O documento discute a compreensão das ciências como sistemas teóricos abertos e como isso pode promover a integração entre disciplinas. A visão da Economia como um sistema aberto tem implicações para como a disciplina é entendida e como se relaciona com outras ciências sociais.
EP GRUPO - Mídia Kit 2024 - conexão de marcas e personagens
Ciências como Sistemas Abertos
1. Ciências
como
sistemas
abertos,
o
problema
da
definição
do
“económico”
e
o
significado
de
“pensar
como
um
economista”
“Sciences
as
Open
Systems
–
The
Case
of
Economics”,
Vítor
Neves
O.
Pombo
et
al.
(eds.),
Special
Sciences
and
the
Unity
of
Science,
Logic,
Epistemology,
and
the
Unity
of
Science
24,
Springer
Science+Business
Media
B.V.
2012
30.11.2012
-‐
Frederico
Dinis
DOUTORAMENTO
EM
GOVERNAÇÃO,
INOVAÇÃO
E
CONHECIMENTO
SEMINÁRIO
DE
METODOLOGIA
DA
ECONOMIA
2. Sciences
as
Open
Systems
–
The
Case
of
Economics
Vítor
Neves
Argumento
As
ligações
entre
as
áreas
cienficas
são
cruciais
e
a
compreensão
das
ciências
como
sistemas
teóricos
abertos
tem
potencial
para
a
quebrar
barreiras
entre
a
especialização
e
a
unificação
de
saberes
Sugestão
Considerar
os
sistemas
de
conhecimento
abertos
como
forma
de
gerir
os
(nossos)
limites
cogniavos
e
a
interconecavidade
ontológica
(do
mundo)
Demonstração
A
completa
adopção
de
uma
aproximação
aos
sistemas
abertos
na
Economia
tem
implicações
profundas
na
forma
como
esta
disciplina
é
entendida
e
desenvolvida,
e
também
como
se
relaciona
com
as
outras
ciências
sociais.
30.11.2012
–
Frederico
Dinis
3. Sciences
as
Open
Systems
–
The
Case
of
Economics
Vítor
Neves
• Desunião
ao
invés
de
unidade
parece
melhor
caracterizar
a
situação
presente
e
dinâmica
da
ciência
contemporânea
• Aumento
do
conhecimento
é
ainda
um
resultado
da
invesagação
especializada
• Novos
e
mais
especializados
campos
conanuam
a
emergir
e
os
desenvolvimentos
cienficos
levam
à
fragmentação
e
desintegração
• Nas
ciências
sociais
e
na
Economia
observam-‐se
tendências
tanto
para
a
integração
como
para
a
desintegração
30.11.2012
–
Frederico
Dinis
4. Sciences
as
Open
Systems
–
The
Case
of
Economics
Vítor
Neves
• Tendências
conflituosas
e
tensões
opostas
são
percepveis
nas
mais
recentes
evoluções
da
ciência
económica
• Trocas
interdisciplinares
(horizontais
e
veracais)
moveram
as
fronteiras
da
invesagação
dando
origem
a
áreas
de
invesagação
económica
inovadoras
e
(agora)
muito
dinâmicas
• A
ideia
da
Ciência
como
uma
grande
teoria
unificada,
ou
o
requisito
que
todas
as
ciências
podem-‐se
expressar
numa
linguagem
comum,
ou
perseguido
com
o
mesmo
método,
encontram
dificuldades
intransponíveis
30.11.2012
–
Frederico
Dinis
5. Sciences
as
Open
Systems
–
The
Case
of
Economics
Vítor
Neves
• Poderá
ser
encontrado
um
racional
para
a
unidade
na
diversidade
e
paralhas
interdisciplinares
num
sistema
aberto
que
compreenda
a
realidade
social
e
a
ciência
• As
ciências
devem
ser
construídas
e
desenvolvidas
como
sistemas
teóricos
abertos
com
propriedades
emergentes
irreduveis
ou
qualquer
que
seja
a
caracterísaca,
linguagem
ou
método
básico
de
invesagação/pesquisa
que
seja
considerado
30.11.2012
–
Frederico
Dinis
6. Sciences
as
Open
Systems
–
The
Case
of
Economics
Vítor
Neves
• Durante
o
processo
para
se
tornarem
disciplinas
autónomas,
as
ciências
têm
que
definir
os
seus
respecavos
domínios
de
estudo,
o
que
envolve
delimitar
(e
até
um
certo
ponto
fechar)
as
fronteiras
(isolamentos
interdisciplinares)
We
have
to
close
our
minds
to
many
possibiliIes
(at
least
temporarily)
in
order
to
pay
aJenIon
to
a
few
(Loasby
2003,
294)
• Várias
estratégias
isoladoras
interdisciplinares
podem
ser
observadas
na
Economia,
assim
como
em
outras
ciências
sociais
30.11.2012
–
Frederico
Dinis
7. Sciences
as
Open
Systems
–
The
Case
of
Economics
Vítor
Neves
• Os
‘economistas
imperialistas’
defendem
que
nenhuma
área
de
ação
humana
está
fora
do
âmbito
potencial
da
Economia
• Modelo
convencional
de
escolha
racional
–
fornece
a
base
mais
prometedora
presentemente
disponível
para
uma
aproximação
unificada
para
a
análise
do
mundo
social
por
académicos
de
diferentes
ciências
sociais
(Becker,
Nobel
Lecture,
1993).
• Ronald
Coase
rejeita
esta
visão
da
Economia
como
uma
‘caixa
de
ferramentas’
de
aplicação
universal
[t]he
analysis
developed
in
economics
is
not
likely
to
be
successfully
applied
in
other
subjects
without
major
modificaIons
(Coase
1994,
44)
30.11.2012
–
Frederico
Dinis
8. Sciences
as
Open
Systems
–
The
Case
of
Economics
Vítor
Neves
• Coase
defende
uma
concepção
da
Economia
baseada
na
centralidade
da
economia,
concebida
como
uma
rede
entrelaçada
com
outras
partes
de
um
sistema
social
abrangente
• Na
sua
visão
a
caracterísaca
que
disangue
a
Economia
é
a
preocupação
com
o
estudo
do
funcionamento
das
insatuições
sociais
que
estão
interligadas
ao
sistema
económico,
o
que
seria
dipcil
de
realizar
sem
ter
em
consideração
os
efeitos
de
outros
atores
do
sistema
social
no
desenvolvimento
do
próprio
sistema
económico
30.11.2012
–
Frederico
Dinis
9. Sciences
as
Open
Systems
–
The
Case
of
Economics
Vítor
Neves
• Apesar
dos
isolamentos
interdisciplinares
serem
importantes
para
a
consatuição
de
uma
ciência
autónoma,
algumas
ligações
acabam
por
se
perder
• Os
isolamentos
aplicam-‐se
aos
(nossos)
pensamentos
e
representações
do
mundo
real,
mas
não
aos
próprios
fenómenos
(Loasby
1999,
14)
• As
fronteiras
são
uma
construção
araficial
humana,
o
mundo
não
tem
fronteiras,
forma
sim
uma
única
unidade
ontológica
mas
(nós)
não
evitamos
de
criar
isolamentos
30.11.2012
–
Frederico
Dinis
10. Sciences
as
Open
Systems
–
The
Case
of
Economics
Vítor
Neves
[k]nowledge
grows
by
division;
each
of
us
can
increase
our
knowledge
only
by
accepIng
limits
on
what
we
can
know
(Loasby
1999,
135)
[b]ecause
different
people
can
develop
different
skills,
a
knowledge-‐
rich
society
must
be
an
ecology
of
specialists;
knowledge
is
distributed
(...)
and
being
distributed
it
can
grow,
provided
that
it
is
sufficiently
co-‐ordinated
to
support
increasing
interdependencies
(Loasby
1999,
130)
• Cada
ciência
(e
o
conhecimento
que
produz)
é
um
conjunto
de
ligações
que
cresce
através
da
criação
de
novas
ligações
(que
podem
destruir
ou
subsatuir
outras)
e
forma,
com
outras
ciências,
um
sistema
de
conhecimento
aberto
mais
amplo
30.11.2012
–
Frederico
Dinis
11. Sciences
as
Open
Systems
–
The
Case
of
Economics
Vítor
Neves
• Sistema
Teórico
Fechado
–
sistema
onde
todas
as
variáveis
relevantes
são
idenaficáveis,
as
fronteiras
do
sistema
são
definiavas
e
imutáveis
e,
consequentemente,
todas
as
variáveis
podem
ser
claramente
classificáveis
(exógenas
ou
endógenas),
as
variáveis
exógenas
são
as
únicas
que
causam
impacto
no
sistema,
os
componentes
do
sistema
são
separáveis
e
constantes
na
sua
natureza
e
a
estrutura
das
suas
relações
é
conhecida
ou
aleatória,
o
quadro
estrutural
onde
os
agentes
atuam
é
assumido
como
sendo
fornecido.
30.11.2012
–
Frederico
Dinis
12. Sciences
as
Open
Systems
–
The
Case
of
Economics
Vítor
Neves
• O
comportamento
humano
conanua
a
ser
analisado
exclusivamente
para
soluções
equilibradas
e
eficientes
de
problemas
de
alocação
de
recursos
conhecidos,
de
entre
fins
alternaavos
e
claramente
definidos
por
indivíduos
fornecidos
• Mecanismos
sociais
envolvidos
na
moldagem
de
preferências
e
propósitos
individuais
conanuam
a
ser
ignorados
• Diversos
académicos
defendem
que
estas
abordagens
não
têm
em
conta
a
forma
com
o
mundo
funciona
e
argumentam
que
uma
abertura
do
(nosso)
sistema
de
pensamento
deveria
ser
perseguido
30.11.2012
–
Frederico
Dinis
13. Sciences
as
Open
Systems
–
The
Case
of
Economics
Vítor
Neves
• Insatuições
e
outras
estruturas
sociais
devem
ser
incorporadas
no
sistema
socioeconómico
já
que
têm
a
capacidade
de
reconsatuir
as
preferências
e
objeavos
dos
agentes.
• A
economia
não
é
um
sistema
autónomo,
é
um
sistema
aberto
para
uma
rede
mais
abrangente
e
que,
no
seu
contexto,
interage
com
outros
subsistemas
de
uma
forma
complexa
• Os
componentes
que
consatuem
o
sistema
aberto,
assim
como
a
estrutura
das
suas
interrelações,
podem-‐se
alterar
de
uma
forma
não
previsível
quando
entram
em
contacto
com
outros
subsistemas
30.11.2012
–
Frederico
Dinis
14. Sciences
as
Open
Systems
–
The
Case
of
Economics
Vítor
Neves
• A
Economia
deve
assim
ser
mais
aberta
e
integrar
o
conhecimento
social
a
new
approach
which
makes
it
possible
to
deal
with
the
dynamic
interrelaIons
between
economic
systems
and
the
whole
network
of
physical
and
social
systems
and,
indeed,
the
enIre
composite
system
of
structural
relaIonships
(was
needed)
(Kapp
1976,
97)
30.11.2012
–
Frederico
Dinis
15. Sciences
as
Open
Systems
–
The
Case
of
Economics
Vítor
Neves
By
making
it
clear
that
all
social
analysis
deals
with
events
and
processes
which
occur
within
a
broader
and
indeed
unitary
context,
scholars
working
on
special
problems
are
forcefully
reminded
of
the
essenIal
unity
of
their
subject
maJer
and
come
to
see
their
special
problems
within
the
broader
social
context.
In
this
way
and
not
by
imposiIon
from
the
outside,
lines
of
communicaIon
and
real
cross-‐ferIlizaIon
will
become
possible
and
will
actually
take
place.
The
tradiIonal
division
of
labor
will
then
no
longer
block
the
way
to
interdisciplinary
cooperaIon
but
will
give
rise
to
a
tendency
toward
a
general
unificaIon
of
scienIfic
endeavors
and
results.
In
short,
it
is
the
unity
of
the
subject
maJer
and
of
the
results
of
scienIfic
research
which
will
bring
the
social
sciences
closer
together
and
induce
social
scienIsts
to
put
their
researches
to
the
point
where
the
present
compartmentalizaIon
is
replaced
by
a
unified
science
of
man
in
society.
(Kapp
1961,
204–5)
30.11.2012
–
Frederico
Dinis
16. Sciences
as
Open
Systems
–
The
Case
of
Economics
Vítor
Neves
(Chick
e
Dow
2005,
375)
30.11.2012
–
Frederico
Dinis
17. Sciences
as
Open
Systems
–
The
Case
of
Economics
Vítor
Neves
(Chick
e
Dow
2005,
376)
30.11.2012
–
Frederico
Dinis
18. Sciences
as
Open
Systems
–
The
Case
of
Economics
Vítor
Neves
Conclusões
• O
mundo
real
é
uma
rede
de
ligações
bio-‐psico-‐culturais
complexas
e
em
constante
mutação
o
que
implica
que
as
(nossas)
possibilidade
de
o
conhecer
como
uma
unidade
são
bastante
dipceis
• O
desafio
é
como
decompor
o
nosso
objeto
de
estudo
(e
assim
construir
as
ligações)
de
uma
forma
que
produza
conhecimento
coerente
• Uma
melhor
aproximação
à
questão
da
unidade/desunião
da
ciência
é
a
que
constrói
e
desenvolve
a
ciência
como
um
sistema
teórico
aberto
30.11.2012
–
Frederico
Dinis
19. Sciences
as
Open
Systems
–
The
Case
of
Economics
Vítor
Neves
Conclusões
• São
necessários
estes
sistemas
de
conhecimento
abertos
de
forma
a
gerir
os
(nossos)
limites
cogniavos
e
as
interconeavidades
do
mundo
• A
adoção
de
desta
aproximação
aos
sistemas
abertos
terá
implicações
na
forma
como
cada
disciplina
é
compreendida
e
desenvolvida
• Uma
tarefa
principal
é
perceber
o
que
consatui
o
‘foco
de
interesse’
de
cada
disciplina
social,
e
em
paracular,
perceber
qual
o
significado
da
Economia
neste
novo
contexto
30.11.2012
–
Frederico
Dinis