1. Gestores e seus estilos
Estilo Chefe (Gerente)
Embora estejamos no limiar do século XXI, caracterizado por revoluções que se estruturam via web, este estilo é
autoritário, individualista, arrogante e concentrador de conhecimento. Há muitos chefes destes por ai,
acreditando que desde que suas metas sejam atingidas, todo o percurso é válido. Dependendo do perfil da
organização na qual atuam, estes gestores serão motivados e terão sucesso garantido, além de sucessores que
manterão seu jeito de administrar. Para subir a escada da ascensão profissional, farão tudo ou quase tudo: mentir,
omitir, enganar, além de outras ações não muito admiráveis. Num ambiente de trabalho com este estilo de chefia,
a rotatividade é grande, o descontentamento daqueles colaboradores que resistem é assunto frequente na rádio
corredor e o relacionamento da equipe é pautado no medo e necessidade de manter o emprego. Obviamente,
estes gestores tentam se cercar de colaboradores não tão talentosos, de forma que não tenham concorrentes.
Normalmente são inteligentes, mas não muito coerentes.
Estilo Líder
Os gestores deste estilo trabalham em sintonia com a equipe, acreditando que o conhecimento é para todos,
assim como a necessidade de se atingir metas. Possuem sensibilidade para fazer com que o percurso seja o
melhor possível para todos. Ascensão profissional é um objetivo importante, contudo deve ser perseguido de
forma harmoniosa. Atitudes com base no bom senso são praticadas no dia-a-dia com líderes e liderados. A
permanência da equipe é prova de sua satisfação por se sentir parte de algo importante. Estes gestores se cercam
de pessoas competentes, pois sabem que assim garantirão o seu sucesso e desenvolvimento.
Particularmente, identifico-me bastante com o estilo líder. Acredito que um relacionamento pautado em
COERÊNCIA, BOM SENSO e TRANSPARÊNCIA seja a chave para o meu próprio sucesso como gestor, que
se viabilizará com os resultados da equipe e, claro, da organização.
Busco ter coerência entre o que digo, faço e acredito. Uso o bom senso para buscar um entendimento comum
quanto a metas, desempenhos e as ambiguidades que cercam o ambiente corporativo. Uso de transparência para
mostrar que não vivemos num mundo de faz de contas e a necessidade de ganharmos mercados, gerarmos lucros
e satisfazermos os acionistas é uma realidade.
Não posso afirmar que é fácil adotar o Estilo Líder, e no decorrer da minha carreira tive que escolher entre me
adaptar ou buscar um ambiente propício alinhado com meus ideais.
Acredito que cada vez mais empresas de diversos segmentos estão tomando ciência de que o caminho mais curto
para a satisfação dos acionistas não é o mais sustentável. E assim vem surgindo um grupo de lideres que
estimulam e desenvolvem seus liderados. Um grupo de líderes como John Nash (Equilíbrio de Nash), que
entendem que o melhor resultado é quando TODOS no grupo fazem o melhor para SI e para o GRUPO.
Dentre conceitos que acredito e adoto com as equipes que trabalho destaco:
- Seja coerente, tenha bom senso e transparência;
- encoraje seus colaboradores a não se limitarem a ser o que o título de cada um diz que é;
- estimule o estudo e desenvolvimento técnico e profissional; respeite a individualidade de cada colaborador e
entenda que as pessoas são diferentes e, principalmente, que as diferenças se complementam;
- e tenha uma vida pessoal sustentável.
2. Não Queremos Gerentes, Queremos Líder
Infelizmente não consigo chamar de “gerente” o cara que instiga a equipe a conseguir resultados melhores. Não
consigo. Pra mim esse cara é um líder e ponto.
Aquele que gerencia pessoas nas corporações deixou de ter o nome de gerente faz tempo! Hoje em dia, o
importante é saber ser líder. Deixar de ser o cara que fica pedindo que obedeçam e se tornar aquele que engaja a
equipe e mantém a sinergia.
Aquele que tem o espírito de liderança é quem vai envolver todos na mesma direção para alcançar maiores
resultados em menos tempo. Vejo muito nas empresas que encaram a empresa onde trabalha como seu próprio
negócio, consegue se entregar mais no que faz, e assim consegue ter a produtividade maior que o normal.
As empresas precisam de pessoas que tenham pensamento estratégico, que não sejam bitolados, que consigam
ver o negócio como um todo, visão global, e não apenas técnica.
Nem todo gerente é um líder!
Aquele que é líder tem uma visão sistêmica da realidade, ele não vai ficar limitado a simplesmente cumprir sua
parte no projeto, ele tem compromisso com todos da equipe. Queremos líder ao invés de gerentes que só pensam
em mandar!
O espírito de liderança confere uma percepção das necessidades da equipe, consegue aproveitar as características
fortes de cada membro do grupo, o cara que está liderando usa a razão pra tomar a melhor decisão pensando no
grupo! E não na sua promoção dentro da empresa.
O cara que é um líder não precisa estar no topo da hierarquia pra fazer a diferença, ele está no meio da equipe, e
vai transmitir energia aos outros membros.
Queremos líderes que nos desperte o melhor que podemos ser e que ajudem-nos a quebrar barreiras. Quem
realmente desperte a sinergia da equipe.
Ser líder não é ser um gerente, não exerce controle, não manda no grupo. Eles influenciam para que os
resultados surjam… não mandam, e sim, sugestionam.
Temos como exemplo um time de futebol: o líder do grupo é o capitão. O cara que vai elevar a moral do time e
incentivar pra ganhar o jogo.
Queremos líderes na mais pura entrega e que vistam a camisa da equipe. Queremos resultado!
E aí? Vai deixar seu time na mão de um gerente? Conte pra gente como é na empresa que trabalha.
Autor: Marília Balbé | Publicado em: 18/04/2011
Gaúcha, Analista de Sistemas, atua com Engenharia de Software, Requisitos e Modelagem de Negócios.
Colunista. Quase-especialista em Análise de Sistemas.. Site do autor: http://www.twitter.com/maribalbe