O Brasil fechou 2 milhões de vagas de emprego formal em 2016, o pior resultado desde 1976. A crise econômica levou a uma queda de 4,16% no número de trabalhadores formais e redução de estabelecimentos entre 2015-2016. Os menos escolarizados e mais jovens foram os mais afetados pela perda de empregos.
1. 20/10/2017 Garca.Jor: Crise sem fim: fechamento de vagas de emprego formal em 2016 é o pior desde 1976, diz MTE
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SEXTA-FEIRA, 20 DE OUTUBRO DE 2017
Crise sem fim: fechamento de vagas de emprego formal em 2016 é o
pior desde 1976, diz MTE
O Brasil fechou 2,001 milhões de vagas de emprego formal em 2016, de acordo com a
Relação Anual de Informações Sociais (Rais) divulgada nesta quinta-feira, 19, pelo
Ministério do Trabalho. Trata-se do pior resultado desde 1976. Em 2015, o País havia
fechado 1,511 milhão de postos de trabalho com carteira assinada.
O saldo negativo de emprego formal em 2016 foi o pior em 40 anos, considerando toda
a série histórica da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), iniciada em 1976. O
levantamento contabiliza as perdas de vagas formais entre celetistas, temporários,
estatutários do serviço público e autônomos com CNPJ constituído.
Com o resultado, houve queda de 4,16% no estoque de trabalhadores formais no ano
passado em relação a 2015. O estoque de empregos no País recuou de 48.060.807
para 46.060.198 no período. Além dos trabalhadores celetistas, a Rais também
abrange outros tipos de vínculos trabalhistas, incluindo todas as categorias de
servidores do setor público.
No ano passado, houve redução de 108.331 estabelecimentos com e sem
empregados. O saldo negativo não foi visto nem em 2015, no período mais agudo da
crise.
O coordenador-geral de Estatísticas do Trabalho, Mario Magalhães, destacou que
apenas em dois anos (2015 e 2016), perderam-se 3,5 milhões de postos formais. “A
crise começou em finais de 2014, e em 2015 ela se torna evidente, principalmente a
partir de abril. O ano de 2016 é o aprofundamento dessa crise, em que há ciclo vicioso
entre queda do emprego, que leva à queda da massa salarial, que leva à queda da
demanda do mercado, que se encolhe. O que temos na Rais é o resultado desse
círculo vicioso”, analisou Magalhães.
Pelos dados do relatório, os trabalhadores que mais sofreram com o fechamento de
postos formais de trabalho foram os de menor escolaridade (analfabetos, fundamental
incompleto ou completo ou ensino médio). Já quem tem ensino superior até conseguiu
encontrar mais vagas formais, segundo o Ministério do Trabalho. “Quem acha que isso
(ter superior completo) não influi na empregabilidade, não é verdade, foi o grupo mais
preservado”, disse o coordenador, que admitiu que quem tem menos escolaridade e
menos renda sofreu mais com a crise.
Os mais jovens também foram os que mais sentiram os efeitos do encolhimento do
mercado de trabalho em 2016. Por gênero, o saldo de emprego para homens diminuiu
em 1,264 milhão, enquanto o de mulheres caiu 736,5 mil no ano passado. Chamou
atenção o fato de o emprego para pessoas com deficiência ter crescido, apesar da
crise.
No ano passado, todos os Estados registraram queda no saldo formal de emprego, à
exceção do Amapá, que gerou 3.678 postos de trabalho. O saldo mais negativo foi
registrado em São Paulo (-503.351), seguido do Rio de Janeiro (-289.378).
Apesar da queda no número de vagas, a remuneração média mensal dos
trabalhadores ficou maior em 2016. Em relação a dezembro de 2015, o aumento
verificado no último mês do ano passado foi de 0,78%. Nessa comparação, a
remuneração média dos empregados cresceu de R$ 2.830,33 para R$ 2.852,62.
Fonte: Estadão
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