1. O documento discute o conceito de Educação Permanente, sua origem e desenvolvimento ao longo do tempo. 2. São apresentadas diferentes definições e funções atribuídas à Educação Permanente por diferentes autores, demonstrando divergências e imprecisões no conceito. 3. O autor analisa a Educação Permanente como evento, discurso, projeto e ação e conclui que essas categorias formam um fenômeno único, com inter-relações entre si.
1. Educação Permanente
Disciplina
INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DOCENTES
EM SAÚDE COLETIVA
Elomar Barilli
Katia Reis
Gideon Borges
Sob o olhar de Moacir Gadotti
2. Baseado no livro A EDUCAÇÃO CONTRA A
EDUCAÇÃO de Moacir Gadotii.
INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DOCENTES Educação Permanente 1 EM SAÚDE COLETIVA
3. O que é? Para que serve?
Diferentes termos para um mesmo
significado?
Ou diferentes termos para diferentes
significados?
Princípio teórico
noção
estratégia
projeto
ação
educacional
político
INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DOCENTES Educação Permanente 1 EM SAÚDE COLETIVA
4. Qual(is) o(s) 0bjetivo(s) da educação permanente?
Bertrand Schwartz ( L´éducacion demain, p. 56)
[...]formar uma sociedade mais aberta e mais integrada, pluralista, igualitária...
Visa formar Um homem desenvolvido física e intelectualmente, autônomo,
criativo, inserido socialmente
E Faure
[...]formar o homem completo, real, acabado e uma sociedade moderna, educativa
OCDE
Visa formar o ser integral e isso implica desenvolvimento individual...
Jocher
... e a formação da personalidade...
OCDE
[...] certamente a educação permanente vai dar ao homem uma chance de viver...
Ideias vagas..... projetos de futuro... Modismo...
uma projeção otimista de educação ??????????
INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DOCENTES Educação Permanente 1 EM SAÚDE COLETIVA
5. As vantagens de um quadro conceitual
impreciso, é que
cada um pode modelá-lo
segundo suas necessidades e interesses
(Gadotti, p. 74)
O que é Educação Permanente?
Depende do objetivo, as tarefas, as
funções etc., atribuídas à ela
INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DOCENTES Educação Permanente 1 EM SAÚDE COLETIVA
6. de onde veio?
Origem da noção de permanência
a Educação Permanente não é uma ideia recente. Na China o filósofo Lao-Tsé,
séculos antes de Cristo, dizia que “... todo estudo é interminável” (TAO TÖ KING,
1967 p. 84 apud GADOTTI, 1982 p. 56).
Então, a Educação Permanente é uma expressão recente de uma
preocupação antiga
Ainda cita o mito de Prometeu e na Republica ideal de Platão, quando diz que a
educação “[...] é o primeiro dos mais belos privilégios”.
Historicamente, a educação
livre e contínua sempre foi
privilégio de alguns... Então
EEPP
Extensão de
privilégios
Democratização do
acesso ao saber
INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DOCENTES EEdduuccaaççããoo PPeerrmmaanneennttee 11 EM SAÚDE COLETIVA
7. de onde veio?
• França – 1891: Constituição - Será criada e organizada uma instrução pública
comum a todos os cidadãos, gratuita no que se refere ao ensino indispensável a todos os
homens (FRANÇA, 1791 apud GADOTTI,1982, p. 58
• Inglaterra – 1919: Relatório do Ministério da Reconstrução - A
educação deve corresponder às necessidades sentidas pelas pessoas durante toda a
vida.
• França – 1938: Gaston Bachelard – educação contínua no decorrer da vida
inteira, sob pena de negar a própria cultura científica, pois sem escola permanente não
existe ciência.
• França - 1946: Plano Langevin- Wallon da Reforma do Ensino: A nova
organização do ensino deve permitir o contínuo aperfeiçoamento do cidadão e do
trabalhador.
• França – 1955: Pierre Arents - Liga Francesa: emprega o termo
EDUCAÇÃO PERMANENTE pela 1ª vez
• 1956 – EP foi oficializada em um projeto do Ministério da Educação...... A
promoção do trabalho já não pode ser assegurada pela oficina ou pela fábrica.
Cabe à Educação Permanente promovê-la.
•
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9. “Bum” de iniciativas em EP
Até 1970, 5.564 títulos foram publicados em francês.
Evolução de um campo de estudo em
educação
A Educação Permanente passou a ser o
princípio da Política Educacional da
UNESCO, divulgada pelo projeto
“Cidade Educativa”
Centro de pesquisa em EP
Criação de EP em Montreal
Cidade Educativa – 1970 :
UNESCO
UNESCO, Conselho da Europa e Organização da Cooperação e
Desenvolvimento Econômico – após 1968 – substituir o sistema
“tradicional” de ensino por um sistema de EP.
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10. Fases cronológicas da EP
ddee 11996666 aa 11997711 - fase conceitual – como oferecer a cada cidadão uma
educação a cada indivíduo, durante toda a vida, adaptada às necessidades
econômicas, sociais e motivações pessoais?
ddee 11997722 aa 11997788 -- fase operacional avaliação dos programas
atualmente...
3 definições para EP
Como um processo contínuo do desenvolvimento individual, no qual o
individuo progride de acordo com sua necessidade e condições.
com um princípio de organização de um sistema global de formação,
exerce uma ação renovadora Coloca um sistema escolar mais flexível
e amplo.
como uma estratégia de formação para o desenvolvimento cultural,
seu objetivo é orientar uma política de recursos humanos visando o
desenvolvimento cultural
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12. Como evento
Evento – algo que traz significado.... Que vem.. Por isso ultrapassa
o fato (p. 55).
A Educação Permanente tem suas raízes no real, ou seja, na
evolução real da educação
PPrroocceessssoo
eemm ccuurrssoo
VViissããoo
ddee ffuuttuurroo
EEdduuccaaççããoo
PPeerrmmaanneennttee
Educação do amanhã
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13. CCoommoo ddiissccuurrssoo
Diversidade e imprecisão
Expectativa
de conceitos (p. 74)
remédio para todos os
males
ambiguidade
Mas o discurso da EP
não caiu do céu Nos EUA, em 1970, mais
de 60 milhões de pessoas
recebendo educação fora
da escola
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14. CCoommoo ddiissccuurrssoo
Consenso entre os autores
Valor da educação como preparação do homem para o mundo, logo a
educação deve ser global e permanente.
11
22 Importância da EP para a vida toda
A necessidade de uma educação de caráter permanente para uma
sociedade de mudança. 33
A extensão de uma educação que mais do que uma qualificação para o
trabalho, significa uma educação para toda a vida. Assim, ultrapassa os
limites da educação de adultos (vai da pré-escola ao ensino superior e
extra-escolar).
44
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15. CCoommoo ddiissccuurrssoo
!! Os autores do relatório discordam quanto ao conceito, objetivos e função
A tendência de globalização princípio de estruturação que funda a EP
como sistema completo, corrente e integrado projeto de
sociedade.
55
Educação Educação
Permanente
repensar
INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DOCENTES Educação Permanente 1 EM SAÚDE COLETIVA
16. Como projeto e ação
Responder às exigências do presente
permanente
Forjar o futuro
Tecnologia educacional
Projeto de
futuro
Mobilização
Realidade - rede de estabelecimentos
educacionais completos, onde a
tecnologia mediaria as relações de
aprendizagem Sef-servicel
Instituições
Pesquisadores
Poder público
Instituições
Pesquisadores
Poder público
Se a EP é projeto e é
ação...... Quem deve
pensá-lo? Como?
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17. é um(a)
Outros tipos de formação onde o aluno é
colocado em situação de trabalho real para
aprender o ofício ou uma profissão.
noção
princípio
princípio organizador
sistema
modelo
meio
ideologia
doutrina
tema livre
O que é Educação
Permanente?
Depende do objetivo, as
tarefas, as funções etc.,
atribuídas à ela
(Rasmussen p.2)
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18. FFUUNNÇÇÕÕEESS D DAA E EDDUUCCAAÇÇÃÃOO P PEERRMMAANNEENNTTEE ( (TTaarrddyy, ,p p. .3 366))
Formação geral, promoção humana, promoção da mulher, acesso à cultura,
cultura popular, vulgarização do saber, formação profissional,
aperfeiçoamento profissional, promoção social, treinamento para mudança
social, formação sindical, educação cívica e política e organização do lazer.
No relatório da UNESCO, a educação permanente, embora preconizando o modelo
escolar, não se apresenta como uma escolarização interminável (como afirma Ivan
Illich), mas oferece uma alternativa à escolarização, alargando o seu conceito e o
próprio conceito da educação (In: Godotti, p. 79).
A Educação Permanente não coloca o monopólio institucional na sua tarefa
(necessária) de educar os indivíduos. Pelo contrário... Estender o domínio da
educação: lazer, vida em família, participação social, vida profissional e a outros
aspectos da existência humana (Quatro Estudos, 215 In: Godotti, p. 79). Preconiza-se,
portanto, um reforço considerável às instituições que atualmente se
responsabilizam pela educação (p. 79).
INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DOCENTES Educação Permanente 1 EM SAÚDE COLETIVA
19. Realidade /
polcítoicnoteexctoonômico social
FFUUNNÇÇÕÕEESS D DAA E EDDUUCCAAÇÇÃÃOO P PEERRMMAANNEENNTTEE ( (TTaarrddyy, ,p p. .3 366))
INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DOCENTES Educação Permanente 1 EM SAÚDE COLETIVA
20. CONCLUSÕES DO AUTOR
A partir dos documentos analisados,
considerando a EP como evento, discurso,
projeto e ação, por Moacir Gadotti concluiu
que ......
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21. CCoonncclulussõõeess a a p paarrttirir d daass c caatteeggoorriaiass d dee a annáálilsisee
O discurso veicula o projeto (projeção) educacional
que não fica somente ao nível do discurso, mas
se prolonga em uma ação concreta.
Da mesma forma, essa ação intervém
diretamente sobre o projeto. Ela o
com-condiciona
e dá peso.
Assim fenômeno, discurso, projeto, e
ação formam um todo homogêneo.
A Ep pode ser considerada como um dis-curso
sobre educação, como fenômeno
ob-servável,
como projeto educacional e como
ação pedagógica orientada para uma finalida-de,
mas todas estas categorias formam um só
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fenômeno.
22. CCoonncclulussõõeess a a p paarrttirir d dee u ummaa l eleitituurraa h hisisttóórricicaa
A EP é exigida por razões : existenciais, psicológicas, biológicas, econômicas,
políticas, demográficas, ecológicas... É a resposta para suprir...
Desenvolver novas
competência
Assumir novos postos de
trabalho
A sociedade precisa de
funcionários com uma
formação sólida para
instauração da democracia
moderna
A EP se manifesta através de medidas, investimentos, leis, estruturas, instituições,
estratégias, programas, métodos..... Toda ação visando transformar o atual sistema
de ensino e adaptar os indivíduos à mudança provocada pela técnica, pela ciência e
o modo industrial de produção (p.95).
INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DOCENTES Educação Permanente 1 EM SAÚDE COLETIVA
23. Educação
permanente
1
2
3
INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DOCENTES Educação Permanente 1 EM SAÚDE COLETIVA
24. 1 ideologia
Visão Marx e de Engel
Expressões
das
relações
materiais
Ideologia
=
dominaçã
o
Não considerar a EP
como uma verdade
absoluta
Expressão ideal e a
representação dos
interesses econômicos
Aquisição de
novos métodos
de trabalho
entre conteúdo
exige
Interação
e prática
Reformulação
do sistema de
ensino
Abertura dos
limites
institucionais
Proliferação
das instituições
Adaptar o
trabalhador para a
sociedade
tecnocrata
Globalização
da educação
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25. A Educação Permanente como exigência do
modo industrial de produção
Novos valores
Cultura de inovação técnica e científica
Progresso
1 ideologia
A revolução industrial Necessidade de educativa permanente
Mudanças trazidas pela evolução
da economia capitalista
Globalizar, planificar, rentabilizar
e unificar a educação
INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DOCENTES Educação Permanente 1 EM SAÚDE COLETIVA
26. mecanismo de dependência sócio-cultural
Resgatar os traços fundamentais
do ato de ensinar
Ultrapassando a ideia
de Marx, o homem não
é só um produto
A EP exige uma praxis efetiva: não basta
criar diferentes formações para
tratar problemas antigos (p.163)
A dialética HOMEM-MUNDO-OUTRO
é necessário um
sistema de ensino que
universalize o discurso
capitalista
Inovação tecnológica
pedagogização
Experimentação
inflação pedagógica
22
INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DOCENTES Educação Permanente 1 EM SAÚDE COLETIVA
27. mecanismo de dependência sócio-cultural
Resgatar os traços fundamentais
do ato de ensinar
Ultrapassando a ideia
de Marx, o homem não
é só o que produz
A EP exige uma praxis efetiva: não basta
criar diferentes formações para
tratar problemas antigos (p.163)
A dialética HOMEM-MUNDO-OUTRO
é necessário um
sistema de ensino que
universalize o discurso
capitalista
Inovação tecnológica
pedagogização
experimentação
22
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28. 3 despolitização de massa
Nas sociedades modernas a noção de “poder” foi substituída por “competência”
(autoridade do perito politicamente neutro) (p. 130)
O homem competente (tecnológico), organiza racionalmente as sociedades através
da ciência da planificação.
A EP entra para subsidiar uma “democracia” baseada na funcionalidade e
racionalidade
Este modelo autoritário exclui a consciência política e a participação popular
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29. Sociedade em mudança
Proporcionar um excedente de
formação profissional para torná-las
mais rentáveis e melhor adaptadas às
novas exigências econômicas e
industriais
Projeto de
sociedade global
fundada no capital
– Produção do
Saber tecnocrático
(p.126)
A EP pode ser considerada um
projeto de educação, de uma
ideologia (p.106) que ajuda a
dissimular as desigualdades com
vistas a integrar a educação ao
sistema econômico
Ideologia capitalista
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30. A educação tem um papel político fundamental enquanto preparação para a
democracia (p.157)
Sociedade
compartilhada
Interação no
conhecimen-to:
participar
com as coisas
materiais e espirituais
O homem jamais termina
de tornar-se homem
É o homem que
se educa
A Educação Permanente
resgatando a existência
do homem se tornará
uma virtude.
reorientar a educação
para o ser e não para o ter
INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DOCENTES Educação Permanente 1 EM SAÚDE COLETIVA
31. algumas questões
O trabalho de Moacir Gadotti foi elaborado na década de 80. Mas o que as suas
palavras ainda guardam de realidade neste novo século?
A educação é neutra ou trabalha segundo um projeto de sociedade?
As finalidades propostas pela concepção de educação permanente presente
nos documentos estudados por Gadotti, perdura nos dias de hoje?
Se a educação é importante para a formação do ser integral e, por isso, deve
ser integral e permanente, por que o acesso não é tratado de forma universal?
Se a expectativa é que a educação permanente atue como um sistema
completo Suprindo as demandas de uma nova sociedade (futuro) e as
carências da sociedade atual (insuficiências do aparelho educacional), este
sistema seria ainda o escolar? (p.9)
INTRODUÇÃO ÀS PRÁTICAS DOCENTES Educação Permanente 1 EM SAÚDE COLETIVA
32. Werthein, Jorge
Fundamentos da nova educação/Jorge Werthein e Célio do Cunha. –
Brasília : UNESCO, 2000.
84p. – (Cadernos UNESCO. Série educação; 5).
1. Educação I. Cunha, Célio da II. UNESCO III. Título IV. Série.
[...] a educação pode colocar-se como fator de coesão, procurando ter em conta a
diversidade dos indivíduos e dos grupos humanos, evitando por conseguinte, continuar a ser
um fator de exclusão social. Afinal, para além da multiplicidade dos talentos individuais, a
educação confronta-se com a riqueza das expressões culturais dos vários grupos que
compõem a sociedade (p.21)
Os pilares do conhecimento foram caracterizados pelo Relatório Delors da seguinte forma
Aprender a Conhecer , Aprender a Fazer , Aprender a viver junto, Aprender a ser
Novos termos para expressar a mesma ideologia?
Evolução ou jogo de palavras?
http://unesdoc.unesco.org/images/0012/001297/129766por.pdf
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