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Tratado De História Eclesiástica
                          Padre Rivaux


                       Volume 2
        DIRETOR DO SEMINÁRIO MAIOR DE GRENOBLE

      Traduzido da sexta edição consideravelmente aumentada
                       e continuada até 1876

                Por FRANCISCO LUIZ DE SEABRA

 BACHAREL EM DIREITO PELA UNIVERSIDADE DE COIMBRA, CAVA-
     LEIRO DA ORDEM DE CRISTO E PÁROCO DE CACIA



                          1ª edição
                            2011
                         Brasília-DF
© 2011 Editora Pinus
www.editorapinus.com.br

Todos os direitos reservados.

Título Original:
Cours d’histoire Ecclésiastique à l’usage des grands séminaires.

Tradução:
Padre Francisco Luiz de Seabra

Revisão:
Telma Iara Mazzocato

Capa e diagramação:
Yara Borghi Campi

Imagens da capa:
Leonardo Barbosa e Cristiano Galbiati / SXC




        Tratado de história eclesiástica / Pelo Padre Rivaux;
        traduzido da sexta edição consideravelmente aumentada
        e continuada até 1876 por Francisco Luiz de SEABRA. –
        Brasília: Editora Pinus, 2011.
        2 v.

                        ISBN: 978-85-63176-06-6

         1. História eclesiástica. 2. Igreja Católica – História. I.
                  Seabra, Francisco Luiz de. II. Título.

                                CDU 272-9
Índice
                          Quinta época                             11
Décimo terceiro século.................................................11
    Importância do século XIII. Juízo que forma Hurter a respeito de Inocêncio III.
    Quarta cruzada. Quinta cruzada. Sexta cruzada. Sétima cruzada. S. Luiz, rei da
    França. S. Luiz, prisioneiro. S. Luiz perde sua mãe. Oitava cruzada. Virtudes e
    qualidades de S. Luiz. Fim das cruzadas. As cruzadas consideradas em suas causas.
    As cruzadas consideradas em seus resultados. Adultério e divórcio de Filipe
    Augusto. Interdito geral sobre a França. Interdito geral, sabiamente apreciado
    por Hurter. Doutrinas antissociais dos albigenses. Estragos dos albigenses no
    meio-dia da França. Meios empregados para a conversão dos albigenses. Guerra
    contra os albigenses. Procedimento cheio de prudência do Papa na guerra contra
    os albigenses. Duodécimo concílio ecumênico no palácio de Latrão. Cânones do
    duodécimo concílio ecumênico sobre o sacrifício da missa, etc. Decreto do concílio
    de Latrão sobre a con ssão anual e a comunhão pascal. Decreto do concílio de
    Latrão para a busca e punição dos hereges. Ordenança de S. Luiz para a busca
    e punição dos hereges. O decreto do concílio de Latrão e a ordenança de S. Luiz
    não fazem mais que aplicar as leis e a jurisprudência dessa época. Origem do
    tribunal da inquisição. O tribunal da inquisição estabelece-se em todo o Ocidente
    a pedido dos príncipes. Natureza e resultados do tribunal de inquisição. Caráter
    particular da inquisição de Roma. Crimes de João Sem Terra, rei de Inglaterra. Sua
    deposição. Direito público de Inglaterra sobre a deposição dos príncipes. Crimes
    de Frederico II, imperador da Alemanha. Duodécimo terceiro concílio ecumênico,
    em Lião. Frederico II aí é deposto. Triste m do imperador Frederico II. Décimo
    quarto concílio ecumênico em Lião, para a reunião dos gregos. Decreto do segundo
    concílio de Lião a respeito da autoridade do Papa. Vésperas sicilianas. Deposição
    de Pedro III, rei de Aragão. O Papado, protetor dos fracos e dos oprimidos.
    Vitórias e conquistas dos espanhóis sobre os mouros. S. Domingos, fundador
    dos dominicanos. S. Francisco de Assis, fundador dos frades menores. Veneração
    universal para com S. Francisco. Seus estigmas. Instituto das Claristas. Instituição
    da ordem terceira. Origem dos religiosos agostinhos e carmelitas. Ordens de Nossa
    Senhora das Mercês, dos servitas e dos celestinos. Grande número de santos no XIII
    século. Origem e excelência do Rosário. Origem da festa do Corpo de Deus. Hinos
    litúrgicos. Livro da Imitação de Jesus Cristo. Origem do jubileu. Grande número
    de sábios no século XIII. S. Boaventura e S. Tomás. Suas virtudes, seu saber, seus
    escritos . Fundação de universidades célebres. Progresso da arquitetura, da poesia
    e das línguas.



Décimo Quarto Século...............................................57
    Contendas entre o Papa Bonifácio VIII e Filipe, o Belo, rei de França. Bula Clericis laicos.
    Calúnia contra o procedimento do Papa Bonifácio VIII para com os reis de França e de
    Inglaterra. Bula Ausculca, li. Falsi cação da bula Ausculca, li pelo embaixador do rei
    de França. Atentado dos Estados gerais de França contra o Papa Bonifácio VIII. Bula
    Unam Sanctam. Verdadeiro sentido da bula Unam Sanctam. A bula Unam Sanctam
    não foi suprimida pelo Papa Clemente V. Deposição do Papa Bonifácio VIII pronunciada
    pelos Estados gerais de França. Bonifácio VIII preso e maltratado pelos enviados do
rei Filipe, o Belo. Morte de Bonifácio VIII. Calúnias espalhadas a respeito da morte
    de Bonifácio VIII. Juízo que forma o protestante Sismondi a respeito das contendas
    entre o Papa Bonifácio VIII e Filipe, o Belo. Sentença do concílio de Viena e juízo
    dos autores imparciais do Papa Bonifácio VIII. Bulla In coena Domini. Contenda
    entre o Papa Clemente V e a república de Veneza. Começo do processo dos templários.
    Décimo quinto concílio ecumênico em Viena, no Del nado. Supressão da ordem dos
    templários. Destino dados os bens dos templários. Sorte dos templários e suplício do
    grão-mestre. Calúnias de vários autores contra o Papa Clemente V. Residência dos
    Papas em Avinhão. Estado de Roma e de Itália. União da cadeira de S. Pedro com a
    sede episcopal de Roma. Questão da visão beatí ca durante o ponti cado de João XXII.
    Retratação privada, possível, edi cante em um Papa. Luta entre o Papa e o imperador
    Luiz V de Baviera. Cisma da Alemanha. Origem e causas do grande cisma do Ocidente.
    Divisão da cristandade em duas obediências. Funestos resultados do grande cisma
    do Ocidente. Unidade da Igreja durante o grande cisma do Ocidente. Multidão de
    falsos devotos. Wycliffe, João Huss, Jerônimo de Praga. Erros de Wycliffe. Simpatia
    absurda do protestantismo para com Wycliffe, João Huss, etc. Justa condenação
    destes celerados. Missões estrangeiras feitas pelos franciscanos e dominicanos. Grande
    número de santos no século XIV. Revelação de Santa Brígida e de Santa Catarina de
    Sena. Diferentes congregações religiosas. Estabelecimento de várias festas e práticas de
    piedade. Fundação de novas universidades. Escritores do século XIV. Dante e Petrarca.



Décimo Quinto Século ...............................................85
    Concílio de Pisa. Três Papas ao mesmo tempo. Célebre concílio de Constança. Fim
    do grande cisma do Ocidente. Eleição do Papa Marinho V. Apreciação das sessões
    quarta e quinta do concílio de Constança. Doutrina de João Petit sobre o tiranicídio.
    Triste estado da França. Joana d’Arc. Sua missão, suas proezas, sua morte. O que
    se deve pensar a respeito das proezas de Joana d’Arc. Concílio de Basileia. Cisma
    do concílio de Basileia. Ele cria um anti-Papa. Concílio de Ferrara. União dos
    gregos com os latinos. Concílio de Florença, composto dos gregos e latinos, décimo
    sexto ecumênico. Decreto aos armênios. Fim da união dos gregos com os latinos.
    Tomada de Constantinopla e o m do império do Oriente. Vãs tentativas dos turcos
    contra a Europa católica. Expulsão dos mouros de Espanha. Expulsão dos judeus
    de Espanha. Razões e resultados desta medida. Inquisição espanhola. Seu caráter,
    sua duração. Descoberta da América. Cristóvão Colombo. Américo Vespúcio dá o seu
    nome à América. Bula Inter coetera. Seu verdadeiro sentido. Crueldade da parte de
    vários conquistadores para com os índios. Caridade dos missionários apostólicos.
    Bartolomeu de Las Casas e o cardeal Ximenes advogam a causa dos índios. Invenção
    da imprensa. Vários sábios do Oriente estabelecidos no Ocidente. Doutores
    e sábios célebres no século XV. Pedro de Ailly e Gerson. Seus escritos. Tomás de
    Walden. Nicolau de Cusa. Eneas Silvio. Seus escritos. Dionísio, o Cartuxo. João de
    Turrecremata. Seus escritos. Tomás de Kempis. Bessarion. João Pico, de Mirandola.
    Seus escritos. Marsílio Ficino. Savonarola. Seus escritos. Maquiavel. Seus escritos. O
    cardeal Ximenes. Seus trabalhos. S. Vicente Ferrer. Suas pregações e seus escritos.
    Grande número de outros santos no século XV. S. Francisco de Paula, fundador dos
    mínimos. Fundação da ordem das anunciadas. Várias outras congregações religiosas.
    Inocêncio VIII. Calúnias contra este pontí ce. Alexandre VI. O que devemos pensar
    a respeito deste Papa.



Décimo Sexto Século ...............................................114
    O Papa Júlio II. Seu caráter. Contenda entre o Papa Júlio II e Luiz XII, rei de França. O
    Papa Leão X. Sua educação. Seu grande caráter. Concílio geral de Latrão. Seu decreto
contra certos lósofos. Decretos do concílio de Latrão a respeito da imprensa, dos
montepios, etc. Re exões sobre o estado e ação da Igreja durante toda a idade média.
O desenvolvimento da devoção e da vida religiosa, as de nições de fé, etc., não são
uma mudança na doutrina. Esforços da Igreja para o desenvolvimento da inteligência
e alívio dos desgraçados. In uência da Igreja na abolição da servidão e na criação do
terceiro estado. As universidades e as ciências sob a ação da Igreja. O protestantismo
não contribuiu para o verdadeiro progresso. Falso e injusto modo de julgar a idade
média. Erro e hipocrisia no modo moderno de apreciar a intolerância e a tolerância.
Consequências absurdas e perigosas da tolerância moderna. É necessário ao homem
uma regra de proceder: a consciência, etc.




                     Sexta Época                        127
Necessidade de uma reforma, no começo desta época, e abuso que se fez dessa
necessidade. As paixões humanas mudam a Reforma numa vasta revolução. Causa
ocasional do protestantismo. Começos de Lutero. Queda de Lutero. Seus diferentes
erros. Zuínglio, Carlostad, Ecolampadio. Calvino. Seu caráter. Miguel Servet. Seu
suplício. Melâncton, mais moderado que os outros reformadores. Caráter dos
principais reformadores ingleses. Casamentos escandalosos dos chefes da Reforma.
Erros dos reformadores. Progressos do protestantismo na Alemanha e no norte da
Europa. Guerra dos anabatistas na Alemanha. Guerra dos sacramentários na Suíça.
Lutero prega a revolta. Liga de Smalkade. O protestantismo em Inglaterra. Reinado
de Henrique VIII. Crimes deste príncipe. Morte de Fischer e de Thomas More.
Contradição na Reforma inglesa. Reinado de Maria. Reinado de Isabel. Origem do
clero anglicano. Seu símbolo. Pauperismo em Inglaterra. Sua causa e seus efeitos.
O protestantismo em França, sob o nome de calvinismo. Violências e revolta dos
reformados em França. Primeiro sínodo nacional dos reformados em França.
Triunvirato huguenote contra a Igreja e o estado. Triunvirato católico a favor da
Igreja e do estado. Primeira guerra de religião em França. Assassinato do duque
de Guise. Edito de Amboise. Segunda e terceira guerra de religião em França.
Matança do S. Bartolomeu. Número de vítimas da matança do S. Bartolomeu. A
religião é estranha à matança do S. Bartolomeu. Liga ofensiva do huguenotes em
França. Liga defensiva dos católicos em França. Apreciação da Liga. Triste estado
da França; traições, assassinatos políticos, etc. O rei Henrique IV. Sua conversão.
Edito de Nantes. A Espanha e a Itália preservadas da heresia e das suas funestas
consequências. Começo do socinianismo. Miguel Baio. Seus erros. Conquista
da ilha de Rodes por Solimão II. Descoberta do México e do Peru. Progressos do
catolicismo nessas regiões. Concílio de Trento. Duração, cânones e regulamentos
disciplinares do concílio de Trento. Aprovação do concílio tridentino pelo Papa Pio
IV. Grande número de ordens religiosas no século XVI. Santo Inácio de Loyola.
Livro dos Exercícios espirituais de Santo Inácio. Sua excelência. Começo da
Companhia de Jesus. Admirável dedicação dos jesuítas para com o Papado. Ódio
dos maus contra eles. Estabelecimento dos jesuítas em França. Calúnias contra
os jesuítas a respeito do assassino Chatel. Amor de Henrique IV pelos jesuítas.
Grande número de santos no século XVI. S. Francisco Xavier. Seus trabalhos e
seus milagres. S. Francisco de Borja. S. Carlos Borromeu. Seus trabalhos e seus
escritos. Admirável procedimento de S. Carlos e de seu clero durante a peste de
Milão. O Papa Pio V. Vitória de Lepanto. Importância da vitória de Lepanto. Sinais
miraculosos que a acompanharam. S. Tomás de Villanova. S. Pedro de Alcântara. S.
Estanislau Kostka. S. Luiz de Gonzaga. O venerável João d’Ávila. Santa Tereza. Seus
escritos. S. João da Cruz. Luiz de Granada. Bartolomeu dos Mártires. S. Francisco
de Sales. Suas virtudes e seus escritos. Grande número de sábios e de doutores no
século XVI. Erasmo. Seu talento e seus escritos. O cardeal Barônio. Seus escritos.
O cardeal Bellarmino. Seus escritos. O cardeal Du Perron. Seus escritos. O Papa
    Gregório XIII. Reforma do calendário. O Papa Sixto V. Os doutores Suarez, Vasquez
    e Molina. A congregação De auxiliis.



Décimo Sétimo Século .............................................178
    Contendas entre os gomaristas e arminianos. Sínodo de Dordrecht. Guerra de trinta
    anos, em Alemanha. Tratado de Vestfália. Vãs tentativas dos protestantes para se
    aliarem com os cismáticos gregos. Episcopais e puritanos em Inglaterra. Cromwel,
    regicida e protetor, em Inglaterra. Reinados de Carlos II e de Jaime II, reis de
    Inglaterra. Expulsão dos Stuarts. Seita dos quakeres em Inglaterra. Luiz XIII reprime
    os huguenotes em França. Cerco e tomada da Rochella. A tomada da Rochella nda
    as guerras de religião em França. Política geral dos príncipes da Europa, depois do
    tratado de Vestfália. Revogação do edito de Nantes. Exposição da fé católica, por
    Bossuet. História das Variações das igrejas protestantes, por Bossuet. Negociação
    entre Bossuet e Leibnitz para a reunião dos reformados à Igreja católica. Jansênio.
    Suas cinco proposições. Condenação da doutrina herética de Jansênio. Quietismo
    repugnante de Molinos. Quietismo da senhora Guyon e de Fenelón. Controvérsia entre
    Bossuet e Fenelón sobre o quietismo. Prudência de Roma na questão do quietismo.
    Condenação e submissão edi cante de Fenelón. Questão da regalia. Assembleia de
    1682 e seus quatro artigos. A declaração de 1682 reprovada geralmente. Fra-Paulo.
    Seus escritos. Vanini. Seus erros. Hobbes. Sons escritos. Spinosa. Seus escritos.
    Bayle. Seus escritos. Edmundo Richer. Seus erros. Marco Antonio de Dominis. Seus
    erros. Galileu. Seu pleito com a inquisição. A Igreja e o sistema astronômico de
    Galileu. Sã apreciação da questão de Galileu. Teólogos chamados relaxados. Mariano.
    Seus escritos. Os teólogos chamados relaxados, comparados com os seus detratores.
    Os jesuítas expulsos de Veneza. Os jesuítas expulsos da Transilvânia. Conspiração
    da pólvora em Inglaterra. Calúnias contra os jesuítas a respeito desta conspiração.
    Questão dos ritos chineses. Questão dos ritos malabares. Fundação da ordem da
    Visitação. Instituto das Anunciadas celestes. Congregação de Nossa Senhora do
    Calvário. Instituto das Filhas da caridade. Instituto de Nossa Senhora do Refúgio.
    Congregação de S. Sulpício. Congregação do Oratório. Os lazaristas ou padres
    missionários. Os eudistas. Reforma da Trapa. Congregação de S. Mauro. S. Vicente de
    Paulo. S. Francisco Regis. O B. Claver, jesuíta. Grande número de sábios no século
    XVII. Missões do Japão. Multidão de santos e de mártires. Missões da China. Missões
    do Maduré. Zelo admirável dos missionários jesuítas. Missões do Brasil. Missões do
    Canadá. Missões do Paraguai. Maravilhosa civilização cristã no Paraguai. Missões na
    Síria, na Pérsia, na Armênia, etc. Utilidade, beleza e grandeza da obra das missões
    católicas. Proteção concedida à Igreja pelos reis de França durante o século XVII.



Décimo Oitavo Século .............................................217
    Caráter do século XVIII. Fanatismo, excessos e guerras dos protestantes camisardos.
    Ridículas profecias e fanatismo do ministro Jurieu, do calvinista Serre, etc.
    Progressos do protestantismo em França desde a morte de Luiz XIV até ao reinado de
    Luiz XVI. Legislação tirânica em Inglaterra contra os católicos. Opressão da Irlanda
    católica. Perturbações na Irlanda. Decisão dos teólogos de Helmstad, a favor da
    Igreja Católica. Livro jansenista, intitulado Caso de consciência. Livro das Re exões
    morais, de Quesnel. Célebre bula Unigenitus. Oposição absurda dos jansenistas à
    bula Unigenitus. Igreja jansenista e cismática em Utrecht. Ricci, bispo de Pistoia. Seu
    sínodo e suas doutrinas errôneas. Condenação do sínodo de Pistoia. Bula Auctorem
      dei. Espírito e tendências dos parlamentos de França. Decretos do parlamento
    de Paris a favor dos jansenistas e contra a bula Unigenitus, etc. Apreciação do
parlamento por algumas graves autoridades. Estragos da irreligião em Inglaterra.
Multidão de lósofos deístas em Inglaterra. Multidão de lósofos incrédulos em
França. Voltaire. Jean-Jacques Rousseau. Furor de Voltaire contra a religião cristã.
Multidão de livros ímpios e imorais, compostos pelos lósofos. Brutal aviltamento
do homem pelas doutrinas losó cas. Grande número de obras contra a religião,
compostas por Voltaire. Enciclopédia. Resumo das doutrinas losó cas em religião e
em política. Caráter distintivo da impiedade de Voltaire e de Rousseau. A maçonaria.
Iniciação e principal m da maçonaria. O iluminismo. Regência do duque de Orleans
em França. Reinado de Luiz XV. Ministério do marquês de Pombal, em Portugal.
Ministério do conde de Aranda, em Espanha. Espírito de oposição à Santa Sé na
república de Veneza. Ministério de Tanucci, em Nápoles.. Doutrinas errôneas de
Febronius. Doutrinas errôneas do sínodo de Ems e do doutor Eybel. Desgraças e
opressão da Polônia católica. Catarina II, imperatriz da Rússia e lósofa. José II,
imperador de Alemanha, opõe-se à religião católica nos seus estados. Frederico XI, rei
da Prússia, lósofo. Conspiração dos lósofos contra os jesuítas. Os jesuítas expulsos
de Portugal. Suplício do P. Malagrida. Inocência do P. Malagrida e dos outros jesuítas.
Os jesuítas expulsos de Espanha. Trama abominável urdida contra os jesuítas de
Espanha. Os jesuítas expulsos de Nápoles, de Roma e de Malta. Pleito do P. Vallete.
Instâncias das cortes da Europa para com o sumo pontí ce a m de obter a supressão
dos jesuítas. Supressão dos jesuítas pelo Papa Clemente XIV. Alegria dos inimigos da
Igreja por ocasião da supressão dos jesuítas. Morte do Papa Clemente XIV. Calúnias
contra os jesuítas por ocasião da morte do Papa Clemente XIV. Virtudes e raras
qualidades dos sumos pontí ces durante o século XVIII. Clemente XI. Inocêncio
XIII. Bento XIII. Clemente XII. Bento XIV. Seus escritos. Supressão do patriarcado de
Aquileia. Concordata com a Espanha. Clemente XIII. Clemente XIV, julgado por S.
Ligório. Começos de Pio VI. Zelo e esforços dos bispos franceses contra a impiedade
no século XVIII. Belzunce, bispo de Marselha. S. Ligório. Seus escritos. Canonização
de vários santos. Luiza de França, carmelita. O venerável Bento José Labre. A devoção
ao Sagrado Coração de Jesus. Sábios célebres no século XVIII. Missões estrangeiras.
Estado da Igreja e da sociedade no m do século XVIII.




                    Sétima Época                            263
Causa principal da revolução francesa. Causa secundária da revolução francesa.
Convocação dos estados gerais. Assembleia nacional ou constituinte. Espoliação
feita à Igreja. Venda de seus bens, dos hospitais, etc. Constituição civil do clero.
Supressão das ordens religiosas. Conduta admirável dos monges e do clero de
França. Formação da Igreja constitucional. Sua condenação. Assembleia legislativa.
Seu espírito. Leis a favor do divórcio e contra a religião. Matança dos sacerdotes, etc.
Deposição e prisão de Luiz XVI. Começo da guerra estrangeira. Disposições pouco
benévolas dos príncipes coligados. A convenção. Abolição da realeza e princípio da
república. Condenação de Luis XVI. Sua morte. Fatal importância da condenação de
Luiz XVI. Triste sorte da família de Luiz XVI. Deportação dos sacerdotes. Generosa
hospitalidade concedida aos eclesiásticos franceses emigrados. Bela conduta do clero
francês no exílio. Decreto para a abolição do cristianismo. Festa da deusa Razão.
Calendário republicano. Devastação das igrejas e dos monumentos antigos. Guerra
da convenção contra a cidade de Lião. Guerra da convenção contra a cidade de Toulon.
Guerra da Vendeia. Heroísmo e virtudes dos vendeanos. Crueldade da convenção
e de Carrier. A política desleal dos príncipes estrangeiros prejudica os vendeanos.
Vitórias de Jemmapes, de Fleurus, etc. Guerra entre o partido da Gironda e da
Montanha. Triunfo do partido da Montanha. Suplício de vários girondinos. Ditadura
de Robespierre. Reinado do terror. Suplício de vários membros da Montanha. Morte
de Robespierre. Fim da convenção e princípio do diretório. Começos de Bonaparte.
Vitórias de Itália. Guerra do diretório contra o Papa. Expedição de Bonaparte no
    Egito. Regresso de Bonaparte à França. Decadência do diretório. Perseguição contra
    a religião católica e deportação dos sacerdotes. Sedição em Roma contra o Papa.
    Morte do general Duphot. Pio VI preso e levado à força de Roma para Valença, no
    Del nado. Sua morte. Conclave de Venera. Eleição providencial de Pio VII. Fim do
    diretório. Princípio do consulado. Vida divina e eterna da Igreja, reconhecida pelo
    protestante Macauley.



Décimo Nono Século ..............................................284
    Estado da sociedade no princípio de século XIX. Vitórias de Marengo, etc. Paz de
    Luneville e de Amiens. Organização dos departamentos. Triste estado do interior da
    França. Bonaparte repele o protestantismo, etc. Concordata entre o Papa Pio VII e o
    primeiro cônsul. Artigos orgânicos acrescentados à concordata. Reclamações e
    protestos do Papa contra os artigos orgânicos. Bula Ecclesia Dei. Bula Qui Christi
    Domini. Reclamações de vários bispos a respeito da concordata de 1801. Invectivas de
    alguns sacerdotes contra a concordata de 1801. Cisma dos anticoncordatários ou
    igrejinha. Restabelecimento solene do culto católico em França. O cardeal Caprara,
    legado da Santa Sé, em França. Grande número de festas suprimidas ou transferidas
    para o domingo. Usurpações e exigências desarrazoadas da autoridade civil.
    Assassinato do duque de Enghien. Bonaparte, imperador. Sagração do imperador
    Bonaparte pelo Papa Pio VII. Apreciação desta cerimônia. Guerra contra a Áustria, a
    Prússia e a Rússia. Vitórias de Austerlitz, de Iena, etc. Guerra contra Portugal. Guerra
    contra a Espanha. Bonaparte dá tronos aos diversos membros de sua família. Guerra
    de Bonaparte contra o Papa. Bonaparte apodera-se dos estados do Papa. O Papa
    protesta contra a usurpação. É tirado de Roma à força. Viagem de Pio VII, de Roma a
    Savona. Sua prisão nesta última cidade. Nova guerra de Bonaparte contra a Áustria.
    Vitórias de Wagram, etc. Divórcio de Bonaparte. Seu casamento com a arquiduquesa
    Maria Luiza. Luta de Pio VII contra Bonaparte. Bonaparte nomeia uma comissão para
    descobrir o meio de escusar o Papa. Resposta da comissão, e sua fraqueza. Vários
    bispos franceses escrevem ao Papa para o induzir a ceder a Bonaparte. Breve de Pio
    VII ao cardeal Maury. Novas usurpações de Bonaparte. Rigor e ultrajes para com Pio
    VII, em Savona. Bonaparte reúne uma nova comissão para promover o meio de
    escusar o Papa. Fraqueza e respostas errôneas da segunda comissão. Primeira
    deputação de bispos a Savona. Concílio de Paris. Segunda deputação a Savona. Breve
    Ex quo. Resultado e nulidade do concílio de Paris. Transferência do Papa para
    Fontainebleau. Entrevista de Pio VII e de Bonaparte em Fontainebleau. Projeto de
    uma nova concordata arrancada ao Papa. O projeto da nova concordata é anulado.
    Derrota de Moscou. Decadência de Bonaparte. Invasão dos aliados em França.
    Livramento e regresso de Pio VII a Itália. Luta de Bonaparte contra os aliados. Seu
    exílio na ilha de Elba. Reinado dos cem dias. Queda de nitiva de Bonaparte. Bondade
    de Pio VII para com a família de Bonaparte. A Roma dos Papas foi sempre o refúgio
    dos grandes infortúnios. Congresso de Viena. Começos do rei Luiz XVIII. Carta
    constitucional. Leis contra o divórcio e a favor da religião. Restabelecimento das
    congregações de S. Sulpício, das missões de França e estrangeiras, dos jesuítas, etc.
    Concordata entre o Papa Pio VII e Luiz XVIII. Restabelecimento da Companhia de
    Jesus. Os padres da Fé. Fundação da congregação do Sagrado Coração. Estado geral
    das missões estrangeiras. Obra da Propagação da fé. Obra da Santa Infância. Reação
    do liberalismo e da impiedade em França. Furor do liberalismo contra os jesuítas em
    particular. Decretos de 1828 contra os jesuítas e os seminários. Triste posição do
    governo francês. Nova revolução em França. Luiz Filipe, rei dos franceses. Desordens
    cometidas em 1830. Ataques contra a religião. Zelo e atividade das ordens religiosas,
    antigas ou novas, em França. Novas congregações de irmãos em França. Grande
    número de religiosas em França. Seu estado. Montalembert celebra a admirável força
e fecundidade da Igreja. Virtudes do episcopado francês. Igreja de Argélia. O
monopólio universitário na instrução pública em França, depois de 1830. Tristes
resultados do monopólio universitário relativamente à religião. Estado da religião
anglicana. Progressos do catolicismo em Inglaterra. Suas causas. O catolicismo
defendido por vários escritores ingleses. Movimento puseísta em Inglaterra.
Restabelecimento da hierarquia católica. Triste estado da Irlanda. O’Connell. Igreja
presbiteriana em Escócia. Estado da religião em Espanha. Estado da religião em
Portugal. Estado da Igreja russa. Despotismo e usurpações do czar. Guerra da
Crimeia contra a Rússia. Estátua de Nossa Senhora de França. Estado da religião e
questão dos casamentos mistos na Prússia. Origem da Igreja Evangélica, na Prússia.
Nulidade do seu Credo. Cisma do apóstata Ronge, etc. Estado do protestantismo em
Holanda. Estado da religião na Bélgica. Estado da religião na Áustria. Concordata
entre a Áustria e a Santa Sé. Leis chamadas confessionais, na Áustria. Estado da
religião na Baviera. Estado da religião na Suíça. Estado da religião no Piemonte.
Tentativas do Piemonte contra a Itália e o Papa. Tentativas do Piemonte contra o
reino de Nápoles. Crueldades, mentiras, impiedades na invasão do reino de Nápoles.
As infâmias piemontesas julgadas pelos ingleses e por Proudhon. Destino especial e
providencial de Roma. Seus direitos de permanecer o que ela é. Astúcia, hipocrisia,
impiedade nos planos da revolução contra Roma. Estado da Igreja nos ducados de
Bade e de Nassau. Estado do protestantismo em Alemanha. Racionalismo alemão.
Sistema de Kant. Sistema de Fichte. Sistema de Schelling. Sistema de Hegel.
Humilhante esterilidade e nulidade da loso a alemã. O panteísmo. Sua origem.
Natureza e absurdos do panteísmo. O panteísmo não é senão um ateísmo disfarçado.
O hermesianismo. Condenação do hermesianismo. Perseguição contra o arcebispo
de Colônia, por causa do hermesianismo. Sistema de Strauss contra a vida de Jesus
Cristo. Absurdo do sistema de Strauss. Racionalismo francês. Sistemas materialistas.
Escola escocesa. Escola doutrinária. Escola eclética. Escola sincrética. Excelência do
Catecismo, em comparação de todos os sistemas losó cos. Escola e teoria do
progresso. Seita e doutrinas dos sansimonianos. Divisão e últimos excessos dos
sansimonianos. Pedro Leroux. Seus escritos e suas doutrinas. Teoria falansteriana de
Fourier. Doutrinas losó cas de Fourier. Sistema losó co de Lamennais. Doutrinas
políticas de Lamennais. Condenação das doutrinas de Lamennais. Revolta de
Lamennais contra a Igreja. Belo procedimento dos discípulos de Lamennais. Últimos
escritos de Lamennais. Sua morte. Michel Vintras. Sua seita e suas ideias. Gioberti e
o semirracionalismo italiano. Nova forma dos precedentes erros no naturalismo
contemporâneo. Absurdo e impiedade do naturalismo. Humilhante fraqueza de
todos os sistemas losó cos. A sociedade ameaçada pelo socialismo e comunismo.
Natureza e mira do socialismo e do comunismo. Proudhon. Suas doutrinas. Ele tira
as últimas consequências das doutrinas racionalistas. Poder do socialismo e do
comunismo em uma sociedade materialista. Fraqueza da autoridade e poder da
anarquia em uma sociedade materialista. Cegueira da sociedade a respeito das más
doutrinas, sobretudo desde 1830. Elevação de Pio IX ao trono pontifício. Alegria
universal. Revolução de 1848. A república em França. Anarquia em Itália. Pio IX em
Gaeta. Expedição francesa a Roma. Restabelecimento do império em França. Virtudes
dos Papas durante o século XIX. Pio VII. Leão XII. Pio VIII. Gregório XVI. Testemunho
de um inglês a respeito da boa administração de Gregório XVI. Pio IX. Pio IX de ne
o dogma da Imaculada Conceição da Santíssima Virgem. Necessidade de uma
condenação de todos os erros modernos. A de nição do dogma da Imaculada
Conceição e a condenação implícita de todos os erros modernos. Exasperação da
incredulidade por ocasião da de nição do dogma da Imaculada Conceição. Alegria e
esperanças dos católicos com relação à Imaculada Conceição. A de nição do dogma
da Imaculada Conceição con rmada pela Santíssima Virgem. A de nição da
Imaculada Conceição não implica mudança no dogma. Instituições de caridade e de
piedade em França. Conferências de S. Vicente de Paulo. Obra das escolas do Oriente.
Mártires na China, em Tonkin e na Cochinchina. Guerra de Itália, funesta ao Papado.
Política francesa, desleal e injusta para com o Papado. O clero francês em Roma, no
dia do Pentecostes. Canonização dos mártires japoneses. Admirável oportunidade
desta solenidade. Alocução do Papa aos bispos. Manifesto dos bispos ao sumo pontí ce
no dia seguinte ao do Pentecostes. Importância da reunião dos bispos católicos em
torno do Papa. Manifestações católicas. União dos povos com os bispos. Inefável cena
entre o Papa e os bispos, no Vaticano, no dia seguinte ao do Pentecostes. Célebre bula
Quanta cura, acompanhada de um Syllabus, contra os erros modernos. Confusão,
so smas, erros sob o nome de progresso, liberalismo, civilização moderna. So smas
e erros sobre a liberdade do pensamento e da imprensa. O que se deve pensar do
pretendido princípio da não intervenção. Graves erros sobre o poder absoluto da
razão do estado, da vontade popular, dos fatos consumados, etc. Oportunidade da
bula Quanta cura. Heroica intrepidez de Pio IX. Erros cometidos pelos jornais na
tradução e interpretação da bula. Furor e ultrajes da impiedade contra a bula e o Papa
Pio IX. A bula Quanta cura não se opõe aos direitos legítimos do poder civil em geral.
Exame da proposição que o Papa pode e deve transigir e reconciliar-se com o
progresso, o liberalismo e a civilização moderna. Em que sentido o Papa condena a
liberdade de falar, de pensar e da imprensa. A bula Quanta cura não envolve a ideia
de restabelecer a inquisição. Jubileu proclamado pela bula Quanta cura. Espírito dos
bons cristãos. Convocação e reunião dos bispos de todos os países católicos. Motivos
e vantagens desta reunião. Grande multidão de bispos e de peregrinos católicos, em
Roma. Procissão do Corpus Christi. Aniversário da coroação de Pio IX. Consistório
solene. Anúncio de um concílio ecumênico. Décimo oitavo centenário do martírio de
S. Pedro e de S. Paulo. Terrível conspiração dos revolucionários contra Roma e o
Papa. Evidente cumplicidade do governo italiano com a revolução. Indigna comédia
política. Programa e projetos iníquos e sacrílegos de Garibaldi e dos revolucionários.
Caráter das tropas garibaldinas e revolucionárias. Horríveis atentados que se
propunham cometer. Derrota dos revolucionários na batalha de Mentana. Decisão do
parlamento francês em cinco de dezembro. Admirável delidade de Roma ao seu rei-
pontí ce. Óbulo de S. Pedro. Bula Aeterni Patris. Anúncio de um concílio ecumênico.
Abertura do concílio do Vaticano. Raiva do inferno. Excessos sacrílegos na sexta-feira
santa em Paris. Anticoncílio em Nápoles, etc. Ataques dos inimigos da religião contra
a infalibilidade do Papa. A de nição da infalibilidade nada tem de perigosa nem de
inconveniente para os estados. A de nição de infalibilidade do Papa consolida o
princípio de autoridade. De nição do dogma da infalibilidade do Papa. Condenação
dos erros modernos. Constituição Dei lius. Guerra inesperada e terrível entre a
França e a Alemanha. Diversão que opera em favor da de nição da infalibilidade do
Papa. O dedo de Deus nos diversos acontecimentos da guerra franco-alemã. Queda do
império francês. Humilhantes e terríveis desastres da França. República. Ditadura de
Gambetta. Garibaldi, general francês. O rei de Itália aproveita-se dos desastres da
França para se apoderar de Roma. Protesto dos bispos contra este atentado.
Comunidade de sofrimentos e provações entre a França e a Igreja. Patriotismo dos
católicos franceses. Atitude e conduta dos republicanos no meio das desordens da
França. Tratado de Versalhes. Guerra civil. Degradação da França. Ambição, hipocrisia
e barbaridade da Prússia. Corrupção e opróbrio de Paris, a rainha da civilização
moderna. Horrorosa guerra civil em Paris. Martírio do arcebispo, etc. Incêndio pelo
petróleo. Endurecimento. Thiers. Mac-Mahon. A república. Atitude da Europa atual
para com a Igreja. Grande número de autores no século XIX.
Padre Rivaux
                    Quinta Época
                     Renascença Cristã


      Desde a eleição de Inocêncio III, em 1198, até à pretendida
                         Reforma, em 1517


              Décimo Terceiro Século
   O movimento intelectual e religioso, que observamos           Importância
                                                                do século XIII.
nos séculos XI e XII, desenvolveu-se extraordinariamen-
te no século XIII. Nele se zeram cinco grandes cruzadas,
celebraram-se três concílios ecumênicos, e aconteceram
muitos outros fatos da maior importância. S. Domingos, S.
Francisco de Assis e mais de quarenta ordens religiosas nele
deram um sublime impulso à santidade e a todas as virtudes.
O desenvolvimento da razão e da ciência foi tão admirável
como o da fé. Apareceram numerosos sábios, a cuja frente
brilham o doutor será co S. Boaventura e, sobretudo, o
doutor angélico S. Tomás de Aquino. As artes produziram
também prodígios; e os mais belos monumentos góticos, tão
admirados hoje, datam do século XIII. Fiel à sua missão, a
Igreja nele foi, como sempre, a alma de todo o bem que se
operou. Excitou ou moderou, segundo as necessidades, a ati-
vidade e a energia dos soberanos e dos povos. A santidade, as
ciências e as artes foram o resultado exclusivo dos esforços,
da dedicação e dos trabalhos dos seus lhos.
                                                                                  -11-
Juízo que
                                                    forma Hurter         O Papa Inocêncio III, cujo ponti cado abre esta época,
                                                     a respeito de
                                                    Inocêncio III.   foi acusado pelos protestantes de ter usurpado o poder
                                                                     temporal dos reis, ter querido ser o único monarca na Eu-
                                                                     ropa, oprimindo as consciências, etc; mas ele acha-se hoje
                                                                     plenamente justi cado por Hurter. Para apreciar o ponti -
Tratado de História Eclesiástica - Segundo volume




                                                                     cado de Inocêncio III, Frederico Hurter remontou às fontes
                                                                     primitivas, consultou os monumentos contemporâneos,
                                                                     estudou as volumosas correspondências que o sumo pon-
                                                                     tí ce tivera com quase todos os personagens importantes
                                                                     da época. O presidente do consistório de Schaffouse em-
                                                                     pregou vinte anos na sua obra, que pode resumir-se deste
                                                                     modo: Inocêncio III foi o que devia ser e fez o que devia
                                                                     fazer. “Desde os tempos antigos até aos nossos dias, diz este
                                                                     historiador imparcial, todos os homens capazes de avaliar
                                                                     a vida de um dos seus semelhantes, o m a que se propôs,
                                                                     os grandes problemas que soube resolver, a maneira como
                                                                     se elevou acima de uma época inteira, são concordes em
                                                                     reconhecer que nunca pontí ce algum ocupou a cadeira de
                                                                     S. Pedro que se distinguisse mais do que ele pelo saber, pela
                                                                     pureza dos costumes, pelo amor à justiça, pelos serviços
                                                                     prestados à Igreja e por heroicas ações.”
                                                       Quarta
                                                      cruzada.
                                                                         Um dos primeiros pensamentos de Inocêncio III, diz
                                                         -
                                                     Ano 1202.
                                                                     Hurter, foi o de destruir o poder dos sarracenos e de abrir
                                                                     aos éis um livre trânsito para se chegar a Jerusalém. Ele
                                                                     convidou, pois, o Ocidente para uma nova cruzada. Fulques,
                                                                     vigário de Neuilly, perto de Paris, célebre por seus milagres,
                                                                     foi encarregado de pregá-la. À sua voz a França levantou-
                                                                     se, pela quarta vez, cheia de fé, e os seus mais intrépidos e
                                                                     zelosos guerreiros dispuseram-se a partir sob o comando
                                                                     de Bonifácio II, conde de Montferrat. Os que não puderam
                                                                     tomar parte na cruzada forneceram dinheiro. O clero e as or-
                                                                     dens religiosas foram obrigados pelo Papa a contribuir para
                                                                     as despesas da cruzada. “Para evitar, diz Hurter, a acusação
                                                                     de que as quantias dadas serviriam para enriquecer o tesouro
                                                                     pontifício, e como se previsse a mania, que haveria, em ou-
                                                                     tras épocas, de denegrir tudo quanto os Papas zeram, Ino-
                                                                     cêncio III determinou que as esmolas e as contribuições de
                                                                     todos os países fossem despendidas, para as necessidades dos
                                                                     cruzados, por dois cavaleiros das duas ordens de Jerusalém e
                                                                     pelo bispo desta cidade1.” O exército cristão reuniu-se em Ve-
                                                                     1
                                                                         Hurter, t. I.

-12-
neza, no ano de 1202. A república quis fazer parte da cruzada
e forneceu cinquenta galés, comandadas pelo doge, Henri-
que Dandolo, tão grande capitão como político. Contudo,
em vez de ser útil à guerra santa, a cooperação de Veneza par
alisou-lhe o efeito, porque a ambiciosa república e o seu




                                                                                 Padre Rivaux
hábil doge, atendendo só aos seus interesses, zeram to-
mar outro caminho as forças dos cruzados. Os venezianos
queriam recuperar Zara, cidade de Dalmácia, de que o rei
de Hungria se apoderara. Dandolo odiava a cidade de Cons-
tantinopla, onde outrora estivera em risco de perder a vida,
em consequência dos maus-tratos que aí recebera, e desejava
que se atacasse esta cidade. Por outro lado, Aleixo, o Anjo,
  lho do imperador Isaac, destronado desde sete anos, queria
que o exército o ajudasse a reconquistar a coroa de seus pais
e prometia auxiliar depois a cruzada com todo o seu poder
e fazer cessar o cisma da Igreja do Oriente.
    Apesar da proibição do Papa, diz Michaud, os cruzados
resolveram-se a empreender as duas expedições, que se lhes
propunha. Apoderaram-se de Zara e tomaram de assalto
Constantinopla em 1203. Colocado de novo no trono de seus
pais, Aleixo esqueceu todas as promessas que zera. Mas,
tendo-lhe tirado o império e a vida um traidor, em quem
depositara a sua con ança, os cruzados retomaram Constan-
tinopla ao regicida em 1204 e, depois de terem saqueado a
cidade e cometido atrocidades e infâmias, que os cobriram de
vergonha e lhes atraíram as mais graves repreensões da parte
do sumo pontí ce, elegeram imperador a Balduíno, conde
de Flandres. Com o reinado de Balduíno começou o império
dos latinos em Constantinopla, que absorveu todas as forças
da quarta cruzada e durou cinquenta e oito anos sem gló-
ria nem utilidade. “A conquista de Bizâncio, diz Michaud,
não foi senão um obstáculo à conquista de Jerusalém, e as
imprudentes façanhas dos cavaleiros lançaram as colônias
cristãs no maior dos perigos1.”
    Já lhes não restavam na Palestina mais do que as duas           Quinta
                                                                   cruzada.
cidades de Ptolemaida e de Tiro, onde estavam em ter-                 -
                                                                    Desde
ríveis angústias por serem constantemente expostos aos          1210 até 1219.

maiores excessos por parte dos sarracenos. Em 1210, os
barões da Palestina pediram com instância o socorro da
1
    Hist. das Cruzadas, t. III.

                                                                                 -13-
Europa e, para tornarem as suas súplicas mais e cazes,
                                                                     mostraram o desejo de ter como rei um dos seus he-
                                                                     róis. Filipe Augusto, rei de França, designou-lhes João de
                                                                     Brienne, conde de Marcha. O novo rei chegou a Ptolemai-
                                                                     da à frente de trezentos cavaleiros e mais algumas tropas.
Tratado de História Eclesiástica - Segundo volume




                                                                     Este socorro começou a deixar respirar os seus desditosos
                                                                     súditos. Mais tarde vieram juntar-se-lhes André, rei de
                                                                     Hungria, Leopoldo, duque de Áustria, Guilherme, conde
                                                                     de Holanda, e uma multidão imensa de cruzados, tanto
                                                                     da Alemanha como das outras partes do mundo. João de
                                                                     Brienne resolveu então levar a guerra ao Egito e apoderar-
                                                                     se de Damietta. Esta cidade foi tomada em 1219, depois de
                                                                     dezoito meses de assédio; mas a expedição não teve outro
                                                                     resultado. Uma parte dos cruzados voltou para a Euro-
                                                                     pa; os que caram, caíram na moleza e na inação; João
                                                                     de Brienne e um legado da Santa Sé, que lá estava, não
                                                                     puderam entender-se e separaram-se. Os muçulmanos,
                                                                     aproveitando-se de tantas culpas, atacaram e retomaram
                                                                     Damietta e reduziram os cristãos ao último apuro.
                                                    Sexta cruzada.       João de Brienne voltou à Europa para pedir novos so-
                                                           -
                                                      Ano 1228.      corros. Ofereceu em casamento a Frederico II, imperador
                                                                     de Alemanha, a sua lha Yolanda, futura herdeira do reino
                                                                     de Jerusalém. Frederico aceitou e casou com esta princesa
                                                                     em 1223, prometendo com juramento trabalhar para o
                                                                     livramento dos Santos Lugares e consentindo, diz Michaud,
                                                                     em ser excomungado se faltasse às suas promessas. Era,
                                                                     segundo refere o mesmo autor, o quinto juramento, que
                                                                     fazia, de socorrer os éis do Oriente. A notícia desta aliança
                                                                     encheu de esperança e de alegria a Europa e a Ásia. O rei de
                                                                     Jerusalém, sobretudo, exultava de ter por genro e protetor
                                                                     um imperador. Mas a sua alegria não foi de longa duração;
                                                                     porque Frederico, depois do seu casamento, esqueceu os
                                                                     seus juramentos e despojou o seu sogro dos reditos e até
                                                                     do título de rei de Jerusalém. João de Brienne retirou-se
                                                                     indignado para Roma. O Papa Honório III, que o amava
                                                                     ternamente, morreu sem ter podido conseguir que lhe -
                                                                     zessem justiça1.
                                                                         No entanto, o Papa Gregório IX, vendo-se instado pelos
                                                                     cristãos da Palestina para que lhes obtivesse a proteção
                                                                     1
                                                                         Michaud, t. II. Berault, t. VI. Rohrbacher, t. XVII. Arte de veri car as datas.

-14-
do Ocidente, obrigou o imperador a manter o seu juramento de
socorrê-los. Em 1227, Frederico ngiu que embarcara; depois, ale-
gando uma doença simulada, tornou a entrar no porto de Otranto,
e os outros cruzados voltaram para o seu país. Em castigo desta




                                                                          Padre Rivaux
perfídia e de ter violado cinco vezes os seus juramentos, feitos com
a cláusula de que consentia em ser excomungado se os não cum-
prisse; de não ter fornecido as tropas e o dinheiro, que prometera
aos éis do Oriente; de ter despojado o seu rei do seu título e dos
seus reditos; de ter impedido o arcebispo de Tarente de ir à sua igreja
visitar o seu rebanho; de ter privado os templários e os hospitaleiros
dos bens, que possuíam no reino da Sicília; de não ter observado o
tratado feito entre ele e alguns dalgos, que a Igreja a ançara, a seu
pedido; de ter despojado dos seus bens o conde Rogério, cruzado e
protegido pela Santa Sé; de ter recusado tirar seu lho da prisão,
onde o retinha injustamente, etc., em punição de todos estes crimes,
digo, o Papa Gregório IX excomungou o imperador Frederico, em
1227 e 12281. Irritado, este príncipe procurou e suscitou por toda
parte inimigos ao Papado. Atraiu à Itália toda a sorte de facínoras,
e até sarracenos; e depois de ter assim causado graves embaraços
ao chefe da Igreja, partiu, no ano de 1228, para a Palestina com um
pequeno exército, apesar do sumo pontí ce, que lhe fez proibir,
por ser ele excomungado, de se meter na empresa da guerra santa.
Vendo chegar Frederico carregado de anátemas e seguido apenas de
um punhado de soldados, os cristãos do Oriente con aram pouco
no seu apoio. Felizmente para ele, acabava de morrer Conradino,
sultão da Síria, o mais perigoso inimigo dos cristãos; e Meledino,
seu irmão, sultão do Egito, era pouco inclinado à guerra. Frederico
mandou-lhe embaixadores com presentes e ofereceu-lhe a paz, se
quisesse restituir-lhe o reino de Jerusalém. O sultão consentiu em
entregar-lhe esta cidade, mas toda desmantelada e com outras con-
dições tão duras e vergonhosas que os cristãos do país recusaram
aceitá-las. Não obstante isto, o imperador dirigiu-se para a Palestina,
fez a sua entrada em Jerusalém com as suas insígnias régias e voltou
à Europa, estimado e amado dos turcos, mas deixando entre os éis
do Oriente uma triste ideia da sinceridade de sua fé. Propondo a
paz ao sultão Meledino, ele escrevera-lhe nestes termos: “Sou vosso
irmão. A religião de Maomé, a meu ver, é tão respeitável como a
de Cristo. Herdeiro do reino de Jerusalém, venho tomar os meus
Estados e não quero de modo algum perturbar a posse dos vossos”.
1
    Berault, t. VI, notas. Michaud, t. III. Labbe, t. XI.

                                                                          -15-

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Tratado de História Eclesiástica (Padre Rivaux) - Volume 2

  • 1. Tratado De História Eclesiástica Padre Rivaux Volume 2 DIRETOR DO SEMINÁRIO MAIOR DE GRENOBLE Traduzido da sexta edição consideravelmente aumentada e continuada até 1876 Por FRANCISCO LUIZ DE SEABRA BACHAREL EM DIREITO PELA UNIVERSIDADE DE COIMBRA, CAVA- LEIRO DA ORDEM DE CRISTO E PÁROCO DE CACIA 1ª edição 2011 Brasília-DF
  • 2. © 2011 Editora Pinus www.editorapinus.com.br Todos os direitos reservados. Título Original: Cours d’histoire Ecclésiastique à l’usage des grands séminaires. Tradução: Padre Francisco Luiz de Seabra Revisão: Telma Iara Mazzocato Capa e diagramação: Yara Borghi Campi Imagens da capa: Leonardo Barbosa e Cristiano Galbiati / SXC Tratado de história eclesiástica / Pelo Padre Rivaux; traduzido da sexta edição consideravelmente aumentada e continuada até 1876 por Francisco Luiz de SEABRA. – Brasília: Editora Pinus, 2011. 2 v. ISBN: 978-85-63176-06-6 1. História eclesiástica. 2. Igreja Católica – História. I. Seabra, Francisco Luiz de. II. Título. CDU 272-9
  • 3. Índice Quinta época 11 Décimo terceiro século.................................................11 Importância do século XIII. Juízo que forma Hurter a respeito de Inocêncio III. Quarta cruzada. Quinta cruzada. Sexta cruzada. Sétima cruzada. S. Luiz, rei da França. S. Luiz, prisioneiro. S. Luiz perde sua mãe. Oitava cruzada. Virtudes e qualidades de S. Luiz. Fim das cruzadas. As cruzadas consideradas em suas causas. As cruzadas consideradas em seus resultados. Adultério e divórcio de Filipe Augusto. Interdito geral sobre a França. Interdito geral, sabiamente apreciado por Hurter. Doutrinas antissociais dos albigenses. Estragos dos albigenses no meio-dia da França. Meios empregados para a conversão dos albigenses. Guerra contra os albigenses. Procedimento cheio de prudência do Papa na guerra contra os albigenses. Duodécimo concílio ecumênico no palácio de Latrão. Cânones do duodécimo concílio ecumênico sobre o sacrifício da missa, etc. Decreto do concílio de Latrão sobre a con ssão anual e a comunhão pascal. Decreto do concílio de Latrão para a busca e punição dos hereges. Ordenança de S. Luiz para a busca e punição dos hereges. O decreto do concílio de Latrão e a ordenança de S. Luiz não fazem mais que aplicar as leis e a jurisprudência dessa época. Origem do tribunal da inquisição. O tribunal da inquisição estabelece-se em todo o Ocidente a pedido dos príncipes. Natureza e resultados do tribunal de inquisição. Caráter particular da inquisição de Roma. Crimes de João Sem Terra, rei de Inglaterra. Sua deposição. Direito público de Inglaterra sobre a deposição dos príncipes. Crimes de Frederico II, imperador da Alemanha. Duodécimo terceiro concílio ecumênico, em Lião. Frederico II aí é deposto. Triste m do imperador Frederico II. Décimo quarto concílio ecumênico em Lião, para a reunião dos gregos. Decreto do segundo concílio de Lião a respeito da autoridade do Papa. Vésperas sicilianas. Deposição de Pedro III, rei de Aragão. O Papado, protetor dos fracos e dos oprimidos. Vitórias e conquistas dos espanhóis sobre os mouros. S. Domingos, fundador dos dominicanos. S. Francisco de Assis, fundador dos frades menores. Veneração universal para com S. Francisco. Seus estigmas. Instituto das Claristas. Instituição da ordem terceira. Origem dos religiosos agostinhos e carmelitas. Ordens de Nossa Senhora das Mercês, dos servitas e dos celestinos. Grande número de santos no XIII século. Origem e excelência do Rosário. Origem da festa do Corpo de Deus. Hinos litúrgicos. Livro da Imitação de Jesus Cristo. Origem do jubileu. Grande número de sábios no século XIII. S. Boaventura e S. Tomás. Suas virtudes, seu saber, seus escritos . Fundação de universidades célebres. Progresso da arquitetura, da poesia e das línguas. Décimo Quarto Século...............................................57 Contendas entre o Papa Bonifácio VIII e Filipe, o Belo, rei de França. Bula Clericis laicos. Calúnia contra o procedimento do Papa Bonifácio VIII para com os reis de França e de Inglaterra. Bula Ausculca, li. Falsi cação da bula Ausculca, li pelo embaixador do rei de França. Atentado dos Estados gerais de França contra o Papa Bonifácio VIII. Bula Unam Sanctam. Verdadeiro sentido da bula Unam Sanctam. A bula Unam Sanctam não foi suprimida pelo Papa Clemente V. Deposição do Papa Bonifácio VIII pronunciada pelos Estados gerais de França. Bonifácio VIII preso e maltratado pelos enviados do
  • 4. rei Filipe, o Belo. Morte de Bonifácio VIII. Calúnias espalhadas a respeito da morte de Bonifácio VIII. Juízo que forma o protestante Sismondi a respeito das contendas entre o Papa Bonifácio VIII e Filipe, o Belo. Sentença do concílio de Viena e juízo dos autores imparciais do Papa Bonifácio VIII. Bulla In coena Domini. Contenda entre o Papa Clemente V e a república de Veneza. Começo do processo dos templários. Décimo quinto concílio ecumênico em Viena, no Del nado. Supressão da ordem dos templários. Destino dados os bens dos templários. Sorte dos templários e suplício do grão-mestre. Calúnias de vários autores contra o Papa Clemente V. Residência dos Papas em Avinhão. Estado de Roma e de Itália. União da cadeira de S. Pedro com a sede episcopal de Roma. Questão da visão beatí ca durante o ponti cado de João XXII. Retratação privada, possível, edi cante em um Papa. Luta entre o Papa e o imperador Luiz V de Baviera. Cisma da Alemanha. Origem e causas do grande cisma do Ocidente. Divisão da cristandade em duas obediências. Funestos resultados do grande cisma do Ocidente. Unidade da Igreja durante o grande cisma do Ocidente. Multidão de falsos devotos. Wycliffe, João Huss, Jerônimo de Praga. Erros de Wycliffe. Simpatia absurda do protestantismo para com Wycliffe, João Huss, etc. Justa condenação destes celerados. Missões estrangeiras feitas pelos franciscanos e dominicanos. Grande número de santos no século XIV. Revelação de Santa Brígida e de Santa Catarina de Sena. Diferentes congregações religiosas. Estabelecimento de várias festas e práticas de piedade. Fundação de novas universidades. Escritores do século XIV. Dante e Petrarca. Décimo Quinto Século ...............................................85 Concílio de Pisa. Três Papas ao mesmo tempo. Célebre concílio de Constança. Fim do grande cisma do Ocidente. Eleição do Papa Marinho V. Apreciação das sessões quarta e quinta do concílio de Constança. Doutrina de João Petit sobre o tiranicídio. Triste estado da França. Joana d’Arc. Sua missão, suas proezas, sua morte. O que se deve pensar a respeito das proezas de Joana d’Arc. Concílio de Basileia. Cisma do concílio de Basileia. Ele cria um anti-Papa. Concílio de Ferrara. União dos gregos com os latinos. Concílio de Florença, composto dos gregos e latinos, décimo sexto ecumênico. Decreto aos armênios. Fim da união dos gregos com os latinos. Tomada de Constantinopla e o m do império do Oriente. Vãs tentativas dos turcos contra a Europa católica. Expulsão dos mouros de Espanha. Expulsão dos judeus de Espanha. Razões e resultados desta medida. Inquisição espanhola. Seu caráter, sua duração. Descoberta da América. Cristóvão Colombo. Américo Vespúcio dá o seu nome à América. Bula Inter coetera. Seu verdadeiro sentido. Crueldade da parte de vários conquistadores para com os índios. Caridade dos missionários apostólicos. Bartolomeu de Las Casas e o cardeal Ximenes advogam a causa dos índios. Invenção da imprensa. Vários sábios do Oriente estabelecidos no Ocidente. Doutores e sábios célebres no século XV. Pedro de Ailly e Gerson. Seus escritos. Tomás de Walden. Nicolau de Cusa. Eneas Silvio. Seus escritos. Dionísio, o Cartuxo. João de Turrecremata. Seus escritos. Tomás de Kempis. Bessarion. João Pico, de Mirandola. Seus escritos. Marsílio Ficino. Savonarola. Seus escritos. Maquiavel. Seus escritos. O cardeal Ximenes. Seus trabalhos. S. Vicente Ferrer. Suas pregações e seus escritos. Grande número de outros santos no século XV. S. Francisco de Paula, fundador dos mínimos. Fundação da ordem das anunciadas. Várias outras congregações religiosas. Inocêncio VIII. Calúnias contra este pontí ce. Alexandre VI. O que devemos pensar a respeito deste Papa. Décimo Sexto Século ...............................................114 O Papa Júlio II. Seu caráter. Contenda entre o Papa Júlio II e Luiz XII, rei de França. O Papa Leão X. Sua educação. Seu grande caráter. Concílio geral de Latrão. Seu decreto
  • 5. contra certos lósofos. Decretos do concílio de Latrão a respeito da imprensa, dos montepios, etc. Re exões sobre o estado e ação da Igreja durante toda a idade média. O desenvolvimento da devoção e da vida religiosa, as de nições de fé, etc., não são uma mudança na doutrina. Esforços da Igreja para o desenvolvimento da inteligência e alívio dos desgraçados. In uência da Igreja na abolição da servidão e na criação do terceiro estado. As universidades e as ciências sob a ação da Igreja. O protestantismo não contribuiu para o verdadeiro progresso. Falso e injusto modo de julgar a idade média. Erro e hipocrisia no modo moderno de apreciar a intolerância e a tolerância. Consequências absurdas e perigosas da tolerância moderna. É necessário ao homem uma regra de proceder: a consciência, etc. Sexta Época 127 Necessidade de uma reforma, no começo desta época, e abuso que se fez dessa necessidade. As paixões humanas mudam a Reforma numa vasta revolução. Causa ocasional do protestantismo. Começos de Lutero. Queda de Lutero. Seus diferentes erros. Zuínglio, Carlostad, Ecolampadio. Calvino. Seu caráter. Miguel Servet. Seu suplício. Melâncton, mais moderado que os outros reformadores. Caráter dos principais reformadores ingleses. Casamentos escandalosos dos chefes da Reforma. Erros dos reformadores. Progressos do protestantismo na Alemanha e no norte da Europa. Guerra dos anabatistas na Alemanha. Guerra dos sacramentários na Suíça. Lutero prega a revolta. Liga de Smalkade. O protestantismo em Inglaterra. Reinado de Henrique VIII. Crimes deste príncipe. Morte de Fischer e de Thomas More. Contradição na Reforma inglesa. Reinado de Maria. Reinado de Isabel. Origem do clero anglicano. Seu símbolo. Pauperismo em Inglaterra. Sua causa e seus efeitos. O protestantismo em França, sob o nome de calvinismo. Violências e revolta dos reformados em França. Primeiro sínodo nacional dos reformados em França. Triunvirato huguenote contra a Igreja e o estado. Triunvirato católico a favor da Igreja e do estado. Primeira guerra de religião em França. Assassinato do duque de Guise. Edito de Amboise. Segunda e terceira guerra de religião em França. Matança do S. Bartolomeu. Número de vítimas da matança do S. Bartolomeu. A religião é estranha à matança do S. Bartolomeu. Liga ofensiva do huguenotes em França. Liga defensiva dos católicos em França. Apreciação da Liga. Triste estado da França; traições, assassinatos políticos, etc. O rei Henrique IV. Sua conversão. Edito de Nantes. A Espanha e a Itália preservadas da heresia e das suas funestas consequências. Começo do socinianismo. Miguel Baio. Seus erros. Conquista da ilha de Rodes por Solimão II. Descoberta do México e do Peru. Progressos do catolicismo nessas regiões. Concílio de Trento. Duração, cânones e regulamentos disciplinares do concílio de Trento. Aprovação do concílio tridentino pelo Papa Pio IV. Grande número de ordens religiosas no século XVI. Santo Inácio de Loyola. Livro dos Exercícios espirituais de Santo Inácio. Sua excelência. Começo da Companhia de Jesus. Admirável dedicação dos jesuítas para com o Papado. Ódio dos maus contra eles. Estabelecimento dos jesuítas em França. Calúnias contra os jesuítas a respeito do assassino Chatel. Amor de Henrique IV pelos jesuítas. Grande número de santos no século XVI. S. Francisco Xavier. Seus trabalhos e seus milagres. S. Francisco de Borja. S. Carlos Borromeu. Seus trabalhos e seus escritos. Admirável procedimento de S. Carlos e de seu clero durante a peste de Milão. O Papa Pio V. Vitória de Lepanto. Importância da vitória de Lepanto. Sinais miraculosos que a acompanharam. S. Tomás de Villanova. S. Pedro de Alcântara. S. Estanislau Kostka. S. Luiz de Gonzaga. O venerável João d’Ávila. Santa Tereza. Seus escritos. S. João da Cruz. Luiz de Granada. Bartolomeu dos Mártires. S. Francisco de Sales. Suas virtudes e seus escritos. Grande número de sábios e de doutores no século XVI. Erasmo. Seu talento e seus escritos. O cardeal Barônio. Seus escritos.
  • 6. O cardeal Bellarmino. Seus escritos. O cardeal Du Perron. Seus escritos. O Papa Gregório XIII. Reforma do calendário. O Papa Sixto V. Os doutores Suarez, Vasquez e Molina. A congregação De auxiliis. Décimo Sétimo Século .............................................178 Contendas entre os gomaristas e arminianos. Sínodo de Dordrecht. Guerra de trinta anos, em Alemanha. Tratado de Vestfália. Vãs tentativas dos protestantes para se aliarem com os cismáticos gregos. Episcopais e puritanos em Inglaterra. Cromwel, regicida e protetor, em Inglaterra. Reinados de Carlos II e de Jaime II, reis de Inglaterra. Expulsão dos Stuarts. Seita dos quakeres em Inglaterra. Luiz XIII reprime os huguenotes em França. Cerco e tomada da Rochella. A tomada da Rochella nda as guerras de religião em França. Política geral dos príncipes da Europa, depois do tratado de Vestfália. Revogação do edito de Nantes. Exposição da fé católica, por Bossuet. História das Variações das igrejas protestantes, por Bossuet. Negociação entre Bossuet e Leibnitz para a reunião dos reformados à Igreja católica. Jansênio. Suas cinco proposições. Condenação da doutrina herética de Jansênio. Quietismo repugnante de Molinos. Quietismo da senhora Guyon e de Fenelón. Controvérsia entre Bossuet e Fenelón sobre o quietismo. Prudência de Roma na questão do quietismo. Condenação e submissão edi cante de Fenelón. Questão da regalia. Assembleia de 1682 e seus quatro artigos. A declaração de 1682 reprovada geralmente. Fra-Paulo. Seus escritos. Vanini. Seus erros. Hobbes. Sons escritos. Spinosa. Seus escritos. Bayle. Seus escritos. Edmundo Richer. Seus erros. Marco Antonio de Dominis. Seus erros. Galileu. Seu pleito com a inquisição. A Igreja e o sistema astronômico de Galileu. Sã apreciação da questão de Galileu. Teólogos chamados relaxados. Mariano. Seus escritos. Os teólogos chamados relaxados, comparados com os seus detratores. Os jesuítas expulsos de Veneza. Os jesuítas expulsos da Transilvânia. Conspiração da pólvora em Inglaterra. Calúnias contra os jesuítas a respeito desta conspiração. Questão dos ritos chineses. Questão dos ritos malabares. Fundação da ordem da Visitação. Instituto das Anunciadas celestes. Congregação de Nossa Senhora do Calvário. Instituto das Filhas da caridade. Instituto de Nossa Senhora do Refúgio. Congregação de S. Sulpício. Congregação do Oratório. Os lazaristas ou padres missionários. Os eudistas. Reforma da Trapa. Congregação de S. Mauro. S. Vicente de Paulo. S. Francisco Regis. O B. Claver, jesuíta. Grande número de sábios no século XVII. Missões do Japão. Multidão de santos e de mártires. Missões da China. Missões do Maduré. Zelo admirável dos missionários jesuítas. Missões do Brasil. Missões do Canadá. Missões do Paraguai. Maravilhosa civilização cristã no Paraguai. Missões na Síria, na Pérsia, na Armênia, etc. Utilidade, beleza e grandeza da obra das missões católicas. Proteção concedida à Igreja pelos reis de França durante o século XVII. Décimo Oitavo Século .............................................217 Caráter do século XVIII. Fanatismo, excessos e guerras dos protestantes camisardos. Ridículas profecias e fanatismo do ministro Jurieu, do calvinista Serre, etc. Progressos do protestantismo em França desde a morte de Luiz XIV até ao reinado de Luiz XVI. Legislação tirânica em Inglaterra contra os católicos. Opressão da Irlanda católica. Perturbações na Irlanda. Decisão dos teólogos de Helmstad, a favor da Igreja Católica. Livro jansenista, intitulado Caso de consciência. Livro das Re exões morais, de Quesnel. Célebre bula Unigenitus. Oposição absurda dos jansenistas à bula Unigenitus. Igreja jansenista e cismática em Utrecht. Ricci, bispo de Pistoia. Seu sínodo e suas doutrinas errôneas. Condenação do sínodo de Pistoia. Bula Auctorem dei. Espírito e tendências dos parlamentos de França. Decretos do parlamento de Paris a favor dos jansenistas e contra a bula Unigenitus, etc. Apreciação do
  • 7. parlamento por algumas graves autoridades. Estragos da irreligião em Inglaterra. Multidão de lósofos deístas em Inglaterra. Multidão de lósofos incrédulos em França. Voltaire. Jean-Jacques Rousseau. Furor de Voltaire contra a religião cristã. Multidão de livros ímpios e imorais, compostos pelos lósofos. Brutal aviltamento do homem pelas doutrinas losó cas. Grande número de obras contra a religião, compostas por Voltaire. Enciclopédia. Resumo das doutrinas losó cas em religião e em política. Caráter distintivo da impiedade de Voltaire e de Rousseau. A maçonaria. Iniciação e principal m da maçonaria. O iluminismo. Regência do duque de Orleans em França. Reinado de Luiz XV. Ministério do marquês de Pombal, em Portugal. Ministério do conde de Aranda, em Espanha. Espírito de oposição à Santa Sé na república de Veneza. Ministério de Tanucci, em Nápoles.. Doutrinas errôneas de Febronius. Doutrinas errôneas do sínodo de Ems e do doutor Eybel. Desgraças e opressão da Polônia católica. Catarina II, imperatriz da Rússia e lósofa. José II, imperador de Alemanha, opõe-se à religião católica nos seus estados. Frederico XI, rei da Prússia, lósofo. Conspiração dos lósofos contra os jesuítas. Os jesuítas expulsos de Portugal. Suplício do P. Malagrida. Inocência do P. Malagrida e dos outros jesuítas. Os jesuítas expulsos de Espanha. Trama abominável urdida contra os jesuítas de Espanha. Os jesuítas expulsos de Nápoles, de Roma e de Malta. Pleito do P. Vallete. Instâncias das cortes da Europa para com o sumo pontí ce a m de obter a supressão dos jesuítas. Supressão dos jesuítas pelo Papa Clemente XIV. Alegria dos inimigos da Igreja por ocasião da supressão dos jesuítas. Morte do Papa Clemente XIV. Calúnias contra os jesuítas por ocasião da morte do Papa Clemente XIV. Virtudes e raras qualidades dos sumos pontí ces durante o século XVIII. Clemente XI. Inocêncio XIII. Bento XIII. Clemente XII. Bento XIV. Seus escritos. Supressão do patriarcado de Aquileia. Concordata com a Espanha. Clemente XIII. Clemente XIV, julgado por S. Ligório. Começos de Pio VI. Zelo e esforços dos bispos franceses contra a impiedade no século XVIII. Belzunce, bispo de Marselha. S. Ligório. Seus escritos. Canonização de vários santos. Luiza de França, carmelita. O venerável Bento José Labre. A devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Sábios célebres no século XVIII. Missões estrangeiras. Estado da Igreja e da sociedade no m do século XVIII. Sétima Época 263 Causa principal da revolução francesa. Causa secundária da revolução francesa. Convocação dos estados gerais. Assembleia nacional ou constituinte. Espoliação feita à Igreja. Venda de seus bens, dos hospitais, etc. Constituição civil do clero. Supressão das ordens religiosas. Conduta admirável dos monges e do clero de França. Formação da Igreja constitucional. Sua condenação. Assembleia legislativa. Seu espírito. Leis a favor do divórcio e contra a religião. Matança dos sacerdotes, etc. Deposição e prisão de Luiz XVI. Começo da guerra estrangeira. Disposições pouco benévolas dos príncipes coligados. A convenção. Abolição da realeza e princípio da república. Condenação de Luis XVI. Sua morte. Fatal importância da condenação de Luiz XVI. Triste sorte da família de Luiz XVI. Deportação dos sacerdotes. Generosa hospitalidade concedida aos eclesiásticos franceses emigrados. Bela conduta do clero francês no exílio. Decreto para a abolição do cristianismo. Festa da deusa Razão. Calendário republicano. Devastação das igrejas e dos monumentos antigos. Guerra da convenção contra a cidade de Lião. Guerra da convenção contra a cidade de Toulon. Guerra da Vendeia. Heroísmo e virtudes dos vendeanos. Crueldade da convenção e de Carrier. A política desleal dos príncipes estrangeiros prejudica os vendeanos. Vitórias de Jemmapes, de Fleurus, etc. Guerra entre o partido da Gironda e da Montanha. Triunfo do partido da Montanha. Suplício de vários girondinos. Ditadura de Robespierre. Reinado do terror. Suplício de vários membros da Montanha. Morte de Robespierre. Fim da convenção e princípio do diretório. Começos de Bonaparte.
  • 8. Vitórias de Itália. Guerra do diretório contra o Papa. Expedição de Bonaparte no Egito. Regresso de Bonaparte à França. Decadência do diretório. Perseguição contra a religião católica e deportação dos sacerdotes. Sedição em Roma contra o Papa. Morte do general Duphot. Pio VI preso e levado à força de Roma para Valença, no Del nado. Sua morte. Conclave de Venera. Eleição providencial de Pio VII. Fim do diretório. Princípio do consulado. Vida divina e eterna da Igreja, reconhecida pelo protestante Macauley. Décimo Nono Século ..............................................284 Estado da sociedade no princípio de século XIX. Vitórias de Marengo, etc. Paz de Luneville e de Amiens. Organização dos departamentos. Triste estado do interior da França. Bonaparte repele o protestantismo, etc. Concordata entre o Papa Pio VII e o primeiro cônsul. Artigos orgânicos acrescentados à concordata. Reclamações e protestos do Papa contra os artigos orgânicos. Bula Ecclesia Dei. Bula Qui Christi Domini. Reclamações de vários bispos a respeito da concordata de 1801. Invectivas de alguns sacerdotes contra a concordata de 1801. Cisma dos anticoncordatários ou igrejinha. Restabelecimento solene do culto católico em França. O cardeal Caprara, legado da Santa Sé, em França. Grande número de festas suprimidas ou transferidas para o domingo. Usurpações e exigências desarrazoadas da autoridade civil. Assassinato do duque de Enghien. Bonaparte, imperador. Sagração do imperador Bonaparte pelo Papa Pio VII. Apreciação desta cerimônia. Guerra contra a Áustria, a Prússia e a Rússia. Vitórias de Austerlitz, de Iena, etc. Guerra contra Portugal. Guerra contra a Espanha. Bonaparte dá tronos aos diversos membros de sua família. Guerra de Bonaparte contra o Papa. Bonaparte apodera-se dos estados do Papa. O Papa protesta contra a usurpação. É tirado de Roma à força. Viagem de Pio VII, de Roma a Savona. Sua prisão nesta última cidade. Nova guerra de Bonaparte contra a Áustria. Vitórias de Wagram, etc. Divórcio de Bonaparte. Seu casamento com a arquiduquesa Maria Luiza. Luta de Pio VII contra Bonaparte. Bonaparte nomeia uma comissão para descobrir o meio de escusar o Papa. Resposta da comissão, e sua fraqueza. Vários bispos franceses escrevem ao Papa para o induzir a ceder a Bonaparte. Breve de Pio VII ao cardeal Maury. Novas usurpações de Bonaparte. Rigor e ultrajes para com Pio VII, em Savona. Bonaparte reúne uma nova comissão para promover o meio de escusar o Papa. Fraqueza e respostas errôneas da segunda comissão. Primeira deputação de bispos a Savona. Concílio de Paris. Segunda deputação a Savona. Breve Ex quo. Resultado e nulidade do concílio de Paris. Transferência do Papa para Fontainebleau. Entrevista de Pio VII e de Bonaparte em Fontainebleau. Projeto de uma nova concordata arrancada ao Papa. O projeto da nova concordata é anulado. Derrota de Moscou. Decadência de Bonaparte. Invasão dos aliados em França. Livramento e regresso de Pio VII a Itália. Luta de Bonaparte contra os aliados. Seu exílio na ilha de Elba. Reinado dos cem dias. Queda de nitiva de Bonaparte. Bondade de Pio VII para com a família de Bonaparte. A Roma dos Papas foi sempre o refúgio dos grandes infortúnios. Congresso de Viena. Começos do rei Luiz XVIII. Carta constitucional. Leis contra o divórcio e a favor da religião. Restabelecimento das congregações de S. Sulpício, das missões de França e estrangeiras, dos jesuítas, etc. Concordata entre o Papa Pio VII e Luiz XVIII. Restabelecimento da Companhia de Jesus. Os padres da Fé. Fundação da congregação do Sagrado Coração. Estado geral das missões estrangeiras. Obra da Propagação da fé. Obra da Santa Infância. Reação do liberalismo e da impiedade em França. Furor do liberalismo contra os jesuítas em particular. Decretos de 1828 contra os jesuítas e os seminários. Triste posição do governo francês. Nova revolução em França. Luiz Filipe, rei dos franceses. Desordens cometidas em 1830. Ataques contra a religião. Zelo e atividade das ordens religiosas, antigas ou novas, em França. Novas congregações de irmãos em França. Grande número de religiosas em França. Seu estado. Montalembert celebra a admirável força
  • 9. e fecundidade da Igreja. Virtudes do episcopado francês. Igreja de Argélia. O monopólio universitário na instrução pública em França, depois de 1830. Tristes resultados do monopólio universitário relativamente à religião. Estado da religião anglicana. Progressos do catolicismo em Inglaterra. Suas causas. O catolicismo defendido por vários escritores ingleses. Movimento puseísta em Inglaterra. Restabelecimento da hierarquia católica. Triste estado da Irlanda. O’Connell. Igreja presbiteriana em Escócia. Estado da religião em Espanha. Estado da religião em Portugal. Estado da Igreja russa. Despotismo e usurpações do czar. Guerra da Crimeia contra a Rússia. Estátua de Nossa Senhora de França. Estado da religião e questão dos casamentos mistos na Prússia. Origem da Igreja Evangélica, na Prússia. Nulidade do seu Credo. Cisma do apóstata Ronge, etc. Estado do protestantismo em Holanda. Estado da religião na Bélgica. Estado da religião na Áustria. Concordata entre a Áustria e a Santa Sé. Leis chamadas confessionais, na Áustria. Estado da religião na Baviera. Estado da religião na Suíça. Estado da religião no Piemonte. Tentativas do Piemonte contra a Itália e o Papa. Tentativas do Piemonte contra o reino de Nápoles. Crueldades, mentiras, impiedades na invasão do reino de Nápoles. As infâmias piemontesas julgadas pelos ingleses e por Proudhon. Destino especial e providencial de Roma. Seus direitos de permanecer o que ela é. Astúcia, hipocrisia, impiedade nos planos da revolução contra Roma. Estado da Igreja nos ducados de Bade e de Nassau. Estado do protestantismo em Alemanha. Racionalismo alemão. Sistema de Kant. Sistema de Fichte. Sistema de Schelling. Sistema de Hegel. Humilhante esterilidade e nulidade da loso a alemã. O panteísmo. Sua origem. Natureza e absurdos do panteísmo. O panteísmo não é senão um ateísmo disfarçado. O hermesianismo. Condenação do hermesianismo. Perseguição contra o arcebispo de Colônia, por causa do hermesianismo. Sistema de Strauss contra a vida de Jesus Cristo. Absurdo do sistema de Strauss. Racionalismo francês. Sistemas materialistas. Escola escocesa. Escola doutrinária. Escola eclética. Escola sincrética. Excelência do Catecismo, em comparação de todos os sistemas losó cos. Escola e teoria do progresso. Seita e doutrinas dos sansimonianos. Divisão e últimos excessos dos sansimonianos. Pedro Leroux. Seus escritos e suas doutrinas. Teoria falansteriana de Fourier. Doutrinas losó cas de Fourier. Sistema losó co de Lamennais. Doutrinas políticas de Lamennais. Condenação das doutrinas de Lamennais. Revolta de Lamennais contra a Igreja. Belo procedimento dos discípulos de Lamennais. Últimos escritos de Lamennais. Sua morte. Michel Vintras. Sua seita e suas ideias. Gioberti e o semirracionalismo italiano. Nova forma dos precedentes erros no naturalismo contemporâneo. Absurdo e impiedade do naturalismo. Humilhante fraqueza de todos os sistemas losó cos. A sociedade ameaçada pelo socialismo e comunismo. Natureza e mira do socialismo e do comunismo. Proudhon. Suas doutrinas. Ele tira as últimas consequências das doutrinas racionalistas. Poder do socialismo e do comunismo em uma sociedade materialista. Fraqueza da autoridade e poder da anarquia em uma sociedade materialista. Cegueira da sociedade a respeito das más doutrinas, sobretudo desde 1830. Elevação de Pio IX ao trono pontifício. Alegria universal. Revolução de 1848. A república em França. Anarquia em Itália. Pio IX em Gaeta. Expedição francesa a Roma. Restabelecimento do império em França. Virtudes dos Papas durante o século XIX. Pio VII. Leão XII. Pio VIII. Gregório XVI. Testemunho de um inglês a respeito da boa administração de Gregório XVI. Pio IX. Pio IX de ne o dogma da Imaculada Conceição da Santíssima Virgem. Necessidade de uma condenação de todos os erros modernos. A de nição do dogma da Imaculada Conceição e a condenação implícita de todos os erros modernos. Exasperação da incredulidade por ocasião da de nição do dogma da Imaculada Conceição. Alegria e esperanças dos católicos com relação à Imaculada Conceição. A de nição do dogma da Imaculada Conceição con rmada pela Santíssima Virgem. A de nição da Imaculada Conceição não implica mudança no dogma. Instituições de caridade e de piedade em França. Conferências de S. Vicente de Paulo. Obra das escolas do Oriente. Mártires na China, em Tonkin e na Cochinchina. Guerra de Itália, funesta ao Papado.
  • 10. Política francesa, desleal e injusta para com o Papado. O clero francês em Roma, no dia do Pentecostes. Canonização dos mártires japoneses. Admirável oportunidade desta solenidade. Alocução do Papa aos bispos. Manifesto dos bispos ao sumo pontí ce no dia seguinte ao do Pentecostes. Importância da reunião dos bispos católicos em torno do Papa. Manifestações católicas. União dos povos com os bispos. Inefável cena entre o Papa e os bispos, no Vaticano, no dia seguinte ao do Pentecostes. Célebre bula Quanta cura, acompanhada de um Syllabus, contra os erros modernos. Confusão, so smas, erros sob o nome de progresso, liberalismo, civilização moderna. So smas e erros sobre a liberdade do pensamento e da imprensa. O que se deve pensar do pretendido princípio da não intervenção. Graves erros sobre o poder absoluto da razão do estado, da vontade popular, dos fatos consumados, etc. Oportunidade da bula Quanta cura. Heroica intrepidez de Pio IX. Erros cometidos pelos jornais na tradução e interpretação da bula. Furor e ultrajes da impiedade contra a bula e o Papa Pio IX. A bula Quanta cura não se opõe aos direitos legítimos do poder civil em geral. Exame da proposição que o Papa pode e deve transigir e reconciliar-se com o progresso, o liberalismo e a civilização moderna. Em que sentido o Papa condena a liberdade de falar, de pensar e da imprensa. A bula Quanta cura não envolve a ideia de restabelecer a inquisição. Jubileu proclamado pela bula Quanta cura. Espírito dos bons cristãos. Convocação e reunião dos bispos de todos os países católicos. Motivos e vantagens desta reunião. Grande multidão de bispos e de peregrinos católicos, em Roma. Procissão do Corpus Christi. Aniversário da coroação de Pio IX. Consistório solene. Anúncio de um concílio ecumênico. Décimo oitavo centenário do martírio de S. Pedro e de S. Paulo. Terrível conspiração dos revolucionários contra Roma e o Papa. Evidente cumplicidade do governo italiano com a revolução. Indigna comédia política. Programa e projetos iníquos e sacrílegos de Garibaldi e dos revolucionários. Caráter das tropas garibaldinas e revolucionárias. Horríveis atentados que se propunham cometer. Derrota dos revolucionários na batalha de Mentana. Decisão do parlamento francês em cinco de dezembro. Admirável delidade de Roma ao seu rei- pontí ce. Óbulo de S. Pedro. Bula Aeterni Patris. Anúncio de um concílio ecumênico. Abertura do concílio do Vaticano. Raiva do inferno. Excessos sacrílegos na sexta-feira santa em Paris. Anticoncílio em Nápoles, etc. Ataques dos inimigos da religião contra a infalibilidade do Papa. A de nição da infalibilidade nada tem de perigosa nem de inconveniente para os estados. A de nição de infalibilidade do Papa consolida o princípio de autoridade. De nição do dogma da infalibilidade do Papa. Condenação dos erros modernos. Constituição Dei lius. Guerra inesperada e terrível entre a França e a Alemanha. Diversão que opera em favor da de nição da infalibilidade do Papa. O dedo de Deus nos diversos acontecimentos da guerra franco-alemã. Queda do império francês. Humilhantes e terríveis desastres da França. República. Ditadura de Gambetta. Garibaldi, general francês. O rei de Itália aproveita-se dos desastres da França para se apoderar de Roma. Protesto dos bispos contra este atentado. Comunidade de sofrimentos e provações entre a França e a Igreja. Patriotismo dos católicos franceses. Atitude e conduta dos republicanos no meio das desordens da França. Tratado de Versalhes. Guerra civil. Degradação da França. Ambição, hipocrisia e barbaridade da Prússia. Corrupção e opróbrio de Paris, a rainha da civilização moderna. Horrorosa guerra civil em Paris. Martírio do arcebispo, etc. Incêndio pelo petróleo. Endurecimento. Thiers. Mac-Mahon. A república. Atitude da Europa atual para com a Igreja. Grande número de autores no século XIX.
  • 11. Padre Rivaux Quinta Época Renascença Cristã Desde a eleição de Inocêncio III, em 1198, até à pretendida Reforma, em 1517 Décimo Terceiro Século O movimento intelectual e religioso, que observamos Importância do século XIII. nos séculos XI e XII, desenvolveu-se extraordinariamen- te no século XIII. Nele se zeram cinco grandes cruzadas, celebraram-se três concílios ecumênicos, e aconteceram muitos outros fatos da maior importância. S. Domingos, S. Francisco de Assis e mais de quarenta ordens religiosas nele deram um sublime impulso à santidade e a todas as virtudes. O desenvolvimento da razão e da ciência foi tão admirável como o da fé. Apareceram numerosos sábios, a cuja frente brilham o doutor será co S. Boaventura e, sobretudo, o doutor angélico S. Tomás de Aquino. As artes produziram também prodígios; e os mais belos monumentos góticos, tão admirados hoje, datam do século XIII. Fiel à sua missão, a Igreja nele foi, como sempre, a alma de todo o bem que se operou. Excitou ou moderou, segundo as necessidades, a ati- vidade e a energia dos soberanos e dos povos. A santidade, as ciências e as artes foram o resultado exclusivo dos esforços, da dedicação e dos trabalhos dos seus lhos. -11-
  • 12. Juízo que forma Hurter O Papa Inocêncio III, cujo ponti cado abre esta época, a respeito de Inocêncio III. foi acusado pelos protestantes de ter usurpado o poder temporal dos reis, ter querido ser o único monarca na Eu- ropa, oprimindo as consciências, etc; mas ele acha-se hoje plenamente justi cado por Hurter. Para apreciar o ponti - Tratado de História Eclesiástica - Segundo volume cado de Inocêncio III, Frederico Hurter remontou às fontes primitivas, consultou os monumentos contemporâneos, estudou as volumosas correspondências que o sumo pon- tí ce tivera com quase todos os personagens importantes da época. O presidente do consistório de Schaffouse em- pregou vinte anos na sua obra, que pode resumir-se deste modo: Inocêncio III foi o que devia ser e fez o que devia fazer. “Desde os tempos antigos até aos nossos dias, diz este historiador imparcial, todos os homens capazes de avaliar a vida de um dos seus semelhantes, o m a que se propôs, os grandes problemas que soube resolver, a maneira como se elevou acima de uma época inteira, são concordes em reconhecer que nunca pontí ce algum ocupou a cadeira de S. Pedro que se distinguisse mais do que ele pelo saber, pela pureza dos costumes, pelo amor à justiça, pelos serviços prestados à Igreja e por heroicas ações.” Quarta cruzada. Um dos primeiros pensamentos de Inocêncio III, diz - Ano 1202. Hurter, foi o de destruir o poder dos sarracenos e de abrir aos éis um livre trânsito para se chegar a Jerusalém. Ele convidou, pois, o Ocidente para uma nova cruzada. Fulques, vigário de Neuilly, perto de Paris, célebre por seus milagres, foi encarregado de pregá-la. À sua voz a França levantou- se, pela quarta vez, cheia de fé, e os seus mais intrépidos e zelosos guerreiros dispuseram-se a partir sob o comando de Bonifácio II, conde de Montferrat. Os que não puderam tomar parte na cruzada forneceram dinheiro. O clero e as or- dens religiosas foram obrigados pelo Papa a contribuir para as despesas da cruzada. “Para evitar, diz Hurter, a acusação de que as quantias dadas serviriam para enriquecer o tesouro pontifício, e como se previsse a mania, que haveria, em ou- tras épocas, de denegrir tudo quanto os Papas zeram, Ino- cêncio III determinou que as esmolas e as contribuições de todos os países fossem despendidas, para as necessidades dos cruzados, por dois cavaleiros das duas ordens de Jerusalém e pelo bispo desta cidade1.” O exército cristão reuniu-se em Ve- 1 Hurter, t. I. -12-
  • 13. neza, no ano de 1202. A república quis fazer parte da cruzada e forneceu cinquenta galés, comandadas pelo doge, Henri- que Dandolo, tão grande capitão como político. Contudo, em vez de ser útil à guerra santa, a cooperação de Veneza par alisou-lhe o efeito, porque a ambiciosa república e o seu Padre Rivaux hábil doge, atendendo só aos seus interesses, zeram to- mar outro caminho as forças dos cruzados. Os venezianos queriam recuperar Zara, cidade de Dalmácia, de que o rei de Hungria se apoderara. Dandolo odiava a cidade de Cons- tantinopla, onde outrora estivera em risco de perder a vida, em consequência dos maus-tratos que aí recebera, e desejava que se atacasse esta cidade. Por outro lado, Aleixo, o Anjo, lho do imperador Isaac, destronado desde sete anos, queria que o exército o ajudasse a reconquistar a coroa de seus pais e prometia auxiliar depois a cruzada com todo o seu poder e fazer cessar o cisma da Igreja do Oriente. Apesar da proibição do Papa, diz Michaud, os cruzados resolveram-se a empreender as duas expedições, que se lhes propunha. Apoderaram-se de Zara e tomaram de assalto Constantinopla em 1203. Colocado de novo no trono de seus pais, Aleixo esqueceu todas as promessas que zera. Mas, tendo-lhe tirado o império e a vida um traidor, em quem depositara a sua con ança, os cruzados retomaram Constan- tinopla ao regicida em 1204 e, depois de terem saqueado a cidade e cometido atrocidades e infâmias, que os cobriram de vergonha e lhes atraíram as mais graves repreensões da parte do sumo pontí ce, elegeram imperador a Balduíno, conde de Flandres. Com o reinado de Balduíno começou o império dos latinos em Constantinopla, que absorveu todas as forças da quarta cruzada e durou cinquenta e oito anos sem gló- ria nem utilidade. “A conquista de Bizâncio, diz Michaud, não foi senão um obstáculo à conquista de Jerusalém, e as imprudentes façanhas dos cavaleiros lançaram as colônias cristãs no maior dos perigos1.” Já lhes não restavam na Palestina mais do que as duas Quinta cruzada. cidades de Ptolemaida e de Tiro, onde estavam em ter- - Desde ríveis angústias por serem constantemente expostos aos 1210 até 1219. maiores excessos por parte dos sarracenos. Em 1210, os barões da Palestina pediram com instância o socorro da 1 Hist. das Cruzadas, t. III. -13-
  • 14. Europa e, para tornarem as suas súplicas mais e cazes, mostraram o desejo de ter como rei um dos seus he- róis. Filipe Augusto, rei de França, designou-lhes João de Brienne, conde de Marcha. O novo rei chegou a Ptolemai- da à frente de trezentos cavaleiros e mais algumas tropas. Tratado de História Eclesiástica - Segundo volume Este socorro começou a deixar respirar os seus desditosos súditos. Mais tarde vieram juntar-se-lhes André, rei de Hungria, Leopoldo, duque de Áustria, Guilherme, conde de Holanda, e uma multidão imensa de cruzados, tanto da Alemanha como das outras partes do mundo. João de Brienne resolveu então levar a guerra ao Egito e apoderar- se de Damietta. Esta cidade foi tomada em 1219, depois de dezoito meses de assédio; mas a expedição não teve outro resultado. Uma parte dos cruzados voltou para a Euro- pa; os que caram, caíram na moleza e na inação; João de Brienne e um legado da Santa Sé, que lá estava, não puderam entender-se e separaram-se. Os muçulmanos, aproveitando-se de tantas culpas, atacaram e retomaram Damietta e reduziram os cristãos ao último apuro. Sexta cruzada. João de Brienne voltou à Europa para pedir novos so- - Ano 1228. corros. Ofereceu em casamento a Frederico II, imperador de Alemanha, a sua lha Yolanda, futura herdeira do reino de Jerusalém. Frederico aceitou e casou com esta princesa em 1223, prometendo com juramento trabalhar para o livramento dos Santos Lugares e consentindo, diz Michaud, em ser excomungado se faltasse às suas promessas. Era, segundo refere o mesmo autor, o quinto juramento, que fazia, de socorrer os éis do Oriente. A notícia desta aliança encheu de esperança e de alegria a Europa e a Ásia. O rei de Jerusalém, sobretudo, exultava de ter por genro e protetor um imperador. Mas a sua alegria não foi de longa duração; porque Frederico, depois do seu casamento, esqueceu os seus juramentos e despojou o seu sogro dos reditos e até do título de rei de Jerusalém. João de Brienne retirou-se indignado para Roma. O Papa Honório III, que o amava ternamente, morreu sem ter podido conseguir que lhe - zessem justiça1. No entanto, o Papa Gregório IX, vendo-se instado pelos cristãos da Palestina para que lhes obtivesse a proteção 1 Michaud, t. II. Berault, t. VI. Rohrbacher, t. XVII. Arte de veri car as datas. -14-
  • 15. do Ocidente, obrigou o imperador a manter o seu juramento de socorrê-los. Em 1227, Frederico ngiu que embarcara; depois, ale- gando uma doença simulada, tornou a entrar no porto de Otranto, e os outros cruzados voltaram para o seu país. Em castigo desta Padre Rivaux perfídia e de ter violado cinco vezes os seus juramentos, feitos com a cláusula de que consentia em ser excomungado se os não cum- prisse; de não ter fornecido as tropas e o dinheiro, que prometera aos éis do Oriente; de ter despojado o seu rei do seu título e dos seus reditos; de ter impedido o arcebispo de Tarente de ir à sua igreja visitar o seu rebanho; de ter privado os templários e os hospitaleiros dos bens, que possuíam no reino da Sicília; de não ter observado o tratado feito entre ele e alguns dalgos, que a Igreja a ançara, a seu pedido; de ter despojado dos seus bens o conde Rogério, cruzado e protegido pela Santa Sé; de ter recusado tirar seu lho da prisão, onde o retinha injustamente, etc., em punição de todos estes crimes, digo, o Papa Gregório IX excomungou o imperador Frederico, em 1227 e 12281. Irritado, este príncipe procurou e suscitou por toda parte inimigos ao Papado. Atraiu à Itália toda a sorte de facínoras, e até sarracenos; e depois de ter assim causado graves embaraços ao chefe da Igreja, partiu, no ano de 1228, para a Palestina com um pequeno exército, apesar do sumo pontí ce, que lhe fez proibir, por ser ele excomungado, de se meter na empresa da guerra santa. Vendo chegar Frederico carregado de anátemas e seguido apenas de um punhado de soldados, os cristãos do Oriente con aram pouco no seu apoio. Felizmente para ele, acabava de morrer Conradino, sultão da Síria, o mais perigoso inimigo dos cristãos; e Meledino, seu irmão, sultão do Egito, era pouco inclinado à guerra. Frederico mandou-lhe embaixadores com presentes e ofereceu-lhe a paz, se quisesse restituir-lhe o reino de Jerusalém. O sultão consentiu em entregar-lhe esta cidade, mas toda desmantelada e com outras con- dições tão duras e vergonhosas que os cristãos do país recusaram aceitá-las. Não obstante isto, o imperador dirigiu-se para a Palestina, fez a sua entrada em Jerusalém com as suas insígnias régias e voltou à Europa, estimado e amado dos turcos, mas deixando entre os éis do Oriente uma triste ideia da sinceridade de sua fé. Propondo a paz ao sultão Meledino, ele escrevera-lhe nestes termos: “Sou vosso irmão. A religião de Maomé, a meu ver, é tão respeitável como a de Cristo. Herdeiro do reino de Jerusalém, venho tomar os meus Estados e não quero de modo algum perturbar a posse dos vossos”. 1 Berault, t. VI, notas. Michaud, t. III. Labbe, t. XI. -15-