Construção de conceitos desses termos

1. UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO
CENTRO DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA
CURSO DE FILOSOFIA
HUMANISMO, TECNOLOGIA E SAÚDE
Faustino dos Santos
Hoje em dia existem vertentes que podem estreitar os laços, embora não tão
bem vistos, entre esses pontos. É inadmissível se pensar na atualidade o homem
desprovido de tecnologia, tanto que Hanna Arendt e tantos outros concordam que
estamos na era do homo faber, o homem da técnica que já não é produto do meio,
mas que é possibilidade a partir daquilo que ele faz, ou seja, o homem é aquilo que
ele quer ser a partir da técnica. Portanto, é a partir desse meio que a vida humana
tem sido pautada. Usando desses recursos, portanto, o homem tem encontrado
espaço para enquadrar e deixar que a tecnologia ocupe seu espaço central e
centralizador. É aqui, pois, que entra a questão da saúde; é certo que não se pode
pensar o homem desprovido de saúde, a não ser que se pense um homem que não se
importa com sua vida, mas até nesse ambiente que é a questão que garante a vida
boa do homem, a tecnologia tem seu espaço e agora mais fortemente quando ela está
conseguindo espaço para intervir diretamente na natureza vital.
O homem que precisa de saúde tem se demonstrado um ser que precisa
muito mais de tecnologia. É verdade que para ter saúde é preciso possuir os meios
que a proporcionem, quando se tem uma dor de cabeça, por exemplo, é preciso
tomar o medicamento necessário que são feitos por meios tecnológicos. Seria, então,
na verdade, a tecnologia mais importante para o homem uma vez que até os meios
de se ter saúde exige a presença da tecnologia?
Não é difícil detectar os problemas que circundam o homem na dimensão da
saúde provenientes da tecnologia. Essa com a busca desenfreada pela inovação e
avanço que a modernidade propõe cegou o homem pelo desejo de lucrar, o homem
se tornou ganancioso. O que lhe foi concedido para utilização a favor da sua própria
vida foi convertido em ameaça para ele mesmo.
É sabido que o homem sempre utilizou da sua capacidade racional para
buscar meios de facilitação para a sua vida. Com a concepção baconiana que “saber
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Introdução à Bioética
Professor Ermano Rodrigues

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é sinônimo de poder” o homem se viu no direito de poder tudo. Todavia, não
podemos ser negligentes em pensar que não houve benefícios ao homem que foram
provenientes da tecnologia, é certo que sim - mas imagina-se que a proposta de se
colocar em paralelo essas questões tem como fundo a intenção de aguçar o senso
crítico para a problemática subjacente, para tanto, não nos detendo ao confronto e a
problemática que possa surgir - a saúde médica alcançou de fato consideráveis
resultados com o uso da tecnologia: foram erradicadas diversas doenças infantis e
adultas; aprendeu-se a evitar a dor e com isso foram abertos campos para as técnicas
cirúrgicas modernas, entre outras conquistas, que ajudou a prolongar a vida
humana.
Essas questõestêm levantado grandes questionamentos no campo da bioética,
creio ser plausível e favorável a iniciativa de se criar condições por meio da
tecnologia de prolongamento da vida e condições saudáveis para se viver bem e
melhor, porém quanto às questões que dizem respeito à interferência da tecnologia
na vida que comprometa o funcionamento e a vivência natural, isso já não é bem
visto no campo bioético, pois se trata de um desrespeito à dignidade da pessoa
humana.
Dado o exposto, em meio às urgências de meios que possibilitem o bom
funcionamento da vida a tecnologia tem ajudado o homem por meio de suas
pesquisas e descobertas a viver melhor, porém é necessário que a falta de controle
nos avanços tenham como prioridade a dignidade da pessoa em toda sua
complexidade.
REFERÊNCIAS
CHOPRA, Deepak. Conexão e Saúde: como despertar a inteligência do corpo. Trad.
de IbraímaDafonte Tavares.São Paulo: Best Seller, 2004.
CARVALHO, Maria Salete Corrêa. Tecnologia e saúde perfeita. Disponível em
<http://www.webartigos.com/artigos/tecnologia-e-saude-
perfeita/4178/#ixzz1wh1QxkA2> Acesso <02/06/2012, 22h13min>.
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