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Diabetes mellitus tipo 2 (DM2)

q   Cerca de 90% dos diabéticos são DM2

q   Principal causa de cegueira, insufuciência renal, amputações, AVE e
    coronariopatia

q   Proporções epidêmicas em várias partes do mundo

q   Grande impacto econômico sobre os recursos de saúde

q   Necessidade urgente de novas estratégias de prevenção e tratamento



                                                     Zimmet PZ, et al. Diabetologia 1999; 42:60–68.
                                                           WHO. The World Health Report 1997; 6.
                                            CODE-2. EASD Satellite Symposium. Brussels 27/09/99.
                                    American Diabetes Association. Diabetes Care 1998; 21:296–309.
Desenvolvimento do Diabetes Tipo 2
Distribuição por status metabólico entre pessoas
   que tornam-se diabéticos tipo 2

            Baixa secreçãode insulina;
            insulina sensível
                   (15.9%)                             Insulina resistente;
                                                       baixa secreção de insulina
   Nenhum (1.5%)                                             (54%)




Insulina resistente;
boa secreção de insulina (28.7%)




              82.7% São Insulino-resistentes
                        Insulino-
                                                                             (n = 195)

                                         Haffner SM, et al. Circulation 2000; 101:975–980.
A síndrome da resistência à insulina e seus componentes


            Hiperinsulinemia               Obesidade central/abdominal


   Aterosclerose,
   Aterosclerose,
doença cardiovascular                                    DM2
                               Resistência

       Dislipidemia
                                 à insulina
                                                         Hipertensão

        Hipercoagulação,
        Hipercoagulação,
       fibrinólise reduzida                      Microalbuminúria

                        Inflamação crônica sistêmica
TRATAMENTO DO DM2
                               Dieta + exercícios

                          1-     MET OU TZD
                                                         90%
    10%

  MAGROS                  2-    METFORMINA
                                    +
Def. Cél. Beta 1a                  TZD               EXC. DE PESO/
   (LADA?)                                              OBESO
  Peptídeo C                                            Orlistat
  anticorpos                                          Sibutramina
                     3-           GLINIDAS               Outros
                                      +
                                   1 OU 2



                4-    SULFONILUREIAS + 1 OU 2


                          INSULINA + 1 OU 2 OU 3    Godoy-Matos-2001
Agentes anti-diabetogênicos orais


q   Sulfoniluréias – glibenclamida , gliclazida, glimepirida


q   Glinidas – repaglinida , nateglinida


q   Biguanidas – metformina


q   Inibidores da α-glicosidase – acarbose

q   Tiazolidinodionas– rosiglitazona, pioglitazona
Principal sítio de ação das sulfoniluréias e glinidas


                   Carboidrato
                                           Tubo digestivo
Sulfoniluréias e
glinidas estimulam a                                        Enzimas
liberação de insulina                                       digestivas
pelo pâncreas


                   Pâncreas                  Glicemia



                              Insulina
                                                                  Tecido adiposo




                                                  Músculo
                                  Fígado
Principal sítio de ação da metformina


                  Carboidrato
                                           Tubo digestivo

                                                            Enzimas
                                                            digestivas


                        Pâncreas
                                             Glicemia



                                Insulina
                                                                    Tecido adiposo

Metformina suprime a
produção hepática de
                                                   Muscle
glicose
                                  Fígado
Inibidores da α-glicosidase

Carboidrato
                          Tubo digestivo
                                             Enzimas
                                            digestivas
                                                         Inibidores da α-glicosidase
                                                         retardam a digestão e
      Pâncreas
                                                         absorção de carboidratos
                              Glicemia                   no trato GI



              Insulina
                                                 Tecido adiposo




                                  Músculo
                 Fígado
United Kingdom Prospective Diabetes Study
      (UKPDS)

q   Maior estudo realizado em DM2 para investigar o controle glicêmico a longo
    prazo e o risco de complicações cardiovasculares

q   Objetivava manter níveis de glicemia de jejum < 270 mg/dl através de
    tratamento convencional (só dieta e exercício) ou < 108 mg/dl através de
    tratamento intensivo (terapia oral ou insulina)

q   5102 pacientes recrutados entre 1977–1991

q   23 centros envolvidos

q   Faixa etária: 25–65 anos (média 53 anos)

q   O estudo concluído em Set/97, com acompanhamento de 53,000 pacientes-
    anos



                             UK Prospective Diabetes Study (UKPDS) Group. Lancet 1998; 352:837–853.
Estudo do controle glicêmico - resumo
Controle glicêmico intensivo, manteve uma redução (0.9%) HbA1c
durante 10 anos com diminuição dos riscos em:

   q   12% para riscos gerais relacionados ao DM2 P = 0.029

   q   25% para eventos microvasculares                            P = 0.0099

   q   24% para catarata                                           P = 0.046

   q   21% para retinopatia aos 12 anos                            P = 0.015

   q   33% para albuminúria aos 12 anos                            P = 0.000054

   q   16% para infarto do miocárdio                               P = 0.052



                    UK Prospective Diabetes Study (UKPDS) Group. The Lancet 1998; 352:837–853.
Progressão do Diabetes tipo 2 - HbA1c (%)



                 9

                           Convencional
     HbA1c (%)   8


                                                     Intensiva
                 7


                                       6.2% limite superior da normalidade
                 6
                 0
                     0      3          6        9       12                  15
                         Tempo a partir da randomização (anos)



                              UK Prospective Diabetes Study (UKPDS) Group. The Lancet 1998; 352:837–853.
Lições aprendidas com o UKPDS

q   Um bom controle glicêmico reduz significativamente os riscos de
    complicações microvasculares

q   Redução potencial de 35% nas complicações microvasculares
    para cada redução de 1% na HbA1c

q   O rígido controle glicêmico reduz os riscos de infarto do
    miocárdio (P = 0.052), porém de forma menos significativa que
    outros parâmetros

q   A progressão do DM2 está associada à deterioração do controle
    glicêmico e ao declínio da função das células β

q   Nenhuma das terapias utilizadas, à época, foi capaz de retardar
    a progressão da doença
                                            UK Prospective Diabetes Study Group. The Lancet 1998; 352:837–853.
                                             UK Prospective Diabetes Study Group. Diabetes 1995; 44:1249–1258.
        Bretzel RG, Voigt K, & Schatz H. Experimental and Clinical Endocrinology and Diabetes 1998; 106:369–372.
A rosiglitazona diminui a resistência à insulina (RI)
      nos tecidos alvo

         Carboidrato
                                           Tubo digestivo

 Diminuição dos níveis                                      Enzimas
 de glicose plasmática                                      digestivas
                                                                         Diminuição da lipólise
                                                                         excessiva e redução
               Pâncreas                                                  dos ácidos graxos livres
                                            Glicemia


                       Insulina
Diminuição da                                                       Tecido adiposo
produção hepática
excessiva de
glicose
                                                 Músculo
                         Fígado


                                  Melhora na captação de glicose medida pela insulina
Rosiglitazona: efeito sobre o tecido adiposo

    Pré-adipócito
    Pré-                                     Adipócito maduro


                                             Glicose
                        Aumento da
                        diferenciação




                                                  Melhora na captação
                    Rosiglitazona                     de glicose
Transportadores
GLUT-4
GLUT-
                                             Glicose


                     Aumento do número de
                    transportadores GLUT-4
                                    GLUT-                       Glicose
A rosiglitazona aumenta a produção e a translocação
    mediada pela insulina de GLUT-4 nos adipócitos


                               Captação de glicose

     Insulina
                                                  Transportador GLUT-4
                                                                GLUT-
                                                  na membrana plasmática

Aumento da
translocação
de GLUT-4 para
   GLUT-
a superfície
celular


 Rosiglitazona
        Aumento da
        síntese de vesículas
        contendo GLUT-4
                  GLUT-

                                     Young PW, et al. Diabetes 1995; 44:1087–1092.
Rosiglitazona, via ativação do PPARγ, diminui a
            resistência à insulina em tecidos alvo


                                                    Baixa lipotoxicidade
                                                   Restauração da função
 Rosiglitazona                                         das células β


                                                                  Insulina plasmática reduzida
                                   Ácidos
                                   Graxos
     PPAR γ                        Livres
                                 diminuídos
                                 no plasma    Produção reduzida                 Euglicemia
                                                 de glicose
Adipócitos pequenos, insulino-
           pequenos, insulino-
sensíveis
                        TNFα
Expressão reduzida de TNFα
Taxa de lipólise reduzida

                                                     Aumento na captação
                                                         de glicose
A resistência à insulina está relacionada à doença
   cardiovascular


                             Hiperglicemia

                             Hiperinsulinemia

                             Hipertensão

                             Dislipidemia

Resistência                  Diminuição da atividade    Risco de
 à insulina                  fibrinolítica (↑PAI-1)
                                             PAI-         DCV

                             Disfunção endotelial

                             Marcadores inflamatórios
                             de aterosclerose

                             Microalbuminúria
Desenvolvimento da aterosclerose



Macrófagos     Fatores pró-
                       pró-   Formação do    Fibrinólise
& leucócitos   aterogênicos     coágulo
     +              +
moléculas de   moléculas de
 adesão &       adesão &
 citocinas      citocinas        Liberação
                                  de PAI-1
                                     PAI-
O PAI-1 elevado reduz a fibrinólise

• Níveis plasmáticos elevados de PAI-1:
          •   resultam em baixa atividade fibrinolítica associada a um risco
              aumentado de doença coronariana
          •   estão associados a uma série de transtornos trombóticos
              incluindo infarto agudo do miocárdio, AVE e trombose de veias
              profundas
          •   constituem fator de risco independente para o re-infarto em
              pacientes que tiveram o primeiro infarto com < 45 anos
          •   têm sido relacionados com o risco aumento para angina instável,
              apesar desta associação parecer ser secundária à resistência à
              insulina
•      Tecidos ateromatosos de pacientes com diabetes contêm
       níveis de PAI-1 maiores do que os de pacientes não-diabéticos
    Kohler HP & Grant PJ. N Engl J Med 2000; 342:1792–1801.    Francis RB Jr, et al. Am Heart J 1988; 115:776–780.
    Hamsten A, et al. Lancet 1987; 2:3–9.                     Juhan-VagueI, et al. Circulation 1996; 24:2057–2063.
Aterosclerose: um transtorno inflamatório?
A aterosclerose, cada vez mais, tem sido vista como um transtorno
inflamatório crônico

O DM2 está associado a:
   q   ativação de fagócitos e monócitos
   q   níveis aumentados de uma série de mediadores inflamatórios
       incluindo CRP
   q   disfunção endotelial, incluindo níveis aumentados de endotelina e
       sVCAM




                                                  McMillan DE. Metabolism 1989; 38:1042–1046.
                                              Pickup JC, et al. Diabetologia 1997; 40:1286–1292.
                                                     Festa A, et al. Circulation 2000; 102:42–47.
A importância da proteína-C reativa

q    Fator de risco para doenças coronarianas

q    Prediz futuro infarto miocárdico

q    Prediz mau prognóstico em pacientes com angina instável

q    Fator de risco para o desenvolvimento de DM2




                                        Kuller L, et al. American Journal of Epidemiology 1996; 144: 537-547.
                                     Ridker PM, et al. New England Journal of Medicine 1997; 336: 973-979.
                                       Liuzzo G, et al. New England Journal of Medicine 1994; 331: 417-424.
                     Pradhan AD, et al. The Journal of the American Medical Association 2001; 286: 327-334.
Novas perspectivas no DM2 e na síndrome da
    resistência à insulina (RI)

q   A resistência à insulina está fortemente relacionada a doenças
    cardiovasculares

q   Existe uma crescente preocupação com novos componentes da
    síndrome da resistência insulinica, como o PAI-1

q   Boas evidências indicam que a aterosclerose é uma doença
    inflamatória

q   Os agonistas PPARγ como a rosiglitazona têm potenciais efeitos
    benéficos sobre os riscos cardiovasculares, processos
    inflamatórios e outros componentes da síndrome da resistência à
    insulina
A Rosiglitazona melhora o perfil de risco cardiovascular

q   Proporciona manutenção do controle glicêmico

q   Reduz a razão entre colesterol total: HDL colesterol

q   Reduz a hipertrigliceridemia

q   Notadamente, mantém a redução dos ácidos graxos livres

q   Reduz a insulina endógena

q   Reduz a excreção urinária de albumina

q   Diminui a pressão arterial diastólica

q   Reduz diretamente a resistência à insulina

q   Reduz níveis elevados de marcadores associados à
    aterosclerose
Frações aproximadas de medicamentos
       metabolizados pelas enzimas P450 humanas

Rosiglitazona - via de metabolização:   1A2     2A6
 2C8 (principal) e 2C9 (pouco)          4%      2%
                                                       2C19
                                                        2%         2E 1
                                2C9/10                              2%
                                 10%


                       2D6
                       30%


                                          3A4
                                          50%
                                                         Pioglitazona - via de metabolização:
                                                          3A4 (principal) e 2C8 (pouco)


                                                      Michalets EL. Pharmacotherapy 1998; 18:84–112.
O desenvolvimento de diabetes e disfunção das células β
em camundongo db/db é equivalente ao DM2



                   6 – 8 semanas                      4 – 6 meses

  Obesidade                                                             hiperglicemia
                           hiperglicemia (12 – 25 mmol/l)
                                                   mmol/l)                 severa
            TGI
                              hiper- ou hipoinsulinemia
                              hiper-                                    (>25 mmol/l)
     hiperinsulinemia
                           células β insulínicas reduzidas             hipoinsulinemia
  Resistência insulínica                                               perda de peso




                 Prevenção                 Intervenção




                                          Lister CA, et al. Diabetologia 1998; 41 (Supplement 1):A660.
A rosiglitazona, ao contrário das SU ou da metformina
aumenta as ilhas de insulina em camundongos db/db




             db/db                RSG




     GLIB             MET                    controle magro


                            Lister CA, et al. 1999. Diabetologia 42 (Supplement 1):A150.

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  • 1. Diabetes mellitus tipo 2 (DM2) q Cerca de 90% dos diabéticos são DM2 q Principal causa de cegueira, insufuciência renal, amputações, AVE e coronariopatia q Proporções epidêmicas em várias partes do mundo q Grande impacto econômico sobre os recursos de saúde q Necessidade urgente de novas estratégias de prevenção e tratamento Zimmet PZ, et al. Diabetologia 1999; 42:60–68. WHO. The World Health Report 1997; 6. CODE-2. EASD Satellite Symposium. Brussels 27/09/99. American Diabetes Association. Diabetes Care 1998; 21:296–309.
  • 3. Distribuição por status metabólico entre pessoas que tornam-se diabéticos tipo 2 Baixa secreçãode insulina; insulina sensível (15.9%) Insulina resistente; baixa secreção de insulina Nenhum (1.5%) (54%) Insulina resistente; boa secreção de insulina (28.7%) 82.7% São Insulino-resistentes Insulino- (n = 195) Haffner SM, et al. Circulation 2000; 101:975–980.
  • 4. A síndrome da resistência à insulina e seus componentes Hiperinsulinemia Obesidade central/abdominal Aterosclerose, Aterosclerose, doença cardiovascular DM2 Resistência Dislipidemia à insulina Hipertensão Hipercoagulação, Hipercoagulação, fibrinólise reduzida Microalbuminúria Inflamação crônica sistêmica
  • 5. TRATAMENTO DO DM2 Dieta + exercícios 1- MET OU TZD 90% 10% MAGROS 2- METFORMINA + Def. Cél. Beta 1a TZD EXC. DE PESO/ (LADA?) OBESO Peptídeo C Orlistat anticorpos Sibutramina 3- GLINIDAS Outros + 1 OU 2 4- SULFONILUREIAS + 1 OU 2 INSULINA + 1 OU 2 OU 3 Godoy-Matos-2001
  • 6. Agentes anti-diabetogênicos orais q Sulfoniluréias – glibenclamida , gliclazida, glimepirida q Glinidas – repaglinida , nateglinida q Biguanidas – metformina q Inibidores da α-glicosidase – acarbose q Tiazolidinodionas– rosiglitazona, pioglitazona
  • 7. Principal sítio de ação das sulfoniluréias e glinidas Carboidrato Tubo digestivo Sulfoniluréias e glinidas estimulam a Enzimas liberação de insulina digestivas pelo pâncreas Pâncreas Glicemia Insulina Tecido adiposo Músculo Fígado
  • 8. Principal sítio de ação da metformina Carboidrato Tubo digestivo Enzimas digestivas Pâncreas Glicemia Insulina Tecido adiposo Metformina suprime a produção hepática de Muscle glicose Fígado
  • 9. Inibidores da α-glicosidase Carboidrato Tubo digestivo Enzimas digestivas Inibidores da α-glicosidase retardam a digestão e Pâncreas absorção de carboidratos Glicemia no trato GI Insulina Tecido adiposo Músculo Fígado
  • 10. United Kingdom Prospective Diabetes Study (UKPDS) q Maior estudo realizado em DM2 para investigar o controle glicêmico a longo prazo e o risco de complicações cardiovasculares q Objetivava manter níveis de glicemia de jejum < 270 mg/dl através de tratamento convencional (só dieta e exercício) ou < 108 mg/dl através de tratamento intensivo (terapia oral ou insulina) q 5102 pacientes recrutados entre 1977–1991 q 23 centros envolvidos q Faixa etária: 25–65 anos (média 53 anos) q O estudo concluído em Set/97, com acompanhamento de 53,000 pacientes- anos UK Prospective Diabetes Study (UKPDS) Group. Lancet 1998; 352:837–853.
  • 11. Estudo do controle glicêmico - resumo Controle glicêmico intensivo, manteve uma redução (0.9%) HbA1c durante 10 anos com diminuição dos riscos em: q 12% para riscos gerais relacionados ao DM2 P = 0.029 q 25% para eventos microvasculares P = 0.0099 q 24% para catarata P = 0.046 q 21% para retinopatia aos 12 anos P = 0.015 q 33% para albuminúria aos 12 anos P = 0.000054 q 16% para infarto do miocárdio P = 0.052 UK Prospective Diabetes Study (UKPDS) Group. The Lancet 1998; 352:837–853.
  • 12. Progressão do Diabetes tipo 2 - HbA1c (%) 9 Convencional HbA1c (%) 8 Intensiva 7 6.2% limite superior da normalidade 6 0 0 3 6 9 12 15 Tempo a partir da randomização (anos) UK Prospective Diabetes Study (UKPDS) Group. The Lancet 1998; 352:837–853.
  • 13. Lições aprendidas com o UKPDS q Um bom controle glicêmico reduz significativamente os riscos de complicações microvasculares q Redução potencial de 35% nas complicações microvasculares para cada redução de 1% na HbA1c q O rígido controle glicêmico reduz os riscos de infarto do miocárdio (P = 0.052), porém de forma menos significativa que outros parâmetros q A progressão do DM2 está associada à deterioração do controle glicêmico e ao declínio da função das células β q Nenhuma das terapias utilizadas, à época, foi capaz de retardar a progressão da doença UK Prospective Diabetes Study Group. The Lancet 1998; 352:837–853. UK Prospective Diabetes Study Group. Diabetes 1995; 44:1249–1258. Bretzel RG, Voigt K, & Schatz H. Experimental and Clinical Endocrinology and Diabetes 1998; 106:369–372.
  • 14. A rosiglitazona diminui a resistência à insulina (RI) nos tecidos alvo Carboidrato Tubo digestivo Diminuição dos níveis Enzimas de glicose plasmática digestivas Diminuição da lipólise excessiva e redução Pâncreas dos ácidos graxos livres Glicemia Insulina Diminuição da Tecido adiposo produção hepática excessiva de glicose Músculo Fígado Melhora na captação de glicose medida pela insulina
  • 15. Rosiglitazona: efeito sobre o tecido adiposo Pré-adipócito Pré- Adipócito maduro Glicose Aumento da diferenciação Melhora na captação Rosiglitazona de glicose Transportadores GLUT-4 GLUT- Glicose Aumento do número de transportadores GLUT-4 GLUT- Glicose
  • 16. A rosiglitazona aumenta a produção e a translocação mediada pela insulina de GLUT-4 nos adipócitos Captação de glicose Insulina Transportador GLUT-4 GLUT- na membrana plasmática Aumento da translocação de GLUT-4 para GLUT- a superfície celular Rosiglitazona Aumento da síntese de vesículas contendo GLUT-4 GLUT- Young PW, et al. Diabetes 1995; 44:1087–1092.
  • 17. Rosiglitazona, via ativação do PPARγ, diminui a resistência à insulina em tecidos alvo Baixa lipotoxicidade Restauração da função Rosiglitazona das células β Insulina plasmática reduzida Ácidos Graxos PPAR γ Livres diminuídos no plasma Produção reduzida Euglicemia de glicose Adipócitos pequenos, insulino- pequenos, insulino- sensíveis TNFα Expressão reduzida de TNFα Taxa de lipólise reduzida Aumento na captação de glicose
  • 18. A resistência à insulina está relacionada à doença cardiovascular Hiperglicemia Hiperinsulinemia Hipertensão Dislipidemia Resistência Diminuição da atividade Risco de à insulina fibrinolítica (↑PAI-1) PAI- DCV Disfunção endotelial Marcadores inflamatórios de aterosclerose Microalbuminúria
  • 19. Desenvolvimento da aterosclerose Macrófagos Fatores pró- pró- Formação do Fibrinólise & leucócitos aterogênicos coágulo + + moléculas de moléculas de adesão & adesão & citocinas citocinas Liberação de PAI-1 PAI-
  • 20. O PAI-1 elevado reduz a fibrinólise • Níveis plasmáticos elevados de PAI-1: • resultam em baixa atividade fibrinolítica associada a um risco aumentado de doença coronariana • estão associados a uma série de transtornos trombóticos incluindo infarto agudo do miocárdio, AVE e trombose de veias profundas • constituem fator de risco independente para o re-infarto em pacientes que tiveram o primeiro infarto com < 45 anos • têm sido relacionados com o risco aumento para angina instável, apesar desta associação parecer ser secundária à resistência à insulina • Tecidos ateromatosos de pacientes com diabetes contêm níveis de PAI-1 maiores do que os de pacientes não-diabéticos Kohler HP & Grant PJ. N Engl J Med 2000; 342:1792–1801. Francis RB Jr, et al. Am Heart J 1988; 115:776–780. Hamsten A, et al. Lancet 1987; 2:3–9. Juhan-VagueI, et al. Circulation 1996; 24:2057–2063.
  • 21. Aterosclerose: um transtorno inflamatório? A aterosclerose, cada vez mais, tem sido vista como um transtorno inflamatório crônico O DM2 está associado a: q ativação de fagócitos e monócitos q níveis aumentados de uma série de mediadores inflamatórios incluindo CRP q disfunção endotelial, incluindo níveis aumentados de endotelina e sVCAM McMillan DE. Metabolism 1989; 38:1042–1046. Pickup JC, et al. Diabetologia 1997; 40:1286–1292. Festa A, et al. Circulation 2000; 102:42–47.
  • 22. A importância da proteína-C reativa q Fator de risco para doenças coronarianas q Prediz futuro infarto miocárdico q Prediz mau prognóstico em pacientes com angina instável q Fator de risco para o desenvolvimento de DM2 Kuller L, et al. American Journal of Epidemiology 1996; 144: 537-547. Ridker PM, et al. New England Journal of Medicine 1997; 336: 973-979. Liuzzo G, et al. New England Journal of Medicine 1994; 331: 417-424. Pradhan AD, et al. The Journal of the American Medical Association 2001; 286: 327-334.
  • 23. Novas perspectivas no DM2 e na síndrome da resistência à insulina (RI) q A resistência à insulina está fortemente relacionada a doenças cardiovasculares q Existe uma crescente preocupação com novos componentes da síndrome da resistência insulinica, como o PAI-1 q Boas evidências indicam que a aterosclerose é uma doença inflamatória q Os agonistas PPARγ como a rosiglitazona têm potenciais efeitos benéficos sobre os riscos cardiovasculares, processos inflamatórios e outros componentes da síndrome da resistência à insulina
  • 24. A Rosiglitazona melhora o perfil de risco cardiovascular q Proporciona manutenção do controle glicêmico q Reduz a razão entre colesterol total: HDL colesterol q Reduz a hipertrigliceridemia q Notadamente, mantém a redução dos ácidos graxos livres q Reduz a insulina endógena q Reduz a excreção urinária de albumina q Diminui a pressão arterial diastólica q Reduz diretamente a resistência à insulina q Reduz níveis elevados de marcadores associados à aterosclerose
  • 25. Frações aproximadas de medicamentos metabolizados pelas enzimas P450 humanas Rosiglitazona - via de metabolização: 1A2 2A6 2C8 (principal) e 2C9 (pouco) 4% 2% 2C19 2% 2E 1 2C9/10 2% 10% 2D6 30% 3A4 50% Pioglitazona - via de metabolização: 3A4 (principal) e 2C8 (pouco) Michalets EL. Pharmacotherapy 1998; 18:84–112.
  • 26. O desenvolvimento de diabetes e disfunção das células β em camundongo db/db é equivalente ao DM2 6 – 8 semanas 4 – 6 meses Obesidade hiperglicemia hiperglicemia (12 – 25 mmol/l) mmol/l) severa TGI hiper- ou hipoinsulinemia hiper- (>25 mmol/l) hiperinsulinemia células β insulínicas reduzidas hipoinsulinemia Resistência insulínica perda de peso Prevenção Intervenção Lister CA, et al. Diabetologia 1998; 41 (Supplement 1):A660.
  • 27. A rosiglitazona, ao contrário das SU ou da metformina aumenta as ilhas de insulina em camundongos db/db db/db RSG GLIB MET controle magro Lister CA, et al. 1999. Diabetologia 42 (Supplement 1):A150.