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A arte da indisciplina
Linha do Tempo

Era Clássica
Classicismo (séc. XVI)

Barroco (séc. XVII)
Arcadismo (séc. XVIII)
Antecedente:
Classicismo

 Arte do Renascimento;
 Profundas transformações sociais, econômicas,
culturais e religiosas;
 Substituição da fé medieval pela razão, e do
Cristianismo pela mitologia greco-romana;
 Antropocentrismo;
A arte barroca e o
contexto

 Ano de 1517: A reforma divide a Igreja entre
católicos e protestantes;
 1540: é fundada a Companhia de Jesus, ordem
religiosa que envia missionários a vários continentes;
 1563; A Igreja dá início ao movimento da
Contrarreforma, tentando impedir a expansão
protestante;
Escola

 Arte da Indisciplina;
 Arte da Contrarreforma;
 Pretendia educar e moralizar os fiéis;
 Capaz de seduzir, convencer e converter;
 Retoma o prestígio da Igreja Católica;
 Na Europa era empregada como uma arte
catequética;
Barroco x Classicismo


Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho)

Michelângelo
O termo barroco

 Origem da palavra barroco tem causado muitas discussões.
Dentre as várias posições, a mais aceita é a de que a palavra se
teria originado do vocábulo espanhol barrueco, vindo do
português arcaico e usado pelos joalheiros desde o século XVI,
para designar um tipo de pérola irregular e de formação
defeituosa, aliás, até hoje conhecida por essa mesma
denominação. Assim, como termo técnico, estabeleceria, desde
seu início, uma comparação fundamental para a arte: em
oposição à disciplina das obras do Renascimento, caracterizaria
as produções de uma época na qual os trabalhos artísticos mais
diversos se apresentariam de maneira livre e até mesmo sob
formas anárquicas, de grande imperfeição e mau gosto.
(Suzy Mello, Barroco. São Paulo, Brasiliense, 1983. p.7-8)
Recursos de Linguagem

 Antítese;
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Porém quando um com outro mais porfia,
O gosto corre, a dor apenas passa.

Vocabulário
Pena: Sofrimento, aflição.
Porfiar: Competir, rivalizar.

Gregório de Matos
Recursos de Linguagem

 Paradoxo;
Andar em firme coração nascido;
Pranto por belos olhos derramadas;
Incêndio em mares de água disfarçado;
Rio de neve em fogo convertido.
Gregório de Matos
Recursos de Linguagem

 Utilização frequente de frases interrogativas;
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se tão formosa é a Luz, por que não dura?
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Gregório de Matos
Recursos de Linguagem

 Cultismo;
Se choras por ser duro, isso é ser brando
Ser choras por ser brando, isso é ser duro.

Gregório de Matos
Recursos de Linguagem

 Conceptismo
Para um homem se ver a si mesmo são necessárias três
coisas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não
se pode ver por falta de olhos; se tem espelhos e olhos, e é
de noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister
luz, há mister espelhos e há mister olhos.
Pe. Antônio Vieira

Mister: necessidade de, precisão.
Recursos de Linguagem

Além destes, encontra-se:
 Metáfora;
 Hipérbole;
 Hipérbato;
 Anáfora;
 Metomínia;
 Prosopopéia;
Carpe Diem: aproveita o
tempo!

 Em latim, “colhe o dia”, “aproveita dia”.
Estão vendo todos estes alunos das fotos,
que aparecem fortes, eternos?
Estão mortos. Carpe Diem...

Cena de Sociedade dos Poetas Mortos
Temas frequentes na
literatura barroca

 Fugacidade da vida e das coisas;
 A morte, expressão máxima de efemeridade das coisas;
 Concepção do tempo como agente da morte e da
dissolução das coisas;
 Arrependimento;
 Erotismo;
 O sobrenatural;
 O misticismo;
 Apelo a religião;
 Sedução do mundo;
Principais Autores

Portugal (1580-1756)
• Sermões, cartas, prosa religiosa e moralista: Pe. Antônio Viera;
Manuel Bernardes; Francisco Manuel de Melo;
• Poesia: Francisco Manuel de Melo;
• Teatro: Antônio José da Silva;

Brasil (1601-1768)
•Bento Teixeira Pinto (“Inaugura o Movimento”)
•Gregório de Matos Guerra;
•Manuel Botelho de Oliveira
•Pe. Antônio Viera
Pe. Antônio Viera
(1608-1697)

 Principal expressão do Barroco em Portugal.
 Sua obra pertence tanto à literatura portuguesa
quanto à brasileira.
Sermões

São bastante conhecidos os seguintes sermões:
 Sermão da Sexagésima;
 Sermão pelo o bom-sucesso das armas de Portugal
contra as de Holanda;
 Sermão de Santo Antônio;
Sermão aos Peixes


Sermão de Santo Antônio aos Peixes.

 A primeira coisa que me desedifica, peixes, de vós, é que
vos comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas
circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns
aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se
fora pelo contrário, era menos mal. Se os pequenos
comeram os grandes, bastara um grande para muitos
pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não
bastam cem pequenos, nem mil, para um só grande. Olhai
como estranha isto Santo Agostinho:[...] “Os homens, com
suas más e perversas cobiças, vêm a ser como os peixes
que se comem uns aos outros.” Tão alheia coisa é, não só
da razão, mas da mesma natureza, que sendo todos
criados no mesmo elemento, todos cidadãos da mesma
pátria e todos finalmente irmãos, vivais de vos comer.
(VIEIRA, Padre Antônio. Sermões Escolhidos. São Paulo:
Editora Martin Claret LTDA. p. 58 - 61)
Gregório de Matos Guerra

(1633?-1696)


 Maior poeta barroco brasileiro;
 Um dos fundadores da poesia lírica e satírica;
A Lírica

Cultivou três vertentes da poesia lírica:
 A Religiosa;
 A Amorosa;
 A filosófica;
Sonetos à D. Ângela de
Sousa Paredes

Lírica Amorosa

Não vira em minha formosura,
Ouvia falar dela todo dia,
E ouvida me incitava, e me movia
A querer ver tão bela arquitetura:
Ontem a vi por minha desventura
Na cara, no bom ar, na galhardia
De uma mulher, que em Anjo se mentia;
De um Sol, que se trajava em criatura:
Matem-me, disse eu, vendo abrasar-me,
Se esta a cousa não é, que encarecer-me
Sabia o mundo, e tanto exagerar-me:
Olhos meus, disse então por defender-me,
Se a beleza heis de ver para matar-me,
Antes olhos cegueis, do que eu perde-me.
In: Antônio Candido e J.A Castello, op. cit, p.61.
A sátira

Crítica:
 A usura da Igreja;
 A riqueza inescrupulosa das autoridades
governamentais do Brasil Colonial;
 Exploração da Metrópole portuguesa;
 A alienação dos mestiços brasileiros;
Que falta nessa cidade?

Que falta nesta cidade? ........................ Verdade
Que mais por sua desonra?.................... Honra
Falta mais que se lhe ponha?................. Vergonha.
O demo a viver se exponha,
por mais que a fama exalta,
numa cidade onde falta
Verdade, Honra e Vergonha.
Sal, cal e alho

Sal, cal, e alho
caiam no teu maldito caralho. Amém.
O fogo de Sodoma e de Gomorra
em cinza te reduzem essa porra. Amém.
Tudo em fogo arda,
Tu, e teus filhos, e o Capitão da Guarda.
A arte barroca

 Composição assimétrica, em diagonal - que se revela
num estilo grandioso, monumental, retorcido,
substituindo a unidade geométrica e o equilíbrio da
arte renascentista.
 Acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos
sentimentos) - era um recurso que visava a
intensificar a sensação de profundidade.
 Realista, abrangendo todas as camadas sociais.
 Escolha de cenas no seu momento de maior
intensidade dramática.
Vocação de São Mateus

Caravaggio
Martírio de São Mateus

Caravaggio
Teto da Igreja de São
Francisco de Assis


Ouro Prêto – Minas Gerais

Manuel Costa Ataíde
Antônio Francisco
Lisboa (Aleijadinho)


Vista geral do grupo de profetas esculpido por
Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730?1814).
Basílica do Bom Jesus de Matosinho, em
Congonhas do Campo (MG)
A Música Barroca

Antônio Vivaldi

Johhan Sebatian Bach
George Friedrich
Haendel
Fruta Boa


Milton Nascimento e Fernando Brant

É maduro o nosso amor, não moderno
Fruto de alegria e dor, céu e inferno
Tão vivido o nosso amor, convivência
De felicidade e paciência
É tão bom...
O nosso amor comum é diverso
Divertido mesmo até, paraíso
Para quem conhece bem
Os caminhos
Do amor seu vai e vem
Quem conhece
Saboroso é o amor, fruta boa
Coração é o quintal da pessoa
É gostoso o nosso amor
Renovado é o nosso amor
Saboroso é o amor madurado de carinho

É pequeno o nosso amor, tão diário
É imenso o nosso amor, não eterno
É brinquedo o nosso amor, é mistério
Coisa séria mais feliz dessa vida
Vida
Saboroso é o amor, fruta boa
Coração é o quintal da pessoa
É gostoso o nosso amor
Renovado é o nosso amor
Saboroso é o amor madurado de carinho
É pequeno o nosso amor, tão diário
É imenso o nosso amor, não eterno
É brinquedo o nosso amor, é mistério
Coisa séria mais feliz dessa vida
Vida
Quanto ao conteúdo

Em resumo:


Conflito entre visão antropocêntrica e
teocêntrica
Oposição entre o mundo material e o mundo
espiritual; visão trágica da vida
Conflito entre fé e razão
Cristianismo
Morbidez
Idealização amorosa; sensualismo e
sentimento de culpa cristão
Consciência da efemeridade do tempo
Gosto por raciocínios complexos, intricados,
desenvolvidos em parábolas e narrativas
bíblicas
Carpie Diem

Quanto à forma
Gosto pelo soneto
Emprego da medida nova (poesia)
Gosto pelas inversões e por construções
complexas e raras; emprego frequente de figuras
de linguagem como antítese, o paradoxo, a
metáfora, a metonímia, etc.

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Arte Barroca Contrarreforma

  • 1. A arte da indisciplina
  • 2. Linha do Tempo  Era Clássica Classicismo (séc. XVI) Barroco (séc. XVII) Arcadismo (séc. XVIII)
  • 3. Antecedente: Classicismo   Arte do Renascimento;  Profundas transformações sociais, econômicas, culturais e religiosas;  Substituição da fé medieval pela razão, e do Cristianismo pela mitologia greco-romana;  Antropocentrismo;
  • 4. A arte barroca e o contexto   Ano de 1517: A reforma divide a Igreja entre católicos e protestantes;  1540: é fundada a Companhia de Jesus, ordem religiosa que envia missionários a vários continentes;  1563; A Igreja dá início ao movimento da Contrarreforma, tentando impedir a expansão protestante;
  • 5. Escola   Arte da Indisciplina;  Arte da Contrarreforma;  Pretendia educar e moralizar os fiéis;  Capaz de seduzir, convencer e converter;  Retoma o prestígio da Igreja Católica;  Na Europa era empregada como uma arte catequética;
  • 6. Barroco x Classicismo  Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho) Michelângelo
  • 7. O termo barroco   Origem da palavra barroco tem causado muitas discussões. Dentre as várias posições, a mais aceita é a de que a palavra se teria originado do vocábulo espanhol barrueco, vindo do português arcaico e usado pelos joalheiros desde o século XVI, para designar um tipo de pérola irregular e de formação defeituosa, aliás, até hoje conhecida por essa mesma denominação. Assim, como termo técnico, estabeleceria, desde seu início, uma comparação fundamental para a arte: em oposição à disciplina das obras do Renascimento, caracterizaria as produções de uma época na qual os trabalhos artísticos mais diversos se apresentariam de maneira livre e até mesmo sob formas anárquicas, de grande imperfeição e mau gosto. (Suzy Mello, Barroco. São Paulo, Brasiliense, 1983. p.7-8)
  • 8. Recursos de Linguagem   Antítese; O prazer com a pena se embaraça; Porém quando um com outro mais porfia, O gosto corre, a dor apenas passa. Vocabulário Pena: Sofrimento, aflição. Porfiar: Competir, rivalizar. Gregório de Matos
  • 9. Recursos de Linguagem   Paradoxo; Andar em firme coração nascido; Pranto por belos olhos derramadas; Incêndio em mares de água disfarçado; Rio de neve em fogo convertido. Gregório de Matos
  • 10. Recursos de Linguagem   Utilização frequente de frases interrogativas; Porém, se acaba o Sol, por que nascia? Se tão formosa é a Luz, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Gregório de Matos
  • 11. Recursos de Linguagem   Cultismo; Se choras por ser duro, isso é ser brando Ser choras por ser brando, isso é ser duro. Gregório de Matos
  • 12. Recursos de Linguagem   Conceptismo Para um homem se ver a si mesmo são necessárias três coisas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelhos e olhos, e é de noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister luz, há mister espelhos e há mister olhos. Pe. Antônio Vieira Mister: necessidade de, precisão.
  • 13. Recursos de Linguagem  Além destes, encontra-se:  Metáfora;  Hipérbole;  Hipérbato;  Anáfora;  Metomínia;  Prosopopéia;
  • 14. Carpe Diem: aproveita o tempo!   Em latim, “colhe o dia”, “aproveita dia”. Estão vendo todos estes alunos das fotos, que aparecem fortes, eternos? Estão mortos. Carpe Diem... Cena de Sociedade dos Poetas Mortos
  • 15. Temas frequentes na literatura barroca   Fugacidade da vida e das coisas;  A morte, expressão máxima de efemeridade das coisas;  Concepção do tempo como agente da morte e da dissolução das coisas;  Arrependimento;  Erotismo;  O sobrenatural;  O misticismo;  Apelo a religião;  Sedução do mundo;
  • 16. Principais Autores  Portugal (1580-1756) • Sermões, cartas, prosa religiosa e moralista: Pe. Antônio Viera; Manuel Bernardes; Francisco Manuel de Melo; • Poesia: Francisco Manuel de Melo; • Teatro: Antônio José da Silva; Brasil (1601-1768) •Bento Teixeira Pinto (“Inaugura o Movimento”) •Gregório de Matos Guerra; •Manuel Botelho de Oliveira •Pe. Antônio Viera
  • 17. Pe. Antônio Viera (1608-1697)   Principal expressão do Barroco em Portugal.  Sua obra pertence tanto à literatura portuguesa quanto à brasileira.
  • 18. Sermões  São bastante conhecidos os seguintes sermões:  Sermão da Sexagésima;  Sermão pelo o bom-sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda;  Sermão de Santo Antônio;
  • 19. Sermão aos Peixes  Sermão de Santo Antônio aos Peixes.  A primeira coisa que me desedifica, peixes, de vós, é que vos comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrário, era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam cem pequenos, nem mil, para um só grande. Olhai como estranha isto Santo Agostinho:[...] “Os homens, com suas más e perversas cobiças, vêm a ser como os peixes que se comem uns aos outros.” Tão alheia coisa é, não só da razão, mas da mesma natureza, que sendo todos criados no mesmo elemento, todos cidadãos da mesma pátria e todos finalmente irmãos, vivais de vos comer. (VIEIRA, Padre Antônio. Sermões Escolhidos. São Paulo: Editora Martin Claret LTDA. p. 58 - 61)
  • 20. Gregório de Matos Guerra (1633?-1696)   Maior poeta barroco brasileiro;  Um dos fundadores da poesia lírica e satírica;
  • 21. A Lírica  Cultivou três vertentes da poesia lírica:  A Religiosa;  A Amorosa;  A filosófica;
  • 22. Sonetos à D. Ângela de Sousa Paredes  Lírica Amorosa Não vira em minha formosura, Ouvia falar dela todo dia, E ouvida me incitava, e me movia A querer ver tão bela arquitetura: Ontem a vi por minha desventura Na cara, no bom ar, na galhardia De uma mulher, que em Anjo se mentia; De um Sol, que se trajava em criatura: Matem-me, disse eu, vendo abrasar-me, Se esta a cousa não é, que encarecer-me Sabia o mundo, e tanto exagerar-me: Olhos meus, disse então por defender-me, Se a beleza heis de ver para matar-me, Antes olhos cegueis, do que eu perde-me. In: Antônio Candido e J.A Castello, op. cit, p.61.
  • 23. A sátira  Crítica:  A usura da Igreja;  A riqueza inescrupulosa das autoridades governamentais do Brasil Colonial;  Exploração da Metrópole portuguesa;  A alienação dos mestiços brasileiros;
  • 24. Que falta nessa cidade?  Que falta nesta cidade? ........................ Verdade Que mais por sua desonra?.................... Honra Falta mais que se lhe ponha?................. Vergonha. O demo a viver se exponha, por mais que a fama exalta, numa cidade onde falta Verdade, Honra e Vergonha.
  • 25. Sal, cal e alho  Sal, cal, e alho caiam no teu maldito caralho. Amém. O fogo de Sodoma e de Gomorra em cinza te reduzem essa porra. Amém. Tudo em fogo arda, Tu, e teus filhos, e o Capitão da Guarda.
  • 26. A arte barroca   Composição assimétrica, em diagonal - que se revela num estilo grandioso, monumental, retorcido, substituindo a unidade geométrica e o equilíbrio da arte renascentista.  Acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos) - era um recurso que visava a intensificar a sensação de profundidade.  Realista, abrangendo todas as camadas sociais.  Escolha de cenas no seu momento de maior intensidade dramática.
  • 27. Vocação de São Mateus  Caravaggio
  • 28. Martírio de São Mateus  Caravaggio
  • 29. Teto da Igreja de São Francisco de Assis  Ouro Prêto – Minas Gerais Manuel Costa Ataíde
  • 30. Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho)  Vista geral do grupo de profetas esculpido por Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730?1814). Basílica do Bom Jesus de Matosinho, em Congonhas do Campo (MG)
  • 31. A Música Barroca  Antônio Vivaldi Johhan Sebatian Bach George Friedrich Haendel
  • 32. Fruta Boa  Milton Nascimento e Fernando Brant É maduro o nosso amor, não moderno Fruto de alegria e dor, céu e inferno Tão vivido o nosso amor, convivência De felicidade e paciência É tão bom... O nosso amor comum é diverso Divertido mesmo até, paraíso Para quem conhece bem Os caminhos Do amor seu vai e vem Quem conhece Saboroso é o amor, fruta boa Coração é o quintal da pessoa É gostoso o nosso amor Renovado é o nosso amor Saboroso é o amor madurado de carinho É pequeno o nosso amor, tão diário É imenso o nosso amor, não eterno É brinquedo o nosso amor, é mistério Coisa séria mais feliz dessa vida Vida Saboroso é o amor, fruta boa Coração é o quintal da pessoa É gostoso o nosso amor Renovado é o nosso amor Saboroso é o amor madurado de carinho É pequeno o nosso amor, tão diário É imenso o nosso amor, não eterno É brinquedo o nosso amor, é mistério Coisa séria mais feliz dessa vida Vida
  • 33. Quanto ao conteúdo Em resumo:  Conflito entre visão antropocêntrica e teocêntrica Oposição entre o mundo material e o mundo espiritual; visão trágica da vida Conflito entre fé e razão Cristianismo Morbidez Idealização amorosa; sensualismo e sentimento de culpa cristão Consciência da efemeridade do tempo Gosto por raciocínios complexos, intricados, desenvolvidos em parábolas e narrativas bíblicas Carpie Diem Quanto à forma Gosto pelo soneto Emprego da medida nova (poesia) Gosto pelas inversões e por construções complexas e raras; emprego frequente de figuras de linguagem como antítese, o paradoxo, a metáfora, a metonímia, etc.