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49Rev. Bras. Farm., 87(2): 49-54, 2006
Diabetes mellitus e estresse oxidativo: produtos
naturais como alvo de novos modelos terapêuticos
Diabetes mellitus and oxidative stress: natural products as target of new therapeutics types
Fabíola D. Rocha1,2
; Valéria L. Teixeira3
; Renato C. Pereira3
& Maria Auxiliadora C. Kaplan1
Recebido em 20/5/2006
1
Farmacêutica - Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões /Campus Erechim - RS (URI - Campus Erechim);
2
Professora do Curso de Farmácia - URI Campus de Erechim; 3
Professor do Curso de Farmácia - Universidade de Passo Fundo - RS
SUMMARY – The diabetes is becoming a pandemic and despite appearance of the news therapeutics for
the treatment and prevention, its prevalence goes on to soar. Recent discoveries about the diabetic physio-
pathology show that impairment in carbohydrate metabolism leads to the hyperglycemia coupled with an
increase of free radicals generation and a reduction of the antioxidant defense systems capacities (oxi-
dative stress), almost accompanied for metabolic alterations like lipidics and proteic dysfunctions. The
hyperglycemic oxidative damage can lead to development of pathologies diabetes linked such as cata-
ract, microangiopathies, nephropathies, atherosclerosis, infections and neurovascular dysfunctions. The
natural products with their beneficial multiple activities such as manipulating carbohydrate metabolism
by various mechanisms, preventing and restoring integrity and function of β-cells, insulin-releasing
activity, improving glucose uptake and utilization and the antioxidant properties are able to combating
the multifactorial pathogenicity of Diabetes mellitus.
KEYWORDS – Diabetes mellitus, oxidative stress, natural products, antioxidant activity.
RESUMO – A diabetes está se tornando uma pandemia e mesmo com o surgimento dos novos fármacos para
o tratamento e a prevenção, sua prevalência continua a elevar-se. Recentes descobertas sobre a fisiopatolo-
gia da diabetes mostram que o desequilíbrio no metabolismo de carboidratos leva a um quadro de hipergli-
cemia, associado ao aumento na produção de radicais livres e depleção nos sistemas fisiológicos de defesa
antioxidante (estresse oxidativo), quase sempre acompanhado por alterações metabólicas como disfunções
lipídicas e protéicas. Os danos oxidativos hiperglicêmicos podem levar ao desenvolvimento de patologias
associadas a diabetes como catarata, microangiopatias, nefropatias, aterosclerose, infecções e alterações
neurológicas. Os produtos naturais com suas atividades múltiplas benéficas, tais como, o controle do meta-
bolismo de carboidratos, a prevenção e restauração da integridade e função das células B pancreáticas, a
atividade estimulante da liberação de insulina, a melhora da captação e utilização da glicose e suas proprie-
dades antioxidantes, podem atuar na patogenicidade multifatorial da diabetes mellitus.
PALAVRAS-CHAVE – Diabetes mellitus, estresse oxidativo, produtos naturais, atividade antioxidante.
INTRODUÇÃO
ADiabetes mellitus, hoje, é um dos principais pro-
blemas de saúde pública em muitos países. Esti-
ma-se que cerca de 143 milhões de pessoas em todo o
mundo sofram de diabetes e acredita-se que esse nú-
mero possa dobrar até 2030, admitindo-se até mesmo
uma pandemia diabética. O Brasil estaria entre os 10
países (32 países estudados) com maior número de
pessoas com diabetes (King et al., 1998).
A Organização Mundial de Saúde (OMS, 1999)
define Diabetes mellitus como uma desordem metabó-
lica de etiologia múltipla, caracterizada por uma hi-
perglicemia crônica que acarreta distúrbios no metabo-
lismo de carboidratos, gorduras e proteínas resultan-
tes de defeitos na secreção e/ou ação da insulina.
Mecanismos homeostáticos mantêm os níveis de
glicose sanguínea dentro de uma faixa estreita de 4,5-
5,5 mM/l. Este controle é realizado por modulação hor-
monal, sendo, basicamente, dois os hormônios regula-
dores: glucagon que é o hormônio responsável pelo
estímulo da gliconeogênese pelo fígado nos períodos
de jejum e a insulina, o hormônio que estimula a cap-
tação e a utilização da glicose pelos músculos esquelé-
ticos, músculo cardíaco e adipócitos, após a ingestão
de alimentos ricos em carboidratos. Esses dois hormô-
nios são secretados e liberados pelo pâncreas: gluca-
gon pelas células alfa das ilhotas de Langerhans e a
insulina pelas células B. Estados em que a homeosta-
sia do metabolismo de carboidratos e lipídeos não é
regulada de maneira apropriada pela insulina, resul-
tam, primariamente, em um aumento dos níveis de gli-
cose sanguínea em jejum e pós-prandial. Se esse de-
sequilíbrio homeostático não for restabelecido, mas sim
continuar por um período de tempo longo, expondo o
sistema endócrino a uma sobrecarga, ocorre uma exa-
cerbação dos distúrbios metabólicos que resulta em hi-
perglicemia, a qual pode evoluir para a síndrome cha-
mada Diabetes mellitus (Tiwari e Rao, 2002).
Diabetes mellitus é um distúrbio endócrino no qual
o metabolismo da glicose está alterado devido a uma
perda total de insulina após destruição das células β
Artigo Científico
50 Rev. Bras. Farm., 87(2), 2006
pancreáticas responsáveis pela produção e liberação
de insulina – Diabetes mellitus dependente de insuli-
na ou tipo 1 (IDDM) – ou devido a uma liberação ina-
dequada de insulina pelas células β pancreáticas ou
ainda uma insensibilidade à insulina pelos tecidos al-
vos – Diabetes mellitus não dependente de insulina ou
tipo 2 (NIDDM).
A Diabetes mellitustipo 1 (IDDM) é uma desordem
heterogênea e poligênica, representando 5 a 10% do
total de casos.
A Diabetes mellitus tipo 2 (NIDDM) é a mais co-
mum, representa cerca de 90 a 95% dos casos e resulta
de uma combinação de deficiência na secreção e/ou
ação da insulina (Persaud et al, 1999).
Todas as formas de diabetes, inerentes ou adquiri-
das, são caracterizadas de acordo com Schmidt e Stern
(2000), por: hiperglicemia; falta absoluta ou relativa de
insulina (ou resistência à insulina); desenvolvimento
de patologias micro e macrovasculares específicas da
diabetes (retinopatias, nefropatias, desordens neuro-
lógicas, amputação de membros inferiores).
A hiperglicemia prolongada na diabetes causa uma
variedade de mudanças patológicas em pequenos va-
sos, artérias e nervos periféricos. As células do endoté-
lio vascular tornam-se alvos primários dos danos hi-
perglicêmicos por causa do fluxo contínuo de glicose
através deles.
A hiperglicemia também leva a um aumento na pro-
dução de espécies reativas do oxigênio (EROs) dentro
das células endoteliais da aorta.
Além disso, a hiperglicemia induz a ativação de iso-
formas de PK-C, o aumento na formação de derivados
glicosilados e estimula um aumento no fluxo de glico-
se na via das aldose-redutases, resultando em um acú-
mulo de sorbitol (Sakurai e Tsuchiya, 1988, Hunt et al,
1988). Estes seriam os principais mecanismos metabó-
licos pelos quais a hiperglicemia causa as complica-
ções da diabetes com destruição tecidual (Baynes, 1991,
Schimidt e Stern, 2000).
Estudos mostram que além do aumento na forma-
ção de RL, os sistemas fisiológicos de defesa antioxi-
dante estão depledados na diabetes (Zhao, 2001).
Por essa razão, vários pesquisadores têm usado
modelos de animais diabéticos, pacientes diabéticos e
cultura de células vasculares para avaliar o efeito de
antioxidantes clássicos, como as vitaminas C e E, o β-
caroteno, o ácido lipóico, entre outros, na prevenção e
no tratamento das complicações da diabetes (Oberly,
1988, Giugliano e Paolisso, 1996; Nishikawa etal., 2000;
Tiwari, 2001; Zhao, 2001; Inoughi et al., 2003 a).
Fitoterápicos identificados de plantas medicinais
tradicionais parecem representar uma oportunidade
empolgante para o desenvolvimento de novas classes
terapêuticas.
O interesse sobre as plantas medicinais para o tra-
tamento de diabetes se justifica, principalmente, por
mostrarem efeitos benéficos múltiplos no combate a di-
abetes e complicações a ela relacionadas (Al-Habori e
Raman, 1998).
Abordagens sobre a fisiopatologia da diabetes
A insulina é produzida pelas células β das ilhotas
de Langerhans do pâncreas, como resposta direta à
hiperglicemia.
Após a ingestão, os carboidratos da dieta são hidro-
lisados por enzimas digestivas a monossacarídeos como
a glicose, a frutose e a galactose.
A liberação de glicose na corrente circulatória é o
estímulo primário para as células β pancreáticas secre-
tarem e liberarem insulina.
As células β pancreáticas são permeáveis à glicose
via proteína transportadora de glicose GLUT 2.
Portanto, a concentração de glicose sanguínea de-
termina seu fluxo através da glicólise, ciclo do ácido
cítrico e geração de ATP.
O aumento na concentração de ATP inibe os canais
de K+
sensíveis ao ATP causando despolarização da
membrana das células β, levando a um aumento do
influxo de Ca2+
, via canais de Ca2+
sensíveis à volta-
gem, e o aumento na concentração intracelular de Ca2+
estimula a exocitose de insulina (Jones et al., 1988).
Estudos recentes, in vitro, demonstraram uma cor-
relação entre a exposição das ilhotas pancreáticas a
níveis elevados de glicose sanguínea por um período
prolongado, com a ineficiência dessas células na libe-
ração de insulina através do estímulo pela glicose (Ya-
seen et al., 1982; Xia e Laychock, 1993).
Um dos efeitos da insulina é estimular a captação
de glicose pelos tecidos alvos, sendo esse trabalho fa-
cilitado pelo transportador de glicose dependente de
insulina, GLUT 4, presente nos músculos esqueléticos,
no músculo cardíaco e no tecido adiposo.
DISCUSSÃO
O estresse oxidativo e os danos teciduais resultan-
tes são marcas de doenças crônicas e a diabetes não é
exceção. A resistência à insulina ou a falta absoluta da
mesma, resulta no comprometimento do controle meta-
bólico da glicemia, culminando com um quadro de hi-
perglicemia que é considerado o fator de risco clássico
para o desenvolvimento das chamadas complicações
da diabetes (Tiwari, 2002).
Essas complicações são caracterizadas por altera-
ções patológicas variadas em pequenos vasos, em ar-
térias e em nervos periféricos, principalmente naque-
les tecidos onde a captação de glicose independe de
insulina, como na retina, no cristalino, nos rins e nos
nervos periféricos (Giugliano et al., 1996).
O quadro de hiperglicemia em diabetes está quase
sempre acompanhado de disfunções lipídicas (dislipi-
demias e aumento de ácidos graxos livres) e protéicas
(inativação de enzimas e fragmentação de proteínas,
entre outras) (Kuroki et al., 2003). Essas alterações
metabólicas podem levar ao desenvolvimento de pato-
logias associadas a diabetes como catarata, microan-
giopatias, nefropatias, aterosclerose, infecções e alte-
rações neurológicas (King e Brownlee, 1996, Uchida,
2000, Lee et al., 2003).
São considerados três mecanismos bioquímicos prin-
cipais envolvidos na patogênese da hiperglicemia e a
relevância de cada um deles tem sido estudada em
modelos animais e cultura de tecidos:
1. Formação de produtos finais da glicação avan-
çada e/ou autoxidação de monossacarídeos (AGE): pro-
move modificações das proteínas plasmáticas e lipíde-
os associados, assim como também de proteínas de
membrana e de tecidos. Há evidências de que esses
processos estejam relacionados à rigidez prematura das
artérias e articulações, assim como diminuição da ca-
pacidade vital dos pulmões que ocorrem na diabetes.
A glicação também seria um fator de risco para o
desenvolvimento de catarata e aterosclerose (Wolff e
51Rev. Bras. Farm., 87(2), 2006
Dean, 1987, Harding e Beswick, 1988, Wolff e Dean,
1988, Brownlee, 1995).
Os açúcares redutores, como a glicose, podem so-
frer uma reação de adição nucleofílica com os grupos
amino livres das proteínas (Figura 1), formando imi-
nas (base de Schiff) as quais sofrem rearranjo e dão
origem a produtos relativamente estáveis chamados
produtos de Amadori (cetoaminas).
Esse processo é reversível e pode ocorrer a disso-
ciação quando o nível de glicose sanguínea volta ao
normal. No entanto, podem ocorrer, subseqüentemen-
te, reações de rearranjo, desidratação e oxidação que
resultam na formação de derivados α-dicarbonilados
(deoxiglucosonas) e outros intermediários reativos.
Esses derivados são mais reativos do que os açúca-
res que lhe deram origem e formam ligações irreversí-
veis com grupos amino livres de proteína para formar
ligações cruzadas estáveis (Sakurai e Tsuchiya, 1988,
Wolff et al., 1991).
No processo de glicação, além de formação de liga-
ções cruzadas entre proteínas e fragmentação das mes-
mas, pode ocorrer formação de espécies mais reativas.
O processo de autoxidação ocorre quando os açúca-
res redutores sofrem enolização e reduzem a molécula
de oxigênio (Figura 2), em condições fisiológicas, na
presença de metais de transição, resultando em inter-
mediários oxidantes, tais como O2
--
, H2
O2
e •
OH e α-
cetoaldeídos (reagem ainda mais facilmente com as pro-
teínas), os quais podem causar danos a biomoléculas
como lipídeos, DNA e proteínas e, ainda, podem des-
truir as células β-pancreáticas (Hunt et al., 1990, Zyzak
et al., 1995, Elgawish et al., 1996).
As alterações funcionais e estruturais das macromo-
léculas advêm da exposição das mesmas aos altos ní-
veis de glicose, o que leva à formação de ligações co-
valentes de monossacarídeos aos grupos amino das
proteínas, resultando em alterações nas cargas super-
ficiais (bloqueio do grupo amino cancela cargas positi-
FIG. 1 - Processo de glicação não enzimática. Adição de glicose a proteínas com subseqüente degradação do produto
de glicação. Formação de deoxiglicosanas que reagem com proteínas para formar AGEs.
FIG. 2 - Autoxidação de monossacarídeos redutores. AGE: produtos finais de glicação não enzimática avançada.
vas), na capacidade de fazer liga-
ção hidrogênio, no reconhecimento
celular e/ou formação de produtos
complexos (derivados α-dicarboni-
lados) capazes de fazerem ligações
cruzadas inter-/intramoleculares
estáveis e irreversíveis (Hunt et al.,
1988).
O acúmulo desses produtos fi-
nais de glicação avançada é comum
no processo de envelhecimento, na
aterosclerose e na Diabetes melli-
tus e está associado, especialmen-
te, a proteínas de vida longa como
o colágeno, o cristalino e proteínas
dos nervos (Yim et al., 1995).
Obs: a JCBN, comissão de nomencla-
tura em Bioquímica da IUPAC-IUB, reco-
menda o uso do termo glicação para qual-
quer reação que ligue um açúcar a uma
proteína, seja catalisada por enzima ou
não. O produto da reação é uma proteína
glicada (Roth, 1983).
2. Aumento do fluxo através da
via dos polióis: o aumento nos ní-
veis de glicose leva a um aumento
da atividade das enzimas aldose-
redutase e sorbitol-desidrogenase e,
conseqüentemente, acúmulo intra-
celular de sorbitol e frutose, além
de uma diminuição na relação NA-
DPH/NADP+
e um aumento na re-
lação NADH/NAD+
(Figura 3) (Sch-
midt e Stern, 2000, Pfaffly, 2001,
Zhao, 2001).
O estresse osmótico causado
pelo acúmulo de sorbitol parece ser
o fator mais importante para o de-
senvolvimento da catarata diabéti-
ca.
Em relação à neuropatia diabé-
tica, o estresse oxidativo promovi-
do pelo aumento no fluxo de glico-
se pela via dos polióis parece ser
um fator mais importante para seu
desenvolvimento do que os altos
níveis de sorbitol (Chung et al.,
2003).
52 Rev. Bras. Farm., 87(2), 2006
O aumento nos níveis de frutose leva a um aumento
na formação de seus derivados frutose-3-fosfato e 3-
deoxiglicosonas que são agentes da glicação não enzi-
mática mais potentes do que a glicose e, portanto, o
fluxo de glicose na via dos polióis pode aumentar a
formação de AGEs.
As mudanças nas relações NADPH/NADP+
e NADH/
NAD+
causam alterações em vários sistemas celulares.
A depleção no estoque de NADPH das células pode
inibir outras enzimas que sejam dependentes dessa
coenzima como o sistema glutationa redox (reciclagem
de GSH) e NO-sintase (formação de óxido nítrico).
A diminuição dos níveis de GSH aumenta a susceti-
bilidade das células endoteliais à ação do H2O2 e ci-
totoxicidade de xenobióticos (sistema citocromo P450
tam-
bém fica comprometido) (Giugliano et al., 1996).
Estudos recentes mostram que a vasodilatação de-
pendente do endotélio está comprometida nos pacien-
tes diabéticos, em função da diminuição da liberação
de NO, o qual é um vasodilatador endógeno potente e
que modula o tônus vascular pelo aumento na produ-
ção de GMPc, resultando em disfunção endotelial que
promove a aterosclerose.
Além disso, o aumento na relação NADH/NAD+
está
associado a um aumento na formação de O2
--
via redu-
ção de PG2 a PGH2 pela enzima prostaglandina hidro-
peróxido que tem o NADH como coenzima (Giugliano
et al., 1996, Zhao, 2001).
3. Ativação de isoformas de proteína C quinase: al-
guns estudos mostram que o aumento nos níveis de
glicose ativa a via de síntese de novo de diacilglicerol
(DAG), o qual ativa várias isofor-
mas de proteína C quinase (PKC)
que são sinalizadores intracelula-
res importantes e estão envolvidos
na regulação de muitas funções vas-
culares (Figura 4).
A ativação de PKC, induzida
pela glicose leva a um aumento na
produção de matriz celular e cito-
quinas, assim como uma exacerba-
ção da contratilidade, permeabilida-
de e proliferação celular vascular;
ativação de fosfolipase A2 citosólica
e inibição de ATPase dependente de
Na+
/K+
.
Esses processos estão associados
a várias anormalidades nos tecidos
renal, cardiovascular e na retina
(Koya e King, 1998).
Além disso, PKC ativa NAD(P)H
oxidases na superfície das células
vasculares, levando a um aumento
na formação de EROs que contri-
buem para a fisiopatologia de vári-
as doenças vasculares como hiper-
colesterolemia, aterosclerose e hi-
pertensão (Inoguchiet al., 2003a e
b).
Recentemente, alguns autores
postularam que esses três mecanis-
mos principais, responsáveis pelos
danos oxidativos hiperglicêmicos,
na verdade, estariam interligados e
associados a um aumento na forma-
ção de espécies reativas do oxigê-
nio (estresse oxidativo), como mostrou Wajchenberg
(2002).
Assim, os pesquisadores propõem que o uso de an-
tioxidantes preveniria o desenvolvimento e a progres-
são das complicações da diabetes (Baynes, 1991, Nishi-
kawa et al., 2000, Schmidt e Stern, 2000).
Vários trabalhos com cultura de células e modelos
animais têm demonstrado que o aumento nos níveis de
glicose leva a um aumento da autoxidação, da forma-
ção de derivados glicados, de oxidação de LDL, dos
níveis de substâncias oxidantes e ativação de sinaliza-
dores de cascatas de reações como as isoformas de PKC
(Oberly, 1988, Giugliano et al., 1996, Nishikawa et al.,
2000). O estresse oxidativo pode também causar anor-
malidades na secreção e ação de insulina (Kuroki et
al., 2003).
As plantas medicinais com seus vários princípios
ativos e propriedades têm sido usadas desde os tem-
pos remotos para o tratamento da diabetes. Várias pes-
quisas sobre a atuação de produtos naturais nos diver-
sos mecanismos da fisiopatologia da diabetes têm sido
realizadas nas últimas décadas. Derivados fenólicos de
plantas, como catequina, epicatequina, epigalocatequi-
na, ácido tânico, isoflavonas exercem atividade inibi-
tória sobre enzimas α-amilase e α-glicosidase, contri-
buindo para a atividade supressora da hiperglicemia
pós-prandial de alguns produtos de origem vegetal
(Yoshikawaet al., 1998; Kobayashi et al., 2000a; Tiwari
e Rao, 2002; Ali et al., 2003; Bawden et al., 2002 e
2003).
Vários derivados fenólicos, glicosilados ou não,
FIG. 4 - Ativação de PKC e formação de EROs na hiperglicemia.
FIG. 3 - Via dos polióis ativada na hiperglicemia e espécies reativas.
53Rev. Bras. Farm., 87(2), 2006
mostraram potente atividade inibitória sobre as enzi-
mas aldose-redutase (Yoshikawa et al., 1998) e outros
mostraram inibir a absorção de glicose dependente de
Na+
nas paredes intestinais de ratos (Welsch; Lachan-
ce e Wasserman, 1989).
Derivados polifenólicos como catequina, epicatequi-
na, epigalocatequina, epicatequina galato entre outros,
além da atividade antioxidante, têm atividade inibido-
ra sobre as enzimas α-amilase e sucrase e também ini-
bem o transporte de glicose através do intestino pela
inibição do co-transportador de glicose dependente de
sódio - S-GLUT 1 (Kobayashi et al., 2000b).
Frações ricas em saponinas demonstraram ativida-
de inibitória sobre S-GLUT 1, assim como algumas iso-
flavonas da soja (Murakami et al., 1996; Valsa et al.,
1997; Lau et al., 1998; Tiwari e Rao, 2002).
Vários estudos têm sido realizados sobre a relação
estrutura-atividade de saponinas isoladas de várias
plantas e sua atividade hipoglicemiante (Yoshikawa et
al. 1996 e 1997a e b, Matsuda et al, 1998).
Glicirrizina, a principal substância das raízes do
alcaçuz (Glycyrrhiza glabra L.), inibe o transporte de
glicose mediado pelo transportador S-GLUT 1 e me-
lhora a tolerância à glicose ( Tiwari e Rao, 2002).
Estudos realizados demonstraram que o efeito anti-
diabético das fibras hidrossolúveis como da goma guar
e a galactomanana de Trigonella foenum graecum L.,
assim como da pectina e dos polissacarídeos contidos
em plantas parece estar relacionado com o aumento da
viscosidade do conteúdo gastrointestinal, diminuindo
assim a velocidade de esvaziamento gástrico e supri-
mindo ou retardando a absorção de carboidratos no
processo digestivo (Al-Habori e Raman, 1998; Tiwari e
Rao, 2002).
A capacidade de regeneração das células βpancreá-
ticas e o estímulo para a liberação de insulina por es-
sas células foram demonstrados para o extrato bruto de
Pterocarpus marsupium, sendo essas atividades atri-
buídas a epicatequina e a alguns flavonóides, como
liquiritigenina e pterosurpina, isolados dos extratos
brutos e testados (Jahromi et al., 1993; Tiwari e Rao,
2002).
Os extratos hidroalcoólicos hidrossolúveis de G.
sylvestre também demonstraram atividade regenera-
dora das células β das ilhotas pancreáticas e proprie-
dade potencializadora da liberação de insulina por es-
sas células em estudos feitos em animais de laborató-
rio (Persaud et al., 1999).
Os extratos de outras plantas como Anemarrhena
asphodeloides e Viscum album apresentaram ativida-
de estimulante sobre as células β pancreáticas (Gray e
Flatt, 1999; Srijayanta et al., 1999). Também os extratos
de Agaricus campestris mostraram atividade estimu-
lante para a liberação de insulina (Gray e Flatt, 1998).
A atividade dos extratos de algumas plantas usadas
no Brasil como hipoglicemiantes, Myrcia multiflora
(pedra-ume-caá), Punica granatum (romã) e Chryso-
balanus icaco (abajeru) foi avaliada por Pereira (1997).
Da Silva e Filho (2002) fizeram uma revisão dos
aspectos químicos e farmacológicos de várias espécies
do gênero Bauhinia as quais são descritas na medici-
na popular como antidiabéticas. Eles observaram que
algumas espécies já tiveram seus efeitos hipoglicemian-
tes comprovados em laboratório como é o caso de Bau-
hinia divaricata, B. candicans e B. forficata.
Os flavonóides presentes no extrato hidroalcoólico
de B. variegata também foram registrados como hipo-
glicemiantes em ratos com diabetes induzido por strep-
tozotocina.
Os efeitos anthiperglicemiante das frações semi-
purificadas de Marrubium vulgare e Wedelia paludo-
sa foram avaliados por Dutra et al. (2004).
O Syzygium cumini (= Eugenia jambolona, Myrta-
ceae), o jambolão, é amplamente utilizado na medici-
na popular brasileira no tratamento da diabetes melito.
Os estudos do extrato aquoso das cascas do jambolão
em ratos com diabetes induzido por aloxano não mos-
traram efeitos hipoglicimiantes significativos (Mazzanti
et al., 2003).
Também o extrato bruto hidroalcoólico de Averrhoa
carambola não apresentou atividades hipoglicemiante
e anti-hiperglicemiante nos modelos experimenais uti-
lizados por Gonçalves et al. (2005). Barbosa-Filho et
al. (2005), em um trabalho de revisão, indicam cerca
de 224 plantas e 40 substâncias isoladas de plantas
com atividade hipoglicemiante nas Américas Central,
do Norte e do Sul.
CONCLUSÃO
A diabetes está se tornando uma pandemia e mes-
mo com o surgimento dos novos fármacos para o trata-
mento e a prevenção, sua prevalência continua a ele-
var-se.
No Brasil, a diabetes já é um dos principais proble-
mas de saúde pública e o número de pessoas dentro do
chamado grupo de risco para o desenvolvimento de
NIDDM aumenta assustadoramente e atinge todas as
camadas sociais.
Há evidências de que o aumento na formação de
radicais livres e a redução da capacidade dos sistemas
fisiológicos de defesa antioxidante estão envolvidos na
patogênese e desenvolvimento das complicações da
diabetes.
A patogenicidade multifatorial da Diabetes mellitus
requer uma abordagem terapêutica baseada em dife-
rentes agentes para atuar nas diferentes característi-
cas da doença e nos seus diferentes estágios de evolu-
ção.
As atividades múltiplas benéficas encontradas nas
plantas medicinais, tais como, o controle do metabolis-
mo de carboidratos pelos vários mecanismos, a preven-
ção e restauração da integridade e função das células
β pancreáticas, a atividade estimulante da liberação de
insulina, a melhora da captação e utilização da glicose
e suas propriedades antioxidantes, faz das plantas um
excelente alvo de novos modelos terapêutico.
Portanto, pode-se concluir que substâncias naturais
antioxidantes com atividade hipoglicemiante seriam
agentes terapêuticos em potencial na prevenção e no
tratamento das complicações da diabetes.
REFERÊNCIAS
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Endereço para correspondência
Fabiola Dutra Rocha
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  • 1. 49Rev. Bras. Farm., 87(2): 49-54, 2006 Diabetes mellitus e estresse oxidativo: produtos naturais como alvo de novos modelos terapêuticos Diabetes mellitus and oxidative stress: natural products as target of new therapeutics types Fabíola D. Rocha1,2 ; Valéria L. Teixeira3 ; Renato C. Pereira3 & Maria Auxiliadora C. Kaplan1 Recebido em 20/5/2006 1 Farmacêutica - Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões /Campus Erechim - RS (URI - Campus Erechim); 2 Professora do Curso de Farmácia - URI Campus de Erechim; 3 Professor do Curso de Farmácia - Universidade de Passo Fundo - RS SUMMARY – The diabetes is becoming a pandemic and despite appearance of the news therapeutics for the treatment and prevention, its prevalence goes on to soar. Recent discoveries about the diabetic physio- pathology show that impairment in carbohydrate metabolism leads to the hyperglycemia coupled with an increase of free radicals generation and a reduction of the antioxidant defense systems capacities (oxi- dative stress), almost accompanied for metabolic alterations like lipidics and proteic dysfunctions. The hyperglycemic oxidative damage can lead to development of pathologies diabetes linked such as cata- ract, microangiopathies, nephropathies, atherosclerosis, infections and neurovascular dysfunctions. The natural products with their beneficial multiple activities such as manipulating carbohydrate metabolism by various mechanisms, preventing and restoring integrity and function of β-cells, insulin-releasing activity, improving glucose uptake and utilization and the antioxidant properties are able to combating the multifactorial pathogenicity of Diabetes mellitus. KEYWORDS – Diabetes mellitus, oxidative stress, natural products, antioxidant activity. RESUMO – A diabetes está se tornando uma pandemia e mesmo com o surgimento dos novos fármacos para o tratamento e a prevenção, sua prevalência continua a elevar-se. Recentes descobertas sobre a fisiopatolo- gia da diabetes mostram que o desequilíbrio no metabolismo de carboidratos leva a um quadro de hipergli- cemia, associado ao aumento na produção de radicais livres e depleção nos sistemas fisiológicos de defesa antioxidante (estresse oxidativo), quase sempre acompanhado por alterações metabólicas como disfunções lipídicas e protéicas. Os danos oxidativos hiperglicêmicos podem levar ao desenvolvimento de patologias associadas a diabetes como catarata, microangiopatias, nefropatias, aterosclerose, infecções e alterações neurológicas. Os produtos naturais com suas atividades múltiplas benéficas, tais como, o controle do meta- bolismo de carboidratos, a prevenção e restauração da integridade e função das células B pancreáticas, a atividade estimulante da liberação de insulina, a melhora da captação e utilização da glicose e suas proprie- dades antioxidantes, podem atuar na patogenicidade multifatorial da diabetes mellitus. PALAVRAS-CHAVE – Diabetes mellitus, estresse oxidativo, produtos naturais, atividade antioxidante. INTRODUÇÃO ADiabetes mellitus, hoje, é um dos principais pro- blemas de saúde pública em muitos países. Esti- ma-se que cerca de 143 milhões de pessoas em todo o mundo sofram de diabetes e acredita-se que esse nú- mero possa dobrar até 2030, admitindo-se até mesmo uma pandemia diabética. O Brasil estaria entre os 10 países (32 países estudados) com maior número de pessoas com diabetes (King et al., 1998). A Organização Mundial de Saúde (OMS, 1999) define Diabetes mellitus como uma desordem metabó- lica de etiologia múltipla, caracterizada por uma hi- perglicemia crônica que acarreta distúrbios no metabo- lismo de carboidratos, gorduras e proteínas resultan- tes de defeitos na secreção e/ou ação da insulina. Mecanismos homeostáticos mantêm os níveis de glicose sanguínea dentro de uma faixa estreita de 4,5- 5,5 mM/l. Este controle é realizado por modulação hor- monal, sendo, basicamente, dois os hormônios regula- dores: glucagon que é o hormônio responsável pelo estímulo da gliconeogênese pelo fígado nos períodos de jejum e a insulina, o hormônio que estimula a cap- tação e a utilização da glicose pelos músculos esquelé- ticos, músculo cardíaco e adipócitos, após a ingestão de alimentos ricos em carboidratos. Esses dois hormô- nios são secretados e liberados pelo pâncreas: gluca- gon pelas células alfa das ilhotas de Langerhans e a insulina pelas células B. Estados em que a homeosta- sia do metabolismo de carboidratos e lipídeos não é regulada de maneira apropriada pela insulina, resul- tam, primariamente, em um aumento dos níveis de gli- cose sanguínea em jejum e pós-prandial. Se esse de- sequilíbrio homeostático não for restabelecido, mas sim continuar por um período de tempo longo, expondo o sistema endócrino a uma sobrecarga, ocorre uma exa- cerbação dos distúrbios metabólicos que resulta em hi- perglicemia, a qual pode evoluir para a síndrome cha- mada Diabetes mellitus (Tiwari e Rao, 2002). Diabetes mellitus é um distúrbio endócrino no qual o metabolismo da glicose está alterado devido a uma perda total de insulina após destruição das células β Artigo Científico
  • 2. 50 Rev. Bras. Farm., 87(2), 2006 pancreáticas responsáveis pela produção e liberação de insulina – Diabetes mellitus dependente de insuli- na ou tipo 1 (IDDM) – ou devido a uma liberação ina- dequada de insulina pelas células β pancreáticas ou ainda uma insensibilidade à insulina pelos tecidos al- vos – Diabetes mellitus não dependente de insulina ou tipo 2 (NIDDM). A Diabetes mellitustipo 1 (IDDM) é uma desordem heterogênea e poligênica, representando 5 a 10% do total de casos. A Diabetes mellitus tipo 2 (NIDDM) é a mais co- mum, representa cerca de 90 a 95% dos casos e resulta de uma combinação de deficiência na secreção e/ou ação da insulina (Persaud et al, 1999). Todas as formas de diabetes, inerentes ou adquiri- das, são caracterizadas de acordo com Schmidt e Stern (2000), por: hiperglicemia; falta absoluta ou relativa de insulina (ou resistência à insulina); desenvolvimento de patologias micro e macrovasculares específicas da diabetes (retinopatias, nefropatias, desordens neuro- lógicas, amputação de membros inferiores). A hiperglicemia prolongada na diabetes causa uma variedade de mudanças patológicas em pequenos va- sos, artérias e nervos periféricos. As células do endoté- lio vascular tornam-se alvos primários dos danos hi- perglicêmicos por causa do fluxo contínuo de glicose através deles. A hiperglicemia também leva a um aumento na pro- dução de espécies reativas do oxigênio (EROs) dentro das células endoteliais da aorta. Além disso, a hiperglicemia induz a ativação de iso- formas de PK-C, o aumento na formação de derivados glicosilados e estimula um aumento no fluxo de glico- se na via das aldose-redutases, resultando em um acú- mulo de sorbitol (Sakurai e Tsuchiya, 1988, Hunt et al, 1988). Estes seriam os principais mecanismos metabó- licos pelos quais a hiperglicemia causa as complica- ções da diabetes com destruição tecidual (Baynes, 1991, Schimidt e Stern, 2000). Estudos mostram que além do aumento na forma- ção de RL, os sistemas fisiológicos de defesa antioxi- dante estão depledados na diabetes (Zhao, 2001). Por essa razão, vários pesquisadores têm usado modelos de animais diabéticos, pacientes diabéticos e cultura de células vasculares para avaliar o efeito de antioxidantes clássicos, como as vitaminas C e E, o β- caroteno, o ácido lipóico, entre outros, na prevenção e no tratamento das complicações da diabetes (Oberly, 1988, Giugliano e Paolisso, 1996; Nishikawa etal., 2000; Tiwari, 2001; Zhao, 2001; Inoughi et al., 2003 a). Fitoterápicos identificados de plantas medicinais tradicionais parecem representar uma oportunidade empolgante para o desenvolvimento de novas classes terapêuticas. O interesse sobre as plantas medicinais para o tra- tamento de diabetes se justifica, principalmente, por mostrarem efeitos benéficos múltiplos no combate a di- abetes e complicações a ela relacionadas (Al-Habori e Raman, 1998). Abordagens sobre a fisiopatologia da diabetes A insulina é produzida pelas células β das ilhotas de Langerhans do pâncreas, como resposta direta à hiperglicemia. Após a ingestão, os carboidratos da dieta são hidro- lisados por enzimas digestivas a monossacarídeos como a glicose, a frutose e a galactose. A liberação de glicose na corrente circulatória é o estímulo primário para as células β pancreáticas secre- tarem e liberarem insulina. As células β pancreáticas são permeáveis à glicose via proteína transportadora de glicose GLUT 2. Portanto, a concentração de glicose sanguínea de- termina seu fluxo através da glicólise, ciclo do ácido cítrico e geração de ATP. O aumento na concentração de ATP inibe os canais de K+ sensíveis ao ATP causando despolarização da membrana das células β, levando a um aumento do influxo de Ca2+ , via canais de Ca2+ sensíveis à volta- gem, e o aumento na concentração intracelular de Ca2+ estimula a exocitose de insulina (Jones et al., 1988). Estudos recentes, in vitro, demonstraram uma cor- relação entre a exposição das ilhotas pancreáticas a níveis elevados de glicose sanguínea por um período prolongado, com a ineficiência dessas células na libe- ração de insulina através do estímulo pela glicose (Ya- seen et al., 1982; Xia e Laychock, 1993). Um dos efeitos da insulina é estimular a captação de glicose pelos tecidos alvos, sendo esse trabalho fa- cilitado pelo transportador de glicose dependente de insulina, GLUT 4, presente nos músculos esqueléticos, no músculo cardíaco e no tecido adiposo. DISCUSSÃO O estresse oxidativo e os danos teciduais resultan- tes são marcas de doenças crônicas e a diabetes não é exceção. A resistência à insulina ou a falta absoluta da mesma, resulta no comprometimento do controle meta- bólico da glicemia, culminando com um quadro de hi- perglicemia que é considerado o fator de risco clássico para o desenvolvimento das chamadas complicações da diabetes (Tiwari, 2002). Essas complicações são caracterizadas por altera- ções patológicas variadas em pequenos vasos, em ar- térias e em nervos periféricos, principalmente naque- les tecidos onde a captação de glicose independe de insulina, como na retina, no cristalino, nos rins e nos nervos periféricos (Giugliano et al., 1996). O quadro de hiperglicemia em diabetes está quase sempre acompanhado de disfunções lipídicas (dislipi- demias e aumento de ácidos graxos livres) e protéicas (inativação de enzimas e fragmentação de proteínas, entre outras) (Kuroki et al., 2003). Essas alterações metabólicas podem levar ao desenvolvimento de pato- logias associadas a diabetes como catarata, microan- giopatias, nefropatias, aterosclerose, infecções e alte- rações neurológicas (King e Brownlee, 1996, Uchida, 2000, Lee et al., 2003). São considerados três mecanismos bioquímicos prin- cipais envolvidos na patogênese da hiperglicemia e a relevância de cada um deles tem sido estudada em modelos animais e cultura de tecidos: 1. Formação de produtos finais da glicação avan- çada e/ou autoxidação de monossacarídeos (AGE): pro- move modificações das proteínas plasmáticas e lipíde- os associados, assim como também de proteínas de membrana e de tecidos. Há evidências de que esses processos estejam relacionados à rigidez prematura das artérias e articulações, assim como diminuição da ca- pacidade vital dos pulmões que ocorrem na diabetes. A glicação também seria um fator de risco para o desenvolvimento de catarata e aterosclerose (Wolff e
  • 3. 51Rev. Bras. Farm., 87(2), 2006 Dean, 1987, Harding e Beswick, 1988, Wolff e Dean, 1988, Brownlee, 1995). Os açúcares redutores, como a glicose, podem so- frer uma reação de adição nucleofílica com os grupos amino livres das proteínas (Figura 1), formando imi- nas (base de Schiff) as quais sofrem rearranjo e dão origem a produtos relativamente estáveis chamados produtos de Amadori (cetoaminas). Esse processo é reversível e pode ocorrer a disso- ciação quando o nível de glicose sanguínea volta ao normal. No entanto, podem ocorrer, subseqüentemen- te, reações de rearranjo, desidratação e oxidação que resultam na formação de derivados α-dicarbonilados (deoxiglucosonas) e outros intermediários reativos. Esses derivados são mais reativos do que os açúca- res que lhe deram origem e formam ligações irreversí- veis com grupos amino livres de proteína para formar ligações cruzadas estáveis (Sakurai e Tsuchiya, 1988, Wolff et al., 1991). No processo de glicação, além de formação de liga- ções cruzadas entre proteínas e fragmentação das mes- mas, pode ocorrer formação de espécies mais reativas. O processo de autoxidação ocorre quando os açúca- res redutores sofrem enolização e reduzem a molécula de oxigênio (Figura 2), em condições fisiológicas, na presença de metais de transição, resultando em inter- mediários oxidantes, tais como O2 -- , H2 O2 e • OH e α- cetoaldeídos (reagem ainda mais facilmente com as pro- teínas), os quais podem causar danos a biomoléculas como lipídeos, DNA e proteínas e, ainda, podem des- truir as células β-pancreáticas (Hunt et al., 1990, Zyzak et al., 1995, Elgawish et al., 1996). As alterações funcionais e estruturais das macromo- léculas advêm da exposição das mesmas aos altos ní- veis de glicose, o que leva à formação de ligações co- valentes de monossacarídeos aos grupos amino das proteínas, resultando em alterações nas cargas super- ficiais (bloqueio do grupo amino cancela cargas positi- FIG. 1 - Processo de glicação não enzimática. Adição de glicose a proteínas com subseqüente degradação do produto de glicação. Formação de deoxiglicosanas que reagem com proteínas para formar AGEs. FIG. 2 - Autoxidação de monossacarídeos redutores. AGE: produtos finais de glicação não enzimática avançada. vas), na capacidade de fazer liga- ção hidrogênio, no reconhecimento celular e/ou formação de produtos complexos (derivados α-dicarboni- lados) capazes de fazerem ligações cruzadas inter-/intramoleculares estáveis e irreversíveis (Hunt et al., 1988). O acúmulo desses produtos fi- nais de glicação avançada é comum no processo de envelhecimento, na aterosclerose e na Diabetes melli- tus e está associado, especialmen- te, a proteínas de vida longa como o colágeno, o cristalino e proteínas dos nervos (Yim et al., 1995). Obs: a JCBN, comissão de nomencla- tura em Bioquímica da IUPAC-IUB, reco- menda o uso do termo glicação para qual- quer reação que ligue um açúcar a uma proteína, seja catalisada por enzima ou não. O produto da reação é uma proteína glicada (Roth, 1983). 2. Aumento do fluxo através da via dos polióis: o aumento nos ní- veis de glicose leva a um aumento da atividade das enzimas aldose- redutase e sorbitol-desidrogenase e, conseqüentemente, acúmulo intra- celular de sorbitol e frutose, além de uma diminuição na relação NA- DPH/NADP+ e um aumento na re- lação NADH/NAD+ (Figura 3) (Sch- midt e Stern, 2000, Pfaffly, 2001, Zhao, 2001). O estresse osmótico causado pelo acúmulo de sorbitol parece ser o fator mais importante para o de- senvolvimento da catarata diabéti- ca. Em relação à neuropatia diabé- tica, o estresse oxidativo promovi- do pelo aumento no fluxo de glico- se pela via dos polióis parece ser um fator mais importante para seu desenvolvimento do que os altos níveis de sorbitol (Chung et al., 2003).
  • 4. 52 Rev. Bras. Farm., 87(2), 2006 O aumento nos níveis de frutose leva a um aumento na formação de seus derivados frutose-3-fosfato e 3- deoxiglicosonas que são agentes da glicação não enzi- mática mais potentes do que a glicose e, portanto, o fluxo de glicose na via dos polióis pode aumentar a formação de AGEs. As mudanças nas relações NADPH/NADP+ e NADH/ NAD+ causam alterações em vários sistemas celulares. A depleção no estoque de NADPH das células pode inibir outras enzimas que sejam dependentes dessa coenzima como o sistema glutationa redox (reciclagem de GSH) e NO-sintase (formação de óxido nítrico). A diminuição dos níveis de GSH aumenta a susceti- bilidade das células endoteliais à ação do H2O2 e ci- totoxicidade de xenobióticos (sistema citocromo P450 tam- bém fica comprometido) (Giugliano et al., 1996). Estudos recentes mostram que a vasodilatação de- pendente do endotélio está comprometida nos pacien- tes diabéticos, em função da diminuição da liberação de NO, o qual é um vasodilatador endógeno potente e que modula o tônus vascular pelo aumento na produ- ção de GMPc, resultando em disfunção endotelial que promove a aterosclerose. Além disso, o aumento na relação NADH/NAD+ está associado a um aumento na formação de O2 -- via redu- ção de PG2 a PGH2 pela enzima prostaglandina hidro- peróxido que tem o NADH como coenzima (Giugliano et al., 1996, Zhao, 2001). 3. Ativação de isoformas de proteína C quinase: al- guns estudos mostram que o aumento nos níveis de glicose ativa a via de síntese de novo de diacilglicerol (DAG), o qual ativa várias isofor- mas de proteína C quinase (PKC) que são sinalizadores intracelula- res importantes e estão envolvidos na regulação de muitas funções vas- culares (Figura 4). A ativação de PKC, induzida pela glicose leva a um aumento na produção de matriz celular e cito- quinas, assim como uma exacerba- ção da contratilidade, permeabilida- de e proliferação celular vascular; ativação de fosfolipase A2 citosólica e inibição de ATPase dependente de Na+ /K+ . Esses processos estão associados a várias anormalidades nos tecidos renal, cardiovascular e na retina (Koya e King, 1998). Além disso, PKC ativa NAD(P)H oxidases na superfície das células vasculares, levando a um aumento na formação de EROs que contri- buem para a fisiopatologia de vári- as doenças vasculares como hiper- colesterolemia, aterosclerose e hi- pertensão (Inoguchiet al., 2003a e b). Recentemente, alguns autores postularam que esses três mecanis- mos principais, responsáveis pelos danos oxidativos hiperglicêmicos, na verdade, estariam interligados e associados a um aumento na forma- ção de espécies reativas do oxigê- nio (estresse oxidativo), como mostrou Wajchenberg (2002). Assim, os pesquisadores propõem que o uso de an- tioxidantes preveniria o desenvolvimento e a progres- são das complicações da diabetes (Baynes, 1991, Nishi- kawa et al., 2000, Schmidt e Stern, 2000). Vários trabalhos com cultura de células e modelos animais têm demonstrado que o aumento nos níveis de glicose leva a um aumento da autoxidação, da forma- ção de derivados glicados, de oxidação de LDL, dos níveis de substâncias oxidantes e ativação de sinaliza- dores de cascatas de reações como as isoformas de PKC (Oberly, 1988, Giugliano et al., 1996, Nishikawa et al., 2000). O estresse oxidativo pode também causar anor- malidades na secreção e ação de insulina (Kuroki et al., 2003). As plantas medicinais com seus vários princípios ativos e propriedades têm sido usadas desde os tem- pos remotos para o tratamento da diabetes. Várias pes- quisas sobre a atuação de produtos naturais nos diver- sos mecanismos da fisiopatologia da diabetes têm sido realizadas nas últimas décadas. Derivados fenólicos de plantas, como catequina, epicatequina, epigalocatequi- na, ácido tânico, isoflavonas exercem atividade inibi- tória sobre enzimas α-amilase e α-glicosidase, contri- buindo para a atividade supressora da hiperglicemia pós-prandial de alguns produtos de origem vegetal (Yoshikawaet al., 1998; Kobayashi et al., 2000a; Tiwari e Rao, 2002; Ali et al., 2003; Bawden et al., 2002 e 2003). Vários derivados fenólicos, glicosilados ou não, FIG. 4 - Ativação de PKC e formação de EROs na hiperglicemia. FIG. 3 - Via dos polióis ativada na hiperglicemia e espécies reativas.
  • 5. 53Rev. Bras. Farm., 87(2), 2006 mostraram potente atividade inibitória sobre as enzi- mas aldose-redutase (Yoshikawa et al., 1998) e outros mostraram inibir a absorção de glicose dependente de Na+ nas paredes intestinais de ratos (Welsch; Lachan- ce e Wasserman, 1989). Derivados polifenólicos como catequina, epicatequi- na, epigalocatequina, epicatequina galato entre outros, além da atividade antioxidante, têm atividade inibido- ra sobre as enzimas α-amilase e sucrase e também ini- bem o transporte de glicose através do intestino pela inibição do co-transportador de glicose dependente de sódio - S-GLUT 1 (Kobayashi et al., 2000b). Frações ricas em saponinas demonstraram ativida- de inibitória sobre S-GLUT 1, assim como algumas iso- flavonas da soja (Murakami et al., 1996; Valsa et al., 1997; Lau et al., 1998; Tiwari e Rao, 2002). Vários estudos têm sido realizados sobre a relação estrutura-atividade de saponinas isoladas de várias plantas e sua atividade hipoglicemiante (Yoshikawa et al. 1996 e 1997a e b, Matsuda et al, 1998). Glicirrizina, a principal substância das raízes do alcaçuz (Glycyrrhiza glabra L.), inibe o transporte de glicose mediado pelo transportador S-GLUT 1 e me- lhora a tolerância à glicose ( Tiwari e Rao, 2002). Estudos realizados demonstraram que o efeito anti- diabético das fibras hidrossolúveis como da goma guar e a galactomanana de Trigonella foenum graecum L., assim como da pectina e dos polissacarídeos contidos em plantas parece estar relacionado com o aumento da viscosidade do conteúdo gastrointestinal, diminuindo assim a velocidade de esvaziamento gástrico e supri- mindo ou retardando a absorção de carboidratos no processo digestivo (Al-Habori e Raman, 1998; Tiwari e Rao, 2002). A capacidade de regeneração das células βpancreá- ticas e o estímulo para a liberação de insulina por es- sas células foram demonstrados para o extrato bruto de Pterocarpus marsupium, sendo essas atividades atri- buídas a epicatequina e a alguns flavonóides, como liquiritigenina e pterosurpina, isolados dos extratos brutos e testados (Jahromi et al., 1993; Tiwari e Rao, 2002). Os extratos hidroalcoólicos hidrossolúveis de G. sylvestre também demonstraram atividade regenera- dora das células β das ilhotas pancreáticas e proprie- dade potencializadora da liberação de insulina por es- sas células em estudos feitos em animais de laborató- rio (Persaud et al., 1999). Os extratos de outras plantas como Anemarrhena asphodeloides e Viscum album apresentaram ativida- de estimulante sobre as células β pancreáticas (Gray e Flatt, 1999; Srijayanta et al., 1999). Também os extratos de Agaricus campestris mostraram atividade estimu- lante para a liberação de insulina (Gray e Flatt, 1998). A atividade dos extratos de algumas plantas usadas no Brasil como hipoglicemiantes, Myrcia multiflora (pedra-ume-caá), Punica granatum (romã) e Chryso- balanus icaco (abajeru) foi avaliada por Pereira (1997). Da Silva e Filho (2002) fizeram uma revisão dos aspectos químicos e farmacológicos de várias espécies do gênero Bauhinia as quais são descritas na medici- na popular como antidiabéticas. Eles observaram que algumas espécies já tiveram seus efeitos hipoglicemian- tes comprovados em laboratório como é o caso de Bau- hinia divaricata, B. candicans e B. forficata. Os flavonóides presentes no extrato hidroalcoólico de B. variegata também foram registrados como hipo- glicemiantes em ratos com diabetes induzido por strep- tozotocina. Os efeitos anthiperglicemiante das frações semi- purificadas de Marrubium vulgare e Wedelia paludo- sa foram avaliados por Dutra et al. (2004). O Syzygium cumini (= Eugenia jambolona, Myrta- ceae), o jambolão, é amplamente utilizado na medici- na popular brasileira no tratamento da diabetes melito. Os estudos do extrato aquoso das cascas do jambolão em ratos com diabetes induzido por aloxano não mos- traram efeitos hipoglicimiantes significativos (Mazzanti et al., 2003). Também o extrato bruto hidroalcoólico de Averrhoa carambola não apresentou atividades hipoglicemiante e anti-hiperglicemiante nos modelos experimenais uti- lizados por Gonçalves et al. (2005). Barbosa-Filho et al. (2005), em um trabalho de revisão, indicam cerca de 224 plantas e 40 substâncias isoladas de plantas com atividade hipoglicemiante nas Américas Central, do Norte e do Sul. CONCLUSÃO A diabetes está se tornando uma pandemia e mes- mo com o surgimento dos novos fármacos para o trata- mento e a prevenção, sua prevalência continua a ele- var-se. No Brasil, a diabetes já é um dos principais proble- mas de saúde pública e o número de pessoas dentro do chamado grupo de risco para o desenvolvimento de NIDDM aumenta assustadoramente e atinge todas as camadas sociais. Há evidências de que o aumento na formação de radicais livres e a redução da capacidade dos sistemas fisiológicos de defesa antioxidante estão envolvidos na patogênese e desenvolvimento das complicações da diabetes. A patogenicidade multifatorial da Diabetes mellitus requer uma abordagem terapêutica baseada em dife- rentes agentes para atuar nas diferentes característi- cas da doença e nos seus diferentes estágios de evolu- ção. As atividades múltiplas benéficas encontradas nas plantas medicinais, tais como, o controle do metabolis- mo de carboidratos pelos vários mecanismos, a preven- ção e restauração da integridade e função das células β pancreáticas, a atividade estimulante da liberação de insulina, a melhora da captação e utilização da glicose e suas propriedades antioxidantes, faz das plantas um excelente alvo de novos modelos terapêutico. Portanto, pode-se concluir que substâncias naturais antioxidantes com atividade hipoglicemiante seriam agentes terapêuticos em potencial na prevenção e no tratamento das complicações da diabetes. REFERÊNCIAS 1. Al-Habori, M. e Raman, A. Antidiabetic and Hypocholesterolaemic Effects of Fenugreek. Phytother. Res. 1998 (12): 233-242. 2. Ali, H.; Raman, A e Houghton, P. J. α-Amylase inhibition in Malaysian local plants. J. Pharm. Pharmacol. 2003 55 (suppl):S 31. 3. Bawden, K.; Quant, J. e Raman, A. 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