2. Caridade é palavra que é muito ouvida e pouco praticada.
Muitos se reconhecem caridosos, poucos realmente o são.
Para bom aproveitamento da lição, é preciso que se entenda
o que é a caridade.
3. Paulo de Tarso compreendeu o que era caridade,
conforme nos diz Kardec no capítulo XV do Evangelho
Segundo o Espiritismo:
"De tal modo compreendeu S. Paulo essa grande
verdade, que disse: Quando mesmo eu tivesse a
linguagem dos anjos; quando tivesse o dom de
profecia, que penetrasse todos os mistérios; quando
tivesse toda a fé possível, até ao ponto de transportar
montanhas, se não tiver caridade, nada sou. Dentre
estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade, a
mais excelente é a caridade. Coloca assim, sem
equívoco, a caridade acima até da fé. É que a caridade
está ao alcance de toda gente: do ignorante, como do
sábio, do rico, como do pobre, e independe de qualquer
crença particular.
Faz mais: define a verdadeira caridade, mostra-a não só
na beneficência, como também no conjunto de todas as
qualidades do coração, na bondade e na benevolência
para com o próximo."
4. São Vicente a coloca como
pressuposto de qualquer outra
virtude: "A caridade é a virtude
fundamental que deve sustentar
todo o edifício das virtudes
terrenas. Sem ela não existem as
outras. Sem caridade não há fé nem
esperança, porque sem a caridade
não há esperança de uma sorte
melhor, nem interesse moral que nos
guie. Sem a caridade não há fé,
porque a fé é um puro raio que faz
brilhar uma alma caridosa; ela é a
sua consequência decisiva." (Revista
Espírita Agosto de 1858)
5. Mas é na Revista Espírita de 1862 que encontramos um dos textos mais belos já
escritos sobre a caridade:
"Eu sou a Caridade, sim, a verdadeira Caridade. Em nada me
pareço com a caridade cujas práticas seguis. Aquela que entre vós
usurpou o meu nome é fantasista, caprichosa, exclusiva, orgulhosa.
Venho premunir-vos contra os defeitos que, aos olhos de Deus,
empanam o mérito e o brilho de suas boas ações. Sede dóceis às
lições que o Espírito de Verdade vos dá por minha voz. Segui-me,
meus fiéis! Eu sou a Caridade.
Segui-me. Conheço todos os infortúnios, todas as dores, todos os
sofrimentos, todas as aflições que assediam a Humanidade. Sou a
mãe dos órfãos, a filha dos velhos, a protetora e suporte das viúvas.
Curo as chagas infectas; trato de todos os doentes; visto, alimento e
abrigo os que nada têm; subo aos mais humildes tugúrios e às mais
miseráveis mansardas; bato à porta dos ricos e poderosos porque
onde quer que exista uma criatura humana, há, sob a máscara da
felicidade, dores amargas e cruciantes. Oh! Como é grande minha
tarefa! Não poderei cumpri-la se não vierdes em meu auxílio. Vinde
a mim! Eu sou a Caridade.
6. Não tenho preferência por ninguém. Jamais digo aos que de mim necessitam: “Tenho
os meus pobres; procurai alhures.” Oh! falsa caridade, quanto mal fazes! Amigos, nós
nos devemos a todos. Crede-me. Não recuseis assistência a ninguém. Socorrei-vos uns
aos outros com bastante desinteresse para não exigirdes reconhecimento da parte dos
que tiverdes socorrido. A paz do coração e da consciência é a suave recompensa de
minhas obras. Eu sou a verdadeira Caridade.
Ninguém sabe na Terra o número e a natureza de meus benefícios.
Só a falsa caridade fere e humilha aqueles a quem beneficia. Evitai esse funesto desvio.
As ações desse gênero não têm mérito perante Deus e atraem a sua cólera. Só ele deve
saber e conhecer os generosos impulsos de vossos corações, quando vos tornais os
dispensadores de seus benefícios. Guardai-vos, pois, amigos, de dar publicidade à
prática da assistência mútua. Não mais lhe deis o nome de esmola. Crede em mim. Eu
sou a Caridade.
Tenho tantos infortúnios a aliviar que por vezes tenho os seios e as mãos vazios. Venho
dizer-vos que espero em vós. O Espiritismo tem como divisa Amor e Caridade, e todos
os verdadeiros espíritas quererão, no futuro, conformar-se a esse sublime preceito
ensinado pelo Cristo há dezoito séculos. Segui-me, pois, irmãos, e eu vos conduzirei ao
Reino de Deus, nosso pai. Eu sou a Caridade." ADOLFO, bispo de Argel.
7. Cientes, então, a que se refere esta
palavra, estamos aptos a iniciar a lição
do livro Roteiro, com Emmanuel:
"Antes de Jesus, a
caridade é desconhecida."
Impactante a afirmativa de Emmanuel.
Jesus inaugura nova era para a
humanidade. Seu exemplo sublime nos
remete a uma nova forma de viver. Não
mais a força, o poder, a justiça, mas o
amor disciplinando nossos
pensamentos e ações. Ainda não
alcançamos este novo mundo, mas é
certo, que estamos a caminho.
8. Segue a lição:
"Os monumentos das civilizações antigas não se reportam à
divina virtude."
As sete maravilhas construídas pelo homem dão testemunho de
poder, inteligência, ousadia, destreza e inúmeras outras
qualidades tão festejadas pelos homens em todos os tempos,
porém o que nós construímos, a nossa história enquanto
humanidade não nos remete à caridade, divina virtude.
Emmanuel passa a enumerar obras humanas e cabe a nós,
estudiosos de sua obra, sondar a sua intenção ao colocar no texto
sobre Evangelho e Caridade tais feitos realizados pela
humanidade, por nós mesmos, em outras vidas. Considerando
que o benfeitor não costuma desperdiçar palavras, muito pelo
contrário, usa-as com destreza e reconhecida capacidade de
síntese, cremos que as citações são oportunidades de
aprendizado e reflexão. Ao que passamos a analisa-las.
9. " Os destroços do palácio de Nabucodonosor, no solo em que ser
erguia a grandeza de Babilônica, falam simplesmente de fausto e
poder que os séculos consumiram.“ Roteiro
"Nabucodonosor II, governou durante 42 anos o Segundo Império Babilônico.
Ficou famoso pela construção dos Jardins Suspensos da Babilônia e pela
destruição de Jerusalém e seu Templo Nabucodonosor II ou Nebucadrezar ( 632
a.C.- 562 a.C.) é o filho e sucessor do Rei Nabopolasar, que fundou o segundo
império babilônico (ou caldeu), sobre as ruínas do Império Assírio. Seu nome
em hebraico, nebukadrezzar, é a transliteração do acadiano, Nabu-cudurri-
utsur, que talvez significa “Nabu (deus) protegeu os direitos de sucessão ou
minha herança”. (Fonte: http://universodahistoria.blogspot.com.br/2010/09/o-
imperio-de-nabucodonosor.html)
10. As coisas materiais que tanto
ocuparam este rei passaram,
qual sua herança? Ruínas.
O que estamos construindo
em nossa passagem pela
terra? Acumulando bens
materiais que cedo ou tarde
se transformarão em ruínas?
Construir e destruir foram os
verbos usados para definir
este rei e seu legado. O que
estamos construindo e
destruindo em nossa
existência? Como
gostaríamos de ser
lembrados?
11. Sigamos em frente com a lição.
"Nas lembranças do Egito glorioso, as Pirâmides não
se referem à compaixão." Roteiro
Quem já visitou a cidade do Cairo teve a oportunidade de
deslumbrar-se com estas construções que atravessam os milênios e
nos remetem ao antigo Egito. Mas, pergunta-se, qual a razão de sua
existência? Com que propósito foram edificadas estas pirâmides?
12. " (...) as pirâmides eram construídas para ser o túmulo do faraó, ou seja, o corpo
do faraó seria ali preservado até este retornar da morte, para viver eternamente.
Quando ocorria a morte de algum faraó, todos os seus empregados, sacerdotes,
escribas e animais domesticados eram sacrificados e colocados nas pirâmides
(túmulos) juntamente com o corpo do faraó. Além disso, todos os objetos valiosos,
joias e ornamentos eram colocados na pirâmide. Isso era feito para que o faraó
encontrasse todos os seus empregados, sacerdotes, animais e riquezas quando
voltasse à vida. Geralmente os túmulos dos faraós eram de difícil acesso para
evitar roubos e saques. (Fonte: http://m.mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/piramides-
egipcias.htm)
Imagine se ao morrer o Prefeito de sua cidade, todos os moradores também
tivessem suas vidas ceifadas? O poder e o interesse do faraó estavam acima da
vida e do sentimento das pessoas, como nos noticia Emmanuel, ausência de
compaixão.
Não obstante o exemplo ser de extremo, onde vidas eram ceifadas em decorrência
da morte do faraó, precisamos trazer a lição para os nossos dias. Muitas vezes
caminhamos pautando nossas vidas apenas em nossos interesses, em nosso bem
estar, agindo como se apenas a nossa vida fosse importante. A compaixão nos
chama a olhar para o outro como irmão, a buscar,
também, o atendimento das necessidades alheias
e não apenas as nossas.
13. Sigamos em frente com Emmanuel.
"Os famosos hipogeus de Persépolis são atestados de orgulho racial."
Roteiro
Vejamos a descrição do Palácio de Persépolis: "O Palácio de Persépolis era
decorado com relevos que proclamavam a glória dos persas sobre as demais
nações. A escadaria du- pla, simétrica, que leva à sala de audiências (apadana)
foi decorada lateralmente com relevos de fi leiras de pessoas em marcha
solene, dignitários e portadores de tributos, numa típica demonstração de
submissão ao poderio persa. No exterior, relevos com batalhas de animais
fantásticos e os Imortais, os guardas de elite do rei, numa nítida demonstração
do poderio militar persa. Acima deles, entre duas esfi nges, a representação do
deus persa Ahura-Mazdâh (um disco alado que deveria conter na parte superior
uma fi gura antro- pomorfa), o senhor da luz, do Bem, criador de todas as
coisas. Assim, são característicos das construções aquemênidas dois elementos:
a coluna em pedra e as vergas de madeira, que possibilitaram a edifi cação das
altas salas dos palácios de Passárgada, Susa e Persé- polis. A coluna persa típica
tem fuste canelado (infl uência grega da ordem jônia) e seu capitel é composto
por duas cabeças de touros (infl uência assíria). Há variantes com capitéis com
leões e grifos."
14. "O luxo e a grandiosidade desses palácios são descritos por uma
inscrição de Dario em Susa que diz: Este Palácio que eu construí em
Susa, seus materiais foram trazidos de bem longe. O que foi cavado na
terra, o que foi amontoado de cascalhos, foi o povo babilônico que o
fez. O cedro foi trazido do monte Líbano. Babilônios trouxeram-no
até Babilônia e os cários e os jônios – os deportados – de Babilônia
até Susa. A madeira de teça foi trazida da Índia; o ouro, de Sardes e de
Bactriana; o lápis- lazúli e o cinábrio, da Sogdiana; as turquesas, da
Carasmia; a prata e o chumbo, do Egito; os materiais que decoram as
paredes, da Jônia; o marfi m, da Etiópia, da Índia e da Aracósia; as
colunas de pedra, da Cária. Os entalhadores de pedra eram jônios e
lídios; os ourives, lídios e egípcios; os fabricantes de tijolos,
babilônios; os homens que enfeitaram as paredes, medos e egípcios.
Em Susa foi realizado um trabalho esplêndido. Possa Ahura-Mazda
proteger-me ...” (GIOR- DANI, 1969, p.283). Assim, mão-de-obra e
materiais eram importados de todo o Império para a glória persa. Há
indícios de que os palácios possuíam deslumbrantes jardins de desenho
geométrico, alimentados por um sistema de canais de irrigação. "
(Fonte: historia-da-arte-2007-livro/8)
15. Cultuamos a simplicidade? Como é nosso lar? Certamente não moramos em um
palácio como este descrito, mas será que precisamos de tantas coisas, tantos
bens?
Não somos páginas em branco, somos espíritos milenares. Poucos se recordam
ou tem notícias de suas vidas passadas, porém, os espíritos nos dizem que as
reconheceremos pelas nossas tendências inferiores nesta vida. Assim, saibamos
observar com cuidado a cada uma destas características que Emmanuel nos está
ofertando, através destas civilizações. Se estivemos lá, talvez, algo dentro de
nós ainda transite por estas esferas de orgulho, de apego as coisas.
16. Vejamos mais um trecho:
"As muralhas da China
traduzem a preocupação
de defesa." Roteiro
17. Durante muito tempo pensou-se que a Grande Muralha fora construída
para proteger o Império Chinês contra a ameaça de invasão por tribos
vizinhas. Na verdade, porém, o Império Qin não corria qualquer perigo
em relação às tribos do norte quando a muralha começou a ser
construída. Apenas os Hsiung-nu se haviam fixado significativamente
no território chinês, e mesmo estes pouco resistiram quando o exército
de Meng T’ien os expulsou da região de Ordos. A muralha seria uma
defesa contra ataques futuros, mas o custo em vidas humanas parece
excessivo para uma estrutura que não era uma necessidade imediata. A
idéia da muralha pode ter nascido da obsessão de Shi Huang Di pela
segurança e da sua paixão por grandes projetos. Porém, pode ter havido
razões mais pragmáticas: a muralha seria um local conveniente para
onde enviar os desordeiros e fazê-los trabalhar. A construção da
muralha também dava emprego aos milhares de soldados sem trabalho,
depois que a formação do império pôs fim à guerra entre os estados.
Além disso, logo que a muralha ficasse terminada, teriam de ser
colocados soldados em toda a sua extensão, assegurando-se assim que
grande parte do exército seria mantida bem longe do capital. (Fonte:
Livro Grandes Acontecimentos que Transformaram o Mundo)
18. Preocupação de defesa, eis o sentimento que
motivou a construção desta grandeza que a
humanidade reverencia.
Quantos de nós, também, erguemos muralhas
psicológicas impedindo que o outro se
aproxime? Justificamos que as pessoas são
desonestas, não confiáveis e nos confinamos
em nossas vidas, deixando de nos abrir para
as experiências que a vida pode nos oferecer.
É certo que os dias atuais nos recomendam
prudência, mas é preciso discernir nossas
verdadeiras intenções. A muralha da China
representa um sentimento muito comum em
nossos dias, vivemos na defensiva e muitas
vezes o perigo é só imaginado, não existe
efetivamente. E este sentimento nos isola,
nas faz viver distante dos que necessitam de
nós e de quem necessitamos. Eis o alerta, a
lição que este povo nos deixa e que
Emmanuel, sabiamente, nos traz para
avaliação e reflexão.
19. "Nos velhos santuários da Índia, o
Todo-Poderoso é venerado por
milhões de fiéis, indiscutivelmente
sinceros, mas deliberadamente
afastados dos semelhantes,
nascidos na condição de párias
desprezíveis." Roteiro
20. A Índia é um lugar procurado por
muitos no mundo para aprimoramento
espiritual, busca-se na meditação, nos
exercícios milenares da ioga e em
outros tantos ensinamentos valorosos
deste povo um maior equilíbrio. Certo
é que este mesmo povo que tanto nos
ensina, não conseguiu afastar da sua
forma de viver a separação que as
castas promovem, gerando
desigualdade social e muito pobreza.
Observar esta conduta nos leva a
refletir que é preciso cuidado com o
culto externo, com rituais que
aparentemente nos fazem bem mas
não nos tornam pessoas melhores e
mais fraternas.
21. "A acrópole de Atenas,
com as suas colunas respeitáveis,
é louvor à inteligência.“ Roteiro
22. A Grécia nos ofereceu filósofos como Sócrates, não obstante não
encontrou em seus alicerces sustentáculo para as dores e dificuldades
do caminho.
A inteligência move o mundo e nos traz, a todo instante, melhorias,
porém, quando anda sozinha cai sempre em excessos que a fazem
sucumbir em si mesma.
O próprio Emmanuel nos adverte " “O sentimento e a sabedoria são as
duas asas com que a alma se elevará para a perfeição infinita. No
círculo acanhado do orbe terrestre, ambos são classificados como
adiantamento moral e adiantamento intelectual, mas, como estamos
examinando os valores propriamente do mundo, em particular,
devemos reconhecer que ambos são imprescindíveis ao progresso,
sendo justo, porém, considerar a superioridade do primeiro sobre o
segundo, porquanto a parte intelectual sem a moral pode oferecer
numerosas perspectivas de queda, na repetição das experiências,
enquanto que o avanço moral jamais será excessivo, representando o
núcleo mais importante das energias evolutivas.” (O Consolador,
questão 204.)
23. Por fim, fala-nos Emmanuel de
Vespasiano:
“O coliseu de Vespasiano, em Roma,
é monumento levantado ao triunfo
bélico, para as expansões da alegria
popular." Roteiro
24. O Coliseu de Roma é um dos monumentos históricos mais visitados do
mundo, " era sobretudo um enorme instrumento de propaganda e difusão da
filosofia de toda uma civilização, e tal como era já profetizado pelo monge e
historiador inglês Beda na sua obra do século VII "De temporibus liber":
"Enquanto o Coliseu se mantiver de pé, Roma permanecerá; quando o Coliseu
ruir, Roma ruirá e quando Roma cair, o mundo cairá". (...)No Coliseu eram
realizados diversos espectáculos, com os vários jogos realizados na urbe. Os
combates entre gladiadores, chamados muneras, não eram pagos pelo Estado,
mas sim por indivíduos em busca de prestígio e poder.
Outro tipo de espetáculos era a caça de animais, ou venatio, onde eram
utilizados animais selvagens importados de África.. As caçadas, tal como as
representações de batalhas famosas, eram efetuadas em elaborados cenários
onde constavam árvores e edifícios amovíveis. Estas últimas eram por vezes
representadas numa escala gigante; Trajano celebrou a sua vitória em
Dácia no ano 107 com concursos envolvendo 11 000 animais e 10 000
gladiadores no decorrer de 123 dias
(Fonte Wikipedia)
25. Festas eram realizadas neste lugar, mas onde a alegria em ver
pessoas e animais morrerem de forma brutal? Hoje, olhamos os
jogos antigos como barbáries que jamais deveriam ter
acontecido, como será como olharemos os dias atuais daqui há
1000 ou 2000 anos? Quais serão os atos considerados bárbaros,
mas que hoje são tido como normais?
26. Sigamos em frente.
"Por milênios numerosos, o homem admitiu a hegemonia dos mais fortes e
consagrou-a através da arte e da cultura que era suscetível de criar e
desenvolver.
Com Jesus, porém, a paisagem social
experimenta decisivas alterações.
O Mestre não se limita a ensinar o bem.
Desce ao convívio com a multidão e
materializa-o com o próprio esforço.
Cura os doentes na via pública, sem cerimoniais,
e ajuda a milhares de ouvintes,
amparando-os na solução dos mais complicados problemas de natureza
moral, sem valer-se das etiquetas do culto externo.“
Roteiro
27. Eis a caridade encarnada na Terra, o amor que ensina e acolhe, que
explica e cura, que vê a sede e a sacia, que vê a fome e dá o
alimento.
Jesus nos vem ensinar a viver através de ações positivas,
exemplifica e dá testemunho de suas palavras de forma que jamais
será esquecida, ao contrário, cada vez mais o homem precisará
compreendê-lo para viver e prosseguir vivendo.
28. Prossegue Emmanuel
"Lega aos discípulos a parábola do bem samaritano, que exalta a missão sublime
da caridade para sempre.
A história é simples e expressiva.
Transmite Lucas a palavra do Celeste Orientador, explicando que “descia um
homem de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores que o
despojaram, espancando-o e deixando-o semimorto. Ocasionalmente, passava
pelo mesmo caminho um sacerdote e, vendo-o, passou de largo. E, de igual
modo, também um levita, abordando o mesmo lugar e observando-o, passou a
distância. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e,
reparando-o, moveu-se de íntima piedade. Abeirando-se do infortunado,
aliviou-lhe as feridas e, colocando-o sobre sua cavalgadura, cuidadosamente
asilou-o numa estalagem”. Vemos, dentro da narrativa, que o Senhor situa no
necessitado simplesmente “um homem”.
Não lhe identifica a raça, a cor, a posição social ou os pontos de vista.
Nele, enxerga a Humanidade sofredora, carente de auxílio das criaturas que
acendam a luz da caridade, acima de todos os preconceitos de classe ou de
religião.
Desde aí, novo movimento de solidariedade humana surge na Terra." Roteiro
29. Eis o contraponto a todas as quedas que vimos nos parágrafos
anteriores. Caminhando distantes de Deus e envoltos em nosso
próprio orgulho nos perdemos em legados e heranças feitas de
pedras. O Mestre, porém, deixou-nos o tesouro que a traça e a
ferrugem não consomem (Mateus6:19)
Mostrou-nos que a verdadeira caridade é desinteressada, quando
na parábola do Bom Samaritano colocou um homem para ser
auxiliada que não pode ser identificado, seja por sua raça, por
seu status social, não se sabia se era pobre ou rico, sabia-se
apenas que estava caído e necessitava da mão de um amigo para
salvar-lhe a vida e prestar-lhe assistência.
A Parábola ressoa em nossos corações, lembrando-nos sempre
que o nosso próximo é aquele que está ao nosso lado e a quem
podemos e devemos oferecer o nosso auxílio, sem esperar nada,
absolutamente nada, em troca.
30. Encerra a lição:
No curso do tempo, dispersam-se os apóstolos, ensinando, em variadas
regiões do mundo, que “mais vale dar que receber”.
E, inspirados na lição do Senhor, os vanguardeiros do bem substituem os
vales da imundície pelos hospitais confortáveis; combatem vícios
multimilenários, com orfanatos e creches; instalam escolas, onde a
cultura jazia confiada aos escravos; criam institutos de socorro e
previdência, onde a sociedade mantinha a mendicância para os mais
fracos. E a caridade, como gênio cristão na Terra, continua crescendo
com os séculos, através da bondade de um Francisco de Assis, da
dedicação de um Vicente de Paulo, da benemerência de um Rockfeller ou
da fraternidade do companheiro anônimo da via pública, salientando,
valorosa e sublime, que o Espírito do Cristo prossegue agindo conosco e
por nós." Roteiro