1. O documento discute a sabedoria de Deus na morte substitutiva de Cristo. Afirma que a escolha de Cristo como o redentor revela a sabedoria divina, já que Ele era a única pessoa adequada para realizar a obra da redenção.
2. Também discute que a encarnação de Cristo e Sua vida na terra revelam a sabedoria de Deus, já que nenhuma mente criada poderia ter imaginado que o Filho de Deus se tornaria homem e viveria de forma humilde.
3. Defende que a sab
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
A sabedoria divina na escolha e encarnação de Cristo como nosso Redentor
1. institutogamaliel.com
http://www.institutogamaliel.com/portaldateologia/a-sabedoria-de-deus-na-morte-substitutiva-de-cristo/teologia
A Sabedoria de Deus na Morte Substitutiva de Cristo
“Para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se
torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos
lugares celestiais” – Efésios 3.10
A sabedoria revelada na salvação por meio de Jesus Cristo
está muito além da sabedoria dos anjos. Nesse texto, ela é
citada como um meio de revelar o plano Deus para a nossa
salvação, a fim de que os anjos possam ver e conhecer o
quão grande e multiforme é a sabedoria de Deus; de forma
que a sabedoria divina seja exposta diante dos olhos dos anjos para que eles a admirem. Essa sabedoria é
mencionada como um tipo de sabedoria que eles jamais haviam visto, nem sequer em Deus, muito menos neles
mesmos. Afim de que, agora, quatro mil anos após a criação, a multiforme sabedoria de Deus pudesse se fazer
conhecida. Durante todo esse tempo, os anjos haviam observado a face de Deus e estudado as obras de Sua
criação. Apesar disso, até esse dia, eles jamais haviam visto algo semelhante. Jamais haviam compreendido o
quanto a sabedoria de Deus é multiforme, da forma como eles a compreendem agora, por meio da igreja!…
1. Consideremos a escolha da pessoa DO nosso Redentor. Quando Deus designou a redenção da humanidade,
Sua grande sabedoria revelou-se no fato de que Ele mesmo determinou que o Seu Único Filho fosse a pessoa
que executaria essa tarefa. Ele era o redentor escolhido pelo próprio Deus e, por essa razão, é chamado nas
Escrituras de “O Escolhido de Deus” (Is 42.1). A sabedoria na escolha dessa Pessoa se manifesta no fato dEle
ser, em todos os aspectos, a pessoa mais apropriada para executar essa tarefa. Era necessário que a pessoa do
redentor fosse uma pessoa divina. Ninguém, senão um ser divino era competente o suficiente para essa grande
obra. Ela era totalmente inadequada para qualquer outra criatura. Era imprescindível que o redentor dos
pecadores fosse infinitamente santo em si mesmo. Ninguém poderia remover a infinita maldade do pecado,
senão alguém que fosse infinitamente separado do pecado e contra o pecado. E em relação a esse aspecto,
Cristo é a pessoa mais adequada para ser o redentor.
Para que a pessoa fosse competente o suficiente para realizar essa tarefa, era imprescindível que ela fosse uma
pessoa infinitamente digna e excelente e pudesse ser merecedora de infinitas bênçãos. E em relação a esse
aspecto, o Filho de Deus é pessoa mais adequada. Era necessário que essa pessoa fosse alguém com
sabedoria e poder infinitos, pois essa era uma obra tão difícil que exigia alguém com esses atributos. E em
relação a esse aspecto, Cristo é a pessoa mais adequada para ser o redentor.
Era imprescindível que essa pessoa fosse muito amada por Deus Pai para que Ele concedesse um valor infinito
ao acordo feito entre os dois, devido a Sua estima por essa pessoa, de modo que o amor do Pai por essa pessoa
pudesse equilibrar a ofensa e a provocação causada pelos nossos pecados. E em relação a esse aspecto, Cristo
é a pessoa mais adequada para ser o redentor. Somos aceitos pelo Pai, “no Amado” (Ef 1.6).
Era imprescindível que essa pessoa fosse alguém com autoridade absoluta para agir por si mesmo; alguém que
não fosse um sevo ou um súdito, pois alguém que não pudesse agir por sua própria autoridade não teria valor
algum. Aquele que fosse um servo e não pudesse fazer nada além do que aquilo que era obrigado a fazer não
seria digno para essa tarefa. E aquele que não possuía coisa alguma que não fosse absolutamente sua não
poderia pagar o preço da redenção de outro. E em relação a esse aspecto, Cristo é a pessoa mais adequada
para ser o redentor. Ninguém, senão um ser divino poderia ser adequado para ser esse redentor. Essa pessoa
deveria ser alguém que possuísse misericórdia e graça infinitas, pois nenhuma outra pessoa, senão alguém
como Ele, poderia realizar uma obra tão difícil em prol de uma criatura tão indigna quanto o homem. E em
relação a esse aspecto, Cristo é a pessoa mais adequada para ser o redentor.
Era imprescindível que essa pessoa possuísse verdade e fidelidade perfeitas e imutáveis. Caso contrário, não
2. seria uma pessoa adequada, de quem poderíamos depender para realizar tamanha tarefa. E em relação a esse
aspecto, Cristo é a pessoa mais adequada para ser o redentor.
A sabedoria de Deus em escolher Seu Filho Eterno se manifesta não somente no fato dEle ser a pessoa mais
adequada, mas também no fato dEle ser aúnica Pessoa adequada dentre todas, quer criadas ou não. Nenhum
ser criado – quer fosse homem, quer fosse anjo – era adequado para realizar essa tarefa… Isso revela a
sabedoria divina em saber que Cristo era a pessoa adequada. Nenhum outro, senão Aquele que possui a
sabedoria divina poderia conhecer esse fato. Nenhum outro, senão Aquele que possui a sabedoria divina poderia
pensar em Cristo para ser o redentor dos pecadores. Pois, visto que Cristo também é Deus, Ele é uma das
Pessoas contra Quem o homem pecou e que foi ofendida pelo pecado de rebelião do homem. Quem, senão o
Deus infinitamente sábio poderia pensar em Cristo para ser o redentor de pecadores que haviam pecado contra
Ele, os quais eram Seus inimigos e mereciam o mal infinito de Suas mãos? Quem poderia pensar nEle como
Aquele que colocaria o Seu coração no homem e teria amor e compaixão infinitos por ele, exibindo sabedoria,
poder e merecimento infinitos pela redenção do homem? Mas podemos ir além disso.
2. Consideremos a mANEIRA COMO essa Pessoa IRIA NOS SubstituIR. Após escolher a pessoa para ser o
nosso Redentor, o passo seguinte da sabedoria divina seria escolher a maneira pela qual essa pessoa realizaria
a obra da redenção. Se Deus tivesse revelado quem realizaria essa obra e não tivesse revelado nada além disso,
nenhuma outra criatura poderia imaginar a maneira pela qual essa pessoa realizaria essa obra. E se Deus tivesse
dito a elas que o Seu Filho Unigênito seria o Redentor, e que somente Ele era pessoa adequada e
suficientemente competente para essa tarefa, mas tivesse pedido às Suas criaturas que planejassem a maneira
como essa Pessoa, adequada e competente, deveria proceder, poderíamos imaginar que toda a sabedoria
humana criada seria considerada um esforço inútil para fazer tal suposição.
A primeira coisa que deveria ser feita seria transformar esse Filho de Deus em nosso Representante e Fiador, de
modo que Ele fosse um substituto no lugar do pecador. Mas qual das inteligências criadas poderia conceber algo
como: o Filho de Deus, eterno e infinitamente amado, sendo o substituto no lugar dos pecadores? O Filho de
Deus no lugar de um pecador, de um rebelde, de um objeto da ira de Deus? Quem poderia pensar numa pessoa
que possui glória infinita representando vermes pecadores, os quais se tornaram infinitamente provocadores e
abomináveis por causa de seu pecado? Pois se o Filho de Deus fosse o substituto do pecador,
conseqüentemente, o pecado do pecador deveria ser lançado sobre Ele. Ele precisaria levar a culpa do pecador
sobre Si. Teria de submeter-Se à mesma Lei à qual o homem estava sujeito, tanto no que se refere aos
mandamentos, quanto no se refere às punições. Quem poderia pensar em semelhante coisa com relação ao
Filho de Deus? Mas podemos ir além disso.
3. Consideremos a encarnação de Jesus Cristo. O passo seguinte da sabedoria de Deus para planejar a forma
como Cristo realizaria a obra da redenção dos pecadores seria determinar a Sua encarnação. Imagine se Deus
tivesse revelado para as mentes criadas que Seu Filho Unigênito seria a Pessoa escolhida para realizar a obra
da redenção; que Ele havia sido designado para ser o Substituto do pecador e levar suas as dívidas e a sua
culpa sobre Si mesmo, e não houvesse revelado nada além disso; mas deixasse que essas mentes criadas
adivinhassem o restante do plano. Não haveria probabilidade alguma de que, mesmo após essa revelação, elas
pudessem imaginar a maneira pela qual essa Pessoa realizaria a obra da redenção. Pois, para que o Filho de
Deus fosse o substituto no lugar do pecador, Ele teria de tomar para Si a dívida que pertencia ao pecador e viver
aqui, em perfeita obediência à Lei de Deus. Mas seria pouco provável que alguma criatura conseguisse imaginar
uma forma de tornar isso possível. Como uma Pessoa que é o próprio Jeová eterno poderia se tornar um servo,
ficar sujeito à Lei e viver em perfeita obediência, inclusive no que se refere às leis dos homens?
Além disso, se o Filho de Deus fosse o substituto no lugar do pecador, Ele teria de se sujeitar a receber a
punição que o pecado do homem merecia, pois essa era a obrigação do pecador. Quem imaginaria que isso seria
possível? Pois, como uma Pessoa divina, que é infinitamente feliz e imutável em Sua essência, poderia sofrer
dor e tormentos? Como Alguém que é o objeto do amor precioso e infinito de Deus poderia sofrer a ira de Seu
próprio Pai? Não podemos imaginar que a sabedoria criada pudesse encontrar uma maneira de superar essas
dificuldades. Entretanto, a sabedoria divina descobriu um meio, a saber, pela encarnação do Filho de Deus. O
Verbo deveria tornar-se carne; ser Deus e homem em uma única Pessoa. Mas qual mente criada poderia
conceber isso como possível?…
3. Mas, e se Deus tivesse revelado que isso seria possível, e que isso realmente aconteceria, mas deixasse que
elas descobrissem o modo como isso seria feito. Podemos imaginar que elas ficariam embaraçadas e confusas
para pensar em um modo de unir um homem ao eterno Filho de Deus, de forma que Eles fossem uma só Pessoa;
pois essa Pessoa teria de ser verdadeiramente homem em todos os aspectos e, ao mesmo tempo, ser o mesmo
Filho de Deus, que estava com Deus desde a eternidade. Esse é um grande mistério para nós. Por meio da
encarnação, Aquele que é infinito, onipotente e imutável tornou-se, até certo ponto, um homem finito, frágil;
sujeito às nossas fraquezas, emoções e calamidades, mas sem pecado! Desse modo, o grande Deus,
o soberano dos céus e da terra, passou a ser um verme da terra. “Mas eu sou verme e não homem” (Sl 22.6).
Por meio dessa união, Aquele que é eterno e auto-existente nasceu de uma mulher! Aquele que é o Espírito não
criado vestiu-se de carne e sangue como um de nós! Aquele que é independente, auto-suficiente e todo-
suficiente passou a ter necessidade de alimento e de roupas. Ele fez-se pobre e não tinha onde reclinar a cabeça
(Mt 8.20); chegou a ter necessidade da caridade dos homens e foi mantido por ela! Conceber como isso poderia
acontecer é algo que está muito além de nossa capacidade mental! Isso é um grande milagre e um mistério para
nós, mas não é um mistério para a sabedoria divina.
4. O próximo Aspecto a ser considerado é a vida de Cristo neste mundo. A sabedoria de Deus se manifesta na
condição de vida, na obra e nos interesses de Cristo.
(1) Sua condição de vida. Se Deus tivesse revelado que Seu próprio Filho se encarnaria e viveria neste mundo
com uma natureza humana; e se Ele tivesse deixado que o homem designasse a condição de vida mais
adequada a Ele; a sabedoria humana teria designado que Ele se manifestasse ao mundo da forma mais
magnífica, com uma aparência exterior extraordinária, cheio de honra, autoridade e com um poder muito superior
aos dos reis da terra; reinando sobre todas as Nações, com esplendor e pompa visíveis. Isso foi o que a
sabedoria humana havia concluído antes de Cristo vir ao mundo. Os sábios, os grandes dentre os judeus, os
escribas e fariseus, os quais são chamados de “poderosos deste século” (1 Co 2.6-8), esperavam que o Messias
se manifestasse dessa maneira. Mas a sabedoria de Deus escolheu exatamente o contrário. Ela determinou que,
quando o Filho de Deus fosse se tornar homem, Ele deveria começar Sua vida em uma estrebaria; habitar neste
mundo como um anônimo, durante muitos anos, com uma família de classe baixa, e ter uma condição de vida
simples; que fosse pobre e não tivesse onde reclinar a cabeça; que vivesse da caridade de alguns de Seus
discípulos; que crescesse como um “renovo perante ele e como raiz de uma terra seca” (Is 53.2); que não
clamasse, nem gritasse, nem fizesse ouvir a sua voz na praça (Is 42.2); que fosse para Sião de modo humilde,
montado em um jumento, num jumentinho, cria de jumenta (Zc 9.9; Mt 21.5); que fosse desprezado e o mais
rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabia o que era padecer (Is 53.3).
E agora que a determinação divina se fez conhecida, podemos concluir, com segurança, que essa era a maneira
mais adequada, e que não seria apropriado que Deus se manifestasse em carne com pompa terrena, riquezas e
majestade. Não! Essas coisas são infinitamente inferiores e desprezíveis para que o Filho de Deus as desejasse
ou valorizasse. Se os homens tivessem recebido uma proposta como essa, eles prontamente a rejeitariam,
considerando-a tola e inadequada para o Filho de Deus. Mas “a loucura de Deus é mais sábia do que os homens;
e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens” (1 Co 1.25). Deus resolveu reduzir a nada a sabedoria
deste mundo, bem como a sabedoria dos poderosos desta época (1 Co 2.6). E assim, Cristo, por manifestar-Se
visivelmente ao mundo em uma condição de vida simples e pobre, desprezou todas as riquezas e glórias
humanas e nos ensinou a desprezá-las. E se convém a homens insignificantes desprezar essas coisas, quanto
mais convinha ao Filho de Deus! Pela encarnação, Cristo nos ensinou a sermos humildes de coração. Se Ele,
que é infinitamente sublime e magnífico, foi tão humilde, quanto mais nós, que somos tão desprezíveis,
deveríamos ser humildes.
(2) A sabedoria de Deus se manifesta na obra de Cristo e nos interesses que Ele tinha. Essa sabedoria se
manifesta principalmente no fato de que Ele deveria obedecer a Lei de Deus com perfeição, mesmo diante de
4. tentações tão grandes; precisaria passar por conflitos contra os poderes da terra e do inferno e superá-los no
caminho da obediência, por nossa causa; e teria de sujeitar-Se não somente à Lei Moral, mas também às leis
cerimoniais, que eram um jugo pesado de servidão. Cristo cumpriu o Seu ministério público até o fim,
entregando-nos as instruções e as doutrinas divinas. A sabedoria de Deus se manifesta no fato de Ele ter nos
dado uma Pessoa divina para ser o nosso Profeta e Mestre. Aquele que é a própria sabedoria e Palavra de Deus;
que existia desde a eternidade no seio do Pai. Sua palavra possui maior autoridade e influência do que do que a
palavra pronunciada pela boca de um profeta comum. E como foi sábio determinar que uma mesma pessoa
fosse o nosso Mestre e Redentor, de modo que Sua relação conosco e Seus ofícios como Redentor pudessem
tornar Suas instruções mais valiosas e agradáveis para nós. Estamos sempre dispostos a prestar atenção àquilo
que as pessoas que nos são preciosas nos dizem. O nosso amor por elas faz com que nos deleitemos com sua
conversa. Por essa razão, foi sábio da parte de Deus determinar que Aquele que fez muito para se tornar
estimado por nós fosse apontado como o nosso grande Profeta, para nos entregar as doutrinas divinas.
5. O próximo ASPECTO a ser considerado é a morte de Cristo. Esse meio para salvar pobres pecadores não
poderia ser escolhido de outra maneira, senão pela sabedoria divina. Quando esse meio de salvação foi
revelado, sem dúvida foi uma grande surpresa para todas as hostes celestiais; e elas nunca se cansarão de se
maravilhar com isso. Quão espantoso é o fato de que Aquele que é eternamente bendito e infinitamente feliz em
Sua essência tenha suportado os maiores sofrimentos que jamais foram suportados na terra! Que Alguém que é
o Supremo Senhor e Juiz tenha sido levado a um tribunal de vermes mortais e condenado! Que Alguém que é o
Deus Vivo e a fonte da vida tenha sido levado à morte! Que Alguém que criou o mundo e deu vida a todas as
Suas criaturas tenha sido morto por suas próprias criaturas! Que Alguém com infinita majestade e glória – o
objeto do amor, dos louvores e da adoração dos anjos – tenha sido escarnecido e desprezado pelos homens
mais perversos. Que Alguém que é infinitamente bom e é amor em Si mesmo tenha sofrido a maior de todas as
crueldades. Que Alguém que é infinitamente amado pelo Pai tenha sido deixado em agonia indizível sob a ira de
Seu próprio Pai. Que Aquele que é o Rei dos céus, que tem os céus por Seu trono e a terra por estrado de Seus
pés, tenha sido encerrado na prisão de um sepulcro. Como tudo isso é espantoso! Apesar disso, esse foi o meio
que a sabedoria de Deus determinou como o meio de salvação dos pecadores; o qual não é inadequado, nem
desonroso para Cristo.
6. A última OBRA realizada para obter salvação para os pecadores FOI a exaltação de Cristo. A sabedoria de
Deus considerou necessário, ou melhor, mais propício que a mesma Pessoa que morreu na cruz se sentasse à
destra de Deus, no Seu próprio trono, como o supremo governador do mundo; e que tivesse poder absoluto
sobre todas as coisas concernentes à salvação do homem; e que fosse o Juiz do mundo. Isso era necessário
porque era imprescindível que a mesma Pessoa que adquiriu a salvação pudesse concedê-la gratuitamente; pois
não era adequado que Deus tratasse com as criaturas caídas de um outro modo misericordioso que não fosse
por meio de um mediador. Isto é extraordinário para o fortalecimento da fé e conforto dos santos: que todas as
coisas, nos céus e na terra, fossem entregues nas mãos Daquele que suportou tantas adversidades para adquirir
a salvação dos pecadores; que Aquele que lhes adquiriu a vida eterna pudesse concedê-la a eles; que a mesma
Pessoa que os amou tanto, ao ponto de derramar Seu precioso sangue por eles, fosse o seu Juiz no dia final.
Este é um outro fato espantoso: que Aquele que era homem e também Deus, que foi um servo e morreu como
um malfeitor, viesse a ser o Soberano Senhor dos céus e da terra, dos anjos e dos homens; o absoluto doador da
vida e da morte eterna; o supremo Juiz de todos os seres inteligentes criados, por toda a eternidade; e que Lhe
tenha sido entregue todo o poder de governo de Deus Pai, não somente como Deus, nem somente como alguém
que possui a natureza humana, mas como Deus-homem.
E assim como é espantoso que Alguém que é verdadeiramente divino tenha se humilhado de tal maneira, ao
ponto de tornar-se um servo e sofrer como um malfeitor. E como também é espantoso que Aquele que é Deus-
homem, não unicamente humano, seja exaltado com o poder e a honra do grande Deus dos céus e da terra. No
entanto, milagres como esses revelam a infinita sabedoria divina, planejada e executada, a fim de nos conceder a
salvação.
Extraído de “The Wisdom of God Displayed in the Way of Salvation” (A Sabedoria de Deus Demonstrada no Meio
de Salvação) in The Works of Jonathan Edwards (A Obra de Jonathan Edwards), V. 2, reeditado por Banner of
Thuth Trust.