Esta Aula Didática é Parte componente da Etapa de Educação Patrimonial e à Distância do Programa de Gestão do Patrimônio Arqueológico, Histórico e Cultural dos onze Aproveitamentos Hidrelétricos da AES Tietê S/A.
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2. As Comunidades Indígenas
Se você estivesse com fome aonde procuraria comida? Na geladeira? No supermercado? Na
lanchonete?
Imagine se você vivesse exatamente no mesmo lugar, mas há 500 anos.
Nesse tempo não existiam geladeiras nem lanchonetes, tampouco supermercados. Você teria que
conseguir alimentos caçando ou plantando, assim como os indígenas faziam.
A sobrevivência nas florestas era muito difícil, por isso, os índios possuíam grande conhecimento do
local em que estavam e seus arredores, para se defenderem de predadores e para cultivar uma vida
tranquila.
Os indígenas estavam aqui muito antes dos
portugueses encontrarem a nossa terra, apesar
de serem vistos por eles como selvagens, eram
sociedades estruturadas que possuíam grande
conhecimento da natureza.
3. Ocupação indígena
A ocupação do território em torno da bacia do Rio Grande vem de muito antes da chegada dos europeus
na América. Diversos grupos indígenas passaram por aqui e deixaram vestígios materiais, os quais
estudamos para produzir estes materiais.
O primeiro tipo de ocupação indígena que vemos neste território é de sociedades de caçadores e
coletores. Os sítios arqueológicos destas comunidades podem ser encontrados tanto em lugares abertos
como em abrigos rochosos e cavernas. Os sítios encontrados ligados aos grupos caçadores-coletores
costumam estar localizados em regiões planas, em fundos de vales próximos a córregos e rios.
Os grupos de caçadores-coletores são representadas por três tipos diferentes de tradições arqueológicas
a partir de seus líticos: Umbu, Humaitá e Itaparica.
Os Caçadores-coletores eram nômades, ou seja, não
possuíam moradia fixa e migravam de um lugar para
outro. Viviam principalmente da habitação a céu aberto
ou em abrigos sob rochas e às vezes em cavernas.
Viviam da caça de animais da floresta e coleta de
alimentos do local em que se instalassem, mas não
havia a prática do cultivo.
4. Líticos
Ponta de projétil em sílex.
Percutor em quartzito
Este vestígio é um percutor, uma rocha dura (no caso um quartzito) muito utilizada pelos indígenas
para lascar as outras rochas, através do impacto em outra rocha, esse processo se chama lascamento.
Este vestígio é uma ponta de projétil usado por alguma etnia indígena
de caçadores-coletores feita em sílex, que é uma rocha sedimentar
muito dura e com densidade elevada. Este era um instrumento
comumente utilizado no dia a dia desses povos. Para fazer essa ponta
de projétil era necessário a rocha de sílex e uma outra rocha como
esta:
5. Líticos
raspador em sílex.
Este objeto, como você pode perceber, tem as extremidades
mais finas e afiadas, elas serviam para raspar e cortar frutas,
legumes, carne de animais, etc.
Este objeto é uma machadinha feita de pedra polida. Era
utilizada na caça de animais selvagens e para derrubar grandes
árvores.
machadinha de pedra polida
6. Ocupações Indígenas
Além das populações de caçadores-coletores, outro grupo também habitou as terras em torno da bacia
do Rio Grande, como os agricultores ceramistas. Que ao contrário dos caçadores-coletores, eram
grupos sedentários, ou seja, escolhiam um lugar fixo para sua habitação e não migravam. Devido a seus
conhecimentos agrícolas, costumavam escolher locais abertos e extensos.
Os grupos de agricultores-ceramistas eram representados por três tradições arqueológicas: Tupiguarani,
Itararé e Aratu.
7. Cerâmicos
Os vestígios encontrados nos sítios arqueológicos de cerâmica,
como o próprio nome diz, eram compostos por pedaços de
peças de cerâmica, em alguns destes pedaços foi possível
observar a existência de decoração e pintura na cor
avermelhada. Estes vestígios estão ligados aos antigos grupos
indígenas agricultores-ceramistas, que ocuparam a região, há
muito tempo atrás.
Cerâmica é o nome que damos a técnica de produzir objetos de argila. Primeiramente os objetos
são moldados e em seguida são queimados, para que aquela massa pastosa cozinhe e se
solidifique. Essa técnica não foi utilizada somente por indígenas, até hoje vemos muitos objetos
feitos de cerâmica: vasos, telhas, enfeites, etc.
Fragmento de carena cerâmica, apresentando vestígios de pintura vermelha.
Exemplo de fragmento cerâmico
coletado.
8. Os Indígenas Brasileiros hoje
Segundo o Censo do IBGE de 2010, o Brasil indígena é hoje composto por mais de 220 povos
contatados que falam mais de 180 línguas distintas, que se dividem em várias aldeias ao longo do
território brasileiro de norte a sul.
Nos dias atuais, algumas sociedades indígenas que vivem próximas às grandes cidades, já utilizam
diversos objetos do cotidiano das pessoas que moram em cidades, desde uma camiseta até um grande
computador e ainda assim lutam para preservar seus costumes e suas tradições.
E, você utiliza objetos indígenas?