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Proteções contra quedas de altura - Forças envolvidas
Diante de um grupo de trabalhadores, não importando o
grau de instrução, se perguntarmos a eles se conseguem
sustentar por um breve momento um saco de cimento de
vinte quilos, supondo que sejam adultos saudáveis e
acostumados com esforço físico, responderão unânimes
que sim. E se perguntarmos para esses mesmos
trabalhadores se conseguirão segurar esse mesmo saco de
cimento atirado do décimo andar de um prédio responderão
que não, e com a observação de que o pacote irá matá-los!
Isso mostra que, mesmo que não saibam explicar
cientificamente, todos compreendem que esse peso (massa)
em movimento exercerá sobre eles uma força muitas vezes
maior. Apesar de terem essa compreensão não costumam
aplicá-la na rotina de trabalhos. Muitas vezes não refletem
que esse fenômeno acontece também sobre o corpo deles,
sobre o cinturão de segurança, sobre o talabarte e sobre o
ponto de ancoragem no momento de uma queda amparada
por um sistema de segurança. Por isso é tão comum não
compreenderem porque os equipamentos de segurança
contra quedas precisam ser tão resistentes e o cuidado e a
manutençãodelestãorigorosa.
Com a compreensão da dinâmica de uma queda e das forças
que podem ser geradas, o rigor dos procedimentos, as
características específicas dos equipamentos e o cuidadoso
manuseiodos materiaisserãovalorizados.
Este texto se propõe a ser didático e compreensível a
pessoas de diferentes graus de instrução, portanto, evita
umaabordagemdemasiadamentetécnicaecientífica.
uma queda de forma gradual, como uma corda elástica ou
um absorvedor de choque, ou se será amparado por um cabo
deaço,queagirácomoum“murodeconcreto”.
Em sala de aula, em cursos de trabalho em altura e resgate
(salvamento), quando questionados os alunos sobre os
fatores que irão definir a força de frenagem, dois itens são
recorrentes: o peso da pessoa (massa) e a altura da queda. E
quando abordamos os fatores realmente relevantes, os
alunos se surpreendem ao descobrirem que a altura de uma
queda, isoladamente, não determina as consequências. Ou
seja, cair de um metro pode gerar traumas muito graves ao
corpo de uma pessoa, e um queda de vinte metros pode
tornar-se uma brincadeira, sem nenhuma consequência
ruim.Tudodependerádeumconjuntodefatores.
Então, se a altura (de forma isolada) não é tão relevante, o
que é? São três os fatores, e a relação entre eles, que
determinará a força que o corpo de uma pessoa terá que
suportarquandoaquedaforinterrompida:
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INFORMATIVO TÉCNICO NÚMERO 6
Fevereiro de 2012
Introdução
Força de frenagem
As pessoas sabem que um objeto em queda livre ao atingir o
solo poderá sofrer um impacto capaz de destruí-lo, ou
destruir o piso do solo ou a ambos, esse efeito chamamos de
choque, impacto ou tecnicamente força de frenagem. Força
de frenagem é a expressão utilizada nas novas normas de
EPIs publicadaspelaABNTem2010.
Para entendermos melhor o conceito, usemos como
analogia a situação de parar um carro. Um motorista
dirigindo um carro a uma velocidade de 100 Km por hora
resolve repentinamente parar o veículo. Para isso ele pisará
firmemente no freio e num determinado tempo e distância o
carro irá desacelerar de 100Km a 0Km gradativamente.
Esta desaceleração gradual é que irá proteger os ocupantes
do carro. Se o mesmo carro batesse contra um muro de
concreto o ato de parar o movimento seria muito mais
eficiente, no entanto, as conseqüências seriam trágicas para
os ocupantes do veículo! Esses efeitos são idênticos quando
um trabalhador dispõe de um sistema para interromper
LUIZ SPINELLI www.spinelli.blog.br
Tipo de material
que deterá a queda
A pessoa cairá sobre um piso
rígido ou sobre uma pilha de
colchões? Será amparada por
uma corda elástica ou por um
cabo de aço?
Fator de queda
É a proporção da altura da queda e
da quantidade de material que
deterá essa queda.
FORÇA
Peso da pessoa
Quanto maior for o peso da
pessoa maior será a força exercida
no final da queda.
Explicandomelhor...
Quando nos referimos ao peso de uma pessoa estamos
determinando a massa (quantidade de matéria) que o corpo
dela possui.Aciência sabe que a gravidade do nosso planeta
exerce uma determinada força sobre cada porção de
matéria, e é graças a esse conhecimento que conseguimos
através de uma balança a medida da nossa massa em
quilogramas(kg),unidadeinternacionaldepeso.
Quanto maior o peso da pessoa, maior será a força gerada ao
final de uma queda, seja alcançando o piso ou sendo
amparadapor umsistemadesegurança.
Opeso da pessoa
Página 2 de 3
Tipodematerialque deteráaqueda
Outro bom exemplo para compreender a importância desse
fator é a prática do Bungee Jump, atividade em que pessoas
saltam em vãos livres amarradas a cabos elásticos. Vamos
imaginar o que aconteceria se substituíssemos o cabo
elástico por um resistente cabo de aço? Embora o cabo de
aço, com o dimensionamento certo, pudesse suportar a
força de frenagem, o corpo da pessoa não aguentaria. O
cabo de aço iria interromper a queda de forma tão abrupta,
que a pessoa correria o risco de graves fraturas além de
outras complicações. Portanto, o tipo de material que deterá
a queda de um trabalhador, juntamente com os outros dois
fatores, definiráseasituaçãoseráseguraoutrágica.
Os materiais utilizados para deter a queda de um
trabalhador variam, por isso, para efeito de simplificação,
adotaremosacorda.
O FatordeQuedaécalculadocomumasimplesfórmula:
Vamos aplicar esse Fator de Queda ao uso do talabarte,
equipamentodeuso rotineironomeioprofissional:
Fator de Queda = Altura da queda
Comprimento da corda
LUIZ SPINELLI www.spinelli.blog.br
Proteções contra quedas de altura - Forças envolvidas
INFORMATIVO TÉCNICO NÚMERO 6
Fevereiro de 2012
Fatordequeda
Um fator importante que pode influenciar a intensidade
dessa força é a relação entre a altura e a quantidade de
material que deterá a queda, ou seja, se tivéssemos
utilizando colchões para amparar a queda de uma pessoa,
teríamos que ter uma quantidade apropriada de colchões
para a altura da queda, ou uma queda de altura controlada
adequada a quantidade de colchões. E é essa relação que
chamamosdeFatordeQueda.
1 2
Condições:
1 metro de queda; massa de 70kg; piso
de concreto. Condições:
1 metro de queda; massa de 70kg;
material capaz de amortecer a queda.
Condições:
21 metros de queda; massa de 70kg; quantidade
de material insuficiente para amortecer a queda.
Condições:
21 metros de queda; massa de 70kg; quantidade
adequada de material para amortecer a queda.
A desaceleração é
instantânea!
Cabo de aço
(inelástico)
Corda
(elástica)
A desaceleração é gradual.
A corda estica e desacelera
gradativamente.
L.E.S.
L.E.S. L.E.S.
L.E.S. L.E.S.
3 4
Neste primeiro exemplo o
trabalhador instalou um
talabarte de um metro de
comprimento acima da
cabeça, deixando-o com
pouca folga. Vamos supor
que a queda seja equivalente a
pequena folga do talabarte,
ou seja, de uns trinta
30 cm
FQ=
1 m de talabarte
0,3 m de queda
FQ= 0,3
centímetros para um talabarte de um metro, de forma
alegórica, temos pouca queda para muito colchão.
.
O Fator
deQuedacalculadoé0,3
Mas essa situação pode ser
diferente se o trabalhador
instalar o mesmo talabarte em
um ponto mais baixo, por
exemplo, na mesma altura do
ponto de conexão do cinturão
de segurança.Aqueda será de
um metro, que é a extensão do
talabarte.
.Nestasituação,
O Fator de Queda
calculadoé1
1 m
FQ=
1 m de talabarte
1 m de queda
FQ= 1
de forma alegórica, teremos uma queda maior para uma
mesma quantidade de colchões. Se o talabarte não oferecer
recursos para uma boa absorção da força de frenagem, essa
condiçãopoderáserperigosaparaocorpodotrabalhador.
E pode ser ainda pior se o
trabalhador instalar o
talabarte no ponto mais baixo
possível. Nesta situação a
queda poderá ser duas vezes o
comprimento do talabarte.
.
Dependendo do material com
o qual o talabarte foi
confeccionado, a força de
frenagem gerada pela queda e
transmitida para o trabalha-
O
Fator de Queda calculado é 2 2 m
FQ=
1 m de talabarte
2 m de queda
FQ= 2
dor poderáultrapassarolimitetoleradopelocorpohumano.
L.E.S.
L.E.S.
L.E.S.
Talabarte com absorvedor de choque da UltraSafe
Imagens cedidas pela Serelepe
Página 3 de 3
Vejamosoutros exemplosparao calculodo FatordeQueda:
Texto e ilustrações:
Luiz Eduardo Spinelli
Agradecimento:
Cláudio S. Garcia, Gianfranco Pampalon e Jussara Nery
contribuíram com críticas e sugestões.
Este e outros cinco informativos estão disponíveis na internet em:
http://www.spinelli.blog.br/indice_tecnico.htm
LUIZ SPINELLI www.spinelli.blog.br
Corda de 12 m
Queda de
1,5 m
FQ=
12 m de corda
1,5m de queda
FQ= 0,12
L.E.S.
Queda de
0,5 m
Corda de 1,5 m
FQ=
1,5 m de corda
0,5m de queda
FQ= 0,33
L.E.S.
Proteções contra quedas de altura - Forças envolvidas
INFORMATIVO TÉCNICO NÚMERO 6
Fevereiro de 2012
Recomendação
Avia de regra, deve-se utilizar equipamentos contra quedas
que ofereçam formas de absorção de choques capazes de
reduzir a força de frenagem sobre o corpo do trabalhador.
Deve-se também planejar o sistema para que o Fator de
Queda seja igual ou menor que 1. Acima disso muitos
materiais e sistemas são incapazes de preservar o corpo de
umapessoadeforçasperigosas.
Os recursos mais utilizados para a redução da força de
frenagem são as cordas com maior ou menor elasticidadeou
o absorvedordechoque.
O absorvedor de choque ou absorvedor de energia é um
dispositivo que tem a função de diminuir a força exercida
sobre o corpo do trabalhador quando uma queda é
interrompida por um sistema de segurança. É muito usado
como elo entre o cinturão de segurança e o talabarte (as
vezes sendo parte integrante dele) ou como elo entre o
cinturãoeotrava-quedas.
O absorvedor de choque se constitui de uma fita de
poliamida ou poliéster dobrada e costurada.Apartir de uma
determinada força (em torno de uns 300kgf) as costuras vão
cedendo e a fita se alongando conforme é desdobrada.
Durante esse processo a queda do trabalhador vai sendo
desaceleradagradativamente.
Absorvedor de choque
É considerado um sistema muito eficiente, e cujas
características são normatizadas pela ABNT através da
NBR 14629.
O inconveniente de qualquer sistema que absorva energia
através do alongamento, e isso se aplica a cordas elásticas e
absorvedores, é que impõe limites de uso. É aconselhável
que esses sistemas sejam utilizados a uma altura mínima em
relação ao piso, pois existe o risco do trabalhador se chocar
contra o solo após esse processo de alongamento. No caso
dos absorvedores a distância mínima do solo (ZLQ) é
determinadapelofabricanteeimpressano equipamento.
Resistência do cinturão de segurança
Existe uma questão sobre a resistência e o uso dos cinturões
de segurança que vem causando preocupações e equívocos
de interpretação. Os cinturões de segurança são testados
seguindo as determinações da norma da ABNT NBR
15836, assim como os talabartes e os absorvedores de
choque seguem normas próprias. Para os testes destes
equipamentos são utilizados dispositivos com 100 kg de
massa, e considerando isso, muitos profissionais do
mercado adotaram esse valor como limite para os
trabalhadores, ou seja, pessoas com mais de 100kg não
podem realizar trabalhos em altura em que o cinturão de
segurança seja necessário. Não é bem assim! Como vimos
neste texto, a força exercida sobre o corpo de um
trabalhador ou sobre o sistema dependerá de um conjunto
de fatores, e não somente do peso da pessoa.Além disso, os
testes simulam situações extremas, e que não precisam ser
criadasnos momentosreaisdetrabalho.
Num trabalho em altura, o peso de um trabalhador é um
fator que pode não ser controlável, mas o tipo de
equipamento que deterá a queda e o fator de queda (FQ)
podem ser planejados. Desde de que o sistema seja
adequadamente projetado, tendo o cuidado por exemplo, de
garantir um fator de queda (FQ) pequeno (menor do que 1),
um trabalhador mais pesado não enfrentará o risco de um
colapsodo sistema.

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Informativo spinelli 6

  • 1. Proteções contra quedas de altura - Forças envolvidas Diante de um grupo de trabalhadores, não importando o grau de instrução, se perguntarmos a eles se conseguem sustentar por um breve momento um saco de cimento de vinte quilos, supondo que sejam adultos saudáveis e acostumados com esforço físico, responderão unânimes que sim. E se perguntarmos para esses mesmos trabalhadores se conseguirão segurar esse mesmo saco de cimento atirado do décimo andar de um prédio responderão que não, e com a observação de que o pacote irá matá-los! Isso mostra que, mesmo que não saibam explicar cientificamente, todos compreendem que esse peso (massa) em movimento exercerá sobre eles uma força muitas vezes maior. Apesar de terem essa compreensão não costumam aplicá-la na rotina de trabalhos. Muitas vezes não refletem que esse fenômeno acontece também sobre o corpo deles, sobre o cinturão de segurança, sobre o talabarte e sobre o ponto de ancoragem no momento de uma queda amparada por um sistema de segurança. Por isso é tão comum não compreenderem porque os equipamentos de segurança contra quedas precisam ser tão resistentes e o cuidado e a manutençãodelestãorigorosa. Com a compreensão da dinâmica de uma queda e das forças que podem ser geradas, o rigor dos procedimentos, as características específicas dos equipamentos e o cuidadoso manuseiodos materiaisserãovalorizados. Este texto se propõe a ser didático e compreensível a pessoas de diferentes graus de instrução, portanto, evita umaabordagemdemasiadamentetécnicaecientífica. uma queda de forma gradual, como uma corda elástica ou um absorvedor de choque, ou se será amparado por um cabo deaço,queagirácomoum“murodeconcreto”. Em sala de aula, em cursos de trabalho em altura e resgate (salvamento), quando questionados os alunos sobre os fatores que irão definir a força de frenagem, dois itens são recorrentes: o peso da pessoa (massa) e a altura da queda. E quando abordamos os fatores realmente relevantes, os alunos se surpreendem ao descobrirem que a altura de uma queda, isoladamente, não determina as consequências. Ou seja, cair de um metro pode gerar traumas muito graves ao corpo de uma pessoa, e um queda de vinte metros pode tornar-se uma brincadeira, sem nenhuma consequência ruim.Tudodependerádeumconjuntodefatores. Então, se a altura (de forma isolada) não é tão relevante, o que é? São três os fatores, e a relação entre eles, que determinará a força que o corpo de uma pessoa terá que suportarquandoaquedaforinterrompida: Página 1 de 3 INFORMATIVO TÉCNICO NÚMERO 6 Fevereiro de 2012 Introdução Força de frenagem As pessoas sabem que um objeto em queda livre ao atingir o solo poderá sofrer um impacto capaz de destruí-lo, ou destruir o piso do solo ou a ambos, esse efeito chamamos de choque, impacto ou tecnicamente força de frenagem. Força de frenagem é a expressão utilizada nas novas normas de EPIs publicadaspelaABNTem2010. Para entendermos melhor o conceito, usemos como analogia a situação de parar um carro. Um motorista dirigindo um carro a uma velocidade de 100 Km por hora resolve repentinamente parar o veículo. Para isso ele pisará firmemente no freio e num determinado tempo e distância o carro irá desacelerar de 100Km a 0Km gradativamente. Esta desaceleração gradual é que irá proteger os ocupantes do carro. Se o mesmo carro batesse contra um muro de concreto o ato de parar o movimento seria muito mais eficiente, no entanto, as conseqüências seriam trágicas para os ocupantes do veículo! Esses efeitos são idênticos quando um trabalhador dispõe de um sistema para interromper LUIZ SPINELLI www.spinelli.blog.br Tipo de material que deterá a queda A pessoa cairá sobre um piso rígido ou sobre uma pilha de colchões? Será amparada por uma corda elástica ou por um cabo de aço? Fator de queda É a proporção da altura da queda e da quantidade de material que deterá essa queda. FORÇA Peso da pessoa Quanto maior for o peso da pessoa maior será a força exercida no final da queda. Explicandomelhor... Quando nos referimos ao peso de uma pessoa estamos determinando a massa (quantidade de matéria) que o corpo dela possui.Aciência sabe que a gravidade do nosso planeta exerce uma determinada força sobre cada porção de matéria, e é graças a esse conhecimento que conseguimos através de uma balança a medida da nossa massa em quilogramas(kg),unidadeinternacionaldepeso. Quanto maior o peso da pessoa, maior será a força gerada ao final de uma queda, seja alcançando o piso ou sendo amparadapor umsistemadesegurança. Opeso da pessoa
  • 2. Página 2 de 3 Tipodematerialque deteráaqueda Outro bom exemplo para compreender a importância desse fator é a prática do Bungee Jump, atividade em que pessoas saltam em vãos livres amarradas a cabos elásticos. Vamos imaginar o que aconteceria se substituíssemos o cabo elástico por um resistente cabo de aço? Embora o cabo de aço, com o dimensionamento certo, pudesse suportar a força de frenagem, o corpo da pessoa não aguentaria. O cabo de aço iria interromper a queda de forma tão abrupta, que a pessoa correria o risco de graves fraturas além de outras complicações. Portanto, o tipo de material que deterá a queda de um trabalhador, juntamente com os outros dois fatores, definiráseasituaçãoseráseguraoutrágica. Os materiais utilizados para deter a queda de um trabalhador variam, por isso, para efeito de simplificação, adotaremosacorda. O FatordeQuedaécalculadocomumasimplesfórmula: Vamos aplicar esse Fator de Queda ao uso do talabarte, equipamentodeuso rotineironomeioprofissional: Fator de Queda = Altura da queda Comprimento da corda LUIZ SPINELLI www.spinelli.blog.br Proteções contra quedas de altura - Forças envolvidas INFORMATIVO TÉCNICO NÚMERO 6 Fevereiro de 2012 Fatordequeda Um fator importante que pode influenciar a intensidade dessa força é a relação entre a altura e a quantidade de material que deterá a queda, ou seja, se tivéssemos utilizando colchões para amparar a queda de uma pessoa, teríamos que ter uma quantidade apropriada de colchões para a altura da queda, ou uma queda de altura controlada adequada a quantidade de colchões. E é essa relação que chamamosdeFatordeQueda. 1 2 Condições: 1 metro de queda; massa de 70kg; piso de concreto. Condições: 1 metro de queda; massa de 70kg; material capaz de amortecer a queda. Condições: 21 metros de queda; massa de 70kg; quantidade de material insuficiente para amortecer a queda. Condições: 21 metros de queda; massa de 70kg; quantidade adequada de material para amortecer a queda. A desaceleração é instantânea! Cabo de aço (inelástico) Corda (elástica) A desaceleração é gradual. A corda estica e desacelera gradativamente. L.E.S. L.E.S. L.E.S. L.E.S. L.E.S. 3 4 Neste primeiro exemplo o trabalhador instalou um talabarte de um metro de comprimento acima da cabeça, deixando-o com pouca folga. Vamos supor que a queda seja equivalente a pequena folga do talabarte, ou seja, de uns trinta 30 cm FQ= 1 m de talabarte 0,3 m de queda FQ= 0,3 centímetros para um talabarte de um metro, de forma alegórica, temos pouca queda para muito colchão. . O Fator deQuedacalculadoé0,3 Mas essa situação pode ser diferente se o trabalhador instalar o mesmo talabarte em um ponto mais baixo, por exemplo, na mesma altura do ponto de conexão do cinturão de segurança.Aqueda será de um metro, que é a extensão do talabarte. .Nestasituação, O Fator de Queda calculadoé1 1 m FQ= 1 m de talabarte 1 m de queda FQ= 1 de forma alegórica, teremos uma queda maior para uma mesma quantidade de colchões. Se o talabarte não oferecer recursos para uma boa absorção da força de frenagem, essa condiçãopoderáserperigosaparaocorpodotrabalhador. E pode ser ainda pior se o trabalhador instalar o talabarte no ponto mais baixo possível. Nesta situação a queda poderá ser duas vezes o comprimento do talabarte. . Dependendo do material com o qual o talabarte foi confeccionado, a força de frenagem gerada pela queda e transmitida para o trabalha- O Fator de Queda calculado é 2 2 m FQ= 1 m de talabarte 2 m de queda FQ= 2 dor poderáultrapassarolimitetoleradopelocorpohumano. L.E.S. L.E.S. L.E.S.
  • 3. Talabarte com absorvedor de choque da UltraSafe Imagens cedidas pela Serelepe Página 3 de 3 Vejamosoutros exemplosparao calculodo FatordeQueda: Texto e ilustrações: Luiz Eduardo Spinelli Agradecimento: Cláudio S. Garcia, Gianfranco Pampalon e Jussara Nery contribuíram com críticas e sugestões. Este e outros cinco informativos estão disponíveis na internet em: http://www.spinelli.blog.br/indice_tecnico.htm LUIZ SPINELLI www.spinelli.blog.br Corda de 12 m Queda de 1,5 m FQ= 12 m de corda 1,5m de queda FQ= 0,12 L.E.S. Queda de 0,5 m Corda de 1,5 m FQ= 1,5 m de corda 0,5m de queda FQ= 0,33 L.E.S. Proteções contra quedas de altura - Forças envolvidas INFORMATIVO TÉCNICO NÚMERO 6 Fevereiro de 2012 Recomendação Avia de regra, deve-se utilizar equipamentos contra quedas que ofereçam formas de absorção de choques capazes de reduzir a força de frenagem sobre o corpo do trabalhador. Deve-se também planejar o sistema para que o Fator de Queda seja igual ou menor que 1. Acima disso muitos materiais e sistemas são incapazes de preservar o corpo de umapessoadeforçasperigosas. Os recursos mais utilizados para a redução da força de frenagem são as cordas com maior ou menor elasticidadeou o absorvedordechoque. O absorvedor de choque ou absorvedor de energia é um dispositivo que tem a função de diminuir a força exercida sobre o corpo do trabalhador quando uma queda é interrompida por um sistema de segurança. É muito usado como elo entre o cinturão de segurança e o talabarte (as vezes sendo parte integrante dele) ou como elo entre o cinturãoeotrava-quedas. O absorvedor de choque se constitui de uma fita de poliamida ou poliéster dobrada e costurada.Apartir de uma determinada força (em torno de uns 300kgf) as costuras vão cedendo e a fita se alongando conforme é desdobrada. Durante esse processo a queda do trabalhador vai sendo desaceleradagradativamente. Absorvedor de choque É considerado um sistema muito eficiente, e cujas características são normatizadas pela ABNT através da NBR 14629. O inconveniente de qualquer sistema que absorva energia através do alongamento, e isso se aplica a cordas elásticas e absorvedores, é que impõe limites de uso. É aconselhável que esses sistemas sejam utilizados a uma altura mínima em relação ao piso, pois existe o risco do trabalhador se chocar contra o solo após esse processo de alongamento. No caso dos absorvedores a distância mínima do solo (ZLQ) é determinadapelofabricanteeimpressano equipamento. Resistência do cinturão de segurança Existe uma questão sobre a resistência e o uso dos cinturões de segurança que vem causando preocupações e equívocos de interpretação. Os cinturões de segurança são testados seguindo as determinações da norma da ABNT NBR 15836, assim como os talabartes e os absorvedores de choque seguem normas próprias. Para os testes destes equipamentos são utilizados dispositivos com 100 kg de massa, e considerando isso, muitos profissionais do mercado adotaram esse valor como limite para os trabalhadores, ou seja, pessoas com mais de 100kg não podem realizar trabalhos em altura em que o cinturão de segurança seja necessário. Não é bem assim! Como vimos neste texto, a força exercida sobre o corpo de um trabalhador ou sobre o sistema dependerá de um conjunto de fatores, e não somente do peso da pessoa.Além disso, os testes simulam situações extremas, e que não precisam ser criadasnos momentosreaisdetrabalho. Num trabalho em altura, o peso de um trabalhador é um fator que pode não ser controlável, mas o tipo de equipamento que deterá a queda e o fator de queda (FQ) podem ser planejados. Desde de que o sistema seja adequadamente projetado, tendo o cuidado por exemplo, de garantir um fator de queda (FQ) pequeno (menor do que 1), um trabalhador mais pesado não enfrentará o risco de um colapsodo sistema.