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Especialização e Inter/Transdisciplinaridade
1. Especialização
e
inter/transdisciplinaridade
“As
Cidades
da
Economia:
de
um
saber
Disciplinar
a
uma
Ciência
Aberta”,
Nuno
Serra
Celia
Kerstenetzky
e
Vítor
Neves
(Orgs.),
Economia
e
Interdisciplinaridade(s),
Almedina,
Julho
2012
14.12.2012
–
Frederico
Dinis
DOUTORAMENTO
EM
GOVERNAÇÃO,
INOVAÇÃO
E
CONHECIMENTO
SEMINÁRIO
DE
METODOLOGIA
DA
ECONOMIA
2. Introdução
• Evolução
• Diferentes
perspecVvas
As
cidades
em
laboratório:
A
Economia
Urbana
convencional
• Base
teórica
e
Evolução
• Questões
metodológicas
As
cidades
da
Nova
Geografia
Económica
Base
teórica
e
CríVcas
à
Economia
Urbana
convencional
Novos
modelos
e
Mesmas
metodologias
Para
uma
Economia
Polí?ca
das
cidades
• Alteração
de
paradigma
• Transposição
de
fronteiras
As
Cidades
da
Economia:
de
um
saber
Disciplinar
a
uma
Ciência
Aberta
Nuno
Serra
14.12.2012
–
Frederico
Dinis
3. Introdução
O
estudo
das
cidades
pela
Economia
nasce
de
um
conjunto
de
perguntas
simples:
• Porque
existem
cidades?
• Porque
crescem
ou
entram
em
declínio?
• Como
evoluem?
• Como
se
estruturam?
• Que
relações
estabelecem
entre
si?
• O
que
representam
para
as
economias,
os
territórios
e
as
sociedades?
As
Cidades
da
Economia:
de
um
saber
Disciplinar
a
uma
Ciência
Aberta
Nuno
Serra
14.12.2012
–
Frederico
Dinis
4. Economia
Urbana
Procura
estabelecer
um
discurso
económico
próprio
sobre
os
espaços
urbanos,
suscecvel
de
se
diferenciar
das
abordagens
de
outras
aproximações
ciencficas.
(Mas)
A
análise
económica
dos
espaços
urbanos
não
se
circunscreve
ao
universo
da
Economia
Urbana
enquanto
domínio
parVcular
da
Economia.
Economia
Urbana
tende
a
consVtuir-‐se
através
do
predomínio
claro
de
correntes
fundadas
no
pensamento
económico
dominante
(de
matriz
neoclássica)
que
não
esgotam
os
modos
possíveis
de
perspeVvar
as
cidades
a
parVr
de
um
olhar
fundado
na
Economia.
As
Cidades
da
Economia:
de
um
saber
Disciplinar
a
uma
Ciência
Aberta
Nuno
Serra
14.12.2012
–
Frederico
Dinis
5. No
quadro
da
teoria
económica
estamos
perante
um
assunto
relaVvamente
marginal
e
periférico,
atendendo
a
que
esta
condição
se
inscreve
na
dificuldade,
mais
ampla,
que
a
Economia
tem
demonstrado
para
integrar,
na
sua
análise,
as
questões
espaciais.
Situa-‐se
entre
a
Geografia
(estudo
do
modo
como
se
organiza
o
espaço)
e
a
Economia
(compreender
as
decisões
dos
agentes
perante
a
existência
de
recursos
escassos)
(O’Sullivan,
2007:
1)
As
Cidades
da
Economia:
de
um
saber
Disciplinar
a
uma
Ciência
Aberta
Nuno
Serra
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–
Frederico
Dinis
6. Convive
com
duas
tensões:
• a
relação
específica
que
a
Economia
estabelece
com
as
cidades,
confrontando-‐se
com
um
objeto
marcadamente
complexo
e
mulVdimensional,
que
convoca
diferentes
perspeVvas
disciplinares
(remete
para
a
questão
espacial).
• o
lugar
que
o
estudo
das
cidades
deve
ocupar
na
análise
económica,
isto
é,
o
problema
da
sua
comparVmentação
num
domínio
específico
(decorre
da
primeira).
As
Cidades
da
Economia:
de
um
saber
Disciplinar
a
uma
Ciência
Aberta
Nuno
Serra
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–
Frederico
Dinis
7. Diferentes
perspeVvas:
• a
Economia
Urbana
consVtui
“um
discurso
académico,
com
um
conteúdo
especificamente
urbano
e
que
integra
uma
análise
especificamente
económica”.
(Mills,
2000:
1)
• -‐
a
análise
económica
dos
espaços
urbanos
pressupõe
uma
abordagem
“indisciplinada”,
encara
a
cidade
como
um
“domínio
substanVvo
em
que
as
manifestações
do
que
é
económico
se
revelam
em
múlVplos
e
entrecruzados
aspectos
[…].
O
económico
da
cidade
é
também
o
que
é
geográfico,
histórico,
sociológico,
políVco…”.
(Reis,
2010:
232)
As
Cidades
da
Economia:
de
um
saber
Disciplinar
a
uma
Ciência
Aberta
Nuno
Serra
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–
Frederico
Dinis
8. ObjeVvo
do
texto:
Confrontar
e
posicionar
diferentes
perspeVvas,
considerando
três
universos
de
análise:
a
Economia
Urbana
convencional,
a
Nova
Geografia
Económica
e
a
aproximação
a
uma
Economia
PolíVca
das
cidades.
Concede
parVcular
atenção
ao
diferente
grau
de
abertura
expresso
por
cada
um
destes
universos
para
o
diálogo
interdisciplinar,
dando
assim
conta
de
um
debate
que
atravessa
a
própria
Economia:
o
da
sua
relação
com
outras
ciências
e
domínios
de
conhecimento.
(Neves,
2007)
As
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um
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a
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Serra
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Frederico
Dinis
9. A
Economia
Urbana
convencional
Baseada
em
três
obras,
que
introduzem
a
questão
da
distância
na
compreensão
do
modo
como
as
aVvidades
económicas
se
inscrevem
no
espaço
:
• A
análise
de
Johann
Heinrich
von
Thünen
(1826)
sobre
a
organização
da
aVvidade
agrícola
em
redor
das
cidades
(Teoria
dos
Círculos
Concêntricos);
• O
trabalho
de
Alfred
Weber
(1909)
relaVvo
aos
fatores
de
localização
das
aVvidades
industriais
(Teoria
da
Localização
da
Indústria);
• A
Teoria
dos
Lugares
Centrais
de
Walter
Christäller
(1933)
que
explora
as
lógicas
de
formação
dos
sistemas
de
cidades
e
de
hierarquias
urbanas
a
parVr
das
áreas
de
influência
dos
diferentes
aglomerados,
cujo
alcance
o
seu
tamanho
e
importância
relaVva.
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Cidades
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Aberta
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Serra
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–
Frederico
Dinis
10. Anos
sessenta
e
setenta
-‐
período
decisivo
no
processo
de
insVtucionalização
da
Economia
Urbana
(quadro
analíVco
e
metodológico
adotado).
Modelo
concêntrico
de
William
Alonso
(1964):
• Modelo
ainda
hoje
referido;
• Transpõe
a
estrutura
de
anéis
concêntricos
de
Von
Thünen
para
a
escala
intra-‐urbana;
• Teoria
da
localização
assente
na
configuração
de
padrões
de
uso
do
solo
urbano
em
função
da
variação
da
renda
fundiária;
• IdenVficação
de
regularidades
na
estruturação
interna
das
cidades,
geradas
e
consolidadas
a
parVr
de
forças
e
fatores
de
natureza
mercanVl.
As
Cidades
da
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Disciplinar
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Frederico
Dinis
11. (Outra
abordagem)
Teoria
dos
Lugares
Centrais
de
Christäller
com
contributos
adicionais
de
Auguste
Lösch:
• Privilegia
o
estudo
da
dimensão
dos
aglomerados
urbanos
e
da
formação
de
hierarquias
e
sistemas
de
cidades,
invocando
nestes
termos
os
fatores
económicos
que
explicam
os
padrões
de
distribuição
e
hierarquização
espacial
urbana.
As
Cidades
da
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um
saber
Disciplinar
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Ciência
Aberta
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Serra
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–
Frederico
Dinis
12. Modelos
fundadores
da
Economia
Urbana:
• A
existência
de
espaços
urbanos
é
assumida
como
um
dado
adquirido;
• A
génese
das
cidades
decorre
do
facto
de
“a
proximidade
entre
diversas
aVvidades
economizar
o
custo
de
deslocar
bens,
pessoas
e
informação”;
• Não
ignoram
a
circunstância
de
o
maior
e
mais
fácil
acesso
a
um
conjunto
diversificado
de
bens,
matérias-‐primas
e
produtos
consVtuir
um
traço
dos
espaços
urbanos
que
se
revela
atraVvo
para
os
indivíduos
e
as
empresas,
possibilitando
uma
resposta
mais
ampla
a
um
vasto
leque
de
necessidades
e
preferências;
As
Cidades
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Disciplinar
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–
Frederico
Dinis
13. Modelos
fundadores
da
Economia
Urbana:
• Não
é
negado
o
papel
que
as
amenidades
ou
os
bens
públicos
desempenham
nas
decisões
de
localização
dos
agentes;
• É
essencialmente
a
questão
da
redução
dos
custos
de
transporte
que
determina,
no
quadro
da
Economia
Urbana
convencional,
a
génese
e
o
desenvolvimento
económico
das
cidades,
dando
nesse
senVdo
plena
expressão
a
um
entendimento
do
espaço
que
se
restringe
fundamentalmente
à
questão
da
distância.
• A
racionalidade
e
os
princípios
metodológicos
subjacentes
a
estas
análises
inspiram-‐se,
em
regra,
no
quadro
epistemológico
da
Economia
Urbana
convencional,
traduzindo
portanto
a
mesma
noção
de
espaço,
que
assenta
essencialmente
na
sua
materialidade
~sica
e
que
se
reduz
ao
simples
significado
da
distância.
As
Cidades
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Disciplinar
a
uma
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Aberta
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Frederico
Dinis
14. Conceito
de
espaço:
• Trata-‐se
do
recurso
privilegiado
a
métodos
de
formalização
e
modelização,
enquanto
técnicas
de
incontestável
cienVficidade
e
imprescindíveis
à
idenVficação
e
compreensão
das
leis
inerentes
ao
funcionamento
da
economia
das
cidades;
• Assunção
explícita
ou
implícita
dos
princípios
do
equilíbrio
geral,
da
concorrência
perfeita
e
das
decisões
racionais
dos
agentes;
• Significa
essencialmente
distância
e
a
assunção
de
um
comportamento
por
natureza
racional
(e
por
isso
previsível)
dos
agentes
(indivíduos,
famílias
e
empresas);
• O
recurso
a
processos
de
modelização
e
formalização
matemáVca
consVtui
o
corolário
consequente
e
necessário
da
metodologia
e
dos
pressupostos
que
orientam
a
disciplina
e
que
assim
a
legiVmam.
As
Cidades
da
Economia:
de
um
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Disciplinar
a
uma
Ciência
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Serra
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Frederico
Dinis
15. A
Economia
Urbana
convencional
procura
erradicar
da
complexidade
das
cidades
tudo
o
que
possa
obscurecer
a
idenVficação,
formulação
e
demonstração
das
leis
fundamentais
(as
leis
de
um
mercado
idealizado),
que
as
regem.
ParVndo
de
leis
e
postulados
previamente
estabelecidos
os
processos
de
modelização
e
formalização
da
Economia
Urbana
convencional
implicam
portanto
a
“preparação”
prévia
do
objeto
de
estudo,
de
modo
a
que
este
possa
evidenciar
a
presença
das
forças
determinantes,
tomadas
à
parVda
as
que
estruturam
a
economia
das
cidades.
As
Cidades
da
Economia:
de
um
saber
Disciplinar
a
uma
Ciência
Aberta
Nuno
Serra
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–
Frederico
Dinis
16. Metodologicamente:
• “isolar
uma
seleção
reduzida
daqueles
que
são
Vdos
como
sendo
os
mais
relevantes
fatores
–
eventualmente
até
um
só
fator”
• “relaxar”
o
arVficialismo
introduzido
na
invesVgação,
inerente
aos
processos
de
modelização
e
formalização,
incorporando
“outros
fatores
e
caracterísVcas
da
situação
em
análise,
de
modo
a
obter
um
resultado
mais
detalhado”
e
realista
(Mäki,
2004:1720).
As
Cidades
da
Economia:
de
um
saber
Disciplinar
a
uma
Ciência
Aberta
Nuno
Serra
14.12.2012
–
Frederico
Dinis
17. A
realidade,
a
evolução
e
reconfiguração
das
cidades,
quesVona
este
princípio
segundo
o
qual
a
modelização
e
a
formalização
consVtuiriam
os
métodos
mais
válidos,
adequados
e
capazes
para
idenVficar
as
leis
que
configuram
a
economia
dos
espaços
e
dos
sistemas
urbanos.
A
rigidez
metodológica
inerente
à
modelização
e
formalização,
e
a
adoção
de
pressupostos
axiomáVcos
inamovíveis,
tornam
a
Economia
Urbana
convencional
significaVvamente
impermeável,
e
por
isso
indisponível,
para
o
diálogo
com
outras
ciências
e
perspeVvas
que
se
dedicam
ao
estudo
das
cidades.
As
Cidades
da
Economia:
de
um
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Disciplinar
a
uma
Ciência
Aberta
Nuno
Serra
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–
Frederico
Dinis
18. As
cidades
da
Nova
Geografia
Económica
Nova
Geografia
Económica
(NGE):
• “a
localização
da
produção
no
espaço”
(Krugman,
1991:
1);
• TentaVva
de
superação
das
principais
limitações
e
aspetos
críVcos
da
análise
espacial
convencional
(em
que
os
modelos
da
Economia
Urbana
se
inspiram);
• Mantém
a
opção
pela
modelização
e
a
formalização.
Para
a
Nova
Geografia
Económica
o
problema
não
é
fundamentalmente
de
natureza
metodológica,
mas
sim
dos
pressupostos
teóricos
em
que
a
economia
espacial
convencional
assenta.
As
Cidades
da
Economia:
de
um
saber
Disciplinar
a
uma
Ciência
Aberta
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Serra
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–
Frederico
Dinis
19. CríVcas
da
NGE:
• Incapacidade
da
Economia
Urbana
convencional
para
compreender
a
realidade;
• Insuficiente
atenção
prestada
à
análise
espacial
da
“estrutura
de
mercado”;
• Pressuposto
de
que
as
empresas,
dada
a
sua
mulVplicidade
e
dimensão,
não
têm
capacidade
para
influenciar
individualmente
o
preço
de
mercado
(concorrência);
• Pressuposto
da
existência
de
uma
proporcionalidade
direta
entre
o
aumento
da
produção
e
o
aumento
dos
fatores
produVvos
(rendimentos).
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Cidades
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Ciência
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–
Frederico
Dinis
20. Para
dizer
alguma
coisa
úVl
ou
interessante
sobre
a
localização
da
aVvidade
económica
no
espaço
é
necessária
uma
distanciação
relaVvamente
aos
rendimentos
constantes
e
ao
pressuposto
da
concorrência
perfeita,
que
conVnuam
a
dominar
a
maioria
das
análises
económicas.
[…]
Enquanto
faltarem
aos
economistas
ferramentas
analíVcas
para
pensar
com
rigor
sobre
os
rendimentos
crescentes
e
a
concorrência
imperfeita,
o
estudo
da
geografia
económica
está
condenado
a
permanecer
fora
do
mainstream
da
profissão
(Krugman,
1991:
4).
As
Cidades
da
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Ciência
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–
Frederico
Dinis
21. Assim,
a
Economia
Urbana
convencional
falharia
em
três
aspetos
essenciais:
• ignorar
que
as
cidades
consVtuem
espaços
de
intensas
interações
que
interferem
necessariamente,
potenciando
ou
restringindo,
as
decisões
dos
agentes;
• ignorar
que
essas
decisões
não
se
circunscrevem
ao
mundo
perfeito
de
uma
racionalidade
assente
num
balanço
estrito
entre
custos
e
bene~cios
pecuniários,
isolado
das
relações
contextuais
com
os
outros
agentes;
•
ignorar
que
os
rendimentos
crescentes
à
escala
implicam
tomar
em
consideração
fatores
externos
às
empresas.
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Ciência
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–
Frederico
Dinis
22. A
Nova
Geografia
Económica
abre
a
possibilidade
de
considerar
que
a
economia
das
cidades
não
seja,
por
um
lado,
o
simples
somatório
das
ações
dos
indivíduos
e
das
empresas
em
situação
de
concorrência
perfeita
e
segundo
a
lógica
dos
rendimentos
constantes
e,
por
outro
lado,
que
os
espaços
urbanos
deixem
de
significar
simplesmente
o
“palco”
em
que
se
inscrevem
as
decisões
dos
agentes
e
onde
têm
lugar
as
aVvidades
produVvas.
Outro
elemento
que
enquadra
a
perspeVva
da
NGE
diz
respeito
à
influência
que
a
“trilogia
marshalliana”
exerceu
nos
estudos
consVtuintes
desta
renovada
aproximação
à
economia
das
cidades.
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Cidades
da
Economia:
de
um
saber
Disciplinar
a
uma
Ciência
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–
Frederico
Dinis
23. Para
Marshall
(2005)
as
vantagens
de
produzir
num
“distrito
industrial”
decorrem
essencialmente
de
três
fatores:
a)
a
existência
de
um
conVngente
de
mão
de
obra
qualificada
(pool
labor
market),
resultante
da
concentração
espacial
de
empresas
de
um
dado
setor
industrial
(ou
enquadradas
em
domínios
industriais
interdependentes),
favorável
à
localização
de
outras
empresas
e
ao
próprio
emprego;
b)
a
circunstância
de
um
centro
industrial
possibilitar
a
disponibilidade
de
inputs
intermédios
específicos
em
maior
variedade
e
a
mais
baixo
custo;
e
c)
o
facto
de
a
aglomeração
das
aVvidades
produVvas
e
dos
serviços
permiVr
a
génese
e
o
desenvolvimento
daquilo
que
hoje
se
designa
por
spillovers
de
conhecimento.
É
a
parVr
desta
perspeVva
que
emergem
os
modelos
da
Nova
Geografia
Económica.
As
Cidades
da
Economia:
de
um
saber
Disciplinar
a
uma
Ciência
Aberta
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Serra
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–
Frederico
Dinis
24. Assumindo
o
princípio
da
mobilidade
dos
fatores
de
produção,
as
estruturas
de
mercado
passam
a
ser
interpretadas
como
o
resultado
de
uma
tensão
entre
forças
centrípetas
(tendentes
à
concentração)
e
forças
centrífugas
(favoráveis
à
dispersão),
que
decorrem
de
processos
económicos
assentes
na
existência
de
rendimentos
crescentes,
geradores
de
dinâmicas
de
compeVção
imperfeita
e
de
equilíbrios
múlVplos,
ao
contrário
do
que
estabelecem
os
principais
pressupostos
da
teoria
do
equilíbrio
geral
(Kaldor,
1972;
Dymski,
1996).
As
Cidades
da
Economia:
de
um
saber
Disciplinar
a
uma
Ciência
Aberta
Nuno
Serra
14.12.2012
–
Frederico
Dinis
25. Modelo
espacial
dos
rendimentos
crescentes
(modelo
centro-‐
periferia):
A
mobilidade
das
empresas
e
da
mão
de
obra
se
encontra
em
estreita
relação
com
as
dinâmicas
de
aglomeração
e
dispersão
das
aVvidades
económicas
no
espaço,
desencadeando
efeitos
cumulaVvos
e
mulVplicadores,
capazes
de
explicar
não
só
a
génese
e
a
configuração
territorial
das
economias
urbanas
e
regionais,
mas
também
a
sua
especialização
e
diferenciação.
(Krugman,
1991)
As
Cidades
da
Economia:
de
um
saber
Disciplinar
a
uma
Ciência
Aberta
Nuno
Serra
14.12.2012
–
Frederico
Dinis
26. Ao
quesVonar
a
validade
dos
principais
pressupostos
da
Economia
Urbana
convencional,
a
NGE
tornou
possível
uma
maior
aproximação
à
complexidade
das
cidades
enquanto
objeto
de
estudo
da
Economia
e
contribuiu
para
uma
aproximação
às
perspeVvas
que
valorizam
o
espaço
enquanto
parte
necessariamente
integrante
das
economias,
na
medida
em
que
acolhe
interações
entre
disVntos
agentes,
concentra
fatores
produVvos
e
externalidades
económicas
e
materializa
e
consolida,
em
úlVma
instância,
ambientes
de
produção
e
de
consumo.
De
um
ponto
de
vista
metodológico
a
NGE
permaneceu
no
interior
do
universo
delimitado
pelas
fronteiras
da
formalização
e
da
modelização,
desvalorizando
assim
aproximações
de
natureza
qualitaVva.
As
Cidades
da
Economia:
de
um
saber
Disciplinar
a
uma
Ciência
Aberta
Nuno
Serra
14.12.2012
–
Frederico
Dinis
27. Os
modelos
de
Krugman
e
Venables
excluem
da
análise
formal
os
spillovers
de
conhecimento,
detendo-‐se
portanto
na
demonstração
do
significado
territorial
subjacente
à
importância
dos
conVngentes
de
mão
de
obra
e
da
disponibilidade
de
bens
intermédios
para
as
economias
de
aglomeração.
Um
dos
grandes
méritos
da
perspecVva
da
Nova
Geografia
Económica
consiste
no
facto
de
ter
permiVdo
“levar
os
economistas
a
pensar
sobre
a
localização
e
a
estrutura
espacial”,
isto
é,
a
estrutura
geográfica
da
economia
(Krugman,
2010:
17).
As
Cidades
da
Economia:
de
um
saber
Disciplinar
a
uma
Ciência
Aberta
Nuno
Serra
14.12.2012
–
Frederico
Dinis
28. Considerando
a
relevância
de
um
conjunto
amplo
e
diverso
de
fatores
(de
natureza
qualitaVva
e
imaterial,
e
por
isso
mesmo
dificilmente
suscecveis
de
tradução
matemáVca),
para
a
explicação
da
inscrição
espacial
dos
processos
económicos
(muitos
dos
quais
idenVficados
e
estabelecidos
por
outras
ciências),
a
sua
legiVmação
enquanto
conhecimento
ciencfico
em
Economia
não
deve
deixar
de
depender,
segundo
Krugman,
da
“prova
de
fogo”
que
consVtui
a
sujeição
aos
processos
de
formalização
e
modelização.
As
Cidades
da
Economia:
de
um
saber
Disciplinar
a
uma
Ciência
Aberta
Nuno
Serra
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–
Frederico
Dinis
29. Diferenciação
entre
duas
Economias
mainstream:
-‐
A
primeira
fundamenta-‐se
na
teoria
do
equilíbrio
geral
e
consagra
“a
demonstração
matemáVca
sobre
como,
em
condições
ideais,
os
mercados
descentralizados
conseguem
escolher
uma
única
localização
de
recursos
disponíveis,
que
maximiza
a
vantagem
social
em
termos
de
uVlidade
individual”
-‐
A
segunda
traduz
os
avanços
alcançados
pela
Nova
Geografia
Económica,
caracterizar-‐se-‐ia
pela
formulação
de
modelos
de
concorrência
imperfeita
que
recusam
a
única
escolha
eficaz
de
localização,
advogando
o
pressuposto
dos
rendimentos
crescentes
à
escala,
as
externalidades
económicas
e,
como
vimos,
os
equilíbrios
múlVplos.
(Dymski,
1996:
445).
As
Cidades
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Economia:
de
um
saber
Disciplinar
a
uma
Ciência
Aberta
Nuno
Serra
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–
Frederico
Dinis
30. Os
modelos
da
NGE
permitem
uma
elevada
plasVcidade,
mas
mantêm-‐se
ancorados
nos
princípios
da
escolha
racional
e
na
formalização
matemáVca
e
modelização.
Os
resultados
em
ambas
as
Economias
ditarão
sempre
as
opções
de
quem
modeliza,
não
contendo
uma
suposta
“verdade”
unívoca
e
imanente,
intrinsecamente
associada
às
virtualidades
dos
métodos
em
que
as
correntes
dominantes
do
pensamento
económico
se
suportam
(Dymski,
1996:
445-‐446).
As
Cidades
da
Economia:
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um
saber
Disciplinar
a
uma
Ciência
Aberta
Nuno
Serra
14.12.2012
–
Frederico
Dinis
31. Para
uma
Economia
Polí?ca
das
cidades
José
Reis
(2010)
afasta-‐se
da
conceção
“depurada”
e
restriVva
que
tem
prevalecido
nos
estudos
da
Economia
Urbana
convencional
e
convoca,
simultaneamente,
os
fundamentos
de
um
pensamento
alternaVvo
em
Economia
sobre
os
espaços
urbanos,
ao
quesVonar-‐
se
sobre
o
que
é
e
o
que
não
é
económico
numa
cidade.
Deve
começar-‐se
por
encarar
as
cidades,
enquanto
objeto
de
estudo
da
Economia,
de
uma
forma
substancialmente
disVnta.
Afinal
“o
que
é
económico
na
cidade”?
“nada
de
economicamente
relevante
numa
cidade,
pois
o
que
é
económico
passa-‐se
noutras
esferas
e
uma
cidade
não
é
mais
do
que
a
projecção
disso”
(Reis,2010:
224).
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Cidades
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Economia:
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um
saber
Disciplinar
a
uma
Ciência
Aberta
Nuno
Serra
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–
Frederico
Dinis
32. Ainda
que
a
Economia
Urbana
se
tenha
consVtuído
para
tratar
os
espaços
urbanos
a
parVr
de
uma
perspeVva
económica,
acaba
por
considerá-‐las
enquanto
simples
palco
onde
se
inscrevem
as
decisões
dos
agentes,
mostrando-‐se
assim
mais
empenhada
em
deduzir
e
caracterizar
os
processos
e
leis
que
subjazem
à
sua
ação.
Mais
do
que
às
cidades
propriamente
ditas,
a
Economia
Urbana
convencional
acaba
por
se
dedicar,
quando
muito,
às
morfologias
que
resultam
do
comportamento
dos
agentes
ao
analisá-‐los
perante
a
distância
e,
de
algum
modo,
a
sua
justaposição
no
espaço.
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Cidades
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um
saber
Disciplinar
a
uma
Ciência
Aberta
Nuno
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–
Frederico
Dinis
33. Para
a
Nova
Geografia
Económica
as
cidades
têm
já
um
significado
próprio
e
substanVvo,
ao
consVtuir-‐se
como
expressão
material
das
economias
de
aglomeração,
enquanto
contexto
para
a
génese
de
rendimentos
crescentes
e
para
as
consequentes
dinâmicas
de
concorrência
imperfeita
e
de
divergência
de
trajetórias
de
desenvolvimento.
Na
NGE
as
cidades
contam,
pois
traduzem
espacialmente
a
“estrutura
de
mercado”,
condicionam
o
comportamento
dos
agentes
e
demonstram
que
o
espaço
não
é
apenas
um
simples
suporte,
mas
antes
um
elemento
consVtuinte
e
interveniente
nos
processos
económicos.
As
Cidades
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Economia:
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saber
Disciplinar
a
uma
Ciência
Aberta
Nuno
Serra
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–
Frederico
Dinis
34. Uma
análise
das
cidades
que
se
revele
capaz
de
interpretar
de
uma
forma
mais
ampla
o
seu
significado
para
a
Economia
terá
que
transpor
as
fronteiras
da
análise
do
universo
dos
processos
económicos
no
seu
senVdo
mais
restrito,
assumindo
uma
rutura
com
as
correntes
“ortodoxas”
em
três
pontos
essenciais:
(i)
no
modo
como
se
concebe
o
espaço;
(ii)
na
noção
de
ator
e
sujeito
dos
processos
económicos;
(iii)
no
quadro
metodológico
estabelecido.
Uma
Economia
Urbana
“não
convencional”
terá
que:
-‐
ParVr
de
uma
noção
de
espaço
que
dê
conta
das
relações
sociais
e
dos
processos
políVcos;
-‐
Incluir
na
análise
dimensões
com
igual
significado
e
relevância
para
a
compreensão
dos
processos
económicos.
As
Cidades
da
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de
um
saber
Disciplinar
a
uma
Ciência
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Nuno
Serra
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Frederico
Dinis
35. Torna-‐se
imprescindível
adotar
um
conceito
de
espaço
que
é
aquele
que
se
consVtui
através
de
“relações
económicas
e
sociais,
mais
do
que
[por]
atores,
nas
esferas
da
produção
e
consumo
e
nos
domínios
da
troca;
com
tensões,
conflitos
e
crises,
mais
do
que
equilíbrios,
e
com
uma
dimensão
histórica”
(Knox
e
Agnew,
1994:
4).
Assumir
que
as
decisões
dos
agentes
se
consVtuem
a
parVr
de
múlVplas
lógicas
e
fatores,
traduzindo-‐se
portanto
num
resultado
que
depende
da
valoração
de
critérios
de
decisão
e
ação
cuja
natureza
é
heterogénea
e
que
comportam,
por
isso,
o
jogo
entre
racionalidades
disVntas,
e
não
apenas
a
de
uma
escolha
económica
racional.
As
Cidades
da
Economia:
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um
saber
Disciplinar
a
uma
Ciência
Aberta
Nuno
Serra
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–
Frederico
Dinis
36. Importa
incluir
o
senVdo
coleVvo
de
decisão
e
ação,
também
ele
pautado
por
lógicas
diferenciadas
(de
natureza
económica
no
seu
senVdo
restrito,
seguramente,
mas
também
social,
políVca,
éVca,
ambiental,
etc.),
que
se
entrecruzam
para
dar
senVdo
às
cidades
enquanto
comunidades
em
contexto,
com
uma
trajetória
e
um
senVdo
de
futuro.
Do
ponto
de
vista
metodológico
optar
por
uma
análise
das
cidades
fundada
na
Economia
que
procure
interpretar
os
processos
económicos
urbanos,
considerando
que
os
mesmos
incorporam
dimensões
de
natureza
social
e
políVca,
terá
que
repensar
igualmente
o
papel
e
o
lugar
atribuídos
aos
referenciais
metodológicos
consagrados
pela
Economia
Urbana
convencional
e
raVficados
pela
Nova
Geografia
Económica.
As
Cidades
da
Economia:
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um
saber
Disciplinar
a
uma
Ciência
Aberta
Nuno
Serra
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–
Frederico
Dinis
37. A
formalização
e
a
modelização
devem,
numa
Economia
das
cidades
que
se
pretenda
capaz
de
apreender
efeVvamente
os
processos
económicos
urbanos,
passar
a
ser
encaradas
como
instrumentos
de
análise
entre
outros
que,
complementando-‐se,
oferecem
o
quadro
metodológico
plural
necessário
a
uma
compreensão
mais
ampla
e
profunda
do
que
é
económico
nas
cidades.
Encarar
de
uma
outra
forma
o
recurso
à
formalização
e
modelização
significa,
ainda,
assumir
que
estes
métodos
não
devem
pretender
demonstrar
leis
e
teorias
que
antecedem
o
estudo
empírico
da
economia
das
cidades,
mas
antes
suportar
um
progresso
da
invesVgação
assente
em
informação
empírica.
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Frederico
Dinis
38. Assumir
que
o
estudo
das
cidades
pela
Economia
deve
procurar
encontrar
regularidades
e
tendências
nos
processos
económicos
urbanos
(entendidos
na
sua
interdependência
face
a
dimensões
políVcas,
históricas
e
sociais),
que
permitam
formular
hipóteses
e
teorias.
A
rejeição
do
método
hipotéVco-‐deduVvo
e
do
individualismo
metodológico
como
sendo
as
ferramentas
“legíVmas”
de
produção
de
conhecimento
em
Economia
Urbana
consVtui,
portanto,
um
dos
pontos
incontornáveis
para
a
necessária
transformação
da
disciplina.
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Ciência
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–
Frederico
Dinis
39. Uma
efeVva
aproximação
da
Economia
à
real
economia
das
cidades
exige
o
desenvolvimento
de
estudos
específicos
em
contextos
concretos,
na
medida
em
que
“invesVgar
conjunturas
significa
dar
senVdo
à
história
e
ao
contexto”
(Dymski,
1996:
448).
Pela
valorização
da
dimensão
histórica
e
do
território,
tomados
enquanto
expressão
espacial
de
conjunturas
sociais,
culturais
e
políVcas,
que
se
interpenetram
com
o
que
possa
ser
descrito
como
económico
para
consVtuir
a
economia
dos
espaços
urbanos,
o
surgimento
de
um
novo
perfil
epistemológico
da
Economia
Urbana
–
nos
termos
de
uma
Economia
PolíVca
das
cidades
–
há-‐de
encontrar
portanto
nas
perspeVvas
insVtucionalistas
um
quadro
de
referência
essencial.
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Ciência
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Nuno
Serra
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–
Frederico
Dinis
40. É
precisamente
a
incrustação
social,
insVtucional,
cultural
e
políVca
das
economias
locais
e
regionais
que
desempenha
um
papel
chave
na
determinação
das
possibilidades
ou
constrangimentos
ao
desenvolvimento,
explicando
a
circunstância
de
a
aglomeração
espacial
da
aVvidade
económica
ocorrer
nuns
lugares
em
parVcular
e
não
noutros
(MarVn,
1999:
75).
Trazer
as
insVtuições
para
a
Economia
Urbana
significa
integrar
na
análise
o
papel
que
os
agentes,
as
estruturas
e
as
regras
(formais
ou
informais,
explicitamente
estabelecidas
ou
tacitamente
insVtuídas,
os
hábitos
e
as
roVnas)
nela
assumem.
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Cidades
da
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de
um
saber
Disciplinar
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uma
Ciência
Aberta
Nuno
Serra
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–
Frederico
Dinis
41. Ao
parVr
de
um
quadro
teórico
que
reconhece
a
mulVdimensionalidade
do
que
é
económico
nos
espaços
urbanos
e
que
entende
a
ação
humana
situada,
em
contexto,
uma
Economia
PolíVca
das
cidades
encontrará
certamente
nos
processos
de
governação
um
tema
central.
Assumirá
as
cidades
como
espaços
em
que
o
económico
se
consVtui,
através
de
um
“conjunto
plural
de
formas
de
coordenação”,
que
inclui
o
princípio
do
mercado
(enquanto
universo
da
“alocação
de
recursos”);
a
especificidade
dos
aVvos
(enquanto
sistema
de
“organização,
procedimentos
e
mobilização
da
capacidade
económica”);
e
a
endogeneidade
das
preferências,
enquanto
reflexo
de
“comportamentos
colecVvos,
diferenciação,
insVtuições
e
governação”
(Reis,
2010:
230).
As
Cidades
da
Economia:
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um
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Disciplinar
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uma
Ciência
Aberta
Nuno
Serra
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–
Frederico
Dinis
42. Uma
noção
de
cidade
que
parta
de
uma
perspeVva
económica,
mas
que
consiga
superar
as
incapacidades,
limitações
e
o
fechamento
disciplinar
a
que
a
Economia
Urbana
convencional
sujeitou
a
análise
dos
espaços
urbanos.
A
economia
das
cidades
[se]
consVtui
evoluVvamente,
[se]
representa
em
lugares
e
territórios,
assenta
em
recursos
materiais
e
imateriais
e
origina
(e
decorre
de)
um
conjunto
de
interacções
sistemáVcas
–
mercanVs,
insVtucionais,
simbólicas
–
entre
pessoas,
segundo
escalas
e
processos
de
governação
e
negociação
diversos”
(Reis,
2010:
220).
As
Cidades
da
Economia:
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um
saber
Disciplinar
a
uma
Ciência
Aberta
Nuno
Serra
14.12.2012
–
Frederico
Dinis
43. Necessidade
de
incorporar
no
estudo
económico
das
cidades
a
análise
das
“variações
espaciais
no
alcance,
densidade
e
papel
das
insVtuições
(tanto
da
organizações
formais,
regras
e
práVcas,
como
dos
hábitos
informais,
roVnas,
normas,
redes,
etc.)
que
sustentam
(ou
que
em
alguns
casos
minam)
a
aVvidade
económica,
e
como
e
porquê
estas
geografias
insVtucionais
se
desenvolvem,
elas
próprias,
desigualmente
no
espaço”.
O
distanciamento
conceptual
e
metodológico
que
uma
Economia
PolíVca
das
cidades
representa
suscita
a
abertura
ao
diálogo
com
outros
domínios
ciencficos
de
conhecimento,
dando
assim
senVdo
ao
princípio
de
relação
que
a
ciência
económica
deve
manter
com
os
seus
objetos.
As
Cidades
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Disciplinar
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Ciência
Aberta
Nuno
Serra
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–
Frederico
Dinis
44. As
cidades
“são
domínios
substanVvos
complexos”
e
que
devem
por
isso
ser
parVlhados
com
outras
disciplinas
ou,
“mais
rigorosamente,
com
outras
formas
de
ver”
(Reis,
2010:
232),
no
quadro
de
um
entendimento
da
Economia
enquanto
“ciência
aberta”
(Neves,
2007),
em
que
os
economistas
são
moVvados
a
começar
a
“espreitar
com
mais
frequência
por
cima
da
cerca”
(2010:
7).
As
Cidades
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um
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Disciplinar
a
uma
Ciência
Aberta
Nuno
Serra
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–
Frederico
Dinis
45. Relação
das
cidades
com
a
Economia:
Espaços
de
diálogo
transdisciplinar,
suscecveis
de
diluir,
em
absoluto,
as
fronteiras
que
separam
os
diferentes
modos
de
as
interpretar,
transmutando
de
algum
modo
o
estatuto
das
cidades
enquanto
objeto
ciencfico
num
estatuto
de
domínio
ciencfico.
José
Reis
(2010)
Outra
solução:
A
produção
de
um
discurso
sobre
as
cidades
fundado
na
Economia
assuma,
como
pressuposto
claro
e
incontornável,
a
necessidade
de
diálogo
e
de
permuta
de
saberes
com
outras
ciências
sociais.
As
Cidades
da
Economia:
de
um
saber
Disciplinar
a
uma
Ciência
Aberta
Nuno
Serra
14.12.2012
–
Frederico
Dinis