SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 5
Baixar para ler offline
institutogamaliel.com
http://www.institutogamaliel.com/portaldateologia/a-sabedoria-de-deus-na-morte-substitutiva-de-cristo/teologia
A Sabedoria de Deus na Morte Substitutiva de Cristo
“Para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se
torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos
lugares celestiais” – Efésios 3.10
A sabedoria revelada na salvação por meio de Jesus Cristo
está muito além da sabedoria dos anjos. Nesse texto, ela é
citada como um meio de revelar o plano Deus para a nossa
salvação, a fim de que os anjos possam ver e conhecer o
quão grande e multiforme é a sabedoria de Deus; de forma
que a sabedoria divina seja exposta diante dos olhos dos anjos para que eles a admirem. Essa sabedoria é
mencionada como um tipo de sabedoria que eles jamais haviam visto, nem sequer em Deus, muito menos neles
mesmos. Afim de que, agora, quatro mil anos após a criação, a multiforme sabedoria de Deus pudesse se fazer
conhecida. Durante todo esse tempo, os anjos haviam observado a face de Deus e estudado as obras de Sua
criação. Apesar disso, até esse dia, eles jamais haviam visto algo semelhante. Jamais haviam compreendido o
quanto a sabedoria de Deus é multiforme, da forma como eles a compreendem agora, por meio da igreja!…
1. Consideremos a escolha da pessoa DO nosso Redentor. Quando Deus designou a redenção da humanidade,
Sua grande sabedoria revelou-se no fato de que Ele mesmo determinou que o Seu Único Filho fosse a pessoa
que executaria essa tarefa. Ele era o redentor escolhido pelo próprio Deus e, por essa razão, é chamado nas
Escrituras de “O Escolhido de Deus” (Is 42.1). A sabedoria na escolha dessa Pessoa se manifesta no fato dEle
ser, em todos os aspectos, a pessoa mais apropriada para executar essa tarefa. Era necessário que a pessoa do
redentor fosse uma pessoa divina. Ninguém, senão um ser divino era competente o suficiente para essa grande
obra. Ela era totalmente inadequada para qualquer outra criatura. Era imprescindível que o redentor dos
pecadores fosse infinitamente santo em si mesmo. Ninguém poderia remover a infinita maldade do pecado,
senão alguém que fosse infinitamente separado do pecado e contra o pecado. E em relação a esse aspecto,
Cristo é a pessoa mais adequada para ser o redentor.
Para que a pessoa fosse competente o suficiente para realizar essa tarefa, era imprescindível que ela fosse uma
pessoa infinitamente digna e excelente e pudesse ser merecedora de infinitas bênçãos. E em relação a esse
aspecto, o Filho de Deus é pessoa mais adequada. Era necessário que essa pessoa fosse alguém com
sabedoria e poder infinitos, pois essa era uma obra tão difícil que exigia alguém com esses atributos. E em
relação a esse aspecto, Cristo é a pessoa mais adequada para ser o redentor.
Era imprescindível que essa pessoa fosse muito amada por Deus Pai para que Ele concedesse um valor infinito
ao acordo feito entre os dois, devido a Sua estima por essa pessoa, de modo que o amor do Pai por essa pessoa
pudesse equilibrar a ofensa e a provocação causada pelos nossos pecados. E em relação a esse aspecto, Cristo
é a pessoa mais adequada para ser o redentor. Somos aceitos pelo Pai, “no Amado” (Ef 1.6).
Era imprescindível que essa pessoa fosse alguém com autoridade absoluta para agir por si mesmo; alguém que
não fosse um sevo ou um súdito, pois alguém que não pudesse agir por sua própria autoridade não teria valor
algum. Aquele que fosse um servo e não pudesse fazer nada além do que aquilo que era obrigado a fazer não
seria digno para essa tarefa. E aquele que não possuía coisa alguma que não fosse absolutamente sua não
poderia pagar o preço da redenção de outro. E em relação a esse aspecto, Cristo é a pessoa mais adequada
para ser o redentor. Ninguém, senão um ser divino poderia ser adequado para ser esse redentor. Essa pessoa
deveria ser alguém que possuísse misericórdia e graça infinitas, pois nenhuma outra pessoa, senão alguém
como Ele, poderia realizar uma obra tão difícil em prol de uma criatura tão indigna quanto o homem. E em
relação a esse aspecto, Cristo é a pessoa mais adequada para ser o redentor.
Era imprescindível que essa pessoa possuísse verdade e fidelidade perfeitas e imutáveis. Caso contrário, não
seria uma pessoa adequada, de quem poderíamos depender para realizar tamanha tarefa. E em relação a esse
aspecto, Cristo é a pessoa mais adequada para ser o redentor.
A sabedoria de Deus em escolher Seu Filho Eterno se manifesta não somente no fato dEle ser a pessoa mais
adequada, mas também no fato dEle ser aúnica Pessoa adequada dentre todas, quer criadas ou não. Nenhum
ser criado – quer fosse homem, quer fosse anjo – era adequado para realizar essa tarefa… Isso revela a
sabedoria divina em saber que Cristo era a pessoa adequada. Nenhum outro, senão Aquele que possui a
sabedoria divina poderia conhecer esse fato. Nenhum outro, senão Aquele que possui a sabedoria divina poderia
pensar em Cristo para ser o redentor dos pecadores. Pois, visto que Cristo também é Deus, Ele é uma das
Pessoas contra Quem o homem pecou e que foi ofendida pelo pecado de rebelião do homem. Quem, senão o
Deus infinitamente sábio poderia pensar em Cristo para ser o redentor de pecadores que haviam pecado contra
Ele, os quais eram Seus inimigos e mereciam o mal infinito de Suas mãos? Quem poderia pensar nEle como
Aquele que colocaria o Seu coração no homem e teria amor e compaixão infinitos por ele, exibindo sabedoria,
poder e merecimento infinitos pela redenção do homem? Mas podemos ir além disso.
2. Consideremos a mANEIRA COMO essa Pessoa IRIA NOS SubstituIR. Após escolher a pessoa para ser o
nosso Redentor, o passo seguinte da sabedoria divina seria escolher a maneira pela qual essa pessoa realizaria
a obra da redenção. Se Deus tivesse revelado quem realizaria essa obra e não tivesse revelado nada além disso,
nenhuma outra criatura poderia imaginar a maneira pela qual essa pessoa realizaria essa obra. E se Deus tivesse
dito a elas que o Seu Filho Unigênito seria o Redentor, e que somente Ele era pessoa adequada e
suficientemente competente para essa tarefa, mas tivesse pedido às Suas criaturas que planejassem a maneira
como essa Pessoa, adequada e competente, deveria proceder, poderíamos imaginar que toda a sabedoria
humana criada seria considerada um esforço inútil para fazer tal suposição.
A primeira coisa que deveria ser feita seria transformar esse Filho de Deus em nosso Representante e Fiador, de
modo que Ele fosse um substituto no lugar do pecador. Mas qual das inteligências criadas poderia conceber algo
como: o Filho de Deus, eterno e infinitamente amado, sendo o substituto no lugar dos pecadores? O Filho de
Deus no lugar de um pecador, de um rebelde, de um objeto da ira de Deus? Quem poderia pensar numa pessoa
que possui glória infinita representando vermes pecadores, os quais se tornaram infinitamente provocadores e
abomináveis por causa de seu pecado? Pois se o Filho de Deus fosse o substituto do pecador,
conseqüentemente, o pecado do pecador deveria ser lançado sobre Ele. Ele precisaria levar a culpa do pecador
sobre Si. Teria de submeter-Se à mesma Lei à qual o homem estava sujeito, tanto no que se refere aos
mandamentos, quanto no se refere às punições. Quem poderia pensar em semelhante coisa com relação ao
Filho de Deus? Mas podemos ir além disso.
3. Consideremos a encarnação de Jesus Cristo. O passo seguinte da sabedoria de Deus para planejar a forma
como Cristo realizaria a obra da redenção dos pecadores seria determinar a Sua encarnação. Imagine se Deus
tivesse revelado para as mentes criadas que Seu Filho Unigênito seria a Pessoa escolhida para realizar a obra
da redenção; que Ele havia sido designado para ser o Substituto do pecador e levar suas as dívidas e a sua
culpa sobre Si mesmo, e não houvesse revelado nada além disso; mas deixasse que essas mentes criadas
adivinhassem o restante do plano. Não haveria probabilidade alguma de que, mesmo após essa revelação, elas
pudessem imaginar a maneira pela qual essa Pessoa realizaria a obra da redenção. Pois, para que o Filho de
Deus fosse o substituto no lugar do pecador, Ele teria de tomar para Si a dívida que pertencia ao pecador e viver
aqui, em perfeita obediência à Lei de Deus. Mas seria pouco provável que alguma criatura conseguisse imaginar
uma forma de tornar isso possível. Como uma Pessoa que é o próprio Jeová eterno poderia se tornar um servo,
ficar sujeito à Lei e viver em perfeita obediência, inclusive no que se refere às leis dos homens?
Além disso, se o Filho de Deus fosse o substituto no lugar do pecador, Ele teria de se sujeitar a receber a
punição que o pecado do homem merecia, pois essa era a obrigação do pecador. Quem imaginaria que isso seria
possível? Pois, como uma Pessoa divina, que é infinitamente feliz e imutável em Sua essência, poderia sofrer
dor e tormentos? Como Alguém que é o objeto do amor precioso e infinito de Deus poderia sofrer a ira de Seu
próprio Pai? Não podemos imaginar que a sabedoria criada pudesse encontrar uma maneira de superar essas
dificuldades. Entretanto, a sabedoria divina descobriu um meio, a saber, pela encarnação do Filho de Deus. O
Verbo deveria tornar-se carne; ser Deus e homem em uma única Pessoa. Mas qual mente criada poderia
conceber isso como possível?…
Mas, e se Deus tivesse revelado que isso seria possível, e que isso realmente aconteceria, mas deixasse que
elas descobrissem o modo como isso seria feito. Podemos imaginar que elas ficariam embaraçadas e confusas
para pensar em um modo de unir um homem ao eterno Filho de Deus, de forma que Eles fossem uma só Pessoa;
pois essa Pessoa teria de ser verdadeiramente homem em todos os aspectos e, ao mesmo tempo, ser o mesmo
Filho de Deus, que estava com Deus desde a eternidade. Esse é um grande mistério para nós. Por meio da
encarnação, Aquele que é infinito, onipotente e imutável tornou-se, até certo ponto, um homem finito, frágil;
sujeito às nossas fraquezas, emoções e calamidades, mas sem pecado! Desse modo, o grande Deus,
o soberano dos céus e da terra, passou a ser um verme da terra. “Mas eu sou verme e não homem” (Sl 22.6).
Por meio dessa união, Aquele que é eterno e auto-existente nasceu de uma mulher! Aquele que é o Espírito não
criado vestiu-se de carne e sangue como um de nós! Aquele que é independente, auto-suficiente e todo-
suficiente passou a ter necessidade de alimento e de roupas. Ele fez-se pobre e não tinha onde reclinar a cabeça
(Mt 8.20); chegou a ter necessidade da caridade dos homens e foi mantido por ela! Conceber como isso poderia
acontecer é algo que está muito além de nossa capacidade mental! Isso é um grande milagre e um mistério para
nós, mas não é um mistério para a sabedoria divina.
4. O próximo Aspecto a ser considerado é a vida de Cristo neste mundo. A sabedoria de Deus se manifesta na
condição de vida, na obra e nos interesses de Cristo.
(1) Sua condição de vida. Se Deus tivesse revelado que Seu próprio Filho se encarnaria e viveria neste mundo
com uma natureza humana; e se Ele tivesse deixado que o homem designasse a condição de vida mais
adequada a Ele; a sabedoria humana teria designado que Ele se manifestasse ao mundo da forma mais
magnífica, com uma aparência exterior extraordinária, cheio de honra, autoridade e com um poder muito superior
aos dos reis da terra; reinando sobre todas as Nações, com esplendor e pompa visíveis. Isso foi o que a
sabedoria humana havia concluído antes de Cristo vir ao mundo. Os sábios, os grandes dentre os judeus, os
escribas e fariseus, os quais são chamados de “poderosos deste século” (1 Co 2.6-8), esperavam que o Messias
se manifestasse dessa maneira. Mas a sabedoria de Deus escolheu exatamente o contrário. Ela determinou que,
quando o Filho de Deus fosse se tornar homem, Ele deveria começar Sua vida em uma estrebaria; habitar neste
mundo como um anônimo, durante muitos anos, com uma família de classe baixa, e ter uma condição de vida
simples; que fosse pobre e não tivesse onde reclinar a cabeça; que vivesse da caridade de alguns de Seus
discípulos; que crescesse como um “renovo perante ele e como raiz de uma terra seca” (Is 53.2); que não
clamasse, nem gritasse, nem fizesse ouvir a sua voz na praça (Is 42.2); que fosse para Sião de modo humilde,
montado em um jumento, num jumentinho, cria de jumenta (Zc 9.9; Mt 21.5); que fosse desprezado e o mais
rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabia o que era padecer (Is 53.3).
E agora que a determinação divina se fez conhecida, podemos concluir, com segurança, que essa era a maneira
mais adequada, e que não seria apropriado que Deus se manifestasse em carne com pompa terrena, riquezas e
majestade. Não! Essas coisas são infinitamente inferiores e desprezíveis para que o Filho de Deus as desejasse
ou valorizasse. Se os homens tivessem recebido uma proposta como essa, eles prontamente a rejeitariam,
considerando-a tola e inadequada para o Filho de Deus. Mas “a loucura de Deus é mais sábia do que os homens;
e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens” (1 Co 1.25). Deus resolveu reduzir a nada a sabedoria
deste mundo, bem como a sabedoria dos poderosos desta época (1 Co 2.6). E assim, Cristo, por manifestar-Se
visivelmente ao mundo em uma condição de vida simples e pobre, desprezou todas as riquezas e glórias
humanas e nos ensinou a desprezá-las. E se convém a homens insignificantes desprezar essas coisas, quanto
mais convinha ao Filho de Deus! Pela encarnação, Cristo nos ensinou a sermos humildes de coração. Se Ele,
que é infinitamente sublime e magnífico, foi tão humilde, quanto mais nós, que somos tão desprezíveis,
deveríamos ser humildes.
(2) A sabedoria de Deus se manifesta na obra de Cristo e nos interesses que Ele tinha. Essa sabedoria se
manifesta principalmente no fato de que Ele deveria obedecer a Lei de Deus com perfeição, mesmo diante de
tentações tão grandes; precisaria passar por conflitos contra os poderes da terra e do inferno e superá-los no
caminho da obediência, por nossa causa; e teria de sujeitar-Se não somente à Lei Moral, mas também às leis
cerimoniais, que eram um jugo pesado de servidão. Cristo cumpriu o Seu ministério público até o fim,
entregando-nos as instruções e as doutrinas divinas. A sabedoria de Deus se manifesta no fato de Ele ter nos
dado uma Pessoa divina para ser o nosso Profeta e Mestre. Aquele que é a própria sabedoria e Palavra de Deus;
que existia desde a eternidade no seio do Pai. Sua palavra possui maior autoridade e influência do que do que a
palavra pronunciada pela boca de um profeta comum. E como foi sábio determinar que uma mesma pessoa
fosse o nosso Mestre e Redentor, de modo que Sua relação conosco e Seus ofícios como Redentor pudessem
tornar Suas instruções mais valiosas e agradáveis para nós. Estamos sempre dispostos a prestar atenção àquilo
que as pessoas que nos são preciosas nos dizem. O nosso amor por elas faz com que nos deleitemos com sua
conversa. Por essa razão, foi sábio da parte de Deus determinar que Aquele que fez muito para se tornar
estimado por nós fosse apontado como o nosso grande Profeta, para nos entregar as doutrinas divinas.
5. O próximo ASPECTO a ser considerado é a morte de Cristo. Esse meio para salvar pobres pecadores não
poderia ser escolhido de outra maneira, senão pela sabedoria divina. Quando esse meio de salvação foi
revelado, sem dúvida foi uma grande surpresa para todas as hostes celestiais; e elas nunca se cansarão de se
maravilhar com isso. Quão espantoso é o fato de que Aquele que é eternamente bendito e infinitamente feliz em
Sua essência tenha suportado os maiores sofrimentos que jamais foram suportados na terra! Que Alguém que é
o Supremo Senhor e Juiz tenha sido levado a um tribunal de vermes mortais e condenado! Que Alguém que é o
Deus Vivo e a fonte da vida tenha sido levado à morte! Que Alguém que criou o mundo e deu vida a todas as
Suas criaturas tenha sido morto por suas próprias criaturas! Que Alguém com infinita majestade e glória – o
objeto do amor, dos louvores e da adoração dos anjos – tenha sido escarnecido e desprezado pelos homens
mais perversos. Que Alguém que é infinitamente bom e é amor em Si mesmo tenha sofrido a maior de todas as
crueldades. Que Alguém que é infinitamente amado pelo Pai tenha sido deixado em agonia indizível sob a ira de
Seu próprio Pai. Que Aquele que é o Rei dos céus, que tem os céus por Seu trono e a terra por estrado de Seus
pés, tenha sido encerrado na prisão de um sepulcro. Como tudo isso é espantoso! Apesar disso, esse foi o meio
que a sabedoria de Deus determinou como o meio de salvação dos pecadores; o qual não é inadequado, nem
desonroso para Cristo.
6. A última OBRA realizada para obter salvação para os pecadores FOI a exaltação de Cristo. A sabedoria de
Deus considerou necessário, ou melhor, mais propício que a mesma Pessoa que morreu na cruz se sentasse à
destra de Deus, no Seu próprio trono, como o supremo governador do mundo; e que tivesse poder absoluto
sobre todas as coisas concernentes à salvação do homem; e que fosse o Juiz do mundo. Isso era necessário
porque era imprescindível que a mesma Pessoa que adquiriu a salvação pudesse concedê-la gratuitamente; pois
não era adequado que Deus tratasse com as criaturas caídas de um outro modo misericordioso que não fosse
por meio de um mediador. Isto é extraordinário para o fortalecimento da fé e conforto dos santos: que todas as
coisas, nos céus e na terra, fossem entregues nas mãos Daquele que suportou tantas adversidades para adquirir
a salvação dos pecadores; que Aquele que lhes adquiriu a vida eterna pudesse concedê-la a eles; que a mesma
Pessoa que os amou tanto, ao ponto de derramar Seu precioso sangue por eles, fosse o seu Juiz no dia final.
Este é um outro fato espantoso: que Aquele que era homem e também Deus, que foi um servo e morreu como
um malfeitor, viesse a ser o Soberano Senhor dos céus e da terra, dos anjos e dos homens; o absoluto doador da
vida e da morte eterna; o supremo Juiz de todos os seres inteligentes criados, por toda a eternidade; e que Lhe
tenha sido entregue todo o poder de governo de Deus Pai, não somente como Deus, nem somente como alguém
que possui a natureza humana, mas como Deus-homem.
E assim como é espantoso que Alguém que é verdadeiramente divino tenha se humilhado de tal maneira, ao
ponto de tornar-se um servo e sofrer como um malfeitor. E como também é espantoso que Aquele que é Deus-
homem, não unicamente humano, seja exaltado com o poder e a honra do grande Deus dos céus e da terra. No
entanto, milagres como esses revelam a infinita sabedoria divina, planejada e executada, a fim de nos conceder a
salvação.
Extraído de “The Wisdom of God Displayed in the Way of Salvation” (A Sabedoria de Deus Demonstrada no Meio
de Salvação) in The Works of Jonathan Edwards (A Obra de Jonathan Edwards), V. 2, reeditado por Banner of
Thuth Trust.
Traduzido por: Waléria Coicev

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

O Deus de Santidade
O Deus de SantidadeO Deus de Santidade
O Deus de SantidadeSilvio Dutra
 
O Deus de santidade
O Deus de santidade    O Deus de santidade
O Deus de santidade Silvio Dutra
 
15. regeneração
15. regeneração15. regeneração
15. regeneraçãopohlos
 
Respostas_Discipulando líderes espirituais_1112014
Respostas_Discipulando líderes espirituais_1112014Respostas_Discipulando líderes espirituais_1112014
Respostas_Discipulando líderes espirituais_1112014Gerson G. Ramos
 
Evangeliza - Lei de adoração
Evangeliza - Lei de adoraçãoEvangeliza - Lei de adoração
Evangeliza - Lei de adoraçãoAntonino Silva
 
Estudo adicional_Crescimento em Cristo_632014
Estudo adicional_Crescimento em Cristo_632014Estudo adicional_Crescimento em Cristo_632014
Estudo adicional_Crescimento em Cristo_632014Gerson G. Ramos
 
As Batalhas Espirituais Finais parte 1
As Batalhas Espirituais Finais   parte 1As Batalhas Espirituais Finais   parte 1
As Batalhas Espirituais Finais parte 1Silvio Dutra
 
As batalhas espirituais finais parte 2
As batalhas espirituais finais   parte 2As batalhas espirituais finais   parte 2
As batalhas espirituais finais parte 2Silvio Dutra
 
Espírito Santo - O Intérprete da Bíblia
Espírito Santo - O Intérprete da BíbliaEspírito Santo - O Intérprete da Bíblia
Espírito Santo - O Intérprete da BíbliaElder Moraes
 
Cristo é a_nossa_suficiencia.
Cristo é a_nossa_suficiencia.Cristo é a_nossa_suficiencia.
Cristo é a_nossa_suficiencia.levibanez
 
Qvcc 03 - quais os resultados do exercício dos dons espirituais
Qvcc   03 - quais os resultados do exercício dos dons espirituaisQvcc   03 - quais os resultados do exercício dos dons espirituais
Qvcc 03 - quais os resultados do exercício dos dons espirituaisCleudson Corrêa
 
Como saber se você é um verdadeiro cristão
Como saber se você é um verdadeiro cristãoComo saber se você é um verdadeiro cristão
Como saber se você é um verdadeiro cristãoinfomerso
 
Qvcc 02 - O Que São Dons Espirituais - A Vontade de Deus para Cada um
Qvcc   02 - O Que São Dons Espirituais - A Vontade de Deus para Cada umQvcc   02 - O Que São Dons Espirituais - A Vontade de Deus para Cada um
Qvcc 02 - O Que São Dons Espirituais - A Vontade de Deus para Cada umCleudson Corrêa
 
Aquietai vos e sabei que eu sou deus - jonathan edwards
Aquietai vos e sabei que eu sou deus - jonathan edwardsAquietai vos e sabei que eu sou deus - jonathan edwards
Aquietai vos e sabei que eu sou deus - jonathan edwardsDeusdete Soares
 
56 pão temporal
56   pão temporal56   pão temporal
56 pão temporalpohlos
 
A HOMENAGEM REVERENCIAL A DEUS PAI - A ADORAÇÃO A DEUS
A HOMENAGEM REVERENCIAL A DEUS PAI -  A ADORAÇÃO A DEUSA HOMENAGEM REVERENCIAL A DEUS PAI -  A ADORAÇÃO A DEUS
A HOMENAGEM REVERENCIAL A DEUS PAI - A ADORAÇÃO A DEUSEstudiantes Urantia
 
La Integración del Yo en el Universo
La Integración del Yo en el Universo La Integración del Yo en el Universo
La Integración del Yo en el Universo Estudiantes Urantia
 
Porque devemos amar_maria-sam_claret
Porque devemos amar_maria-sam_claretPorque devemos amar_maria-sam_claret
Porque devemos amar_maria-sam_claretmcplmiranda
 

Mais procurados (19)

O Deus de Santidade
O Deus de SantidadeO Deus de Santidade
O Deus de Santidade
 
O Deus de santidade
O Deus de santidade    O Deus de santidade
O Deus de santidade
 
15. regeneração
15. regeneração15. regeneração
15. regeneração
 
Respostas_Discipulando líderes espirituais_1112014
Respostas_Discipulando líderes espirituais_1112014Respostas_Discipulando líderes espirituais_1112014
Respostas_Discipulando líderes espirituais_1112014
 
Evangeliza - Lei de adoração
Evangeliza - Lei de adoraçãoEvangeliza - Lei de adoração
Evangeliza - Lei de adoração
 
Para Conhecê-Lo (PC) - MM
Para Conhecê-Lo (PC) - MMPara Conhecê-Lo (PC) - MM
Para Conhecê-Lo (PC) - MM
 
Estudo adicional_Crescimento em Cristo_632014
Estudo adicional_Crescimento em Cristo_632014Estudo adicional_Crescimento em Cristo_632014
Estudo adicional_Crescimento em Cristo_632014
 
As Batalhas Espirituais Finais parte 1
As Batalhas Espirituais Finais   parte 1As Batalhas Espirituais Finais   parte 1
As Batalhas Espirituais Finais parte 1
 
As batalhas espirituais finais parte 2
As batalhas espirituais finais   parte 2As batalhas espirituais finais   parte 2
As batalhas espirituais finais parte 2
 
Espírito Santo - O Intérprete da Bíblia
Espírito Santo - O Intérprete da BíbliaEspírito Santo - O Intérprete da Bíblia
Espírito Santo - O Intérprete da Bíblia
 
Cristo é a_nossa_suficiencia.
Cristo é a_nossa_suficiencia.Cristo é a_nossa_suficiencia.
Cristo é a_nossa_suficiencia.
 
Qvcc 03 - quais os resultados do exercício dos dons espirituais
Qvcc   03 - quais os resultados do exercício dos dons espirituaisQvcc   03 - quais os resultados do exercício dos dons espirituais
Qvcc 03 - quais os resultados do exercício dos dons espirituais
 
Como saber se você é um verdadeiro cristão
Como saber se você é um verdadeiro cristãoComo saber se você é um verdadeiro cristão
Como saber se você é um verdadeiro cristão
 
Qvcc 02 - O Que São Dons Espirituais - A Vontade de Deus para Cada um
Qvcc   02 - O Que São Dons Espirituais - A Vontade de Deus para Cada umQvcc   02 - O Que São Dons Espirituais - A Vontade de Deus para Cada um
Qvcc 02 - O Que São Dons Espirituais - A Vontade de Deus para Cada um
 
Aquietai vos e sabei que eu sou deus - jonathan edwards
Aquietai vos e sabei que eu sou deus - jonathan edwardsAquietai vos e sabei que eu sou deus - jonathan edwards
Aquietai vos e sabei que eu sou deus - jonathan edwards
 
56 pão temporal
56   pão temporal56   pão temporal
56 pão temporal
 
A HOMENAGEM REVERENCIAL A DEUS PAI - A ADORAÇÃO A DEUS
A HOMENAGEM REVERENCIAL A DEUS PAI -  A ADORAÇÃO A DEUSA HOMENAGEM REVERENCIAL A DEUS PAI -  A ADORAÇÃO A DEUS
A HOMENAGEM REVERENCIAL A DEUS PAI - A ADORAÇÃO A DEUS
 
La Integración del Yo en el Universo
La Integración del Yo en el Universo La Integración del Yo en el Universo
La Integración del Yo en el Universo
 
Porque devemos amar_maria-sam_claret
Porque devemos amar_maria-sam_claretPorque devemos amar_maria-sam_claret
Porque devemos amar_maria-sam_claret
 

Destaque

postales del evento de investigación 2015 ESCUELA NORMAL MARÍA AUXILIADORA SO...
postales del evento de investigación 2015 ESCUELA NORMAL MARÍA AUXILIADORA SO...postales del evento de investigación 2015 ESCUELA NORMAL MARÍA AUXILIADORA SO...
postales del evento de investigación 2015 ESCUELA NORMAL MARÍA AUXILIADORA SO...javierdanilo
 
O preço do discipulado
O preço do discipuladoO preço do discipulado
O preço do discipuladoJoao Rumpel
 
Vocabulario rete fuente
Vocabulario rete fuenteVocabulario rete fuente
Vocabulario rete fuentevalentina Vera
 
Art globalizacinydd-hh-110711203916-phpapp01
Art globalizacinydd-hh-110711203916-phpapp01Art globalizacinydd-hh-110711203916-phpapp01
Art globalizacinydd-hh-110711203916-phpapp01Hada Solórzano
 
Institutogamaliel.com trocadilhos enigmas e parábolas
Institutogamaliel.com trocadilhos enigmas e parábolasInstitutogamaliel.com trocadilhos enigmas e parábolas
Institutogamaliel.com trocadilhos enigmas e parábolasInstituto Teológico Gamaliel
 
Presentacion iformatica
Presentacion iformaticaPresentacion iformatica
Presentacion iformaticaYSRRMR
 
Língua portuguesa artigo 4 concordancia basica
Língua portuguesa artigo 4   concordancia basicaLíngua portuguesa artigo 4   concordancia basica
Língua portuguesa artigo 4 concordancia basicaIsabelly Sarmento
 
Cleopatra (actividad 2)
Cleopatra (actividad 2)Cleopatra (actividad 2)
Cleopatra (actividad 2)Manubichi
 
Sistemas 1
Sistemas 1Sistemas 1
Sistemas 1speedly0
 
Trabajo de investigación 3052
Trabajo de investigación 3052Trabajo de investigación 3052
Trabajo de investigación 3052adora_ble
 
Primeira aula fundamentos ii
Primeira aula   fundamentos iiPrimeira aula   fundamentos ii
Primeira aula fundamentos iiJoao Rumpel
 
Medidas de controle veotorial e de animais sinant´ropicos
Medidas de controle veotorial e de animais sinant´ropicosMedidas de controle veotorial e de animais sinant´ropicos
Medidas de controle veotorial e de animais sinant´ropicosDanylla de Medeiros Medeiros
 
Daqui agosto 2015
Daqui agosto 2015Daqui agosto 2015
Daqui agosto 2015daquimoc
 
Presentación1 nadal
Presentación1 nadalPresentación1 nadal
Presentación1 nadalHelena Matheu
 

Destaque (20)

postales del evento de investigación 2015 ESCUELA NORMAL MARÍA AUXILIADORA SO...
postales del evento de investigación 2015 ESCUELA NORMAL MARÍA AUXILIADORA SO...postales del evento de investigación 2015 ESCUELA NORMAL MARÍA AUXILIADORA SO...
postales del evento de investigación 2015 ESCUELA NORMAL MARÍA AUXILIADORA SO...
 
O preço do discipulado
O preço do discipuladoO preço do discipulado
O preço do discipulado
 
Restricciones cataluña 2014
Restricciones cataluña 2014Restricciones cataluña 2014
Restricciones cataluña 2014
 
Vocabulario rete fuente
Vocabulario rete fuenteVocabulario rete fuente
Vocabulario rete fuente
 
Art globalizacinydd-hh-110711203916-phpapp01
Art globalizacinydd-hh-110711203916-phpapp01Art globalizacinydd-hh-110711203916-phpapp01
Art globalizacinydd-hh-110711203916-phpapp01
 
Institutogamaliel.com trocadilhos enigmas e parábolas
Institutogamaliel.com trocadilhos enigmas e parábolasInstitutogamaliel.com trocadilhos enigmas e parábolas
Institutogamaliel.com trocadilhos enigmas e parábolas
 
Presentacion iformatica
Presentacion iformaticaPresentacion iformatica
Presentacion iformatica
 
Língua portuguesa artigo 4 concordancia basica
Língua portuguesa artigo 4   concordancia basicaLíngua portuguesa artigo 4   concordancia basica
Língua portuguesa artigo 4 concordancia basica
 
São João de Caruaru
São João de CaruaruSão João de Caruaru
São João de Caruaru
 
Cleopatra (actividad 2)
Cleopatra (actividad 2)Cleopatra (actividad 2)
Cleopatra (actividad 2)
 
“Gômer, israel e a igreja”
“Gômer, israel e a igreja”“Gômer, israel e a igreja”
“Gômer, israel e a igreja”
 
Sistemas 1
Sistemas 1Sistemas 1
Sistemas 1
 
Trabajo de investigación 3052
Trabajo de investigación 3052Trabajo de investigación 3052
Trabajo de investigación 3052
 
Primeira aula fundamentos ii
Primeira aula   fundamentos iiPrimeira aula   fundamentos ii
Primeira aula fundamentos ii
 
Medidas de controle veotorial e de animais sinant´ropicos
Medidas de controle veotorial e de animais sinant´ropicosMedidas de controle veotorial e de animais sinant´ropicos
Medidas de controle veotorial e de animais sinant´ropicos
 
Daqui agosto 2015
Daqui agosto 2015Daqui agosto 2015
Daqui agosto 2015
 
Practica1
Practica1Practica1
Practica1
 
Server 2008
Server 2008Server 2008
Server 2008
 
Presentación1 nadal
Presentación1 nadalPresentación1 nadal
Presentación1 nadal
 
Practica 2
Practica 2Practica 2
Practica 2
 

Semelhante a A sabedoria divina na escolha e encarnação de Cristo como nosso Redentor

A total-suficiencia-de-cristo-c-h-mackintosh
A total-suficiencia-de-cristo-c-h-mackintoshA total-suficiencia-de-cristo-c-h-mackintosh
A total-suficiencia-de-cristo-c-h-mackintoshDavidson Da Costa Ramos
 
Aula 7 O homem diante da salvação
Aula 7   O homem diante da salvaçãoAula 7   O homem diante da salvação
Aula 7 O homem diante da salvaçãoRicardo Gondim
 
Estudo adicional_A humildade da sabedoria celestial_842014
Estudo adicional_A humildade da sabedoria celestial_842014Estudo adicional_A humildade da sabedoria celestial_842014
Estudo adicional_A humildade da sabedoria celestial_842014Gerson G. Ramos
 
A gloriosa predestinação charles haddon spurgeon
A gloriosa predestinação   charles haddon spurgeonA gloriosa predestinação   charles haddon spurgeon
A gloriosa predestinação charles haddon spurgeonDeusdete Soares
 
A gloriosa predestinação - C. H. Spurgeon
A gloriosa predestinação - C. H. SpurgeonA gloriosa predestinação - C. H. Spurgeon
A gloriosa predestinação - C. H. SpurgeonIgreja Vitória
 
A Verdade e a Realidade sobre Jesus e a Humanidade
A Verdade e a Realidade sobre Jesus e a HumanidadeA Verdade e a Realidade sobre Jesus e a Humanidade
A Verdade e a Realidade sobre Jesus e a HumanidadeSilvio Dutra
 
Adoção charles haddon spurgeon
Adoção   charles haddon spurgeonAdoção   charles haddon spurgeon
Adoção charles haddon spurgeonDeusdete Soares
 
A plenitude do mediador john gill
A plenitude do mediador   john gillA plenitude do mediador   john gill
A plenitude do mediador john gillsoarescastrodf
 
1 salvação pela fé
1   salvação pela fé1   salvação pela fé
1 salvação pela féAlex Lotti
 
259093705 sermao-nº-1265-a-eterna-verdade-de-deus-por-charles-haddon-spurgeon
259093705 sermao-nº-1265-a-eterna-verdade-de-deus-por-charles-haddon-spurgeon259093705 sermao-nº-1265-a-eterna-verdade-de-deus-por-charles-haddon-spurgeon
259093705 sermao-nº-1265-a-eterna-verdade-de-deus-por-charles-haddon-spurgeonantonio ferreira
 
Palestra O CéU E O Inferno Na VisãO EspíRita
Palestra O CéU E O Inferno Na VisãO EspíRitaPalestra O CéU E O Inferno Na VisãO EspíRita
Palestra O CéU E O Inferno Na VisãO EspíRitacab3032
 
A obra de deus watchman nee
A obra de deus   watchman neeA obra de deus   watchman nee
A obra de deus watchman neeLara Celestrino
 

Semelhante a A sabedoria divina na escolha e encarnação de Cristo como nosso Redentor (20)

A total-suficiencia-de-cristo-c-h-mackintosh
A total-suficiencia-de-cristo-c-h-mackintoshA total-suficiencia-de-cristo-c-h-mackintosh
A total-suficiencia-de-cristo-c-h-mackintosh
 
Aula 7 O homem diante da salvação
Aula 7   O homem diante da salvaçãoAula 7   O homem diante da salvação
Aula 7 O homem diante da salvação
 
Estudo adicional_A humildade da sabedoria celestial_842014
Estudo adicional_A humildade da sabedoria celestial_842014Estudo adicional_A humildade da sabedoria celestial_842014
Estudo adicional_A humildade da sabedoria celestial_842014
 
A gloriosa predestinação charles haddon spurgeon
A gloriosa predestinação   charles haddon spurgeonA gloriosa predestinação   charles haddon spurgeon
A gloriosa predestinação charles haddon spurgeon
 
Gerados pelo amor de deus
Gerados pelo amor de deusGerados pelo amor de deus
Gerados pelo amor de deus
 
A gloriosa predestinação - C. H. Spurgeon
A gloriosa predestinação - C. H. SpurgeonA gloriosa predestinação - C. H. Spurgeon
A gloriosa predestinação - C. H. Spurgeon
 
Perfeição cristã
Perfeição cristãPerfeição cristã
Perfeição cristã
 
A Verdade e a Realidade sobre Jesus e a Humanidade
A Verdade e a Realidade sobre Jesus e a HumanidadeA Verdade e a Realidade sobre Jesus e a Humanidade
A Verdade e a Realidade sobre Jesus e a Humanidade
 
A responsabilidade humana
A responsabilidade humanaA responsabilidade humana
A responsabilidade humana
 
Adoção charles haddon spurgeon
Adoção   charles haddon spurgeonAdoção   charles haddon spurgeon
Adoção charles haddon spurgeon
 
Educação
EducaçãoEducação
Educação
 
A plenitude do mediador john gill
A plenitude do mediador   john gillA plenitude do mediador   john gill
A plenitude do mediador john gill
 
Perguntas sobre a divindade
Perguntas sobre a divindadePerguntas sobre a divindade
Perguntas sobre a divindade
 
Deus : Nosso Criador e Redentor.
Deus : Nosso Criador e Redentor.Deus : Nosso Criador e Redentor.
Deus : Nosso Criador e Redentor.
 
1 salvação pela fé
1   salvação pela fé1   salvação pela fé
1 salvação pela fé
 
Crendo no enviado de deus
Crendo no enviado de deusCrendo no enviado de deus
Crendo no enviado de deus
 
259093705 sermao-nº-1265-a-eterna-verdade-de-deus-por-charles-haddon-spurgeon
259093705 sermao-nº-1265-a-eterna-verdade-de-deus-por-charles-haddon-spurgeon259093705 sermao-nº-1265-a-eterna-verdade-de-deus-por-charles-haddon-spurgeon
259093705 sermao-nº-1265-a-eterna-verdade-de-deus-por-charles-haddon-spurgeon
 
Palestra O CéU E O Inferno Na VisãO EspíRita
Palestra O CéU E O Inferno Na VisãO EspíRitaPalestra O CéU E O Inferno Na VisãO EspíRita
Palestra O CéU E O Inferno Na VisãO EspíRita
 
Watchman nee-a-obra-de-deus
Watchman nee-a-obra-de-deusWatchman nee-a-obra-de-deus
Watchman nee-a-obra-de-deus
 
A obra de deus watchman nee
A obra de deus   watchman neeA obra de deus   watchman nee
A obra de deus watchman nee
 

Último

Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudoSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudoRicardo Azevedo
 
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdfO Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdfmhribas
 
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...PIB Penha
 
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos PobresOração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos PobresNilson Almeida
 
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdfTabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdfAgnaldo Fernandes
 
As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)natzarimdonorte
 
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...MiltonCesarAquino1
 
As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................natzarimdonorte
 
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.LucySouza16
 
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptxLição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptxCelso Napoleon
 
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptxLição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptxCelso Napoleon
 
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingoPaulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingoPIB Penha
 
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da AutorrealizaçãoDar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealizaçãocorpusclinic
 
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRAEUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRAMarco Aurélio Rodrigues Dias
 

Último (17)

Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudoSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
 
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmoAprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
 
Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)
Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)
Centros de Força do Perispírito (plexos, chacras)
 
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdfO Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
O Livro dos Mortos do Antigo Egito_240402_210013.pdf
 
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA  AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
 
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos PobresOração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
Oração A Bem-Aventurada Irmã Dulce Dos Pobres
 
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdfTabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
Tabela bíblica Periódica - Livros da Bíblia.pdf
 
As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)As violações das leis do Criador (material em pdf)
As violações das leis do Criador (material em pdf)
 
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
2 joão (1) 1.pptx As TRÊS CARTAS DO APÓSTOLO JOÃO têm uma mensagem solene e u...
 
As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................
 
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
 
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptxLição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
Lição 5 - Os Inimigos do Cristão - EBD.pptx
 
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS NA VISÃO ESPÍRITA
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS  NA VISÃO ESPÍRITAVICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS  NA VISÃO ESPÍRITA
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS NA VISÃO ESPÍRITA
 
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptxLição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
Lição 4 - Como se Conduzir na Caminhada.pptx
 
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingoPaulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
Paulo é vítima de fake news e o primeiro culto num domingo
 
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da AutorrealizaçãoDar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
Dar valor ao Nada! No Caminho da Autorrealização
 
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRAEUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
 

A sabedoria divina na escolha e encarnação de Cristo como nosso Redentor

  • 1. institutogamaliel.com http://www.institutogamaliel.com/portaldateologia/a-sabedoria-de-deus-na-morte-substitutiva-de-cristo/teologia A Sabedoria de Deus na Morte Substitutiva de Cristo “Para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares celestiais” – Efésios 3.10 A sabedoria revelada na salvação por meio de Jesus Cristo está muito além da sabedoria dos anjos. Nesse texto, ela é citada como um meio de revelar o plano Deus para a nossa salvação, a fim de que os anjos possam ver e conhecer o quão grande e multiforme é a sabedoria de Deus; de forma que a sabedoria divina seja exposta diante dos olhos dos anjos para que eles a admirem. Essa sabedoria é mencionada como um tipo de sabedoria que eles jamais haviam visto, nem sequer em Deus, muito menos neles mesmos. Afim de que, agora, quatro mil anos após a criação, a multiforme sabedoria de Deus pudesse se fazer conhecida. Durante todo esse tempo, os anjos haviam observado a face de Deus e estudado as obras de Sua criação. Apesar disso, até esse dia, eles jamais haviam visto algo semelhante. Jamais haviam compreendido o quanto a sabedoria de Deus é multiforme, da forma como eles a compreendem agora, por meio da igreja!… 1. Consideremos a escolha da pessoa DO nosso Redentor. Quando Deus designou a redenção da humanidade, Sua grande sabedoria revelou-se no fato de que Ele mesmo determinou que o Seu Único Filho fosse a pessoa que executaria essa tarefa. Ele era o redentor escolhido pelo próprio Deus e, por essa razão, é chamado nas Escrituras de “O Escolhido de Deus” (Is 42.1). A sabedoria na escolha dessa Pessoa se manifesta no fato dEle ser, em todos os aspectos, a pessoa mais apropriada para executar essa tarefa. Era necessário que a pessoa do redentor fosse uma pessoa divina. Ninguém, senão um ser divino era competente o suficiente para essa grande obra. Ela era totalmente inadequada para qualquer outra criatura. Era imprescindível que o redentor dos pecadores fosse infinitamente santo em si mesmo. Ninguém poderia remover a infinita maldade do pecado, senão alguém que fosse infinitamente separado do pecado e contra o pecado. E em relação a esse aspecto, Cristo é a pessoa mais adequada para ser o redentor. Para que a pessoa fosse competente o suficiente para realizar essa tarefa, era imprescindível que ela fosse uma pessoa infinitamente digna e excelente e pudesse ser merecedora de infinitas bênçãos. E em relação a esse aspecto, o Filho de Deus é pessoa mais adequada. Era necessário que essa pessoa fosse alguém com sabedoria e poder infinitos, pois essa era uma obra tão difícil que exigia alguém com esses atributos. E em relação a esse aspecto, Cristo é a pessoa mais adequada para ser o redentor. Era imprescindível que essa pessoa fosse muito amada por Deus Pai para que Ele concedesse um valor infinito ao acordo feito entre os dois, devido a Sua estima por essa pessoa, de modo que o amor do Pai por essa pessoa pudesse equilibrar a ofensa e a provocação causada pelos nossos pecados. E em relação a esse aspecto, Cristo é a pessoa mais adequada para ser o redentor. Somos aceitos pelo Pai, “no Amado” (Ef 1.6). Era imprescindível que essa pessoa fosse alguém com autoridade absoluta para agir por si mesmo; alguém que não fosse um sevo ou um súdito, pois alguém que não pudesse agir por sua própria autoridade não teria valor algum. Aquele que fosse um servo e não pudesse fazer nada além do que aquilo que era obrigado a fazer não seria digno para essa tarefa. E aquele que não possuía coisa alguma que não fosse absolutamente sua não poderia pagar o preço da redenção de outro. E em relação a esse aspecto, Cristo é a pessoa mais adequada para ser o redentor. Ninguém, senão um ser divino poderia ser adequado para ser esse redentor. Essa pessoa deveria ser alguém que possuísse misericórdia e graça infinitas, pois nenhuma outra pessoa, senão alguém como Ele, poderia realizar uma obra tão difícil em prol de uma criatura tão indigna quanto o homem. E em relação a esse aspecto, Cristo é a pessoa mais adequada para ser o redentor. Era imprescindível que essa pessoa possuísse verdade e fidelidade perfeitas e imutáveis. Caso contrário, não
  • 2. seria uma pessoa adequada, de quem poderíamos depender para realizar tamanha tarefa. E em relação a esse aspecto, Cristo é a pessoa mais adequada para ser o redentor. A sabedoria de Deus em escolher Seu Filho Eterno se manifesta não somente no fato dEle ser a pessoa mais adequada, mas também no fato dEle ser aúnica Pessoa adequada dentre todas, quer criadas ou não. Nenhum ser criado – quer fosse homem, quer fosse anjo – era adequado para realizar essa tarefa… Isso revela a sabedoria divina em saber que Cristo era a pessoa adequada. Nenhum outro, senão Aquele que possui a sabedoria divina poderia conhecer esse fato. Nenhum outro, senão Aquele que possui a sabedoria divina poderia pensar em Cristo para ser o redentor dos pecadores. Pois, visto que Cristo também é Deus, Ele é uma das Pessoas contra Quem o homem pecou e que foi ofendida pelo pecado de rebelião do homem. Quem, senão o Deus infinitamente sábio poderia pensar em Cristo para ser o redentor de pecadores que haviam pecado contra Ele, os quais eram Seus inimigos e mereciam o mal infinito de Suas mãos? Quem poderia pensar nEle como Aquele que colocaria o Seu coração no homem e teria amor e compaixão infinitos por ele, exibindo sabedoria, poder e merecimento infinitos pela redenção do homem? Mas podemos ir além disso. 2. Consideremos a mANEIRA COMO essa Pessoa IRIA NOS SubstituIR. Após escolher a pessoa para ser o nosso Redentor, o passo seguinte da sabedoria divina seria escolher a maneira pela qual essa pessoa realizaria a obra da redenção. Se Deus tivesse revelado quem realizaria essa obra e não tivesse revelado nada além disso, nenhuma outra criatura poderia imaginar a maneira pela qual essa pessoa realizaria essa obra. E se Deus tivesse dito a elas que o Seu Filho Unigênito seria o Redentor, e que somente Ele era pessoa adequada e suficientemente competente para essa tarefa, mas tivesse pedido às Suas criaturas que planejassem a maneira como essa Pessoa, adequada e competente, deveria proceder, poderíamos imaginar que toda a sabedoria humana criada seria considerada um esforço inútil para fazer tal suposição. A primeira coisa que deveria ser feita seria transformar esse Filho de Deus em nosso Representante e Fiador, de modo que Ele fosse um substituto no lugar do pecador. Mas qual das inteligências criadas poderia conceber algo como: o Filho de Deus, eterno e infinitamente amado, sendo o substituto no lugar dos pecadores? O Filho de Deus no lugar de um pecador, de um rebelde, de um objeto da ira de Deus? Quem poderia pensar numa pessoa que possui glória infinita representando vermes pecadores, os quais se tornaram infinitamente provocadores e abomináveis por causa de seu pecado? Pois se o Filho de Deus fosse o substituto do pecador, conseqüentemente, o pecado do pecador deveria ser lançado sobre Ele. Ele precisaria levar a culpa do pecador sobre Si. Teria de submeter-Se à mesma Lei à qual o homem estava sujeito, tanto no que se refere aos mandamentos, quanto no se refere às punições. Quem poderia pensar em semelhante coisa com relação ao Filho de Deus? Mas podemos ir além disso. 3. Consideremos a encarnação de Jesus Cristo. O passo seguinte da sabedoria de Deus para planejar a forma como Cristo realizaria a obra da redenção dos pecadores seria determinar a Sua encarnação. Imagine se Deus tivesse revelado para as mentes criadas que Seu Filho Unigênito seria a Pessoa escolhida para realizar a obra da redenção; que Ele havia sido designado para ser o Substituto do pecador e levar suas as dívidas e a sua culpa sobre Si mesmo, e não houvesse revelado nada além disso; mas deixasse que essas mentes criadas adivinhassem o restante do plano. Não haveria probabilidade alguma de que, mesmo após essa revelação, elas pudessem imaginar a maneira pela qual essa Pessoa realizaria a obra da redenção. Pois, para que o Filho de Deus fosse o substituto no lugar do pecador, Ele teria de tomar para Si a dívida que pertencia ao pecador e viver aqui, em perfeita obediência à Lei de Deus. Mas seria pouco provável que alguma criatura conseguisse imaginar uma forma de tornar isso possível. Como uma Pessoa que é o próprio Jeová eterno poderia se tornar um servo, ficar sujeito à Lei e viver em perfeita obediência, inclusive no que se refere às leis dos homens? Além disso, se o Filho de Deus fosse o substituto no lugar do pecador, Ele teria de se sujeitar a receber a punição que o pecado do homem merecia, pois essa era a obrigação do pecador. Quem imaginaria que isso seria possível? Pois, como uma Pessoa divina, que é infinitamente feliz e imutável em Sua essência, poderia sofrer dor e tormentos? Como Alguém que é o objeto do amor precioso e infinito de Deus poderia sofrer a ira de Seu próprio Pai? Não podemos imaginar que a sabedoria criada pudesse encontrar uma maneira de superar essas dificuldades. Entretanto, a sabedoria divina descobriu um meio, a saber, pela encarnação do Filho de Deus. O Verbo deveria tornar-se carne; ser Deus e homem em uma única Pessoa. Mas qual mente criada poderia conceber isso como possível?…
  • 3. Mas, e se Deus tivesse revelado que isso seria possível, e que isso realmente aconteceria, mas deixasse que elas descobrissem o modo como isso seria feito. Podemos imaginar que elas ficariam embaraçadas e confusas para pensar em um modo de unir um homem ao eterno Filho de Deus, de forma que Eles fossem uma só Pessoa; pois essa Pessoa teria de ser verdadeiramente homem em todos os aspectos e, ao mesmo tempo, ser o mesmo Filho de Deus, que estava com Deus desde a eternidade. Esse é um grande mistério para nós. Por meio da encarnação, Aquele que é infinito, onipotente e imutável tornou-se, até certo ponto, um homem finito, frágil; sujeito às nossas fraquezas, emoções e calamidades, mas sem pecado! Desse modo, o grande Deus, o soberano dos céus e da terra, passou a ser um verme da terra. “Mas eu sou verme e não homem” (Sl 22.6). Por meio dessa união, Aquele que é eterno e auto-existente nasceu de uma mulher! Aquele que é o Espírito não criado vestiu-se de carne e sangue como um de nós! Aquele que é independente, auto-suficiente e todo- suficiente passou a ter necessidade de alimento e de roupas. Ele fez-se pobre e não tinha onde reclinar a cabeça (Mt 8.20); chegou a ter necessidade da caridade dos homens e foi mantido por ela! Conceber como isso poderia acontecer é algo que está muito além de nossa capacidade mental! Isso é um grande milagre e um mistério para nós, mas não é um mistério para a sabedoria divina. 4. O próximo Aspecto a ser considerado é a vida de Cristo neste mundo. A sabedoria de Deus se manifesta na condição de vida, na obra e nos interesses de Cristo. (1) Sua condição de vida. Se Deus tivesse revelado que Seu próprio Filho se encarnaria e viveria neste mundo com uma natureza humana; e se Ele tivesse deixado que o homem designasse a condição de vida mais adequada a Ele; a sabedoria humana teria designado que Ele se manifestasse ao mundo da forma mais magnífica, com uma aparência exterior extraordinária, cheio de honra, autoridade e com um poder muito superior aos dos reis da terra; reinando sobre todas as Nações, com esplendor e pompa visíveis. Isso foi o que a sabedoria humana havia concluído antes de Cristo vir ao mundo. Os sábios, os grandes dentre os judeus, os escribas e fariseus, os quais são chamados de “poderosos deste século” (1 Co 2.6-8), esperavam que o Messias se manifestasse dessa maneira. Mas a sabedoria de Deus escolheu exatamente o contrário. Ela determinou que, quando o Filho de Deus fosse se tornar homem, Ele deveria começar Sua vida em uma estrebaria; habitar neste mundo como um anônimo, durante muitos anos, com uma família de classe baixa, e ter uma condição de vida simples; que fosse pobre e não tivesse onde reclinar a cabeça; que vivesse da caridade de alguns de Seus discípulos; que crescesse como um “renovo perante ele e como raiz de uma terra seca” (Is 53.2); que não clamasse, nem gritasse, nem fizesse ouvir a sua voz na praça (Is 42.2); que fosse para Sião de modo humilde, montado em um jumento, num jumentinho, cria de jumenta (Zc 9.9; Mt 21.5); que fosse desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabia o que era padecer (Is 53.3). E agora que a determinação divina se fez conhecida, podemos concluir, com segurança, que essa era a maneira mais adequada, e que não seria apropriado que Deus se manifestasse em carne com pompa terrena, riquezas e majestade. Não! Essas coisas são infinitamente inferiores e desprezíveis para que o Filho de Deus as desejasse ou valorizasse. Se os homens tivessem recebido uma proposta como essa, eles prontamente a rejeitariam, considerando-a tola e inadequada para o Filho de Deus. Mas “a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens” (1 Co 1.25). Deus resolveu reduzir a nada a sabedoria deste mundo, bem como a sabedoria dos poderosos desta época (1 Co 2.6). E assim, Cristo, por manifestar-Se visivelmente ao mundo em uma condição de vida simples e pobre, desprezou todas as riquezas e glórias humanas e nos ensinou a desprezá-las. E se convém a homens insignificantes desprezar essas coisas, quanto mais convinha ao Filho de Deus! Pela encarnação, Cristo nos ensinou a sermos humildes de coração. Se Ele, que é infinitamente sublime e magnífico, foi tão humilde, quanto mais nós, que somos tão desprezíveis, deveríamos ser humildes. (2) A sabedoria de Deus se manifesta na obra de Cristo e nos interesses que Ele tinha. Essa sabedoria se manifesta principalmente no fato de que Ele deveria obedecer a Lei de Deus com perfeição, mesmo diante de
  • 4. tentações tão grandes; precisaria passar por conflitos contra os poderes da terra e do inferno e superá-los no caminho da obediência, por nossa causa; e teria de sujeitar-Se não somente à Lei Moral, mas também às leis cerimoniais, que eram um jugo pesado de servidão. Cristo cumpriu o Seu ministério público até o fim, entregando-nos as instruções e as doutrinas divinas. A sabedoria de Deus se manifesta no fato de Ele ter nos dado uma Pessoa divina para ser o nosso Profeta e Mestre. Aquele que é a própria sabedoria e Palavra de Deus; que existia desde a eternidade no seio do Pai. Sua palavra possui maior autoridade e influência do que do que a palavra pronunciada pela boca de um profeta comum. E como foi sábio determinar que uma mesma pessoa fosse o nosso Mestre e Redentor, de modo que Sua relação conosco e Seus ofícios como Redentor pudessem tornar Suas instruções mais valiosas e agradáveis para nós. Estamos sempre dispostos a prestar atenção àquilo que as pessoas que nos são preciosas nos dizem. O nosso amor por elas faz com que nos deleitemos com sua conversa. Por essa razão, foi sábio da parte de Deus determinar que Aquele que fez muito para se tornar estimado por nós fosse apontado como o nosso grande Profeta, para nos entregar as doutrinas divinas. 5. O próximo ASPECTO a ser considerado é a morte de Cristo. Esse meio para salvar pobres pecadores não poderia ser escolhido de outra maneira, senão pela sabedoria divina. Quando esse meio de salvação foi revelado, sem dúvida foi uma grande surpresa para todas as hostes celestiais; e elas nunca se cansarão de se maravilhar com isso. Quão espantoso é o fato de que Aquele que é eternamente bendito e infinitamente feliz em Sua essência tenha suportado os maiores sofrimentos que jamais foram suportados na terra! Que Alguém que é o Supremo Senhor e Juiz tenha sido levado a um tribunal de vermes mortais e condenado! Que Alguém que é o Deus Vivo e a fonte da vida tenha sido levado à morte! Que Alguém que criou o mundo e deu vida a todas as Suas criaturas tenha sido morto por suas próprias criaturas! Que Alguém com infinita majestade e glória – o objeto do amor, dos louvores e da adoração dos anjos – tenha sido escarnecido e desprezado pelos homens mais perversos. Que Alguém que é infinitamente bom e é amor em Si mesmo tenha sofrido a maior de todas as crueldades. Que Alguém que é infinitamente amado pelo Pai tenha sido deixado em agonia indizível sob a ira de Seu próprio Pai. Que Aquele que é o Rei dos céus, que tem os céus por Seu trono e a terra por estrado de Seus pés, tenha sido encerrado na prisão de um sepulcro. Como tudo isso é espantoso! Apesar disso, esse foi o meio que a sabedoria de Deus determinou como o meio de salvação dos pecadores; o qual não é inadequado, nem desonroso para Cristo. 6. A última OBRA realizada para obter salvação para os pecadores FOI a exaltação de Cristo. A sabedoria de Deus considerou necessário, ou melhor, mais propício que a mesma Pessoa que morreu na cruz se sentasse à destra de Deus, no Seu próprio trono, como o supremo governador do mundo; e que tivesse poder absoluto sobre todas as coisas concernentes à salvação do homem; e que fosse o Juiz do mundo. Isso era necessário porque era imprescindível que a mesma Pessoa que adquiriu a salvação pudesse concedê-la gratuitamente; pois não era adequado que Deus tratasse com as criaturas caídas de um outro modo misericordioso que não fosse por meio de um mediador. Isto é extraordinário para o fortalecimento da fé e conforto dos santos: que todas as coisas, nos céus e na terra, fossem entregues nas mãos Daquele que suportou tantas adversidades para adquirir a salvação dos pecadores; que Aquele que lhes adquiriu a vida eterna pudesse concedê-la a eles; que a mesma Pessoa que os amou tanto, ao ponto de derramar Seu precioso sangue por eles, fosse o seu Juiz no dia final. Este é um outro fato espantoso: que Aquele que era homem e também Deus, que foi um servo e morreu como um malfeitor, viesse a ser o Soberano Senhor dos céus e da terra, dos anjos e dos homens; o absoluto doador da vida e da morte eterna; o supremo Juiz de todos os seres inteligentes criados, por toda a eternidade; e que Lhe tenha sido entregue todo o poder de governo de Deus Pai, não somente como Deus, nem somente como alguém que possui a natureza humana, mas como Deus-homem. E assim como é espantoso que Alguém que é verdadeiramente divino tenha se humilhado de tal maneira, ao ponto de tornar-se um servo e sofrer como um malfeitor. E como também é espantoso que Aquele que é Deus- homem, não unicamente humano, seja exaltado com o poder e a honra do grande Deus dos céus e da terra. No entanto, milagres como esses revelam a infinita sabedoria divina, planejada e executada, a fim de nos conceder a salvação. Extraído de “The Wisdom of God Displayed in the Way of Salvation” (A Sabedoria de Deus Demonstrada no Meio de Salvação) in The Works of Jonathan Edwards (A Obra de Jonathan Edwards), V. 2, reeditado por Banner of Thuth Trust.