O relatório analisa a situação econômica do Recife entre 2000-2010, mostrando que embora Pernambuco tenha crescido, o Recife cresceu mais lentamente e tornou-se mais dependente de transferências governamentais. Apesar de avanços, o Recife precisa acelerar para acompanhar o crescimento do estado. O setor de serviços continua sendo a principal atividade econômica da cidade.
Mapa de circulação proibição de giros rua 13 de maio e rua dos palmares
o estudo
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Recife, 26 de abril de 2012.
IX ANÁLISE CEPLAN TRAZ UMA VISÃO
SOCIOECONÔMICA DO RECIFE
O novo estudo da Ceplan Consultoria avalia a conjuntura econômica global e nacional
e apresenta aspectos sociais, demográficos e econômicos do Recife
A conjuntura econômica internacional, do Brasil e do Nordeste, com um recorte
especial em Pernambuco, estão na IX Análise Ceplan, apresentada hoje à imprensa na
sede da empresa, no Recife. Elaborado pelos economistas da Ceplan Consultoria
Econômica e Planejamento, Aldemir do Vale, Jorge Jatobá, Leonardo Guimarães,
Tania Bacelar, Tarcísio Araújo e Valdeci Monteiro, o estudo trouxe também o
Informe Especial “A Socioeconomia do Recife” que mostra a trajetória da cidade
entre 2000 e 2010, com a maioria dos dados retirados dos censos do IBGE e da RAIS,
entre outros.
A apresentação começou com uma avaliação do contexto internacional, apontando
uma melhora no nível de atividade e de emprego dos Estados Unidos e o resultado das
políticas adotadas na Zona do Euro para o não agravamento da crise na Europa que
mexeu com a Economia de diversos países no ano passado. Nestes primeiros meses de
2012, a perspectiva é de que os emergentes continuem crescendo acima dos países
mais ricos. O Brasil, que viveu uma recuperação rápida após a crise de 2008, passou a
um crescimento mais lento, com previsão de aumento do PIB de 3% este ano e de
4,2% para 2013. Duas ameaças podem mudar o cenário promissor que começa a ser
desenhado: incertezas políticas que induzam a um disparo nos preços do petróleo e o
agravamento da crise na Zona do Euro, atingindo os demais países.
No Brasil, a desaceleração da economia é constatada na redução consecutiva da
evolução do PIB nos últimos oito trimestres. Só para ilustrar, o primeiro trimestre de
2010 registrou um aumento de 9,3% e o último de 2011, de apenas 1,4% - sempre em
relação ao trimestre anterior. A Análise Ceplan revela ainda uma desaceleração do
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PIB industrial que despencou de 10,4% para 1,6% entre 2010 e 2011. Por sua vez, o
crescimento da economia declinou de 7,5% para 2,7% no mesmo período.
Por outro lado, a redução da inflação surge como uma compensação, caindo, em
março passado, para 5,24%, mais de dois pontos abaixo do pico de 7,31% registrado
em setembro de 2011. As últimas medidas do governo com redução dos juros
bancários na tentativa de aumentar o consumo, no entanto, podem resultar em novos
repiques de inflação. Apesar de intervenções freqüentes do Banco Central, o real
continua sobrevalorizado, penalizando os exportadores e prejudicando a indústria
nacional que produz bens similares aos importados.
Mas a desvalorização do real barateia a compra de bens de capital, favorecendo
Estados como Pernambuco, onde empreendimentos industriais estão emergindo e
constituindo novos setores produtivos.
Num momento de câmbio valorizado, perspectiva de crise e medidas de salvaguarda
por parte do governo federal, o saldo da balança comercial - a diferença entre as
importações e exportações do país - tende a diminuir. A previsão é a de que este saldo
seja de US$ 21 bilhões em 2012. Porém, o Investimento Estrangeiro Direto (IED),
que mostra o permanente interesse dos investidores internacionais em nossa
Economia, tem financiado o deficit nas nossas transações com o exterior.
Nordeste
No ano passado, a evolução da economia regional não sofreu a desaceleração
registrada na nacional, especialmente pelo aumento de 4,5% do PIB de Pernambuco e
de 4,3% do PIB do Ceará. Crescimentos bem maiores que o do Brasil, de 2,7% que
ainda superou o fraco desempenho da Bahia, com incremento de 2% na sua economia.
No primeiro bimestre de 2012, em comparação com o primeiro bimestre de 2011, os
números apontam para uma recuperação baiana, calcada no aumento de 13,8% da
produção da indústria de transformação e de 12,7% na indústria geral. Na seqüência
vem Pernambuco, com crescimento de 8,7%, superando o índice do Nordeste de
6,9%. Nestes dois primeiros meses do ano, o Brasil sofreu uma redução de 3,4% na
produção da indústria, enquanto o Ceará apresentou uma queda ainda mais
significativa de 6,9%.
Mas os índices de crescimento do emprego formal entre março de 2011 e março de
2012, revelam que a economia nordestina mantém-se ativa. Pernambuco vem
liderando o ranking com uma taxa de 4,6% e um estoque de 1, 6 milhão de empregos.
Sergipe aparece em seguida, com aumento de 4,1% e 387 mil postos de trabalho. No
Brasil, o índice foi de 3,2% e no Nordeste, de 2,7%. Uma olhada mais detalhada nos
números de Pernambuco revela que a Construção Civil foi responsável por 145,5 mil
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do estoque de empregos no período analisado, registrando também o maior percentual
de aumento: 13,9%. Mas o maior volume está no setor de Serviços com 509,5 mil
postos de trabalho.
INFORME ESPECIAL
A Socioeconomia do Recife
Muito se tem falado na economia de Pernambuco, pesquisas e levantamentos
analisam indicadores que confirmam a evolução econômica do Estado, percebida nos
anúncios de novos e importantes investimentos. Mas e a sua capital, o Recife? Como
ela se encontra diante da evolução da “onça nordestina” como a presidente Dilma
chamou Pernambuco numa alusão aos tigres asiáticos? Os economistas da Ceplan
debruçaram-se sobre números dos Censos do IBGE de 2000 e de 2010, além de outras
fontes de dados, e concluíram que o Recife apresentou avanços, mas ainda tímidos
para uma cidade que precisa ser mais rápida a fim de pegar o embalo dos novos
ventos que movem a economia estadual.
Um exemplo é a taxa de crescimento anual do PIB de 2%, entre 2000 e 2009, abaixo
das médias do Brasil (3,2%), do Nordeste (3,6%) e de Pernambuco (3,5). Houve ainda
declínio na participação do Recife na Economia de Pernambuco: de 36,1%, em 2000,
para 31,8%, em 2009. Embora o Estado venha recebendo investimentos industriais em
várias regiões, o setor de Serviços continua como principal atividade da capital, com
81,82% de participação na economia. Mesmo com o aumento da base econômica, a
cidade tornou-se ainda mais dependente de transferências governamentais como o
Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e da Cota Parte do ICMS. As receitas
tributárias próprias tiveram uma pequena redução de 2000 para 2010 quando
passaram a responder por 31,1% da receita municipal. A maior parte, 58,4% veio de
transferências correntes.
Merece uma observação a redução, pela metade, da taxa de investimentos tomada com
relação à receita corrente do município. Segundo a Secretaria do Tesouro Nacional, o
percentual da receita destinado a investimentos caiu de 10,55%, em 2000, para 5,63%
em 2010. Neste período, a receita nominal mais que triplicou, passando de R$ 731,7
milhões para R$ 2,5 bilhões, enquanto os investimentos a preços correntes não
chegaram a dobrar: de R$ 77,2 milhões, em 2000, para R$ 142,5 milhões, em 2010.
Em relação ao emprego, o setor de Serviços cresceu 5,9% ao ano entre 2000 e 2010,
elevando sua participação para 39,7% em 2010. O estudo mostra ainda redução de
10,5% ao ano no número de analfabetos com emprego formal no mesmo período,
enquanto os empregos para quem tem ensino médio cresceram 9,8% anuais. A baixa
escolaridade aparece com mais força no eleitorado do Recife: 50,41% têm até o
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primeiro grau completo, sendo que 31,13% destes não chegaram a completar o 1º
grau.
Um grave problema é o índice de mortes por causas externas como violência,
acidentes de trânsito ou drogas que, embora tenha caído entre 2000 e 2010, ainda é de
97,5, mas alta que os 86,2 de Pernambuco, 79,7 do Nordeste e 74,3 do Brasil para
cada 100 mil pessoas. Mas há pontos a comemorar como a diminuição da taxa de
mortalidade infantil de 20,4 para 12,9 em cada mil nascidos vivos entre 2000 e 2010 e
também da mortalidade materna que caiu de 70,4 para 50,5 em cada 100 mil nascidos
vivos, no mesmo intervalo.
Outros aspectos da socioeconomia recifense são ainda analisados neste Informee
Especial. Tabelas e gráficos disponíveis no www.ceplanconsult.com.br
Sugestões de fontes para entrevistas:
Tânia Bacelar, Jorge Jatobá, Tarcísio Patrício, Valdeci Monteiro, Aldemir do Vale e
Leonardo Guimarães – economistas e sócios diretores da CeplanConsultoria
Assessoria de Imprensa
VIRA MÍDIA - Etiene Ramos – 81-9915-9505 e 81-3265-0001
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