos os que são filhos
espirituais de Abraão e que selou de uma vez por todas em Jesus Cristo. É isto que está na
Bíblia, a Palavra de Deus está na Bíblia.” [12] (grifo nosso)
Este último grifo talvez seja o ponto de maior crítica à obra deste autor. Os críticos (normalmente
os calvinistas defensores da TULIP) afirmam que ele sugeria que a Bíblia poderia possuir falhas
(não do conteúdo, mas ortográficas, geográficas, históricas e outros) e que abandonou o conceito
ortodoxo (que também defendemos) de que a Bíblia é a palavra de Deus e não “contem”, mas
é, a Palavra. Mas isto, sobre o abandono a ortodoxia por Barth, não considero verdadeiro,
muitas vezes ele defendeu a Bíblia como sendo a palavra de Deus, como superior a qualquer
outra forma ou expressão, pois por meio das Escrituras Deus se revela aos homens. Mas para
Barth a palavra também tem o sentido da revelação de Cristo, o logos divino, quando Jesus
declara “são elas que dão testemunho de mim”, é neste sentido que Barth diz que a Bíblia contém
a palavra, no sentido que por meio das Escrituras o homem tem um encontro pessoal com Deus,
com o logos divino, enfatizando que Cristo (Deus) é ainda superior à própria Palavra, que é a
revelação de Deus aos homens, porque a Palavra vêm de Cristo e não Cristo da palavra. (não sei
se consigo ser suficiente claro neste ponto, mas é isto). Barth enfatiza que Deus está além da
letra, assim como está além da melhor perspectiva humana a respeito Dele. O que Barth sugere
(ou como entendemos este ponto) é que, por exemplo, duas pessoas leem a Bíblia, uma, pela
ação do Espírito Santo, a compreende e tem um encontro real com Deus e outro, a quem Deus
não se revelou (por razões que só Ele conhece), jamais poderá conhecer a Deus, sem a ação do
Espírito, simplesmente pela letra. Quantos leem a bíblia e não creem? Certamente muitos. Neste
sentido, a palavra de Deus, o logos, a revelação de Deus ao homem, está na Bíblia. De todo
modo, longe da polêmica, a melhor e mais simples forma de entender isto é compreender que a
Bíblia é a Palavra de Deus (e ponto), saiu do coração Dele, divina inspirada, inerrante, aos
homens.
“A história Bíblica no Antigo e no Novo Testamento não é absolutamente história, mas vista de
cima é uma série de atos livres divinos e vista debaixo uma série de tentativas infrutíferas do
11
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empreender algo em si impossível.” [13]
Crítica a religião
Como toda a escola reformada, assim se considera e ele mesmo se considerava, Barth criticou
toda tentativa humana de justificação, tratando esta conduta como um pecado, uma rebelião.
Segue uma de suas definições do ato religioso: “Como já vimos as duas formas primitivas, por
assim dizer, normais de toda a religião são a formação de uma ideia de divindade e o
cumprimento de uma lei. A urgência religiosa do homem busca apaixonadamente satisfazer-se
por intermédio desses duas figuras: uma ideia de divindade, uma norma de comportamento.”
[14]
Em busca de justificar-se, tornar-se aceitável diante de Deus, o homem religioso cria um
conjunto de regras exteriores para cumpri-las, além disto, forma uma ideia e conceito próprio e
particular sobre Deus, que se seja adequada a si mesmo.
ELEIÇÃO – Eleitos em Cristo e para Cristo.
Ponto de grande destaque é a doutrina da eleição. Neste tema Karl Barth se aprofundou como
nenhum outro teólogo antes dele. Escreveu sobre este tema com muita propriedade e dizia que a
doutrina da eleição não produz a insegurança da incerteza, de estar ou não estar em Cristo, nem a
eterna dúvida do decreto mecânico, eleito ou não eleito, como pregou e prega a escola Calvinista,
NÃO, mas de uma forma que produz paz, conforto, certeza e segurança, sem injustiça, sem
produzir acepção de pessoas sem nenhum motivo.
“Quando nós perguntamos a Bíblia o que ela tem a nos oferecer, ela responde colocando-nos o
fato da eleição.” [15]
“Sobre Jesus Cristo, nada sabemos com maior certeza e exatidão do que isto: em livre
obediência a Seu Pai, Ele escolheu ser homem, e como homem, fazer a vontade de Deus. Se
Deus nos elege igualmente, essa nossa eleição se dá na eleição de Jesus Cristo e por meio dela,
neste ato de livre obediência e por meio dele, por obra de Sue Filho[...] É nele que a eleição
eterna se converte imediata e diretamente na promessa da nossa eleição, decretada que foi no
tempo do nosso chamado, ou vocação, para a fé, do consentimento por nós concedido para a
intervenção a nosso favor, da revelação de nós mesmos como filhos de Deus.” [16]
O Dr. Roger Olson, em Teologia Arminiana, mitos e realidades, diz que não é possível um
híbrido entre calvinismo e arminianismo, ou estamos de um lado ou de outro, no que tange a
soteriologia. Em parte discordo. Sobre a eleição e predestinação a teologia de Barth não é um
hibrido de Calvino e Armínio, na realidade ele está em uma perspectiva totalmente diferente, um
modo de pensar diverso, de maneira que hora coincide com algum ponto, que diríamos estar
ligado a teologia calvinista (Ex: escolha de Deus, determinação de Deus), ora em um ponto que
consideraríamos claramente arminiano (ênfase na necessidade decisão individual frente a ação da
graça; escolha humana a respeito do sacrifício divino, a liberdade derrama sobre os homens),
então, em alguns momentos ele tece críticas as duas escolas, em certo momento as duas ao
mesmo tempo, como veremos mais adiante no ponto predestinação.
“O que acontece é que a igreja e os filhos de Deus sempre são tentados a inverter a ordem da
eleição divina, colocando em primeiro lugar sua fé, seu amor, seu testemunho, sua tradição e
sua esperança e, imaginando que podem livremente decidir-se por Jesus Cristo, não se
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apercebem que nisso revelam que já não sabem o que esse nome significa.” [17]
“[a graça] em primeiro lugar ela sublinha o fato muito simples, mas que nunca foi nem será
suficientemente considerado: de que a graça é graça de Deus, ato seu, obra sua, vontade sua e
reino seu. Isso também significa, em todos os casos, que ela não só é uma determinação, mas
uma predeterminação, predestinação da nossa existência humana; que perante ela estamos
lidando apenas com uma instância a deparar-se conosco, mas com uma instância superior a
nós, de uma superioridade fundamental e qualitativa. Quando nós decidimos perante ela, então
sempre já está decidido sobre nós mesmos: Desde o princípio (2 Ts 2.13), “antes da criação do
mundo”, (Ef 1.4), portanto antes de tomarmos conhecimento dela ou de nem sequer
necessitarmos dela, independentemente (e entenda-se bem, independentemente no próprio Deus)
da concretização e de toda a formação pecaminosa ou justa de nossa existência”. [18]
“Outra coisa também não pode significar mais especificamente o conceito da eleição: O que ela
ressalta é a liberdade da graça. [...] Sempre já em si mesmo graça quando uma pessoa pode
aceitar graça. [...] também a decisão humana frente à decisão do Deus misericordioso (a qual,
entretanto, precisa ser tomada) sucede baseada em decisão prévia de Deus” [19]
“Jesus Cristo é a realidade da aliança entre Deus e o homem”. [20]
Poderíamos falar muito, porque Barth falou bastante a respeito da doutrina da eleição e porque a
partir do confronto das várias perspectivas teológicas, e especialmente a dele, construímos a
nossa própria perspectiva deste mistério, de antes da fundação do mundo, revelado em Cristo. A
eleição de Deus em Cristo.
Predestinação
Neste tema ele critica as duas escolas soteriológicas tradicionais, calvinismo e arminianismo,
propondo uma mudança de perspectiva. Mas isto é um assunto no qual necessitaríamos escrever
muito mais do que pretendemos neste pequeno artigo. Leiamos, então, o próprio Barth:
“Portanto a doutrina da predestinação não é porventura religiosa do determinismo, nem
tampouco aquela forma do mesmo, que deduz a partir da experiência religiosa. Pelo contrário:
Ela nega tanto o determinismo quanto o indeterminismo. Ao proclamar a liberdade e senhorio
de Deus, ela está tão distante daqueles que colocam o conceito da necessidade no topo do seu
sistema e o propalam como princípio do universo, quanto daqueles que atribuem ao conceito
da liberdade esta mesma posição. Não se pode negar que a doutrina da predestinação, tanto a
de Calvino quanto a de Lutero na época do “Servo Arbítrio” (de Zwinglio então, nem se fala)
sofreu muita influência do determinismo; isto trouxe consequências funestas, e precisamos ter a
hombridade de não ir atrás deles neste ponto.” [21] (grifo nosso)
A ênfase da doutrina da eleição, e consequente predestinação, consiste em uma palavra “NELE”.
Ef 1.4-13. Sintetizada na frase abaixo:
“Eleitos em Cristo” evidentemente quer dizer em primeiro lugar: Não em nós mesmos.” [22]
(grifo nosso)
Dupla predestinação (não no formato calvinista)
Para Barth, falar deste assunto é falar sobre duas perspectivas, uma divina, fora do espaço-tempo,
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incondicional (em muitos sentidos, mas não se referente à escolha do individuo A e/ou B para
perdição ou salvação), e outra a perspectiva humana, dentro do espaço-tempo. Uma, a visão de
cima para baixo e outra, divina, e outra a de baixo para cima, e que para o homem é impossível
compreender/considerar ambas ao mesmo tempo, e por isto tanta polêmica e controvérsias a
respeito do tema predestinação. (textos base: Rm 8.29-30; Ef 1.4-11, I Pe 1.2). Para o Suíço, em
certo sentido, a eleição e a predestinação são sempre dupla, vejamos:
“Olhando da perspectiva do eleito, eleição significa um ato de liberdade e senhorio; olhando
para os eleitos, significa um ato de escolha e distinção. Não existe eleição se não houver
também não-eleição, preterição, repúdio. Por esta razão a doutrina da
predestinação forçosamente é doutrina da dupla predestinação. É desta forma que ela também
se encontra, sem dúvida, na escritura sagrada: “Muitos são chamados, mas poucos escolhidos”
(Mt 22.14). “Amei a Jacó, porém me aborreci de Esaú” (Rm 9.13). “Naquela noite dois estarão
numa cama; um será tomado, e deixado o outros; duas mulheres estarão juntas moendo; uma
será tomada, e deixada a outra; dois estarão no campo, um será tomado, e o outro deixado (Lc
17.34s)”. [23]
Caro leitor, muita atenção, para não confundir a dupla-predestinação que Barth afirma com o
fatalismo calvinista, pois não há qualquer relação entre elas. O que o teólogo suíço enfatiza é que
“onde há eleição, há rejeição”, se eu escolho algo, entre muitos ou alguns, por consequência eu
rejeito algo, inevitável. A pergunta que fica é “o que Deus rejeitou e rejeita”? Mas esta
explicação deixaremos para aprofundamento em algum outro momento.
“Não podemos reconhecer nossa eleição em Jesus Cristo sem reconhecer primeiro e antes de
mais nada a nossa rejeição, e isto mais uma vez também em n´Ele”. [24]
“Entenda-se bem: Precisamente Jesus Cristo na cruz é, afinal, o eleito de Deus.” [25]
Jesus como o eleito de Deus… outro ponto daqueles em que é impossível escrever algo em
algumas poucas linhas.
Crítica a predestinação calvinista
Sobre a interpretação calvinista de Romanos 9.10-23:
“Aqueles capítulos não dizem que a humanidade está dividida desta ou daquela forma, que há
predestinados neste ou naquele sentido, assim como há homens e mulheres, brancos e negros.
Neste ponto a doutrina clássica da predestinação, numa funesta consequência de outros de erros
seus, representava uma antropologização, mecanização e estabilização ilícitas da majestosa
alternativa divina sob a qual estamos colocados em Jesus Cristo e cujo testemunho é o sentido
da doutrina bíblica da predestinação.” [26]
Eleitos estamos ao dizer sim a Cristo: “Eleitos estamos nós ao dizermos sim à nossa eleição em
Jesus Cristo, e assim justamente ao dizermos sim também para a nossa rejeição, porém para a
nossa rejeição carregada e anulada por Jesus Cristo, e somente então sobretudo para a nossa
eleição.” [27]
“Afinal a pessoa humana em sua livre decisão é objeto da prévia decisão divina.” [28]
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A humanidade de Deus
Karl Barth não teve receio de falar no aspecto da humanidade de Cristo. Muito de fala em Cristo,
em seu aspecto divino, como alguém que está longe, quando Ele é o Emanuel. Muito se fala na
rejeição do homem por Deus, por causa da queda de Adão, mas pouca sobre a escolha de Deus
pela humanidade, criar a humanidade, encarnar em Cristo, e ser parceiro superior da aliança e
Deus do homem. Barth ousou tratar sobre isto.
“Sim, e este é o ponto para trás do qual não se pode mais retroceder: Deus está ao lado do ser
humano. Isso é soberanamente fundamentado nele mesmo, e unicamente por ele mesmo
determinado, delimitado e ordenado. Assim, e não de outra maneira, ele se torna acontecimento
e se torna conhecível. Trata-se, porém, de que Deus realmente está ao lado do ser humano.
Quem é Deus e o que ele é em sua divindade, isso ele demonstra e revela não no espaço vazio de
um ser-para-si divino, mas, de modo autêntico, justamente no fato de existir, falar e agir como
parceiro (por certo pura e simplesmente superior) do ser humano. Aquele que faz isso, esse é o
Deus vivo. E sua divindade é a liberdade na qual ele faz isso. Ela é a divindade que, como tal,
também tem o caráter de humanidade. Somente desta forma e afirmação da divindade de Deus
devia e deve ser contraposta àquela teologia do passado: em forma de recepção positiva, não de
rejeição irrefletida da partícula veri que de modo algum lhe pode ser negada, mesmo quando se
descobre radicalmente sua fraqueza. Justamente a divindade de Deus, corretamente
compreendida, inclui sua humanidade.”[29]
“No espelho da humanidade de Jesus Cristo revela-se a humanidade de Deus, incluída em sua
divindade. Deus é assim com ele. Assim diz seu sim ao homem. Assim ele participa do ser
humano. Assim ele se engaja em favor do ser humano.” [30]
O homem
O que é o homem? “O homem é um enigma e nada mais, e seu universo jamais será tão
vivamente visto e sentido, é uma questão. Deus continua em contraste com o homem como o
impossível em contraste com o possível, como a morte em contraste com a vida, como a
eternidade em contraste com o tempo. A solução do enigma, a resposta à questão, a satisfação
da nossa necessidade é absolutamente o novo evento pelo qual o impossível torna-se por si
mesmo possível, a morte torna-se vida, a eternidade tempo, e Deus homem.” [31]
“O homem nem é capaz de reconhecer por si mesmo sua inquietude e seu pecado. É-lhe
necessário primeiro conhecer Jesus Cristo: é em sua luz que nós vemos a luz que nos revela
nossas próprias trevas.” [32]
ESPAÇO-TEMPO, o dilema, o que gera dificuldades interpretativas, é a falta de compreensão
desta diferença, entre o que é temporal e Deus que está fora do tempo. Desejamos a satisfação
dos nossos interesses, propondo o foco de Deus a nós, a nossa escolha pessoal ou a nossa
decisão, e não o foco Nele, no que Ele deseja, escolheu, planejou.
“Confundimos a eternidade com temporalidade. Esta é nossa falta de respeito no
relacionamento com Deus. Secretamente, nesse modo de proceder, somos nós os senhores. Para
nós não se trata de Deus, porém das nossas necessidades [de nossos desejos e conveniência]
pelas quais queremos que Deus se oriente.” [33]
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“É preciso considerar-se em conjunto, no mesmo momento, a eternidade e o tempo, Deus e o
homem, para compreender o que realmente significa o nome de Jesus Cristo! Jesus Cristo é a
realidade da aliança entre Deus e o homem”. [34]
Aliança eterna em Cristo
“Ora, o Deus de paz, que pelo sangue da aliança eterna tornou a trazer dos mortos a nosso
Senhor Jesus Cristo, grande pastor das ovelhas”. Hb 13.20
Este ponto é difícil de tratar, porque é o ponto que gostamos muito. Mas Barth trata e explica o
que vem ser a aliança que Deus propôs, antes da fundação do mundo (Mt 25.34; Ef 1.4; I Pe
1.20; Ap 13.8). A minha própria teologia se origina e se desdobra sobre este propósito e aliança,
Cristo, porque a Bíblia fala disto, da aliança entre Deus e os homens (aqueles que creem) por
meio de Jesus Cristo. Mas vamos colar, pelo menos, a definição do que seria esta eterna aliança
em sua teologia. Segue:
“Em sua palavra Deus revela o seu agir no horizonte de sua aliança com o ser humano; e na
história da constituição, manutenção, realização e conclusão desta aliança ele se revela a si
mesmo. Revela sua santidade, mas revela também a sua misericórdia – misericórdia de pai, de
irmão, de amigo. Revela também seu poder e sua majestade como senhor e juiz do ser humano;
revela, portando, a si mesmo como o primeiro parceiro dessa aliança , a si mesmo como o Deus
do ser humano. Mas em sua palavra revela também o ser humano como criatura, como seu
devedor insolvente, como ser perdido sob seu juízo. Mas também revela-o como criatura
mantida e salva por sua graça, como ser humano libertado para Deus, posto a seu serviço.
Revela o ser humano como seu filho e servo, como amado por Ele e, portanto, como segundo
parceiro da aliança; em síntese: revela o ser humano como o ser humano de Deus.” [...] A
aliança é a união de Deus com esse povo, dentro de sua história comum. Ela fala, de maneira
estranhamente contraditória, mas inequívoca, do encontro jamais interrompido, do diálogo, da
comunhão entre o Deus santo e fiel e um povo que não é santo e nem fiel. Assim ela fala
simultaneamente da presença constante e fiel do parceiro divino, e do falhar de seu parceiro
humano, destinado a ser-lhe conforme, a corresponder à sua santidade, a responder com
fidelidade à sua fidelidade divina. Assim ela revela a plenitude divina da aliança – não a
humana. Neste sentido ela ainda não fala da aliança em sua plenitude consumada. É assim que,
transcendo a si mesma, aponta para uma consumação que nela tende a realizar-se, que, no
entanto, ainda não chega a ser realidade”. [35] (assim fala da aliança entre Deus e Israel, como
figura da aliança eterna em Cristo, entre este e a sua esposa).
“Em vista desse seu Filho, que devia tornar-se homem e portador dos pecados dos homens,
Deus amou o homem e, com o homem, todo o mundo desde a eternidade, antes ainda de criá-
los”, [36]
Muitos outros pontos, que também não podem ser ditos menores que principias, ficaram de fora
deste nosso pequeno comentário, como “Deus, o totalmente outro”, que trata do aspecto da
transcendência divina, “Analogia da Fé”, a contemplação e impossibilidade de captura do objeto
da teologia (Deus), o papel da teologia, a própria doutrina da eleição que pode ser objeto de
muitos outros estudos, mas ficaremos por aqui.
Espero que tenham gostado e esclarecido alguns pontos da teologia deste brilhante autor, que
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certamente, independente de qualquer coisa, e é admirado até mesmo pelos católicos, é
impossível passar a história do pensamento teológico sem citá-lo, e se porventura formos listar
os maiores nomes da história da teologia, certamente Karl Barth estará entre eles. Graça e paz a
todos.
igamaliel (2014-11-06 19:10:06)
Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico: Um amigo nos pediu para escrever
algo sobre o grande... http://t.co/EOhypFWT9F
igamaliel (2014-11-06 19:09:51)
Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico: Um amigo nos pediu para escrever
algo sobre o grande... http://t.co/S8Bu2HDneW
SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:09:22)
Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico http://t.co/KtaKfLVwtC
SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:09:16)
NO #MAISCRUZ Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico: Um amigo nos
pediu pa... http://t.co/vyJHeqqz8Y VIA @SIGAMAISCRUZ
igamaliel (2014-11-06 19:11:17)
Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico - http://t.co/7KQUYet19m
http://t.co/AjxLbp3cTs
igamaliel (2014-11-06 19:10:01)
Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico: Um amigo nos pediu para escrever
algo sobre o grande... http://t.co/Qdi0kLRtzN
igamaliel (2014-11-06 19:11:29)
Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico http://t.co/nT169li0A1
igamaliel (2014-11-06 19:11:23)
Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico http://t.co/nxOrBVHyc9
igamaliel (2014-11-06 19:11:33)
Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico http://t.co/YeHnakAXYa
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A Gênese da Predestinação na História da Teologia - 2014-11-06 19:13
A história da eleição e predestinação, enquanto doutrinas da igreja de Cristo, têm atraído os mais
diversos estudiosos e também leigos que amam as Escrituras e a história do Cristianismo. Deste
modo, quero recomendar um excelente livro que li recentemente, de um amigo, o Pr. Thiago
Titillo, e compartilhar, com autorização do autor, um capítulo, a introdução de “A Gênese da
Predestinação na História da Teologia Cristã.” Boa leitura.
INTRODUÇÃO
O filósofo existencialista francês Jean Paul Sartre disse que o homem “está condenado a ser
livre”.[1] Todavia, os conceitos de condenação e liberdade não se complementam. Mas o
paradoxo permanece: até que ponto o homem é livre e em que sentido essa liberdade é limitada
por circunstâncias internas e externas?
Agostinho, bispo de Hipona e doutor da Igreja, buscou responder essas questões em sua vasta
obra. No decurso das controvérsias maniqueísta, donatista e pelagiana, ele desenvolveu seu
pensamento sobre o pecado e a graça, e seus desdobramentos extensivos ao livre-arbítrio humano
e à predestinação divina.
Mas será que o pensamento de Agostinho sobre o pecado e a graça representa fielmente o
ensinamento que ele recebeu da Igreja através dos mestres que o precederam? Ou as demandas
em que se viu envolvido o desviaram do ensino comum da Igreja acerca dessas questões?
Por muito tempo defendi que o monergismo ensinado por Agostinho e resgatado pela Reforma
através de Martinho Lutero, Ulrich Zuínglio e João Calvino, era a verdadeira doutrina
transmitida por Cristo e seus apóstolos aos primeiros líderes da Igreja que os sucederam, tendo
no bispo de Hipona a mente que sistematizou o pensamento já existente de forma embrionária
nos primevos pais.[2] Após o abandono da doutrina por quase toda a Idade Média, a mesma fora
redescoberta pelo monge agostiniano que incendiou a Alemanha, e grande parte da Europa, com
suas ideias reformistas expostas nas noventa e cinco teses que foram afixadas na porta do Castelo
de Wittenberg em 31 de outubro de 1517, véspera do “dia de todos os santos”.
Norman Geisler, em Eleitos, mas livres (2001), afirma haver uma diferença doutrinária entre o
“Agostinho jovem” e o “Agostinho velho”. Essa mudança se deu em função da controvérsia
pelagiana, embora a crise donatistas já a prenunciasse. Antes disso, porém, Agostinho seguiu os
ensinos dos pais da Igreja que vieram antes dele.[3]
No entanto, devido ao propósito da obra, Geisler não trabalhou as mudanças políticas do império
romano que contribuíram para o surgimento do partido donatista. É nesse contexto que o uso da
força estatal em favor da Igreja Católica recebe o apoio de Agostinho, preparando o caminho
para sua mudança de concepção acerca das doutrinas do pecado e da graça. A forma como bispo
norte-africano lida com essa nova realidade em seu fazer teológico recebe especial atenção nessa
obra. É fato que nenhum grande pensador constrói seu sistema de crenças sem passar por
períodos de ajustes e mudanças. Agostinho não foi exceção. Nesse trabalho, serão observadas as
etapas que culminaram na maturidade teológica do pensamento de Agostinho, pontuando as
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implicações que cada momento teve na construção do seu edifício teológico.
Para tanto, os tratados e obras do mais destacado pai da igreja ocidental são
imprescindíveis.[4]Autores como Peter Brown (2011), biógrafo moderno de Agostinho, e os
historiadores Dale T. Irvin e Scott W. Sunquist (2004) foram de grande auxílio, principalmente
na reconstrução do cenário político-social do período no qual o bispo hiponense se empenhou em
combater os cismáticos donatistas. Na área da teologia histórica, autores como Roger Olson
(2001), R. C. Sproul (2001), Henry Bettenson (2007) e Heinrich Denzinger (2007) contribuíram
com suas obras para a produção da pesquisa que resultou neste livro.[5]
Para atender ao propósito geral, a obra se divide em quatro partes. Na primeira, são apresentados
os termos-chaves que aparecerão no decorrer do livro: predestinação e livre-arbítrio, pecado e
graça, monergismo e sinergismo.
A segunda parte trabalhará os sistemas teológicos em disputa na controvérsia sobre o pecado e a
graça, a saber, o pelagianismo, o agostinianismo e o semipelagianismo.
A terceira parte trata especificamente da teologia agostiniana. Apresenta o seu desenvolvimento
doutrinário acerca do pecado e da graça, e em quais circunstâncias o bispo de Hipona foi
forjando seu pensamento durante os novos desafios demandados pelos debates com os
maniqueus, donatistas e pelagianos. É justamente em meio à formulação do pensamento sobre o
pecado e a graça que Agostinho toca na questão do livre-arbítrio e da predestinação.
Por fim, a quarta e última parte analisa a proposta doutrinal de Agostinho em relação à doutrina
comum da Igreja, e o legado de suas ideias à fé cristã ocidental. Primeiramente, é feito um
levantamento do pensamento de seis pais da Igreja anteriores a Agostinho sobre o pecado e a
graça: três da igreja oriental – Justino, Ireneu e Orígenes –, e três da igreja ocidental – Tertuliano,
Cipriano e Ambrósio. Tal levantamento permite observar quais elementos Agostinho absorveu de
seus antecessores, e qual o ponto de distanciamento entre eles. Depois, aborda-se o tratamento
dado pela Igreja às controvérsias entre Agostinho e os partidos pelagiano e semipelagiano. Os
cânones e resoluções sinodais e conciliares são analisados – em especial, o Concílio de Éfeso
(431) e o Sínodo de Orange (529) –, a fim de identificar as marcas permanentes do pensamento
agostiniano na igreja ocidental.
A relevância desta pesquisa ganha força diante do quadro crítico em que se encontra a igreja
evangélica brasileira: desconhece os tesouros que lhe fora legado pela tradição cristã bi-milenar,
ignorando a fé que confessam, e o trabalho daqueles que dedicaram suas vidas a fim de extrair o
precioso minério das Escrituras. Haykin enumera quatro motivos para o desinteresse dos
evangélicos contemporâneos pelos pais da Igreja: 1) a oposição ao catolicismo romano e suas
tradições; 2) o fundamentalismo anti-intelectual; 3) a esquisitice de muitos da época da igreja
antiga; 4) o desejo intenso de ser uma “pessoa do Livro”.[6] No cenário brasileiro a situação não
é diferente. Embora esse cenário esteja mudando, a maioria dos textos publicados sobre os pais
da Igreja ainda fazem parte do catálogo de editoras católicas.
Ao considerar a verdade de que os principais dogmas da religião cristã começaram a brotar da
mente desses antigos teólogos, deve-se, sem negligenciar a Bíblia – que é a “lâmpada para os
pés” na jornada em defesa da verdade –, atentar para os esforços dos mestres que ensinaram esta
mesma Palavra (Hb 13.7). E Agostinho, certamente, figura entre esses grandes mestres da Igreja
que merecem atenção especial.
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Sua influência sobre a cristandade ocidental é notável. Ela “flui para dentro de movimentos
religiosos radicais de oposição. Agostinho é apreciado como um dos maiores pais da Igreja
Católica Romana. Contudo, foi ele que ‘nos deu a Reforma’”.[7] Assim como sua eclesiologia
fora dada a Roma, sua antropologia e soteriologia foram entregues a Wittenberg e Genebra. João
Calvino, um dos líderes do movimento de Reforma, escreveu: Augustinus totus noster est.[8]
Franklin Ferreira diz adequadamente que “poucos teólogos são tão relevantes para nossa época
como Agostinho”.[9] Conhecer o pensamento de Agostinho é essencial para entender a
fundamentação intelectual do cristianismo. Conhecer os fatores que contribuíram para a
formação do seu pensamento é descobrir o porquê das principais doutrinas que norteiam a Igreja
– seja católica ou protestante – nos últimos 1600 anos.
A civilização ocidental foi grandemente moldada pelo pensamento cristão antigo, e a
contribuição de Agostinho nesse arcabouço é inegável: “Todo desenvolvimento da vida
ocidental, em todas as suas fases, foi poderosamente afetado pelo seu ensino”.[10]
Hoje, mais do que nunca, a Igreja deve estar preparada para enfrentar novos desafios. Mas isso
só será possível se ela entender a razão de suas crenças e práticas hodiernas, razão esta que se
encontra num passado remoto.
Desconhecer o passado impossibilita uma correta compreensão do presente. Se a Igreja não tiver
uma boa compreensão da sua história, assemelhar-se-á a uma pessoa desmemoriada, e, portanto,
incapaz de usufruir uma vida com qualidade. Somente o conhecimento da verdade histórica torna
possível entender o tempo presente e vislumbrar um futuro glorioso para a Igreja. E foi o próprio
Senhor Jesus que afirmou ser o conhecimento da verdade libertador (Jo 8.32).
SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:14:55)
A Gênese da Predestinação na História da Teologia http://t.co/qWQcONdxGv
SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:14:49)
NO #MAISCRUZ A Gênese da Predestinação na História da Teologia: A história da eleição e
pred... http://t.co/g8EERvHkJ9 VIA @SIGAMAISCRUZ
Rafael Camillotti (2014-11-06 19:18:26)
Seja homem .. e venha debater, eu te desafio
igamaliel (2014-11-06 19:15:12)
A Gênese da Predestinação na História da Teologia : A história da eleição e predestinação,
enquanto doutrinas da... http://t.co/1MaUbiL9tt
igamaliel (2014-11-06 19:15:16)
A Gênese da Predestinação na História da Teologia : A história da eleição e predestinação,
enquanto doutrinas da... http://t.co/Sn6jg8MMbq
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igamaliel (2014-11-06 19:15:23)
A Gênese da Predestinação na História da Teologia : A história da eleição e predestinação,
enquanto doutrinas da... http://t.co/lZtvhUu7DW
igamaliel (2014-11-06 19:15:29)
A Gênese da Predestinação na História da Teologia : A história da eleição e predestinação,
enquanto doutrinas da... http://t.co/MkMXxnD54N
igamaliel (2014-11-06 19:16:04)
A Gênese da Predestinação na História da Teologia - http://t.co/X4Am6V4B4B
http://t.co/Qa1TlmGNnK
igamaliel (2014-11-06 19:16:08)
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igamaliel (2014-11-06 19:16:07)
A Gênese da Predestinação na História da Teologia http://t.co/s3fY7XB9Xb
igamaliel (2014-11-06 19:16:15)
A Gênese da Predestinação na História da Teologia http://t.co/dYLOPayhdw
A visão pentecostal clássica concernente a profecia - 2014-11-06
19:17
A profecia e o movimento profético ocupam lugar de destaque no estudo das Escrituras, variando
de perspectiva entre o Primeiro e o Segundo Testamento. Não obstante, analisaremos de modo
breve e sucinto suas variantes, tendo em vista que no Antigo Testamento ela desenvolve-se de
modo distinto daquele sob o qual se apresenta no contexto neotestamentário, sendo que, no
primeiro caso ocorre sob a condição de ministério profético com funcionalidades específicas, já
no segundo, sob a qualificação de dom concedido a igreja para o serviço de exortação,
consolação e edificação (1Coríntios 14.3).
A profecia no contexto veterotestamentário
A profecia no contexto veterotestamentário está indissociavelmente ligada a pessoa do profeta.
Logo, a conotação que se atribui a este, por vezes se torna equivocada, pois, o termo “profeta”
por descuido se tornou um equivalente sinonímico de “vidente”, isto é, aquele que se restringe a
fazer previsões a respeito do futuro ou que simplesmente revela coisas ocultas, porém, este é um
conceito equivocado adotado por nós ocidentais e tal ideia se deve a influência exercida pela
cultura grega, inclusive, sobre o pensamento não oriental.
A palavra profeta, por sua vez, lança suas raízes sobre o vocábulo hebraico “nâbhî”, o qual
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significa nada mais nada menos que “aquele que anuncia a mensagem de outrem”. Portanto, o
profeta no contexto veterotestamentário era considerado o porta voz oficial do próprio Deus, a
quem competia a responsabilidade de anunciar a Palavra e a Vontade do Todo-Poderoso ao povo.
Deste modo, o profeta era a pessoa escolhida e usada por Deus para transmitir sua mensagem e
seus desígnios, isto é, a profecia em foco.
Todavia, sobre a profecia no Antigo Testamento compete dizer que consistia não somente em
mensagens relacionadas ao tempo futuro, mas também e principalmente, a cerca daquilo que
estava acontecendo na realidade presente em que vivia o profeta, objetivando então trazer
arrependimento e mudança para o contexto que se desenvolvia naquela época, seja nas esferas da
política, da economia ou da religião.
Destarte, os profetas, em nome de Deus e na condição de seu representante, denunciavam a
aparente “espiritualidade” praticada pelo pseudomoralismo da religião de sua época (Jeremias
6.13-21; 7.8-11), condenavam os abusos dos reis e poderosos sobre a massa de oprimidos, bem
como, a idolatria política, cultual e religiosa (Oséias 4.12-13; Ezequiel 22.1-12; Zacarias 7.8-10;
Malaquias 3.5). Enfim, os profetas refletiam a preocupação e o agir de Deus em favor do povo,
objetivando a transformação não somente no âmago da religião, mas também na estrutura social
de seu tempo.
A profecia no contexto neotestamentário
A profecia no contexto neotestamentário adota um enfoque diferenciado, e, portanto, será
elencada entre a relação dos dons espirituais (1Coríntios 12.7-10), e está qualificada no grupo
dos dons ditos de
“inspiração”, pois a pessoa que recebe este dom é inspirada pelo Espírito Santo ao ponto de falar
aos homens, entregando-lhes uma mensagem da parte de Deus para dentro da própria realidade
humana.
Destarte, perceba que a profecia relacionada entre os dons do Espírito Santo consiste em
benefício específico para a igreja, e não atinge as questões propriamente políticas e sociais a
exemplo do que ocorria no contexto veterotestamentário. Logo, a profecia foi concedida por
Deus aos cristãos com o único intuito de atender as finalidades de edificação, exortação e
consolação (1Coríntios 14.3) do povo de Deus. Portanto, quando uma suposta profecia não se
enquadrar a nenhum destes três aspectos, deve ser sem qualquer receio, rejeitada.
Compete ainda destacar que dentre os dons do Espírito Santo, a profecia é aquele dom sobre o
qual a Bíblia nos induz a análise e
julgamento (1 Coríntios 14.29), visto que, ela pode ser de ordens ou origens distintas, dentre as
quais, destacamos: divina, humana e maligna. Portanto, compete ao cristão, analisar cada
profecia a luz do contexto bíblico, sobre o qual ela precisa estar terminantemente de acordo.
Profecia de Origem Divina
A profecia de origem divina é aquela cuja mensagem anunciada por determinada pessoa
concorda com a Palavra de Deus e com os ensinamentos de Jesus Cristo, pois, em Apocalipse
19.10 encontramos menção ao fato de que o testemunho de Jesus é o espírito da profecia.
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Vejamos o que está escrito em 2 Pedro 1.20,21 a respeito da maior de todas as profecias a nós
anunciada, a infalível e inerrante Palavra de Deus (Bíblia):
“Sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular
elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto,
homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo”.
Logo, em decorrência disso, toda e qualquer mensagem que não encontre respaldo bíblico, ou
que venha contra qualquer doutrina das Escrituras, deve ser veementemente rejeitada. Inclusive,
o apóstolo Paulo nos exorta que, mesmo que um anjo do céu nos anuncie outro evangelho
diferente daquele que tem sido anunciado, que seja considerado anátema (Gálatas 1.8).
Assim, a prova real de que uma profecia tem sua origem em Deus, é sua submissão as
Escrituras e seu consequente cumprimento. Caso ela não se cumpra ou as informações nela
contida não sejam condizentes com a Palavra de Deus e com a realidade vivida pela pessoa que
foi alvo da aludida mensagem, deve ser desconsiderada, pois, neste caso não emana de Deus.
Profecia de origem humana
É aquele tipo de profecia onde o emissário profere uma mensagem com respaldo em sua própria
emoção ou em virtude de alguma razão oculta em seu intelecto. Não são pessoas propriamente
mal intencionadas, e comumente até existe a boa intenção de ajudar e motivar o destinatário,
entretanto, neste afago, movido pelas emoções e sentimentos do seu próprio coração,
terminantemente confundidos, produzem um resultado diverso da vontade e direção divina
através da transmissão de uma mensagem não condizente e inverídica, tanto em relação à esfera
espiritual quanto a verdade dos fatos que se manifestam na realidade terrena. Logo, será uma
profecia que não terá seu cumprimento efetivado, visto que sua origem não está em Deus.
Inclusive, a Bíblia registra o seguinte texto que precisa ser observado:
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” (Jeremias
17.9).
Todavia, mesmo que impulsionado por boas intenções, é um perigo falar profeticamente em
nome de Deus sem que ele tenha de fato nos comunicado algo(Ezequiel 13.1-3;6-9).
Muito embora, o texto anteriormente citado retrate a exortação de Deus concernente a profecia
no contexto veterotestamentario, está em evidência um princípio geral que ampara a seriedade
que envolve o ato de se proferir qualquer mensagem que seja em nome de Deus, e por mensagem
aqui se entenda a profecia, pois, quando esta mensagem é meramente humana e não de ordem
divina, resultará em engano, e por fim irá gerar falsas expectativas sobre a pessoa a quem ela se
destina, e que por não se cumprir pode gerar muitos males, desde o induzimento a tomada de
atitudes não só precipitadas como também equivocadas, bem como ao estabelecimento de um
estado de frustração e decepção com o próprio Deus, em virtude do não cumprimento daquilo
que lhe foi prometido em seu nome.
É fato consagrado que Deus definitivamente usa homens e mulheres conforme lhe apraz, e a
profecia tem sua genuína fundamentação na Bíblia, conforme já abordado, pois existem pessoas
fiéis a Deus e compromissadas com a Bíblia Sagrada que realmente são usadas por Ele para
comunicar profeticamente a mensagem divina no intento de trazer edificação, consolação e
exortação (1 Coríntios 14.3). Entretanto, existem pessoas equivocadas falando em nome de Deus,
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quando ele não falou; por isso compete à igreja buscar em Deus o discernimento espiritual e
investigar na sua Palavra fundamentação no tocante a estas questões.
Além disso, embora existam pessoas que não são mal intencionadas naquilo que tange o ato de
profetizar, outras o fazem por imaturidade espiritual, no vislumbre de externarem um falso
conceito de espiritualidade. Além destas, existem aquelas que profetizam a partir de um
conhecimento prévio de acontecimentos pertinentes e por questões de lógica, cujo objetivo
resume-se tão somente a validar sua credibilidade diante dos outros.
Vejamos um exemplo de profecia humana aplicada por questões lógicas (estas costumam ser
genéricas e nada específicas): “…..se você orar, buscar a Deus, jejuar e se dedicar na leitura
Bíblica, Deus vai lhe usar!”. Isto é evidentemente óbvio, portanto, é lógico, que se os passos
anteriormente citados forem devidamente observados com seriedade, o resultado não vai ser
outro, senão de fato sermos usados por Deus com eficácia em sua obra. Este é um simples
exemplo que serve para retratar quão genéricas e humanas algumas profecias tem se constituído.
Aliás, para se fazer tal afirmação, como a do exemplo citado, não é necessário nenhum tipo de
“revelação divina”, mas apenas o uso da lógica.
Não obstante, apesar de existirem profecias de origem humana e maligna (sobre a qual falaremos
adiante) não deve haver em nós a dúvida quanto à realidade das profecias de origem divina.
Destarte, destacamos e cremos que Deus ainda hoje usa verdadeiros profetas em sua igreja, e
para tanto, fica o respaldo bíblico:
“Segui o amor e procurai, com zelo, os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis (…)
Mas o que profetiza fala aos homens, edificando, exortando e consolando (…) o que profetiza
edifica a igreja. Porém, se todos profetizarem, e entrar algum incrédulo ou indouto, é ele por
todos convencido e por todos julgado; tornam-se-lhe manifestos os segredos do coração, e,
assim, prostrando-se com a face em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está, de
fato, no meio de vós. Portanto, meus irmãos, procurai com zelo o dom de profetizar e não
proibais o falar em outras línguas. Tudo, porém, seja feito com decência e ordem.” (1 Coríntios
14.1,3,4,24,25,39,40).
Profecia de Origem Maligna
A profecia maligna é aquela que tem sua origem em satanás, sendo que, este agente onde repousa
toda a malignidade também usa pessoas no intuito de transmitir e agir em favor de seus
tenebrosos intentos, que se constituem na mais satânica INVERDADE. Satanás é o próprio pai
da mentira (João 8.44).
Não se engane, assim como Deus usa seus servos, satanás também encontra espaço para operar
através de todo aquele que lhe dá lugar, podendo leva-los inclusive, a profetizar. Portanto, toda e
qualquer profecia que induza o homem a percorrer caminhos que o afaste da santificação e da
comunhão com Deus, que negue a divindade da pessoa bendita de Jesus Cristo, além da negação
das doutrinas centrais da fé cristã, deve ser terminantemente rejeitada e repreendida, pois não
provem de Deus nem dos intentos meramente humanos, mas do próprio agente da malignidade –
satanás (Atos 13.6-10).
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A visão pentecostal clássica concernente a profecia: A profecia e o movimento profético ocupam
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Projeto Mudas de Igreja - 2014-11-06 19:20
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Inegavelmente, o que determina a sucessão de uma lavoura ou de um pomar, é o replantio
periódico. É de fundamental importância ter um viveiro para reabastecer o campo com mudas
saudáveis que garantam o futuro da espécie e a sobrevivência da plantação. Mas alguns cuidados
precisam ser tomados quanto a isso. Se não tomarmos as medidas cabíveis neste processo tão
sério, corremos o risco de vermos nossos pomares pouco a pouco se tornando inférteis e,
consequentemente, perdendo o objetivo pelo qual ele foi plantado. Por essa razão precisamos ter
mudas prontas para serem transplantadas e plantadas num local definitivo. Da mesma forma
ocorre com relação ao plantio de igrejas, mudas precisam ser cultivadas e no devido tempo
plantadas nos campos definitivos, ou seja, nas comunidades ainda não alcançadas pelo evangelho
da graça de Deus. Quando essas mudas não são cultivadas povos e nações inteiras perecem sem
jamais ouvir o evangelho da salvação, isto é, sem nunca receberem as sementes da poderosa
manifestação da bondade de Deus. Mas por outro lado, não é o bastante nós termos ‘mudas’
disponíveis e prontas para serem inseridas nos campos, precisamos que essas mudas sejam
saudáveis e que tenham sido originadas em sementes de boa espécie e excelente qualidade.
Quando temos mudas, mas que não se encontram aptas para serem plantadas nos vastos campos
do mundo não alcançado por não serem originadas da boa semente, é melhor não plantarmos
para não corrermos o risco de comprometermos o campo. Passemos a analisar os fatores que
envolvem diretamente esse processo de plantio, colheita de mudas e replantio.
O QUE É UMA MUDA DE IGREJA?
Uma muda de igreja é uma equipe ministerial que se engajou na missão de plantar igrejas.
Pessoas que são vocacionadas por Deus para o ministério e que decidiram doar seu tempo e sua
vida para o serviço do Reino de Deus. Essas pessoas estão aptas a doarem suor (trabalho árduo e
perseverante), sangue (isto é, estão dispostas a fazerem sacrifícios por mais desconfortáveis que
eles sejam) e lágrimas (fervoroso clamor e dependência de Deus) para que o progresso do reino
ocorra sem qualquer interferência. Para que a igreja que será plantada seja de fato, saudável é
importante que a equipe ministerial seja formada não apenas por pessoas vocacionadas e
preparadas, mas é fundamental que a equipe formada tenha como integrantes pessoas envolvidas
nas seguintes áreas: pregação, ensino e discipulado, área musical, ministério infantil, e noções
básicas de projeto social. Isso não quer dizer que essa equipe deva ser formada apenas por
pessoas que possuem ensino superior ou coisa do tipo, mas é importante que os membros do
grupo estejam aptos para exercerem as funções cruciais da missão sem nenhuma deficiência.
A QUALIDADE DA SEMENTE
O primeiro passo para que um viveiro possa constituir um empreendimento de sucesso, é a
atenção especial na escolha das sementes. Um viveiro precisa ter a prioridade de semear apenas
sementes de boa qualidade. É melhor nem semear do que correr o risco de plantar sementes
ruins. O futuro da planta e a qualidade dos frutos que mais tarde ela produzirá serão
determinados pela qualidade da semente que lançamos em terra. Assim também as pessoas que
serão inseridas no processo de capacitação ministerial precisam ser pessoas de cujo caráter
cristão e moral seja, de fato, sadio e apto para resplandecer a santidade de Cristo. A igreja deve
ter nos seus líderes o exemplo de fé e de boas obras. Portanto os plantadores de igreja devem
tornar-se pessoalmente padrão para os fieis. Assim como uma muda de planta não pode ser
transplantada de um lugar para outros antes mesmo de nascer, assim também se os obreiros não
forem pessoas que nasceram de novo, jamais poderão compor uma equipe de plantação de
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igrejas. Outra característica fundamental nos candidatos ao processo de capacitação para o
plantio de novas igrejas é a vocação. Nada pode ser visto como substituto para ela. Sem vocação
os talentos são de valor irrisório, pois quem valida os talentos e dons é a vocação. A implantação
do viveiro deve ser feita após uma análise cuidadosa, tendo-se em conta diferentes aspectos que,
ajustados entre si, formarão as condições de um bom desenvolvimento. Do mesmo modo a
equipe que será a muda de igreja deverá ser bem organizada, fruto de muita oração, estudo e
preparo afim de que possa crescer em graça e em conhecimento de modo que traga um futuro
promissor para a igreja que será implantada. O local onde a muda será inserida a principio é
determinante para o seu desenvolvimento no futuro, por essa razão deve-se observar muito
cuidadosamente esse fator antes de iniciar o plantio da muda. A muda é um projeto de árvore, por
essa razão, é fundamental que seja bem planejada. Uma vez comprometida a muda, o futuro da
árvore pode ser irremediavelmente comprometido, quem erra no planejamento, erra na ação.
Trazendo para o lado ministerial, destacamos a importância de um ambiente totalmente
preparado para promover uma formação ministerial adequada. Esse ambiente nem sempre será
um seminário teológico. Muitos dos seminários teológicos da atualidade mais preparam os
candidatos a serem péssimos ministros do que serem ministros zelosos e de valor.
O historiador e escritor Justus Gonzalez em seu livro ‘Ministério: Vocação ou profissão?’ levanta
um estudo histórico da palavra seminário. Dizendo que essa expressão era usada originalmente
como metáfora para designar a ideia das escolas que eram consideradas sementeiras que
preparavam as mudinhas e quando elas estavam prontas, eram transplantadas para o local onde
permaneceriam definitivamente dando frutos e produzindo sombra por toda a sua existência. Mas
infelizmente essa ideia foi derrubada quando os seminários ambicionaram para si competir com
as instituições seculares de ensino e formação. Os debates tornaram-se acirrados e a
espiritualidade foi, aos poucos, deixada de lado. Hoje muitos desses seminários se abriram para o
ateísmo e para seus derivados: deísmo aberto, teologia liberal, teologia da libertação, teologia da
prosperidade, teologia neopentecostal, etc.
O EMPENHO DO COORDENADOR DA EQUIPE
Do mesmo modo que um agrônomo ou um proprietário não se lança às cegas no projeto de
cultivar mudas embrionárias para posterior plantio, assim também o coordenador da equipe
ministerial precisa saber o que realmente quer ao montar sua equipe. O coordenador da equipe
ministerial precisa ser alguém com metas claras e alvos objetivos. Ele deve saber quando, como
e onde começar e terminar os treinamentos; precisa ser gente de visão, alguém em quem sua
equipe possa confiar e seguir. Deve não apenas ser um visionário inveterado, mas alguém que
sabe contagiar os demais com sua visão ministerial. Esse líder precisa saber cuidar da sua equipe,
pastoreá-la, amá-la e prepara-la para que tenha grandes rendimentos na obra de Deus. Tal como
um agricultor de um viveiro rega diariamente suas pequenas mudas, providencia para que as
situações climáticas não matem e nem fragilizem as plantinhas, e se preocupa com o bem estar
do seu trabalho, da mesma forma o coordenador da equipe deve metódica e diligentemente
acompanhar o crescimento de sua equipe e assegurar-se de que ela está apta para ser
transplantada quando o tempo chegar. Todos esses cuidados são vitais para o sucesso do plantio,
sem esses detalhes o fracasso do plano é a única coisa que se pode esperar. Mas se houver
diligencia, oração, estudo comprometido e acima de todos os métodos, dependência de Deus
certamente essa ferramenta estratégica será de grande valor e causará um notório impacto aonde
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quer que seja implantada.
Ester Argolo (2014-11-07 01:13:11)Ester Argolo liked this on Facebook.
SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:22:00)
Projeto Mudas de Igreja http://t.co/sFLE8ujrK2
SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:21:53)
NO #MAISCRUZ Projeto Mudas de Igreja: Inegavelmente, o que determina a sucessão de uma
lavou... http://t.co/byctRuaOj1 VIA @SIGAMAISCRUZ
igamaliel (2014-11-06 19:22:41)
Projeto Mudas de Igreja: Inegavelmente, o que determina a sucessão de uma lavoura ou de um
pomar, é o replantio... http://t.co/TPoPOyIDrF
igamaliel (2014-11-06 19:22:29)
Projeto Mudas de Igreja: Inegavelmente, o que determina a sucessão de uma lavoura ou de um
pomar, é o replantio... http://t.co/zFouYmQxG3
igamaliel (2014-11-06 19:22:27)
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pomar, é o replantio... http://t.co/Vun98ZRBZT
igamaliel (2014-11-06 19:22:49)
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pomar, é o replantio... http://t.co/UhBW5gplpI
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igamaliel (2014-11-06 19:23:06)
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As heresias de Joseph Prince - 2014-11-06 19:26
E logo, de noite, os irmãos enviaram Paulo e Silas para Beréia; tendo eles ali chegado, foram à
sinagoga dos judeus. Ora, estes eram mais nobres do que os de Tessalônica, porque receberam a
palavra com toda avidez, examinando diariamente as Escrituras para ver se estas coisas eram
assim” (At 17.10,11).
Nossa proposta neste artigo é fazer como os irmãos bereanos, os quais examinavam os ensinos
de Paulo e Silas antes de acatarem-no como ortodoxo. Isto posto, faremos um exame dos ensinos
do pregador cingapuriano Joseph Prince contidos no livro “Destined to Reign” (Destinados a
Reinar).
A origem de seus ensinos
Joseph Prince, nascido em 15 de Maio de 1963 em Cingapura, é pastor sênior e um dos
fundadores da mega igreja New Creation. Filho de um sacerdote indiano Sikh[1] e de uma
mulher chinesa, tornou-se um preletor conhecido internacionalmente em função do Best-seller
“Destinados a Reinar”. Ele possui, ainda, um programa de TV, homônimo do livro citado, que é
transmitido em mais de 150 países. Seus principais ensinos se baseiam num entendimento
adquirido em revelações sobre a graça de Deus, conforme ele mesmo conta:
“Tudo começou em 1997, quando eu (…) ouvi distintamente a voz do Senhor dentro de mim.
Não era uma impressão do Espírito. Era uma voz, e eu ouvi claramente Deus me dizer: ‘Filho,
você não está pregando a graça.’ Eu disse: ‘Como assim, Senhor? Isso é um golpe baixo. Isso é
um verdadeiro golpe baixo!’ E acrescentei: ‘Eu sou um pregador da graça. Tenho sido um
pregador da graça durante anos e, assim como muitos pregadores, prego que somos salvos pela
graça!’ Deus disse: ‘Não. Toda vez que você prega a graça, você a apresenta misturada com a lei.
Você se esforça para contrabalançar a graça com a lei como muitos pregadores, e no momento
em que equilibra a graça, você a neutraliza. Não se pode colocar vinho novo em odres velhos.
Você não pode colocar a graça e a lei juntas’. Ele prosseguiu: ‘Filho, muitos pregadores não
estão pregando a graça do modo como o apóstolo Paulo o fazia’.”[2]
Nestes novos entendimentos, Prince acaba mexendo em algumas doutrinas essenciais do
cristianismo, fazendo confusão sobre a Graça, Justificação, Santificação e alguns atributos
divinos como a justiça e a soberania. Vejamos a seguir alguns desses pontos controvertidos.
A Graça de Deus
Prince entende que a Graça de Deus nos perdoa de todos os pecados do passado, do presente e do
futuro e que desta forma não somos mais responsabilizados por eles[3]. Assim sendo, sob a Nova
Aliança “não precisamos ficar pedindo ao Senhor (…) perdão porque Ele já nos perdoou.”[4]
O grande risco desse ensino é gerar nas pessoas uma falsa segurança, como se a santificação
fosse algo desnecessário, uma vez que “todos” pecados já estão perdoados e que não temos
responsabilidade sobre eles. Isso leva a uma doutrina antinomiana, que despreza
inconscientemente a santificação, sob uma falsa ideia triunfalista do perdão dos pecados.
Sobre pedir perdão, a Bíblia fala por si só:
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• Jesus nos ensinou a orar assim: (Mt 6.9-15);
• Simão, o que quis comprar o dom de Deus é instruído a pedir perdão a Deus (At 8.17-
24);
• As conversões em Éfeso foram marcadas por queima de livros de magia e confissão de
pecados (At 19.17-19);
• Quando confessamos nossos pecados uns aos outros e oramos uns pelos outros somos
perdoados (Tg 5.14-16);
• Se confessarmos nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar (1 Jo
1.9);
• O que não confessa o pecado a Deus não prospera, mas o que confessa e deixa alcança
misericórdia (Pv 28.13);
• Enquanto Davi não confessou seus pecados, seus ossos (sua vida espiritual) se
consumiam, a mão de Deus pesava sobre ele e seu humor ficava seco e ríspido (Sl 32.3-
5);
• As parábolas das 100 ovelhas, da dracma perdida e do filho pródigo mostram a
necessidade de arrependimento diante do Senhor que estará sempre de braços abertos
para nos receber (Lc 15);
• Arrependimento produz frutos visíveis, dentre os quais está o abandono dos pecados (At
26.19,20);
• Quando pecamos, Deus nos contrista por tal prática através do Espírito Santo, levando-
nos ao arrependimento (Rm 2.3,4);
• A tristeza de Deus produz arrependimento para a salvação (2 Co 7.8-10);
• Paulo temia que ao voltar em Corinto encontrasse pessoas que não haviam se arrependido
do pecado, isto é, que não haviam abandonado práticas impuras, lascivas e de prostituição
(2 Co 12.20,21);
• Devemos corrigir com mansidão e ter esperança que Deus conceda arrependimento às
pessoas para que cheguem ao pleno conhecimento da verdade, isto é, da Palavra (2 Tm
2.24-26);
• As igrejas da Ásia são aconselhadas a arrependerem-se (Ap 2.5,16,20-22; 3.3,19);
• Não devemos pecar, mas se isso acontecer acidentalmente, temos um Advogado junto ao
Pai (2 Jo 2.1).
• A confissão de pecados era uma prática comum entre grandes homens piedosos do A.T.
(Ne 1.1-11; Dn 9.2-6; Jó 1.5; Sl 38.17,18).
A Igreja é exortada a vencer o pecado
A necessidade de vencer o pecado é uma doutrina completamente bíblica e faz parte das
exortações às igrejas em todas as epístolas. Uma mensagem que cobre do cristão essa postura de
santificação é encarada por Prince como legalismo:
“Eles pregam que o pecado não tem domínio sobre você quando você está cumprindo a lei! Isso,
meu amigo, é como adicionar lenha ao fogo, porque a força do pecado é a lei. O pecado é
fortalecido quando mais lei é pregada! Mas o poder de ter domínio sobre o pecado é transmitido
quando mais graça é pregada!”[5]
Na versão em inglês, o início da citação toma uma conotação um pouco diferente: “Então,
quando eles [os pregadores] veem pecado, pregam mais da lei. Isso, meu amigo…” (p. 26). Essa
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diferença na tradução muda completamente o sentido expresso originalmente pelo autor, uma vez
que não ouvimos ninguém pregando que o cumprimento da Lei nos afasta do pecado.
O problema de Prince nessa afirmação é duplo: 1) enxergar como legalista uma mensagem de
confronto contra o pecado e 2) confundir exortação à santificação com apologia à Lei. Não sei o
que faremos com textos da Bíblia que nos exortam a vencer o pecado, já que se nos basearmos
neles, seremos pregadores legalistas. Sem contar textos vetrotestamentários, os Evangelhos e o
livro de Atos, vejamos como nós, cristãos, somos exortados a vencer o pecado e vivermos em
santidade ao Senhor:
• Os romanos são exortados a se tornarem servos da justiça para a santificação (Rm 6.19);
• Os coríntios são advertidos a não praticarem obras como devassidão, idolatria, adultério,
homossexualismo, furtos, avareza, bebedice e maledicência, pois foram lavados,
santificados e justificados em Cristo (1 Co 6.9-11). Assim sendo, eles deveriam se
aperfeiçoar no processo de santificação (2 Co 7.1);
• Os gálatas foram prevenidos sobre uma série de obras carnais que não deveriam praticar
(Gl 5.19-21);
• Os efésios foram instruídos a se revestirem do novo homem que foi criado para
santidade, deixando, portanto, uma série de obras pecaminosas (Ef 4.20-31);
• Os filipenses foram aconselhados a se tornarem irrepreensíveis, sinceros e imaculados
(Fp 2.14,15);
• Os colossenses deveriam exterminar as inclinações carnais. E a lista não era pequena (Cl
3.5-10);
• Os tessalonicenses foram notificados de que deveriam cumprir a vontade de Deus: a
santificação. Quem rejeitasse essa doutrina estava rejeitando o próprio Deus (1 Ts 4.1-8).
A conduta deles não deveria ser desordenada, mas segundo a tradição de santidade que
receberam (2 Ts 3.6,7);
• Timóteo foi instruído a seguir a caminhada cristã sem mácula e irrepreensível (1 Tm
6.13,14), afastando-se da injustiça (2 Tm 2.19);
• Tito recebeu uma verdadeira revelação: a de que a Graça de Deus se manifestou
ensinando-nos que devemos renunciar à impiedade e às paixões mundanas, a fim de
esperarmos o aparecimento da glória de Deus (Tt 2.11-13).
• Filemom deveria esquecer-se das mágoas passadas e Paulo sabia que ele obedeceria essa
direção fazendo ainda mais do que era pedido (Fm 1.21);
• Os hebreus deviam deixar todo pecado e resisti-lo com todas as suas forças (até o
sangue), afinal, sem santidade ninguém verá o Senhor (Hb 12.1,4,14);
• Tiago mostra a necessidade de suportarmos as provações e diz que somos tentados
segundo nossas próprias concupiscências. Sendo assim, precisamos ser vigilantes, caso
contrário, essas cobiças inerentes de nossa natureza caída podem consumar o pecado,
gerando morte (Tg 1.12-15);
• Pedro diz que os crentes não devem se conformar com as concupiscências da vida
passada, mas que devemos ser santos em todo o nosso procedimento, pois quem nos
chamou é Santo (1 Pe 1.13-16). Ele diz, ainda, que alguns irmãos não haviam buscado
com diligência as virtudes do Espírito, esquecendo-se da purificação dos seus antigos
pecados (2 Pe 1.5-9);
• João disse que todos nós pecamos. Entretanto, isso não quer dizer que o pecado é
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habitual, mas acidental, pois aquele que é nascido de Deus não pode continuar pecando.
Se pecarmos acidentalmente, temos um Advogado Fiel e Justo que nos perdoa e purifica
dos pecados e de toda injustiça (1 Jo 1.9,10; 2.1; 3.1-9); Na segunda epístola, ele diz que
quem vai além do ensino de Cristo não é de Deus. Originalmente ele se referia aos
gnósticos. Mas a passagem pode abranger mais situações dos nossos dias. Se alguém vai
além do ensino de santidade ao Senhor, induzindo a igreja ao pecado, obviamente o tal
não é de Deus (2 Jo 9). Em sua terceira carta ele diz a Gaio que não imite as obras do
mal, mas as de Deus, fazendo o bem (3 Jo 11);
• Judas lembra das palavras dos Apóstolos sobre os homens dos últimos tempos:
escarnecedores, de ímpia concupiscência, que causam divisões, são sensuais e sem o
Espírito. Mas os crentes deveriam se conservar no amor de Deus, confiando nAquele que
é poderoso para guarda-los de tropeçar e para mantê-los imaculados e jubilosos (Jd 17-
24);
• João disse em Apocalipse que ficarão de fora os cães, os feiticeiros, os adúlteros, os
homicidas, os idólatras e todo o que ama e pratica a mentira (Ap 22.15).
Justificação pela fé
Prince confunde justificação com santificação. A justificação é um ato judicial de Deus e
acontece instantaneamente e junto com a regeneração e a santificação inicial. O Dr. Orton Wiley
definiu a justificação como um ato “declarativo de Deus pelo qual considera os que, com fé,
aceitam a oferta propiciatória de Jesus Cristo, como absolvidos dos pecados, libertados da pena e
aceitos como justos diante de Deus”[6]. Em contrapartida, Prince entende equivocadamente que
os pregadores ortodoxos ensinam uma justificação pelas obras:
“(…) dizem que Deus dá a você a dádiva da justiça, sob a condição de que você guarde os Dez
Mandamentos pelo resto de sua vida, para manter a justiça. Agora, isso é mesmo um presente?
Ora, vamos – quando Deus deu a você a dádiva da justiça, foi um presente real. Pare de tentar
alcançá-lo com suas próprias obras. Os presentes de Deus para nós são incondicionais!”[7]
A regeneração, a justificação e a santificação inicial são o ponto de partida e não a linha de
chegada. Mas a confusão de Prince sobre esse assunto é grave, pois jamais veremos um pregador
ortodoxo ensinando que nossa obediência nos trará justificação, pois somos justificados pela fé
através do sacrifício de Cristo (Rm 5.1,8,9).
Embora nossas obras não sejam suficientes para satisfazer a ira de Deus e nos justificar do
pecado, isso não quer dizer que não tenhamos que produzi-las. Vejamos o que diz o texto
clássico sobre salvação pela graça:
“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de
obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas
obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.8-10 – grifos meus).
Embora nossa salvação não seja pelas nossas obras, Deus nos preparou de antemão para que
andemos em boas obras, afinal, a fé sem obras é morta e não excede à fé dos demônios (Tg 2.14-
20). Obras não salvam, mas todo salvo deve produzir obras.
A justificação na visão de Prince
O ensino de Prince sobre a justificação é perigoso, pois gera uma falsa expectativa nas pessoas
acerca da salvação e necessidade de santificação. Vejamos o que ele pensa:
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“Meu amigo, a justiça é um dom por causa do que Jesus conquistou na cruz para você. Todos os
nossos pecados – passados, presentes e futuros – foram lavados por Seu precioso sangue. Você
está completamente perdoado, e a partir do momento em que recebeu Jesus em sua vida, nunca
mais será aprisionado (responsabilizado) por seus pecados novamente.”[8]
Analisemos duas passagens a seguir:
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a
vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não
profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não
fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim,
vós que praticais a iniquidade.” (Mt 7.21-23 – grifos meus).
“Porque esta é a vontade de Deus, a saber, a vossa santificação (…) Porque Deus não nos
chamou para a imundícia, mas para a santificação. Portanto, quem rejeita isso não rejeita ao
homem, mas sim a Deus, que vos dá o seu Espírito Santo.” (1 Ts 4.3,7,8 – grifos meus).
Aqueles falsos profetas não faziam a vontade do Senhor e são apontados por praticarem
continuamente atos iníquos. Uma das vontades de Deus para o homem é que nos aperfeiçoemos
na santificação. Todo o que tem esperança em Cristo “purifica-se a si mesmo, assim como ele é
puro. Todo aquele que vive habitualmente no pecado também vive na rebeldia, pois o pecado é
rebeldia (…) Aquele que é nascido de Deus não peca habitualmente; porque a semente de Deus
permanece nele, e não pode continuar no pecado, porque é nascido de Deus” (1 Jo 3.3,4,9).
“Ora, amados, visto que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e
do espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus.” (2 Co 7.1)
“… onde o pecado abundou, superabundou a graça (…) Que diremos, pois? Permaneceremos no
pecado, para que abunde a graça? De modo nenhum. Nós, que já morremos para o pecado, como
viveremos ainda nele?” (Rm 5.20; 6.1,2).
“Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).
Se não há mais responsabilidade por nossos pecados, por que nos preocuparmos com uma vida
santa e piedosa? Que propósito há na santificação?
A justiça e a imutabilidade de Deus
Prince ensina que, “aqueles que acreditam que Deus algumas vezes fica zangado com eles ainda
estão vivendo sob a antiga aliança da lei, e não sob a nova aliança da graça”[9]. Dando sequencia
nesse pensamento ele diz que “o ensino esquizofrênico que diz que Deus algumas vezes está
zangado e outras está feliz com você de acordo com o seu desempenho, não é um ensinamento
bíblico e fará de você um crente esquizofrênico”[10]. Com um conceito equivocado da Graça,
ele acaba distorcendo também a Justiça de Deus e diz que nunca encontraremos “um exemplo de
Deus punindo um crente por seus pecados na nova aliança”[11].
O equívoco teontológico de Prince sobre a Graça transforma a Deus em um ser bobo, que não
liga para o que fazemos e que não nos responsabiliza por nossos atos, que passa a mão em nossas
cabeças e não nos chama ao arrependimento. O Espírito Santo se torna alguém inútil no
convencimento do pecado, pois se erramos, podemos manter nossa “paz psicológica” com Deus.
Dizer que Deus não nos responsabiliza pelo pecado é dizer que Ele é indiferente com nossa
santificação. Sabemos que pelo ato gracioso de Deus em Cristo, “onde o pecado abundou,
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superabundou a graça” (Rm 5.20). Mas, “que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para
que abunde a graça? De modo nenhum” (Rm 6.1,2).
Devemos resistir ao pecado até o sangue (Hb 12.4), mas se pecarmos, podemos confessa-lo a
Deus pois Ele é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar (1 Jo 1.9). Quando pecamos, somos
contristados por Deus para o arrependimento (2 Co 7.8-10). É Ele quem nos conduz à confissão.
Dizer que Deus é indiferente com nosso pecado é uma tremenda heresia, caso contrário, por que
nos conduziria ao arrependimento? É verdade que não somos destruídos por causa de Sua infinita
misericórdia (Lm 3.22), mas também é verdade que Ele é tardio em irar-se (Êx 34.6; Ne 9.17; Sl
103.8-14). Joel declarou: “rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes; e convertei-vos ao
Senhor vosso Deus; porque ele é misericordioso e compassivo, tardio em irar-se e grande em
benignidade, e se arrepende do mal” (Jl 2.13).
Berkhof disse que a justiça de Deus
“se manifesta especialmente em dar a cada homem o que lhe é devido, em trata-lo de acordo com
os seus merecimentos. A inerente retidão de Deus é naturalmente básica para a retidão que Ele
revela no trato de Suas criaturas, mas é especialmente esta última, também denominada justiça
de Deus, que requer especial consideração aqui. Os termos hebraicos para “justo” e “justiça” são
tsaddik, tsedhek e tsedhakah, e os termos gregos correspondentes são dikaios e dikaiosyne, todos
os quais contêm a ideia de conformidade a um padrão. Esta perfeição é repetidamente atribuída a
Deus na Escritura, Ed 9.15; Ne 9.8; Sl 119.137; 145.17; Jr 12.1; Lm 1.18, Dn 9.14; Jo 17.25; 2
Tm 4.8; 1 Jo 2.29; 3.7; Ap 16.5”.[12]
João disse essas verdades quando se referia à confissão dos nossos pecados: Ele é fiel e justo (1
Jo 1.9). Como Deus perdoará alguém que não se arrependeu? Antes, atuará com justiça. Lemos
em Jo 1.14 que, “o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade”.
Graça foi a maneira como Jesus agiu para com a mulher adúltera, perdoando-a de seus pecados.
Verdade foi a forma como a abordou na sequencia: “vá e não peques mais” (Jo 8.11).
Se não há responsabilidade pelos nossos pecados futuros, por que “vá e não peques mais”? Onde
abundou o pecado dela, superabundou a Graça de Cristo. Por que não continuar adulterando?
Não haveria mais Graça abundante? De modo nenhum (Rm 6.1,2).
Deus não pune na Nova Aliança?
A figura teontológica de um Deus extremamente gracioso, que deixa os pecadores na impunidade
é anti-bíblica. Jesus curou o paralítico que ficava próximo ao tanque de Betesda e depois lhe
disse: “Olha, já estás curado; não peques mais, para que não te suceda coisa pior.” (Jo 5.1-9,14).
Paulo disse que não podemos nos enganar, pois “Deus não se deixa escarnecer; tudo o que o
homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7).
Paulo disse aos romanos que eles deveriam se esforçar para ter paz com todos os homens e que
não deviam buscar vingança, mas deixar todas as coisas no controle de Deus: “Não vos vingueis
a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira de Deus, porque está escrito: Minha é a vingança, eu
retribuirei, diz o Senhor” (Rm 12.19).
O autor da carta aos hebreus disse que, “se voluntariamente continuarmos no pecado, depois de
termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados mas
uma expectação terrível de juízo, e um ardor de fogo que há de devorar os adversários.” Em
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  • 2. 2 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br 2014 2014 - 11 O legado dos Jesuítas no Brasil - 2014-11-06 19:01 Certa jovem está trabalhando em uma loja, vendendo roupas como de costume, quando é abordada por um homem que a chama no canto, a fim de lhe falar em particular: – Moça, com licença. Sou pastor evangélico e preciso entregar uma revelação a você. Fizeram uma obra de feitiçaria contra sua família. Pagaram R$ 1.000,00 para acabar com seu casamento. A moça ficou assustada com aquelas palavras e logo tratou de buscar uma forma de quebrar aquelas maldições, afinal, sua família está em jogo. Ligou a TV e viu outro pastor fazendo uma oração forte. Em seguida, o tele evangelista pediu que o telespectador colocasse um copo com água sobre o aparelho de televisão, pois iria orar repreendendo todos os tipos de demônios, cujos nomes são os mais variados. Ela bebeu a água benta do pastor e depois decidiu fazer uma visita na campanha das causas impossíveis daquela denominação do universo neopentecostal do Reino de Deus. Chegando lá, a sessão de descarrego pegou fogo e os espíritos malignos tinham oportunidade de contar seus objetivos antes de serem expulsos. Depois desse fogo, o que pegou fogo foi a fogueira de dinheiro. Parecia a sarça que Moisés viu. Ardia em chamas, mas não se consumia. A mensagem foi muito emocionante. A partir de agora a moça estava determinada a determinar. O desfecho daquela reunião de poder foi realizado com a proposta de que as pessoas levassem uma rosa ungida, pois este objeto protegeria a família e sugaria todos os maus espíritos e maus olhados daquela casa. A moça, mais do que depressa pegou a sua, pois tinha certeza que seria mais eficaz que o galho de arruda de sua avó. Ela estava se agendando para participar da próxima reunião, pois o pastor havia avisado que iria ungir os celulares para que cessassem as cobranças de cartão de crédito. Esse caso é baseado em fatos reais e num primeiro momento pode surgir o seguinte questionamento: o que ele tem a ver com o legado dos jesuítas? Somente obteremos a resposta para essa pergunta voltando alguns anos na história. A origem dos Jesuítas Os Jesuítas fazem parte de uma ordem religiosa da Igreja Católica chamada “Companhia de Jesus”. Esta ordem foi fundada em 1534 por sete estudantes da Universidade de Paris, os quais visavam desenvolver um trabalho de acompanhamento hospitalar e missionário, sob os votos de pobreza e castidade. Além disso, a Companhia de Jesus foi um movimento oriundo da contrarreforma, cujo um dos principais objetivos era o de impedir o avanço da Reforma Protestante. Este grupo de sete estudantes liderados por Inácio de Loyola, organizou esta ordem com características de muita disciplina e rigidez, dando ênfase à absoluta abnegação, conforme já vimos anteriormente e à
  • 3. 3 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br obediência total ao papa e às doutrinas católicas. Essa postura antiprotestante pode ser vista nas famosas palavras de Inácio de Loyola em sua obra Exercícios Espirituais: “Acredito que o branco que eu vejo é negro, se a hierarquia da igreja assim o tiver determinado.” [1] O Papa Paulo III confirmou a nova ordem em 1540, sendo a mesma reconhecida por bula papal. Inácio de Loyola foi escolhido como primeiro superior geral, enviou seus companheiros e missionários para vários países, primeiramente entre os europeus e em seguida entre os asiáticos, africanos e americanos, com o intuito de criar escolas e seminários.[2] Quando Inácio de Loyola morreu em 1556, já havia aproximadamente mil jesuítas em vários países da Europa e missionários na África, Índia, China, Japão, Paraguai e Brasil. A Companhia de Jesus nasceu em um período muito fértil, pois a Europa estava vivendo o ápice da “Era dos descobrimentos” em busca de novas rotas comerciais para as Índias. As explorações marítimas pioneiras (Portugal e Espanha) levavam consigo equipes de desbravadores, representantes da Igreja Católica e posteriormente os missionários jesuítas. Os primórdios da colonização Em 22 de Abril de 1500 chegava a tripulação portuguesa com cerca de 1.350 homens e oito franciscanos liderados pelo frei Dom Henrique Soares de Coimbra, totalizando nove capelães, um para cada cento e cinquenta tripulantes. O capitão-mor das dez naus e das três caravelas fazia parte de outra ordem religiosa e militar, a Ordem de Cristo. Esta ordem foi criada em 1319 pelo Papa João XXII e foi através dela que a expedição portuguesa foi financiada. Na véspera da partida da expedição de Cabral, houve uma cerimônia religiosa. Num Domingo, 8 de Março de 1500, o Bispo Diogo Ortiz benzeu a bandeira da Ordem de Cristo. A bandeira foi passada para Dom Manuel I e em seguida para o descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral. No primeiro Domingo em solo brasileiro, dia 26 de Abril, os portugueses celebraram a também primeira missa, dirigida pelo Frei Henrique. Na primeira Sexta-feira da paixão, dia 01 de Maio, frei Henrique celebrou a segunda missa, a qual foi precedida por uma procissão. Participaram desta cerimônia mais de mil portugueses e aproximadamente cento e cinquenta nativos. Pero Vaz de Caminha, escrivão da armada de Cabral, escreveu sua famosa carta, datada de 1° de Maio de 1500, contando as coisas que viu em solo brasileiro. Caminha conta que durante a segunda missa, os nativos ajudaram a carregar a cruz para o local designado, ajoelharam-se, colocaram-se de pé e ergueram suas mãos imitando os portugueses em seus ofícios religiosos: “Ali disse missa o Padre Frei Henrique, a qual foi cantada e oficiada por esses já ditos. Ali estiveram conosco, assistindo a ela, perto de cinquenta ou sessenta deles, assentados todos de joelhos, assim como nós. E quando se chegou ao Evangelho, ao nos erguermos todos em pé com as mãos levantadas, eles se levantaram conosco e alçaram as mãos, estando assim até se chegar ao fim; e então tornaram a assentar-se, como nós. E quando levantaram a Deus, que nos pusemos de joelhos, eles se puseram todos assim como nós estávamos, com as mãos levantadas, e em tal maneira sossegados que certifico a Vossa Alteza que nos fez muita devoção.” [3] Com esse episódio Caminha ficou entusiasmado e solicitou ao rei D. Manuel I que enviasse missionários para a terra, a fim de batizá-los o mais depressa possível: “O melhor fruto que nela se pode fazer, me parece que será salvar essa gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.”[4]
  • 4. 4 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br Havia mais de um milhão e meio de habitantes divididos em mais de mil etnias. Dentre esses habitantes, estavam os aimorés, apinajés, caetés, botocudos, caipós, tupinambás, canelas, tupiniquins, cariris, tabajaras, goitacazes, guaianazes, guaranis e tupis. A solicitação de Caminha para o envio de missionários não foi atendida e sua carta esteve arquivada por quase trezentos anos, tendo sido encontrada na Torre do Tombo em Lisboa pelo historiador espanhol Juan Bautista Muñoz no ano de 1793.[5] Nubia Maria (2014-11-07 04:28:01)Nubia Maria liked this on Facebook. Rafael Camillotti (2014-11-06 19:20:19) Venha debater .. seja homem !! Seu Homofóbico SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:02:27) O legado dos Jesuítas no Brasil http://t.co/Imv0GHkVly SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:02:23) NO #MAISCRUZ O legado dos Jesuítas no Brasil: Certa jovem está trabalhando em uma loja, vend... http://t.co/TAlXRptOug VIA @SIGAMAISCRUZ Rafael Camillotti (2014-11-06 19:07:58) HOMOFOBICO Edivan Ferreira (2014-11-06 19:19:39) Babacao tu es um doido que nao sabes o que fala! igamaliel (2014-11-06 19:03:46) O legado dos Jesuítas no Brasil: Certa jovem está trabalhando em uma loja, vendendo roupas como de costume,... http://t.co/WPKsW97emy igamaliel (2014-11-06 19:04:19) O legado dos Jesuítas no Brasil: Certa jovem está trabalhando em uma loja, vendendo roupas como de costume,... http://t.co/QtrDkZ4RdY igamaliel (2014-11-06 19:04:17) O legado dos Jesuítas no Brasil: Certa jovem está trabalhando em uma loja, vendendo roupas como de costume,... http://t.co/JzORRo0mYw igamaliel (2014-11-06 19:04:15) O legado dos Jesuítas no Brasil: Certa jovem está trabalhando em uma loja, vendendo roupas como de costume,... http://t.co/tbpKwUPtdV igamaliel (2014-11-06 19:05:43)
  • 5. 5 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br O legado dos Jesuítas no Brasil http://t.co/LbIxGmUaOW igamaliel (2014-11-06 19:05:20) O legado dos Jesuítas no Brasil - http://t.co/K3rMhCNrJz http://t.co/gcVplsj3j6 igamaliel (2014-11-06 19:05:11) O legado dos Jesuítas no Brasil http://t.co/X8lKpOk6Al Ana Silva (2014-11-08 00:58:02)Ana Silva liked this on Facebook. Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico - 2014-11- 06 19:08 Um amigo nos pediu para escrever algo sobre o grande teólogo Suíço Karl Barth, um de nossos escritores preferidos, com um detalhe, de modo que mesmo alguém que não conhece ou estuda teologia possa entender os pontos principais de sua cosmovisão, o que se traduz em uma árdua tarefa. Barth era um brilhante erudito e escrevia com erudição ímpar, usando muitos termos e expressões do mundo teológico, nomes de doutrinas que foram objetos de disputas na história da igreja, além do uso de expressões em latim, grego e outros, o que dificulta a leitura e uma compreensão imediata. Outro complicador é que ele se expressava de modo como se todos e qualquer pessoal fosse capaz de captar os seus pensamentos e tivesse a exata compreensão de tudo o quanto dizia. Não sei se isto se configura em virtude ou defeito, mas assim Karl Barth falava e escrevia. A obra de Barth é muito extensa com poucas (em relação ao conjunto) obras em português, contudo aprendi (e aprendo) muito o chamado “pai da neo-ortodoxia” e com as obras que temos. Então creio que posso falar daquilo que tenho aprendido, um pouco de sua visão geral. Quero adiantar que não temos como nos estender nos comentários, bem que gostaria, mas são muitos pontos importantes e que precisam ser trabalhados um a um. Iremos abordar neste estudo, rapidamente, alguns deles, iniciando com sua história pessoal e destacando o que consideramos como o principal ou o melhor deste teólogo. Cumpre-nos apresentar o autor: O homem e teólogo Karl Barth
  • 6. 6 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br “Nasceu na Basileia, no dia 10 de maio de 1886, no seio de uma grande família profundamente dedicada à teologia e à pregação. Passou a juventude em Bern, onde seu pai lecionava teologia. Seus estudos o levaram a universidade, em Bern, às universidade alemãs de Tübingen, Marburg e Berlim. Depois de uma experiência crucial como pastor na aldeia de Safenwil, na Suiça, Barth lecionou teologia nas universidade alemãs de Göttingen, Münster e Bonn. Expulso desta última por se recusas a jurar liberdade a Hitler, voltou à Basileia onde ensinou teologia de 1935 até se aposentar, em 1962. Jamais concluiu um doutorado, embora fosse posteriormente agraciado
  • 7. 7 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br com numerosos títulos honorários. Barth era um homem robusto e bem-humorado, mas tinha em geral um ar muito sério. [...] Morreu em 1968, aos 82 anos.” [1] O pastor suíço ganhou repercussão mundial com o seu livro Carta aos Romanos de 1922, e ainda por sua perspectiva dogmática da fé, da revelação e da igreja. Viveu durante o período das duas grandes guerras mundiais, o que (também) influenciou as suas exposições. Um ponto auto de sua história foi quando se negou fazer o cumprimento nazista nas aulas da universidade alemã em que lecionava, sendo, por causa disto, expulso daquele país. Começando pelo nome como sua teologia é conhecida, NEO-ORTODOXIA – ou teologia da crise, entre o divino e o humano, representou um retorno, em tempos de teologia liberal, à teologia da reforma, com reflexões e, por que não, com algumas correções as doutrinas dos reformadores. Definição de neo-ortodoxia, segundo Erickson (2011, p. 134): “Sistema de teologia associado a Karl Barth, Emil Brunner e Reinhold Niebuhr. Embora aceitasse o criticismo bíblico e certa quantidade de pensamento existencial, o movimento enfatizou a transcendência divina, assim como a pecaminosidade e a necessidade humanas. Representou um retorno a formas modificadas de doutrinas ortodoxas em contraste com o abandono de tais doutrinas realizado pelos liberais.” [2] Outra nome dado a sua teologia é “TEOLOGIA DA DIALÉTICA”, a teologia do sim e do não, da reflexão, como dito, voltava-se a transcendência divina. Segundo Gonzalez (2005, p. 93), Dialética tem origem: “Na Filosofia grega, Platão escreveu diálogos nos quis buscava encontrar a verdade mediante a conversação e, por isso os historiadores se referem ao método de Platão como “dialético”. Na idade Média, o uso da razão na investigação teológica frequentemente era chamado de “dialética”, porque a razão se move de maneira semelhante a um diálogo interno [...] Hegel (1770-1831) desenvolveu uma “dialética” que era toda uma filosofia da História como desenvolvimento do pensamento da mente universal [...] Mais tarde, Karl Max (1818-83) opôs-se ao idealismo de Hegel, mas reteve muito de sua dialética, chegando assim ao que chamou de “materialismo dialético (marxismo). No começo do século XX, quando a neo- ortodoxia começava a desenvolver-se, alguns a chamaram de “teologia dialética” – ainda que não exatamente, visto que era uma teologia do paradoxo antes de uma na qual as tensões se resolviam em uma síntese superior.” [3] A ênfase de sua teologia “A revelação de Deus” e a encarnação do verbo. Teologia fundamentalmente cristocêntrica. Por Cristo, a partir Dele e para Ele. Este é o ponto que mais admiro em Barth, sua ênfase CRISTOCÊNTRICA. Isto é, tudo tem explicação, sentido, origem em Cristo, no propósito de Deus no Filho. A chave hermenêutica e a resposta para todos os enigmas e anseios humanos têm resposta Nele, verdadeiro Deus, verdadeiro homem de Deus, verdadeiro Deus-homem. Jonh Stott comenta: “A cristologia, insistia ele, é a chave da doutrina da reconciliação. E cristologia significa confessar que Jesus Cristo, o Mediador, repetiu ele várias vezes “é o próprio Deus, o próprio homem, e o próprio Deus-Homem.” Há pois “três aspectos cristológicos” ou “três perspectivas” para a compreensão da expiação. O primeiro é que “em Jesus Cristo temos de ver com o próprio Deus. A reconciliação do homem com Deus acontece quando o próprio Deus ativamente intervém.” O segundo é que “em Jesus Cristo temos de ver com o verdadeiro homem
  • 8. 8 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br [...]. É assim que Ele se torna o reconciliador entre Deus e o homem”. O terceiro é que, embora sendo o próprio Deus e o próprio homem, “Jesus Cristo é um. Ele é o Deus-homem”. Somente quando se afirma esse relato bíblico de Jesus Cristo, pode-se compreender a singularidade do seu sacrifício expiador. A iniciativa está “Com o próprio Deus eterno, que se deu a si mesmo em seu Filho para ser homem, e, como homem, tomar sobre si esta paixão humana [...]. É o juiz que nesta paixão toma o lugar daqueles que deviam ser julgados, que nesta paixão permite ser julgados em lugar deles”. “A paixão de Jesus Cristo é o juízo de Deus, no qual o próprio Juiz foi julgado.” [4] (grifo nosso). Outra característica, dentro deste aspecto cristocêntrico, é que para Barth todo o conhecimento de Deus vem da revelação, parte do encontro do homem com o Deus do homem, que revela-se a Si mesmo. O homem só conhece a Deus plenamente na pessoa de Jesus Cristo, em sua encarnação, como Ele é agora, Cristo foi, como Cristo foi Ele é. Só podemos entender algo sobre Deus a partir da pessoa do Filho. As doutrinas da eleição, da expiação e da predestinação, que para Barth é sempre dupla (não no sentido tradicional deste termo – como pensam os calvinistas, mas de outro modo), tais doutrinas, tendo a cruz como o centro, têm particular tratamento, o autor afirma que se Deus não tivesse, por pura graça, decidido se revelar aos homens nós jamais poderíamos conhecê-Lo. A revelação E o que vem ser “revelação” para Barth? A grosso modo seria, por um aspecto, a encarnação de Cristo, isto é, Deus manifestando-se na forma de um homem aos homens, e por outro, o encontro do imortal com o mortal, do Deus Santo com o homem pecador, do atemporal com o temporal, do impossível com o possível, de Deus com homem, do encontro de cada homem com Deus, pela graça, pela ação do Espírito, graças a aliança proposta pelo Pai, feita no Filho, garantida pelo Espírito, penhor da nossa herança. “Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta”. Jesus respondeu: “Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Que me vê, vê o Pai, como você pode dizer: ‘Mostra-nos o Pai’?” Jo 14.8-9 Quando comecei a ler Bath, minha perspectiva de Jo 14 se ampliou, me deparei com uma perspectiva totalmente nova do que seja a revelação, como bem asseverou sobre o que é revelação para o teólogo suíço o Prof. Ricardo Quadros Gouvêia, segue: “Deus revelando-se a Si mesmo aos homens, não apenas algo divino, não algo semelhante a Deus, não algo que vem de Deus, não algo sobre Deus, mas, Deus, Ele mesmo é o conteúdo da revelação”’ [5] Entendi porque o cristianismo é superior a qualquer outra forma de crer, não porque pensasse diferente disto, mas porque não tinha instrumentos(além de minha própria fé) para sustentar o porquê da questão. O cristianismo tem o privilégio da revelação, superior a qualquer outra religião, ou tentativa de buscar ou forma de conhecer a Deus por meios naturais, meios reflexos. E, por que com certeza podemos afirmar isto? Porque na Bíblia e na encarnação de Cristo o próprio Deus se revela aos homens, Sua forma (santa, pura, misericordiosa, que se compadece), o seu caráter, o próprio Deus é aquele que se compadece e é o parceiro superior da aliança em
  • 9. 9 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br Cristo, o salvador dos homens, é Ele que nos pega pelas mãos, aquele que sabe o que sentimos, isto porque Ele experimentou a humanidade (mas sem pecado, Hb 2.17-18; 4.15), e em sua humanidade, isto é, em uma forma compreensível a nós, não como algo místico e impossível, mas como algo humano, como o pão e água da vida, podemos então conhecê-Lo. O Mediador é Deus. “A verdadeira e única divindade nos é revelada plenamente em Cristo Jesus, da mesma forma que a verdadeira humanidade nos é revelada também em Cristo Jesus! Em Jesus nos ganhamos a plenitude do que significa: “Deus para o mundo, Deus para a humanidade, o céu para a terra.”! [6] “A revelação é uma automanifestação de Deus, Ele se dá a conhecer a si mesmo. A revelação apresenta ao homem, como suposto e confirmação, o fato de que as tentativas humanas para conhecer a Deus por seus próprios meios são vãs. Na revelação Deus diz ao homem que é Deus e que, com tal, Senhor do homem. Com isto a revelação diz ao homem algo completamente novo. Algo que sem a revelação, não pode nem saber, nem dizer aos outros. Que o homem possa conhecer a Deus, somente pode afirmá-lo com verdade na revelação.” [7] Karl Barth era um defensor da Dogmática, tendo escrito sua obra mais volumosa com este nome “Dogmática Eclesiástica” que ficou inacabada. Dogmática – significa uma dedicação ao estudo das doutrinas ou aos dogmas da igreja, antes da construção de sistemas especulativos ou próprios. Barth compreendia a fé como um salto, uma razão superior, que se origina na revelação, uma herança da influência de Soren Kierkegaard. Fé significa conhecer, experimentar, ser objeto da auto-revelação de Deus. A fé é também uma decisão. “Crer significa isto: reconhecer o próprio pecado, abandonando-se à infinita e benevolente justiça de Deus exercida sobre o pecado. Concretamente, crer é reconhecer que nos opomos à graça aderindo-nos a ela, que se opõe a nossas oposições e resistências com poder infinito. Neste reconhecimento da graça, no reconhecimento que justifica o ímpio, que também é graça para o inimigo da graça, é onde a fé cristã reconhece a verdade da religião cristã.” [8] “Descobre-se e conhece-se a Deus quando Ele se dá a conhecer a si mesmo, dentro da sua inteira liberdade”. [9] SIM e NÃO – Um ponto pouco exposto de sua teologia é o aspecto do Sim e não – acredito que pela necessidade de uma grande explanação que este aspecto demanda, mas vou tentar resumir. Para Barth Deus diz sim ao homem, ao decidir criar a humanidade, ao decidir ser Ele mesmo o objeto, no Filho, e a garantia da aliança, no Espírito, entre Deus e o homem, ao passo que, ao mesmo tempo, ele rejeitou a humanidade caída, e a prova disto é o sofrimento e a maldição a que Cristo se submeteu para a redenção da humanidade. (Is 53; II Co 5.19-20; Gl 3.13) De outro modo, também podemos considerar que Deus diz sim a tudo o que é aliança, fé, santidade, amor, graça e paz, e rejeita tudo o que está fora dela, tudo o que não está ligado a Cristo, ao que diz não a incredulidade, ao mal, a morte e o pecado, a justiça própria, a altivez, a insubmissão, a rebeldia, diz não pecador (isto é, a seu estado), que precisa assimilar o não de Deus, reconhecendo a sua condição deplorável, o seu não poder, sua total impotência salvífica e a sua rebelião, e aceitando o Seu não, então é possível, pela ação da livre graça de Deus, receber o Seu sim.
  • 10. 10 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br “Não podemos reconhecer nossa eleição em Jesus Cristo sem reconhecer primeiro e antes de mais nada a nossa rejeição, e isto mais uma vez também em n´Ele.” [10] Sobre o que é o mal, dentro da perspectiva do sim e não: “É a queda dentro do nada. Poderia ser diferente? Se abordo esse tema, é unicamente para mostrar que esse vasto domínio que nós chamamos o mal, a morte, o pecado, o diabo e o inferno, não é criação de Deus, mas, ao contrário, é o que está excluído pela própria criação, aquilo para o que Deus diz não.” [11] A eleição revela a liberdade de Deus e da Graça. Deus é livre – escolheu ser Deus e Senhor do homem. Em seus livros podemos encontrar frases que caracterizam bem isto, sobre Deus: “Aquele que ama em liberdade”, sobre a Graça: “É a livre graça de Deus que elege”. A PALAVRA/BÍBLIA – para Barth a palavra tem o real sentido do logos, e se refere a uma das três coisas (a depender do contexto) ou a todas em conjunto, ou seja, a Jesus Cristo, as Escrituras e a pregação do evangelho. “Não é o correto pensamento humano sobre Deus que forma o conteúdo da Bíblia, mas o correto pensamento divino sobre os homens. A Bíblia não nos conta como nós devemos falar para Deus, mas o que Ele diz para nós; não como encontramos o caminho para ele; mas como Ele tem visto e encontrado o caminho para nós; não a correta relação na qual nos devemos situar a nós mesmos com relação a Ele, mas o pacto que ele fez com todos os que são filhos espirituais de Abraão e que selou de uma vez por todas em Jesus Cristo. É isto que está na Bíblia, a Palavra de Deus está na Bíblia.” [12] (grifo nosso) Este último grifo talvez seja o ponto de maior crítica à obra deste autor. Os críticos (normalmente os calvinistas defensores da TULIP) afirmam que ele sugeria que a Bíblia poderia possuir falhas (não do conteúdo, mas ortográficas, geográficas, históricas e outros) e que abandonou o conceito ortodoxo (que também defendemos) de que a Bíblia é a palavra de Deus e não “contem”, mas é, a Palavra. Mas isto, sobre o abandono a ortodoxia por Barth, não considero verdadeiro, muitas vezes ele defendeu a Bíblia como sendo a palavra de Deus, como superior a qualquer outra forma ou expressão, pois por meio das Escrituras Deus se revela aos homens. Mas para Barth a palavra também tem o sentido da revelação de Cristo, o logos divino, quando Jesus declara “são elas que dão testemunho de mim”, é neste sentido que Barth diz que a Bíblia contém a palavra, no sentido que por meio das Escrituras o homem tem um encontro pessoal com Deus, com o logos divino, enfatizando que Cristo (Deus) é ainda superior à própria Palavra, que é a revelação de Deus aos homens, porque a Palavra vêm de Cristo e não Cristo da palavra. (não sei se consigo ser suficiente claro neste ponto, mas é isto). Barth enfatiza que Deus está além da letra, assim como está além da melhor perspectiva humana a respeito Dele. O que Barth sugere (ou como entendemos este ponto) é que, por exemplo, duas pessoas leem a Bíblia, uma, pela ação do Espírito Santo, a compreende e tem um encontro real com Deus e outro, a quem Deus não se revelou (por razões que só Ele conhece), jamais poderá conhecer a Deus, sem a ação do Espírito, simplesmente pela letra. Quantos leem a bíblia e não creem? Certamente muitos. Neste sentido, a palavra de Deus, o logos, a revelação de Deus ao homem, está na Bíblia. De todo modo, longe da polêmica, a melhor e mais simples forma de entender isto é compreender que a Bíblia é a Palavra de Deus (e ponto), saiu do coração Dele, divina inspirada, inerrante, aos homens. “A história Bíblica no Antigo e no Novo Testamento não é absolutamente história, mas vista de cima é uma série de atos livres divinos e vista debaixo uma série de tentativas infrutíferas do
  • 11. 11 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br empreender algo em si impossível.” [13] Crítica a religião Como toda a escola reformada, assim se considera e ele mesmo se considerava, Barth criticou toda tentativa humana de justificação, tratando esta conduta como um pecado, uma rebelião. Segue uma de suas definições do ato religioso: “Como já vimos as duas formas primitivas, por assim dizer, normais de toda a religião são a formação de uma ideia de divindade e o cumprimento de uma lei. A urgência religiosa do homem busca apaixonadamente satisfazer-se por intermédio desses duas figuras: uma ideia de divindade, uma norma de comportamento.” [14] Em busca de justificar-se, tornar-se aceitável diante de Deus, o homem religioso cria um conjunto de regras exteriores para cumpri-las, além disto, forma uma ideia e conceito próprio e particular sobre Deus, que se seja adequada a si mesmo. ELEIÇÃO – Eleitos em Cristo e para Cristo. Ponto de grande destaque é a doutrina da eleição. Neste tema Karl Barth se aprofundou como nenhum outro teólogo antes dele. Escreveu sobre este tema com muita propriedade e dizia que a doutrina da eleição não produz a insegurança da incerteza, de estar ou não estar em Cristo, nem a eterna dúvida do decreto mecânico, eleito ou não eleito, como pregou e prega a escola Calvinista, NÃO, mas de uma forma que produz paz, conforto, certeza e segurança, sem injustiça, sem produzir acepção de pessoas sem nenhum motivo. “Quando nós perguntamos a Bíblia o que ela tem a nos oferecer, ela responde colocando-nos o fato da eleição.” [15] “Sobre Jesus Cristo, nada sabemos com maior certeza e exatidão do que isto: em livre obediência a Seu Pai, Ele escolheu ser homem, e como homem, fazer a vontade de Deus. Se Deus nos elege igualmente, essa nossa eleição se dá na eleição de Jesus Cristo e por meio dela, neste ato de livre obediência e por meio dele, por obra de Sue Filho[...] É nele que a eleição eterna se converte imediata e diretamente na promessa da nossa eleição, decretada que foi no tempo do nosso chamado, ou vocação, para a fé, do consentimento por nós concedido para a intervenção a nosso favor, da revelação de nós mesmos como filhos de Deus.” [16] O Dr. Roger Olson, em Teologia Arminiana, mitos e realidades, diz que não é possível um híbrido entre calvinismo e arminianismo, ou estamos de um lado ou de outro, no que tange a soteriologia. Em parte discordo. Sobre a eleição e predestinação a teologia de Barth não é um hibrido de Calvino e Armínio, na realidade ele está em uma perspectiva totalmente diferente, um modo de pensar diverso, de maneira que hora coincide com algum ponto, que diríamos estar ligado a teologia calvinista (Ex: escolha de Deus, determinação de Deus), ora em um ponto que consideraríamos claramente arminiano (ênfase na necessidade decisão individual frente a ação da graça; escolha humana a respeito do sacrifício divino, a liberdade derrama sobre os homens), então, em alguns momentos ele tece críticas as duas escolas, em certo momento as duas ao mesmo tempo, como veremos mais adiante no ponto predestinação. “O que acontece é que a igreja e os filhos de Deus sempre são tentados a inverter a ordem da eleição divina, colocando em primeiro lugar sua fé, seu amor, seu testemunho, sua tradição e sua esperança e, imaginando que podem livremente decidir-se por Jesus Cristo, não se
  • 12. 12 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br apercebem que nisso revelam que já não sabem o que esse nome significa.” [17] “[a graça] em primeiro lugar ela sublinha o fato muito simples, mas que nunca foi nem será suficientemente considerado: de que a graça é graça de Deus, ato seu, obra sua, vontade sua e reino seu. Isso também significa, em todos os casos, que ela não só é uma determinação, mas uma predeterminação, predestinação da nossa existência humana; que perante ela estamos lidando apenas com uma instância a deparar-se conosco, mas com uma instância superior a nós, de uma superioridade fundamental e qualitativa. Quando nós decidimos perante ela, então sempre já está decidido sobre nós mesmos: Desde o princípio (2 Ts 2.13), “antes da criação do mundo”, (Ef 1.4), portanto antes de tomarmos conhecimento dela ou de nem sequer necessitarmos dela, independentemente (e entenda-se bem, independentemente no próprio Deus) da concretização e de toda a formação pecaminosa ou justa de nossa existência”. [18] “Outra coisa também não pode significar mais especificamente o conceito da eleição: O que ela ressalta é a liberdade da graça. [...] Sempre já em si mesmo graça quando uma pessoa pode aceitar graça. [...] também a decisão humana frente à decisão do Deus misericordioso (a qual, entretanto, precisa ser tomada) sucede baseada em decisão prévia de Deus” [19] “Jesus Cristo é a realidade da aliança entre Deus e o homem”. [20] Poderíamos falar muito, porque Barth falou bastante a respeito da doutrina da eleição e porque a partir do confronto das várias perspectivas teológicas, e especialmente a dele, construímos a nossa própria perspectiva deste mistério, de antes da fundação do mundo, revelado em Cristo. A eleição de Deus em Cristo. Predestinação Neste tema ele critica as duas escolas soteriológicas tradicionais, calvinismo e arminianismo, propondo uma mudança de perspectiva. Mas isto é um assunto no qual necessitaríamos escrever muito mais do que pretendemos neste pequeno artigo. Leiamos, então, o próprio Barth: “Portanto a doutrina da predestinação não é porventura religiosa do determinismo, nem tampouco aquela forma do mesmo, que deduz a partir da experiência religiosa. Pelo contrário: Ela nega tanto o determinismo quanto o indeterminismo. Ao proclamar a liberdade e senhorio de Deus, ela está tão distante daqueles que colocam o conceito da necessidade no topo do seu sistema e o propalam como princípio do universo, quanto daqueles que atribuem ao conceito da liberdade esta mesma posição. Não se pode negar que a doutrina da predestinação, tanto a de Calvino quanto a de Lutero na época do “Servo Arbítrio” (de Zwinglio então, nem se fala) sofreu muita influência do determinismo; isto trouxe consequências funestas, e precisamos ter a hombridade de não ir atrás deles neste ponto.” [21] (grifo nosso) A ênfase da doutrina da eleição, e consequente predestinação, consiste em uma palavra “NELE”. Ef 1.4-13. Sintetizada na frase abaixo: “Eleitos em Cristo” evidentemente quer dizer em primeiro lugar: Não em nós mesmos.” [22] (grifo nosso) Dupla predestinação (não no formato calvinista) Para Barth, falar deste assunto é falar sobre duas perspectivas, uma divina, fora do espaço-tempo,
  • 13. 13 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br incondicional (em muitos sentidos, mas não se referente à escolha do individuo A e/ou B para perdição ou salvação), e outra a perspectiva humana, dentro do espaço-tempo. Uma, a visão de cima para baixo e outra, divina, e outra a de baixo para cima, e que para o homem é impossível compreender/considerar ambas ao mesmo tempo, e por isto tanta polêmica e controvérsias a respeito do tema predestinação. (textos base: Rm 8.29-30; Ef 1.4-11, I Pe 1.2). Para o Suíço, em certo sentido, a eleição e a predestinação são sempre dupla, vejamos: “Olhando da perspectiva do eleito, eleição significa um ato de liberdade e senhorio; olhando para os eleitos, significa um ato de escolha e distinção. Não existe eleição se não houver também não-eleição, preterição, repúdio. Por esta razão a doutrina da predestinação forçosamente é doutrina da dupla predestinação. É desta forma que ela também se encontra, sem dúvida, na escritura sagrada: “Muitos são chamados, mas poucos escolhidos” (Mt 22.14). “Amei a Jacó, porém me aborreci de Esaú” (Rm 9.13). “Naquela noite dois estarão numa cama; um será tomado, e deixado o outros; duas mulheres estarão juntas moendo; uma será tomada, e deixada a outra; dois estarão no campo, um será tomado, e o outro deixado (Lc 17.34s)”. [23] Caro leitor, muita atenção, para não confundir a dupla-predestinação que Barth afirma com o fatalismo calvinista, pois não há qualquer relação entre elas. O que o teólogo suíço enfatiza é que “onde há eleição, há rejeição”, se eu escolho algo, entre muitos ou alguns, por consequência eu rejeito algo, inevitável. A pergunta que fica é “o que Deus rejeitou e rejeita”? Mas esta explicação deixaremos para aprofundamento em algum outro momento. “Não podemos reconhecer nossa eleição em Jesus Cristo sem reconhecer primeiro e antes de mais nada a nossa rejeição, e isto mais uma vez também em n´Ele”. [24] “Entenda-se bem: Precisamente Jesus Cristo na cruz é, afinal, o eleito de Deus.” [25] Jesus como o eleito de Deus… outro ponto daqueles em que é impossível escrever algo em algumas poucas linhas. Crítica a predestinação calvinista Sobre a interpretação calvinista de Romanos 9.10-23: “Aqueles capítulos não dizem que a humanidade está dividida desta ou daquela forma, que há predestinados neste ou naquele sentido, assim como há homens e mulheres, brancos e negros. Neste ponto a doutrina clássica da predestinação, numa funesta consequência de outros de erros seus, representava uma antropologização, mecanização e estabilização ilícitas da majestosa alternativa divina sob a qual estamos colocados em Jesus Cristo e cujo testemunho é o sentido da doutrina bíblica da predestinação.” [26] Eleitos estamos ao dizer sim a Cristo: “Eleitos estamos nós ao dizermos sim à nossa eleição em Jesus Cristo, e assim justamente ao dizermos sim também para a nossa rejeição, porém para a nossa rejeição carregada e anulada por Jesus Cristo, e somente então sobretudo para a nossa eleição.” [27] “Afinal a pessoa humana em sua livre decisão é objeto da prévia decisão divina.” [28]
  • 14. 14 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br A humanidade de Deus Karl Barth não teve receio de falar no aspecto da humanidade de Cristo. Muito de fala em Cristo, em seu aspecto divino, como alguém que está longe, quando Ele é o Emanuel. Muito se fala na rejeição do homem por Deus, por causa da queda de Adão, mas pouca sobre a escolha de Deus pela humanidade, criar a humanidade, encarnar em Cristo, e ser parceiro superior da aliança e Deus do homem. Barth ousou tratar sobre isto. “Sim, e este é o ponto para trás do qual não se pode mais retroceder: Deus está ao lado do ser humano. Isso é soberanamente fundamentado nele mesmo, e unicamente por ele mesmo determinado, delimitado e ordenado. Assim, e não de outra maneira, ele se torna acontecimento e se torna conhecível. Trata-se, porém, de que Deus realmente está ao lado do ser humano. Quem é Deus e o que ele é em sua divindade, isso ele demonstra e revela não no espaço vazio de um ser-para-si divino, mas, de modo autêntico, justamente no fato de existir, falar e agir como parceiro (por certo pura e simplesmente superior) do ser humano. Aquele que faz isso, esse é o Deus vivo. E sua divindade é a liberdade na qual ele faz isso. Ela é a divindade que, como tal, também tem o caráter de humanidade. Somente desta forma e afirmação da divindade de Deus devia e deve ser contraposta àquela teologia do passado: em forma de recepção positiva, não de rejeição irrefletida da partícula veri que de modo algum lhe pode ser negada, mesmo quando se descobre radicalmente sua fraqueza. Justamente a divindade de Deus, corretamente compreendida, inclui sua humanidade.”[29] “No espelho da humanidade de Jesus Cristo revela-se a humanidade de Deus, incluída em sua divindade. Deus é assim com ele. Assim diz seu sim ao homem. Assim ele participa do ser humano. Assim ele se engaja em favor do ser humano.” [30] O homem O que é o homem? “O homem é um enigma e nada mais, e seu universo jamais será tão vivamente visto e sentido, é uma questão. Deus continua em contraste com o homem como o impossível em contraste com o possível, como a morte em contraste com a vida, como a eternidade em contraste com o tempo. A solução do enigma, a resposta à questão, a satisfação da nossa necessidade é absolutamente o novo evento pelo qual o impossível torna-se por si mesmo possível, a morte torna-se vida, a eternidade tempo, e Deus homem.” [31] “O homem nem é capaz de reconhecer por si mesmo sua inquietude e seu pecado. É-lhe necessário primeiro conhecer Jesus Cristo: é em sua luz que nós vemos a luz que nos revela nossas próprias trevas.” [32] ESPAÇO-TEMPO, o dilema, o que gera dificuldades interpretativas, é a falta de compreensão desta diferença, entre o que é temporal e Deus que está fora do tempo. Desejamos a satisfação dos nossos interesses, propondo o foco de Deus a nós, a nossa escolha pessoal ou a nossa decisão, e não o foco Nele, no que Ele deseja, escolheu, planejou. “Confundimos a eternidade com temporalidade. Esta é nossa falta de respeito no relacionamento com Deus. Secretamente, nesse modo de proceder, somos nós os senhores. Para nós não se trata de Deus, porém das nossas necessidades [de nossos desejos e conveniência] pelas quais queremos que Deus se oriente.” [33]
  • 15. 15 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br “É preciso considerar-se em conjunto, no mesmo momento, a eternidade e o tempo, Deus e o homem, para compreender o que realmente significa o nome de Jesus Cristo! Jesus Cristo é a realidade da aliança entre Deus e o homem”. [34] Aliança eterna em Cristo “Ora, o Deus de paz, que pelo sangue da aliança eterna tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande pastor das ovelhas”. Hb 13.20 Este ponto é difícil de tratar, porque é o ponto que gostamos muito. Mas Barth trata e explica o que vem ser a aliança que Deus propôs, antes da fundação do mundo (Mt 25.34; Ef 1.4; I Pe 1.20; Ap 13.8). A minha própria teologia se origina e se desdobra sobre este propósito e aliança, Cristo, porque a Bíblia fala disto, da aliança entre Deus e os homens (aqueles que creem) por meio de Jesus Cristo. Mas vamos colar, pelo menos, a definição do que seria esta eterna aliança em sua teologia. Segue: “Em sua palavra Deus revela o seu agir no horizonte de sua aliança com o ser humano; e na história da constituição, manutenção, realização e conclusão desta aliança ele se revela a si mesmo. Revela sua santidade, mas revela também a sua misericórdia – misericórdia de pai, de irmão, de amigo. Revela também seu poder e sua majestade como senhor e juiz do ser humano; revela, portando, a si mesmo como o primeiro parceiro dessa aliança , a si mesmo como o Deus do ser humano. Mas em sua palavra revela também o ser humano como criatura, como seu devedor insolvente, como ser perdido sob seu juízo. Mas também revela-o como criatura mantida e salva por sua graça, como ser humano libertado para Deus, posto a seu serviço. Revela o ser humano como seu filho e servo, como amado por Ele e, portanto, como segundo parceiro da aliança; em síntese: revela o ser humano como o ser humano de Deus.” [...] A aliança é a união de Deus com esse povo, dentro de sua história comum. Ela fala, de maneira estranhamente contraditória, mas inequívoca, do encontro jamais interrompido, do diálogo, da comunhão entre o Deus santo e fiel e um povo que não é santo e nem fiel. Assim ela fala simultaneamente da presença constante e fiel do parceiro divino, e do falhar de seu parceiro humano, destinado a ser-lhe conforme, a corresponder à sua santidade, a responder com fidelidade à sua fidelidade divina. Assim ela revela a plenitude divina da aliança – não a humana. Neste sentido ela ainda não fala da aliança em sua plenitude consumada. É assim que, transcendo a si mesma, aponta para uma consumação que nela tende a realizar-se, que, no entanto, ainda não chega a ser realidade”. [35] (assim fala da aliança entre Deus e Israel, como figura da aliança eterna em Cristo, entre este e a sua esposa). “Em vista desse seu Filho, que devia tornar-se homem e portador dos pecados dos homens, Deus amou o homem e, com o homem, todo o mundo desde a eternidade, antes ainda de criá- los”, [36] Muitos outros pontos, que também não podem ser ditos menores que principias, ficaram de fora deste nosso pequeno comentário, como “Deus, o totalmente outro”, que trata do aspecto da transcendência divina, “Analogia da Fé”, a contemplação e impossibilidade de captura do objeto da teologia (Deus), o papel da teologia, a própria doutrina da eleição que pode ser objeto de muitos outros estudos, mas ficaremos por aqui. Espero que tenham gostado e esclarecido alguns pontos da teologia deste brilhante autor, que
  • 16. 16 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br certamente, independente de qualquer coisa, e é admirado até mesmo pelos católicos, é impossível passar a história do pensamento teológico sem citá-lo, e se porventura formos listar os maiores nomes da história da teologia, certamente Karl Barth estará entre eles. Graça e paz a todos. igamaliel (2014-11-06 19:10:06) Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico: Um amigo nos pediu para escrever algo sobre o grande... http://t.co/EOhypFWT9F igamaliel (2014-11-06 19:09:51) Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico: Um amigo nos pediu para escrever algo sobre o grande... http://t.co/S8Bu2HDneW SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:09:22) Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico http://t.co/KtaKfLVwtC SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:09:16) NO #MAISCRUZ Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico: Um amigo nos pediu pa... http://t.co/vyJHeqqz8Y VIA @SIGAMAISCRUZ igamaliel (2014-11-06 19:11:17) Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico - http://t.co/7KQUYet19m http://t.co/AjxLbp3cTs igamaliel (2014-11-06 19:10:01) Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico: Um amigo nos pediu para escrever algo sobre o grande... http://t.co/Qdi0kLRtzN igamaliel (2014-11-06 19:11:29) Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico http://t.co/nT169li0A1 igamaliel (2014-11-06 19:11:23) Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico http://t.co/nxOrBVHyc9 igamaliel (2014-11-06 19:11:33) Karl Barth, um marco na história do pensamento teológico http://t.co/YeHnakAXYa
  • 17. 17 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br A Gênese da Predestinação na História da Teologia - 2014-11-06 19:13 A história da eleição e predestinação, enquanto doutrinas da igreja de Cristo, têm atraído os mais diversos estudiosos e também leigos que amam as Escrituras e a história do Cristianismo. Deste modo, quero recomendar um excelente livro que li recentemente, de um amigo, o Pr. Thiago Titillo, e compartilhar, com autorização do autor, um capítulo, a introdução de “A Gênese da Predestinação na História da Teologia Cristã.” Boa leitura. INTRODUÇÃO O filósofo existencialista francês Jean Paul Sartre disse que o homem “está condenado a ser livre”.[1] Todavia, os conceitos de condenação e liberdade não se complementam. Mas o paradoxo permanece: até que ponto o homem é livre e em que sentido essa liberdade é limitada por circunstâncias internas e externas? Agostinho, bispo de Hipona e doutor da Igreja, buscou responder essas questões em sua vasta obra. No decurso das controvérsias maniqueísta, donatista e pelagiana, ele desenvolveu seu pensamento sobre o pecado e a graça, e seus desdobramentos extensivos ao livre-arbítrio humano e à predestinação divina. Mas será que o pensamento de Agostinho sobre o pecado e a graça representa fielmente o ensinamento que ele recebeu da Igreja através dos mestres que o precederam? Ou as demandas em que se viu envolvido o desviaram do ensino comum da Igreja acerca dessas questões? Por muito tempo defendi que o monergismo ensinado por Agostinho e resgatado pela Reforma através de Martinho Lutero, Ulrich Zuínglio e João Calvino, era a verdadeira doutrina transmitida por Cristo e seus apóstolos aos primeiros líderes da Igreja que os sucederam, tendo no bispo de Hipona a mente que sistematizou o pensamento já existente de forma embrionária nos primevos pais.[2] Após o abandono da doutrina por quase toda a Idade Média, a mesma fora redescoberta pelo monge agostiniano que incendiou a Alemanha, e grande parte da Europa, com suas ideias reformistas expostas nas noventa e cinco teses que foram afixadas na porta do Castelo de Wittenberg em 31 de outubro de 1517, véspera do “dia de todos os santos”. Norman Geisler, em Eleitos, mas livres (2001), afirma haver uma diferença doutrinária entre o “Agostinho jovem” e o “Agostinho velho”. Essa mudança se deu em função da controvérsia pelagiana, embora a crise donatistas já a prenunciasse. Antes disso, porém, Agostinho seguiu os ensinos dos pais da Igreja que vieram antes dele.[3] No entanto, devido ao propósito da obra, Geisler não trabalhou as mudanças políticas do império romano que contribuíram para o surgimento do partido donatista. É nesse contexto que o uso da força estatal em favor da Igreja Católica recebe o apoio de Agostinho, preparando o caminho para sua mudança de concepção acerca das doutrinas do pecado e da graça. A forma como bispo norte-africano lida com essa nova realidade em seu fazer teológico recebe especial atenção nessa obra. É fato que nenhum grande pensador constrói seu sistema de crenças sem passar por períodos de ajustes e mudanças. Agostinho não foi exceção. Nesse trabalho, serão observadas as etapas que culminaram na maturidade teológica do pensamento de Agostinho, pontuando as
  • 18. 18 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br implicações que cada momento teve na construção do seu edifício teológico. Para tanto, os tratados e obras do mais destacado pai da igreja ocidental são imprescindíveis.[4]Autores como Peter Brown (2011), biógrafo moderno de Agostinho, e os historiadores Dale T. Irvin e Scott W. Sunquist (2004) foram de grande auxílio, principalmente na reconstrução do cenário político-social do período no qual o bispo hiponense se empenhou em combater os cismáticos donatistas. Na área da teologia histórica, autores como Roger Olson (2001), R. C. Sproul (2001), Henry Bettenson (2007) e Heinrich Denzinger (2007) contribuíram com suas obras para a produção da pesquisa que resultou neste livro.[5] Para atender ao propósito geral, a obra se divide em quatro partes. Na primeira, são apresentados os termos-chaves que aparecerão no decorrer do livro: predestinação e livre-arbítrio, pecado e graça, monergismo e sinergismo. A segunda parte trabalhará os sistemas teológicos em disputa na controvérsia sobre o pecado e a graça, a saber, o pelagianismo, o agostinianismo e o semipelagianismo. A terceira parte trata especificamente da teologia agostiniana. Apresenta o seu desenvolvimento doutrinário acerca do pecado e da graça, e em quais circunstâncias o bispo de Hipona foi forjando seu pensamento durante os novos desafios demandados pelos debates com os maniqueus, donatistas e pelagianos. É justamente em meio à formulação do pensamento sobre o pecado e a graça que Agostinho toca na questão do livre-arbítrio e da predestinação. Por fim, a quarta e última parte analisa a proposta doutrinal de Agostinho em relação à doutrina comum da Igreja, e o legado de suas ideias à fé cristã ocidental. Primeiramente, é feito um levantamento do pensamento de seis pais da Igreja anteriores a Agostinho sobre o pecado e a graça: três da igreja oriental – Justino, Ireneu e Orígenes –, e três da igreja ocidental – Tertuliano, Cipriano e Ambrósio. Tal levantamento permite observar quais elementos Agostinho absorveu de seus antecessores, e qual o ponto de distanciamento entre eles. Depois, aborda-se o tratamento dado pela Igreja às controvérsias entre Agostinho e os partidos pelagiano e semipelagiano. Os cânones e resoluções sinodais e conciliares são analisados – em especial, o Concílio de Éfeso (431) e o Sínodo de Orange (529) –, a fim de identificar as marcas permanentes do pensamento agostiniano na igreja ocidental. A relevância desta pesquisa ganha força diante do quadro crítico em que se encontra a igreja evangélica brasileira: desconhece os tesouros que lhe fora legado pela tradição cristã bi-milenar, ignorando a fé que confessam, e o trabalho daqueles que dedicaram suas vidas a fim de extrair o precioso minério das Escrituras. Haykin enumera quatro motivos para o desinteresse dos evangélicos contemporâneos pelos pais da Igreja: 1) a oposição ao catolicismo romano e suas tradições; 2) o fundamentalismo anti-intelectual; 3) a esquisitice de muitos da época da igreja antiga; 4) o desejo intenso de ser uma “pessoa do Livro”.[6] No cenário brasileiro a situação não é diferente. Embora esse cenário esteja mudando, a maioria dos textos publicados sobre os pais da Igreja ainda fazem parte do catálogo de editoras católicas. Ao considerar a verdade de que os principais dogmas da religião cristã começaram a brotar da mente desses antigos teólogos, deve-se, sem negligenciar a Bíblia – que é a “lâmpada para os pés” na jornada em defesa da verdade –, atentar para os esforços dos mestres que ensinaram esta mesma Palavra (Hb 13.7). E Agostinho, certamente, figura entre esses grandes mestres da Igreja que merecem atenção especial.
  • 19. 19 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br Sua influência sobre a cristandade ocidental é notável. Ela “flui para dentro de movimentos religiosos radicais de oposição. Agostinho é apreciado como um dos maiores pais da Igreja Católica Romana. Contudo, foi ele que ‘nos deu a Reforma’”.[7] Assim como sua eclesiologia fora dada a Roma, sua antropologia e soteriologia foram entregues a Wittenberg e Genebra. João Calvino, um dos líderes do movimento de Reforma, escreveu: Augustinus totus noster est.[8] Franklin Ferreira diz adequadamente que “poucos teólogos são tão relevantes para nossa época como Agostinho”.[9] Conhecer o pensamento de Agostinho é essencial para entender a fundamentação intelectual do cristianismo. Conhecer os fatores que contribuíram para a formação do seu pensamento é descobrir o porquê das principais doutrinas que norteiam a Igreja – seja católica ou protestante – nos últimos 1600 anos. A civilização ocidental foi grandemente moldada pelo pensamento cristão antigo, e a contribuição de Agostinho nesse arcabouço é inegável: “Todo desenvolvimento da vida ocidental, em todas as suas fases, foi poderosamente afetado pelo seu ensino”.[10] Hoje, mais do que nunca, a Igreja deve estar preparada para enfrentar novos desafios. Mas isso só será possível se ela entender a razão de suas crenças e práticas hodiernas, razão esta que se encontra num passado remoto. Desconhecer o passado impossibilita uma correta compreensão do presente. Se a Igreja não tiver uma boa compreensão da sua história, assemelhar-se-á a uma pessoa desmemoriada, e, portanto, incapaz de usufruir uma vida com qualidade. Somente o conhecimento da verdade histórica torna possível entender o tempo presente e vislumbrar um futuro glorioso para a Igreja. E foi o próprio Senhor Jesus que afirmou ser o conhecimento da verdade libertador (Jo 8.32). SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:14:55) A Gênese da Predestinação na História da Teologia http://t.co/qWQcONdxGv SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:14:49) NO #MAISCRUZ A Gênese da Predestinação na História da Teologia: A história da eleição e pred... http://t.co/g8EERvHkJ9 VIA @SIGAMAISCRUZ Rafael Camillotti (2014-11-06 19:18:26) Seja homem .. e venha debater, eu te desafio igamaliel (2014-11-06 19:15:12) A Gênese da Predestinação na História da Teologia : A história da eleição e predestinação, enquanto doutrinas da... http://t.co/1MaUbiL9tt igamaliel (2014-11-06 19:15:16) A Gênese da Predestinação na História da Teologia : A história da eleição e predestinação, enquanto doutrinas da... http://t.co/Sn6jg8MMbq
  • 20. 20 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br igamaliel (2014-11-06 19:15:23) A Gênese da Predestinação na História da Teologia : A história da eleição e predestinação, enquanto doutrinas da... http://t.co/lZtvhUu7DW igamaliel (2014-11-06 19:15:29) A Gênese da Predestinação na História da Teologia : A história da eleição e predestinação, enquanto doutrinas da... http://t.co/MkMXxnD54N igamaliel (2014-11-06 19:16:04) A Gênese da Predestinação na História da Teologia - http://t.co/X4Am6V4B4B http://t.co/Qa1TlmGNnK igamaliel (2014-11-06 19:16:08) A Gênese da Predestinação na História da Teologia http://t.co/P08mDQOPgm igamaliel (2014-11-06 19:16:07) A Gênese da Predestinação na História da Teologia http://t.co/s3fY7XB9Xb igamaliel (2014-11-06 19:16:15) A Gênese da Predestinação na História da Teologia http://t.co/dYLOPayhdw A visão pentecostal clássica concernente a profecia - 2014-11-06 19:17 A profecia e o movimento profético ocupam lugar de destaque no estudo das Escrituras, variando de perspectiva entre o Primeiro e o Segundo Testamento. Não obstante, analisaremos de modo breve e sucinto suas variantes, tendo em vista que no Antigo Testamento ela desenvolve-se de modo distinto daquele sob o qual se apresenta no contexto neotestamentário, sendo que, no primeiro caso ocorre sob a condição de ministério profético com funcionalidades específicas, já no segundo, sob a qualificação de dom concedido a igreja para o serviço de exortação, consolação e edificação (1Coríntios 14.3). A profecia no contexto veterotestamentário A profecia no contexto veterotestamentário está indissociavelmente ligada a pessoa do profeta. Logo, a conotação que se atribui a este, por vezes se torna equivocada, pois, o termo “profeta” por descuido se tornou um equivalente sinonímico de “vidente”, isto é, aquele que se restringe a fazer previsões a respeito do futuro ou que simplesmente revela coisas ocultas, porém, este é um conceito equivocado adotado por nós ocidentais e tal ideia se deve a influência exercida pela cultura grega, inclusive, sobre o pensamento não oriental. A palavra profeta, por sua vez, lança suas raízes sobre o vocábulo hebraico “nâbhî”, o qual
  • 21. 21 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br significa nada mais nada menos que “aquele que anuncia a mensagem de outrem”. Portanto, o profeta no contexto veterotestamentário era considerado o porta voz oficial do próprio Deus, a quem competia a responsabilidade de anunciar a Palavra e a Vontade do Todo-Poderoso ao povo. Deste modo, o profeta era a pessoa escolhida e usada por Deus para transmitir sua mensagem e seus desígnios, isto é, a profecia em foco. Todavia, sobre a profecia no Antigo Testamento compete dizer que consistia não somente em mensagens relacionadas ao tempo futuro, mas também e principalmente, a cerca daquilo que estava acontecendo na realidade presente em que vivia o profeta, objetivando então trazer arrependimento e mudança para o contexto que se desenvolvia naquela época, seja nas esferas da política, da economia ou da religião. Destarte, os profetas, em nome de Deus e na condição de seu representante, denunciavam a aparente “espiritualidade” praticada pelo pseudomoralismo da religião de sua época (Jeremias 6.13-21; 7.8-11), condenavam os abusos dos reis e poderosos sobre a massa de oprimidos, bem como, a idolatria política, cultual e religiosa (Oséias 4.12-13; Ezequiel 22.1-12; Zacarias 7.8-10; Malaquias 3.5). Enfim, os profetas refletiam a preocupação e o agir de Deus em favor do povo, objetivando a transformação não somente no âmago da religião, mas também na estrutura social de seu tempo. A profecia no contexto neotestamentário A profecia no contexto neotestamentário adota um enfoque diferenciado, e, portanto, será elencada entre a relação dos dons espirituais (1Coríntios 12.7-10), e está qualificada no grupo dos dons ditos de “inspiração”, pois a pessoa que recebe este dom é inspirada pelo Espírito Santo ao ponto de falar aos homens, entregando-lhes uma mensagem da parte de Deus para dentro da própria realidade humana. Destarte, perceba que a profecia relacionada entre os dons do Espírito Santo consiste em benefício específico para a igreja, e não atinge as questões propriamente políticas e sociais a exemplo do que ocorria no contexto veterotestamentário. Logo, a profecia foi concedida por Deus aos cristãos com o único intuito de atender as finalidades de edificação, exortação e consolação (1Coríntios 14.3) do povo de Deus. Portanto, quando uma suposta profecia não se enquadrar a nenhum destes três aspectos, deve ser sem qualquer receio, rejeitada. Compete ainda destacar que dentre os dons do Espírito Santo, a profecia é aquele dom sobre o qual a Bíblia nos induz a análise e julgamento (1 Coríntios 14.29), visto que, ela pode ser de ordens ou origens distintas, dentre as quais, destacamos: divina, humana e maligna. Portanto, compete ao cristão, analisar cada profecia a luz do contexto bíblico, sobre o qual ela precisa estar terminantemente de acordo. Profecia de Origem Divina A profecia de origem divina é aquela cuja mensagem anunciada por determinada pessoa concorda com a Palavra de Deus e com os ensinamentos de Jesus Cristo, pois, em Apocalipse 19.10 encontramos menção ao fato de que o testemunho de Jesus é o espírito da profecia.
  • 22. 22 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br Vejamos o que está escrito em 2 Pedro 1.20,21 a respeito da maior de todas as profecias a nós anunciada, a infalível e inerrante Palavra de Deus (Bíblia): “Sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo”. Logo, em decorrência disso, toda e qualquer mensagem que não encontre respaldo bíblico, ou que venha contra qualquer doutrina das Escrituras, deve ser veementemente rejeitada. Inclusive, o apóstolo Paulo nos exorta que, mesmo que um anjo do céu nos anuncie outro evangelho diferente daquele que tem sido anunciado, que seja considerado anátema (Gálatas 1.8). Assim, a prova real de que uma profecia tem sua origem em Deus, é sua submissão as Escrituras e seu consequente cumprimento. Caso ela não se cumpra ou as informações nela contida não sejam condizentes com a Palavra de Deus e com a realidade vivida pela pessoa que foi alvo da aludida mensagem, deve ser desconsiderada, pois, neste caso não emana de Deus. Profecia de origem humana É aquele tipo de profecia onde o emissário profere uma mensagem com respaldo em sua própria emoção ou em virtude de alguma razão oculta em seu intelecto. Não são pessoas propriamente mal intencionadas, e comumente até existe a boa intenção de ajudar e motivar o destinatário, entretanto, neste afago, movido pelas emoções e sentimentos do seu próprio coração, terminantemente confundidos, produzem um resultado diverso da vontade e direção divina através da transmissão de uma mensagem não condizente e inverídica, tanto em relação à esfera espiritual quanto a verdade dos fatos que se manifestam na realidade terrena. Logo, será uma profecia que não terá seu cumprimento efetivado, visto que sua origem não está em Deus. Inclusive, a Bíblia registra o seguinte texto que precisa ser observado: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” (Jeremias 17.9). Todavia, mesmo que impulsionado por boas intenções, é um perigo falar profeticamente em nome de Deus sem que ele tenha de fato nos comunicado algo(Ezequiel 13.1-3;6-9). Muito embora, o texto anteriormente citado retrate a exortação de Deus concernente a profecia no contexto veterotestamentario, está em evidência um princípio geral que ampara a seriedade que envolve o ato de se proferir qualquer mensagem que seja em nome de Deus, e por mensagem aqui se entenda a profecia, pois, quando esta mensagem é meramente humana e não de ordem divina, resultará em engano, e por fim irá gerar falsas expectativas sobre a pessoa a quem ela se destina, e que por não se cumprir pode gerar muitos males, desde o induzimento a tomada de atitudes não só precipitadas como também equivocadas, bem como ao estabelecimento de um estado de frustração e decepção com o próprio Deus, em virtude do não cumprimento daquilo que lhe foi prometido em seu nome. É fato consagrado que Deus definitivamente usa homens e mulheres conforme lhe apraz, e a profecia tem sua genuína fundamentação na Bíblia, conforme já abordado, pois existem pessoas fiéis a Deus e compromissadas com a Bíblia Sagrada que realmente são usadas por Ele para comunicar profeticamente a mensagem divina no intento de trazer edificação, consolação e exortação (1 Coríntios 14.3). Entretanto, existem pessoas equivocadas falando em nome de Deus,
  • 23. 23 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br quando ele não falou; por isso compete à igreja buscar em Deus o discernimento espiritual e investigar na sua Palavra fundamentação no tocante a estas questões. Além disso, embora existam pessoas que não são mal intencionadas naquilo que tange o ato de profetizar, outras o fazem por imaturidade espiritual, no vislumbre de externarem um falso conceito de espiritualidade. Além destas, existem aquelas que profetizam a partir de um conhecimento prévio de acontecimentos pertinentes e por questões de lógica, cujo objetivo resume-se tão somente a validar sua credibilidade diante dos outros. Vejamos um exemplo de profecia humana aplicada por questões lógicas (estas costumam ser genéricas e nada específicas): “…..se você orar, buscar a Deus, jejuar e se dedicar na leitura Bíblica, Deus vai lhe usar!”. Isto é evidentemente óbvio, portanto, é lógico, que se os passos anteriormente citados forem devidamente observados com seriedade, o resultado não vai ser outro, senão de fato sermos usados por Deus com eficácia em sua obra. Este é um simples exemplo que serve para retratar quão genéricas e humanas algumas profecias tem se constituído. Aliás, para se fazer tal afirmação, como a do exemplo citado, não é necessário nenhum tipo de “revelação divina”, mas apenas o uso da lógica. Não obstante, apesar de existirem profecias de origem humana e maligna (sobre a qual falaremos adiante) não deve haver em nós a dúvida quanto à realidade das profecias de origem divina. Destarte, destacamos e cremos que Deus ainda hoje usa verdadeiros profetas em sua igreja, e para tanto, fica o respaldo bíblico: “Segui o amor e procurai, com zelo, os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis (…) Mas o que profetiza fala aos homens, edificando, exortando e consolando (…) o que profetiza edifica a igreja. Porém, se todos profetizarem, e entrar algum incrédulo ou indouto, é ele por todos convencido e por todos julgado; tornam-se-lhe manifestos os segredos do coração, e, assim, prostrando-se com a face em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está, de fato, no meio de vós. Portanto, meus irmãos, procurai com zelo o dom de profetizar e não proibais o falar em outras línguas. Tudo, porém, seja feito com decência e ordem.” (1 Coríntios 14.1,3,4,24,25,39,40). Profecia de Origem Maligna A profecia maligna é aquela que tem sua origem em satanás, sendo que, este agente onde repousa toda a malignidade também usa pessoas no intuito de transmitir e agir em favor de seus tenebrosos intentos, que se constituem na mais satânica INVERDADE. Satanás é o próprio pai da mentira (João 8.44). Não se engane, assim como Deus usa seus servos, satanás também encontra espaço para operar através de todo aquele que lhe dá lugar, podendo leva-los inclusive, a profetizar. Portanto, toda e qualquer profecia que induza o homem a percorrer caminhos que o afaste da santificação e da comunhão com Deus, que negue a divindade da pessoa bendita de Jesus Cristo, além da negação das doutrinas centrais da fé cristã, deve ser terminantemente rejeitada e repreendida, pois não provem de Deus nem dos intentos meramente humanos, mas do próprio agente da malignidade – satanás (Atos 13.6-10).
  • 24. 24 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br Nubia Maria (2014-11-07 01:13:10)Nubia Maria liked this on Facebook. SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:18:53) A visão pentecostal clássica concernente a profecia http://t.co/bXxeeydCbT igamaliel (2014-11-06 19:18:51) A visão pentecostal clássica concernente a profecia: A profecia e o movimento profético ocupam lugar de destaque... http://t.co/b2LWYx37mO SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:18:47) NO #MAISCRUZ A visão pentecostal clássica concernente a profecia: A profecia e o movimento p... http://t.co/dDytgTNlaD VIA @SIGAMAISCRUZ igamaliel (2014-11-06 19:18:47) A visão pentecostal clássica concernente a profecia: A profecia e o movimento profético ocupam lugar de destaque... http://t.co/JUYEz2LSkW igamaliel (2014-11-06 19:18:57) A visão pentecostal clássica concernente a profecia: A profecia e o movimento profético ocupam lugar de destaque... http://t.co/jtvIREG9tV igamaliel (2014-11-06 19:19:04) A visão pentecostal clássica concernente a profecia: A profecia e o movimento profético ocupam lugar de destaque... http://t.co/gGtiK3d2W9 igamaliel (2014-11-06 19:20:15) A visão pentecostal clássica concernente a profecia http://t.co/7UThh52YRm igamaliel (2014-11-06 19:20:17) A visão pentecostal clássica concernente a profecia - http://t.co/0NKwMkmuOz http://t.co/cGg1bMykOn igamaliel (2014-11-06 19:20:26) A visão pentecostal clássica concernente a profecia http://t.co/VCVeuNWePv igamaliel (2014-11-06 19:20:19) A visão pentecostal clássica concernente a profecia http://t.co/QK4gg4L9cK Projeto Mudas de Igreja - 2014-11-06 19:20
  • 25. 25 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br Inegavelmente, o que determina a sucessão de uma lavoura ou de um pomar, é o replantio periódico. É de fundamental importância ter um viveiro para reabastecer o campo com mudas saudáveis que garantam o futuro da espécie e a sobrevivência da plantação. Mas alguns cuidados precisam ser tomados quanto a isso. Se não tomarmos as medidas cabíveis neste processo tão sério, corremos o risco de vermos nossos pomares pouco a pouco se tornando inférteis e, consequentemente, perdendo o objetivo pelo qual ele foi plantado. Por essa razão precisamos ter mudas prontas para serem transplantadas e plantadas num local definitivo. Da mesma forma ocorre com relação ao plantio de igrejas, mudas precisam ser cultivadas e no devido tempo plantadas nos campos definitivos, ou seja, nas comunidades ainda não alcançadas pelo evangelho da graça de Deus. Quando essas mudas não são cultivadas povos e nações inteiras perecem sem jamais ouvir o evangelho da salvação, isto é, sem nunca receberem as sementes da poderosa manifestação da bondade de Deus. Mas por outro lado, não é o bastante nós termos ‘mudas’ disponíveis e prontas para serem inseridas nos campos, precisamos que essas mudas sejam saudáveis e que tenham sido originadas em sementes de boa espécie e excelente qualidade. Quando temos mudas, mas que não se encontram aptas para serem plantadas nos vastos campos do mundo não alcançado por não serem originadas da boa semente, é melhor não plantarmos para não corrermos o risco de comprometermos o campo. Passemos a analisar os fatores que envolvem diretamente esse processo de plantio, colheita de mudas e replantio. O QUE É UMA MUDA DE IGREJA? Uma muda de igreja é uma equipe ministerial que se engajou na missão de plantar igrejas. Pessoas que são vocacionadas por Deus para o ministério e que decidiram doar seu tempo e sua vida para o serviço do Reino de Deus. Essas pessoas estão aptas a doarem suor (trabalho árduo e perseverante), sangue (isto é, estão dispostas a fazerem sacrifícios por mais desconfortáveis que eles sejam) e lágrimas (fervoroso clamor e dependência de Deus) para que o progresso do reino ocorra sem qualquer interferência. Para que a igreja que será plantada seja de fato, saudável é importante que a equipe ministerial seja formada não apenas por pessoas vocacionadas e preparadas, mas é fundamental que a equipe formada tenha como integrantes pessoas envolvidas nas seguintes áreas: pregação, ensino e discipulado, área musical, ministério infantil, e noções básicas de projeto social. Isso não quer dizer que essa equipe deva ser formada apenas por pessoas que possuem ensino superior ou coisa do tipo, mas é importante que os membros do grupo estejam aptos para exercerem as funções cruciais da missão sem nenhuma deficiência. A QUALIDADE DA SEMENTE O primeiro passo para que um viveiro possa constituir um empreendimento de sucesso, é a atenção especial na escolha das sementes. Um viveiro precisa ter a prioridade de semear apenas sementes de boa qualidade. É melhor nem semear do que correr o risco de plantar sementes ruins. O futuro da planta e a qualidade dos frutos que mais tarde ela produzirá serão determinados pela qualidade da semente que lançamos em terra. Assim também as pessoas que serão inseridas no processo de capacitação ministerial precisam ser pessoas de cujo caráter cristão e moral seja, de fato, sadio e apto para resplandecer a santidade de Cristo. A igreja deve ter nos seus líderes o exemplo de fé e de boas obras. Portanto os plantadores de igreja devem tornar-se pessoalmente padrão para os fieis. Assim como uma muda de planta não pode ser transplantada de um lugar para outros antes mesmo de nascer, assim também se os obreiros não forem pessoas que nasceram de novo, jamais poderão compor uma equipe de plantação de
  • 26. 26 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br igrejas. Outra característica fundamental nos candidatos ao processo de capacitação para o plantio de novas igrejas é a vocação. Nada pode ser visto como substituto para ela. Sem vocação os talentos são de valor irrisório, pois quem valida os talentos e dons é a vocação. A implantação do viveiro deve ser feita após uma análise cuidadosa, tendo-se em conta diferentes aspectos que, ajustados entre si, formarão as condições de um bom desenvolvimento. Do mesmo modo a equipe que será a muda de igreja deverá ser bem organizada, fruto de muita oração, estudo e preparo afim de que possa crescer em graça e em conhecimento de modo que traga um futuro promissor para a igreja que será implantada. O local onde a muda será inserida a principio é determinante para o seu desenvolvimento no futuro, por essa razão deve-se observar muito cuidadosamente esse fator antes de iniciar o plantio da muda. A muda é um projeto de árvore, por essa razão, é fundamental que seja bem planejada. Uma vez comprometida a muda, o futuro da árvore pode ser irremediavelmente comprometido, quem erra no planejamento, erra na ação. Trazendo para o lado ministerial, destacamos a importância de um ambiente totalmente preparado para promover uma formação ministerial adequada. Esse ambiente nem sempre será um seminário teológico. Muitos dos seminários teológicos da atualidade mais preparam os candidatos a serem péssimos ministros do que serem ministros zelosos e de valor. O historiador e escritor Justus Gonzalez em seu livro ‘Ministério: Vocação ou profissão?’ levanta um estudo histórico da palavra seminário. Dizendo que essa expressão era usada originalmente como metáfora para designar a ideia das escolas que eram consideradas sementeiras que preparavam as mudinhas e quando elas estavam prontas, eram transplantadas para o local onde permaneceriam definitivamente dando frutos e produzindo sombra por toda a sua existência. Mas infelizmente essa ideia foi derrubada quando os seminários ambicionaram para si competir com as instituições seculares de ensino e formação. Os debates tornaram-se acirrados e a espiritualidade foi, aos poucos, deixada de lado. Hoje muitos desses seminários se abriram para o ateísmo e para seus derivados: deísmo aberto, teologia liberal, teologia da libertação, teologia da prosperidade, teologia neopentecostal, etc. O EMPENHO DO COORDENADOR DA EQUIPE Do mesmo modo que um agrônomo ou um proprietário não se lança às cegas no projeto de cultivar mudas embrionárias para posterior plantio, assim também o coordenador da equipe ministerial precisa saber o que realmente quer ao montar sua equipe. O coordenador da equipe ministerial precisa ser alguém com metas claras e alvos objetivos. Ele deve saber quando, como e onde começar e terminar os treinamentos; precisa ser gente de visão, alguém em quem sua equipe possa confiar e seguir. Deve não apenas ser um visionário inveterado, mas alguém que sabe contagiar os demais com sua visão ministerial. Esse líder precisa saber cuidar da sua equipe, pastoreá-la, amá-la e prepara-la para que tenha grandes rendimentos na obra de Deus. Tal como um agricultor de um viveiro rega diariamente suas pequenas mudas, providencia para que as situações climáticas não matem e nem fragilizem as plantinhas, e se preocupa com o bem estar do seu trabalho, da mesma forma o coordenador da equipe deve metódica e diligentemente acompanhar o crescimento de sua equipe e assegurar-se de que ela está apta para ser transplantada quando o tempo chegar. Todos esses cuidados são vitais para o sucesso do plantio, sem esses detalhes o fracasso do plano é a única coisa que se pode esperar. Mas se houver diligencia, oração, estudo comprometido e acima de todos os métodos, dependência de Deus certamente essa ferramenta estratégica será de grande valor e causará um notório impacto aonde
  • 27. 27 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br quer que seja implantada. Ester Argolo (2014-11-07 01:13:11)Ester Argolo liked this on Facebook. SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:22:00) Projeto Mudas de Igreja http://t.co/sFLE8ujrK2 SIGAMAISCRUZ (2014-11-06 19:21:53) NO #MAISCRUZ Projeto Mudas de Igreja: Inegavelmente, o que determina a sucessão de uma lavou... http://t.co/byctRuaOj1 VIA @SIGAMAISCRUZ igamaliel (2014-11-06 19:22:41) Projeto Mudas de Igreja: Inegavelmente, o que determina a sucessão de uma lavoura ou de um pomar, é o replantio... http://t.co/TPoPOyIDrF igamaliel (2014-11-06 19:22:29) Projeto Mudas de Igreja: Inegavelmente, o que determina a sucessão de uma lavoura ou de um pomar, é o replantio... http://t.co/zFouYmQxG3 igamaliel (2014-11-06 19:22:27) Projeto Mudas de Igreja: Inegavelmente, o que determina a sucessão de uma lavoura ou de um pomar, é o replantio... http://t.co/Vun98ZRBZT igamaliel (2014-11-06 19:22:49) Projeto Mudas de Igreja: Inegavelmente, o que determina a sucessão de uma lavoura ou de um pomar, é o replantio... http://t.co/UhBW5gplpI igamaliel (2014-11-06 19:23:02) Projeto Mudas de Igreja - http://t.co/8QIJhw0kHQ http://t.co/ilvxEedq5T igamaliel (2014-11-06 19:23:06) Projeto Mudas de Igreja http://t.co/Nf35A7YnCb igamaliel (2014-11-06 19:23:08) Projeto Mudas de Igreja http://t.co/VFTY9wQJ1g igamaliel (2014-11-06 19:23:10) Projeto Mudas de Igreja http://t.co/291nZiglba
  • 28. 28 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br As heresias de Joseph Prince - 2014-11-06 19:26 E logo, de noite, os irmãos enviaram Paulo e Silas para Beréia; tendo eles ali chegado, foram à sinagoga dos judeus. Ora, estes eram mais nobres do que os de Tessalônica, porque receberam a palavra com toda avidez, examinando diariamente as Escrituras para ver se estas coisas eram assim” (At 17.10,11). Nossa proposta neste artigo é fazer como os irmãos bereanos, os quais examinavam os ensinos de Paulo e Silas antes de acatarem-no como ortodoxo. Isto posto, faremos um exame dos ensinos do pregador cingapuriano Joseph Prince contidos no livro “Destined to Reign” (Destinados a Reinar). A origem de seus ensinos Joseph Prince, nascido em 15 de Maio de 1963 em Cingapura, é pastor sênior e um dos fundadores da mega igreja New Creation. Filho de um sacerdote indiano Sikh[1] e de uma mulher chinesa, tornou-se um preletor conhecido internacionalmente em função do Best-seller “Destinados a Reinar”. Ele possui, ainda, um programa de TV, homônimo do livro citado, que é transmitido em mais de 150 países. Seus principais ensinos se baseiam num entendimento adquirido em revelações sobre a graça de Deus, conforme ele mesmo conta: “Tudo começou em 1997, quando eu (…) ouvi distintamente a voz do Senhor dentro de mim. Não era uma impressão do Espírito. Era uma voz, e eu ouvi claramente Deus me dizer: ‘Filho, você não está pregando a graça.’ Eu disse: ‘Como assim, Senhor? Isso é um golpe baixo. Isso é um verdadeiro golpe baixo!’ E acrescentei: ‘Eu sou um pregador da graça. Tenho sido um pregador da graça durante anos e, assim como muitos pregadores, prego que somos salvos pela graça!’ Deus disse: ‘Não. Toda vez que você prega a graça, você a apresenta misturada com a lei. Você se esforça para contrabalançar a graça com a lei como muitos pregadores, e no momento em que equilibra a graça, você a neutraliza. Não se pode colocar vinho novo em odres velhos. Você não pode colocar a graça e a lei juntas’. Ele prosseguiu: ‘Filho, muitos pregadores não estão pregando a graça do modo como o apóstolo Paulo o fazia’.”[2] Nestes novos entendimentos, Prince acaba mexendo em algumas doutrinas essenciais do cristianismo, fazendo confusão sobre a Graça, Justificação, Santificação e alguns atributos divinos como a justiça e a soberania. Vejamos a seguir alguns desses pontos controvertidos. A Graça de Deus Prince entende que a Graça de Deus nos perdoa de todos os pecados do passado, do presente e do futuro e que desta forma não somos mais responsabilizados por eles[3]. Assim sendo, sob a Nova Aliança “não precisamos ficar pedindo ao Senhor (…) perdão porque Ele já nos perdoou.”[4] O grande risco desse ensino é gerar nas pessoas uma falsa segurança, como se a santificação fosse algo desnecessário, uma vez que “todos” pecados já estão perdoados e que não temos responsabilidade sobre eles. Isso leva a uma doutrina antinomiana, que despreza inconscientemente a santificação, sob uma falsa ideia triunfalista do perdão dos pecados. Sobre pedir perdão, a Bíblia fala por si só:
  • 29. 29 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br • Jesus nos ensinou a orar assim: (Mt 6.9-15); • Simão, o que quis comprar o dom de Deus é instruído a pedir perdão a Deus (At 8.17- 24); • As conversões em Éfeso foram marcadas por queima de livros de magia e confissão de pecados (At 19.17-19); • Quando confessamos nossos pecados uns aos outros e oramos uns pelos outros somos perdoados (Tg 5.14-16); • Se confessarmos nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar (1 Jo 1.9); • O que não confessa o pecado a Deus não prospera, mas o que confessa e deixa alcança misericórdia (Pv 28.13); • Enquanto Davi não confessou seus pecados, seus ossos (sua vida espiritual) se consumiam, a mão de Deus pesava sobre ele e seu humor ficava seco e ríspido (Sl 32.3- 5); • As parábolas das 100 ovelhas, da dracma perdida e do filho pródigo mostram a necessidade de arrependimento diante do Senhor que estará sempre de braços abertos para nos receber (Lc 15); • Arrependimento produz frutos visíveis, dentre os quais está o abandono dos pecados (At 26.19,20); • Quando pecamos, Deus nos contrista por tal prática através do Espírito Santo, levando- nos ao arrependimento (Rm 2.3,4); • A tristeza de Deus produz arrependimento para a salvação (2 Co 7.8-10); • Paulo temia que ao voltar em Corinto encontrasse pessoas que não haviam se arrependido do pecado, isto é, que não haviam abandonado práticas impuras, lascivas e de prostituição (2 Co 12.20,21); • Devemos corrigir com mansidão e ter esperança que Deus conceda arrependimento às pessoas para que cheguem ao pleno conhecimento da verdade, isto é, da Palavra (2 Tm 2.24-26); • As igrejas da Ásia são aconselhadas a arrependerem-se (Ap 2.5,16,20-22; 3.3,19); • Não devemos pecar, mas se isso acontecer acidentalmente, temos um Advogado junto ao Pai (2 Jo 2.1). • A confissão de pecados era uma prática comum entre grandes homens piedosos do A.T. (Ne 1.1-11; Dn 9.2-6; Jó 1.5; Sl 38.17,18). A Igreja é exortada a vencer o pecado A necessidade de vencer o pecado é uma doutrina completamente bíblica e faz parte das exortações às igrejas em todas as epístolas. Uma mensagem que cobre do cristão essa postura de santificação é encarada por Prince como legalismo: “Eles pregam que o pecado não tem domínio sobre você quando você está cumprindo a lei! Isso, meu amigo, é como adicionar lenha ao fogo, porque a força do pecado é a lei. O pecado é fortalecido quando mais lei é pregada! Mas o poder de ter domínio sobre o pecado é transmitido quando mais graça é pregada!”[5] Na versão em inglês, o início da citação toma uma conotação um pouco diferente: “Então, quando eles [os pregadores] veem pecado, pregam mais da lei. Isso, meu amigo…” (p. 26). Essa
  • 30. 30 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br diferença na tradução muda completamente o sentido expresso originalmente pelo autor, uma vez que não ouvimos ninguém pregando que o cumprimento da Lei nos afasta do pecado. O problema de Prince nessa afirmação é duplo: 1) enxergar como legalista uma mensagem de confronto contra o pecado e 2) confundir exortação à santificação com apologia à Lei. Não sei o que faremos com textos da Bíblia que nos exortam a vencer o pecado, já que se nos basearmos neles, seremos pregadores legalistas. Sem contar textos vetrotestamentários, os Evangelhos e o livro de Atos, vejamos como nós, cristãos, somos exortados a vencer o pecado e vivermos em santidade ao Senhor: • Os romanos são exortados a se tornarem servos da justiça para a santificação (Rm 6.19); • Os coríntios são advertidos a não praticarem obras como devassidão, idolatria, adultério, homossexualismo, furtos, avareza, bebedice e maledicência, pois foram lavados, santificados e justificados em Cristo (1 Co 6.9-11). Assim sendo, eles deveriam se aperfeiçoar no processo de santificação (2 Co 7.1); • Os gálatas foram prevenidos sobre uma série de obras carnais que não deveriam praticar (Gl 5.19-21); • Os efésios foram instruídos a se revestirem do novo homem que foi criado para santidade, deixando, portanto, uma série de obras pecaminosas (Ef 4.20-31); • Os filipenses foram aconselhados a se tornarem irrepreensíveis, sinceros e imaculados (Fp 2.14,15); • Os colossenses deveriam exterminar as inclinações carnais. E a lista não era pequena (Cl 3.5-10); • Os tessalonicenses foram notificados de que deveriam cumprir a vontade de Deus: a santificação. Quem rejeitasse essa doutrina estava rejeitando o próprio Deus (1 Ts 4.1-8). A conduta deles não deveria ser desordenada, mas segundo a tradição de santidade que receberam (2 Ts 3.6,7); • Timóteo foi instruído a seguir a caminhada cristã sem mácula e irrepreensível (1 Tm 6.13,14), afastando-se da injustiça (2 Tm 2.19); • Tito recebeu uma verdadeira revelação: a de que a Graça de Deus se manifestou ensinando-nos que devemos renunciar à impiedade e às paixões mundanas, a fim de esperarmos o aparecimento da glória de Deus (Tt 2.11-13). • Filemom deveria esquecer-se das mágoas passadas e Paulo sabia que ele obedeceria essa direção fazendo ainda mais do que era pedido (Fm 1.21); • Os hebreus deviam deixar todo pecado e resisti-lo com todas as suas forças (até o sangue), afinal, sem santidade ninguém verá o Senhor (Hb 12.1,4,14); • Tiago mostra a necessidade de suportarmos as provações e diz que somos tentados segundo nossas próprias concupiscências. Sendo assim, precisamos ser vigilantes, caso contrário, essas cobiças inerentes de nossa natureza caída podem consumar o pecado, gerando morte (Tg 1.12-15); • Pedro diz que os crentes não devem se conformar com as concupiscências da vida passada, mas que devemos ser santos em todo o nosso procedimento, pois quem nos chamou é Santo (1 Pe 1.13-16). Ele diz, ainda, que alguns irmãos não haviam buscado com diligência as virtudes do Espírito, esquecendo-se da purificação dos seus antigos pecados (2 Pe 1.5-9); • João disse que todos nós pecamos. Entretanto, isso não quer dizer que o pecado é
  • 31. 31 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br habitual, mas acidental, pois aquele que é nascido de Deus não pode continuar pecando. Se pecarmos acidentalmente, temos um Advogado Fiel e Justo que nos perdoa e purifica dos pecados e de toda injustiça (1 Jo 1.9,10; 2.1; 3.1-9); Na segunda epístola, ele diz que quem vai além do ensino de Cristo não é de Deus. Originalmente ele se referia aos gnósticos. Mas a passagem pode abranger mais situações dos nossos dias. Se alguém vai além do ensino de santidade ao Senhor, induzindo a igreja ao pecado, obviamente o tal não é de Deus (2 Jo 9). Em sua terceira carta ele diz a Gaio que não imite as obras do mal, mas as de Deus, fazendo o bem (3 Jo 11); • Judas lembra das palavras dos Apóstolos sobre os homens dos últimos tempos: escarnecedores, de ímpia concupiscência, que causam divisões, são sensuais e sem o Espírito. Mas os crentes deveriam se conservar no amor de Deus, confiando nAquele que é poderoso para guarda-los de tropeçar e para mantê-los imaculados e jubilosos (Jd 17- 24); • João disse em Apocalipse que ficarão de fora os cães, os feiticeiros, os adúlteros, os homicidas, os idólatras e todo o que ama e pratica a mentira (Ap 22.15). Justificação pela fé Prince confunde justificação com santificação. A justificação é um ato judicial de Deus e acontece instantaneamente e junto com a regeneração e a santificação inicial. O Dr. Orton Wiley definiu a justificação como um ato “declarativo de Deus pelo qual considera os que, com fé, aceitam a oferta propiciatória de Jesus Cristo, como absolvidos dos pecados, libertados da pena e aceitos como justos diante de Deus”[6]. Em contrapartida, Prince entende equivocadamente que os pregadores ortodoxos ensinam uma justificação pelas obras: “(…) dizem que Deus dá a você a dádiva da justiça, sob a condição de que você guarde os Dez Mandamentos pelo resto de sua vida, para manter a justiça. Agora, isso é mesmo um presente? Ora, vamos – quando Deus deu a você a dádiva da justiça, foi um presente real. Pare de tentar alcançá-lo com suas próprias obras. Os presentes de Deus para nós são incondicionais!”[7] A regeneração, a justificação e a santificação inicial são o ponto de partida e não a linha de chegada. Mas a confusão de Prince sobre esse assunto é grave, pois jamais veremos um pregador ortodoxo ensinando que nossa obediência nos trará justificação, pois somos justificados pela fé através do sacrifício de Cristo (Rm 5.1,8,9). Embora nossas obras não sejam suficientes para satisfazer a ira de Deus e nos justificar do pecado, isso não quer dizer que não tenhamos que produzi-las. Vejamos o que diz o texto clássico sobre salvação pela graça: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.8-10 – grifos meus). Embora nossa salvação não seja pelas nossas obras, Deus nos preparou de antemão para que andemos em boas obras, afinal, a fé sem obras é morta e não excede à fé dos demônios (Tg 2.14- 20). Obras não salvam, mas todo salvo deve produzir obras. A justificação na visão de Prince O ensino de Prince sobre a justificação é perigoso, pois gera uma falsa expectativa nas pessoas acerca da salvação e necessidade de santificação. Vejamos o que ele pensa:
  • 32. 32 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br “Meu amigo, a justiça é um dom por causa do que Jesus conquistou na cruz para você. Todos os nossos pecados – passados, presentes e futuros – foram lavados por Seu precioso sangue. Você está completamente perdoado, e a partir do momento em que recebeu Jesus em sua vida, nunca mais será aprisionado (responsabilizado) por seus pecados novamente.”[8] Analisemos duas passagens a seguir: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” (Mt 7.21-23 – grifos meus). “Porque esta é a vontade de Deus, a saber, a vossa santificação (…) Porque Deus não nos chamou para a imundícia, mas para a santificação. Portanto, quem rejeita isso não rejeita ao homem, mas sim a Deus, que vos dá o seu Espírito Santo.” (1 Ts 4.3,7,8 – grifos meus). Aqueles falsos profetas não faziam a vontade do Senhor e são apontados por praticarem continuamente atos iníquos. Uma das vontades de Deus para o homem é que nos aperfeiçoemos na santificação. Todo o que tem esperança em Cristo “purifica-se a si mesmo, assim como ele é puro. Todo aquele que vive habitualmente no pecado também vive na rebeldia, pois o pecado é rebeldia (…) Aquele que é nascido de Deus não peca habitualmente; porque a semente de Deus permanece nele, e não pode continuar no pecado, porque é nascido de Deus” (1 Jo 3.3,4,9). “Ora, amados, visto que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus.” (2 Co 7.1) “… onde o pecado abundou, superabundou a graça (…) Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que abunde a graça? De modo nenhum. Nós, que já morremos para o pecado, como viveremos ainda nele?” (Rm 5.20; 6.1,2). “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). Se não há mais responsabilidade por nossos pecados, por que nos preocuparmos com uma vida santa e piedosa? Que propósito há na santificação? A justiça e a imutabilidade de Deus Prince ensina que, “aqueles que acreditam que Deus algumas vezes fica zangado com eles ainda estão vivendo sob a antiga aliança da lei, e não sob a nova aliança da graça”[9]. Dando sequencia nesse pensamento ele diz que “o ensino esquizofrênico que diz que Deus algumas vezes está zangado e outras está feliz com você de acordo com o seu desempenho, não é um ensinamento bíblico e fará de você um crente esquizofrênico”[10]. Com um conceito equivocado da Graça, ele acaba distorcendo também a Justiça de Deus e diz que nunca encontraremos “um exemplo de Deus punindo um crente por seus pecados na nova aliança”[11]. O equívoco teontológico de Prince sobre a Graça transforma a Deus em um ser bobo, que não liga para o que fazemos e que não nos responsabiliza por nossos atos, que passa a mão em nossas cabeças e não nos chama ao arrependimento. O Espírito Santo se torna alguém inútil no convencimento do pecado, pois se erramos, podemos manter nossa “paz psicológica” com Deus. Dizer que Deus não nos responsabiliza pelo pecado é dizer que Ele é indiferente com nossa santificação. Sabemos que pelo ato gracioso de Deus em Cristo, “onde o pecado abundou,
  • 33. 33 O Instituto Teológico Gamaliel - Maior Portal de Teologia do Brasil. www.institutogamaliel.com , www.institutogamaliel.com.br superabundou a graça” (Rm 5.20). Mas, “que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que abunde a graça? De modo nenhum” (Rm 6.1,2). Devemos resistir ao pecado até o sangue (Hb 12.4), mas se pecarmos, podemos confessa-lo a Deus pois Ele é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar (1 Jo 1.9). Quando pecamos, somos contristados por Deus para o arrependimento (2 Co 7.8-10). É Ele quem nos conduz à confissão. Dizer que Deus é indiferente com nosso pecado é uma tremenda heresia, caso contrário, por que nos conduziria ao arrependimento? É verdade que não somos destruídos por causa de Sua infinita misericórdia (Lm 3.22), mas também é verdade que Ele é tardio em irar-se (Êx 34.6; Ne 9.17; Sl 103.8-14). Joel declarou: “rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes; e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é misericordioso e compassivo, tardio em irar-se e grande em benignidade, e se arrepende do mal” (Jl 2.13). Berkhof disse que a justiça de Deus “se manifesta especialmente em dar a cada homem o que lhe é devido, em trata-lo de acordo com os seus merecimentos. A inerente retidão de Deus é naturalmente básica para a retidão que Ele revela no trato de Suas criaturas, mas é especialmente esta última, também denominada justiça de Deus, que requer especial consideração aqui. Os termos hebraicos para “justo” e “justiça” são tsaddik, tsedhek e tsedhakah, e os termos gregos correspondentes são dikaios e dikaiosyne, todos os quais contêm a ideia de conformidade a um padrão. Esta perfeição é repetidamente atribuída a Deus na Escritura, Ed 9.15; Ne 9.8; Sl 119.137; 145.17; Jr 12.1; Lm 1.18, Dn 9.14; Jo 17.25; 2 Tm 4.8; 1 Jo 2.29; 3.7; Ap 16.5”.[12] João disse essas verdades quando se referia à confissão dos nossos pecados: Ele é fiel e justo (1 Jo 1.9). Como Deus perdoará alguém que não se arrependeu? Antes, atuará com justiça. Lemos em Jo 1.14 que, “o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade”. Graça foi a maneira como Jesus agiu para com a mulher adúltera, perdoando-a de seus pecados. Verdade foi a forma como a abordou na sequencia: “vá e não peques mais” (Jo 8.11). Se não há responsabilidade pelos nossos pecados futuros, por que “vá e não peques mais”? Onde abundou o pecado dela, superabundou a Graça de Cristo. Por que não continuar adulterando? Não haveria mais Graça abundante? De modo nenhum (Rm 6.1,2). Deus não pune na Nova Aliança? A figura teontológica de um Deus extremamente gracioso, que deixa os pecadores na impunidade é anti-bíblica. Jesus curou o paralítico que ficava próximo ao tanque de Betesda e depois lhe disse: “Olha, já estás curado; não peques mais, para que não te suceda coisa pior.” (Jo 5.1-9,14). Paulo disse que não podemos nos enganar, pois “Deus não se deixa escarnecer; tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7). Paulo disse aos romanos que eles deveriam se esforçar para ter paz com todos os homens e que não deviam buscar vingança, mas deixar todas as coisas no controle de Deus: “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira de Deus, porque está escrito: Minha é a vingança, eu retribuirei, diz o Senhor” (Rm 12.19). O autor da carta aos hebreus disse que, “se voluntariamente continuarmos no pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados mas uma expectação terrível de juízo, e um ardor de fogo que há de devorar os adversários.” Em