Este documento apresenta os resultados de pesquisas arqueológicas e históricas realizadas na região do rio Juruena no Mato Grosso. O texto descreve achados arqueológicos da região, incluindo vestígios de povos indígenas e da linha telegráfica da Comissão Rondon. Também explica o trabalho dos arqueólogos, como escavações são realizadas e os artefatos são estudados em laboratório.
3. O Programa de Pesquisa...O Programa de Pesquisa...
Esta cartilha apresenta para vocês o resultado das pesquisas arqueológicas e históricas
desenvolvidas na área de oito Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) localizadas no vale do rio
Juruena, Estado do Mato Grosso.
Em cumprimento à legislação brasileira foram realizados estudos com o objetivo de registrar,
conhecer, preservar e valorizar o patrimônio pré‐colonial, histórico e cultural da região, ou seja,
a herança dos povos indígenas, dos colonizadores europeus, das comunidades tradicionais e de
nós mesmos.
Com isso você vai entender e descobrir um pouco do Patrimônio Cultural da sua região.
Boa Leitura!
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5. O Programa de Pesquisa...O Programa de Pesquisa...
Em primeiro lugar, vamos nos localizar e ver onde ficam estas oito PCH’s do vale do rio Juruena.
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6. Patrimônio Cultural ...Patrimônio Cultural ...
Vamos começar a nossa aventura falando um pouco sobre o Patrimônio Cultural
da sua região? Mas , afinal, o que é Patrimônio Cultural?
Quando ouvimos a palavra patrimônio logo imaginamos os bens que adquirimos ou
herdamos dos nossos pais, avós e parentes próximos, como uma casa, um automóvel, uma
propriedade rural, objetos pessoais, não é mesmo? 9.420.1206‐0
Nesse caso, estamos falando de um patrimônio muitas vezes de apego econômico, mas
não é só isso, temos também o Patrimônio Cultural.
O Patrimônio Cultural pode ser definido como um bem, uma herança ou um conjunto de
elementos a que damos valor e com os quais temos uma relação de identidade coletiva.
Você pode dizer que Patrimônio Cultural é tudo aquilo que se refere aos bens materiais e
imateriais que representam nossas ações, nossos costumes, crenças e memórias.
O Patrimônio Cultural é dividido em dois grupos: Patrimônio Material e Patrimônio
Imaterial.
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7. Patrimônio Cultural...Patrimônio Cultural...
Mas, como eu descubro a diferença entre Patrimônio Imaterial e Patrimônio
Material?
Muito fácil! O Patrimônio Material
compreende objetos, estruturas, entre
outras coisas materiais que possuem
algum valor para determinada
comunidade. Como:
o Utensílios domésticos;
o Acervos históricos;
o Núcleos urbanos;
o Sítios arqueológicos;
o Parques e jardins;
o Edifícios e casas.
Exemplo de cultura material: coleção
de fragmentos cerâmicos do sítio
arqueológico Rondon 4.
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8. Patrimônio Cultural...Patrimônio Cultural...
E o Patrimônio Imaterial?
Compreende as heranças culturais e outras
manifestações referentes aos conhecimentos
tradicionais de uma comunidade, que são
igualmente importantes e também devem ser
preservadas. Veja exemplos:
o Histórias de vida, histórias de uma
comunidade;
o Tradições e costumes que formam os
“saberes populares”;
o Modos de criar, fazer e de viver;
o Contos, danças, músicas e folclore;
o Criações artísticas, culturais e tecnológicas.
Exemplo de Patrimônio Imaterial:
dança típica amazônica (Programa
Arqueológico UHE Jirau/RO).
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10. O Patrimônio Cultural da Região doRio
Juruena...
O Patrimônio Cultural da Região doRio
Juruena...
Em Sapezal conhecemos o Senhor Nivaldo Bertollo, morador da cidade, que reuniu e preserva uma
coleção de materiais da Estação Telegráfica de Rondon. Segundo o Sr. Nivaldo, as peças foram
encontradas submersas no rio Juruena. Em sua coleção destacam‐se peças como cavadeiras, enxadão,
prato de alumínio, panela de ferro, roda de carroça, peças de bronzes para carroças, isolantes térmicos
para postes, entre vários outros.
Senhor Nivaldo Bertollo, morador da cidade de
Sapezal, com sua coleção de documentos sobre o
Marechal Cândido Rondon.
Arma tipo Colt 44, que o Sr. Nivaldo encontrou mergulhando
nas corredeiras do rio Juruena.
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11. Patrimônio Arqueológico...Patrimônio Arqueológico...
Você já ouviu falar em Arqueologia? A arqueologia é uma ciência que estuda e procura entender as
diversas sociedades que habitaram a Terra ao longo dos tempos. Este estudo é realizado através da
localização dos vestígios materiais que essas sociedades deixaram. Ou seja, utensílios, ferramentas,
restos de alimentação, desenhos feitos em cavernas ou lajes de rocha e outros materiais servem
como pistas para que os arqueólogos entendam os costumes e culturas de cada sociedade.
O responsável por realizar estes estudos é o
arqueólogo. Ele integra uma equipe composta por
vários profissionais como geógrafos,
historiadores, antropólogos, entre outros.
As técnicas de trabalho do arqueólogo variam, de
acordo com o local e o objeto de estudo.
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12. O Trabalho do Arqueólogo...
Durante as pesquisas arqueológicas existem diferentes etapas de trabalho. Vamos conhecer agora
um pouco de cada uma delas!
Encontrando o Sítio Arqueológico!
Antes de iniciar os trabalhos de campo é
preciso realizar um estudo da área que será
alvo da pesquisa. São desenvolvidos estudos
bibliográficos, análise de mapas, entre outros
estudos referentes à região. Com isso, o
arqueólogo define a área que será estudada, os
objetivos da pesquisa e os métodos de
investigação que irá utilizar. Depois começa o
percorrimento da área, anotando, registrando
e mapeando todo vestígio encontrado, e
entrevistando moradores da região atrás de
novas informações. Desta maneira são
cadastrados lugares que apresentam vestígios
de ocupação humana, chamados de sítios
arqueológicos.
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13. Estudando o Sítio Arqueológico...Estudando o Sítio Arqueológico...
Após a localização de um sítio arqueológico inicia‐se o seu estudo. Para tanto, o arqueólogo conta
inicialmente com a ajuda de mapas, imagens de satélite e radares, e assim começa a investigação do
terreno. São marcadas e abertas sondagens para checar a existência de vestígios embaixo da terra,
deixados pelos povos que ali moraram. Estes sítios arqueológicos são então mapeados e depois se
iniciam novas etapas de pesquisa através de escavações.
Saiba Mais!!
Você sabe o que é um vestígio arqueológico?
Se procurar a palavra “vestígio” em um dicionário, você verá que significa:
sinal, pegada, marca ou rastro; sinal de uma coisa que aconteceu, de uma
pessoa que passou. E a palavra “material” se refere à matéria, ou seja, tudo
aquilo que conseguimos tocar, pegar. Por exemplo: ferramentas em pedra
lascada, uma antiga fogueira, fragmentos de vasilhas em cerâmica, restos de
construções, entre outras coisas.
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14. Como é feita uma escavação?!
O que vem à sua mente quando lê a palavra escavação? Você pensa em fazer buracos? Se essa for a
sua ideia, teve um bom raciocínio, pois, no dicionário escavação significa cova, vala. Mas, em
arqueologia, o termo vai além de abrir uma cova. A escavação é sinônimo de investigação.
Quando é realizada uma escavação arqueológica, tudo é feito com muito cuidado e cada objeto
encontrado é registrado (em fichas de campo, desenhos e fotografias) para que, depois, se criem
hipóteses sobre os modos de vida dos grupos humanos que ali estiveram.
Saiba mais: tipos de sítio arqueológico
Já vimos que sítio arqueológico é o local onde
são encontrados os vestígios materiais
deixados por grupos humanos que passaram
por ali. Este local pode ter sido, por exemplo,
uma casa, um acampamento, um cemitério, ou
uma área de fabricação de ferramentas.
Os sítios arqueológicos são variados e
apresentam grandes diferenças entre si,
dependendo do tipo de ocupação que houve
no local. Um mesmo sítio pode apresentar
vestígios de várias ocupações, indicando que
diferentes povos estiveram naquele lugar, em
diferentes épocas. 13
15. Como é feita uma escavação?!
Estou analisando um vestígio que foi encontrado durante esta escavação, nas proximidades do
Rio Juruena! Vamos conhecer os outros artefatos encontrados por aqui?!
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16. Arqueologia no Rio Juruena...
Agora que você já entendeu o que é Arqueologia e como é o trabalho dos arqueólogos, vamos ver um
pouco do que eles encontraram durante as pesquisas na região do Rio Juruena? Você vai perceber
como essas descobertas são importantes para entender a história da região que vivemos, e que
contribui para a história de nosso país.
Além de vestígios referentes às antigas populações indígenas, que habitaram a região séculos atrás, os
arqueólogos encontraram vestígios referentes à Linha Telegráfica implantada pela Expedição do
Marechal Cândido Rondon. Entre os materiais encontrados estavam fragmentos de ferro e esteios de
madeira, fechaduras de portas, fragmentos de artefatos de vidro, objetos de porcelana, além de
fragmentos cerâmicos.
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17. Arqueologia no Rio Juruena...
Vestígios metálicos encontrados em superfície
nosítio arqueológico Juruena I.
Vestígios pertencentes à rede Telegráfica
detectados em superfície.
Objeto detectado no acampamento de Rondon,
de origem alemã.
Broche em formato de tesoura detectado no
sítio Juruena 06.
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18. Arqueologia no Rio Juruena...
Depois de coletados, os vestígios
arqueológicos são limpos, inventariados,
estudados e guardados em laboratório.
Vamos ver como ocorre este procedimento?
Botões de fardamentos coletados no sítio
arqueológico Juruena 06.
Cápsulas de projéteis coletadas no sítio
arqueológico Juruena 06
Inscrições nas garrafas: “Laboratório
chimico pharmaceutico Militar Rio
de Janeiro”.
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19. O Laboratório de Arqueologia...
Afinal, para onde vão as peças resgatadas, depois das escavações?
Os arqueólogos também necessitam de laboratórios para completar os estudos de suas
escavações. No caso da Arqueologia, o laboratório é o lugar para onde são enviados os vestígios e
materiais coletados. Ali todos os materiais são separados, de acordo com o local em que foram
encontrados, e recebem uma ficha de identificação, para facilitar a pesquisa.
Os materiais passam então por um processo de limpeza, identificação, catalogação e análise. A partir de
todo esse trabalho é possível fazer comparações e interpretações sobre as ocupações humanas que
estão sendo pesquisadas.
Existem diferentes especialistas que trabalham no laboratório de Arqueologia. Por exemplo,
especialistas em reconstituir objetos que, durante a pesquisa, são encontrados quebrados. Existem
também especialistas em analisar vestígios de plantas, ossos de animais, ossos humanos e muitos
outros tipos de objetos que são coletados nos sítios arqueológicos.
Análise do material cerâmico
(Programa Arqueológico UHE
Jirau/RO).
Curadoria do material arqueológico
(Programa Arqueológico UHE Jirau/RO).
Limpeza e restauro de material
arqueológico (Programa Arqueológico
UHE Jirau/RO).
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20. A Nossa História...
Agora que já aprendemos um pouco sobre Arqueologia e Patrimônio Cultural, vamos
conhecer um pouco mais sobre a história do Estado do Mato Grosso. Assim poderemos
entender melhor os achados arqueológicos da região.
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21. O Estado do Mato Grosso...
O Estado do Mato Grosso está localizado na região Centro‐Oeste brasileira. Foi ocupado por diferentes
grupos indígenas desde pelo menos 15.000 anos atrás! Há cerca de 400 anos atrás (ou seja, no final do
século XVI d.C.) os colonizadores portugueses liderados por André Leão e Nicolau Barreto, movidos
pelas chamadas bandeiras, alcançaram esta região vindos de São Paulo. Tinham como objetivo
explorar novos territórios.
Saiba Mais!!
Os bandeirantes eram desbravadores do
território brasileiro. Suas expedições
eram chamadas de bandeiras, que
tinham como objetivo a procura de ouro
e outros metais ou pedras preciosas.
Além disto capturavam indígenas para
uso como mão de obra escrava.
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22. O Ciclo do Ouro...
Em 1717 o bandeirante Paschoal Moreira Cabral Leme alcançou um afluente do rio Cuiabá,
denominado “Coxipó”, e ali descobriu ouro. Um ano mais tarde o bandeirante Antônio Pires de
Campos, também explorando o rio Cuiabá, descobre novas minas de ouro.
A mineração mato‐grossense trouxe a expansão territorial e demográfica, transformando aquela
região em um promissor mercado colonial.
No ano de 1737, com as lavras esgotadas, os mineradores se deslocaram para as recém descobertas
“Minas de São Francisco Xavier” ou “Minas de Mato Grosso”.
Para saber mais sobre os
bandeirantes, clique em
seus nomes!
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D1
D2
23. Slide 21
D1 Paschoal Moreira Cabral Leme
(Sorocaba, 1654 - Cuiabá, 1730) foi um bandeirante natural de São Paulo do século XVIII que acabou por encontrar ouro na região onde hoje
é a cidade de Cuiabá. Tinha mais de 60 anos ao descobrir o ouro no que seria Mato Grosso. Fundou Cuiabá em 1719. Contemporâneos desta
data foram as bandeiras de Luís Pedroso de Barros e Antônio Pedroso de Barros e de Artur Pais de Barros e Fernão Pais de Barros. Mais tarde,
os bandeirantes fundaram a vila de Nossa Senhora do Parto (hoje, Diamantino), mais para o oeste de Mato Grosso, e os Pedroso de Barros
foram às fronteiras do Peru.
DOCPP; 04/04/2013
D2 Antônio Pires de Campos
Filho de Manuel de Campos Bicudo,cresceu acompanhando as jornadas sertanejas de seu pai, Pires de Campos teria catorze anos de idade,
quando teria avistado em uma das bandeiras de seu pai, pela primeira e última vez, a Serra dos Martírios. Juntamente com a bandeira de
Bartolomeu Bueno da Silva, o velho 'Anhanguera', Antônio Pires de Campos - Conhecido posteriormente como "PayPirá"
DOCPP; 05/04/2013
24. O Ciclo do Café e da Borracha...
O ciclo do ouro caiu em declínio no final do século XIX, aprofundando ainda mais a crise econômica
portuguesa e a crise de todo o sistema colonial. Contudo, a partir de 1830 a economia brasileira foi
impulsionada pela atividade cafeeira, que a recuperou rapidamente. Em 1884 inicia‐se também a
extração da borracha e na década seguinte o Brasil viveu o auge do extrativismo de ‘látex’ que ocupou o
2º lugar na pauta de exportações da República, perdendo unicamente para o café.
Saiba Mais!
A região norte do Brasil foi a grande produtora de borracha
devido à abundância da árvore seringueira (planta de onde
é extraído o látex )na região.
Látex é o nome do líquido existente nas plantas ditas
‘laticíferas’ e é colhido através de cortes feitos no tronco,
pelos quais o líquido escorre. O látex pode ser incolor,
amarelo, alaranjado, vermelho e, mais comumente, branco.
Este líquido é utilizado para a fabricação de borracha,
matéria prima para a fabricação de pneus, solas de sapato e
diversas coisas mais.
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25. Comissão Rondon...
O que foi conhecido como “Comissão Rondon” foram várias expedições que avançaram pelo
interior brasileiro com um caráter político, ideológico e econômico. Seu principal objetivo era
ocupar definitivamente o território brasileiro, realizando o reconhecimento geográfico, botânico e
mineralógico das regiões por que passou. A Comissão Rondon destinava‐se também a implantar
uma linha telegráfica que ligasse Cuiabá, no Estado do Mato Grosso, até Santo Antonio do Madeira,
no Estado de Rondônia.
O grande desafio da Comissão Rondon era contatar e estabelecer um tipo de relacionamento com
os grupos indígenas que habitavam estas regiões. Foi criado então, em 1910, o SPILTN que, em
1918, foi transformado em SPI. O objetivo então era incluir as sociedades indígenas na sociedade
nacional e transformar seus integrantes em trabalhadores.
Saiba Mais!!
O SPILTN (Serviço de Proteção ao Índio e Localização de
Trabalhadores Nacionais), dirigido por Cândido Rondon
em 1918 passa a se chamar apenas SPI (Serviço de
Proteção aos Índios), pois a parte referente à
“localização de trabalhadores nacionais” passa a ser
trabalho do Serviço de Povoamento do Solo, vinculado
ao Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio.
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26. Comissão Rondon...
O território de Campo Novo dos Parecís foi trabalhado em duas direções pelos serviços de linha
telegráfica: uma para oeste, que se dirigiu para Utiariti e Juruena, e outra para leste, em busca de
Capanema e Ponte de Pedra. Assim, em 1907 a Comissão Rondon entrou em contato com os povos
indígenas Paresí e Nambikwara.
Sabe‐se que a Comissão Rondon inaugurou um novo cenário na história do contato com grupos
indígenas no Mato Grosso e, particularmente, com os Paresí, população mais diretamente envolvida
na instalação e conservação das linhas do telégrafo. Aldeias inteiras migraram atraídas pelas linhas
telegráficas. Infelizmente, esse contato trouxe diversas complicações como epidemias, ataques de
tribos inimigas e invasões de seringueiros.
O território de Campo Novo dos Parecís foi trabalhado em duas direções pelos serviços de linha
telegráfica: uma para oeste, que se dirigiu para Utiariti e Juruena, e outra para leste, em busca de
Capanema e Ponte de Pedra. Assim, em 1907 a Comissão Rondon entrou em contato com os povos
indígenas Paresí e Nambikwara.
Sabe‐se que a Comissão Rondon inaugurou um novo cenário na história do contato com grupos
indígenas no Mato Grosso e, particularmente, com os Paresí, população mais diretamente envolvida
na instalação e conservação das linhas do telégrafo. Aldeias inteiras migraram atraídas pelas linhas
telegráficas. Infelizmente, esse contato trouxe diversas complicações como epidemias, ataques de
tribos inimigas e invasões de seringueiros.
Você Sabia?
Que uma das preocupações do governo brasileiro por
volta de 1907 era promover a integração entre as
regiões do vale do Madeira e as áreas mais
desenvolvidas do país, visto que a porção norte do
Brasil ganhava grande impulso devido à demanda da
borracha.
As linhas telegráficas, ligando a região do rio Madeira a
Cuiabá, foram instaladas entre 1907 e 1915.
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28. Sapezal...
Com o passar dos anos, o contexto histórico de ocupação do médio/baixo curso do Rio Juruena
mostra o surgimento, na década de 1970, do povoado que hoje constitui o município de Sapezal.
Nesta época, a área estava cortada por fazendas que ficavam entre 40 e 100 km longe uma da outra
e as estradas não eram mais do que simples piquetes abertos no cerrado pelos próprios colonos. A
formação deste núcleo urbano surgiu de uma proposta de colonização do Grupo Maggi, que teria
dado o nome à cidade em referência ao rio Sapezal. A atual zona urbana do município começou a
ser povoada apenas em 1987 com a abertura da rodovia MT‐235 (Estrada Nova Fronteira) e do
Loteamento da Sapezal Agrícola. Em 1992, quando Sapezal era ainda Distrito do Município de
Campo Novo dos Parecis, um grupo de amigos fundou o Centro de Tradição Gaúcha “Chama da
Tradição”, procurando manter vivo os costumes do sul do Brasil, sua terra natal. Sapezal foi
emancipada a município em 19 de setembro de 1994.
Você Sabia!?
Que o nome Sapezal vem de um termo de origem Tupi:
“ssa’pé: o que alumia + al sufixo que designa quantidade.
Sapé é uma espécie de capim da família das gramíneas,
conhecida pela por ser muito usada na cobertura de
telhados. É ainda um capim brilhante, que ilumina, que
“lumia”. Assim, Sapezal designa “lugar de muito sapé”.
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29. Campos de Júlio...
Já o município de Campos de Júlio que, assim como Sapezal, também está na área das Pequenas
Centrais Hidrelétricas construídas no rio Juruena, é um dos mais novos municípios do Estado de
Mato Grosso. Foi criado em 28 de novembro de 1994. O nome Campos de Júlio seria resultado de
um conjunto de fatores, entre eles o fato da paisagem da região ser composta por campos de terras
férteis, além do fato de sua colonização ter acontecido no mês de Julho e porque, na época, o Estado
do Mato Grosso era governado por Júlio Campos.
A origem do município se deu durante a década de 1980, quando muitas famílias que moravam em
estados da região sul do Brasil migraram para Campos Júlio, atraídos pelas terras férteis para a
produção agrícola. Estas famílias ajudaram no povoamento da região construindo casas, pontes,
estradas, mercados e escolas. Hoje Campos de Júlio é um próspero município do Mato Grosso.
Um dos principais colonizadores da região foi o senhor
Valdir Masutti que saiu do estado do Paraná, onde morava,
para viver na região. Ele construiu casas, uma capela, uma
escola, o mercado pioneiro e a subprefeitura.
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30. A preservação do Patrimônio Cultural e dos sítios
arqueológicos...
Todos os sítios arqueológicos são protegidos por lei e é proibido destruí‐los ou retirar seus objetos, o que
é considerado um crime contra o Patrimônio Nacional. Assim, caso um dia você encontre um sítio
arqueológico, pode, e muito, ajudar na sua preservação.
Você pode ajudar!!
• Em primeiro lugar, é muito importante não recolher e nem retirar os objetos, pois para a pesquisa
arqueológica é fundamental conhecer o local em que eles foram encontrados;
• Em segundo lugar, não cave, remova a terra ou retire a vegetação, não escreva ou desenhe sobre a
arte rupestre e não jogue lixo na região;
• Por fim, conte a um adulto sobre sua descoberta, para que ele possa avisar o órgão responsável pela
preservação do sítio arqueológico. Existem órgãos responsáveis na Prefeitura Municipal, no Estado e
na Federação.
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31. A preservação do Patrimônio Cultural e dos sítios
arqueológicos...
Devemos também respeitar as manifestações e os bens de patrimônio material e imaterial, como
vimos ao longo desta Cartilha. Destruir ou perder este Patrimônio é apagar da memória uma parte de
nossa história e de nossas raízes. Todos estes testemunhos constituem a herança cultural que nossos
antepassados deixaram e que continua viva em nossas vidas.
Assim, cada um de nós integra o Patrimônio Cultural de uma região e de uma nação, desde o dia em
que nascemos. Por isso, para fazer a pesquisa na região do Rio Juruena foi preciso contar com o
conhecimento e a ajuda de muitas pessoas da região. Ajude na preservação do Patrimônio Cultural
brasileiro, que é de cada um de nós.
Contamos com vocês !!
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32. Ficha Técnica
Equipe de produção da Cartilha:
Coordenação Geral
L.D. Dra. Erika M. Robrahn‐González ‐
Arqueóloga, Antropóloga e Historiadora
Desenvolvimento de Conteúdo
Camila Gobbo ‐ Historiadora
Fernanda Baigan ‐ Geógrafa
Larissa Castro – Historiadora
Revisão Pedagógica
Carmem M. Brugener – Pedagoga e Engenheira
Agrônoma
Revisão Ortográfica
Cléber Mendonça – Bacharel em Letras
Editoração e Arte Final
Revisão Científica
Ms Gerson Levi‐Lazzaris – Historiador e
Arqueólogo
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