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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA
DEPARTAMENTO DE FÍSICA
CAMPUS UNIVERSITÁRIO MINISTRO PETRÔNIO PORTELA
CURSO: LICENCIATURA EM FÍSICA
DISCIPLINA: FUNDAMENTOS SOCIO FILOSOFICO DA EDUCAÇÃO
PROFª. ISA MARIA DOS SANTOS
O DEPERDICIO DE ÁGUA NA CIDADE DE BURITI DOS MONTES
Janaina Marinho de Loiola
José Juliardo Soares Monte
Luis Henrique Rodrigues da Silva
Maria Hortência Gualberto Vaz
TERESINA – PAIUI
MARÇO/2012
Resumo
Este trabalho tem como tema o desperdício da água em Buriti dos Montes
visualizado em quase todo o nosso Brasil. Como metodologia realizou-se pesquisa de
campo e pesquisa bibliográfica para melhor direcionar este trabalho. Muito se tem
falado no sentido de evitar grandes desperdícios relacionados ao consumo de água.
Acredita-se que só ações realizadas pelas escolas poderão diminuir um pouco esta
situação. O objetivo principal deste estudo foi trabalhar meios para sensibilizar o aluno
no interesse pela preservação da água e mostrar a eficácia que um consumo responsável
de água pode contribuir para a redução de determinados problemas ambientais. Os
resultados alcançados é a conscientização da mudança de hábito para redução do
consumo da água em nosso planeta.
Palavras-chaves: Água. Desperdício. Preservação.
Abstract
This work has the theme of the waste water in the Buriti dos Montes seen in
almost all our Brazil. The methodology was carried out field research and literature
search to better target this work. Much has been said to avoid wasteful use of water-
related. It is believed that only actions taken by schools may fall short this. The main
objective of this study was to sensitize the media to work in student interest in water
conservation and show how effective responsible water consumption can contribute to
the reduction of certain environmental problems.
Keywords: Water, Waste, City
1. Introdução
O presente artigo destaca o desperdício da água na cidade de Buriti dos
Montes, Piauí. Este é um problema que vem assolando a nossa cidade, considerando que
seus habitantes não tem nenhuma responsabilidade financeira com a água que
consomem. Segundo Dimenstein no Brasil, a fonte mais importante dos sombrios
indicadores sociais é a renda. Esse fator é também agravado por itens como saneamento
básico, moradia, dificuldade de acesso aos sistemas de saúde e educação.
Já pensou se um dia quebrarem todos os banheiros da sua casa? Sua família
não poderia usar privadas, torneiras e chuveiro. E tem mais: o conserto vai demorar um
mês. Da para imaginar como e viver sem agua e esgoto?
A questão norteadora deste estudo foi: que medidas devem ser adotadas no
sentido de reduzir o desperdício da água pelos moradores da cidade de Buriti dos
Montes, Piauí? Este questionamento nos levou a buscar meios para sensibilizar a
população desta cidade sobre a redução no consumo de água.
Como objetivo principal, procurou-se meios para sensibilizar o aluno
através de ações da escola sobre o interesse pela preservação da água cuidando assim do
meio ambiente.
Após pesquisas bibliográficas e de campo, constatou-se que os moradores
da cidade de Buriti dos Montes consomem a água de forma inadequada. Desta forma,
acredita-se que ações do governo local com a cobrança de pequenas taxas como
pagamento inibiria estas atitudes inadequadas dos moradores para com a água reduzindo
assim o seu desperdício.
2. Fundamentação Teórica
2.1.– A importância da água para o planeta
A água é de fundamental importância para a vida de todas as espécies.
Aproximadamente 80% de nosso organismo é composto por água. Boa parte dos
pesquisadores concorda que a ingestão de água tratada é um dos mais importantes
fatores para a conservação da saúde, ela é considerada o solvente universal, auxilia na
prevenção das doenças (cálculo renal, infecção de urina, etc.) e proteção do organismo
contra o envelhecimento.
Porém, está havendo um grande desperdício desse recurso natural, além de
seu uso ser destinado principalmente para as atividades econômicas. Atualmente, 69%
da água potável é destinada para a agricultura, 22% para as indústrias e apenas 9%
usado para o consumo humano.
A poluição hídrica é outro fator agravante, os rios são poluídos por esgotos
domésticos, efluentes industriais, resíduos hospitalares, agrotóxicos, entre outros
elementos que alteram as propriedades físico-químicas da água.
No livro Cidadão de Papel o saneamento básico é particularmente relevante.
Essa discussão tem também um lado ecológico. Uma pesquisa do IBGE, divulgada em
1993, mostrou que 92% do esgoto é jogado direto nos rios, sem nenhum tratamento,
transformando as aguas em focos de doenças. Quanto melhor o saneamento básico,
menor a proliferação de germes e bactérias, ingeridos com a agua e a comida.
(DIMENSTEIN).
Aproximadamente 70% da superfície terrestre encontra-se coberta por água.
O Brasil é um país privilegiado com relação à disponibilidade de água,
detém 53% do manancial de água doce disponível na América do Sul e possui o maior
rio do planeta (rio Amazonas). Os climas equatorial, tropical e subtropical que atuam
sobre o território, proporcionam elevados índices pluviométricos. No entanto, mesmo
com grande disponibilidade de recursos hídricos, o país sofre com a escassez de água
potável em alguns lugares. A água doce disponível em território brasileiro está
irregularmente distribuída: aproximadamente, 72% dos mananciais estão presentes na
região amazônica, restando 27% na região Centro-Sul e apenas 1% na região Nordeste
do país.
Conforme Branco (2000)
A vida depende da água e sem ela jamais existiria vida, e é o elemento
mais belo do cenário da terra que o homem faz pouco dela, pois polui,
desperdiça sem fazer algo para conservar. No entanto quão rico de
ensinamentos e de originalidade é esse elemento que nos cerca por
todos os lados e que utilizamos a cada momento de nossa vida: a água.
Vale apena adotar meios para diminuir tanto desperdício e poluições.
O autor nos alerta que se não for feito nada, cada vez mais estarão sofrendo
a escassez de água em nossas comunidades. Isso é bem afirmativo, pois uma melhor
qualidade de vida só é possível se transformarmos a consciência do homem e da
sociedade como todo, aderindo totalmente como disciplina escolar a educação
ambiental.
A água é um bem estar natural por representar um elemento da natureza
indispensável à vida de todos os seres, aquáticas ou terrestres. A água é de grande
importância porque é ela que mantém vivo o alimento da humanidade. Apesar disso,
poucos dão atenção à origem, às propriedades peculiares e a distribuição cíclica desse
interessante elemento da natureza. Talvez por ser tão abundante ela tornou-se tão banal
que sua presença, embora indispensável não nos chame a atenção.
Vernier (1994) em sua 9ª edição sobre meio Ambiente comenta que não
basta haver água, ela tem de ser encontrada no lugar certo na hora certa. Sim, é verdade
o que ele diz. Ás vezes tem-se água, mas não serve para ser consumida pelo homem ou
que só pode ser encontrada em lugares de difícil acesso para realizações de diversas
atividades, por isso é necessário que sejam adotados meios de preservação para evitar a
escassez.
2.2. A problemática da água no Brasil e no mundo
Pesquisas mostram que, em poucas décadas as reservas de água-doce do
planeta não serão suficientes para suprir as necessidades da raça humana caso os níveis
de consumo não sejam controlados desde já (INMETRO, 2007). A escassez deste
recurso essencial à vida acarretará em problemas de ordem política, econômica,
sanitária, podendo até originar conflitos similares aos causados pelo domínio do
petróleo (PARLAMENTO EUROPEU, 2007).
Inúmeras são as previsões relativas à escassez de água, em conseqüência da
desconsideração da sua esgotabilidade. A água é um dos recursos naturais fundamentais
para as diferentes atividades humanas e para a vida, de uma forma geral. Apesar de
muitos entenderem que o ciclo natural da água promove a sua recuperação, na prática
não é o que se observa, tendo em vista os inúmeros fatores que interferem neste ciclo
hidrológico. A falta de água traz como efeito a seca, que possui diversas faces
dependendo da ótica da observação. A mais comum é a seca climatológica, que
desencadeia o processo, seguida da seca das terras e a conseqüente seca social, com os
respectivos danos e mazelas causados.
A fim de evitar tais conseqüências, o consumo responsável encabeça a lista
de medidas a serem tomadas, por se tratar de uma atitude factível a todas as pessoas.
As questões levantadas acima se agravam quando vemos que a própria
Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que dentro de algumas décadas, a água
doce será o recurso natural mais escasso e disputado pela maioria dos países. Em
condições de uso fácil, não haveria mais que 0,01% do total de água do planeta.
A preocupação com a água, com a poluição e com os impactos sociais, o
surgimento dos movimentos preservacionistas e os avanços da ciência são
acontecimentos que foram se somando ao longo da história, pressionando mudanças,
definindo ideários e determinando um novo paradigma que incorporasse as questões
ambientais, expressas em uma política ambiental (SANTOS, 2004).
Segundo Pielou (FRESHWATER, 1998)
“A água é muito mais do que um recurso natural. Ela é uma parte
integral do nosso planeta. Está presente há bilhões de anos e é parte da
dinâmica funcional da natureza”. Mas a água tem uma finitude, é algo
a ser preservado, o volume de água doce na superfície da Terra é fixo
e na medida em que a população cresce as aspirações das
comunidades aumentam a disponibilidade de água se torna escassa.
Algumas medidas já foram tomadas por políticas ambientais e de
sustentabilidade, mas que não passam de gotas em nosso oceano
poluído de água doce (CLARKE e KING, 2005).
O Brasil detém 13% das reservas de água doce do Planeta, que são de
apenas 3%. Esta visão de abundância, aliada à grande dimensão continental do País,
favoreceu o desenvolvimento de uma consciência de inesgotabilidade, isto é, um
consumo distante dos princípios de sustentabilidade e sem preocupação com a escassez.
A elevada taxa de desperdício de água no Brasil, 70%, comprova essa despreocupação.
A oferta gratuita de recursos naturais pela natureza e a crença de sua capacidade
ilimitada de recuperação frente às ações exploratórias, contribuiu para essa postura
descomprometida com a proteção e o equilíbrio ecológico.
Gonçalves (2007) nos diz que a avaliação de parâmetros que indiquem o
comprometimento de organizações, sua comunidade, com a gestão ambiental e
responsabilidade social deve ser incluída nos sistemas de qualidade, através da
implantação evolutiva de programas de conservação de água. Esses programas, além de
possibilitar a gestão e recursos para uso adequado da água, contribuem para a
diminuição do impacto ambiental, para o desenvolvimento sustentável e para a melhoria
da qualidade de vida das cidades.
O diretor geral da UNESCO, Kiochiro Matsuura, foi categórico a este
respeito:
"De todas as crises às que nos enfrentamos os seres humanos, a dos
recursos hídricos é a que mais afeta a nossa sobrevivência e a do
planeta. Nos próximos vinte anos o abastecimento de água diminuirá
um terço no mundo". A crise da água é parte essencial da crise
ambiental, econômica e social a que nos conduz o modelo de
desenvolvimento que se impôs à humanidade com a globalização
neoliberal.
A relação do homem com o meio ambiente, baseada no indesejável tripé do
descomprometimento, inesgotabilidade e irresponsabilidade, poderá consumar as
previsões mais catastróficas quanto à escassez dos recursos naturais, sobretudo da água,
inviabilizando dentro de poucos anos, a vida na Terra. Portanto, é fundamental a
substituição por uma visão fundamentada nos princípios da sustentabilidade,
racionalização e responsabilidade, dentro da qual, somos parte integrante do meio
ambiente e, responsáveis pela proteção e pela elevação da qualidade de vida no Planeta.
3. Metodologia
Buriti dos Montes, cidade situada na região Norte do estado do Piauí,
extremando com o Ceará tem uma população de aproximadamente 7.974 habitantes e
uma área de 2.652 km2
.
Este estudo tem como tema central o Desperdício de água pelos habitantes
de Buriti dos Montes. A água é distribuída para os moradores pela prefeitura de forma
gratuita o que contribui para seu desperdício. A partir desta pesquisa contatou-se que o
desperdício é muito maior do que o que se pensava. Pensando nisso, sugere-se ao
governante local que procure inibir essa atitude colocando pequenas taxas como
pagamento, visando uma redução no desperdício da água.
Foram elaboradas pesquisas bibliográficas e de campo. A pesquisa foi
realizada com 50 alunos de 9º ano do Ensino Fundamental na Unidade Escolar
Professora Isaura Soares Monte que é uma escola mantida pelo Município. Aplicou-se
na pesquisa um questionário contendo 10 perguntas aos alunos, de modo que suas
respostas definissem seus hábitos diários no que se refere ao consumo e desperdício de
água.
Após a pesquisa fez-se a tabulação de dados a fim de se obter uma
amostragem do desperdício de água na cidade de Buriti dos Montes. Optou-se por fazer
a pesquisa na escola devida este representar as especificidades dos hábitos de suas
famílias acreditando-se também que o desperdício seja uma questão cultural que deve
ser quebrada por meio de uma sensibilização.
4. Análise dos resultados
4.1. – Caracterização do município de Buriti dos Montes
O município está localizado na microrregião Campo Maior, compreendendo
uma área de 2.652 km2, tendo como limites ao norte os municípios de Pedro II e Milton
Brandão, ao sul São Miguel do Tapuio e Castelo do Piauí, A sede municipal tem as
coordenadas geográficas de 05 o18’43” de latitude sul e 41 o05’52” de longitude oeste e
dista cerca de 250 km de Teresina.
Os dados socioeconômicos relativos ao município foram obtidos a partir de
pesquisa nos sites doIBGE (www.ibge.gov.br) e do Governo do Estado do Piauí
(www.pi.gov.br).
O município foi criado pela Lei nº 4.477 de 29/04/1992. A população total,
segundo o Censo 2000 do IBGE, é de 7.974 habitantes e uma densidade demográfica de
3,18 hab/km 2, onde 74,6% das pessoas estão na zona rural.
Os principais cursos d’água que drenam o município são: os rios Poti, Piau,
Capivara e do Cais, além dos riachos Cana-Brava, Olho D’água, Seco, Salina,
Cangalha, Esquisito e Saco e segundo Diagnóstico do Município de Buriti dos Montes
feito já no governo Dilma Roussef existem 615 fontes de águas sendo alguns
provenientes de fontes naturais e outros de poços naturais. Destes, 10 poços tubulares
encontram-se na sede do município de Buriti dos Monte e todos estão em operação
abastecendo todos os dias os moradores da cidade. Um dado muito importante neste
aspecto é que os moradores não pagam pelo serviço de abastecimento de água.
Tendo em vista esta observação e também o grande desperdício de água em
Buriti dos Montes, realizou-se uma pesquisa com Alunos de uma Escola pública
Municipal localizada na sede do município denominada Unidade Escola Professora
Isaura Soares Monte com alunos 50 alunos de 9º ano do ensino Fundamental onde
aplicou-se um questionário com 10 perguntas sobre o tema em questão.
Em relação à primeira pergunta que questionava sobre banhos demorados
46% disseram não ter banhos demorados e 54% disseram que sim. Na segunda pergunta
o questionamento era eles deixavam a torneira aberta enquanto escovavam os dentes.
77% dos alunos disseram que não e 23% disseram que sim. A terceira pergunta era se
enquanto se ensaboavam eles deixavam o chuveiro ligado e como resultado teve-se que
46% disseram que não deixavam e 54% responderam que sim. A 4ª pergunta indagava
se quando lavavam louças ou outros objetos se deixavam a torneira ligada o tempo todo:
77% disseram que não e 23% disseram que sim. A 5ª pergunta indagava se eles davam
descarga todas as vezes que usavam o banheiro: 38% disseram que não e 62% disseram
que sim. A 6ª pergunta questionava se eles podiam desperdiçar água só porque é de
gratuita no município: 100% responderam ter consciência que não se deve desperdiçar
água. Na 7ª perguntava se era possível reaproveitar a água da chuva: 8% responderam
que não e 92% que sim. Na 8ª os alunos deviam responder se nas suas casa havia o
reaproveitamento de água para aguar plantas e lavar calçadas: 41% respondeu que não e
59% respondeu que sim. Na 9ª pergunta os alunos deviam responder se eles tinham
consciência que a água é um recurso finito e que em vários países ela já é escassa: 77%
responderam que não e 23% respondeu que sim. E por último, a 10 pergunta pedia que
eles falassem se nas suas residências haviam torneiras e chuveiros pingando: 77%
responderam que sim e 23% responderam que não.
Os dados acima demonstram que o quadro de desperdício de água no
município é intenso, que muitos dos alunos tem consciência da problemática que
envolve a água em todo o mundo mas as boas ações locais na minimização do problema
eles não praticam e pode-se concluir que se eles não praticam é porque as práticas
diárias de suas residências em suas famílias não são adequadas.
5. Considerações Finais
O estudo foi focado em estudantes, por eles representarem uma pequena
parcela da população que se pode chamar de “pessoas esclarecidas”. Com este estudo
simplório podem-se tirar algumas conclusões importantes, e um tanto quanto agravantes
frente ao cenário mundial de reserva de água potável no futuro. A primeira delas é que
mesmo pessoas ditas esclarecidas quanto ao assunto contribuem em muito para o mau
uso da água.
O segundo ponto analisado mostrou que simples mudanças de hábitos em
nosso cotidiano podem efetivamente representar o início do uso sustentável de um
recurso tão importante como a água. Uma redução do consumo da água considerada
como desperdício representa litros e litros que continuarão pertencentes às reservas de
água doce da Terra. É dever de todos tornar o consumo responsável parte de nossas
vidas.
Este trabalho visou mostrar que a água se encontra ameaçada pela ação
humana e por alterações climáticas provocadas também pelo homem ao longo das
gerações. Essas considerações são de grande relevância para despertar as pessoas a
desenvolver técnicas que estejam ao seu alcance para conservação da água no planeta.
A pesquisa feita mostra que 77% dos alunos tem consciência que a água é
um recurso finito, mas em situações cotidianas desperdiçam sem se dar conta. Enquanto
escova os dentes 77% não deixam torneira ligada, mas em compensação 77% deixam o
chuveiro ligado enquanto se ensaboam. 92% dos alunos sabem que é possível aproveitar
a água da chuva , mas quando se pergunta se nas suas casas aproveitam só 31%
respondem que sim.
Observou-se também que 100% dos alunos tem sabem que não podem
desperdiçar só porque a água é gratuita em Buriti dos Montes , mesmo assim
desperdiçam sem perceber.
A pesquisa mostra que eles tem consciência dos estragos que realizam, mas
utilizam nosso líquido precioso de forma inadequada.
Acredita-se que se cada um fizer a sua parte, quer nas residências, nas
escolas, na agricultura, pecuária, comércio e outros serviços todo o planeta poderá
respirar aliviado por alguns anos a mais.
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informações e
documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002.
AGUIAR, Robério Bôto de A282 Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água
subterrânea, estado do Piauí: diagnóstico do município de Buriti dos Montes
Organização do texto [por] Robério Bôto de Aguiar [e] José Roberto de Carvalho
Gomes . ¾ Fortaleza: CPRM - Serviço Geológico do Brasil, 2004.
BRANCO, Samuel Murgiel. Água: origem, uso e preservação – 2ª edição, São Paulo:
Moderna, 2003.
CLARKE, Robin; KING, Jannet. O atlas da água. São Paulo: Publifolha, 2005.
DIMENSTEIN, G. O. – Cidadão de Papel.
GONÇALVES, O. Gestão da água nas organizações: um exemplo de metodologia.
Hydro, p. 66-69, março de 2007.
INMETRO. Meio Ambiente e Consumo -Coleção Educação para o
ConsumoResponsável.
Disponívelem:<http://www.inmetro.gov.br/infotec/publicacoes/cartilhas/ColEducativa/
meioambiente.pdf>Acesso em: 28 julho 2011.
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE. Manual protótipo de educação
em administração hospitalar. Washington, D.C., 1997. p. 308
PARLAMENTO EUROPEU. Escassez de águana origem de problemas sociais,
econômicos políticos.
Disponívelem:<http://www.europarl.europa.eu/news/public/story_page/064-4911-100-
04-15-911 20070329STO04903-2007-10-04-2007/default_pt.htm>. Acesso em: 28
julho 2011.
SANTOS, Roseli. Planejamento ambiental: teoria e prática. São Paulo: Oficina de
Textos, 2004.

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Trabalho isa janaina e kaka alterado apresentar

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CENTRO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA DEPARTAMENTO DE FÍSICA CAMPUS UNIVERSITÁRIO MINISTRO PETRÔNIO PORTELA CURSO: LICENCIATURA EM FÍSICA DISCIPLINA: FUNDAMENTOS SOCIO FILOSOFICO DA EDUCAÇÃO PROFª. ISA MARIA DOS SANTOS O DEPERDICIO DE ÁGUA NA CIDADE DE BURITI DOS MONTES Janaina Marinho de Loiola José Juliardo Soares Monte Luis Henrique Rodrigues da Silva Maria Hortência Gualberto Vaz TERESINA – PAIUI MARÇO/2012
  • 2. Resumo Este trabalho tem como tema o desperdício da água em Buriti dos Montes visualizado em quase todo o nosso Brasil. Como metodologia realizou-se pesquisa de campo e pesquisa bibliográfica para melhor direcionar este trabalho. Muito se tem falado no sentido de evitar grandes desperdícios relacionados ao consumo de água. Acredita-se que só ações realizadas pelas escolas poderão diminuir um pouco esta situação. O objetivo principal deste estudo foi trabalhar meios para sensibilizar o aluno no interesse pela preservação da água e mostrar a eficácia que um consumo responsável de água pode contribuir para a redução de determinados problemas ambientais. Os resultados alcançados é a conscientização da mudança de hábito para redução do consumo da água em nosso planeta. Palavras-chaves: Água. Desperdício. Preservação. Abstract This work has the theme of the waste water in the Buriti dos Montes seen in almost all our Brazil. The methodology was carried out field research and literature search to better target this work. Much has been said to avoid wasteful use of water- related. It is believed that only actions taken by schools may fall short this. The main objective of this study was to sensitize the media to work in student interest in water conservation and show how effective responsible water consumption can contribute to the reduction of certain environmental problems. Keywords: Water, Waste, City
  • 3. 1. Introdução O presente artigo destaca o desperdício da água na cidade de Buriti dos Montes, Piauí. Este é um problema que vem assolando a nossa cidade, considerando que seus habitantes não tem nenhuma responsabilidade financeira com a água que consomem. Segundo Dimenstein no Brasil, a fonte mais importante dos sombrios indicadores sociais é a renda. Esse fator é também agravado por itens como saneamento básico, moradia, dificuldade de acesso aos sistemas de saúde e educação. Já pensou se um dia quebrarem todos os banheiros da sua casa? Sua família não poderia usar privadas, torneiras e chuveiro. E tem mais: o conserto vai demorar um mês. Da para imaginar como e viver sem agua e esgoto? A questão norteadora deste estudo foi: que medidas devem ser adotadas no sentido de reduzir o desperdício da água pelos moradores da cidade de Buriti dos Montes, Piauí? Este questionamento nos levou a buscar meios para sensibilizar a população desta cidade sobre a redução no consumo de água. Como objetivo principal, procurou-se meios para sensibilizar o aluno através de ações da escola sobre o interesse pela preservação da água cuidando assim do meio ambiente. Após pesquisas bibliográficas e de campo, constatou-se que os moradores da cidade de Buriti dos Montes consomem a água de forma inadequada. Desta forma, acredita-se que ações do governo local com a cobrança de pequenas taxas como pagamento inibiria estas atitudes inadequadas dos moradores para com a água reduzindo assim o seu desperdício.
  • 4. 2. Fundamentação Teórica 2.1.– A importância da água para o planeta A água é de fundamental importância para a vida de todas as espécies. Aproximadamente 80% de nosso organismo é composto por água. Boa parte dos pesquisadores concorda que a ingestão de água tratada é um dos mais importantes fatores para a conservação da saúde, ela é considerada o solvente universal, auxilia na prevenção das doenças (cálculo renal, infecção de urina, etc.) e proteção do organismo contra o envelhecimento. Porém, está havendo um grande desperdício desse recurso natural, além de seu uso ser destinado principalmente para as atividades econômicas. Atualmente, 69% da água potável é destinada para a agricultura, 22% para as indústrias e apenas 9% usado para o consumo humano. A poluição hídrica é outro fator agravante, os rios são poluídos por esgotos domésticos, efluentes industriais, resíduos hospitalares, agrotóxicos, entre outros elementos que alteram as propriedades físico-químicas da água. No livro Cidadão de Papel o saneamento básico é particularmente relevante. Essa discussão tem também um lado ecológico. Uma pesquisa do IBGE, divulgada em 1993, mostrou que 92% do esgoto é jogado direto nos rios, sem nenhum tratamento, transformando as aguas em focos de doenças. Quanto melhor o saneamento básico, menor a proliferação de germes e bactérias, ingeridos com a agua e a comida. (DIMENSTEIN). Aproximadamente 70% da superfície terrestre encontra-se coberta por água. O Brasil é um país privilegiado com relação à disponibilidade de água, detém 53% do manancial de água doce disponível na América do Sul e possui o maior rio do planeta (rio Amazonas). Os climas equatorial, tropical e subtropical que atuam sobre o território, proporcionam elevados índices pluviométricos. No entanto, mesmo com grande disponibilidade de recursos hídricos, o país sofre com a escassez de água potável em alguns lugares. A água doce disponível em território brasileiro está irregularmente distribuída: aproximadamente, 72% dos mananciais estão presentes na região amazônica, restando 27% na região Centro-Sul e apenas 1% na região Nordeste do país. Conforme Branco (2000)
  • 5. A vida depende da água e sem ela jamais existiria vida, e é o elemento mais belo do cenário da terra que o homem faz pouco dela, pois polui, desperdiça sem fazer algo para conservar. No entanto quão rico de ensinamentos e de originalidade é esse elemento que nos cerca por todos os lados e que utilizamos a cada momento de nossa vida: a água. Vale apena adotar meios para diminuir tanto desperdício e poluições. O autor nos alerta que se não for feito nada, cada vez mais estarão sofrendo a escassez de água em nossas comunidades. Isso é bem afirmativo, pois uma melhor qualidade de vida só é possível se transformarmos a consciência do homem e da sociedade como todo, aderindo totalmente como disciplina escolar a educação ambiental. A água é um bem estar natural por representar um elemento da natureza indispensável à vida de todos os seres, aquáticas ou terrestres. A água é de grande importância porque é ela que mantém vivo o alimento da humanidade. Apesar disso, poucos dão atenção à origem, às propriedades peculiares e a distribuição cíclica desse interessante elemento da natureza. Talvez por ser tão abundante ela tornou-se tão banal que sua presença, embora indispensável não nos chame a atenção. Vernier (1994) em sua 9ª edição sobre meio Ambiente comenta que não basta haver água, ela tem de ser encontrada no lugar certo na hora certa. Sim, é verdade o que ele diz. Ás vezes tem-se água, mas não serve para ser consumida pelo homem ou que só pode ser encontrada em lugares de difícil acesso para realizações de diversas atividades, por isso é necessário que sejam adotados meios de preservação para evitar a escassez. 2.2. A problemática da água no Brasil e no mundo Pesquisas mostram que, em poucas décadas as reservas de água-doce do planeta não serão suficientes para suprir as necessidades da raça humana caso os níveis de consumo não sejam controlados desde já (INMETRO, 2007). A escassez deste recurso essencial à vida acarretará em problemas de ordem política, econômica, sanitária, podendo até originar conflitos similares aos causados pelo domínio do petróleo (PARLAMENTO EUROPEU, 2007). Inúmeras são as previsões relativas à escassez de água, em conseqüência da desconsideração da sua esgotabilidade. A água é um dos recursos naturais fundamentais
  • 6. para as diferentes atividades humanas e para a vida, de uma forma geral. Apesar de muitos entenderem que o ciclo natural da água promove a sua recuperação, na prática não é o que se observa, tendo em vista os inúmeros fatores que interferem neste ciclo hidrológico. A falta de água traz como efeito a seca, que possui diversas faces dependendo da ótica da observação. A mais comum é a seca climatológica, que desencadeia o processo, seguida da seca das terras e a conseqüente seca social, com os respectivos danos e mazelas causados. A fim de evitar tais conseqüências, o consumo responsável encabeça a lista de medidas a serem tomadas, por se tratar de uma atitude factível a todas as pessoas. As questões levantadas acima se agravam quando vemos que a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que dentro de algumas décadas, a água doce será o recurso natural mais escasso e disputado pela maioria dos países. Em condições de uso fácil, não haveria mais que 0,01% do total de água do planeta. A preocupação com a água, com a poluição e com os impactos sociais, o surgimento dos movimentos preservacionistas e os avanços da ciência são acontecimentos que foram se somando ao longo da história, pressionando mudanças, definindo ideários e determinando um novo paradigma que incorporasse as questões ambientais, expressas em uma política ambiental (SANTOS, 2004). Segundo Pielou (FRESHWATER, 1998) “A água é muito mais do que um recurso natural. Ela é uma parte integral do nosso planeta. Está presente há bilhões de anos e é parte da dinâmica funcional da natureza”. Mas a água tem uma finitude, é algo a ser preservado, o volume de água doce na superfície da Terra é fixo e na medida em que a população cresce as aspirações das comunidades aumentam a disponibilidade de água se torna escassa. Algumas medidas já foram tomadas por políticas ambientais e de sustentabilidade, mas que não passam de gotas em nosso oceano poluído de água doce (CLARKE e KING, 2005). O Brasil detém 13% das reservas de água doce do Planeta, que são de apenas 3%. Esta visão de abundância, aliada à grande dimensão continental do País, favoreceu o desenvolvimento de uma consciência de inesgotabilidade, isto é, um consumo distante dos princípios de sustentabilidade e sem preocupação com a escassez.
  • 7. A elevada taxa de desperdício de água no Brasil, 70%, comprova essa despreocupação. A oferta gratuita de recursos naturais pela natureza e a crença de sua capacidade ilimitada de recuperação frente às ações exploratórias, contribuiu para essa postura descomprometida com a proteção e o equilíbrio ecológico. Gonçalves (2007) nos diz que a avaliação de parâmetros que indiquem o comprometimento de organizações, sua comunidade, com a gestão ambiental e responsabilidade social deve ser incluída nos sistemas de qualidade, através da implantação evolutiva de programas de conservação de água. Esses programas, além de possibilitar a gestão e recursos para uso adequado da água, contribuem para a diminuição do impacto ambiental, para o desenvolvimento sustentável e para a melhoria da qualidade de vida das cidades. O diretor geral da UNESCO, Kiochiro Matsuura, foi categórico a este respeito: "De todas as crises às que nos enfrentamos os seres humanos, a dos recursos hídricos é a que mais afeta a nossa sobrevivência e a do planeta. Nos próximos vinte anos o abastecimento de água diminuirá um terço no mundo". A crise da água é parte essencial da crise ambiental, econômica e social a que nos conduz o modelo de desenvolvimento que se impôs à humanidade com a globalização neoliberal. A relação do homem com o meio ambiente, baseada no indesejável tripé do descomprometimento, inesgotabilidade e irresponsabilidade, poderá consumar as previsões mais catastróficas quanto à escassez dos recursos naturais, sobretudo da água, inviabilizando dentro de poucos anos, a vida na Terra. Portanto, é fundamental a substituição por uma visão fundamentada nos princípios da sustentabilidade, racionalização e responsabilidade, dentro da qual, somos parte integrante do meio ambiente e, responsáveis pela proteção e pela elevação da qualidade de vida no Planeta.
  • 8. 3. Metodologia Buriti dos Montes, cidade situada na região Norte do estado do Piauí, extremando com o Ceará tem uma população de aproximadamente 7.974 habitantes e uma área de 2.652 km2 . Este estudo tem como tema central o Desperdício de água pelos habitantes de Buriti dos Montes. A água é distribuída para os moradores pela prefeitura de forma gratuita o que contribui para seu desperdício. A partir desta pesquisa contatou-se que o desperdício é muito maior do que o que se pensava. Pensando nisso, sugere-se ao governante local que procure inibir essa atitude colocando pequenas taxas como pagamento, visando uma redução no desperdício da água. Foram elaboradas pesquisas bibliográficas e de campo. A pesquisa foi realizada com 50 alunos de 9º ano do Ensino Fundamental na Unidade Escolar Professora Isaura Soares Monte que é uma escola mantida pelo Município. Aplicou-se na pesquisa um questionário contendo 10 perguntas aos alunos, de modo que suas respostas definissem seus hábitos diários no que se refere ao consumo e desperdício de água. Após a pesquisa fez-se a tabulação de dados a fim de se obter uma amostragem do desperdício de água na cidade de Buriti dos Montes. Optou-se por fazer a pesquisa na escola devida este representar as especificidades dos hábitos de suas famílias acreditando-se também que o desperdício seja uma questão cultural que deve ser quebrada por meio de uma sensibilização.
  • 9. 4. Análise dos resultados 4.1. – Caracterização do município de Buriti dos Montes O município está localizado na microrregião Campo Maior, compreendendo uma área de 2.652 km2, tendo como limites ao norte os municípios de Pedro II e Milton Brandão, ao sul São Miguel do Tapuio e Castelo do Piauí, A sede municipal tem as coordenadas geográficas de 05 o18’43” de latitude sul e 41 o05’52” de longitude oeste e dista cerca de 250 km de Teresina. Os dados socioeconômicos relativos ao município foram obtidos a partir de pesquisa nos sites doIBGE (www.ibge.gov.br) e do Governo do Estado do Piauí (www.pi.gov.br). O município foi criado pela Lei nº 4.477 de 29/04/1992. A população total, segundo o Censo 2000 do IBGE, é de 7.974 habitantes e uma densidade demográfica de 3,18 hab/km 2, onde 74,6% das pessoas estão na zona rural. Os principais cursos d’água que drenam o município são: os rios Poti, Piau, Capivara e do Cais, além dos riachos Cana-Brava, Olho D’água, Seco, Salina, Cangalha, Esquisito e Saco e segundo Diagnóstico do Município de Buriti dos Montes feito já no governo Dilma Roussef existem 615 fontes de águas sendo alguns provenientes de fontes naturais e outros de poços naturais. Destes, 10 poços tubulares encontram-se na sede do município de Buriti dos Monte e todos estão em operação abastecendo todos os dias os moradores da cidade. Um dado muito importante neste aspecto é que os moradores não pagam pelo serviço de abastecimento de água. Tendo em vista esta observação e também o grande desperdício de água em Buriti dos Montes, realizou-se uma pesquisa com Alunos de uma Escola pública Municipal localizada na sede do município denominada Unidade Escola Professora Isaura Soares Monte com alunos 50 alunos de 9º ano do ensino Fundamental onde aplicou-se um questionário com 10 perguntas sobre o tema em questão. Em relação à primeira pergunta que questionava sobre banhos demorados 46% disseram não ter banhos demorados e 54% disseram que sim. Na segunda pergunta o questionamento era eles deixavam a torneira aberta enquanto escovavam os dentes. 77% dos alunos disseram que não e 23% disseram que sim. A terceira pergunta era se enquanto se ensaboavam eles deixavam o chuveiro ligado e como resultado teve-se que 46% disseram que não deixavam e 54% responderam que sim. A 4ª pergunta indagava se quando lavavam louças ou outros objetos se deixavam a torneira ligada o tempo todo:
  • 10. 77% disseram que não e 23% disseram que sim. A 5ª pergunta indagava se eles davam descarga todas as vezes que usavam o banheiro: 38% disseram que não e 62% disseram que sim. A 6ª pergunta questionava se eles podiam desperdiçar água só porque é de gratuita no município: 100% responderam ter consciência que não se deve desperdiçar água. Na 7ª perguntava se era possível reaproveitar a água da chuva: 8% responderam que não e 92% que sim. Na 8ª os alunos deviam responder se nas suas casa havia o reaproveitamento de água para aguar plantas e lavar calçadas: 41% respondeu que não e 59% respondeu que sim. Na 9ª pergunta os alunos deviam responder se eles tinham consciência que a água é um recurso finito e que em vários países ela já é escassa: 77% responderam que não e 23% respondeu que sim. E por último, a 10 pergunta pedia que eles falassem se nas suas residências haviam torneiras e chuveiros pingando: 77% responderam que sim e 23% responderam que não. Os dados acima demonstram que o quadro de desperdício de água no município é intenso, que muitos dos alunos tem consciência da problemática que envolve a água em todo o mundo mas as boas ações locais na minimização do problema eles não praticam e pode-se concluir que se eles não praticam é porque as práticas diárias de suas residências em suas famílias não são adequadas.
  • 11. 5. Considerações Finais O estudo foi focado em estudantes, por eles representarem uma pequena parcela da população que se pode chamar de “pessoas esclarecidas”. Com este estudo simplório podem-se tirar algumas conclusões importantes, e um tanto quanto agravantes frente ao cenário mundial de reserva de água potável no futuro. A primeira delas é que mesmo pessoas ditas esclarecidas quanto ao assunto contribuem em muito para o mau uso da água. O segundo ponto analisado mostrou que simples mudanças de hábitos em nosso cotidiano podem efetivamente representar o início do uso sustentável de um recurso tão importante como a água. Uma redução do consumo da água considerada como desperdício representa litros e litros que continuarão pertencentes às reservas de água doce da Terra. É dever de todos tornar o consumo responsável parte de nossas vidas. Este trabalho visou mostrar que a água se encontra ameaçada pela ação humana e por alterações climáticas provocadas também pelo homem ao longo das gerações. Essas considerações são de grande relevância para despertar as pessoas a desenvolver técnicas que estejam ao seu alcance para conservação da água no planeta. A pesquisa feita mostra que 77% dos alunos tem consciência que a água é um recurso finito, mas em situações cotidianas desperdiçam sem se dar conta. Enquanto escova os dentes 77% não deixam torneira ligada, mas em compensação 77% deixam o chuveiro ligado enquanto se ensaboam. 92% dos alunos sabem que é possível aproveitar a água da chuva , mas quando se pergunta se nas suas casas aproveitam só 31% respondem que sim. Observou-se também que 100% dos alunos tem sabem que não podem desperdiçar só porque a água é gratuita em Buriti dos Montes , mesmo assim desperdiçam sem perceber. A pesquisa mostra que eles tem consciência dos estragos que realizam, mas utilizam nosso líquido precioso de forma inadequada. Acredita-se que se cada um fizer a sua parte, quer nas residências, nas escolas, na agricultura, pecuária, comércio e outros serviços todo o planeta poderá respirar aliviado por alguns anos a mais.
  • 12. Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informações e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002. AGUIAR, Robério Bôto de A282 Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea, estado do Piauí: diagnóstico do município de Buriti dos Montes Organização do texto [por] Robério Bôto de Aguiar [e] José Roberto de Carvalho Gomes . ¾ Fortaleza: CPRM - Serviço Geológico do Brasil, 2004. BRANCO, Samuel Murgiel. Água: origem, uso e preservação – 2ª edição, São Paulo: Moderna, 2003. CLARKE, Robin; KING, Jannet. O atlas da água. São Paulo: Publifolha, 2005. DIMENSTEIN, G. O. – Cidadão de Papel. GONÇALVES, O. Gestão da água nas organizações: um exemplo de metodologia. Hydro, p. 66-69, março de 2007. INMETRO. Meio Ambiente e Consumo -Coleção Educação para o ConsumoResponsável. Disponívelem:<http://www.inmetro.gov.br/infotec/publicacoes/cartilhas/ColEducativa/ meioambiente.pdf>Acesso em: 28 julho 2011. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE. Manual protótipo de educação em administração hospitalar. Washington, D.C., 1997. p. 308 PARLAMENTO EUROPEU. Escassez de águana origem de problemas sociais, econômicos políticos. Disponívelem:<http://www.europarl.europa.eu/news/public/story_page/064-4911-100- 04-15-911 20070329STO04903-2007-10-04-2007/default_pt.htm>. Acesso em: 28 julho 2011. SANTOS, Roseli. Planejamento ambiental: teoria e prática. São Paulo: Oficina de Textos, 2004.