O documento discute o conceito de educação, definindo-a como um processo de formação humana que envolve ações sociais e reflexões teóricas com fins específicos. Aborda as origens etimológicas do termo e distingue educação de conceitos como didática, teoria e filosofia da educação. Reflete sobre os modelos e valores que orientam o processo educativo e sua relação com a formação da pessoa.
2. Conceito inicial
A educação é
uma ação reguladora e estimuladora do
processo de desenvolvimento humano e da
personalidade humana.
Para Kant (1724-1804) o ser humano só se
torna verdadeiramente humano pela educação.
3. Raiz etimológica
O termo educação tem origem latina
E-ducere, que significa conduzir (ducere)
para fora.
Outros sugerem a origem em educare, que
significa a ação de formar, instruir, guiar.
4. Ampliando o conceito
Educação é sempre uma prática, uma ação,
não é possível compreendê-la como algo
estável.
A educação é uma ação social em vista de
um fim.
A educação é, também, um processo de
teorização e de reflexão.
A educação envolve consciência de um
conhecimento e de uma ação.
5. Educação e Modelo
As sociedades educam as novas gerações
em função de uma idéia ou concepção de
ser humano, de cultura e de sociedade.
O problema se encontra em saber que
concepção é essa que norteia a ação
educativa.
6. Para refletir:
Que ser humano queremos formar?
Para que mundo?
Com quais valores e propósitos?
Quem ou o que educa?
Quem ou o que deseduca?
7. Educação e formação
O conceito de formação está intimamente
ligado ao da educação.
No pensamento pedagógico alemão, o
conceito de formação significa:
“o ser humano nasce indivíduo e está
destinado a converter-se em pessoa”
(Thums, p. 70).
8. aproximação dos termos
EDUCAÇÃO e FORMAÇÃO
A educação pressupõe modelos, formas
ideais
de ser humano,
de mundo e
de sociedade.
9. Educação e processo
A educação é um processo ou soma de atos
educativos encadeados em função da
formação do ser humano, em vista de um
fim.
SUJEITO
Métodos
Processos
Recursos
MEIOS
FINS
Estado ideal
Valores, objetivos
Circunstâncias
Psicológicas, socias,
culturais
10. EDUCAR
O termo educar representa muitas nuanças. Em a
República, Platão diz que é necessário 50 anos
para educar um homem.
Não é apenas a escola que educa. A sociedade,
com as mais variadas manifestações culturais e
instituições (família, trabalho, política,
associações, clubes, mercado etc) exercem, de
algum modo, influência sobre o ser humano, ora
numa perspectiva educativa, ora num movimento
de opressão e aniquilamento.
O educar ou a educação adquire vários sentidos:
11. Educar pode significar:
Formar a personalidade;
Desenvolver um saber-agir;
Participar de atividades escolares;
Socializar;
Libertar;
Instruir, informar
...
13. Educação
Por educação, já vimos que significa um
processo ou soma de atos educativos
encadeados em função da formação do
ser humano, em vista de um fim.
Tal processo acontece em sociedade,
num tempo e espaço determinados.
14. Didática
Podemos dizer que a Didática é um
saber cujo objetivo fundamental é
ocupar-se das teorias sobre as
estratégias de ensino, as questões
práticas relativas à metodologia e das
estratégias de aprendizagem.
15. Teoria
Uma teoria é uma reflexão racional sobre a
solução ou a busca de problemas reais.
Trata-se de uma compreensão e/ou
explicação complexa sobre um determinado
corpus científico.
Ao mesmo tempo, é um processo de
abstração, de descrição, em que se obtêm
conhecimentos sobre um determinado
objeto de análise e estudo.
16. Teoria da Educação
A teoria da educação é constituída pela
contribuição das várias ciências que
contribuem para a compreensão do ato
educativo, situado historicamente.
É, portanto, um reflexão científica.
17. Filosofia da Educação
A Filosofia da Educação também é uma reflexão
racional.
Entretanto, ao perguntar pelos princípios e
fundamentos do ato educativo (situado
historicamente), acaba transcendendo o seu tempo.
A Filosofia da Educação, é antes de tudo, um
perguntar acerca do fazer educativo.
Todavia, tal perguntar acontece de fora do próprio
campo pedagógico. É do interior do ato educativo,
que brotam as perguntas mais fundamentais.
18. PEDAGOGIA
A prática da Pedagogia é tão antiga como a cultura
literária.
A palavra Pedagogia tem origem na Grécia
Antiga, paidós (criança) e agogé (condução).
O pedagogo era o escravo que conduzia as
crianças ao gymnasium e à schola.
O estudo da Pedagogia como ciência, enquanto
disciplina científica tem início com Herbart, em
1806.
19. Etimologia do termo ESCOLA
Na schola, do grego scholé (ócio), habituava-se a
cultivar o tempo da mente, a liberdade mental,
enquanto motor da razão.
Aristóteles previa a escola ao ar livre (método
peripatético), onde o mestre e discípulos pudessem
divagar sobre os mais variados temas sem a pretensão
do prático, da pressa, do estresse.
Neste sentido, a arte da razão e do saber previa algo
prazeroso, ou seja, Sapor oris (sabor e razão): o saber
deveria ser saboroso.
No mundo moderno, o ócio foi substituído muitas
vezes, por seu contrário: o negócio (necotium, não-
ocio). Marcado pela competividade, velocidade, à
obrigatoriedade.
20. Advertência
É preciso que fique claro que tais distinções
têm por objetivo facilitar a compreensão do
fenômeno educacional, assunto dessa aula.
Não é possível estabelecer os limites
precisos entre esses vários saberes.
Eles encontram-se em constante movimento
de intercessão, interagindo-se
continuamente.
22. PARA LER E FILOSOFAR
Todavia, antes mesmo de iniciar nossa discussão
acerca dos fundamentos filosóficos da educação,
vamos desenvolver uma reflexão crítica, radical e
integral a partir do texto de Edgar Morin, “A
Cabeça bem-feita”
23. Referências:
LIBÂNEO, JOSÉ CARLOS. “Diretrízes curriculares da pedagogia:
imprecisões teóricas e concepção estreita da formação profissional de
educadores”. In: Educ. Soc., Campinas, vol. 27, n. 96 - Especial, p.
843-876, out. 2006. Disponível em http://www.cedes.unicamp.br
QUINTANA CABANAS, José Maria. Teoría de la educación:
concepción Antinómica de la educación. Madri: Dyknson, 1995.
THUMS, Jorge. Ética e educação; filosofia e valores na escola.
Canoas/RS: ULBRA, 2003.
VALENTIM, Lúcio. Como era gostoso meu latim. In: Discutindo
Língua Portuguesa. No. 5, Ed. Extra, São Paulo: Escala Educacional,
s./d.