2. Ementa
Ementa: Estudo da história da psicologia. Relação
entre psicologia e filosofia. A psicologia como ciência.
A psicofísica e a psicologia fisiológica. A ciência
psicológica e sua diversificação em sistemas/escolas:
Estruturalismo, Funcionalismo, Psicanálise, Gestalt
Behaviorismo, Cognitivismo e Humanismo;
Desenvolvimento da psicologia no Brasil.
3. Cronograma
06/03 – Aula inicial (calouros)
13/03 – Apresentação magna da disciplina
16/03 – Apresentação magna da disciplina
20/03 – Estudo da história da psicologia
23/03 – Estudo da história da psicologia
27/03 –Estudo da história da psicologia
30/03 – Pianístico - evento
03/04 – Relação entre psicologia e filosofia
10/04 – Relação entre psicologia e filosofia
13/04 - Relação entre psicologia e filosofia
17/04 - Relação entre psicologia e filosofia
20/04 - AVALIAÇÃO
24/04 - A psicologia como ciência. A psicofísica e a psicologia fisiológica
27/04 - A psicologia como ciência. A psicofísica e a psicologia fisiológica
04/05 -A psicologia como ciência. A psicofísica e a psicologia fisiológica
08/05 - A psicologia como ciência. A psicofísica e a psicologia fisiológica
11/05 –Relação entre psicologia e filosofia
15/05 –Relação entre psicologia e filosofia
18/05 - A psicologia como ciência. A psicofísica e a psicologia fisiológica
22/05 - A psicologia como ciência. A psicofísica e a psicologia fisiológica
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4. Cronograma
25/05 – A psicologia como ciência. A psicofísica e a psicologia fisiológica
29/05 - A psicologia como ciência. A psicofísica e a psicologia fisiológica
01/06 - A ciência psicológica e sua diversificação em sistemas/escolas: Estruturalismo,
Funcionalismo, Psicanálise, Gestalt Behaviorismo, Cognitivismo e Humanismo
05/06 – A ciência psicológica e sua diversificação em sistemas/escolas (...)
12/06 - A ciência psicológica e sua diversificação em sistemas/escolas (...)
15/06 – A ciência psicológica e sua diversificação em sistemas/escolas (...)
19/06 - A ciência psicológica e sua diversificação em sistemas/escolas (...)
22/06 – A ciência psicológica e sua diversificação em sistemas/escolas (...)
26/06 - A ciência psicológica e sua diversificação em sistemas/escolas (...)
29/06 - A ciência psicológica e sua diversificação em sistemas/escolas (...)
03/07 - A ciência psicológica e sua diversificação em sistemas/escolas (...)
06/07 - A ciência psicológica e sua diversificação em sistemas/escolas (...)
10/07 - A ciência psicológica e sua diversificação em sistemas/escolas (...)
13/07 - AVALIAÇÃO
17/07 - Desenvolvimento da psicologia no Brasil.
20/07 - Desenvolvimento da psicologia no Brasil.
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5. REFERÊNCIAS BÁSICAS
BOCK, Ana Maria, FURTADO, O. TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi.
Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo:
Saraiva, 2002.
COUTO, Gleiber; PIRES, Sanyo Drummond; NUNES, Carlos Henrique
Sancineto Silva. Os contornos da psicologia contemporânea: temas em
avaliação psicológica. São Paulo: Casa do Psicológo, 2012. E-book.
MORRIS, Charles G.; MAISTO, Albert. Introdução à psicologia. 6. ed. São
Paulo: Pratice Hall, 2014. E-book.
6. REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
ANTUNES, M. A . M. História da Psicologia no Brasil: primeiros ensaios. Ed. Uerj, Rio de
Janeiro. Araujo, Saulo F. (2013). Ecos do Passado: Estudos de História e Filosofia da
Psicologia. Editora UFJF, Juiz de Fora, MG,2004.
CRUZ, Lilian Rodrigues da; GARESCHI, Neuza (org.). O psicólogo e as políticas públicas de
assistência social. Petrópolis: Vozes 2016. E-book.
DESVIAT, Manuel. A reforma psiquiátrica. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2008.
GOODWIN, C. James. História da psicologia moderna. Editora Cultrix, 2005.
JACÓ-VILELA, A. M., FERREIRA, A. A. L., & PORTUGAL, F. T. (Eds.). História da Psicologia:
Rumos e Percursos. 3ª. Ed. Rio de Janeiro, RJ: Nau. 2013.
7. REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
LORENA, Angela Bernardo de (org.). Psicologia geral e social. São Paulo: Pearson
Educacion do Brasil, 2014. E-book.
SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, S. E. História da psicologia moderna (SSM Cuccio, Trad.).
Pioneira Thomson Learning, 2019.
WALLON, Henri. Psicologia. São Paulo: Ática, 1986.
YAMAMOTO, Oswaldo H.; GOUVEIA, Valdiney Veloso. Construindo a psicologia brasileira:
desafios da ciência e da prática psicológica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2013. E-book.
8. Onde encontro os materiais
das aulas?
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encontra as
aulas e os
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referência.
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9. Referência
ABIB, J. A. D.. Epistemologia pluralizada e história da
psicologia. Scientiae Studia, v. 7, n. Sci. stud., 2009 7(2), p. 195–
208, abr. 2009.
CAMBAÚVA, L. G.; SILVA, L. C. DA .; FERREIRA, W.. Reflexões
sobre o estudo da História da Psicologia. Estudos de Psicologia
(Natal), v. 3, n. Estud. psicol. (Natal), 1998 3(2), p. 207–227, jul.
1998.
11. História da Psicologia
Psicologia nasce como projeto
científico no final do século XIX.
Perspectiva da epistemologia
pluralizada: epistemologia e
história da psicologia adquirem
uma perspectiva antropológica:
a história dessa disciplina pode
começar em qualquer época e
lugar.
A psicologia foi proposta como ciência no final do século
XIX por Wilhelm Wundt (18321920) e William James (1842-
1910).
12. Wilhelm Wundt - O "pai" da Psicologia
Wundt cresceu em vilas próximas da cidade de
Mannheim, na Alemanha, na década de 1830. Filho de
um rígido pastor e vindo de uma linhagem de sucessos
acadêmicos, esperava-se muito de quem, até então,
era uma criança sem muito interesse pela escola.
O jovem se esforçou e conseguiu a formação aos 19
anos, partindo para a educação universitária. Começou
a estudar Medicina, passando por cursos de Física e
Química. Por fim, decidiu se especializar em Fisiologia.
Com o doutorado em mãos, Wundt lecionou na
Universidade de Heidelberg por mais de 10 anos. Suas
pesquisas foram focadas em Fisiologia, naturalmente,
mas seu interesse por Psicologia foi crescendo
paralelamente. Esses estudos se tornaram uma
disciplina independente.
Foi o fundador do primeiro laboratório de Psicologia, em Leipzig, na Alemanha. (1879)
13. Wilhelm Wundt - O "pai" da Psicologia
Em Heidelberg, ele deu o primeiro curso universitário
de Psicologia Científica e passou a escrever o primeiro
livro de Psicologia, “Princípios de Psicologia
Fisiológica” (Wundt, 1873-4). Em 1867, Wilhelm Wundt
começa a ministrar um curso de Psicologia
Experimental em Heidelberg, sendo esse o primeiro
curso de psicologia formal na área experimental do
mundo. Foram mais de 600 estudantes matriculados.
Em 1875, Wilhelm Wundt começou a mais longa e
importante fase da sua carreira: na Universidade de
Leipzig, onde trabalhou por 45 anos. Lá, ele criou o
primeiro laboratório dedicado à Psicologia
Experimental. A partir daí, ele separou a Psicologia da
Filosofia e da Biologia e tornou-se a primeira pessoa a
ser chamada de Psicólogo.
14. Wilhelm Wundt - O "pai" da Psicologia
Objeto de estudo para Wundt: a consciência.
Para estudá-la ele utilizou os métodos experimentais
das ciências naturais.
Adaptou muitas técnicas empregadas pelos fisiologistas
para avançar com sua pesquisa da nova Psicologia.
Pensava que a consciência incluía várias partes
diferentes e podia ser estudada pela análise ou redução.
A consciência era ativa e organizava seu próprio
conteúdo.
Concentrou-se no estudo da própria capacidade de
organização da mente.
Voluntarismo é a ideia de que a mente é capaz de
organizar o conteúdo mental do pensamento superior.
A experiência consciente imediata é composta de
elementos básicos, que podem ser divididos em
sensações e sentimentos.
15. Wilhelm Wundt - O "pai" da Psicologia
Não enfatizou oss elemento em si, mas o processo ativo
de organização e síntese desses elementos.
Os conteúdos psíquicos organizados e sintetizados pela
fusão são trazidos à consciência pela apercepção, um
processo de atenção seletiva.
Os psicólogos deveriam dedicar-se ao estudo da
experiência imediata; do contrário, a experiência
mediata proporciona ao indivíduo
informações/conhecimentos de algo além dos
elementos de uma experiência.
A abordagem de Wundt auxiliou na construção de uma
escola psicológica denominada estruturalismo, cujo
autor mais proeminente é Titchener.
16. Wilhelm Wundt - O "pai" da Psicologia
Para fazer isso, ele estudou sensação e percepção,
observações de objetos, imagens e eventos dos
participantes em partes constituintes da mesma forma
que um anatomista iria estudar um corpo tentando
encontrar suas partes constituintes e como elas
interagem.
No começo, ele fez isso por estudar o tempo de reação –
sistematicamente mudando os estímulos que ele
apresentou aos participantes e medindo quanto tempo
eles levavam para responder – inferia que se mais
tempo fosse necessário para responder, mais processos
mentais deveriam estar envolvidos.
Mais tarde, ele adaptou e desenvolveu um processo
chamado introspecção para inferir mais sobre a
natureza dos processos envolvidos.
17. Apercepção e o método de investigação - Wundt
"Aperceber um evento é percebê-lo com toda a clareza e tê-lo sob o foco da
atenção.... Em qualquer momento dado, há informações que ocupam o foco da
atenção e outras informações que se encontram às margens. As primeiras são
apercebidas e as segundas, apreendidas". (Goodwin, 2005, p. 130).
Wundt postula a percepção interna ( innere Wahrnehmung) como o meio de
investigaçã - uma vez que somente o indivíduo que vive a experiência é capaz de
examiná-la.
A percepção interna é a análise que a mente faz dela própria para observar e
relatar seus conteúdos, e deve ser realizada em condições controladas de
laboratório para que possa produzir, repetir ou alterar fenômenos mentais.
Processos mentais superiores (linguagem, raciocínio, moral, arte, religião, entre
outros) só poderiam ser estudados por meios não experimentais, tais como a
análise comparativa das culturas e a investigação histórica.
18. Wilhelm Wundt - O "pai" da Psicologia
Psicologia como ciência é psicologia empírica. E, como tal,
interpreta a experiência psíquica a partir da própria
experiência psíquica; deduz os processos psíquicos de outros
processos psíquicos; faz uma interpretação causal de
processos psíquicos com base em outros processos psíquicos.
A psicologia empírica é focada na causalidade psíquica:
analisar a experiência a partir da própria experiência,
fechando as portas às explicações metafísicas espiritualistas
ou materialistas.
Wundt observa que psicólogos que pertencem à escola
empírica, se forem indagados sobre a natureza da psicologia,
dirão: "esta ciência tem de investigar os fatos da consciência,
suas combinações e relações, de tal modo que possam,
finalmente, descobrir as leis que governam tais relações e
combinações" (Wundt, 1973 [1912], p. 1).
19. História da Psicologia
A ideia de psicologia como ciência já aparecia na obra
de autores que viveram e trabalharam mais ou menos
na mesma época de Wundt e James (cf. Boring, 1957;
Woodward & Ash, 1982). Mas foram Wundt (1922 [1897])
e James (1962 [1892]) que elaboraram de modo
sistemático o projeto da psicologia científica e deram
início, desse modo, à psicologia moderna.
Projeto da psicologia científica como objeto de reflexão
epistemológica.
Trata-se de uma reflexão que pertence ao gênero
epistemologia unitária ou teoria unitária do
conhecimento: a psicologia é conhecimento unitário.
Decorre dessa reflexão que história da psicologia é história da ciência psicológica,
um tipo de investigação que pertence ao gênero história da ciência.
20. História da Psicologia
A história da ciência psicológica começa
com Wundt, James e seus precursores,
identificados, naturalmente, com as ideias
veiculadas nas obras desses fundadores do
projeto científico da psicologia. A história da
ciência psicológica é contada a partir da
concepção de ciência que Wundt e James
usam para distinguir a psicologia como
ciência da psicologia como metafísica. A pré-
história dessa ciência conta a história da
psicologia metafísica.
21. História da Psicologia - divergências entre Wundt e
James
Wundt e James apresentam concepções
diferentes de ciência psicológica, e, na
sequência, o que o século XX testemunhou foi
uma multiplicação de acepções de psicologia
científica.
Diante da proliferação da psicologia moderna,
a reflexão epistemológica sobre a psicologia
pertence ao gênero epistemologia pluralizada,
ou teoria pluralizada do conhecimento: a
psicologia é conhecimento plural.
Decorre dessa reflexão que a história da psicologia é história do conhecimento
psicológico, um tipo de investigação que pertence ao gênero história da cultura.
22. Epistemologia e história da ciência psicológica
Wundt e James concordam que, como ciência, a psicologia deve ser afastada
de doutrinas e temas metafísicos.
Wundt é contundente quando crítica o envolvimento da psicologia com a
metafísica. Nos Fundamentos de psicologia, ele procura afastar a psicologia
moderna do dualismo mente-corpo cartesiano e das metafísicas materialista e
espiritualista.
Diz com relação às psicologias materialista e espiritualista que elas "não
procuram interpretar a experiência psíquica a partir da própria experiência,
mas a derivam de pressuposições de processos hipotéticos que estariam
ocorrendo em um substrato metafísico" (Wundt, 1922 [1897], p. 6-7). Substrato
metafísico: leia-se, mente-substância ou processos e atributos da matéria.
23. Psicologia Metafísica ou Metapsicologia
Ramo da psicologia que se dedica exclusivamente ao
estudo dos fenômenos que vão para além da psicologia
empirista, ou seja, daquilo que se conhece através da
experiência e que está comprovado cientificamente (o
empirismo defende que a experiência é a fonte de todo
o conhecimento).
Um fenômeno é considerado metafísico quando,
aparentemente, não se conhece nenhuma teoria física
que o explique (por exemplo, o caso das premonições).
A metapsicologia é considerada, por muitos, um sinônimo da parapsicologia (ciência que
estuda todos os fenómenos que não são explicados em termos de princípios ou leis
cientificas como, por exemplo, clarividência, telepatia, etc.
24. Willian James (1842-1910)
Filósofo e importante psicólogo norte-americano. Um
dos criadores da escola filosófica conhecida como
“pragmatismo” e um dos pioneiros da “Psicologia
Funcional”.
Nasceu em Nova Iorque, Estados Unidos, filho de Henry
James, também filósofo e teólogo, era irmão do escritor
Henry James Jr.
Seu pai, bem familiarizado com as elites literárias e
intelectuais da época, deu aos filhos uma educação
cosmopolita. William estudou francês e alemão, e ainda
menino fez duas viagens à Europa.
Durante três anos percorreu a Inglaterra, França e Suíça, visitando museus,
bibliotecas e teatros. De volta aos Estados Unidos, estudou pintura com William
Morris Hunt.
25. Willian James (1842-1910)
Em 1861, James ingressou na Escola científica Lawrence
da Universidade de Harvard. Em 1864 iniciou o curso de
Medicina na Harvard Medical School.
Em 1865, acompanhou o naturalista Louis Agassiz na
Expedição Thayer, em estudo científico no Brasil.
Durante oito meses, esteve no Amazonas e no Rio de
Janeiro quando registrou tudo em seu diário, onde
também desenhou cenas da expedição.
Em abril de 1867, interrompeu os estudos de medicina
para fazer um tratamento de saúde em uma estância na
Alemanha, onde permaneceu até novembro de 1868.
Nessa época dedicou-se à leitura e reflexões, e começou
a publicar seus primeiros textos.
26. Willian James (1842-1910)
Em 1872, depois de um longo período de busca filosófica,
William James resolveu o que ele chamou de sua
“doença da alma”. Descobriu que seu interesse não
estava na medicina e sim na filosofia e na psicologia.
Passou a maior parte de sua carreira acadêmica em
Harvard. Foi nomeado instrutor de fisiologia no Harvard
College. Em seguida foi nomeado instrutor de anatomia.
Seu interesse pela psicologia e pela filosofia começou a
se cristalizar. Em 1876 foi professor assistente de
psicologia. Em 1881 ocupou o cargo de professor
assistente de filosofia, e de professor titular em 1885.
27. Epistemologia e história da ciência psicológica
James critica o envolvimento da psicologia com a metafísica. Temas e
questões de ordem metafísica, abundantes nos Princípios de psicologia,
praticamente desaparecidos na Psicologia: um curso mais breve, são
abertamente criticados no Apelo para que psicologia seja uma ciência
natural. Passando-lhe a palavra: "necessitamos do abandono, de modo
explícito e direto, de questões sobre a alma, o ego transcendental, a fusão de
ideias ou de partículas de estofo mental, etc., pelo homem prático" (James,
1983 [1892], p. 273).
O homem prático: educadores, médicos, diretores de presídios,
superintendentes de asilos, clérigos, não estão interessados nesses temas,
que são da alçada do filósofo, que também deve contribuir para mantê-los
fora do campo da psicologia como ciência.
Homens práticos estão interessados "em melhorar as ideias, disposições e
conduta de indivíduos sob sua responsabilidade" (p. 272).
28. Willian James (1842-1910)
James compara a ciência da mente às disciplinas
biológicas e considera a consciência como um estado de
adaptação da espécie.
Em 1890, após 12 anos de elaboração, publicou o livro
“Princípios de Psicologia”, uma obra inovadora, com mil
e duzentas páginas, em dois volumes, que pela primeira
vez apresentava a Psicologia como matéria
independente, e a sua relação com a fisiologia.
Compara a ciência da mente às disciplinas biológicas e
considera a consciência como um estado de adaptação
da espécie.
Tese fundamental: existe uma relação casual entre os
fenômenos psíquicos e as sensações nervosas.
29. Willian James e a Filosofia Pragmática
Todo conceito se fundamenta na experiência, e tem um
fim, uma utilidade. A verdade seria: “A conveniência de
uma proposição”.
Em sua obra “As Verdades da Experiência Religiosa”
(1902), afirmou que as ideias metafísicas e religiosas
seriam válidas enquanto satisfizessem determinadas
necessidades sociais. Denominou essa postura de
“Teísmo Pragmático”. Em 1909 publicou “Um Universo
Pluralístico”.
Durante décadas, William James aplicou os seus
métodos empíricos à investigação de temas filosóficos e
religiosos. Explorou a questão da existência de Deus, da
imortalidade da alma, dos valores éticos e do livre
arbítrio, como fonte da experiência religiosa e moral.
30. Willian James e a Psicologia na Ciência Natural
Psicologia como "esperança de uma ciência" (1962, p.
463). Ao tratá-la "como uma ciência natural, eu desejo
ajudá-la a tornar-se uma" (1983, p. 270).
Por essa razão, o psicólogo norte-americano critica o uso
da expressão triunfante, "A Nova Psicologia" (1962, p.
463), bem como aqueles que, em sua época, escreviam
"Histórias da Psicologia" (1962, p. 463).
Como uma ciência natural, a psicologia estuda os fatos
mentais, descrevendo-os e examinando-os em relação
com o ambiente físico e com as atividades dos
hemisférios cerebrais, bem como as atividades
corporais que deles decorrem (cf. James, 1962).
31. Willian James e a Psicologia na Ciência Natural
Para o autor: a vida mental em sua relação com
o ambiente físico, "é primordialmente
teleológica, o que significa dizer que nossos
diversos modos de sentir e pensar chegaram a
ser o que são por causa de sua utilidade em
modelar nossas reações no mundo externo"
(James, 1962, p. 18).
Objetivo da psicologia: previsão e controle
práticos. Ajudar homens práticos a solucionar
seus problemas, fornecendo-lhes regras para a
ação, ensinando-lhes como agir.
Ideia de que sustenta teoria das emoções: "ficamos tristes porque choramos".
Sentimentos são comportamentos.
33. A Psicologia Empírica/Fisiológica de Wundt
Princípio dos resultantes criativos: "em
todas as combinações psíquicas o produto
não é a mera soma dos elementos que
compõem tais combinações, mas
representa uma nova criação" (Wundt,
1973, p. 164).
De acordo com o princípio dos resultantes
criativos, não é possível predizer,
tomando-se por base o conhecimento dos
processos psíquicos componentes, as
qualidades dos processos psíquicos
resultantes.
34. Processos Psíquicos
Conjunto de atividades que determinam os
padrões de imagens visuais, auditivas, tateis e
gustativas.
Pensamento e pensar são, respectivamente,
uma forma de processo mental ou faculdade do
sistema mental. Pensar permite aos seres
modelarem o mundo, e com isso lidar com ele de
uma forma efetiva e de acordo com suas metas,
planos e desejos.
35. Epistemologia e história da ciência psicológica
Como já foi apontado, as concepções de ciência
de Wundt e James são diferentes. Para James, a
psicologia deve se tornar uma ciência natural
visando predição e controle práticos. Para
Wundt, a psicologia deve ser tornar uma ciência
empírica intermediária, uma psicologia
fisiológica, uma psicologia experimental, uma
ciência entre as ciências da natureza e as
ciências da cultura, visando deduções
retrogressivas.
36. A Psicologia Empírica/Fisiológica de Wundt
Exemplo da formação da imagem
espacial: é formada pela combinação
e fusão de sensações luminosas da
retina com as sensações do esforço
decorrentes dos movimentos e
ajustamentos do olho.
Apressa-se em dizer que "a
imagem espacial é alguma coisa
nova uma vez que suas qualidades
resultantes não estão contidas
naqueles elementos" (p. 165).
37. A Psicologia Empírica/Fisiológica de Wundt
"os resultantes futuros nunca podem
ser determinados antecipadamente" (p.
167).
Mas a operação inversa é factível: "é
possível, começando com resultantes,
alcançar, sob condições favoráveis,
uma dedução exata em direção aos
componentes" (p. 167).
Wundt conclui com esta imagem: "o
psicólogo, como o historiador
psicológico, é um profeta com os olhos
voltados em direção ao passado" (p.
167).
38. A Psicologia Empírica/Fisiológica de Wundt
Princípio é solidário com a causalidade psíquica e é incompatível com a
causalidade física.
A causalidade psíquica é o tipo de explicação das ciências da cultura e não
conduz à previsão e a causalidade física é o tipo de explicação das ciências
da natureza e conduz à previsão. Devido à causalidade psíquica e ao
princípio dos resultantes criativos, a psicologia de Wundt não é ciência
natural: é uma ciência intermediária, situando-se entre as ciências da
natureza e as ciências da cultura. Passando a palavra a Danziger: "mesmo a
psicologia fisiológica de Wundt, somente a "metade" pertence às ciências
naturais, pois sua tarefa é também mediar entre essas e as
Geisteswissenschaften" (1979a, p. 208).