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Psicologia USP, 2005, 16(1/2), 53-69 53
A PSICOLOGIA AMBIENTAL E AS DIVERSAS
REALIDADE HUMANAS
Esther Wiesenfeld
1
Instituto de Psicologia - Universidade Central de Venezuela
Este artigo baseia as respostas quanto ao objeto da psicologia ambiental
e seus aspectos constitutivos na análise dos periódicos Environment &
Behavior, Journal of Environmental Psychology, congressos e estudos
latino-americanos. Considera que a definição do objeto, circunscrita a
perspectivas que diferem emsuas dimensões ontológicas, epistemológicas
e metodológicas, ocasiona várias psicologias ambientais. Para contribuir
para o desenvolvimento do conhecimento e favorecer as condições de
vida e do planeta, as distintas psicologias ambientais deveriam dialogar.
Conclui que o enfoque adotado é que levaria a abordar a realidade de
modos distintos.
Descritores: Psicologia ambiental. Objeto. Análise de conteúdo.
Periódicos.
m primeiro lugar, quero felicitar as coordenadoras deste simpósio pela
organização do evento. As temáticas propostas, assim como a diversi-
dade de países representados na exposição das mesmas, constituirá, sem
dúvida, um marco na Psicologia Ambiental, do qual serão protagonistas
todos os presentes. Também quero felicitá-las porque organizar um evento
como este, dadas as sérias dificuldades econômicas que atualmente enfren-
tam nossos países latino-americanos, não é tarefa fácil.
1 Professora do Instituto de Psicologia e coordenadora dos programas de Mestrado e
de Especialização em Intervenção Psicossocial da Universidade Central da Venezu-
ela. Editora Associada do Journal of Commnunity and Applied Social Psychology.
Endereço eletrônico: ewiesen@reacciun.ve
E
Esther Wiesenfeld
54
Pelas razões anteriores e pela maravilhosa oportunidade que me brin-
dam de participar com vocês neste simpósio, sinto-me muito agradecida.
Estou segura de que todos sairemos enriquecidos com os debates que aqui
sejam suscitados, com novos conhecimentos e, sobretudo, com muitas in-
quietudes a ser canalizadas em nosso fazer como psicólogos ambientais.
Objeto da Psicologia Ambiental e aspectos constitutivos desse objeto
Vou me referir agora ao tema 1, cuja primeira pergunta trata do objeto
da Psicologia Ambiental e dos aspectos da realidade que constituem esse
objeto.
Perguntar-se a respeito do objeto, quer dizer, o que é, é perguntar-se a
respeito da ontologia ou natureza do objeto. E responder a isto implica refe-
rir-se às posturas meta-teóricas ou paradigmáticas em que se fundamentam
as diversas formas de concebê-lo e às estratégias metodológicas empregadas
para a construção do conhecimento a respeito do dito objeto. Quer dizer,
falar da ontologia de um objeto implica também falar em como nos aproxi-
mamos do objeto para conhecê-lo e em como construímos tal conhecimento.
Para tratar estas questões no campo da Psicologia Ambiental, irei me
referir em primeiro lugar a: a) quais têm sido os principais objetivos da dis-
ciplina, isto é, o que se propôs, particularmente: ao que o seu objeto de estu-
do se refere, b) o que foi alcançado com respeito a tais aspirações, e c) que
reflexões, lições e/ou recomendações podemos derivar da análise realizada.
A que se propôs a Psicologia Ambiental
A Psicologia Ambiental tem sido definida como a disciplina que estu-
da as transações entre as pessoas e seus entornos, com vistas a promover
uma relação harmônica entre ambos, que redunde no bem-estar humano e na
susteotabilidade ambiental.
Para cumprir esse propósito, os pioneiros da Psicologia Ambiental co-
locaram como objetos principais:
A Psicologia Ambiental e as Diversas Realidade Humanas
55
- estudar a relação pessoa-ambiente no contexto natural, vista como
totalidade (ontologia),
- abordar a dita relação de maneira holística (metodologia),
- incorporar diversas perspectivas teóricas em seu estudo (epistemo-
logia),
- enfatizar a dimensão social da relação humano ambiental,
- estabelecer vínculos com outras disciplinas interessadas na temáti-
ca humano ambiental (interdisciplinaridade),
- aplicar os conhecimentos obtidos para melhorar a qualidade ambi-
ental e, por conseguinte, a qualidade de vida dos usuários dos am-
bientes (pertinência social).
A definição e objetivos da Psicologia Ambiental apontam pelo menos
para dois objetos - pessoas e ambientes - que a disciplina tenta abarcar em
sua diversidade.
Contudo, o modo de concebê-los, assim como os aspectos tratados em
ambos os objetos, a ênfase em um e/ou em outro e a forma de entender e
estudar sua relação, varia segundo a fundamentação teórica e metodológica
assumida pelos profissionais, seus interesses e valores pessoais e institucio-
nais, sua formação e experiência profissional, sua visão de mundo, o contex-
to de seu fazer e outros fatores, muitos dos quais conjunturais.
Os objetivos mencionados, formulados principalmente a partir da lite-
ratura psico-ambiental nos Estados Unidos, assemelham-se em grande me-
dida aos que acompanharam os inícios da Psicologia Ambiental na Europa,
embora as razões do surgimento da disciplina variaram em um e no outro
contexto (Pol, 2001). Assim, enquanto a Psicologia Ambiental norte-
americana teve como foco o indivíduo e a otimização de sua relação com o
ambiente, a Psicologia Ambiental européia nasceu com forte vocação social,
produto da crise social e habitacional da pós-guerra.
Do seu lado, os inícios da Psicologia Ambiental na América Latina fo-
ram, de modo marcante, influenciados pelos temas e enfoques adotados nos
Estados Unidos, à margem de sua pertinência em nossa região.
Esther Wiesenfeld
56
O que aconteceu?
Vejamos agora quais foram alguns dos aspectos mais freqüentemente
abordados pela Psicologia Ambiental. Para isso nos basearemos, em primei-
ro lugar, na revisão dos temas tratados nos artigos publicados nos últimos
seis anos (1997-2001, nos. 1 e 2) nas revistas Environment and Behavior (E
& B) e Journal of Environmental Psychology (JEP).
Também consideraremos os trabalhos desenvolvidos na América La-
tina, o que nos permitirá comparar a produção latino-americana com a de
outras latitudes. Vamos nos apoiar, para esta análise, na revisão de Pinheiro
(2001) com relação à Psicologia Ambiental no Brasil, na de Wiesenfeld
(2001b), com base nos trabalhos latino-americanos apresentados até 1999
em diferentes encontros e publicações, as quais se somam as 21 apresenta-
ções em Psicologia Ambiental no Congresso Interamericano de Psicologia
no Chile, 2001, e nas apresentações no II Encontro Latino-americano de
Psicologia Ambiental ocorrido em setembro deste ano no México.
Sabemos que esta revisão não esgota a temática psicoambiental, mas
constitui, a nosso ver, um aspecto representativo da mesma. Vejamos, então,
o que trazem as revisões.
O total de 332 artigos publicados, 185 deles na revista E&B e 147 na
JEP, e as 191 apresentações nos últimos nove Congressos Interamericanos
(1985-2001), mais os 120 apresentados nos dois Encontros Latino-
americanos de Psicologia Ambiental e alguns textos e artigos de autores
latino-americanos, mostram uma ampla diversidade temática quanto à di-
mensão humana e quanto à ambiental.
Assim, contemplaram-se níveis distintos da escala humana (desde in-
dividual e comunitária até grandes conglomerados), tipos de autores, segun-
do sua etapa de desenvolvimento humano (crianças, adolescentes, adultos,
idosos), gênero (homens, mulheres), variáveis demográficas e culturais (i-
migrantes, moradores de rua), usos de determinados ambientes (doentes no
caso de hospitais, escolares no caso de instituições educativas, donas de casa
no caso de entornos residenciais, empregados no caso de instituições de tra-
A Psicologia Ambiental e as Diversas Realidade Humanas
57
balho), processos psicológicos, sociais e culturais (percepção, crenças, atitu-
des, representações sociais, experiências, preferências, identidade, apego,
apropriação, sentido de lugar, comportamento pró-ambiental, condutas dete-
rioradoras, avaliação pós-ocupação, compromisso ambiental, privacidade,
territorialidade, bem-estar, interação social, reciclagem, diferenças culturais
em alguns destes processos, participação cidadã).
Igualmente foram trabalhadas diferentes escalas do ambiente (desde
micro como o espaço doméstico, intermediários como a vizinhança, até ma-
cro como a cidade), tipos de ambientes (residenciais, urbanos, rurais, recrea-
tivos, laborais, educativos, hospitalares), fatores ambientais específicos (de-
sign, decoração, ruído, iluminação, cor) ou gerais (qualidade ambiental) e
processos ambientais (conservação ou deterioração, sustentabilidade, risco
ambiental e desastres naturais).
Embora os autores dos artigos publicados nas revistas E&B e JEP são,
em sua maior parte, dos Estados Unidos ou trabalham nos Estados Unidos,
também estão representados autores de outros países e continentes, sem que
se identifique alguma preferência pelo tema ou o modo de abordagem se-
gundo o contexto de procedência. Isto é, indistintamente podemos encontrar
coincidências entre os temas de investigação entre autores latino-
americanos, norte-americanos, europeus ou africanos, assim como discre-
pâncias temáticas entre autores de um mesmo país. Mais ainda, identifica-
mos temas similares porém tratados de diversas óticas, tanto teóricas quanto
metodológicas, em um mesmo país ou entre países do mesmo ou diversos
continentes. Por exemplo, o tema do ambiente residencial foi investigado
com base nas atribuições sociais quanto ao interior da moradia, às proprie-
dades visuais e às valorações afetivas das áreas residenciais, à interação so-
cial segundo a organização espacial da moradia, ao significado do lar, à ava-
liação da satisfação residencial, aos usos de diferentes espaços residenciais,
à identidade de lugar, à percepção da qualidade do ambiente residencial, à
relação entre privacidade e design, para citar alguns.
A variedade de aspectos estudados com respeito a um mesmo entorno
em um mesmo país sugere que a seleção de tópicos de estudo ou de inter-
Esther Wiesenfeld
58
venção em Psicologia Ambiental não deriva necessariamente de suas parti-
cularidades essenciais, ou das pessoas, ou da relação entre ambos. Tão pou-
co aponta para a preponderância de certos tópicos ou problemas discrimina-
dos por contextos (países, regiões ou continentes). Por exemplo, no México,
Serafin Mercado e outros desenvolveram um modelo de habitabilidade resi-
dencial baseado em um modelo cognitivo comportamental, enquanto que
Miguel Angel Aguilar tratou deste tema de uma perspectiva construtivista, e
Bernardo Jimenez sugeriu o emprego da Investigação Ação Participativa,
que corresponde a uma perspectiva teórico crítica.
A variedade resenhada parece antes sugerir que a eleição temática o-
bedece a motivos que transcendem a especificidade psicoambiental, tais
como inclinações pessoais. Além disto, como esta diversidade se expressa
em um mesmo país, pode-se supor alguma ou todas as seguintes opções: a)
que a eleição temática em questão ocorre à margem das demandas do con-
texto; b) que tais demandas ou prioridades são compreendidas de diversas
maneiras pelos profissionais, e c) que os critérios para estabelecer as ditas
prioridades são relativos. Deste modo, se a moradia é uma prioridade, deve-
riam existir certos indicadores que justifiquem tal prioridade, assim como
orientações e critérios para enfrentá-la, mas isto não é o que costuma ocor-
rer.
Além disto, não se trata apenas de ignorar o contexto, ou da falta de
correspondência entre as prioridades do investigador e as do contexto. Pare-
ce que a diversidade temática e intra-temática e as discrepâncias no modo de
tratá-las, inclusive intra-país, ou o seu oposto, que dizer, algumas coincidên-
cias entre países, sugerem, adicionalmente, as seguintes considerações:
1. A ausência de um fio condutor ou de uma linha de investigações
derivada do diálogo entre as demandas do contexto e os recursos,
existentes ou potenciais, da Psicologia Ambiental para satisfazê-
las. Em conseqüência, tão pouco existem delineamentos ou parâ-
metros claros que orientem o exercício profissional, os conteúdos
docentes, as investigações e intervenções acadêmicas ou extra a-
cadêmicas. Esta relativa independência entre os interesses do in-
A Psicologia Ambiental e as Diversas Realidade Humanas
59
vestigador e os problemas em seu contexto não é necessariamente
negativa, se considerarmos que, com freqüência, a formulação dos
problemas do contexto está sujeita, por sua vez, a interesses políti-
cos e de outras índoles, que não necessariamente colocam o ser
humano e seu ambiente como prioridades. Nestes casos, a suposta
neutralidade do profissional poderia contrabalançar este tipo de vi-
és perverso. Não obstante, a mesma neutralidade poderia atentar
contra a ingerência do investigador como co-autor, negociador ou
catalizador de interesses antagônicos, entre cidadãos e entidades
com distintos tipos de poder, cujo propósito seria coerente com os
princípios da Psicologia Ambiental: conseguir uma harmonia pes-
soa-ambiente.
2. Fragmentação dos ambientes, assim como dos processos psicoló-
gicos, em termos de variáveis, evidenciada a partir da enumeração
de fatores estudados com relação a um ou outro objeto. Tal frag-
mentação é contrária aos requisitos ontológicos, se recordarmos
sua aspiração à apreensão molar da transação pessoa-ambiente.
Assim, o lugar acaba por reduzir-se ao seu aspecto empírico e a
subjetividade dos processos cognitivos, experiências, afetos, com-
portamentos das pessoas, a imagens, atitudes, preferências, empi-
ricamente mensuráveis para a sua validação empírica. Adicional-
mente, encontramo-nos frente aos múltiplos fatores constitutivos
dos objetos fragmentados, cujas definições variam segundo os en-
foques teórico-metodológicos que os fundamentam. É assim que o
estudo da moradia remete desde enfoques cognitivos comporta-
mentais a uma concepção da moradia muito diferente, vista da fe-
nomenologia ou da psicanálise. Como conseqüência deste aspecto,
existe nas disciplinas ambientais uma espécie de Torre de Babel
conceitual - citando Moraes (1997) - pois os mesmos termos alu-
dem a conteúdos distintos. O termo sustentabilidade é um claro
exemplo disto. Se nos colocarmos no lado otimista, diríamos que a
diversidade permite abrir o objeto a diferentes perspectivas, o que
reduz a hegemonia de uma postura sobre a outra, em nosso caso, a
Esther Wiesenfeld
60
dominação da perspectiva positivista ou pós-positivista. Assim, à
visão de pessoa e ambiente como realidades objetivas, indepen-
dentes de nosso modo de acessar o seu estudo, incorporam-se vi-
sões como as construtivistas, ainda timidamente presentes na dis-
ciplina. Esta postura concebe a relação pessoa-ambiente como
totalidade, inseparável e incompreensível à margem das condições
do contexto social, político, econômico em que emerge, e em vir-
tude das mudanças no dito contexto, tais relações são igualmente
dinâmicas e, portanto, históricas e relativas. Desta maneira, à vari-
edade temática e geográfica mencionada nos estudos psicoambien-
tais, somam-se diferentes opções paradigmáticas. Estas opções são
as que fundamentam a definição do objeto de uma ciência, de mo-
do que o mesmo objeto será concebido de distintas maneiras de
acordo com o marco meta-teórico em que se baseia. Sem subesti-
mar as vantagens que, desde o nosso ponto de vista, tem a incorpo-
ração de distintas perspectivas teórico-epistemológicas como as
mencionadas, é algo a ser notado que, dos 332 artigos publicados
em E&B e no JEP desde 1998 até 2002, 305 deles, 175 em E&B e
128 em JEP, apoiaram-se em teorias inscritas nos paradigmas po-
sitivistas ou pós-positivistas. Somente 27 trabalhos (8 em E&B e
19 em JEP), fizeram-no sob outros enfoques, como o transaciona-
lismo, a fenomenologia, o construtivismo social, o enfoque ecoló-
gico, a ecoanálise (combinação de enfoque ecológico e psicanáli-
se), o enfoque sociocultural, a teoria fundamentada, a teoria
feminista, a teoria crítica. Estes números representam respectiva-
mente 4% e 13% dos artigos publicados em cada uma das revistas,
em um total de 8%.
3. Tendência à investigação, mas não ao uso e aplicação dos resulta-
dos. Neste particular, existe um divórcio entre teoria e prática; en-
tre a academia, âmbito predominante para a produção teórica, e
instituições não acadêmicas ou de orientação fundamentalmente
aplicada ou técnica. Assim, enquanto a academia oferece uma in-
formação pouco pertinente e difícil de ser traduzida em termos de
A Psicologia Ambiental e as Diversas Realidade Humanas
61
ação, as instituições não acadêmicas demandam informação cientí-
fica para a solução de prementes problemas sociais, que a Psicolo-
gia Ambiental não está capacitada a prover. Portanto, não é de se
estranhar a falta de aplicabilidade e de aplicação dos resultados das
investigações, pois muitas delas oferecem o que não se pede e, pa-
ralelamente, não estão em condições de trazer o que é requisitado.
Esta falta de pertinência dos resultados é contrária aos requisitos
de utilidade social da disciplina.
4. Orientação individual nas investigações psicoambientais, não obs-
tante o reconhecimento da natureza social dos processos psicoló-
gicos, fica distante da declaração de identidade da Psicologia Am-
biental como disciplina psicossocial.
5. Isolamento disciplinar, em que existem escassos vínculos com ou-
tras áreas da psicologia como a psicologia clínica, ou comunitária,
assim como com algumas disciplinas como a arquitetura ou a pla-
nificação urbana, onde a relação resulta mais evidente. Este isola-
mento disciplinar da Psicologia Ambiental contradiz seu reiterado
chamado à interdisciplinaridade.
6. Subestimação da dimensão temporal. A escassa referência a esta
dimensão nos estudos psicoambientais foi bem desenvolvida por
Moser (2001) e Pinheiro (2002), cada um com uma abordagem di-
ferente ao tema da temporalidade. Para o primeiro, tem a ver com
as variações devidas ao desenvolvimento evolutivo das pessoas,
enquanto que, para o segundo, a ênfase está no tempo percebido
pelas pessoas ou tempo subjetivo, que não corresponde necessari-
amente ao tempo cronológico. Outra abordagem à dimensão tem-
poral tem a ver com a dinâmica dos eventos intra e interpessoais,
sujeitos a mudanças ainda em breves lapsos de tempo cronológico.
A relevância da dimensão temporal pede por sua incorporação na
definição do objeto de estudo da Psicologia Ambiental, conside-
rando-o tanto em seu componente histórico quanto como subjeti-
vo.
7. Ausência de um pronunciamento ético na literatura sobre ambiente
e comportamento (Rivlin, 2002; Saegert & Winkel, 1990), isto é,
sobre posturas e ações orientadas por valores e princípios (Moraes,
Esther Wiesenfeld
62
1997). Para Rivlin (2002), uma postura requer que, além de tratar
dos assuntos éticos e morais comuns às ciências sociais (como o
consentimento dos sujeitos em participar nas investigações, a ga-
rantia de sua privacidade, anonimato, segurança), incluir outros
específicos à nossa disciplina, dada a temática tratada, os métodos
empregados e as implicações, aplicações e publicações dos resul-
tados (Rivlin, 2002, p. 15). Alguns das exigências éticas colocadas
pela autora consistem em: a) considerar o valor da investigação,
não somente do ponto de vista de sua contribuição teórica ou apli-
cada, e de seus benefícios para o investigador (ascensão, publica-
ção, etc.), mas também o seu impacto, a curto e longo prazo, sobre
os participantes em seus entornos; b) analisar, enquanto profissio-
nais, nossas possibilidades de atuar (incidir) nos temas estudados
(por exemplo: falta de moradia, doenças provocadas por condições
ambientais desfavoráveis no trabalho, etc.); c) conhecer a disposi-
ção dos sujeitos para participar nas investigações, conhecendo os
possíveis riscos físicos e emocionais que esta pode acarretar; d)
prover informações relativas a organismos e instituições que pos-
sam oferecer ajuda com relação às necessidades manifestadas pe-
los sujeitos no curso da investigação; e) tomar precauções na sele-
ção e aplicação de métodos, a fim de priorizar o respeito à
dignidade humana, além das exigências de distância e neutralidade
comuns nos métodos de investigação tradicional, tais como a ne-
cessidade de manejar situações difíceis surgidas a partir da formu-
lação de perguntas delicadas, etc.
8. Escassa referência à dimensão política, estreitamente relacionada à
dimensão ética, à medida que aponta para os produtos e as impli-
cações sociais dos resultados da investigação. Com relação a esta
dimensão, diversos autores concordam que toda investigação sofre
uma carga de valores e de posturas políticas que, semelhantemente
à ética, estão presentes em todas as fases de um projeto (seleção do
tema, dos métodos, do tipo de análise e da publicação) (Moraes,
1997; Rivlin, 2002). Isto é particularmente certo na área da Psico-
logia Ambiental, em que uma distribuição social e econômica do
espaço condiciona as oportunidades de acesso ao ambiente (Sae-
gert & Winkel, 1990).
A Psicologia Ambiental e as Diversas Realidade Humanas
63
Reflexões e recomendações
Queremos agora resgatar alguns elementos positivos que derivam da
análise realizada, assim como propor algumas recomendações adicionais às
já expostas, para enfrentar alguns dos problemas mencionados:
1. A imagem transmitida de dispersão dá conta da riqueza do objeto
da Psicologia Ambiental que, demarcada dentro de uma agenda
que se nutra de e discrimine as demandas locais, regionais e glo-
bais poderia potencializar os aportes da disciplina e, por sua vez,
enriquecê-la. Os critérios para a seleção dos temas nas ditas agen-
das devem resultar de negociações das prioridades expressas pelos
diversos setores implicados nos ditos temas. Isto garantiria a plura-
lidade de opiniões e, portanto, os princípios democráticos que de-
vem reger também a produção do conhecimento. Com efeito, o
exercício da democracia promove a inclusão de setores que usu-
almente não têm voz neste e em muitos outros campos mas que,
paradoxalmente, conformam o nosso universo de sujeitos de in-
vestigação.
2. A recente incorporação de diferentes enfoques em Psicologia Am-
biental e as críticas realizadas aos enfoques tradicionais e a outros
menos tradicionais, como o transacionalismo (Sánchez & Wiesen-
feld, 2002), deveria constituir outro tema para incluir na agenda de
debate, de modo a tentar superar as diferenças paradigmáticas, a-
gora concebidas como posturas irreconciliáveis e transformá-las
em novas posturas enriquecidas com o bom e com as limitações
das diferentes perspectivas. Considero que o debate sobre este te-
ma é urgente. Em diversas publicações, fiz eco às críticas ao Posi-
tivismo e argumentei acerca da pertinência das ditas críticas na
Psicologia Ambiental positivista e pós-positivista (Wiesenfeld,
2000, 2001a; Wiesenfeld, Sánchez, & Cronik, 2002). Isso propi-
ciou experiências baseadas na perspectiva sócio-construtivista e da
teoria crítica. O trabalho mais recente com respeito a este tema foi
apresentado com Euclides Sánchez no II Encontro Latino-
americano de Psicologia Ambiental (Sánchez & Wiesenfeld,
2002). Nessa apresentação, fizemos uma análise crítica do enfoque
Esther Wiesenfeld
64
transacional e propusemos uma Psicologia Ambiental construtivis-
ta, argumentando que esta perspectiva supera as limitações assina-
ladas com respeito ao transacionalismo e é coerente com os objeti-
vos formulados pelos pioneiros da Psicologia Ambiental que, do
nosso ponto de vista, continuam vigentes.
3. Adicionalmente, as poucas experiências desenvolvidas em Psico-
logia Ambiental da perspectiva ontológica subjetivista, epistemo-
lógica transacional e metodológica qualitativa, que caracterizamo
construtivismo, tiveram impacto social favorável, vinculando as-
sim a teoria e a prática, a investigação com a ação.
4. A aplicação dos resultados de nossas investigações deve ser uma
preocupação presente desde a formulação do projeto, de modo que
contemplemos, desde o seu início, a utilidade potencial dos ditos
resultados, assim como a maneira de difundi-los e projetá-los. Esta
é uma atividade para a qual estamos pouco preparados, não so-
mente em Psicologia Ambiental, mas também na academia em ge-
ral.
5. Finalmente, para finalizar o tema do objeto em Psicologia Ambi-
ental, se a definição do objeto se circunscreve a determinada pers-
pectiva, e as perspectivas diferem em suas dimensões ontológicas,
epistemológicas e metodológicas, poderíamos dizer que temos vá-
rias psicologias ambientais segundo os diferentes paradigmas em
que se fundamentam tais objetos. Como já mostramos, a Psicolo-
gia Ambiental dominante foi a positivista, que preferencialmente
emprega enfoques cognitivo-comportamentais e metodologias
quantitativas. Mas, se queremos contribuir para o desenvolvimento
do conhecimento e favorecer nossas condições de vida e do plane-
ta, devemos colocar para dialogar as distintas psicologias ambien-
tais.
Realidades socioculturais e Psicologia(s) Ambiental(ais):
A segunda pergunta deste tema: “Podem diferentes realidades socio-
culturais levar a diferentes enfoques de Psicologia Ambiental?” já foi parci-
A Psicologia Ambiental e as Diversas Realidade Humanas
65
almente respondida na primeira parte desta apresentação, mas agora vamos
focalizá-la com mais detalhes.
Primeiramente, a maneira como está formulada a pergunta supõe que
existem diversas realidades socioculturais, com o que estamos de acordo.
Mas pergunta se as ditas realidades podem conduzir ao desenvolvimento de
diferentes enfoques da Psicologia Ambiental, e esta segunda parte da per-
gunta é complexa. Vamos vê-la por partes:
a) a realidade pode levar a diferentes enfoques da Psicologia Am-
biental?
b) há, ou pode haver, diferentes enfoques em Psicologia Ambien-
tal, dada a diversidade sociocultural da realidade?
Com respeito à primeira parte do enunciado “A realidade sociocultu-
ral pode levar a diferentes enfoques da Psicologia Ambiental?”, significa:
tem a realidade a potência de fazer algo ela mesma? Podemos fazer diferen-
tes leituras. Se nos basearmos na análise sobre o desenvolvimento da Psico-
logia Ambiental apresentado, notamos que o seu objeto não se diferenciou
precisamente segundo o contexto. Vimos que dentro de um mesmo país há
diferentes maneiras de estudar um ambiente ou processo, e que elas coinci-
dem com os modos de concepção e aproximação ao dito objeto em outros
países e continentes. Considero que isto obedece à noção de realidade ado-
tada pelo paradigma positivista em que se apoiaram grande parte dos traba-
lhos na disciplina. Este paradigma concebe a realidade em termos de variá-
veis que fragmentam a totalidade, o que permite que incidam no segundo
elemento do binômio do objeto da Psicologia Ambiental, isto é, as pessoas
igualmente concebidas em suas qualidades perceptíveis com os métodos
apropriados.
Isto não quer dizer que as diferentes realidades socioculturais não im-
pliquem distintos modos de enfocar o objeto da Psicologia Ambiental, mas
que as premissas da Psicologia Ambiental positivista descontextualizam os
objetos, assumindo a universalidade e a-historicidade do conhecimento pro-
duzido.
Esther Wiesenfeld
66
A resposta neste caso não depende, então, da realidade sociocultural
mas do enfoque. Com isto estamos dizendo que há enfoques que não levam
em consideração as características do contexto e, baseando-nos neles, diría-
mos que não são as realidades que propiciam os enfoques, mas que são os
enfoques que constróem realidades. Reformularíamos então o enunciado da
segunda pergunta dizendo: Podem os diferentes enfoques da Psicologia
Ambiental construir diferentes realidades socioculturais? E a resposta seria
afirmativa.
Se nos centrarmos agora na segunda parte do enunciado: Pode haver
diferentes enfoques em Psicologia Ambiental, dada a diversidade sociocul-
tural da realidade?, necessitamos então esclarecer o que entendemos por
diversidade sociocultural da realidade.
Assumimos que os fatores socioculturais da realidade são alguns dos
elementos constitutivos do contexto de que formam parte, de modo que pre-
ferimos referir-nos ao contexto como um conceito mais integrador.
Quando se fala na influência do contexto, estamos aludindo a um con-
junto de condicionantes ecológicos, isto é, sociais, econômicos, políticos,
culturais, geográficos, históricos, na geração dos significados que as pessoas
elaboram acerca de suas realidades. Todo significado está vinculado ao con-
texto em que é gerado, de modo que o contexto marca o caráter local da
relação pessoa ambiente. Com isto queremos destacar que as ditas relações
são significadas com base nos condicionantes mencionados.
Podemos dizer, então, seguindo Strauss e Corbin (1990), que o con-
texto é um conjunto de propriedades de um fenômeno, evento, incidente,
com o que se relacionam, em um espaço e tempo determinados, diversas
ações e interações, e podemos acrescentar, interpretações. Dito de outro mo-
do, é no marco das características locais do contexto que os grupos ou co-
munidades interpretam sua vida cotidiana e orientam suas práticas sociais. E
é, precisamente, essa confluência de condições locais, com a sua correspon-
dente colocação espaço-temporal, que conforma a diversidade dos contextos
ou, parafraseando o enunciado de nossa pergunta, a diversidade sociocultu-
ral da realidade.
A Psicologia Ambiental e as Diversas Realidade Humanas
67
Dada a multiplicidade de fatores que, como vimos, as integram, po-
demos dizer que se trata de realidades complexas, e como as condições em
questões são cambiantes, também podemos dizer que são realidades dinâmi-
cas e relativas.
Não se trata, portanto, de adotar enfoques, em que cada um responda
às características das realidades locais, mas de identificar enfoques que re-
conheçam tais qualidades. Neste sentido, e reiterando a resposta ao primeiro
enunciado da pergunta, não seriam as realidades as construtoras de enfoques
mas antes que, de acordo com os enfoques adotados, poderíamos abordar a
dita diversidade de um ou outro modo, resgatando em seus postulados os
aspectos da realidade que se tenta enfatizar e os modos de concebê-la.
De acordo com Pinheiro (2002), na atualidade, os estudos no campo
do compromisso ambiental buscam uma maior contextualização, à medida
que incluem bases culturais e históricas dos valores das pessoas, aspectos
afetivos, ideologias políticas e visões do mundo.
Esperemos que esta inquietação se translade também para os demais
temas de interesse para a disciplina.
Wiesenfeld, E. (2005). Environmental psychology and the diverse human
realities. Psicologia USP, 16(1/2), 53-69.
Abstract: This article is based on the analysis of the journals Environment
and Behavior, Journal of Environmental Psychology, of Latin-American
congresses, studies, and networks. It argues that the definition of the object
circumscribed to certain perspectives that differ in their ontological,
epistemological and methodological dimensions, lead to many
Environmental Psychologies. In order to contribute to the development of
knowledge and favor our life conditions and the conditions of the planet, we
must foster the dialogue between the different environmental psychologies.
It concludes that the angle adopted leads to the analysis of diversity,
rescuing or not, in its postulates, the aspects of reality that one tries to
emphasize and the ways to conceive it.
Esther Wiesenfeld
68
Index terms: Environmental psychology. Object. Content analysis.
Journals.
Wiesenfeld, E. (2005). La psychologie de l’environnement et les différentes
réalités humaines. Psicologia USP, 16(1/2), 53-69.
Résumé: Cet article fonde les réponses à ces questions sur l’analyse des
périodiques Environment and Behavior, Journal of Environmental
Psychology, et sur celle des congrès, des études et des réseaux latino-
américains. Il considère que la définition de l’objet, circonscrite à une
perspective déterminée que diffèrent quant à leurs dimensions ontologiques,
épistémologiques et méthodologiques, il y aurait différentes Psychologies
de l’Environnement. Il recommande que, pour contribuer au développement
de la connaissance et favoriser nos conditions de vie ainsi que celles de la
planète, nous devons faire interagir les différentes psychologies de
l’environnement. Il en conclut que l’optique adoptée mènerait à aborder la
diversité, récupérant ou non, dans ses postulats, les aspects de la réalité que
l’on essaie de mettre en évidence ainsi que les modes de la concevoir.
Mots-clés: Psychologie de l’environnement. Objet. Analyse de contenu.
Périodiques.
Referências
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uma psicologia ambiental do urbano (pp. 189-210). São Paulo: EDUC / FAPESP.
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perspectivas. In E. Tassara (Org.), Panoramas interdisciplinares para uma
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Fundación UNILIBRE.
Recebido em 5.04.2004
Revisto e encaminhado em 23.02.2005
Aceito em: 7.03.2005

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Psicologia Ambiental e Diversidade Humana

  • 1. Psicologia USP, 2005, 16(1/2), 53-69 53 A PSICOLOGIA AMBIENTAL E AS DIVERSAS REALIDADE HUMANAS Esther Wiesenfeld 1 Instituto de Psicologia - Universidade Central de Venezuela Este artigo baseia as respostas quanto ao objeto da psicologia ambiental e seus aspectos constitutivos na análise dos periódicos Environment & Behavior, Journal of Environmental Psychology, congressos e estudos latino-americanos. Considera que a definição do objeto, circunscrita a perspectivas que diferem emsuas dimensões ontológicas, epistemológicas e metodológicas, ocasiona várias psicologias ambientais. Para contribuir para o desenvolvimento do conhecimento e favorecer as condições de vida e do planeta, as distintas psicologias ambientais deveriam dialogar. Conclui que o enfoque adotado é que levaria a abordar a realidade de modos distintos. Descritores: Psicologia ambiental. Objeto. Análise de conteúdo. Periódicos. m primeiro lugar, quero felicitar as coordenadoras deste simpósio pela organização do evento. As temáticas propostas, assim como a diversi- dade de países representados na exposição das mesmas, constituirá, sem dúvida, um marco na Psicologia Ambiental, do qual serão protagonistas todos os presentes. Também quero felicitá-las porque organizar um evento como este, dadas as sérias dificuldades econômicas que atualmente enfren- tam nossos países latino-americanos, não é tarefa fácil. 1 Professora do Instituto de Psicologia e coordenadora dos programas de Mestrado e de Especialização em Intervenção Psicossocial da Universidade Central da Venezu- ela. Editora Associada do Journal of Commnunity and Applied Social Psychology. Endereço eletrônico: ewiesen@reacciun.ve E
  • 2. Esther Wiesenfeld 54 Pelas razões anteriores e pela maravilhosa oportunidade que me brin- dam de participar com vocês neste simpósio, sinto-me muito agradecida. Estou segura de que todos sairemos enriquecidos com os debates que aqui sejam suscitados, com novos conhecimentos e, sobretudo, com muitas in- quietudes a ser canalizadas em nosso fazer como psicólogos ambientais. Objeto da Psicologia Ambiental e aspectos constitutivos desse objeto Vou me referir agora ao tema 1, cuja primeira pergunta trata do objeto da Psicologia Ambiental e dos aspectos da realidade que constituem esse objeto. Perguntar-se a respeito do objeto, quer dizer, o que é, é perguntar-se a respeito da ontologia ou natureza do objeto. E responder a isto implica refe- rir-se às posturas meta-teóricas ou paradigmáticas em que se fundamentam as diversas formas de concebê-lo e às estratégias metodológicas empregadas para a construção do conhecimento a respeito do dito objeto. Quer dizer, falar da ontologia de um objeto implica também falar em como nos aproxi- mamos do objeto para conhecê-lo e em como construímos tal conhecimento. Para tratar estas questões no campo da Psicologia Ambiental, irei me referir em primeiro lugar a: a) quais têm sido os principais objetivos da dis- ciplina, isto é, o que se propôs, particularmente: ao que o seu objeto de estu- do se refere, b) o que foi alcançado com respeito a tais aspirações, e c) que reflexões, lições e/ou recomendações podemos derivar da análise realizada. A que se propôs a Psicologia Ambiental A Psicologia Ambiental tem sido definida como a disciplina que estu- da as transações entre as pessoas e seus entornos, com vistas a promover uma relação harmônica entre ambos, que redunde no bem-estar humano e na susteotabilidade ambiental. Para cumprir esse propósito, os pioneiros da Psicologia Ambiental co- locaram como objetos principais:
  • 3. A Psicologia Ambiental e as Diversas Realidade Humanas 55 - estudar a relação pessoa-ambiente no contexto natural, vista como totalidade (ontologia), - abordar a dita relação de maneira holística (metodologia), - incorporar diversas perspectivas teóricas em seu estudo (epistemo- logia), - enfatizar a dimensão social da relação humano ambiental, - estabelecer vínculos com outras disciplinas interessadas na temáti- ca humano ambiental (interdisciplinaridade), - aplicar os conhecimentos obtidos para melhorar a qualidade ambi- ental e, por conseguinte, a qualidade de vida dos usuários dos am- bientes (pertinência social). A definição e objetivos da Psicologia Ambiental apontam pelo menos para dois objetos - pessoas e ambientes - que a disciplina tenta abarcar em sua diversidade. Contudo, o modo de concebê-los, assim como os aspectos tratados em ambos os objetos, a ênfase em um e/ou em outro e a forma de entender e estudar sua relação, varia segundo a fundamentação teórica e metodológica assumida pelos profissionais, seus interesses e valores pessoais e institucio- nais, sua formação e experiência profissional, sua visão de mundo, o contex- to de seu fazer e outros fatores, muitos dos quais conjunturais. Os objetivos mencionados, formulados principalmente a partir da lite- ratura psico-ambiental nos Estados Unidos, assemelham-se em grande me- dida aos que acompanharam os inícios da Psicologia Ambiental na Europa, embora as razões do surgimento da disciplina variaram em um e no outro contexto (Pol, 2001). Assim, enquanto a Psicologia Ambiental norte- americana teve como foco o indivíduo e a otimização de sua relação com o ambiente, a Psicologia Ambiental européia nasceu com forte vocação social, produto da crise social e habitacional da pós-guerra. Do seu lado, os inícios da Psicologia Ambiental na América Latina fo- ram, de modo marcante, influenciados pelos temas e enfoques adotados nos Estados Unidos, à margem de sua pertinência em nossa região.
  • 4. Esther Wiesenfeld 56 O que aconteceu? Vejamos agora quais foram alguns dos aspectos mais freqüentemente abordados pela Psicologia Ambiental. Para isso nos basearemos, em primei- ro lugar, na revisão dos temas tratados nos artigos publicados nos últimos seis anos (1997-2001, nos. 1 e 2) nas revistas Environment and Behavior (E & B) e Journal of Environmental Psychology (JEP). Também consideraremos os trabalhos desenvolvidos na América La- tina, o que nos permitirá comparar a produção latino-americana com a de outras latitudes. Vamos nos apoiar, para esta análise, na revisão de Pinheiro (2001) com relação à Psicologia Ambiental no Brasil, na de Wiesenfeld (2001b), com base nos trabalhos latino-americanos apresentados até 1999 em diferentes encontros e publicações, as quais se somam as 21 apresenta- ções em Psicologia Ambiental no Congresso Interamericano de Psicologia no Chile, 2001, e nas apresentações no II Encontro Latino-americano de Psicologia Ambiental ocorrido em setembro deste ano no México. Sabemos que esta revisão não esgota a temática psicoambiental, mas constitui, a nosso ver, um aspecto representativo da mesma. Vejamos, então, o que trazem as revisões. O total de 332 artigos publicados, 185 deles na revista E&B e 147 na JEP, e as 191 apresentações nos últimos nove Congressos Interamericanos (1985-2001), mais os 120 apresentados nos dois Encontros Latino- americanos de Psicologia Ambiental e alguns textos e artigos de autores latino-americanos, mostram uma ampla diversidade temática quanto à di- mensão humana e quanto à ambiental. Assim, contemplaram-se níveis distintos da escala humana (desde in- dividual e comunitária até grandes conglomerados), tipos de autores, segun- do sua etapa de desenvolvimento humano (crianças, adolescentes, adultos, idosos), gênero (homens, mulheres), variáveis demográficas e culturais (i- migrantes, moradores de rua), usos de determinados ambientes (doentes no caso de hospitais, escolares no caso de instituições educativas, donas de casa no caso de entornos residenciais, empregados no caso de instituições de tra-
  • 5. A Psicologia Ambiental e as Diversas Realidade Humanas 57 balho), processos psicológicos, sociais e culturais (percepção, crenças, atitu- des, representações sociais, experiências, preferências, identidade, apego, apropriação, sentido de lugar, comportamento pró-ambiental, condutas dete- rioradoras, avaliação pós-ocupação, compromisso ambiental, privacidade, territorialidade, bem-estar, interação social, reciclagem, diferenças culturais em alguns destes processos, participação cidadã). Igualmente foram trabalhadas diferentes escalas do ambiente (desde micro como o espaço doméstico, intermediários como a vizinhança, até ma- cro como a cidade), tipos de ambientes (residenciais, urbanos, rurais, recrea- tivos, laborais, educativos, hospitalares), fatores ambientais específicos (de- sign, decoração, ruído, iluminação, cor) ou gerais (qualidade ambiental) e processos ambientais (conservação ou deterioração, sustentabilidade, risco ambiental e desastres naturais). Embora os autores dos artigos publicados nas revistas E&B e JEP são, em sua maior parte, dos Estados Unidos ou trabalham nos Estados Unidos, também estão representados autores de outros países e continentes, sem que se identifique alguma preferência pelo tema ou o modo de abordagem se- gundo o contexto de procedência. Isto é, indistintamente podemos encontrar coincidências entre os temas de investigação entre autores latino- americanos, norte-americanos, europeus ou africanos, assim como discre- pâncias temáticas entre autores de um mesmo país. Mais ainda, identifica- mos temas similares porém tratados de diversas óticas, tanto teóricas quanto metodológicas, em um mesmo país ou entre países do mesmo ou diversos continentes. Por exemplo, o tema do ambiente residencial foi investigado com base nas atribuições sociais quanto ao interior da moradia, às proprie- dades visuais e às valorações afetivas das áreas residenciais, à interação so- cial segundo a organização espacial da moradia, ao significado do lar, à ava- liação da satisfação residencial, aos usos de diferentes espaços residenciais, à identidade de lugar, à percepção da qualidade do ambiente residencial, à relação entre privacidade e design, para citar alguns. A variedade de aspectos estudados com respeito a um mesmo entorno em um mesmo país sugere que a seleção de tópicos de estudo ou de inter-
  • 6. Esther Wiesenfeld 58 venção em Psicologia Ambiental não deriva necessariamente de suas parti- cularidades essenciais, ou das pessoas, ou da relação entre ambos. Tão pou- co aponta para a preponderância de certos tópicos ou problemas discrimina- dos por contextos (países, regiões ou continentes). Por exemplo, no México, Serafin Mercado e outros desenvolveram um modelo de habitabilidade resi- dencial baseado em um modelo cognitivo comportamental, enquanto que Miguel Angel Aguilar tratou deste tema de uma perspectiva construtivista, e Bernardo Jimenez sugeriu o emprego da Investigação Ação Participativa, que corresponde a uma perspectiva teórico crítica. A variedade resenhada parece antes sugerir que a eleição temática o- bedece a motivos que transcendem a especificidade psicoambiental, tais como inclinações pessoais. Além disto, como esta diversidade se expressa em um mesmo país, pode-se supor alguma ou todas as seguintes opções: a) que a eleição temática em questão ocorre à margem das demandas do con- texto; b) que tais demandas ou prioridades são compreendidas de diversas maneiras pelos profissionais, e c) que os critérios para estabelecer as ditas prioridades são relativos. Deste modo, se a moradia é uma prioridade, deve- riam existir certos indicadores que justifiquem tal prioridade, assim como orientações e critérios para enfrentá-la, mas isto não é o que costuma ocor- rer. Além disto, não se trata apenas de ignorar o contexto, ou da falta de correspondência entre as prioridades do investigador e as do contexto. Pare- ce que a diversidade temática e intra-temática e as discrepâncias no modo de tratá-las, inclusive intra-país, ou o seu oposto, que dizer, algumas coincidên- cias entre países, sugerem, adicionalmente, as seguintes considerações: 1. A ausência de um fio condutor ou de uma linha de investigações derivada do diálogo entre as demandas do contexto e os recursos, existentes ou potenciais, da Psicologia Ambiental para satisfazê- las. Em conseqüência, tão pouco existem delineamentos ou parâ- metros claros que orientem o exercício profissional, os conteúdos docentes, as investigações e intervenções acadêmicas ou extra a- cadêmicas. Esta relativa independência entre os interesses do in-
  • 7. A Psicologia Ambiental e as Diversas Realidade Humanas 59 vestigador e os problemas em seu contexto não é necessariamente negativa, se considerarmos que, com freqüência, a formulação dos problemas do contexto está sujeita, por sua vez, a interesses políti- cos e de outras índoles, que não necessariamente colocam o ser humano e seu ambiente como prioridades. Nestes casos, a suposta neutralidade do profissional poderia contrabalançar este tipo de vi- és perverso. Não obstante, a mesma neutralidade poderia atentar contra a ingerência do investigador como co-autor, negociador ou catalizador de interesses antagônicos, entre cidadãos e entidades com distintos tipos de poder, cujo propósito seria coerente com os princípios da Psicologia Ambiental: conseguir uma harmonia pes- soa-ambiente. 2. Fragmentação dos ambientes, assim como dos processos psicoló- gicos, em termos de variáveis, evidenciada a partir da enumeração de fatores estudados com relação a um ou outro objeto. Tal frag- mentação é contrária aos requisitos ontológicos, se recordarmos sua aspiração à apreensão molar da transação pessoa-ambiente. Assim, o lugar acaba por reduzir-se ao seu aspecto empírico e a subjetividade dos processos cognitivos, experiências, afetos, com- portamentos das pessoas, a imagens, atitudes, preferências, empi- ricamente mensuráveis para a sua validação empírica. Adicional- mente, encontramo-nos frente aos múltiplos fatores constitutivos dos objetos fragmentados, cujas definições variam segundo os en- foques teórico-metodológicos que os fundamentam. É assim que o estudo da moradia remete desde enfoques cognitivos comporta- mentais a uma concepção da moradia muito diferente, vista da fe- nomenologia ou da psicanálise. Como conseqüência deste aspecto, existe nas disciplinas ambientais uma espécie de Torre de Babel conceitual - citando Moraes (1997) - pois os mesmos termos alu- dem a conteúdos distintos. O termo sustentabilidade é um claro exemplo disto. Se nos colocarmos no lado otimista, diríamos que a diversidade permite abrir o objeto a diferentes perspectivas, o que reduz a hegemonia de uma postura sobre a outra, em nosso caso, a
  • 8. Esther Wiesenfeld 60 dominação da perspectiva positivista ou pós-positivista. Assim, à visão de pessoa e ambiente como realidades objetivas, indepen- dentes de nosso modo de acessar o seu estudo, incorporam-se vi- sões como as construtivistas, ainda timidamente presentes na dis- ciplina. Esta postura concebe a relação pessoa-ambiente como totalidade, inseparável e incompreensível à margem das condições do contexto social, político, econômico em que emerge, e em vir- tude das mudanças no dito contexto, tais relações são igualmente dinâmicas e, portanto, históricas e relativas. Desta maneira, à vari- edade temática e geográfica mencionada nos estudos psicoambien- tais, somam-se diferentes opções paradigmáticas. Estas opções são as que fundamentam a definição do objeto de uma ciência, de mo- do que o mesmo objeto será concebido de distintas maneiras de acordo com o marco meta-teórico em que se baseia. Sem subesti- mar as vantagens que, desde o nosso ponto de vista, tem a incorpo- ração de distintas perspectivas teórico-epistemológicas como as mencionadas, é algo a ser notado que, dos 332 artigos publicados em E&B e no JEP desde 1998 até 2002, 305 deles, 175 em E&B e 128 em JEP, apoiaram-se em teorias inscritas nos paradigmas po- sitivistas ou pós-positivistas. Somente 27 trabalhos (8 em E&B e 19 em JEP), fizeram-no sob outros enfoques, como o transaciona- lismo, a fenomenologia, o construtivismo social, o enfoque ecoló- gico, a ecoanálise (combinação de enfoque ecológico e psicanáli- se), o enfoque sociocultural, a teoria fundamentada, a teoria feminista, a teoria crítica. Estes números representam respectiva- mente 4% e 13% dos artigos publicados em cada uma das revistas, em um total de 8%. 3. Tendência à investigação, mas não ao uso e aplicação dos resulta- dos. Neste particular, existe um divórcio entre teoria e prática; en- tre a academia, âmbito predominante para a produção teórica, e instituições não acadêmicas ou de orientação fundamentalmente aplicada ou técnica. Assim, enquanto a academia oferece uma in- formação pouco pertinente e difícil de ser traduzida em termos de
  • 9. A Psicologia Ambiental e as Diversas Realidade Humanas 61 ação, as instituições não acadêmicas demandam informação cientí- fica para a solução de prementes problemas sociais, que a Psicolo- gia Ambiental não está capacitada a prover. Portanto, não é de se estranhar a falta de aplicabilidade e de aplicação dos resultados das investigações, pois muitas delas oferecem o que não se pede e, pa- ralelamente, não estão em condições de trazer o que é requisitado. Esta falta de pertinência dos resultados é contrária aos requisitos de utilidade social da disciplina. 4. Orientação individual nas investigações psicoambientais, não obs- tante o reconhecimento da natureza social dos processos psicoló- gicos, fica distante da declaração de identidade da Psicologia Am- biental como disciplina psicossocial. 5. Isolamento disciplinar, em que existem escassos vínculos com ou- tras áreas da psicologia como a psicologia clínica, ou comunitária, assim como com algumas disciplinas como a arquitetura ou a pla- nificação urbana, onde a relação resulta mais evidente. Este isola- mento disciplinar da Psicologia Ambiental contradiz seu reiterado chamado à interdisciplinaridade. 6. Subestimação da dimensão temporal. A escassa referência a esta dimensão nos estudos psicoambientais foi bem desenvolvida por Moser (2001) e Pinheiro (2002), cada um com uma abordagem di- ferente ao tema da temporalidade. Para o primeiro, tem a ver com as variações devidas ao desenvolvimento evolutivo das pessoas, enquanto que, para o segundo, a ênfase está no tempo percebido pelas pessoas ou tempo subjetivo, que não corresponde necessari- amente ao tempo cronológico. Outra abordagem à dimensão tem- poral tem a ver com a dinâmica dos eventos intra e interpessoais, sujeitos a mudanças ainda em breves lapsos de tempo cronológico. A relevância da dimensão temporal pede por sua incorporação na definição do objeto de estudo da Psicologia Ambiental, conside- rando-o tanto em seu componente histórico quanto como subjeti- vo. 7. Ausência de um pronunciamento ético na literatura sobre ambiente e comportamento (Rivlin, 2002; Saegert & Winkel, 1990), isto é, sobre posturas e ações orientadas por valores e princípios (Moraes,
  • 10. Esther Wiesenfeld 62 1997). Para Rivlin (2002), uma postura requer que, além de tratar dos assuntos éticos e morais comuns às ciências sociais (como o consentimento dos sujeitos em participar nas investigações, a ga- rantia de sua privacidade, anonimato, segurança), incluir outros específicos à nossa disciplina, dada a temática tratada, os métodos empregados e as implicações, aplicações e publicações dos resul- tados (Rivlin, 2002, p. 15). Alguns das exigências éticas colocadas pela autora consistem em: a) considerar o valor da investigação, não somente do ponto de vista de sua contribuição teórica ou apli- cada, e de seus benefícios para o investigador (ascensão, publica- ção, etc.), mas também o seu impacto, a curto e longo prazo, sobre os participantes em seus entornos; b) analisar, enquanto profissio- nais, nossas possibilidades de atuar (incidir) nos temas estudados (por exemplo: falta de moradia, doenças provocadas por condições ambientais desfavoráveis no trabalho, etc.); c) conhecer a disposi- ção dos sujeitos para participar nas investigações, conhecendo os possíveis riscos físicos e emocionais que esta pode acarretar; d) prover informações relativas a organismos e instituições que pos- sam oferecer ajuda com relação às necessidades manifestadas pe- los sujeitos no curso da investigação; e) tomar precauções na sele- ção e aplicação de métodos, a fim de priorizar o respeito à dignidade humana, além das exigências de distância e neutralidade comuns nos métodos de investigação tradicional, tais como a ne- cessidade de manejar situações difíceis surgidas a partir da formu- lação de perguntas delicadas, etc. 8. Escassa referência à dimensão política, estreitamente relacionada à dimensão ética, à medida que aponta para os produtos e as impli- cações sociais dos resultados da investigação. Com relação a esta dimensão, diversos autores concordam que toda investigação sofre uma carga de valores e de posturas políticas que, semelhantemente à ética, estão presentes em todas as fases de um projeto (seleção do tema, dos métodos, do tipo de análise e da publicação) (Moraes, 1997; Rivlin, 2002). Isto é particularmente certo na área da Psico- logia Ambiental, em que uma distribuição social e econômica do espaço condiciona as oportunidades de acesso ao ambiente (Sae- gert & Winkel, 1990).
  • 11. A Psicologia Ambiental e as Diversas Realidade Humanas 63 Reflexões e recomendações Queremos agora resgatar alguns elementos positivos que derivam da análise realizada, assim como propor algumas recomendações adicionais às já expostas, para enfrentar alguns dos problemas mencionados: 1. A imagem transmitida de dispersão dá conta da riqueza do objeto da Psicologia Ambiental que, demarcada dentro de uma agenda que se nutra de e discrimine as demandas locais, regionais e glo- bais poderia potencializar os aportes da disciplina e, por sua vez, enriquecê-la. Os critérios para a seleção dos temas nas ditas agen- das devem resultar de negociações das prioridades expressas pelos diversos setores implicados nos ditos temas. Isto garantiria a plura- lidade de opiniões e, portanto, os princípios democráticos que de- vem reger também a produção do conhecimento. Com efeito, o exercício da democracia promove a inclusão de setores que usu- almente não têm voz neste e em muitos outros campos mas que, paradoxalmente, conformam o nosso universo de sujeitos de in- vestigação. 2. A recente incorporação de diferentes enfoques em Psicologia Am- biental e as críticas realizadas aos enfoques tradicionais e a outros menos tradicionais, como o transacionalismo (Sánchez & Wiesen- feld, 2002), deveria constituir outro tema para incluir na agenda de debate, de modo a tentar superar as diferenças paradigmáticas, a- gora concebidas como posturas irreconciliáveis e transformá-las em novas posturas enriquecidas com o bom e com as limitações das diferentes perspectivas. Considero que o debate sobre este te- ma é urgente. Em diversas publicações, fiz eco às críticas ao Posi- tivismo e argumentei acerca da pertinência das ditas críticas na Psicologia Ambiental positivista e pós-positivista (Wiesenfeld, 2000, 2001a; Wiesenfeld, Sánchez, & Cronik, 2002). Isso propi- ciou experiências baseadas na perspectiva sócio-construtivista e da teoria crítica. O trabalho mais recente com respeito a este tema foi apresentado com Euclides Sánchez no II Encontro Latino- americano de Psicologia Ambiental (Sánchez & Wiesenfeld, 2002). Nessa apresentação, fizemos uma análise crítica do enfoque
  • 12. Esther Wiesenfeld 64 transacional e propusemos uma Psicologia Ambiental construtivis- ta, argumentando que esta perspectiva supera as limitações assina- ladas com respeito ao transacionalismo e é coerente com os objeti- vos formulados pelos pioneiros da Psicologia Ambiental que, do nosso ponto de vista, continuam vigentes. 3. Adicionalmente, as poucas experiências desenvolvidas em Psico- logia Ambiental da perspectiva ontológica subjetivista, epistemo- lógica transacional e metodológica qualitativa, que caracterizamo construtivismo, tiveram impacto social favorável, vinculando as- sim a teoria e a prática, a investigação com a ação. 4. A aplicação dos resultados de nossas investigações deve ser uma preocupação presente desde a formulação do projeto, de modo que contemplemos, desde o seu início, a utilidade potencial dos ditos resultados, assim como a maneira de difundi-los e projetá-los. Esta é uma atividade para a qual estamos pouco preparados, não so- mente em Psicologia Ambiental, mas também na academia em ge- ral. 5. Finalmente, para finalizar o tema do objeto em Psicologia Ambi- ental, se a definição do objeto se circunscreve a determinada pers- pectiva, e as perspectivas diferem em suas dimensões ontológicas, epistemológicas e metodológicas, poderíamos dizer que temos vá- rias psicologias ambientais segundo os diferentes paradigmas em que se fundamentam tais objetos. Como já mostramos, a Psicolo- gia Ambiental dominante foi a positivista, que preferencialmente emprega enfoques cognitivo-comportamentais e metodologias quantitativas. Mas, se queremos contribuir para o desenvolvimento do conhecimento e favorecer nossas condições de vida e do plane- ta, devemos colocar para dialogar as distintas psicologias ambien- tais. Realidades socioculturais e Psicologia(s) Ambiental(ais): A segunda pergunta deste tema: “Podem diferentes realidades socio- culturais levar a diferentes enfoques de Psicologia Ambiental?” já foi parci-
  • 13. A Psicologia Ambiental e as Diversas Realidade Humanas 65 almente respondida na primeira parte desta apresentação, mas agora vamos focalizá-la com mais detalhes. Primeiramente, a maneira como está formulada a pergunta supõe que existem diversas realidades socioculturais, com o que estamos de acordo. Mas pergunta se as ditas realidades podem conduzir ao desenvolvimento de diferentes enfoques da Psicologia Ambiental, e esta segunda parte da per- gunta é complexa. Vamos vê-la por partes: a) a realidade pode levar a diferentes enfoques da Psicologia Am- biental? b) há, ou pode haver, diferentes enfoques em Psicologia Ambien- tal, dada a diversidade sociocultural da realidade? Com respeito à primeira parte do enunciado “A realidade sociocultu- ral pode levar a diferentes enfoques da Psicologia Ambiental?”, significa: tem a realidade a potência de fazer algo ela mesma? Podemos fazer diferen- tes leituras. Se nos basearmos na análise sobre o desenvolvimento da Psico- logia Ambiental apresentado, notamos que o seu objeto não se diferenciou precisamente segundo o contexto. Vimos que dentro de um mesmo país há diferentes maneiras de estudar um ambiente ou processo, e que elas coinci- dem com os modos de concepção e aproximação ao dito objeto em outros países e continentes. Considero que isto obedece à noção de realidade ado- tada pelo paradigma positivista em que se apoiaram grande parte dos traba- lhos na disciplina. Este paradigma concebe a realidade em termos de variá- veis que fragmentam a totalidade, o que permite que incidam no segundo elemento do binômio do objeto da Psicologia Ambiental, isto é, as pessoas igualmente concebidas em suas qualidades perceptíveis com os métodos apropriados. Isto não quer dizer que as diferentes realidades socioculturais não im- pliquem distintos modos de enfocar o objeto da Psicologia Ambiental, mas que as premissas da Psicologia Ambiental positivista descontextualizam os objetos, assumindo a universalidade e a-historicidade do conhecimento pro- duzido.
  • 14. Esther Wiesenfeld 66 A resposta neste caso não depende, então, da realidade sociocultural mas do enfoque. Com isto estamos dizendo que há enfoques que não levam em consideração as características do contexto e, baseando-nos neles, diría- mos que não são as realidades que propiciam os enfoques, mas que são os enfoques que constróem realidades. Reformularíamos então o enunciado da segunda pergunta dizendo: Podem os diferentes enfoques da Psicologia Ambiental construir diferentes realidades socioculturais? E a resposta seria afirmativa. Se nos centrarmos agora na segunda parte do enunciado: Pode haver diferentes enfoques em Psicologia Ambiental, dada a diversidade sociocul- tural da realidade?, necessitamos então esclarecer o que entendemos por diversidade sociocultural da realidade. Assumimos que os fatores socioculturais da realidade são alguns dos elementos constitutivos do contexto de que formam parte, de modo que pre- ferimos referir-nos ao contexto como um conceito mais integrador. Quando se fala na influência do contexto, estamos aludindo a um con- junto de condicionantes ecológicos, isto é, sociais, econômicos, políticos, culturais, geográficos, históricos, na geração dos significados que as pessoas elaboram acerca de suas realidades. Todo significado está vinculado ao con- texto em que é gerado, de modo que o contexto marca o caráter local da relação pessoa ambiente. Com isto queremos destacar que as ditas relações são significadas com base nos condicionantes mencionados. Podemos dizer, então, seguindo Strauss e Corbin (1990), que o con- texto é um conjunto de propriedades de um fenômeno, evento, incidente, com o que se relacionam, em um espaço e tempo determinados, diversas ações e interações, e podemos acrescentar, interpretações. Dito de outro mo- do, é no marco das características locais do contexto que os grupos ou co- munidades interpretam sua vida cotidiana e orientam suas práticas sociais. E é, precisamente, essa confluência de condições locais, com a sua correspon- dente colocação espaço-temporal, que conforma a diversidade dos contextos ou, parafraseando o enunciado de nossa pergunta, a diversidade sociocultu- ral da realidade.
  • 15. A Psicologia Ambiental e as Diversas Realidade Humanas 67 Dada a multiplicidade de fatores que, como vimos, as integram, po- demos dizer que se trata de realidades complexas, e como as condições em questões são cambiantes, também podemos dizer que são realidades dinâmi- cas e relativas. Não se trata, portanto, de adotar enfoques, em que cada um responda às características das realidades locais, mas de identificar enfoques que re- conheçam tais qualidades. Neste sentido, e reiterando a resposta ao primeiro enunciado da pergunta, não seriam as realidades as construtoras de enfoques mas antes que, de acordo com os enfoques adotados, poderíamos abordar a dita diversidade de um ou outro modo, resgatando em seus postulados os aspectos da realidade que se tenta enfatizar e os modos de concebê-la. De acordo com Pinheiro (2002), na atualidade, os estudos no campo do compromisso ambiental buscam uma maior contextualização, à medida que incluem bases culturais e históricas dos valores das pessoas, aspectos afetivos, ideologias políticas e visões do mundo. Esperemos que esta inquietação se translade também para os demais temas de interesse para a disciplina. Wiesenfeld, E. (2005). Environmental psychology and the diverse human realities. Psicologia USP, 16(1/2), 53-69. Abstract: This article is based on the analysis of the journals Environment and Behavior, Journal of Environmental Psychology, of Latin-American congresses, studies, and networks. It argues that the definition of the object circumscribed to certain perspectives that differ in their ontological, epistemological and methodological dimensions, lead to many Environmental Psychologies. In order to contribute to the development of knowledge and favor our life conditions and the conditions of the planet, we must foster the dialogue between the different environmental psychologies. It concludes that the angle adopted leads to the analysis of diversity, rescuing or not, in its postulates, the aspects of reality that one tries to emphasize and the ways to conceive it.
  • 16. Esther Wiesenfeld 68 Index terms: Environmental psychology. Object. Content analysis. Journals. Wiesenfeld, E. (2005). La psychologie de l’environnement et les différentes réalités humaines. Psicologia USP, 16(1/2), 53-69. Résumé: Cet article fonde les réponses à ces questions sur l’analyse des périodiques Environment and Behavior, Journal of Environmental Psychology, et sur celle des congrès, des études et des réseaux latino- américains. Il considère que la définition de l’objet, circonscrite à une perspective déterminée que diffèrent quant à leurs dimensions ontologiques, épistémologiques et méthodologiques, il y aurait différentes Psychologies de l’Environnement. Il recommande que, pour contribuer au développement de la connaissance et favoriser nos conditions de vie ainsi que celles de la planète, nous devons faire interagir les différentes psychologies de l’environnement. Il en conclut que l’optique adoptée mènerait à aborder la diversité, récupérant ou non, dans ses postulats, les aspects de la réalité que l’on essaie de mettre en évidence ainsi que les modes de la concevoir. Mots-clés: Psychologie de l’environnement. Objet. Analyse de contenu. Périodiques. Referências Moraes, R. (1997). Meio ambiente e ciências humanas. Sao Paulo: Hucitec. Moser, G. (2001). Psicologia ambiental no novo milênio: integrando a dinâmica cultural e a dimensao temporal. In E. Tassara (Org.), Panoramas interdisciplinares para uma psicologia ambiental do urbano (pp. 189-210). São Paulo: EDUC / FAPESP. Moser, G. (2002). La psicología ambiental: del análisis a la intervención dentro de la perspectiva del desarrollo sustentable. In J. Guevara & S. Mercado (Coords.), Temas selectos de psicología ambiental (pp. 235-262). México: UNAM / Greco: Fundación UNILIBRE. Pinheiro, J. (2001). (Um poco da) psicologia ambiental no Brasil: identidade, incertezas, perspectivas. In E. Tassara (Org.), Panoramas interdisciplinares para uma psicologia ambiental do urbano (pp. 11-26). São Paulo: EDUC / FAPESP.
  • 17. A Psicologia Ambiental e as Diversas Realidade Humanas 69 Pinheiro, J. (2002). Comprometimento ambiental: perspectiva temporal e sustentabilidade. In J. Guevara & S. Mercado (Coords.), Temas selectos de psicología ambiental (pp. 463-483). México: UNAM / Greco: Fundación UNILIBRE. Pol, E. (2001). Ejes de tensión y nueva agenda para la psicología ambiental. Una perspectiva europea. In E. Tassara (Org.), Panoramas interdisciplinares para uma psicologia ambiental do urbano (pp. 51-70). São Paulo: EDUC / FAPESP. Rivlin, L. (2002). The ethical imperative. In R. Bechtel & A. Churchman (Eds.), Handbook of environmental psychology (pp. 15-27). Nova York: John Wiley and Sons. Saegert, S., & Winkel, G. (1990). Environmental psychology. Annual Review of Psychology, 41, 441-477. Sánchez, E., & Wiesenfeld, E. (2002). El construccionismo como otra perspectiva metateórica para la producción del conocimiento en psicología ambiental. In J. Guevara & S. Mercado (Coords.), Temas selectos de psicología ambiental (pp. 9- 30). México: UNAM / Greco: Fundación UNILIBRE. Strauss, A., & Corbin, J. (1990). Basic of qualitative research. Newbury Park, CA: Sage. Wiesenfeld, E. (2000). La autoconstrucción: un estudio psicosocial del significado de la vivienda. Caracas, Venezuela: CONAVI. Wiesenfeld, E. (2001a). La proble mática ambiental desde la perspectiva psicosocial comunitaria: hacia una psicología ambiental del cambio. Medio Ambiente y Comportamiento, 2(1), 1-19. Wiesenfeld, E. (2001b). Tendencias y perspectivas de desarrollo en psicología ambiental. In E. Tassara (Org.), Panoramas interdisciplinares para uma psicologia ambiental do urbano (pp. 27-50). São Paulo: EDUC / FAPESP. Wiesenfeld, E., Sánchez, E., & Cronick, K. (2002). La intervención ambiental participativa: fundamentos y aplicaciones. In J. Guevara & S. Mercado (Coords.), Temas selectos de psicología ambiental (pp. 377-411). México: UNAM / Greco: Fundación UNILIBRE. Recebido em 5.04.2004 Revisto e encaminhado em 23.02.2005 Aceito em: 7.03.2005