SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 9
EMPREGO E SALÁRIOS
As reformas trabalhistas no mundo, e de maneira semelhante no
Brasil, foram aprovadas em meio a justificativas oficiais de
“modernização” da legislação trabalhista em tempos de globalização.
Um dos argumentos para sua implantação refere-se à geração de
postos de trabalho em meio a taxas de desemprego elevadíssimas,
sobretudo entre os jovens. Mas, segundo a OIT (2015, p. 120)1, “não
há significância estatística na relação entre rigidez da legislação
trabalhista e nível de emprego. Ao contrário: países onde a
desregulamentação cresceu, o nível de desemprego aumentou no
período; onde a regulamentação se intensificou, o desemprego caiu
no longo prazo”. Debate posto, acreditamos que a ordem dos
argumentos oficiais deve ser invertida. De fato, estamos em meio a
uma crise capitalista mundial e tais reformas, assim como várias
outras, são aprovadas como tentativa de reverter a queda nas taxas
de lucro. Evidentemente, os prejudicados serão os trabalhadores que,
além de terem flexibilizados seus direitos conquistados
historicamente, ficam à mercê de supostas “livre-negociações” num
contexto de correlação de força política e econômica ainda mais
desigual, devido à crise. As conquistas sociais e a proteção do
trabalho são reduzidas. Um fato já se verifica nos países que
adotaram tais reformas: a intensificação da precarização do trabalho.
Na periferia do sistema, como o caso do Brasil, este processo de
precarização das condições de trabalho e de vida tende a ser ainda
mais intenso, considerando seu histórico de país subdesenvolvido e
com a maioria de sua população totalmente desprovida de mínimas
condições de sobrevivência.
IBGE – PNAD CONTÍNUA
Calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Economia (IBGE), a
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua é um
indicador, dentre outros aspectos, da inserção da população brasileira
no mercado de trabalho. A divulgação dos dados é feita
mensalmente, porém com duas bases de análise distintas: a mais
completa, que considera quatro trimestres fixos e que, portanto, só é
disponibilizada quatro vezes por ano, e a mensal, que levanta os
dados da média do mês da pesquisa e os dois imediatamente
anteriores a ele. A título de simplificação, a análise se concentrará
nos resultados do ano de 2016 em comparação aos de 2015, sendo
também feita uma exposição dos disponíveis em 2017.
O Brasil passa por um período que muitos consideram como a pior
crise já enfrentada em sua história. Ela, entretanto, não se restringe
ao campo econômico, vide os acontecimentos na política. Essa, por
sua vez, não passa apenas por um momento de instabilidade quanto
às denúncias de corrupção, mas também atravessa um período de
1 OIT, World Employment and Social Outlook 2015: The Changing
Nature of Jobs, 2015.
aprofundamento nos mecanismos restritivos da política econômica,
afetando diretamente o nível de emprego e salários.
Pode-se ver pelos indicadores no Gráfico 4.1 que a tendência e os
reflexos negativos nos índices se fazem presente desde o quarto
trimestre de 2014, com constantes elevações da taxa de
desocupação.
Gráfico 4.1: Evolução do índice de desocupação – PNAD (%)
Fonte: IBGE – PNAD Contínua. Elaboração própria
Por si só esses resultados são preocupantes: de 6,5%, no quarto
trimestre de 2014, para 13,7%, no primeiro trimestre de 2017, com a
expressiva alta de 7,2 p.p. – há mais de dois anos a tendência é de
alta. Afinal, não se trata apenas de uma taxa, mas também
representa as dificuldades enfrentadas no período por aqueles que
perderam o trabalho. Porém, ele traz algo mais preocupante: essa
elevação foi puxada principalmente pela diminuição do número de
empregados no setor privado com carteira assinada, que é a
categoria com o maior “peso” dentre as que o IBGE divide na
pesquisa. Do primeiro trimestre de 2015 a igual período de 2017, o
número de trabalhadores nessa situação caiu 7,38%.
Notou-se um processo de “migração de empregos”, ou seja,
enquanto a categoria de empregados no setor privado com carteira
assinada apresentou significativa queda, a dos que trabalham no
setor privado sem a carteira assinada (+1,33%) e os chamados
“conta-própria” (+1,55%) tiveram leves elevações em seus
contingentes no mesmo período. Não é demais afirmar que esta
última representa o núcleo central da informalidade. Portanto, além
da grande perda de empregos no período é observável
simultaneamente um processo que se apresenta como a precarização
7%
7,90%
8,30%
8,90%
9,00%
10,90%
11,30%
11,80%
12,00%
13,70%
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
16%
2014/4 2015/1 2015/2 2015/3 2015/4 2016/1 2016/2 2016/3 2016/4 2017/1
das condições de trabalho, visto que essas tendem a ser piores no
núcleo informal em comparação ao formal.
Situação que consegue ser mais preocupante que a do Brasil é a do
Espírito Santo (Gráfico 4.2). O Estado, que vinha apresentando taxas
de desocupação abaixo da média nacional, ultrapassou no quarto
trimestre de 2015 essa média. Ou seja, de uma taxa de 6% no
quarto trimestre de 2014, atingiu-se 14,4% no primeiro trimestre de
2017, elevação expressiva de 8,4 p.p. Enquanto para a maioria das
categorias a tendência foi a mesma da apresentada nacionalmente no
período (queda nos com carteira assinada e aumento/estabilidade nos
sem carteira assinada) uma se destacou, a do “Trabalhador auxiliar
familiar”. Apesar da pouca quantidade de pessoas se comparado com
as outras categorias pesquisadas (cerca de 76 mil no primeiro
trimestre de 2017) ela apresentou uma dinâmica muito peculiar. No
ano de 2015 o número de trabalhadores inseridos nessa categoria
sofreu sucessivas quedas (chegando a -19,1% no quarto trimestre),
o que continuou até o terceiro trimestre de 2016. Porém, esse
segmento apresentou significativas elevações nos últimos dois
trimestres (out-dez/16 e jan-mar/17) de 15,7% e 25,4%,
respectivamente.
Quando se observa os grupamentos de atividade, a situação do ES
deve ser analisada com cuidado. Desde 2015 o que se vê é uma
grande flutuação nos índices, o que pode indicar períodos de
sazonalidade principalmente no grupo da “Agricultura, pecuária,
produção florestal, pesca e aquicultura”. Porém, a significativa
elevação da taxa de desocupação não se dá nesse grupo, mas sim é
puxada por três outros de grande peso: “Indústria Geral”,
“Construção” e “Comércio, reparação de veículos automotores e
motocicletas”, setores centrais e com influência decisiva no nível de
emprego.
Gráfico 4.2: Evolução do índice de desocupação - Espírito Santo - PNAD (%)
6%
6,90%
6,60%
8,10%
9,10%
11,10%
11,50%
12,70%
13,60%
14,40%
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
16%
2014/4 2015/1 2015/2 2015/3 2015/4 2016/1 2016/2 2016/3 2016/4 2017/1
Fonte: IBGE – PNAD Contínua. Elaboração própria
DIEESE – PED
Os resultados disponibilizados pela Pesquisa de Emprego e
Desemprego (PED) podem ser observados através do Gráfico 4.3,
que apresenta uma média das regiões metropolitanas de Fortaleza,
Salvador, Porto Alegre, São Paulo e Distrito Federal. Vale ressaltar
que a PED é dividida em desemprego Aberto e Oculto, sendo este
último dividido em outros dois subgrupos: desemprego oculto pelo
trabalho precário e o desemprego oculto pelo desalento.
Tabela 4.3: Brasil - Evolução da taxa de desemprego médio total PED - (%)
Fonte: elaboração própria através dos dados do DIEESE/PED
Os dados mostram taxas elevadas de desemprego no ano de 2016 e
um crescimento contínuo em 2017. No primeiro semestre de 2016, o
indicador saiu de 15%, em janeiro, para 17,6%, em junho, reduzindo
para 15,5% em outubro do mesmo ano, permanecendo assim em
dezembro. Apesar da redução, as taxas permaneceram
extremamente elevadas. Em 2017, a tendência verificada foi de
aumentos contínuos, totalizando 18,6% em abril corrente.
Essas variações positivas mostram-se, naturalmente, preocupantes,
pois a baixa demanda reflete-se em poucas contratações. Além disso,
o aumento observado desde dezembro de 2016 se associa a
diminuição da participação dos trabalhadores assalariados com
carteira assinada e dos estatutários do setor público, posições essas
que no mercado de trabalho possuem maior proteção e acesso aos
10.1 10.3
11.5
12.1
12.5 12.6
13 13.2 13.4 13.6 13.6 13.3
15
15.7
16.2
17 17.3 17.6
16.8
16.4
16
15.5
16
15.5
17
17.5
18.4 18.6
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
2015
2016
2017
direitos trabalhistas, demonstrado pelos últimos boletins emitidos
pelo DIEESE.
Mês a mês, a pesquisa mostrou uma taxa de desemprego em 17%
em abril de 2016 e de 18,6% no mesmo mês de 2017. Salvador
fechou março de 2017 com uma taxa de desemprego de 16,3%,
tendo o desemprego oculto um destaque especial. O setor de
Comércio e Reparação de Serviço contribuiu para manter a taxa de
desemprego elevada em Salvador, pois é um dos setores que mais
vem demitindo trabalhadores.
Os dados referentes à renda mensal média mostraram relativa
estabilidade no primeiro trimestre de 2017. Salvador apresentou as
menores quantias, fechando março com uma renda mensal média de
R$ 1.479,00 para os ocupados e R$ 1.020,00 para os autônomos. O
DIEESE calcula o salário mínimo necessário para a reprodução da
força de trabalho do trabalhador e de sua família. O Salário mínimo
oficial definido em 1 de janeiro de 2017 foi reajustado em 6,47%,
passando de R$ 880,00 para R$ 937,00. Em nota de seu boletim de
conjuntura, o DIEESE projeta que o salário mínimo estimado no mês
de abril deveria ser de R$ 3.069,92, ou seja, três vezes o salário
mínimo, demonstrando o quão precário é a reprodução dos
trabalhadores brasileiros que dependem deste salário mínimo para
sobreviver.
CAGED
Como era de se esperar, a geração de trabalho formal na economia
brasileira apresentou retração. No período selecionado para análise,
comparando os anos 2015 e 2016 além dos primeiros cinco meses do
ano 2017, pode-se perceber o tamanho desta queda conforme
Tabelas 4.1 e 4.1.1. O ano de 2015 apresentou um saldo, conforme
Tabela 4.1, com 1.625.551 postos de trabalho formal encerrados. O
resultado é o pior para um ano da série histórica do Ministério do
Trabalho, que tem início em 2002, considerando ajustes. Na série
sem ajustes, é o pior desempenho desde 1992, quando teve início a
contabilização dos empregos formais pelo Caged. Com isso, trata-se
do pior resultado em 24 anos. O fechamento de vagas aconteceu em
meio à forte queda do nível de atividade econômica, com a economia
em recessão e disparada da inflação – que ficou em 10,67% em
2015, o maior patamar em 13 anos. Destaques para o mês de
dezembro com o saldo negativo registrado com 596.208 vagas e o
mês de março com saldo positivo 19.282 vagas.
Em 2016 foram eliminadas 1.321.994 vagas, significando a tendência
de mais demissões do que contratações no mercado de trabalho
brasileiro. De todos os meses da série, nenhum apresentou saldo
positivo, refletindo a forte recessão que atingiu o país. Destaque para
o mês de dezembro com um saldo negativo de 462.366 vagas.
No ano de 2017, conforme na tabela 4.1.1, entre janeiro a maio,
foram registrados o saldo acumulado de 25.234 postos de trabalho.
Em comparação com o mesmo período do ano passado, notou-se um
saldo superior, sinalizando uma variação positiva neste intervalo de
tempo. Os subsetores da atividade econômica que mais contribuíram
para este saldo positivo foram os de Agropecuária, seguido por
Serviços e Indústria de Transformação.
Tabela 4.1: Brasil - Evolução do emprego formal por setor de atividade econômica - (2015 e
2016)
Fonte:
MTE/CAGED. Elaborado pelos autores.
1 - O item "outros" refere-se aos setores extrativa mineral, serviço industrial de utilidade pública e
administração pública.
Tabela 4.1.1: Brasil - Evolução do emprego formal por setor de atividade econômica - (jan.17
à mai.17)
Ind
Transf
Constr
Civil Comérc Serviço Agropec Outros¹
Total
dos
Setores
Janeiro 17.501 -775 -60.075 -9.525 10.663 1.347 -40.864
Ind
Transf
Constr
Civil Comérc Serviços Agropec Outros¹
Total
dos
Setores
Janeiro
2015 27.417 -9.729 -97.800 -7.141 9.428 -3.949 -81.774
Fevereiro 2.001 -25.823 -30.354 52.261 -9.471 8.971 -2.415
Março -14.683 -18.205 2.684 53.778 -6.281 1.989 19.282
Abril -53.850 -23.048 -20.882 -7.530 8.470 -988 -97.828
Maio -60.989 -29.795 -19.351 -32.602 28.362 -1.224 -115.599
Junho -64.228 -24.131 -25.585 -39.130 44.650 -2.775 -111.199
Julho -64.312 -21.996 -34.545 -58.010 24.465 -3.507 -157.905
Agosto -47.944 -25.069 -12.954 4.965 -4.448 -1.093 -86.543
Setembro -10.915 -28.221 -17.253 -33.535 -3.246 -2.432 -95.602
Outubro -48.444 -49.830 -4.261 -46.246 -16.958 -3.392 -169.131
Novembro -77.341 -55.585 52.592 -23.312 -21.969 -5.014 -130.629
Dezembro -192.833 -102.660 -38.697 -180.941 -58.853 -22.224 -596.208
Janeiro
2016 -16.553 -2.588 -69.750 -17.159 8.729 -2.373 -99.694
Fevereiro -26.187 -17.152 -55.520 -9.189 -3.661 7.127 -104.582
Março -24.856 -24.184 -41.978 -18.654 -12.131 3.027 -118.776
Abril -15.982 -16.036 -30.507 -9.937 8.051 14.827 -49.584
Maio -21.162 -28.740 -28.885 -36.960 43.117 13.840 -58.790
Junho -31.102 -28.149 -26.787 -42.678 38.630 -946 -91.032
Julho -13.298 -27.718 -16.286 -40.140 4.253 -1.535 -94.724
Agosto 6.294 -22.113 888 -3.014 -15.436 -572 -33.953
Setembro 9.346 -27.592 3.939 -15.145 -8.175 -1.655 -39.282
Outubro -5.571 -33.517 12.501 -30.317 -12.503 -5.341 -74.748
Novembro -51.859 -50.891 58.961 -37.959 -26.097 -8.902 -116.747
Dezembro -130.599 -82.567 -18.973 -157.654 -48.265 -24.308 -462.366
Saldo
Total
-
927.650
-
775.339
-
458.803
-
736.249 -29.339 -42.449
-
2.969.8
29
Fevereiro 3.949 -12.857 -21.194 50.613 6.201 8.900 35.612
Março -3.499 -9.059 -33.909 -17.082 -3.471 3.396 -63.624
Abril 13.689 -1.760 5.327 24.712 14.648 3.240 59.856
Maio 1.433 -4.021 -11.254 1.989 46.049 58 34.254
Saldo
Total 33.073 -28.472
-
121.105 50.707 74.090 16.941 25.234
Fonte: MTE/CAGED. Elaborado pelos autores.
1. O item "outros" refere-se aos setores extrativa mineral, serviço industrial de utilidade pública e
administração pública.
Os setores mais afetados nesses anos de 2015 e 2016 pela redução
nos postos de trabalho foram os da Indústria de Transformação,
Construção Civil e Serviços. Esses setores apresentaram mais de
82,1% do saldo negativo acima indicado. O mês de dezembro de
2015, conforme na tabela 4.1, por exemplo, é considerado o pior já
registrado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(CAGED). Isto devido à perda gradual e constante do emprego nos
setores da indústria de transformação e construção civil que afetou
diretamente os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro,
que foram os que mais fecharam vagas no ano de 2015.
Em 2016, apenas os setores que registraram saldo positivo foram
Indústria da Transformação nos meses de agosto e setembro,
Comércio nos meses de agosto a novembro e Agropecuários nos
meses de janeiro, abril a julho. Para a Indústria da Transformação
esses meses citados indicaram uma variação positiva devido às
contratações nas empresas de confecção têxtil e metalurgia. No
Comércio houve um aumento na contratação no setor varejista e no
setor Agropecuário a geração de empregos formais cresceu no Estado
de Minas Gerais devido ao café - meses de maio e junho. A
Construção Civil segue com um fortíssimo registro negativo de
775.339 postos de trabalho formal, ao lado da Indústria da
Transformação com 927.950 vagas formais encerradas.
Como fator de análise para esse recuo, pode-se relacionar o ajuste
fiscal, baseado no corte de gastos públicos, que diminuiu o volume de
obras públicas e gastos com infraestrutura. Já no setor de Serviços
foram registradas 736.249 vagas fechadas, relacionadas aos
segmentos de Ensino, Comércio e Adm. de Imóveis e de Serviços
médicos, odontológicos e veterinários. Para 2017, conforme tabela
4.1.1, o setor com maior número de demissões é do Comércio
apresentando um registro de 121.105 vagas formais eliminadas,
destaque para o mês de janeiro que houve um registro negativo de
60.075 postos de trabalhos referentes a demissões pós-período de
festas de fim de ano. Por outro lado, o setor de Serviços e
Agropecuários registraram os maiores saldos positivos. O setor de
Serviços cresceu devido a alta de contratações na área de ensino e o
setor Agropecuário relacionado ao café, sobretudo em Minas Gerais,
laranja em São Paulo e cana-de-açúcar em São Paulo e no Rio de
Janeiro.
No Espírito Santo foram registrados acumulados de 46.391 postos de
trabalho formal encerrados em 2015 e 38.135 vagas formais
encerradas em 2016. Assim, o Estado acompanhou a tendência
nacional de retração de postos de trabalho, tendo saldos negativos
em todos os setores da atividade econômica local. Nesses dois anos
analisados, 2015 e 2016, Tabela 4.2, o setor de Serviços registrou o
maior índice de retração, 30.162 postos encerrados. Esse total
apresentou uma leve redução, de 5,05%, em relação ao fechamento
de vagas em 2015, quando o Estado registrou uma perda de 44.971
empregos.
O setor Comércio apresentou o maior saldo negativo em 2017 (3.322
vagas) no período janeiro a maio, apesar de expressar uma queda
menor que a do mesmo período em 2016 que teve saldo negativo de
6.214 vagas. No setor de Serviços foi registrado o terceiro melhor
resultado de todos os setores analisados com saldo de 1.131 postos
de trabalho criados, com maior expressividade dos subsetores de
Comércio e administração de imóveis, valores mobiliários, Serviço
técnico e serviços de alojamento, Alimentação, reparação.
O setor Agropecuário se encontra com saldo positivo de 5.988 de
postos de trabalhos criados, indicando aumento em relação aos anos
anteriores. Isso se deve ao cultivo do café, relacionado às
exportações do café do tipo Conillon e Arábica para os países árabes
(Líbano e Turquia) e os Estados Unidos. A Indústria da transformação
registrou saldo positivo de 1.601 postos de trabalhos, devido a
contratações nos subsetores de Metalurgia e Siderúrgica; a
Construção Civil também registrou saldo positivo, de apenas 126
vagas.
Tabela 4.2: ES - Evolução do emprego formal por setor de atividade econômica - (2015 e
2016)
Ind
Transf
Construção
Civil Comércio Serviços Agropec Outros¹
Total
dos
Setores
Janeiro
2015 1.424 87 -2.348 -202 -165 83 -1.121
Fevereiro -256 -1.591 -1.771 409 95 53 -3.061
Março 418 -248 -417 -1.028 -171 -38 -1.484
Abril -943 -389 -806 -2.347 3.315 -103 -1.273
Maio -533 -1.781 -964 -1.603 2.786 -6 -2.101
Junho -976 -689 -1.267 -1.426 -2.464 -313 -7.135
Julho -715 -1.125 -1.609 -543 -1.646 -28 -5.666
Agosto -711 -804 -925 -698 -1.319 -46 -4.503
Setembro 96 -432 135 -1.946 -248 -7 -2.402
Outubro -595 -726 132 -1.512 -517 -153 -3.371
Novembro -1.621 -1.040 725 -965 -432 -93 -3.426
Dezembro -3.631 -2.339 29 -3.936 -446 -525 -10.848
Janeiro
2016 -62 -100 -1.437 -1.100 -210 -24 -2.933
Fevereiro -161 -786 -2.341 -934 63 -6 -4.165
Março -923 -210 -659 -1.462 -405 -9 -3.668
Abril 264 164 -869 -794 1.647 54 466
Maio -205 12 -908 -1.380 3.645 62 1.226
Junho -874 -374 -1.219 -1.147 -2.743 -71 -6.428
Julho -553 -431 -922 -831 -1.206 -430 -4.373
Agosto -917 -603 -820 -1.043 -1.454 -25 -4.862
Setembro -483 -518 546 -641 -652 -161 -1.909
Outubro -222 -493 505 -1.015 -306 -296 -1.827
Novembro -379 -1.120 498 -1.079 63 -195 -2.212
Dezembro -2.476 -1.620 515 -2.939 -374 -556 -7.450
Saldo
Total -15.034 -17.156 -16.197 -30.162 -3.144 -2.833 -84.526
Fonte: MTE/CAGED. Elaborado pelos autores.
1 O item "outros" refere-se aos setores extrativo mineral, serviço industrial de utilidade pública e
administração pública.
Tabela 4.2.1: ES - Evolução do emprego formal por setor de atividade econômica - (jan.17 à
mai.17)
Ind
Transf
Constr
Civil Comérc Serviços Agropec Outros¹
Total
dos
Setores
Janeiro 1.192 71 -1.259 432 263 27 726
Fevereiro -750 -1.033 -1.142 449 296 103 -2.077
Março -175 605 -784 -329 115 -226 -794
Abril 1.365 300 120 561 1.083 119 3.548
Maio -31 183 -257 18 4.231 -27 4.117
Saldo
Total 1.601 126 -3.322 1.131 5.988 -4 5.520
Fonte: MTE/CAGED. Elaborado pelos autores.
1 O item "outros" refere-se aos setores extrativo mineral, serviço industrial de utilidade pública e
administração pública.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

TEC 2010 09 - Eleições 2010 e as propostas dos candidatos à Presidência da Re...
TEC 2010 09 - Eleições 2010 e as propostas dos candidatos à Presidência da Re...TEC 2010 09 - Eleições 2010 e as propostas dos candidatos à Presidência da Re...
TEC 2010 09 - Eleições 2010 e as propostas dos candidatos à Presidência da Re...LAESER IE/UFRJ
 
Inserção Externa, Crescimento e Padrões de Consumo na Economia Brasileira
Inserção Externa,  Crescimento e Padrões de Consumo na Economia BrasileiraInserção Externa,  Crescimento e Padrões de Consumo na Economia Brasileira
Inserção Externa, Crescimento e Padrões de Consumo na Economia BrasileiraGrupo de Economia Política IE-UFRJ
 
TEC 2012 06 - Conjuntura econômica brasileira do primeiro trimestre de 2012
TEC 2012 06 - Conjuntura econômica brasileira do primeiro trimestre de 2012TEC 2012 06 - Conjuntura econômica brasileira do primeiro trimestre de 2012
TEC 2012 06 - Conjuntura econômica brasileira do primeiro trimestre de 2012LAESER IE/UFRJ
 
TEC 2011 10 - Mapa da população preta & parda no Brasil, 2010
TEC 2011 10 - Mapa da população preta & parda no Brasil, 2010TEC 2011 10 - Mapa da população preta & parda no Brasil, 2010
TEC 2011 10 - Mapa da população preta & parda no Brasil, 2010LAESER IE/UFRJ
 
TEC 2011 05 - Mudanças na composiçao de cor ou raça no Brasil de acordo com o...
TEC 2011 05 - Mudanças na composiçao de cor ou raça no Brasil de acordo com o...TEC 2011 05 - Mudanças na composiçao de cor ou raça no Brasil de acordo com o...
TEC 2011 05 - Mudanças na composiçao de cor ou raça no Brasil de acordo com o...LAESER IE/UFRJ
 
TEC 2012 03 - Conjuntura econômica e as desigualdades de cor ou raça no prime...
TEC 2012 03 - Conjuntura econômica e as desigualdades de cor ou raça no prime...TEC 2012 03 - Conjuntura econômica e as desigualdades de cor ou raça no prime...
TEC 2012 03 - Conjuntura econômica e as desigualdades de cor ou raça no prime...LAESER IE/UFRJ
 
TEC 2012 05 - Indicadores selecionados sobre desigualdades de cor ou raça no ...
TEC 2012 05 - Indicadores selecionados sobre desigualdades de cor ou raça no ...TEC 2012 05 - Indicadores selecionados sobre desigualdades de cor ou raça no ...
TEC 2012 05 - Indicadores selecionados sobre desigualdades de cor ou raça no ...LAESER IE/UFRJ
 
O brasil rumo ao colapso econômico
O brasil rumo ao colapso econômico O brasil rumo ao colapso econômico
O brasil rumo ao colapso econômico Fernando Alcoforado
 
TEC 2012 04 - Indicadores selecionados sobre desigualdades de cor ou raça no ...
TEC 2012 04 - Indicadores selecionados sobre desigualdades de cor ou raça no ...TEC 2012 04 - Indicadores selecionados sobre desigualdades de cor ou raça no ...
TEC 2012 04 - Indicadores selecionados sobre desigualdades de cor ou raça no ...LAESER IE/UFRJ
 
QUADRO_CONJUNTURAL_NO_ÂMBITO_MUNICIPAL
QUADRO_CONJUNTURAL_NO_ÂMBITO_MUNICIPALQUADRO_CONJUNTURAL_NO_ÂMBITO_MUNICIPAL
QUADRO_CONJUNTURAL_NO_ÂMBITO_MUNICIPALDaniel Veras, PhD
 
Documentos base e regimento interno do CETTR
Documentos base e regimento interno do CETTRDocumentos base e regimento interno do CETTR
Documentos base e regimento interno do CETTRFETAEP
 
A política econômica durante o governo lula (2003 2010) cenários, resultad...
A  política econômica durante  o governo  lula (2003 2010) cenários, resultad...A  política econômica durante  o governo  lula (2003 2010) cenários, resultad...
A política econômica durante o governo lula (2003 2010) cenários, resultad...Gabriel Morais
 
A04v2366 trabalho e crise pochmann 2009
A04v2366 trabalho e crise pochmann 2009A04v2366 trabalho e crise pochmann 2009
A04v2366 trabalho e crise pochmann 2009Debora Cristiane
 
O brasil rumo à depressão econômica
O brasil rumo à depressão econômicaO brasil rumo à depressão econômica
O brasil rumo à depressão econômicaFernando Alcoforado
 

Mais procurados (20)

Nota trimestral de conjuntura
Nota trimestral de conjunturaNota trimestral de conjuntura
Nota trimestral de conjuntura
 
TEC 2010 09 - Eleições 2010 e as propostas dos candidatos à Presidência da Re...
TEC 2010 09 - Eleições 2010 e as propostas dos candidatos à Presidência da Re...TEC 2010 09 - Eleições 2010 e as propostas dos candidatos à Presidência da Re...
TEC 2010 09 - Eleições 2010 e as propostas dos candidatos à Presidência da Re...
 
Inserção Externa, Crescimento e Padrões de Consumo na Economia Brasileira
Inserção Externa,  Crescimento e Padrões de Consumo na Economia BrasileiraInserção Externa,  Crescimento e Padrões de Consumo na Economia Brasileira
Inserção Externa, Crescimento e Padrões de Consumo na Economia Brasileira
 
Estudo: A Era Lula
Estudo: A Era LulaEstudo: A Era Lula
Estudo: A Era Lula
 
TEC 2012 06 - Conjuntura econômica brasileira do primeiro trimestre de 2012
TEC 2012 06 - Conjuntura econômica brasileira do primeiro trimestre de 2012TEC 2012 06 - Conjuntura econômica brasileira do primeiro trimestre de 2012
TEC 2012 06 - Conjuntura econômica brasileira do primeiro trimestre de 2012
 
Ped metr op.
Ped metr op.Ped metr op.
Ped metr op.
 
TEC 2011 10 - Mapa da população preta & parda no Brasil, 2010
TEC 2011 10 - Mapa da população preta & parda no Brasil, 2010TEC 2011 10 - Mapa da população preta & parda no Brasil, 2010
TEC 2011 10 - Mapa da população preta & parda no Brasil, 2010
 
TEC 2011 05 - Mudanças na composiçao de cor ou raça no Brasil de acordo com o...
TEC 2011 05 - Mudanças na composiçao de cor ou raça no Brasil de acordo com o...TEC 2011 05 - Mudanças na composiçao de cor ou raça no Brasil de acordo com o...
TEC 2011 05 - Mudanças na composiçao de cor ou raça no Brasil de acordo com o...
 
A era Lula
A era Lula A era Lula
A era Lula
 
o estudo
o estudoo estudo
o estudo
 
TEC 2012 03 - Conjuntura econômica e as desigualdades de cor ou raça no prime...
TEC 2012 03 - Conjuntura econômica e as desigualdades de cor ou raça no prime...TEC 2012 03 - Conjuntura econômica e as desigualdades de cor ou raça no prime...
TEC 2012 03 - Conjuntura econômica e as desigualdades de cor ou raça no prime...
 
TEC 2012 05 - Indicadores selecionados sobre desigualdades de cor ou raça no ...
TEC 2012 05 - Indicadores selecionados sobre desigualdades de cor ou raça no ...TEC 2012 05 - Indicadores selecionados sobre desigualdades de cor ou raça no ...
TEC 2012 05 - Indicadores selecionados sobre desigualdades de cor ou raça no ...
 
O brasil rumo ao colapso econômico
O brasil rumo ao colapso econômico O brasil rumo ao colapso econômico
O brasil rumo ao colapso econômico
 
TEC 2012 04 - Indicadores selecionados sobre desigualdades de cor ou raça no ...
TEC 2012 04 - Indicadores selecionados sobre desigualdades de cor ou raça no ...TEC 2012 04 - Indicadores selecionados sobre desigualdades de cor ou raça no ...
TEC 2012 04 - Indicadores selecionados sobre desigualdades de cor ou raça no ...
 
Agenda TGI 2015
Agenda TGI 2015Agenda TGI 2015
Agenda TGI 2015
 
QUADRO_CONJUNTURAL_NO_ÂMBITO_MUNICIPAL
QUADRO_CONJUNTURAL_NO_ÂMBITO_MUNICIPALQUADRO_CONJUNTURAL_NO_ÂMBITO_MUNICIPAL
QUADRO_CONJUNTURAL_NO_ÂMBITO_MUNICIPAL
 
Documentos base e regimento interno do CETTR
Documentos base e regimento interno do CETTRDocumentos base e regimento interno do CETTR
Documentos base e regimento interno do CETTR
 
A política econômica durante o governo lula (2003 2010) cenários, resultad...
A  política econômica durante  o governo  lula (2003 2010) cenários, resultad...A  política econômica durante  o governo  lula (2003 2010) cenários, resultad...
A política econômica durante o governo lula (2003 2010) cenários, resultad...
 
A04v2366 trabalho e crise pochmann 2009
A04v2366 trabalho e crise pochmann 2009A04v2366 trabalho e crise pochmann 2009
A04v2366 trabalho e crise pochmann 2009
 
O brasil rumo à depressão econômica
O brasil rumo à depressão econômicaO brasil rumo à depressão econômica
O brasil rumo à depressão econômica
 

Semelhante a Emprego e Salários - 1º semestre de 2017

Boletim de Conjuntura n. 54
Boletim de Conjuntura n. 54Boletim de Conjuntura n. 54
Boletim de Conjuntura n. 54economiaufes
 
Boletim 54 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 54 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 54 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 54 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Seguro desemprego versus emprego
Seguro desemprego versus empregoSeguro desemprego versus emprego
Seguro desemprego versus empregoCIRINEU COSTA
 
Mercado de trabalho só deve se recuperar após 1º trimestre de 2017
Mercado de trabalho só deve se recuperar após 1º trimestre de 2017Mercado de trabalho só deve se recuperar após 1º trimestre de 2017
Mercado de trabalho só deve se recuperar após 1º trimestre de 2017Rafael Bittar de Noce
 
A falácia do sucesso da política social dos governos lula e dilma roussef
A falácia do sucesso da política social dos governos lula e dilma roussefA falácia do sucesso da política social dos governos lula e dilma roussef
A falácia do sucesso da política social dos governos lula e dilma roussefFernando Alcoforado
 
A falacia do sucesso da politica social dos governos lula e dilma roussef
A falacia do sucesso da politica social dos governos lula e dilma roussefA falacia do sucesso da politica social dos governos lula e dilma roussef
A falacia do sucesso da politica social dos governos lula e dilma roussefRoberto Rabat Chame
 
Indicadores da Economia Brasileira: Emprego e Rendimento 2016
Indicadores da Economia Brasileira: Emprego e Rendimento 2016Indicadores da Economia Brasileira: Emprego e Rendimento 2016
Indicadores da Economia Brasileira: Emprego e Rendimento 2016Fundação Dom Cabral - FDC
 
Indicadores Econômicos - Agosto 2014
Indicadores Econômicos - Agosto 2014Indicadores Econômicos - Agosto 2014
Indicadores Econômicos - Agosto 2014SPC Brasil
 
Boletim 57 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 57 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 57 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 57 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Firjan - IFDM - Indice de Desenvolvimento Municipal
Firjan - IFDM - Indice de Desenvolvimento MunicipalFirjan - IFDM - Indice de Desenvolvimento Municipal
Firjan - IFDM - Indice de Desenvolvimento MunicipalMiguel Rosario
 
Estudo Firjan 2014 (índice de desenvolvimento sócio-econômico do Brasil)
Estudo Firjan 2014 (índice de desenvolvimento sócio-econômico do Brasil)Estudo Firjan 2014 (índice de desenvolvimento sócio-econômico do Brasil)
Estudo Firjan 2014 (índice de desenvolvimento sócio-econômico do Brasil)Miguel Rosario
 
Documento Base - 1º CETTR
Documento Base - 1º CETTRDocumento Base - 1º CETTR
Documento Base - 1º CETTRFETAEP
 
Relatório Parcial do Raio X do Jornalismo na Bahia
Relatório Parcial do Raio X do Jornalismo na BahiaRelatório Parcial do Raio X do Jornalismo na Bahia
Relatório Parcial do Raio X do Jornalismo na BahiaGabriel Carvalho
 
Atualidades p bnb aula 03
Atualidades p bnb   aula 03Atualidades p bnb   aula 03
Atualidades p bnb aula 03IraniceInacio
 

Semelhante a Emprego e Salários - 1º semestre de 2017 (20)

Boletim de Conjuntura n. 54
Boletim de Conjuntura n. 54Boletim de Conjuntura n. 54
Boletim de Conjuntura n. 54
 
Boletim 54 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 54 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 54 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 54 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Seguro desemprego versus emprego
Seguro desemprego versus empregoSeguro desemprego versus emprego
Seguro desemprego versus emprego
 
Poltícas públicas de_trabalho_e_renda_-_oit
Poltícas públicas de_trabalho_e_renda_-_oitPoltícas públicas de_trabalho_e_renda_-_oit
Poltícas públicas de_trabalho_e_renda_-_oit
 
Queda de empregos formais
Queda de empregos formaisQueda de empregos formais
Queda de empregos formais
 
Mercado de trabalho só deve se recuperar após 1º trimestre de 2017
Mercado de trabalho só deve se recuperar após 1º trimestre de 2017Mercado de trabalho só deve se recuperar após 1º trimestre de 2017
Mercado de trabalho só deve se recuperar após 1º trimestre de 2017
 
A falácia do sucesso da política social dos governos lula e dilma roussef
A falácia do sucesso da política social dos governos lula e dilma roussefA falácia do sucesso da política social dos governos lula e dilma roussef
A falácia do sucesso da política social dos governos lula e dilma roussef
 
A falacia do sucesso da politica social dos governos lula e dilma roussef
A falacia do sucesso da politica social dos governos lula e dilma roussefA falacia do sucesso da politica social dos governos lula e dilma roussef
A falacia do sucesso da politica social dos governos lula e dilma roussef
 
Indicadores da Economia Brasileira: Emprego e Rendimento 2016
Indicadores da Economia Brasileira: Emprego e Rendimento 2016Indicadores da Economia Brasileira: Emprego e Rendimento 2016
Indicadores da Economia Brasileira: Emprego e Rendimento 2016
 
Boletim depe 03_maio_2016
Boletim depe 03_maio_2016Boletim depe 03_maio_2016
Boletim depe 03_maio_2016
 
Indicadores Econômicos - Agosto 2014
Indicadores Econômicos - Agosto 2014Indicadores Econômicos - Agosto 2014
Indicadores Econômicos - Agosto 2014
 
Setemi News
Setemi NewsSetemi News
Setemi News
 
Boletim 57 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 57 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 57 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 57 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Firjan - IFDM - Indice de Desenvolvimento Municipal
Firjan - IFDM - Indice de Desenvolvimento MunicipalFirjan - IFDM - Indice de Desenvolvimento Municipal
Firjan - IFDM - Indice de Desenvolvimento Municipal
 
Estudo Firjan 2014 (índice de desenvolvimento sócio-econômico do Brasil)
Estudo Firjan 2014 (índice de desenvolvimento sócio-econômico do Brasil)Estudo Firjan 2014 (índice de desenvolvimento sócio-econômico do Brasil)
Estudo Firjan 2014 (índice de desenvolvimento sócio-econômico do Brasil)
 
Documento Base - 1º CETTR
Documento Base - 1º CETTRDocumento Base - 1º CETTR
Documento Base - 1º CETTR
 
Relatório Parcial do Raio X do Jornalismo na Bahia
Relatório Parcial do Raio X do Jornalismo na BahiaRelatório Parcial do Raio X do Jornalismo na Bahia
Relatório Parcial do Raio X do Jornalismo na Bahia
 
Adba makarem da silva
Adba makarem da silvaAdba makarem da silva
Adba makarem da silva
 
Apresentação Rais 2013
Apresentação Rais 2013 Apresentação Rais 2013
Apresentação Rais 2013
 
Atualidades p bnb aula 03
Atualidades p bnb   aula 03Atualidades p bnb   aula 03
Atualidades p bnb aula 03
 

Mais de economiaufes

Boletim 36 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 36 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 36 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 36 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Boletim 56 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 56 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 56 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 56 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Boletim 55 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 55 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 55 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 55 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Boletim 53 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 53 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 53 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 53 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Boletim 52 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 52 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 52 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 52 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Boletim 51 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 51 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 51 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 51 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Boletim 50 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 50 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 50 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 50 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Boletim 49 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 49 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 49 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 49 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Boletim 48 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 48 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 48 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 48 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Boletim 46 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 46 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 46 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 46 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Boletim 45 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 45 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 45 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 45 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Boletim 44 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 44 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 44 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 44 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Boletim 43 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 43 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 43 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 43 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Boletim 42 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 42 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 42 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 42 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Boletim 41 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 41 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 41 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 41 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Boletim 40 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 40 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 40 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 40 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Boletim 39 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 39 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 39 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 39 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Boletim 38 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 38 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 38 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 38 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Boletim 12 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 12 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 12 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 12 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 
Boletim 14 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 14 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 14 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 14 - Grupo de conjuntura econômica da UFESeconomiaufes
 

Mais de economiaufes (20)

Boletim 36 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 36 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 36 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 36 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Boletim 56 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 56 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 56 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 56 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Boletim 55 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 55 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 55 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 55 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Boletim 53 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 53 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 53 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 53 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Boletim 52 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 52 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 52 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 52 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Boletim 51 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 51 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 51 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 51 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Boletim 50 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 50 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 50 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 50 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Boletim 49 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 49 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 49 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 49 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Boletim 48 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 48 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 48 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 48 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Boletim 46 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 46 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 46 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 46 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Boletim 45 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 45 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 45 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 45 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Boletim 44 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 44 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 44 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 44 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Boletim 43 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 43 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 43 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 43 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Boletim 42 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 42 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 42 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 42 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Boletim 41 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 41 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 41 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 41 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Boletim 40 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 40 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 40 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 40 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Boletim 39 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 39 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 39 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 39 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Boletim 38 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 38 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 38 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 38 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Boletim 12 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 12 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 12 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 12 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 
Boletim 14 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 14 - Grupo de conjuntura econômica da UFESBoletim 14 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
Boletim 14 - Grupo de conjuntura econômica da UFES
 

Emprego e Salários - 1º semestre de 2017

  • 1. EMPREGO E SALÁRIOS As reformas trabalhistas no mundo, e de maneira semelhante no Brasil, foram aprovadas em meio a justificativas oficiais de “modernização” da legislação trabalhista em tempos de globalização. Um dos argumentos para sua implantação refere-se à geração de postos de trabalho em meio a taxas de desemprego elevadíssimas, sobretudo entre os jovens. Mas, segundo a OIT (2015, p. 120)1, “não há significância estatística na relação entre rigidez da legislação trabalhista e nível de emprego. Ao contrário: países onde a desregulamentação cresceu, o nível de desemprego aumentou no período; onde a regulamentação se intensificou, o desemprego caiu no longo prazo”. Debate posto, acreditamos que a ordem dos argumentos oficiais deve ser invertida. De fato, estamos em meio a uma crise capitalista mundial e tais reformas, assim como várias outras, são aprovadas como tentativa de reverter a queda nas taxas de lucro. Evidentemente, os prejudicados serão os trabalhadores que, além de terem flexibilizados seus direitos conquistados historicamente, ficam à mercê de supostas “livre-negociações” num contexto de correlação de força política e econômica ainda mais desigual, devido à crise. As conquistas sociais e a proteção do trabalho são reduzidas. Um fato já se verifica nos países que adotaram tais reformas: a intensificação da precarização do trabalho. Na periferia do sistema, como o caso do Brasil, este processo de precarização das condições de trabalho e de vida tende a ser ainda mais intenso, considerando seu histórico de país subdesenvolvido e com a maioria de sua população totalmente desprovida de mínimas condições de sobrevivência. IBGE – PNAD CONTÍNUA Calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Economia (IBGE), a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua é um indicador, dentre outros aspectos, da inserção da população brasileira no mercado de trabalho. A divulgação dos dados é feita mensalmente, porém com duas bases de análise distintas: a mais completa, que considera quatro trimestres fixos e que, portanto, só é disponibilizada quatro vezes por ano, e a mensal, que levanta os dados da média do mês da pesquisa e os dois imediatamente anteriores a ele. A título de simplificação, a análise se concentrará nos resultados do ano de 2016 em comparação aos de 2015, sendo também feita uma exposição dos disponíveis em 2017. O Brasil passa por um período que muitos consideram como a pior crise já enfrentada em sua história. Ela, entretanto, não se restringe ao campo econômico, vide os acontecimentos na política. Essa, por sua vez, não passa apenas por um momento de instabilidade quanto às denúncias de corrupção, mas também atravessa um período de 1 OIT, World Employment and Social Outlook 2015: The Changing Nature of Jobs, 2015.
  • 2. aprofundamento nos mecanismos restritivos da política econômica, afetando diretamente o nível de emprego e salários. Pode-se ver pelos indicadores no Gráfico 4.1 que a tendência e os reflexos negativos nos índices se fazem presente desde o quarto trimestre de 2014, com constantes elevações da taxa de desocupação. Gráfico 4.1: Evolução do índice de desocupação – PNAD (%) Fonte: IBGE – PNAD Contínua. Elaboração própria Por si só esses resultados são preocupantes: de 6,5%, no quarto trimestre de 2014, para 13,7%, no primeiro trimestre de 2017, com a expressiva alta de 7,2 p.p. – há mais de dois anos a tendência é de alta. Afinal, não se trata apenas de uma taxa, mas também representa as dificuldades enfrentadas no período por aqueles que perderam o trabalho. Porém, ele traz algo mais preocupante: essa elevação foi puxada principalmente pela diminuição do número de empregados no setor privado com carteira assinada, que é a categoria com o maior “peso” dentre as que o IBGE divide na pesquisa. Do primeiro trimestre de 2015 a igual período de 2017, o número de trabalhadores nessa situação caiu 7,38%. Notou-se um processo de “migração de empregos”, ou seja, enquanto a categoria de empregados no setor privado com carteira assinada apresentou significativa queda, a dos que trabalham no setor privado sem a carteira assinada (+1,33%) e os chamados “conta-própria” (+1,55%) tiveram leves elevações em seus contingentes no mesmo período. Não é demais afirmar que esta última representa o núcleo central da informalidade. Portanto, além da grande perda de empregos no período é observável simultaneamente um processo que se apresenta como a precarização 7% 7,90% 8,30% 8,90% 9,00% 10,90% 11,30% 11,80% 12,00% 13,70% 0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% 14% 16% 2014/4 2015/1 2015/2 2015/3 2015/4 2016/1 2016/2 2016/3 2016/4 2017/1
  • 3. das condições de trabalho, visto que essas tendem a ser piores no núcleo informal em comparação ao formal. Situação que consegue ser mais preocupante que a do Brasil é a do Espírito Santo (Gráfico 4.2). O Estado, que vinha apresentando taxas de desocupação abaixo da média nacional, ultrapassou no quarto trimestre de 2015 essa média. Ou seja, de uma taxa de 6% no quarto trimestre de 2014, atingiu-se 14,4% no primeiro trimestre de 2017, elevação expressiva de 8,4 p.p. Enquanto para a maioria das categorias a tendência foi a mesma da apresentada nacionalmente no período (queda nos com carteira assinada e aumento/estabilidade nos sem carteira assinada) uma se destacou, a do “Trabalhador auxiliar familiar”. Apesar da pouca quantidade de pessoas se comparado com as outras categorias pesquisadas (cerca de 76 mil no primeiro trimestre de 2017) ela apresentou uma dinâmica muito peculiar. No ano de 2015 o número de trabalhadores inseridos nessa categoria sofreu sucessivas quedas (chegando a -19,1% no quarto trimestre), o que continuou até o terceiro trimestre de 2016. Porém, esse segmento apresentou significativas elevações nos últimos dois trimestres (out-dez/16 e jan-mar/17) de 15,7% e 25,4%, respectivamente. Quando se observa os grupamentos de atividade, a situação do ES deve ser analisada com cuidado. Desde 2015 o que se vê é uma grande flutuação nos índices, o que pode indicar períodos de sazonalidade principalmente no grupo da “Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura”. Porém, a significativa elevação da taxa de desocupação não se dá nesse grupo, mas sim é puxada por três outros de grande peso: “Indústria Geral”, “Construção” e “Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas”, setores centrais e com influência decisiva no nível de emprego. Gráfico 4.2: Evolução do índice de desocupação - Espírito Santo - PNAD (%) 6% 6,90% 6,60% 8,10% 9,10% 11,10% 11,50% 12,70% 13,60% 14,40% 0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% 14% 16% 2014/4 2015/1 2015/2 2015/3 2015/4 2016/1 2016/2 2016/3 2016/4 2017/1
  • 4. Fonte: IBGE – PNAD Contínua. Elaboração própria DIEESE – PED Os resultados disponibilizados pela Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) podem ser observados através do Gráfico 4.3, que apresenta uma média das regiões metropolitanas de Fortaleza, Salvador, Porto Alegre, São Paulo e Distrito Federal. Vale ressaltar que a PED é dividida em desemprego Aberto e Oculto, sendo este último dividido em outros dois subgrupos: desemprego oculto pelo trabalho precário e o desemprego oculto pelo desalento. Tabela 4.3: Brasil - Evolução da taxa de desemprego médio total PED - (%) Fonte: elaboração própria através dos dados do DIEESE/PED Os dados mostram taxas elevadas de desemprego no ano de 2016 e um crescimento contínuo em 2017. No primeiro semestre de 2016, o indicador saiu de 15%, em janeiro, para 17,6%, em junho, reduzindo para 15,5% em outubro do mesmo ano, permanecendo assim em dezembro. Apesar da redução, as taxas permaneceram extremamente elevadas. Em 2017, a tendência verificada foi de aumentos contínuos, totalizando 18,6% em abril corrente. Essas variações positivas mostram-se, naturalmente, preocupantes, pois a baixa demanda reflete-se em poucas contratações. Além disso, o aumento observado desde dezembro de 2016 se associa a diminuição da participação dos trabalhadores assalariados com carteira assinada e dos estatutários do setor público, posições essas que no mercado de trabalho possuem maior proteção e acesso aos 10.1 10.3 11.5 12.1 12.5 12.6 13 13.2 13.4 13.6 13.6 13.3 15 15.7 16.2 17 17.3 17.6 16.8 16.4 16 15.5 16 15.5 17 17.5 18.4 18.6 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 2015 2016 2017
  • 5. direitos trabalhistas, demonstrado pelos últimos boletins emitidos pelo DIEESE. Mês a mês, a pesquisa mostrou uma taxa de desemprego em 17% em abril de 2016 e de 18,6% no mesmo mês de 2017. Salvador fechou março de 2017 com uma taxa de desemprego de 16,3%, tendo o desemprego oculto um destaque especial. O setor de Comércio e Reparação de Serviço contribuiu para manter a taxa de desemprego elevada em Salvador, pois é um dos setores que mais vem demitindo trabalhadores. Os dados referentes à renda mensal média mostraram relativa estabilidade no primeiro trimestre de 2017. Salvador apresentou as menores quantias, fechando março com uma renda mensal média de R$ 1.479,00 para os ocupados e R$ 1.020,00 para os autônomos. O DIEESE calcula o salário mínimo necessário para a reprodução da força de trabalho do trabalhador e de sua família. O Salário mínimo oficial definido em 1 de janeiro de 2017 foi reajustado em 6,47%, passando de R$ 880,00 para R$ 937,00. Em nota de seu boletim de conjuntura, o DIEESE projeta que o salário mínimo estimado no mês de abril deveria ser de R$ 3.069,92, ou seja, três vezes o salário mínimo, demonstrando o quão precário é a reprodução dos trabalhadores brasileiros que dependem deste salário mínimo para sobreviver. CAGED Como era de se esperar, a geração de trabalho formal na economia brasileira apresentou retração. No período selecionado para análise, comparando os anos 2015 e 2016 além dos primeiros cinco meses do ano 2017, pode-se perceber o tamanho desta queda conforme Tabelas 4.1 e 4.1.1. O ano de 2015 apresentou um saldo, conforme Tabela 4.1, com 1.625.551 postos de trabalho formal encerrados. O resultado é o pior para um ano da série histórica do Ministério do Trabalho, que tem início em 2002, considerando ajustes. Na série sem ajustes, é o pior desempenho desde 1992, quando teve início a contabilização dos empregos formais pelo Caged. Com isso, trata-se do pior resultado em 24 anos. O fechamento de vagas aconteceu em meio à forte queda do nível de atividade econômica, com a economia em recessão e disparada da inflação – que ficou em 10,67% em 2015, o maior patamar em 13 anos. Destaques para o mês de dezembro com o saldo negativo registrado com 596.208 vagas e o mês de março com saldo positivo 19.282 vagas. Em 2016 foram eliminadas 1.321.994 vagas, significando a tendência de mais demissões do que contratações no mercado de trabalho brasileiro. De todos os meses da série, nenhum apresentou saldo positivo, refletindo a forte recessão que atingiu o país. Destaque para o mês de dezembro com um saldo negativo de 462.366 vagas.
  • 6. No ano de 2017, conforme na tabela 4.1.1, entre janeiro a maio, foram registrados o saldo acumulado de 25.234 postos de trabalho. Em comparação com o mesmo período do ano passado, notou-se um saldo superior, sinalizando uma variação positiva neste intervalo de tempo. Os subsetores da atividade econômica que mais contribuíram para este saldo positivo foram os de Agropecuária, seguido por Serviços e Indústria de Transformação. Tabela 4.1: Brasil - Evolução do emprego formal por setor de atividade econômica - (2015 e 2016) Fonte: MTE/CAGED. Elaborado pelos autores. 1 - O item "outros" refere-se aos setores extrativa mineral, serviço industrial de utilidade pública e administração pública. Tabela 4.1.1: Brasil - Evolução do emprego formal por setor de atividade econômica - (jan.17 à mai.17) Ind Transf Constr Civil Comérc Serviço Agropec Outros¹ Total dos Setores Janeiro 17.501 -775 -60.075 -9.525 10.663 1.347 -40.864 Ind Transf Constr Civil Comérc Serviços Agropec Outros¹ Total dos Setores Janeiro 2015 27.417 -9.729 -97.800 -7.141 9.428 -3.949 -81.774 Fevereiro 2.001 -25.823 -30.354 52.261 -9.471 8.971 -2.415 Março -14.683 -18.205 2.684 53.778 -6.281 1.989 19.282 Abril -53.850 -23.048 -20.882 -7.530 8.470 -988 -97.828 Maio -60.989 -29.795 -19.351 -32.602 28.362 -1.224 -115.599 Junho -64.228 -24.131 -25.585 -39.130 44.650 -2.775 -111.199 Julho -64.312 -21.996 -34.545 -58.010 24.465 -3.507 -157.905 Agosto -47.944 -25.069 -12.954 4.965 -4.448 -1.093 -86.543 Setembro -10.915 -28.221 -17.253 -33.535 -3.246 -2.432 -95.602 Outubro -48.444 -49.830 -4.261 -46.246 -16.958 -3.392 -169.131 Novembro -77.341 -55.585 52.592 -23.312 -21.969 -5.014 -130.629 Dezembro -192.833 -102.660 -38.697 -180.941 -58.853 -22.224 -596.208 Janeiro 2016 -16.553 -2.588 -69.750 -17.159 8.729 -2.373 -99.694 Fevereiro -26.187 -17.152 -55.520 -9.189 -3.661 7.127 -104.582 Março -24.856 -24.184 -41.978 -18.654 -12.131 3.027 -118.776 Abril -15.982 -16.036 -30.507 -9.937 8.051 14.827 -49.584 Maio -21.162 -28.740 -28.885 -36.960 43.117 13.840 -58.790 Junho -31.102 -28.149 -26.787 -42.678 38.630 -946 -91.032 Julho -13.298 -27.718 -16.286 -40.140 4.253 -1.535 -94.724 Agosto 6.294 -22.113 888 -3.014 -15.436 -572 -33.953 Setembro 9.346 -27.592 3.939 -15.145 -8.175 -1.655 -39.282 Outubro -5.571 -33.517 12.501 -30.317 -12.503 -5.341 -74.748 Novembro -51.859 -50.891 58.961 -37.959 -26.097 -8.902 -116.747 Dezembro -130.599 -82.567 -18.973 -157.654 -48.265 -24.308 -462.366 Saldo Total - 927.650 - 775.339 - 458.803 - 736.249 -29.339 -42.449 - 2.969.8 29
  • 7. Fevereiro 3.949 -12.857 -21.194 50.613 6.201 8.900 35.612 Março -3.499 -9.059 -33.909 -17.082 -3.471 3.396 -63.624 Abril 13.689 -1.760 5.327 24.712 14.648 3.240 59.856 Maio 1.433 -4.021 -11.254 1.989 46.049 58 34.254 Saldo Total 33.073 -28.472 - 121.105 50.707 74.090 16.941 25.234 Fonte: MTE/CAGED. Elaborado pelos autores. 1. O item "outros" refere-se aos setores extrativa mineral, serviço industrial de utilidade pública e administração pública. Os setores mais afetados nesses anos de 2015 e 2016 pela redução nos postos de trabalho foram os da Indústria de Transformação, Construção Civil e Serviços. Esses setores apresentaram mais de 82,1% do saldo negativo acima indicado. O mês de dezembro de 2015, conforme na tabela 4.1, por exemplo, é considerado o pior já registrado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Isto devido à perda gradual e constante do emprego nos setores da indústria de transformação e construção civil que afetou diretamente os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que foram os que mais fecharam vagas no ano de 2015. Em 2016, apenas os setores que registraram saldo positivo foram Indústria da Transformação nos meses de agosto e setembro, Comércio nos meses de agosto a novembro e Agropecuários nos meses de janeiro, abril a julho. Para a Indústria da Transformação esses meses citados indicaram uma variação positiva devido às contratações nas empresas de confecção têxtil e metalurgia. No Comércio houve um aumento na contratação no setor varejista e no setor Agropecuário a geração de empregos formais cresceu no Estado de Minas Gerais devido ao café - meses de maio e junho. A Construção Civil segue com um fortíssimo registro negativo de 775.339 postos de trabalho formal, ao lado da Indústria da Transformação com 927.950 vagas formais encerradas. Como fator de análise para esse recuo, pode-se relacionar o ajuste fiscal, baseado no corte de gastos públicos, que diminuiu o volume de obras públicas e gastos com infraestrutura. Já no setor de Serviços foram registradas 736.249 vagas fechadas, relacionadas aos segmentos de Ensino, Comércio e Adm. de Imóveis e de Serviços médicos, odontológicos e veterinários. Para 2017, conforme tabela 4.1.1, o setor com maior número de demissões é do Comércio apresentando um registro de 121.105 vagas formais eliminadas, destaque para o mês de janeiro que houve um registro negativo de 60.075 postos de trabalhos referentes a demissões pós-período de festas de fim de ano. Por outro lado, o setor de Serviços e Agropecuários registraram os maiores saldos positivos. O setor de Serviços cresceu devido a alta de contratações na área de ensino e o setor Agropecuário relacionado ao café, sobretudo em Minas Gerais, laranja em São Paulo e cana-de-açúcar em São Paulo e no Rio de Janeiro.
  • 8. No Espírito Santo foram registrados acumulados de 46.391 postos de trabalho formal encerrados em 2015 e 38.135 vagas formais encerradas em 2016. Assim, o Estado acompanhou a tendência nacional de retração de postos de trabalho, tendo saldos negativos em todos os setores da atividade econômica local. Nesses dois anos analisados, 2015 e 2016, Tabela 4.2, o setor de Serviços registrou o maior índice de retração, 30.162 postos encerrados. Esse total apresentou uma leve redução, de 5,05%, em relação ao fechamento de vagas em 2015, quando o Estado registrou uma perda de 44.971 empregos. O setor Comércio apresentou o maior saldo negativo em 2017 (3.322 vagas) no período janeiro a maio, apesar de expressar uma queda menor que a do mesmo período em 2016 que teve saldo negativo de 6.214 vagas. No setor de Serviços foi registrado o terceiro melhor resultado de todos os setores analisados com saldo de 1.131 postos de trabalho criados, com maior expressividade dos subsetores de Comércio e administração de imóveis, valores mobiliários, Serviço técnico e serviços de alojamento, Alimentação, reparação. O setor Agropecuário se encontra com saldo positivo de 5.988 de postos de trabalhos criados, indicando aumento em relação aos anos anteriores. Isso se deve ao cultivo do café, relacionado às exportações do café do tipo Conillon e Arábica para os países árabes (Líbano e Turquia) e os Estados Unidos. A Indústria da transformação registrou saldo positivo de 1.601 postos de trabalhos, devido a contratações nos subsetores de Metalurgia e Siderúrgica; a Construção Civil também registrou saldo positivo, de apenas 126 vagas. Tabela 4.2: ES - Evolução do emprego formal por setor de atividade econômica - (2015 e 2016) Ind Transf Construção Civil Comércio Serviços Agropec Outros¹ Total dos Setores Janeiro 2015 1.424 87 -2.348 -202 -165 83 -1.121 Fevereiro -256 -1.591 -1.771 409 95 53 -3.061 Março 418 -248 -417 -1.028 -171 -38 -1.484 Abril -943 -389 -806 -2.347 3.315 -103 -1.273 Maio -533 -1.781 -964 -1.603 2.786 -6 -2.101 Junho -976 -689 -1.267 -1.426 -2.464 -313 -7.135 Julho -715 -1.125 -1.609 -543 -1.646 -28 -5.666 Agosto -711 -804 -925 -698 -1.319 -46 -4.503 Setembro 96 -432 135 -1.946 -248 -7 -2.402 Outubro -595 -726 132 -1.512 -517 -153 -3.371 Novembro -1.621 -1.040 725 -965 -432 -93 -3.426 Dezembro -3.631 -2.339 29 -3.936 -446 -525 -10.848 Janeiro 2016 -62 -100 -1.437 -1.100 -210 -24 -2.933 Fevereiro -161 -786 -2.341 -934 63 -6 -4.165
  • 9. Março -923 -210 -659 -1.462 -405 -9 -3.668 Abril 264 164 -869 -794 1.647 54 466 Maio -205 12 -908 -1.380 3.645 62 1.226 Junho -874 -374 -1.219 -1.147 -2.743 -71 -6.428 Julho -553 -431 -922 -831 -1.206 -430 -4.373 Agosto -917 -603 -820 -1.043 -1.454 -25 -4.862 Setembro -483 -518 546 -641 -652 -161 -1.909 Outubro -222 -493 505 -1.015 -306 -296 -1.827 Novembro -379 -1.120 498 -1.079 63 -195 -2.212 Dezembro -2.476 -1.620 515 -2.939 -374 -556 -7.450 Saldo Total -15.034 -17.156 -16.197 -30.162 -3.144 -2.833 -84.526 Fonte: MTE/CAGED. Elaborado pelos autores. 1 O item "outros" refere-se aos setores extrativo mineral, serviço industrial de utilidade pública e administração pública. Tabela 4.2.1: ES - Evolução do emprego formal por setor de atividade econômica - (jan.17 à mai.17) Ind Transf Constr Civil Comérc Serviços Agropec Outros¹ Total dos Setores Janeiro 1.192 71 -1.259 432 263 27 726 Fevereiro -750 -1.033 -1.142 449 296 103 -2.077 Março -175 605 -784 -329 115 -226 -794 Abril 1.365 300 120 561 1.083 119 3.548 Maio -31 183 -257 18 4.231 -27 4.117 Saldo Total 1.601 126 -3.322 1.131 5.988 -4 5.520 Fonte: MTE/CAGED. Elaborado pelos autores. 1 O item "outros" refere-se aos setores extrativo mineral, serviço industrial de utilidade pública e administração pública.