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Henri Wallon - O educador
         integral
• Militante apaixonado, o médico,
 psicólogo e filósofo francês mostrou
que as crianças têm também corpo e
emoções (e não apenas cabeça) na
              sala de aula
• Falar que a escola deve proporcionar
  formação integral (intelectual, afetiva e
 social) às crianças é comum hoje em dia.



• No início do século passado, porém, essa
   idéia foi uma verdadeira revolução no
ensino. Uma revolução comandada por um
     médico, psicólogo e filósofo francês
           chamado Henri Wallon
• Sua teoria pedagógica, que diz que o
   desenvolvimento intelectual envolve
      muito mais do que um simples
  cérebro, abalou as convicções numa
   época em que memória e erudição
      eram o máximo em termos de
     construção do conhecimento.
• Wallon foi o primeiro a levar não só o
  corpo da criança mas também suas
   emoções para dentro da sala de
   aula. Fundamentou suas idéias em
    quatro elementos básicos que se
      comunicam o tempo todo: a
      afetividade, o movimento, a
    inteligência e a formação do eu
              como pessoa.
• Militante apaixonado (tanto na
 política como na educação), dizia
que reprovar é sinônimo de expulsar,
  negar, excluir. Ou seja, "a própria
         negação do ensino".
• As emoções, para Wallon, têm papel
   preponderante no desenvolvimento
    da pessoa. É por meio delas que o
   aluno exterioriza seus desejos e suas
 vontades. Em geral são manifestações
       que expressam um universo
  importante e perceptível, mas pouco
 estimulado pelos modelos tradicionais
                de ensino.
Afetividade
• As transformações fisiológicas em uma
   criança (ou, nas palavras de Wallon,
     em seu sistema neurovegetativo)
  revelam traços importantes de caráter
      e personalidade. "A emoção é
       altamente orgânica, altera a
  respiração, os batimentos cardíacos e
   até o tônus muscular, tem momentos
   de tensão e distensão que ajudam o
        ser humano a se conhecer“.
• A raiva, a alegria, o medo, a tristeza e
      os sentimentos mais profundos
  ganham função relevante na relação
   da criança com o meio. "A emoção
  causa impacto no outro e tende a se
  propagar no meio social", Ela diz que
    a afetividade é um dos principais
     elementos do desenvolvimento
                 humano.
Wallon na escola:
humanizar a inteligência
  • Diferente dos métodos tradicionais
     (que priorizam a inteligência e o
    desempenho em sala de aula), a
        proposta walloniana põe o
  desenvolvimento intelectual dentro de
     uma cultura mais humanizada. A
  abordagem é sempre a de considerar
         a pessoa como um todo.
• Elementos como afetividade, emoções,
  movimento e espaço físico se encontram
       num mesmo plano. As atividades
pedagógicas e os objetos, assim, devem ser
trabalhados de formas variadas. Numa sala
  de leitura, por exemplo, a criança pode
     ficar sentada, deitada ou fazendo
   coreografias da história contada pelo
 professor. Os temas e as disciplinas não se
 restringem a trabalhar o conteúdo, mas a
      ajudar a descobrir o eu no outro.
• Essa relação dialética ajuda a
desenvolver a criança em sintonia
           com o meio.
Movimento

  • Segundo a teoria de Wallon, as
         emoções dependem
 fundamentalmente da organização
dos espaços para se manifestarem. A
  motricidade, portanto, tem caráter
pedagógico tanto pela qualidade do
gesto e do movimento quanto por sua
           representação.
• Por que, então, a disposição do espaço não pode
  ser diferente? Não é o caso de quebrar a rigidez e
  a imobilidade adaptando a sala de aula para que
  as crianças possam se movimentar mais? Mais que
  isso, que tipo de material é disponibilizado para os
     alunos numa atividade lúdica ou pedagógica?
          Conforme as idéias de Wallon, a escola
    infelizmente insiste em imobilizar a criança numa
       carteira, limitando justamente a fluidez das
  emoções e do pensamento, tão necessária para o
          desenvolvimento completo da pessoa.
• Estudos realizados por Wallon com crianças
        entre 6 e 9 anos mostram que o
  desenvolvimento da inteligência depende
  essencialmente de como cada uma faz as
   diferenciações com a realidade exterior.
    Primeiro porque, ao mesmo tempo, suas
       idéias são lineares e se misturam –
  ocasionando um conflito permanente entre
  dois mundos, o interior, povoado de sonhos
    e fantasias, e o real, cheio de símbolos,
      códigos e valores sociais e culturais.
• Nesse conflito entre situações
antagônicas ganha sempre a criança.
   É na solução dos confrontos que a
  inteligência evolui. Wallon diz que o
   sincretismo (mistura de idéias num
    mesmo plano), bastante comum
nessa fase, é fator determinante para
 o desenvolvimento intelectual. Daí se
   estabelece um ciclo constante de
       boas e novas descobertas.
O eu e o outro
  • A construção do eu na teoria de
  Wallon depende essencialmente do
  outro. Seja para ser referência, seja
   para ser negado. Principalmente a
  partir do instante em que a criança
 começa a viver a chamada crise de
   oposição, em que a negação do
 outro funciona como uma espécie de
    instrumento de descoberta de si
                 própria.
• "Manipulação (agredir ou se jogar no chão
   para alcançar o objetivo), sedução (fazer
      chantagem emocional com pais e
     professores) e imitação do outro são
   características comuns nessa fase“.. "Até
    mesmo a dor, o ódio e o sofrimento são
  elementos estimuladores da construção do
   eu“. Isso justifica o espírito crítico da teoria
  walloniana aos modelos convencionais de
                     educação.
Para pensar
                    •
A teoria de Henri Wallon ainda é um desafio
para muitos pais, escolas e professores. Sua
   obra faz uma resistência contumaz aos
 métodos pedagógicos tradicionais. Numa
   época de crises, guerras, separações e
  individualismos como a nossa, não seria
   melhor começar a pôr em prática nas
    escolas idéias mais humanistas, que
 valorizem desde cedo a importância das
                 emoções?
• A psicologia genética de Wallon traz um
         campo vasto de implicações
    educacionais . A opção por estudar o
 desenvolvimento da pessoa completa e a
  de basear este estudo numa perspectiva
      dialética , faz com que sua teoria ,
  abrangente e dinâmica , sirva a múltiplas
 leituras por parte de quem procura , nela ,
    subsídios para a reflexão pedagógica
      tratando de temas como emoção,
 movimento , formação da personalidade ,
 linguagem , pensamento e tantos outros .
• Além das implicações educacionais
  decorrentes das leituras que se faça
 de sua psicogênese, Wallon tratou de
  explicitar , ele próprio , interessantes
considerações acerca da educação.
• Das idéias pedagógicas explicitadas por Wallon
    destaca-se a que se refere à necessidade de
      superação da dicotomia entre indivíduo e
  sociedade, subjacente à maior parte dos sistemas
                     de ensino.
     • Segundo Wallon estes costumam oscilar
     contraditoriamente entre um e outro pólo da
                    autonomia .
• O movimento da Escola Nova , ao buscar romper
    com a opressão do indivíduo pela sociedade ,
    acabou por desprezar as dimensões sociais da
     educação , preconizando o individualismo .
• Para perspectiva Walloniana é na interação
    e no contato com o outro que se forma o
   indivíduo. Wallon considera , portanto , que
     a educação deve , obrigatoriamente ,
  integrar , à sua prática e aos seus objetivos ,
        essas duas dimensões , a social e a
          individual . Contrapondo-se ao
      autoritarismo do ensino tradicional , os
  escolanovistas defenderam a condução do
        ensino pelo interesse da criança .
• Valorizando a atividade da criança em sua
  espontaneidade , acabavam por anular a
   necessidade do ensino sistematizado e da
    intervenção do professor . A escola nova
        ignorava as dimensões sociais da
  educação , e preconizava o individualismo.
     Numa luta permanente continuamos nos
      debatendo contra o autoritarismo das
         concepções tradicionais ainda
    predominante no cenário educacional .
• Wallon considera que a priorização da discussão
 metodológica em detrimento da reflexão sobre as
   dimensões sociais da educação foi outro fator
    responsável pelo individualismo implicado na
            proposta da Escola Nova .
  • A educação tem sempre um papel político .
• Projeto Langewin wallon
• Elaborado por pessoas comprometidas com
     a reconstrução da sociedade , abalada
   física e moralmente pela guerra. O projeto
   destaca a responsabilidade da educação
   neste processo . Organiza todos os âmbitos
       do sistema de ensino (administrativo ,
      curricular , metodológico ) em torno do
  princípio de justiça social e os apoia sobre o
  conhecimento científico do ser humano em
     desenvolvimento , sobre a psicogênese.
• Para a descoberta dos gostos e
 preferências individuais previa um trabalho
 de orientação vocacional , a ser realizado
     pelo psicólogo escolar . Ao lado dos
     procedimentos psicopedagógicos , o
  projeto previa procedimento de natureza
financeira – Além da gratuidade do ensino ,
  incluíam a implantação de um regime de
      remuneração ao estudante – para
    assegurar a todos os indivíduos o pleno
desenvolvimento de suas potencialidades .
• Muito embora a discussão sobre a
 valorização social das profissões fuja
   do âmbito estrito de atuação da
  escola, seu controle , deveria estar
  presente na reflexão educacional ,
   como exigência da fundamental
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         escola e sociedade .

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Aula sobre wallon

  • 1. Henri Wallon - O educador integral
  • 2. • Militante apaixonado, o médico, psicólogo e filósofo francês mostrou que as crianças têm também corpo e emoções (e não apenas cabeça) na sala de aula
  • 3. • Falar que a escola deve proporcionar formação integral (intelectual, afetiva e social) às crianças é comum hoje em dia. • No início do século passado, porém, essa idéia foi uma verdadeira revolução no ensino. Uma revolução comandada por um médico, psicólogo e filósofo francês chamado Henri Wallon
  • 4. • Sua teoria pedagógica, que diz que o desenvolvimento intelectual envolve muito mais do que um simples cérebro, abalou as convicções numa época em que memória e erudição eram o máximo em termos de construção do conhecimento.
  • 5. • Wallon foi o primeiro a levar não só o corpo da criança mas também suas emoções para dentro da sala de aula. Fundamentou suas idéias em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa.
  • 6. • Militante apaixonado (tanto na política como na educação), dizia que reprovar é sinônimo de expulsar, negar, excluir. Ou seja, "a própria negação do ensino".
  • 7. • As emoções, para Wallon, têm papel preponderante no desenvolvimento da pessoa. É por meio delas que o aluno exterioriza seus desejos e suas vontades. Em geral são manifestações que expressam um universo importante e perceptível, mas pouco estimulado pelos modelos tradicionais de ensino.
  • 8. Afetividade • As transformações fisiológicas em uma criança (ou, nas palavras de Wallon, em seu sistema neurovegetativo) revelam traços importantes de caráter e personalidade. "A emoção é altamente orgânica, altera a respiração, os batimentos cardíacos e até o tônus muscular, tem momentos de tensão e distensão que ajudam o ser humano a se conhecer“.
  • 9. • A raiva, a alegria, o medo, a tristeza e os sentimentos mais profundos ganham função relevante na relação da criança com o meio. "A emoção causa impacto no outro e tende a se propagar no meio social", Ela diz que a afetividade é um dos principais elementos do desenvolvimento humano.
  • 10. Wallon na escola: humanizar a inteligência • Diferente dos métodos tradicionais (que priorizam a inteligência e o desempenho em sala de aula), a proposta walloniana põe o desenvolvimento intelectual dentro de uma cultura mais humanizada. A abordagem é sempre a de considerar a pessoa como um todo.
  • 11. • Elementos como afetividade, emoções, movimento e espaço físico se encontram num mesmo plano. As atividades pedagógicas e os objetos, assim, devem ser trabalhados de formas variadas. Numa sala de leitura, por exemplo, a criança pode ficar sentada, deitada ou fazendo coreografias da história contada pelo professor. Os temas e as disciplinas não se restringem a trabalhar o conteúdo, mas a ajudar a descobrir o eu no outro.
  • 12. • Essa relação dialética ajuda a desenvolver a criança em sintonia com o meio.
  • 13. Movimento • Segundo a teoria de Wallon, as emoções dependem fundamentalmente da organização dos espaços para se manifestarem. A motricidade, portanto, tem caráter pedagógico tanto pela qualidade do gesto e do movimento quanto por sua representação.
  • 14. • Por que, então, a disposição do espaço não pode ser diferente? Não é o caso de quebrar a rigidez e a imobilidade adaptando a sala de aula para que as crianças possam se movimentar mais? Mais que isso, que tipo de material é disponibilizado para os alunos numa atividade lúdica ou pedagógica? Conforme as idéias de Wallon, a escola infelizmente insiste em imobilizar a criança numa carteira, limitando justamente a fluidez das emoções e do pensamento, tão necessária para o desenvolvimento completo da pessoa.
  • 15. • Estudos realizados por Wallon com crianças entre 6 e 9 anos mostram que o desenvolvimento da inteligência depende essencialmente de como cada uma faz as diferenciações com a realidade exterior. Primeiro porque, ao mesmo tempo, suas idéias são lineares e se misturam – ocasionando um conflito permanente entre dois mundos, o interior, povoado de sonhos e fantasias, e o real, cheio de símbolos, códigos e valores sociais e culturais.
  • 16. • Nesse conflito entre situações antagônicas ganha sempre a criança. É na solução dos confrontos que a inteligência evolui. Wallon diz que o sincretismo (mistura de idéias num mesmo plano), bastante comum nessa fase, é fator determinante para o desenvolvimento intelectual. Daí se estabelece um ciclo constante de boas e novas descobertas.
  • 17. O eu e o outro • A construção do eu na teoria de Wallon depende essencialmente do outro. Seja para ser referência, seja para ser negado. Principalmente a partir do instante em que a criança começa a viver a chamada crise de oposição, em que a negação do outro funciona como uma espécie de instrumento de descoberta de si própria.
  • 18. • "Manipulação (agredir ou se jogar no chão para alcançar o objetivo), sedução (fazer chantagem emocional com pais e professores) e imitação do outro são características comuns nessa fase“.. "Até mesmo a dor, o ódio e o sofrimento são elementos estimuladores da construção do eu“. Isso justifica o espírito crítico da teoria walloniana aos modelos convencionais de educação.
  • 19. Para pensar • A teoria de Henri Wallon ainda é um desafio para muitos pais, escolas e professores. Sua obra faz uma resistência contumaz aos métodos pedagógicos tradicionais. Numa época de crises, guerras, separações e individualismos como a nossa, não seria melhor começar a pôr em prática nas escolas idéias mais humanistas, que valorizem desde cedo a importância das emoções?
  • 20. • A psicologia genética de Wallon traz um campo vasto de implicações educacionais . A opção por estudar o desenvolvimento da pessoa completa e a de basear este estudo numa perspectiva dialética , faz com que sua teoria , abrangente e dinâmica , sirva a múltiplas leituras por parte de quem procura , nela , subsídios para a reflexão pedagógica tratando de temas como emoção, movimento , formação da personalidade , linguagem , pensamento e tantos outros .
  • 21. • Além das implicações educacionais decorrentes das leituras que se faça de sua psicogênese, Wallon tratou de explicitar , ele próprio , interessantes considerações acerca da educação.
  • 22. • Das idéias pedagógicas explicitadas por Wallon destaca-se a que se refere à necessidade de superação da dicotomia entre indivíduo e sociedade, subjacente à maior parte dos sistemas de ensino. • Segundo Wallon estes costumam oscilar contraditoriamente entre um e outro pólo da autonomia . • O movimento da Escola Nova , ao buscar romper com a opressão do indivíduo pela sociedade , acabou por desprezar as dimensões sociais da educação , preconizando o individualismo .
  • 23. • Para perspectiva Walloniana é na interação e no contato com o outro que se forma o indivíduo. Wallon considera , portanto , que a educação deve , obrigatoriamente , integrar , à sua prática e aos seus objetivos , essas duas dimensões , a social e a individual . Contrapondo-se ao autoritarismo do ensino tradicional , os escolanovistas defenderam a condução do ensino pelo interesse da criança .
  • 24. • Valorizando a atividade da criança em sua espontaneidade , acabavam por anular a necessidade do ensino sistematizado e da intervenção do professor . A escola nova ignorava as dimensões sociais da educação , e preconizava o individualismo. Numa luta permanente continuamos nos debatendo contra o autoritarismo das concepções tradicionais ainda predominante no cenário educacional .
  • 25. • Wallon considera que a priorização da discussão metodológica em detrimento da reflexão sobre as dimensões sociais da educação foi outro fator responsável pelo individualismo implicado na proposta da Escola Nova . • A educação tem sempre um papel político .
  • 26. • Projeto Langewin wallon • Elaborado por pessoas comprometidas com a reconstrução da sociedade , abalada física e moralmente pela guerra. O projeto destaca a responsabilidade da educação neste processo . Organiza todos os âmbitos do sistema de ensino (administrativo , curricular , metodológico ) em torno do princípio de justiça social e os apoia sobre o conhecimento científico do ser humano em desenvolvimento , sobre a psicogênese.
  • 27. • Para a descoberta dos gostos e preferências individuais previa um trabalho de orientação vocacional , a ser realizado pelo psicólogo escolar . Ao lado dos procedimentos psicopedagógicos , o projeto previa procedimento de natureza financeira – Além da gratuidade do ensino , incluíam a implantação de um regime de remuneração ao estudante – para assegurar a todos os indivíduos o pleno desenvolvimento de suas potencialidades .
  • 28. • Muito embora a discussão sobre a valorização social das profissões fuja do âmbito estrito de atuação da escola, seu controle , deveria estar presente na reflexão educacional , como exigência da fundamental integração que deve existir entre escola e sociedade .

Notas do Editor

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